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FACULDADE
PROMINAS
S xGRUPO
^^
É Prominas
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA
BRASILEIRA
ESTA APOSTILA PERTENCE A :
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
^j GRUPO
% Prominas
EDUCAçAO E TECNOLOGIA
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira, Gerente Geral: Riane Lopes,
Gerente de Expansão: Ribana Reis, Gerente Comercial e Marketing: João Victor Nogueira
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
NOSSO
Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Um abraço,
BEM-VINDO(A)!
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
FIQUE ATENTO!
^ FIQUE LIGADO!
^ PARA VOCÊ!
RESUMO
DA UNIDADE
Esta unidade analisará os princípios da Antropologia no Brasil.
Especificamente, foram enfocados: a) os primeiros tempos da Antro-
pologia no Brasil; b) a cultura popular como algo próprio do país; c)
a consolidação da Antropologia; d) a questão indígena, racial e as di-
cotomias entre o rural e urbano. Trata-se de uma analise que procura
compreender em qual momento a Antropologia chega ao Brasil e os
aspectos relativos à formação social e suas explicações. Tal abordagem
justifica-se pela sua persistente relevância, dado que o contexto social,
econômico e político que a sociedade brasileira, desde o momento da
sua consolidação em 1930, influenciou diretamente outras sociedades.
A grande importância da Antropologia Brasileira concretiza-se com as
pesquisas em torno dos intérpretes, influenciados por teses advindas
de outros países, como os Estados Unidos e países europeus, que bus-
cavam traçar significados nas discussões sobre as questões que envol-
vem, principalmente, a população indígena no Brasil e as heranças da
escravidão; a estrutura social entendida a partir do legado da escravi-
dão; a herança colonial que ofereceu argumentos para a compreensão
da dicotomia campo/cidade e as questões do subdesenvolvimento da
dependência econômica.
PALAVRAS-CHAVE
Formação social brasileira; Cultura popular;
Questão indígena e racial; Antropologia Brasileira. P
A
SUMÁRIO i
Apresentação do módulo ______________________________________ 10
CAPÍTULO 01
EXPLICAR O BRASIL- OS PRIMEIROS PASSOS DA ANTROPOLOGIA
BRASILEIRA
Recapitulando _________________________________________________ 24
CAPÍTULO 02
O CONTEXTO HISTÓRICO PARA A CONSOLIDAÇÃO DA
ANTROPOLOGIA NO BRASIL
Recapitulando _________________________________________________ 44
CAPÍTULO 03
OS CLÁSSICOS DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA
Referências ____________________________________________________ 71
&
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO
k
O encontro entre as sociedades europeias e as sociedades
das Américas, da Ásia e da África, a partir do século XVI, possibilitou
variadas explicações sobre as estruturas sociais, mas somente a partir
do século XIX, com o surgimento das Ciências Sociais, foi possível a
reflexão sobre tais encontros sob a perspectiva cultural.
As diversas populações nativas tornaram-se interessantes aos
olhos analíticos dos europeus, com intuito de compreender e ampliar
suas formas de dominação, sobre aqueles que eram conhecidos como
“primitivos” ou “selvagens”. O encontro com essas populações não eu-
ropeias resultou em teorias sobre a história da humanidade, com a justi-
ficativa de progresso que favorecia as sociedades ocidentais, medindo,
numa escala evolutiva, os que eram considerados os mais civilizados e
os menos civilizados.
Assim, essas formas de pensar possibilitaram julgamentos de
outras culturas pela perspectiva de quem a analisava, com os seus pró-
prios parâmetros culturais, não levando em conta a grande diversidade
cultural existente na cultura analisada. Esse olhar tornou-se prática e
ficou conhecido como Etnocentrismo, quando se julga determinada cul-
tura com seus valores, não levando em conta as diferenças, e pratican-
do, assim, todas as formas de preconceitos existentes nas sociedades.
Buscamos, aqui, analisar algumas das transformações que
ocorreram no cenário brasileiro, a partir de 1930, nas experiências
democráticas que ofereceram novidades, proporcionando mudanças
econômicas, sociais e políticas. Nesse contexto, as ideias de desen-
volvimento e de transformações democráticas, no país, serviram-nos
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
10
EXPLICAR O BRASIL -
OS PRIMEIROS PASSOS DA
ANTROPOLOGIA BRASILEIRA
A partir do século XVI, com a intensificação das grandes nave-
gações, a cultura começou a fazer parte das discussões na Europa. Esse
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
11
de intermédio para poder se relacionar, sua rusticidade e a repulsa pelo
diferente, levariam a ser considerados os “maus selvagens”.
IMPORTANTE!
12
Funcionalismo: O Funcionalismo surge no início do século XX e estabelece
um modelo de etnografia, com seus estudos de trabalho de campo (observa-
ção participante). O principal representante foi Bronislaw Malinowski (1884-
1942)
o FIQUE LIGADO!
Cultura material é formada pelos bens tangíveis produzidos pelas
sociedades, como construções, alimentos, móveis e aparelhos eletrônicos.
13
A distinção entre os civilizados e os primitivos legitimou a mis-
são civilizatória estabelecida ao longo do século XIX e início do XX,
conhecida como neocolonialismo, na qual, potências capitalistas legiti-
mavam as teorias evolucionistas. O mundo contemporâneo, a partir do
século XX, trouxe novos olhares e a construção de uma crítica ao que
era considerado cultura. A própria antropologia dedicou-se a questionar
suas bases teóricas, que se sustentavam nos modelos evolucionistas.
Tais modelos começaram a ser considerados etnocêntricos, pois ado-
tavam valores e critérios de outras sociedades, em detrimento das que
estavam sendo pesquisadas. O foco dos antropólogos, ao longo do sé-
culo XX, foi documentar a vida indígena em vários lugares do mundo,
com uma preocupação universal: a diminuição desses povos.
k
A I
FIQUEATENTO!
Evolucionismo x darwinismo social
IMPORTANTE!
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
16
FONTE: SEYFERTH, Giralda. A invenção da raça e o poder
discricionário dos estereótipos. Anuário Antropológico/ Tempo Brasi-
leiro; pg. 175-203. Rio de Janeiro, 1995.
17
m FIQUE ATENTO!
Etnocentrismo está relacionado à tendência de pensar e agir
como se as diferenças culturais de outros povos necessitasse passar
pelo julgamento e valores dos parâmetros culturais da nossa cultura. É
o mecanismo principal das classificações evolucionistas. Na medida em
que os “outros” não se encaixam nesses valores, tendemos a rejeitá-los
como inferiores, primitivos, selvagens. A Antropologia traz a noção de
que as culturas são diferentes uma das outras. O etnocentrismo não é
um problema, trata-se de uma consequência inerente ao fato de pes-
soas viverem sob a influência de qualquer cultura e da realidade social-
mente construída que a acompanha.
Pode ser que alguém acredite que nossa Antropologia começou nos austeros
corredores do Museu Nacional, por onde entre vitrines repletas de ossos e de
estranhos instrumentos, transitavam os primeiros antropólogos físicos. Ou-
tros podem transferir esse começo para a Semana Modernista de 22, onde
pontificava a figura genial de Mário de Andrade, dublê de turista amador e
pesquisador de campo. Mas eu, como minha colega, Mariza Corrêa, acre-
dito que o nosso primeiro antropólogo foi o médico maranhense, radicado
na Bahia, Raymundo Nina Rodrigues. Nesse sentido, é muito oportuno re-
lembrar o papel dos médicos na história de nossa disciplina. Foram eles os
fundadores ou incentivadores da Antropologia em diversas regiões do país.
