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Existiram épocas nas quais o dano moral nã o era indenizá vel ao argumento de que
seria imoral tentar estabelecer um valor para a honra, a intimidade, a imagem, dentre
outros direitos que conseguem a proteçã o da dignidade da pessoa humana.
Com o tempo percebeu-se que muito embora seja impossível estabelecer justos
valores para tais direitos a vítima, ou seus herdeiros, nã o poderiam ficar privados de
alguma compensaçã o pelo dano experimentado.
Hoje, portanto, o conceito de dano moral evoluiu e significa violaçã o dos direitos
de personalidade, que como sabemos, resguardam a dignidade humana.
Houve ainda evoluçã o para começar a adotar em determinados casos uma nova
modalidade de dano moral que é o dano moral “in re ipsa”, ou seja, o dano que decorre do
pró prio evento danoso, aquele que está presente no pró prio fato, nã o havendo
necessidade de comprovar dor ou abalo psicoló gico, visto que, o julgador da aná lise do
caso percebe a violaçã o a algum dos direitos da personalidade.
Porém, apesar dessa evoluçã o conceitual jurídica, ainda restam alguns aspectos
controvertidos desafiando a aplicaçã o deste direito, a saber, a quantificaçã o do dano moral
em valor econô mico para reparar o ofendido.
Por ser imaterial, o bem moral atingido nã o pode ser exprimível em pecú nia, assim,
deve-se atentar para critérios subjetivos a fim de criar uma equivalência entre o dano
sofrido e a culpa do ofensor.
Desta forma, a indenizaçã o por danos morais deve abranger três causas: a
compensaçã o de perda ou dano derivado de uma conduta; a imputabilidade desse prejuízo
a quem, por direito, o causou; e a prevençã o contra futuras perdas e danos. Possui a
indenizaçã o cará ter punitivo-educativo-repressor, nã o apenas reparando o dano, repondo
o patrimô nio abalado, mas também atua de forma intimidativa para impedir perdas e
danos futuros.
Da mesma maneira deve-se lembrar que um valor incomensurá vel para um talvez
nã o passe de preço vil para outro, fazendo com que a justiça reste frustrada, nã o servindo
a indenizaçã o a seu propó sito punitivo-educativo-repressor, acabando por estimular o
ilícito.
A reparaçã o do dano moral cumpre, portanto, uma funçã o de justiça corretiva por
conjugar, de uma só vez, a natureza satisfató ria da indenizaçã o do dano moral para o
lesado, tendo em vista o bem jurídico danificado, sua posiçã o social, a repercussã o do
agravo em sua vida privada e social e a natureza penal da reparaçã o para o causador do
dano, atendendo à sua situaçã o econô mica, a sua intençã o de lesar (dolo ou culpa), a sua
imputabilidade, etc.