(LARAIA, 2014; pg.10)
18
Para Laraia, o papel dos médicos na história da Antropologia, é
o de atuar como incentivadores ou até mesmo fundadores da Antropo-
logia em diversas regiões do país. Nomes conhecidos, como o de Nina
Rodrigues, trouxeram para a disciplina o olhar cientificista da antropo-
logia criminal, hoje também, denominada biologia criminal, que tenta
entender a influência da raça em cometimentos de crimes. Rodrigues
foi influenciado pelas ideias do médico italiano Lambroso, pioneiro nos
estudos sobre a cultura negra no país. Segundo o médico, há um tipo
humano especial, devidamente caracterizado por uma série de traços
somato-psíquicos, que configura o “criminoso nato”. A postura etnocên-
trica de Lambroso ofereceu elementos para o discurso de que os negros
tinham uma aptidão maior para o crime, devido a sua genética. Laraia
apresenta a entrevista concedida a Hélgio Trindade, do professor Luiz
de Castro Faria, que respondeu à questão da influência da medicina na
antropologia:
IMPORTANTE!
Bronislaw Malinowski (1884-1942) ficou conhecido por utilizar
a fotografia como instrumento para a elaboração da sua pesquisa de
campo. Esse método etnográfico tornou-se um dos principais métodos
utilizados no século XX. A perspectiva de “mergulhar na cultura local”,
participando da vida dos sujeitos, evitou generalizações históricas, as-
sim, oferecendo críticas aos evolucionistas que ainda se apegavam às
teorias da evolução.
19
Radcliffe-Brown (1881-1955) também compartilhava da ideia
e, juntos romperam com a herança evolucionista. Tanto para Radcliffe-
-Brown quanto para Malinowski, o olhar para o presente oferecia ele-
mentos para se chegar numa explicação das estruturas sociais das so-
ciedades, portanto, a observação participante permite o entendimento
de como as sociedades se organizam, mantendo suas estruturas em
funcionamento para seu devido equilíbrio, desse modo, combatendo as
generalizações históricas.
20
A unidade nacional, viabilizada pela integração econômica sucessiva dos di-
versos implantes coloniais, foi consolidada, de fato, depois da independên-
cia, como um objetivo expresso, alcançado através de lutas cruentas e da
sabedoria política de muitas gerações. Esse é, sem duvida, o único mérito in-
discutível das velhas classes dirigentes brasileiras. (RIBEIRO, 2006; pg. 20)
21
de Federal do Rio Grande do Norte. E, finalmente, o desenvolvimento
ocorria também nos Programas de Pós-Graduação em Ciências So-
ciais, nos quais a Antropologia aparecia como uma área de concentra-
ção. (LARAIA, 2014; pg 17-18)
Para Celina Ribeiro Hutzler, no artigo: “Antropologia Urbana”
(1976), existem estudos que consideram que, atualmente, mais da me-
tade da população brasileira vive em cidades. O fenômeno da urbaniza-
ção é mundial e o crescimento diluvial das metrópoles, trouxe consigo,
problemas vários e situações novas. Uma ciência que pretende ser o
estudo global do homem e de suas obras não pode desprezar a análise
das cidades. Segundo Hutzler:
IMPORTANTE!
As diferenças entre rural e urbano acentuaram-se, e a moder-
nização “das mentalidades” caminhou junto com tais mudanças, tanto
para as “boas” condições, oferecida pelas cidades, quanto ao “nível”
de cultura que se poderia chegar. Segundo Milton Santos e María Lau-
ra Silveira, na obra: “Brasil: Território e sociedade no início do século
XXI” (2010), a preocupação em modernizar o campo nos anos finais do
século XX, estava em responder as exigências do mundo globalizado,
acompanhar a demanda de “racionalidade” a ser empregada no plan-
tio, nos cuidados, na colheita, na armazenagem, estocagem, empaco-
tamento, transporte e comercialização justificando, assim, o surgimento
de instituições de ensino e de pesquisa aplicada na área da agricultura
(2010, p.281).
Aparece, também, na década de 1970, o conceito de identida-
de, que passou a ser uma referência para compreender as questões
das classes sociais referentes às relações urbanas e etnias, assim, con-
figurando novos significados para o conceito de identidade e etnicidade.
A partir dos anos de 1980, o numero de graduados em Antropologia
aumenta, os temas relacionados ao urbano crescem e o elevado índice
de desenvolvimento, nessa área, causa discussões sobre um possível
distanciamento de pesquisas relacionadas à Antropologia indígena.
23
RECAPITULANDO
i
QUESTÃO 1
Ano:2015 Banca: IF-RS Órgão: IF-RS Prova: IF-RS - 2015 - IF-RS -
Professor - Ciências Sociais/Sociologia
Sobre a produção que consolida a antropologia no quadro das
ciências, entre meados do século XIX e início do século XX, é IN-
CORRETO afirmar que:
a) Desde a consolidação da antropologia como ciência, verificou-se a
tendência de os antropólogos desenvolverem conceitos que permitis-
sem consolidar uma crítica ao colonialismo moderno.
b) África, Índia, Austrália e Nova Zelândia estão entre os territórios
em que foram desenvolvidos muitos dos mais importantes estudos do
período.
c) Entre as grandes obras do período temos “Ancient Law”, de Henry
Maine, “A Cultura Primitiva”, de Edward Tylor e “O Ramo de Ouro”, de
James Frazer; nestas, os povos “primitivos” são tomados como uma es-
pécie de ancestrais vivos dos civilizados, que, nestes estudos, estavam
como que em busca de suas origens.
d) Entre as temáticas que mais atraíram o interesse desses primeiros
antropólogos estão os saberes, os mitos, a magia e a religião dos povos
primitivos.
e) A partilha da África entre as potências europeias, realizada no fim
do século XIX, oferece aos antropólogos um vasto campo a explorar a
partir dos interesses da disciplina em formação.
QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: IF-TO Órgão: IF-TO Prova: IF-TO - 2016 - IF-TO -
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
Professor Sociologia
“É a diversidade que deve ser salva. É necessário, pois, encorajar
as potencialidades secretas, despertar todas as vocações para a
vida em comum que a história tem de reserva; é necessário tam-
bém estar pronto para encarar, sem surpresa, sem repugnância e
sem revolta, o que estas novas formas sociais de expressão po-
derão oferecer de desusado. A tolerância não é uma posição con-
templativa dispensando indulgências ao que foi e ao que é. É uma
atitude dinâmica, que consiste em prever, em compreender e em
promover o que se quer ser.”
(LÉVI-STRAUSS, C. “Raça e História”. In: Antropologia Estrutural
Dois. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1993.)
Lévi-Strauss escreveu “Raça e História”, a pedido da UNESCO no
contexto pós-Segunda Guerra Mundial, defendendo a diversidade
cultural como um grande patrimônio e para pôr fim à ideia de supe-
24
rioridade por parte de alguns povos. Nesse sentido, o estudo das
culturas e povos diferentes que a antropologia fez ao longo de sua
história é de fundamental importância. E o entendimento desses
povos e/ou culturas diferentes só é possível graças ao desenvol-
vimento de um método muito típico da antropologia. Este método
é o:
a) Trabalho de Campo
b) Relativismo Cultural
c) Etnocentrismo
d) Método da observação participante
e) Perspectivismo
QUESTÃO 3
Ano: 2017 Banca: IBFC (Instituto Brasileiro de Formação e Capa-
citação) SEDUC-MT –Professor – Sociologia- Nível: Superior Com-
pleto
A formação da realidade brasileira é marcada pela complexidade
de fatos sociais, históricos, econômicos e culturais. Com o intuito
de melhor compreender estes processos e de elaborar uma visão
sobre os mesmos que partisse, sobretudo, de dentro desta mes-
ma realidade e não a mera importação de explicações estrangei-
ras, autores como Darcy Ribeiro, Celso Furtado e Caio Prado Jr.
lançaram suas obras, “O Povo Brasileiro: Formação e sentido do
Brasil”, “Formação Econômica do Brasil” e “Formação do Brasil
Contemporâneo”. A respeito do que é apresentado em “O Povo
Brasileiro” de Darcy Ribeiro assinale a alternativa correta.
a) Segundo o autor a ideia de pureza étnico cultural é cabível apenas
QUESTÃO 4
Ano: 2015 Banca: IF-RS Órgão: IF-RS Prova: IF-RS - 2015 - IF-RS -
Professor - Ciências Sociais/Sociologia
Para Roque Laraia, em seu clássico livro “Cultura, um conceito an-
tropológico”, uma das premissas da antropologia, ao estabelecer
25
uma centralidade do conceito de cultura, é assumir o relativismo
como princípio e romper com quaisquer determinismos. Com base
nas discussões do autor, assim, é INCORRETO afirmar que:
a) Romper com o determinismo biológico significa compreender que di-
ferenças genéticas não determinam diferenças culturais, que não há
raças na espécie humana, e, portanto, não há superiores e inferiores.
Do mesmo modo, as diferenças entre os sexos não explicam aptidões
diferenciais entre homens e mulheres.
b) Romper com o determinismo geográfico implica ter claro que o clima
não modela as civilizações, pois verifica-se grande diversidade cultural
em um mesmo ambiente ou em ambientes parecidos, e há muitas res-
postas possíveis para problemas semelhantes enfrentados pela huma-
nidade.
c) Clifford Geertz, refutando a “Teoria do Ponto Crítico”, aponta que as
dimensões culturais e biológicas, no ser humano, influenciam-se mutua-
mente. Compreendendo a cultura como conjunto de sistemas de símbo-
los, aponta que a capacidade de pensamento simbólico surge completa,
como um importante salto evolutivo no processo de hominização.
d) Baseado na teoria de Alfred Kroeber, Laraia aponta que a cultura leva
o ser humano muito além de suas limitações orgânicas, de modo que
sobrevivemos a condições extremas, mesmo com um aparato biológico
pobre, e o desenvolvimento cumulativo das civilizações indica que cria-
mos o nosso próprio processo evolutivo.
e) O Evolucionismo do séc. XIX, a primeira grande escola antropológi-
ca, baseava-se no axioma da igualdade da humanidade. As críticas a
esta perspectiva, inicialmente, concentraram-se na imprecisão metodo-
lógica de seus pensadores, tida como insuficiente para a sustentação
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 5
ANO: 2014 Banca: UFU nível: Médio
No livro Cultura: um conceito antropológico, Laraia (2009) afirma:
“A espécie humana se diferencia anatômica e fisiologicamente
pelo dimorfismo sexual, mas é falso que as diferenças de compor-
tamento existentes entre as pessoas de sexo diferentes sejam de-
terminadas biologicamente. A Antropologia tem demonstrado que
muitas atividades atribuídas às mulheres em uma cultura podem
ser atribuídas aos homens em outras”
LARAIA, Roque de B. Cultura – um conceito antropológico. Rio de
Janeiro: Zahar, 24ª ed, 2009, p. 19.
O trecho acima expressa
a) uma aceitação do determinismo biológico, por entender que homens
26
e mulheres são anatômica e fisiologicamente diferentes.
b) uma crítica ao determinismo biológico, em proveito da ideia de que
a educação e a cultura são importantes no comportamento dos sexos.
c) uma crítica ao determinismo cultural, já que o dimorfismo sexual é
responsável por diferenças essenciais entre os sexos.
d) uma crítica ao determinismo cultural, porque diferenças genéticas
são determinantes das diferenças culturais.
QUESTÃO 6
ANO 2015- BANCA:IF-RS CARGO- Sociologia
Para Roque Laraia, em seu clássico livro “Cultura, um conceito an-
tropológico”, uma das premissas da antropologia, ao estabelecer
uma centralidade do conceito de cultura, é assumir o relativismo
como princípio e romper com quaisquer determinismos. Com base
nas discussões do autor, assim, é INCORRETO afirmar que:
a) Romper com o determinismo biológico significa compreender que di-
ferenças genéticas não determinam diferenças culturais, que não há
raças na espécie humana, e, portanto, não há superiores e inferiores.
Do mesmo modo, as diferenças entre os sexos não explicam aptidões
diferenciais entre homens e mulheres.
b) Romper com o determinismo geográfico implica ter claro que o clima
não modela as civilizações, pois verifica-se grande diversidade cultural
em um mesmo ambiente ou em ambientes parecidos, e há muitas res-
postas possíveis para problemas semelhantes enfrentados pela huma-
nidade.
c) Clifford Geertz, refutando a “Teoria do Ponto Crítico”, aponta que as
dimensões culturais e biológicas, no ser humano, influenciam- simul-
27
QUESTÃO DISSERTATIVA- DISSERTANDO A UNIDADE
Considerando o desenvolvimento da antropologia, com relação à noção
de determinismo biológico, o posicionamento adotado pela antropologia
contemporânea, com relação à associação entre as diferenças genéti-
cas e as diferenças culturais no último século, discorra sobre a noção
de determinismo biológico.
TREINO INEDITO
Para Laraia, o papel dos médicos na história da Antropologia era de:
a) apoiar os antropólogos.
b) difundir as pesquisas antropológicas.
c) incentivadores ou até mesmo fundadores da Antropologia.
d) incentivadores de pesquisas sobre a questão indígena
e) apoiadores dos etnógrafos
NA MÍDIA
Jornalista usa determinismo do século 19 para criticar Beauvoir
A prova do Enem trouxe, neste ano, duas questões que muito foram
discutidas: a pergunta sobre o livro “O Segundo Sexo”, de Simone de
Beauvoir, e o tema da redação sobre a “persistência da violência contra
a mulher na sociedade brasileira”. Ambas tocam em um ponto nevrálgi-
co de nossa sociedade – mas não só da nossa sociedade – e, por isso
mesmo, vimos as reações ultrapassarem a barreira da crítica teórica
para se estabelecerem no terreno de ofensas pessoais. Beauvoir foi
acusada de pedófila e nazista em textos e vídeos na internet, e os me-
nos radicais não se furtaram em acusá-la de “atrasada”. Afinal, por que
um texto escrito em 1949 ainda é capaz de provocar tamanha reação
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
no Brasil de 2015?
Talvez por justamente colocar em jogo questões que a cada dia pulsam
mais em nossas ruas e que a cada dia regridem mais em nosso Con-
gresso, tais como: o papel da mulher na sociedade brasileira, o poder
da mulher sobre seu próprio corpo, as relações desiguais de poder en-
tre homens e mulheres, a desigualdade de salários para os mesmos
cargos, o feminicídio –que se tornou legalmente crime, mas que não
deixou de ser uma prática que persiste na sociedade brasileira.
FONTE: Folha de São Paulo
DATA: 04/11/2015
Leia a notícia na íntegra:
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2015/11/1701819-jornalista-
-usa-determinismo-do-seculo-19-para-criticar-beauvoir.shtml
28
NA PRÁTICA
Ao longo do século XIX, o Grão-Pará foi um dos vários cenários onde
se observou os embates entre agentes de cura, que se desvelaram em
meio a epidemias, como o da cólera e da lepra. De acordo com Ferreira
(2003), ao analisar a ciência dos médicos e a medicina popular, no início
do século XIX, no Brasil, durante os oitocentos, a disputa entre a medi-
cina acadêmica e as práticas de cura popular se tornou cada vez mais
evidente, sobretudo em determinados contextos, como o do combate
às epidemias, quando a gravidade da situação expunha a incapacidade
da ciência médica de deter a propagação das doenças. Atualmente,
apesar da biomedicina ainda se justificar como saber hegemônico, foi
com o fortalecimento da antropologia da saúde e da doença, nas últi-
mas duas décadas, no Brasil, que se passou a defender um relativismo
relacionado ao processo saúde/doença e às práticas de saúde, onde os
saberes e práticas de qualquer sistema médico são percebidos como
construções socioculturais (LANGDON, 2009).
29
O CONTEXTO HISTÓRICO
PARA A CONSOLIDAÇÃO DA
ANTROPOLOGIA NO BRASIL
Houve um forte debate sobre a questão da formação social
brasileira, fruto da herança dos ibéricos, a sobranceria hispânica, o
desleixo e a plasticidade lusitana, bem como o espírito aventureiro e o
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
apreço à lealdade de uns e outros e, ainda, seu gosto maior pelo ócio
que pelo negócio, desde o período da colonização, como lembra Darcy
Ribeiro. Os intérpretes das nossas características nacionais, como Sér-
gio Buarque de Holanda, viam mais falhas do que qualidades nessas
influencias, na nossa formação. A preguiça brasileira nos foi atribuída
desde a colonização, primeiro ao índio, negro até mesmo às classes do-
minantes viciosas – o índio indolente, o negro fujão e o caipira atrasado.
k
CS f IMPORTANTE!
Para Darcy Ribeiro, os interesses do povo nunca foram leva-
dos em conta, pelo fato de que tudo o que era pensado e produzido
em terras brasileiras era exportado e servia de prosperidade de outras
30
nações, e uma fonte de lucros para a metrópole. Não houve uma preo-
cupação em criar um conceito de povo, nem mesmo o direito elementar
de trabalhar e nutrir-se da própria terra. Um aglomerado de gente oriun-
do de varias partes da África, da Europa e os próprios nativos brasilei-
ros, numa sociedade de gentes multiétnicas. Assim, “O Brasil foi regido,
primeiramente, como uma feitoria escravagista, exoticamente tropical,
habitada por índios nativos e negros importados. Depois, como um con-
sulado, em que um povo sublusitano, mestiçado de sangues afros e
índios...” (RIBEIRO, 2006; pg. 404).
Os efeitos da urbanização, da industrialização e as populações
à margem dos grandes centros, foi umas das grandes preocupações a
partir dos anos de 1960. Com a consolidação da Antropologia, os obje-
tivos dos estudos abrangeram temas múltiplos sobre a cidade, o campo
e os indígenas.
A urbanização caótica, como destaca Darcy Ribeiro (2006),
de cidades e vilas passou, primeiramente, pelos contextos históricos
exteriores. O autor destaca os primeiros momentos de povoação do
território brasileiro. A Bahia foi a primeira povoada, e ao longo dos sé-
culos, outras cidades tomaram a posição de interiorizar a vida urbana,
desde São Luís, passando por Cabo Frio, Belém, Olinda, São Paulo
até Mariana (Minas Gerais). Assim, em quinhentos anos de história, a
rede urbana expande-se cobrindo todo o território brasileiro. (RIBEIRO,
2006, p. 177).
IMPORTANTE!
31
FONTE: CANDIDO, Antonio. Os Parceiros do Rio Bonito: es-
tudo do caipira paulista e a transformação dos seus meios de vida.
Ed. Ouro sobre Azul. Rio de Janeiro, 2010.
32
dos filhos de pequenos proprietários mais modestos (dono da farmácia, da
lojinha, da casa comercial do bairro, do armazém ou quitanda etc.) encontra-
va maiores obstáculos. Era mais difícil ainda para os filhos da classe média
baixa chefiada por bancários, vendedores de lojas, comerciais, professores
do ensino de primeiro e segundo grau, profissionais liberais de pouco êxito,
trabalhadores qualificados por conta própria, funcionários públicos de nível
médio, trabalhadores de escritórios de empresas etc. Mas, mesmo assim,
era possível. A remuneração que auferiam permitia uma vida apertada, às
vezes muito apertada, mas digna. Educar os filhos representava um grande
sacrifício. (MELLO; NOVAIS, 1998, p.595 e 596)
33
em busca de novas oportunidades nas cidades. Um dos fatores causa-
dores desse processo é o monopólio da terra, a monocultura expulsa a
população rural e o problema se agrava, pois, nenhuma cidade brasi-
leira está preparada para receber um contingente grande de pessoas,
assim a questão da miséria da população urbana e a pressão na com-
petição por empregos se agrava. (RIBEIRO, 2006; p. 181-182).
A camada de trabalhadores especializados, as exigências de
leitura, boa escrita e o entendimento sobre o trabalho realizado am-
pliou-se, e aqueles que precisavam inserir-se no mercado de trabalho
deveriam adequar-se às novidades de cada setor profissional. A neces-
sidade de qualificação levou muitos trabalhadores a procurar os gran-
des centros urbanos. Apenas 17% desses trabalhadores ficaram com o
trabalho na agricultura, enquanto a maioria morava em grandes centros
urbanos. A região da Grande São Paulo foi um dos centros mais signifi-
cativos do período. (MELLO; NOVAIS, 1998, p.597)
Desse modo, a pretensão pelas “vantagens” na vida urbana
levou migrantes das áreas rurais a procurarem a sua inserção no mer-
cado de trabalho, porém, aqueles que não apresentavam formação
profissional trabalhavam com serviços que não exigiam tantas qualifi-
cações, como por exemplo, na construção civil e serviços domésticos.
A remuneração era baixa e ter a carteira assinada já seria um avanço:
34
o latifúndio acentua seu caráter capitalista e surgem novas profissões
ligadas à agricultura. Cursos de nível superior foram incentivados e ga-
nharam destaque nesse período.
Essas transformações na agricultura, a partir de 1970, acelera-
ram as migrações do campo para as cidades. Esses migrantes procu-
ravam nas grandes indústrias um emprego que fornecesse segurança
e direitos assegurados pela legislação do trabalho. A grande massa de
trabalhadores não tinha qualificação, contudo, uma grande parte da po-
pulação se urbanizou com a esperança de uma vida melhor.
Muitos tentam a inserção nas novas formas de trabalho, no
campo. Os anos que vão de 1950 a 1980, marcou o período das mu-
danças na área rural, como a construção de estadas de rodagem e
incentivos para a infraestrutura econômica e social. A “marcha para o
interior do Brasil”, como lembra Mello e Novais (1998), possibilitou e
atraiu migrantes para o interior do país, como, por exemplo, o que ocor-
reu no norte do Paraná nos anos de 1950.
Com a “abertura” de novas terras, as cidadezinhas que fica-
vam próximas às grandes propriedades rurais, começaram a receber
novos moradores, que iam apenas para fazer o que chamamos de “bá-
sico”: comprar alimento, ir à missa, vender o resto da produção, e aca-
bavam instalado, construindo e fixando-se nessas pequenas cidades.
Em dados estatísticos,
Foi assim que migraram para as cidades, nos anos 50, 8 milhões de pessoas
(cerca de 24% da população rural do Brasil em 1950); quase 14 milhões, nos
anos 60 (cerca de 36% da população rural em 1960); 17 milhões, nos anos
70 (cerca de 40% da população rural de 1970). Em três décadas, a espanto-
35
nização rural, a reorientação do modo de vida, as lutas contra o desem-
prego urbano e as novas formas de padrão agrícola foram uma forma
insistir na permanência no campo.
Em momentos de transformações dos centros urbanos pelo
país, o campo também apresentou mudanças e o Estado de São Paulo
não ficou de fora de tais transformações, tanto na entrada de maquiná-
rios agrícolas quanto no deslocamento do centro geográfico das plan-
tações. Isso já vinha ocorrendo desde começo do século XIX, mas to-
mou grande proporção quando a importância e o rápido crescimento da
produção do café foram incentivados e o trabalho assalariado começou
a crescer nas regiões rurais. (SILVA, 1976, p. 49 e 50)
Segundo Mirian Claudia Lourenção Simonetti (1999), devi-
do ao encontro dos diversos grupos sociais na região, os índios que
estavam à frente dessas terras, antes mesmo do homem branco, foram
os principais a sentirem os impactos e as consequências da expansão
demográfica e econômica paulista, que apresentava o início do proces-
so de territorialização do capital.
Durante a ocupação inicial da região, os índios Caingangues
já viviam em terras paulistas e estavam espalhados ao longo dos vales
do rio do Peixe, Batalha, Feio, Aguapeí e do baixo Tietê. Mirian C. L.
Simonetti (1999) aponta que o difícil contato e a oposição entre os ín-
dios Caingangues e a frente pioneira levaram ao declínio definitivo dos
índios. Muitos morrem em combate com os brancos, tanto de matança
quanto de doenças. Com isso,
36
ção do território paulista, um momento de acumulação primitiva para
a região, na qual os “desbravadores” tomam a terra para integrá-la ao
capital. O intuito de “limpar”, como lembra Maria S. L. Borges (1989, p.
23), as áreas ocupadas pelos índios e pequenos posseiros era de trazer
espaço para a ocupação da terra, que além de produzir, serviria como
mercadoria de valor de troca e venda, contando com a força de trabalho
dos imigrantes, que chegavam à região com intuito de trabalhar nas
lavouras de café.
As plantações de café em São Paulo ganharam grandes pro-
porções e destaque nos anos finais do século XIX. O deslocamento
geográfico para o interior do Estado iniciou-se devido à construção de
uma rede de estradas de ferro, e já no início do século XX, as migrações
de brasileiros vindos de outras regiões do país, tornaram-se frequentes,
devido ao desenvolvimento em torno da economia cafeeira.
Esses migrantes chegavam a São Paulo à procura de emprego
e melhores condições vida e de remuneração. Todo o interior paulista
estava, portanto, apto a ser conquistado pelos “pioneiros” do café.
IMPORTANTE!
37
FONTE:CANDIDO, Antonio. Os Parceiros do Rio Bonito: es-
tudo do caipira paulista e a transformação dos seus meios de vida.
Ed. Ouro sobre Azul. Rio de Janeiro, 2010.
Fonte: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/
seis-estatisticas-que mostram-o-abismo-racial-no-brasil/
acessado em 22/05/2019
41
A situação parece ter sido naturalizada, como se as posi-
ções sociais estivessem estagnadas, de modo genérico, afirmam sem
questionamentos, uma “certa harmonia” racial. Segundo Lilian Moritz
Schwarcs na obra: “Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e
raça na sociabilidade brasileira” (2012) é relatada uma pesquisa feita
em 1988, em São Paulo, em que 97% dos entrevistados afirmam não
ter preconceitos e 98% dos mesmos entrevistados disseram conhecer
outras pessoas preconceituosas, apontando com frequência parentes
próximos, namorados ou amigos íntimos. Em 1995, a Folha de S. Paulo
realizou outro levantamento de dados, que apontou que apenas 10%
dos entrevistados admitiam possuir preconceito, porém, de maneira in-
direta, 87% dos entrevistados revelaram algum preconceito ao concor-
dar com frases e ditos de conteúdo racista, ou mesmo reproduzi-los. Tal
pesquisa, repetida em 2011, apontou resultados quase idênticos aos
obtidos na última pesquisa. (SCHWARCS, 2012; p. 31). Ainda, segundo
a autora, em pequenas cidades, costuma-se apontar a ocorrência de
casos de racismo apenas nos grandes conglomerados, é nas pequenas
vilas que se concentram os indivíduos mais radicais. A maioria dos en-
trevistados negou ter sido vítima de discriminação, porém, confirmaram
casos de racismo envolvendo familiares e conhecidos próximos. Nin-
guém nega que exista racismo no Brasil, sua prática é sempre atribuída
a “outro”, seja de quem sofre, seja de quem pratica, o difícil é admitir a
discriminação e não o ato de discriminar. O problema de afirmar o pre-
conceito é não reconhecê-lo conscientemente. Isso nos leva a perceber
uma forma particular de racismo, um racismo silencioso que, perante o
discurso de igualdade e universalidade das leis, é jogado para o terre-
no privado das leis, porque não se afirma publicamente, sabendo que
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
43
RECAPITULANDO
i
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: IPHAN Prova: CESPE - 2018 -
IPHAN - Técnico I - Área 1
Considerando o conceito de cultura sob a perspectiva antropológi-
ca, julgue o item subsequente.
As sociedades indígenas brasileiras caracterizavam-se pelo equi-
líbrio social, pela estabilidade histórica e pela tendência ao isola-
mento, o que foi modificado pela sucessão de contatos intercul-
turais e intersocietários derivados dos processos de colonização.
c)Certo
e)Errado
QUESTÃO 2
Ano: 2010 Banca: CESPE Órgão: MPU Prova: CESPE - 2010 - MPU
- Analista - Antropologia
“Os estudos de comunidade realizados no Brasil dialogam forte-
mente com autores da Escola de Chicago. Tais estudos concen-
tram-se em populações de origem étnica diferenciada em grandes
cidades ou em regiões rurais com práticas culturais consideradas
tradicionais.”
Acerca dos estudos de comunidade, julgue o item subsequente.
A antropologia urbana feita no Brasil produziu um extenso corpo
de pesquisas a respeito de migrantes, grupos étnicos e popula-
ções de baixa renda residentes em favelas, mas também se preo-
cupou com valores e estilos de vida de diferentes segmentos das
camadas médias urbanas.
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
c)Certo
e)Errado
QUESTÃO 3
Ano: 2010 Banca: CESPE Órgão: MPU Prova: CESPE - 2010 - MPU
- Analista - Antropologia
Texto associado
A antropologia urbana realizada atualmente no Brasil tem raízes
em autores pertencentes à Escola de Chicago, mas também dialo-
ga com trabalhos realizados no continente africano por autores da
Escola de Manchester. A esse respeito, julgue o item a seguir.
A diversidade cultural encontrada nas cidades norte-americanas
no início do século XX provocou indagações que geraram progra-
mas de pesquisa acerca de migrantes, tipos profissionais e carac-
terísticas morais de bairros específicos.
44
c)Certo
e)Errado
QUESTÃO 4
Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: MPU Prova: CESPE - 2013 - MPU
- Analista - Antropologia
Por meio da teoria da fricção interétnica, pretende-se explicar a
dinâmica das relações entre as sociedades indígenas e a chamada
sociedade nacional ou sociedade envolvente. A respeito dessa teo-
ria, julgue o item que se segue.
O caboclo — figura típica das zonas de contato entre a sociedade
nacional ou a sociedade envolvente e as sociedades indígenas — é
o índio integrado à sociedade dos brancos, mas com a consciência
integralmente ligada à sua ancestralidade indígena.
c)Certo
e)Errado
QUESTÃO 5
Ano: 2010 Banca: CESPE Órgão: MPU Prova: CESPE - 2010 - MPU
- Analista - Antropologia
Na antropologia brasileira, é clássica a comparação entre os con-
textos de discriminação racial existentes no Brasil e nos Estados
Unidos da América (EUA), expressos pelas categorias preconceito
racial de marca e preconceito racial de origem. Acerca dessa dis-
tinção, julgue o item a seguir.
Enquanto nos EUA o preconceito racial é considerado manifesto e
irrefutável, no Brasil, a própria existência desse tipo de preconcei-
45
TREINO INÉDITO
NA MÍDIA
Desigualdade entre o campo e a cidade
NA PRÁTICA
Lei que criminaliza o racismo completa 25 anos
Lei determina a pena de reclusão a quem tenha cometido atos de dis-
criminação ou preconceito racial. Apesar da mudança na lei, os negros
46
ainda enfrentam situação de discriminação no Brasil.
Criada há 25 anos a Lei 7.716 define os crimes de preconceito racial. A
legislação determina a pena de reclusão a quem tenha cometido atos de
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional. Apesar da mudança no papel, os negros no Brasil ainda so-
frem racismo e frequentemente se veem em situação de discriminação.
47
OS CLÁSSICOS DA
ANTROPOLOGIA BRASILEIRA
O ser humano se define pelo contato com o outro, ele só se
faz humano a partir do momento em que se torna membro de uma so-
ciedade, mediante as suas relações sociais. As sociedades Ocidentais
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
48
riores”, assim foi reforçado pelos teóricos que se lançaram nos estudos
brasileiros. Atualmente, juntamente com as Ciências Sociais, tais “teo-
rias” são recusadas, não possuindo validade cientifica.
50
Damatta alguns fenômenos brasileiros oferecem elementos analíticos
para a compreensão sobre a nossa sociedade:
51
Jim Crow). Estabelece-se, pois, um sistema igualitário que Gunnar Myrdal
chamou de “defesa” do próprio “Credo Americano”, centro e raiz do “Dilema
Americano” (cf. Myrdal, 1962;89). No Brasil, porém, a esfera em que as di-
ferenças se manifestam foi a área das relações pessoais, um domínio cer-
tamente ambíguo porque permitia hierarquizar na base do “sabe com quem
está falando?” e deixava os flancos abertos para escolhas pessoais e múl-
tiplas classificações. “Sendo assim, não fazemos qualquer contra-legislação
que definisse um sistema de relações raciais fechado e segregacionista, com
base no princípio do “iguais, mas separados” (como foi o caso americano).
(DAMATTA, 1994, p.200)
52
entre os diversos círculos hierarquizados que formam uma espécie de
Nirvana social, que muito bem reforça o “sabe com quem está falan-
do?”. (DAMATTA, 1994; p. 205)
53
Frugoli a diferenciação entre a Sociologia Urbana e Antropologia Urba-
na está relacionada a:
54
molição; em contrapartida, elevando o numero de prédios comerciais,
hotéis e apartamentos de aluguel, segundo Gilberto Velho;
IMPORTANTE!
O significado de Estranhamento nos dicionários da língua por-
tuguesa vem do verbo estranhar, admirar, surpreender-se ou espantar-
-se. Na Antropologia está relacionado à experiência cultural que temos
56
em diferentes estágios de reconhecimento, desde as 106 totalmente
sem providências até às 27 demarcadas fisicamente, mas ainda não
homologadas. Acrescente-se o dado, muito relevante, de que cerca de
85% das áreas indígenas sofrem algum tipo de invasão. (CUNHA, 1994;
p. 127). Em 150 anos da chegada dos europeus ao território brasileiro
estima-se que 95% da população nativa foi dizimada, causada tanto
pelas doenças trazidas de fora quanto o pelo confronto direto entre as
populações nativas, europeus e guerras entre etnias.
Dos anos 1980 em diante, o numero de antropólogos forma-
dos aumentou, as influencias do mundo contemporâneo vêm exigindo
novos olhares para as diversidades, cada vez em destaque. Com esse
avanço nos estudos antropológicos influenciados pelo mundo contem-
porâneo foi possível o avanço em pesquisas da Antropologia urbana em
detrimento da Antropologia indígena.
O resgate dos estudos indígenas se dá no campo de críticas
entre os teóricos que discutem as novas perspectivas da etnografia bra-
sileira, os rumos e a ideia do contato do homem branco como a figura
central da analise das questões indígenas. O que aparece de novo nes-
se assunto é a permissão das sociedades indígenas de escreverem, de
fato, sua própria história, sem interferências exteriores, e que possam
analisar e fundamentar suas cosmologias, influências e origem, sem ser
pelo viés dos modelos da “sociedade branca”.
O avanço das pesquisas etnográficas no território brasileiro se
dá pela entrada de mais pesquisadores conectados com as diversas
vertentes e caminhos trilhados na a pesquisa no Brasil, assim, man-
57
toma a forma de cooptação ou divisão de lideranças. Toma às vezes formas
ainda mais graves: há dois meses, no dia 14 de agosto, o chefe nambiquara
Pedro Mamaindé, que impedia a venda de madeira da Área Indígena Vale do
Guaporé, foi assassinado por outro índio, Sebastião Pareci, o qual, pelo que
se sabe, tinha ligações com madeireiras da cidade de Comodoro, no estado
do Mato Grosso. (CUNHA, 1994; p.133)
58
IMPORTANTE!
Um fator explicativo para a concepção de multinaturalismo,
para Viveiro de Castro, exemplifica-se na forma de “perspectivismo
ameríndio” onde, do ponto de vista indígena, qualquer animal é huma-
no. Da mesma forma que o próprio indígena vê uma presa como uma
caçada o jaguar, também terá essa mesma reação em relação ao indí-
gena, como uma presa.
O porco-do-mato também é considerado humano e verá um
alimento da mesma forma que um humano vê, contudo, os porcos-do-
-mato verão no ser humano uma figura de espirito canibal, pois esses
matam e comem porcos-do-mato.
Para a ciência ocidental, a divisão entre humanos e “não hu-
manos”, confere um tipo de natureza adquirida para os seres humanos,
ou seja, para de fato compreendermos precisamos levar a sério o co-
nhecimento indígena e não tentar interpretar com os novos valores oci-
dentais tal cultura. O nativo “interpretado” pelo antropólogo leva consigo
somente o que ele quer saber sem dar o devido valor sobre o que se viu
e ouviu numa cultura.
59
mensão intrínseca ao exercício da imaginação, como espaço implícito
que ela percorre. As relações sociais formam, assim, a contextura do
pensamento indígena. A relação social é, a rigor, algo de utilidade tem-
porária. As relações são, segundo esse autor, qualificadas de social, em
atenção às nossas convenções cosmológicas.
Segundo Viveiros de Castro (2001; p.7) tais relações são
qualificadas de ‘sociais’ somente em atenção preliminar às nossas
convenções cosmológicas, pois o que se tenciona apreender é o con-
ceito geral desse pensamento como imaginação relacional. As concep-
ções indígenas sugerem, uma ideia da relação como consistindo em um
tipo de dinamismo, mais que um tipo de atributo. As relações são, aqui,
virtualidades relacionantes, mas resta sempre, uma virtualidade relacio-
nal irredutível nesse resíduo, algo que ele não pode utilizar.
Segundo Massaro (2015) no trabalho intitulado: “O Nativo Re-
lativo”, Viveiros de Castro ressalta que o próprio conhecimento antro-
pológico é ele mesmo uma relação social. O trabalho do antropólogo
consiste em perguntar ao objeto o que ele constitui como relação social,
o que é uma relação social nos termos de seu objeto, ou melhor, nos
termos formuláveis pela relação social estabelecida entre ‘antropólogo’
e ‘nativo’. O objeto da antropologia seria, então, a variação das relações
sociais entendidas de uma perspectiva que não fosse totalmente domi-
nada pela doutrina ocidental. (MASSARO, 2015; p. 6)
A ideia do conhecimento antropológico envolve a pressuposi-
ção fundamental de que os procedimentos que caracterizam a investiga-
ção possuem o mesmo sentido dos procedimentos investigados. O que
a antropologia, nesse caso, põe em relação, são problemas diferentes,
segundo Viveiros de Castro, está relacionado não a um único problema
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
61
RECAPITULANDO
i
QUESTÃO 1
Ano: 2015 Banca: IF-PA Órgão: IF-PA Prova: IF-PA - 2015 - IF-PA -
Professor - Sociologia
Em “O que faz do brasil, Brasil?”, o antropólogo Roberto Damatta
estabelece uma distinção radical entre um “brasil” - com b minús-
culo - que sob influência dos teóricos do século XIX era visto como
um conjunto doentio e condenado de raças que, misturando-se ao
sabor de uma natureza exuberante e de um clima tropical, estariam
fadadas à degeneração e à morte biológica, psicológica e social, e
um Brasil - com b maiúsculo - que designa um povo, uma nação,
um conjunto de valores, escolhas e ideais de vida. A partir dessa
interpretação podemos afirmar que:
a) o que torna o Brasil compreensível é uma lógica comum que perpas-
sa a sociedade, a lógica relacional, que se manifesta como negociação
e subordinação às normas legais.
b) a especificidade da cultura brasileira não está na separação entre
as diversas esperas da vida, mas sim em sua subordinação à ideologia
individualista.
c) o brasileiro desenvolve um tipo de preconceito muito mais contextua-
lizado e sofisticado que o norte-americano, pois enquanto lá o mesmo
se manifesta de forma velada e indireta com base na origem, aqui ele
se caracteriza por tratar a cor como expediente para a discriminação.
d) o brasileiro exige, a um só tempo, que se lhe dispense o tratamento
de indivíduo e o de pessoa. O de indivíduo, dentro da melhor tradição
democrática, que confere a todos os homens direitos que são funda-
mentais, e o de pessoa, na melhor tradição aristocrática, que confere
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 2
ANO: 2016 Banca: CESPE (Centro de Seleção e de Promoção de
Eventos Universidade de Brasília) Nível: Superior Completo
A respeito da sociologia jurídica contemporânea, julgue os itens a
seguir.
Roberto DaMatta destaca a existência, no Brasil, de um universo
relacional baseado na família, na vizinhança e no apadrinhamento,
que reforça identidades, hierarquias e assimetrias sociais e eco-
62
nômicas e que pode ser resumido na seguinte máxima: “aos inimi-
gos, a lei; aos amigos, tudo”.
c) certo
e) errado
QUESTÃO 3
ANO: 2009- Banca: Fundação Universa (FUNIVERSA)Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) Cargo: Antropó-
logo Nível: Superior
Quanto aos principais antropólogos brasileiros, assinale a alterna-
tiva incorreta.
a) Manuela Carneiro da Cunha não identifica na obra de Gilberto Freyre
qualquer conhecimento aprofundado sobre o que eram as sociedade
indígenas brasileiras.
b) A principal crítica de Eduardo Viveiros de Castro à obra lévi-straus-
siana deve-se a sua análise de que títulos como “Tristes Trópicos” e “O
Pensamento Selvagem” devem ser analisados sobretudo como ficção,
como uma literatura sensível e de alto nível, mais do que como etnolo-
gia.
c) Com uma afinidade muito grande com a obra de Roberto DaMatta,
Lívia Barbosa desenvolve conceitos que vêm desde as oposições duais
de “A Casa e a Rua”, aprofundando-se em temas como o conceito de
“meritocracia” nas organizações e nas sociedades, em um estudo com-
parativo do entendimento desse conceito em algumas sociedades, a
brasileira, inclusive.
d) Em “O Processo Civilizatório”, Darcy Ribeiro defende que o conceito
básico subjacente às teorias de evolução sociocultural é o de que as
QUESTÃO 4
Ano: 2013 –Banca: Ministério Público da União (MPU) Centro de
Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) (2ª edição) - Car-
go: Analista do MPU - Área Perícia / Nível: Superior
63
Acerca de cultura e identidade, julgue os itens subsequentes.
As teorias pós-coloniais dão ênfase ao hibridismo e à mestiçagem,
entendendo a cultura nos espaços coloniais e pós-coloniais como
uma complexa relação de poder em que ambas, dominadora e do-
minada, são modificadas.
c) Certo
e) Errado
QUESTÃO 5
Ano 2016: Banca: Fundação Nacional do Índio (FUNAI) Escola de
Administração Fazendária (ESAF) Cargo: Indigenista Especializa-
do/ Nível: Superior
Assinale a opção que define corretamente o que é etnocentrismo.
a) Aquela visão de mundo característica de quem considera o seu grupo
étnico, nação ou nacionalidade socialmente mais insignificante do que
os demais.
b) Um conceito cunhado pela antropologia para aludir à tendência pre-
sente em todas as culturas humanas, que faz com que se entenda a
realidade e as outras culturas a partir dos próprios padrões culturais.
c) Um fenômeno natural que se prende ao fato de acharmos que a nos-
sa própria etnia e as nossas respectivas práticas culturais são equiva-
lentes aos comportamentos de outros grupos.
d) Uma noção correlata ao conceito de relativismo cultural, que se refe-
re à tendência que temos de considerar as culturas dos demais povos
como inferiores à nossa.
e) Uma noção correlata ao conceito de relativismo cultural, que se refe-
re à tendência que temos de considerar as culturas dos demais povos a
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
64
QUESTÃO7
ANO: 2016 -Banca: Escola de Administração Fazendária (ESAF
Fundação Nacional do Índio (FUNAI) Cargo: Indigenista Especiali-
zado /) Nível: Superior
Os principais troncos e famílias linguísticos encontrados no terri-
tório brasileiro são:
a) Caribe, Quéchua, Tupi-Guarani, Macro-Jê.
b) Tupi-Guarani, Aruaque, Caribe, Macro-Jê.
c) Aruaque, Iroquês, Macro-Jê, Caribe.
d) Caribe, Azteca, Micro-Jê, Tupi-Guarani.
e) Tupi-Guarani, Chibchana, Pano, Aruaque.
NA MÍDIA
Os desabamentos de dois edifícios, na manhã desta sexta-feira (12/4),
deixaram pelo menos dois mortos e três feridos. O Corpo de Bombeiros
atua no local em busca de outras possíveis vítimas no local.
De acordo com a prefeitura, a zona em que se encontram os prédios
que desabaram e as construções vizinhas (que incluem vários edifícios)
é uma área de proteção ambiental (APA) que só permite a construção
de edificações unifamiliares, ou seja, casas.
“Na Muzema, as construções não obedecem aos parâmetros de edifi-
cações estabelecidos, como afastamento frontal, gabarito, ocupação,
número de unidades e de vagas”, diz a nota.
65
A prefeitura diz na nota que, por se tratar de uma área dominada por
uma milícia (grupo criminoso que controla territórios de forma armada
no Rio), precisa de apoio da Polícia Militar para atuar na área.
FONTE: Correio brasiliense
DATA:12/04/2019
Leia a notícia na íntegra:
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2019/04/12/
interna-brasil,749111/predios-que-desabaram-no-rio-eram-
irregulares-e-estavam-interditados.shtml
NA PRÁTICA
Aldeia Tenondé-Porã – cultura indígena em prática
Localizada em Parelheiros, zona Sul de São Paulo, a Aldeia Tenondé-
-Porã surgiu em 1987 e abriga 800 indígenas. Na aldeia, a comunicação
entre os índios é sempre feita em guarani, sua primeira língua, e poste-
riormente, os índios aprendem o português para que possam se comu-
nicar com os visitantes. Um dos grandes desafios para muitos desses
povos é encontrar um equilíbrio entre a necessidade de preservar a pró-
pria cultura e a de adaptarem-se às mudanças do mundo. Um exemplo
é o uso ou não da tecnologia dentro das aldeias. Em muitas delas, hoje,
já é possível encontrar televisões, celulares e notebooks.
De acordo com a Lei nº 11.645, de 20 de dezembro de 1996, é obriga-
tório o estudo da história da cultura afro-brasileira e indígena no ensi-
no fundamental e no ensino médio, nas escolas públicas e privadas,
para ressaltar a importância dessas culturas na formação da sociedade
brasileira, mas, na prática, a lei não é aplicada como deveria. Além da
dificuldade de manter as culturas indígenas vivas, esses povos também
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
66
FECHANDO A UNIDADE
i
GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05 06
A B B C B C
67
sentam as raças inferiores que dificultam a construção de uma nação
moderna- indivíduos incapazes de competir livremente no mercado de
trabalho. Vocação prática do racismo para planejar uma nação: Brasil
moderno, branqueado através do amplo incentivo à imigração europeia.
O racismo chegou ao Brasil na condição de ciência nas ultimas décadas
do século XIX, e o pressuposto determinista contido na ideia de raça
foi aceito pelos homens de ciência e incorporado ao discurso político. A
aceitação da tese do branqueamento implicou no apoio a uma política
imigratória visando introduzir no Brasil apenas imigrantes brancos, por-
tanto, essa ideologia incentivou a vinda de imigrantes brancos devido
à crença dos efeitos negativos de raças inferiores para a civilização.
Essa politica afirmava a inferioridade de grande parte da população na-
cional (negros, índios e mestiços) e também condenava as imigrações
asiáticas e negras que representavam atraso ou comprometimento do
processo de branqueamento.
TREINO INÉDITO
GABARITO: C
GABARITOS
CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSOS
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
01 02 03 04 05
E C C C E
68
conseguiu, cabendo aos desenvolvidos o mérito por essa conquista.
Só que os povos colonizados, desde os séculos quinze e dezesseis, já
participavam desse processo com suas matérias-primas, seu trabalho
escravo, sendo destituídos de seus próprios territórios.
Até 1920 e 1930 predominava no Brasil as perspectivas evolucionistas
em questões que atrelavam a superioridade de raças e criticas à mes-
tiçagem. O pensamento sociológico e antropológico obedeceu também
às condições de desenvolvimento do capitalismo e à dinâmica própria
de inserção do país na ordem capitalista mundial, o processo de for-
mação, organização e sistematização do reflexo da herança colonial,
da cultura jesuítica e o lento processo de formação do Estado nacional
contribuíram para a elaboração do acervo de conhecimento sobre as
populações que aqui se encontram. A influência direta e ditada pelas
normas europeias cogitava intuitos dos intelectuais da época, além de
ganhar o diploma precisavam concorrer com a importância do título de
propriedade da terra. A atividade intelectual crítica, de inspiração liberal
em uma sociedade ainda colonial e escravocrata causava um distancia-
mento da classe culta em relação às condições da grande maioria da
população.
TREINO INÉDITO
Gabarito: c
GABARITOS
CAPÍTULO 03
01 02 03 04 05
D C B C B
06 07
C B
69
geiros, sobretudo europeus. Para esse lugar, deslocavam-se figuras pú-
blicas e a elite politica. O panorama de Copacabana começa a se alterar
quando instaura-se o edifício de apartamentos, esse tipo de construção
foi multiplicado no século XIX, pelas grandes cidades europeias e norte
americanas.
Tal tipo de construção agregou valores e estilos de vida remetendo ao
individualismo, nessas formas solitárias, as trajetórias mínimas de so-
ciabilidade vão se desenvolvendo. Segundo Gilberto Velho, Copaca-
bana incorporou não apenas pessoas de origem nacional e regional
diversificada, mas, progressivamente, de diferentes origens, estratos e
trajetórias sociais. Além das elites e das camadas médias superiores, o
bairro atrairá, a partir do grande boom imobiliário do pós-guerra, setores
de camadas médias ascendentes, provindos de outros bairros, com for-
te presença da Zona Norte e mesmo do subúrbio do Rio. A cidade como
um todo, mas Copacabana, em particular, em função de sua riqueza e
prestigio politico-cultural, atrairá pessoas de camadas médias de outros
estados, que vinham para trabalhar nos setores público e privado. (VE-
LHO, 1999; p.15)
As analises no campo da Antropologia Urbana permitem entender a
complexidade e a heterogeneidade através dos mundos sociais, eles
estão em constante processo de transformação uns com os outros. Os
indivíduos sociais participam dessas mudanças, elaboram seus papeis
sociais associando-o em identidades complexas e multifacetadas em-
bora não seja um processo homogêneo para toda a população.
TREINO INÉDITO
GABARITO: C
ESTUDO DA ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
70
REFERENCIAS
i
CANDIDO, Antonio. Os Parceiros do Rio Bonito: estudo do caipira
paulista e a transformação dos seus meios de vida. Ed. Ouro sobre
Azul. Rio de Janeiro, 2010.
Paulo, 2006.
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