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XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens
avançadas de produção”

Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.

ANÁLISE ERGONÔMICA DO
TRABALHO (AET) DO SETOR DE
ATENDIMENTO DE UM LABORATÓRIO
NA CIDADE DE MARABÁ-PA

LARA ESTEFANE DAL PRA DE LIMA (UEPA)


larastefanydp@hotmail.com
JULLI ANNE MIRANDA AZEVEDO (UEPA)
julliazevedo@live.com
DAYANE DIAS DE JESUS (UEPA)
dayane.dias15@hotmail.com
LEONARDO BRENO PESSOA DA SILVA (UEPA)
leonardobrenopessoa@hotmail.com
RODRIGO PACHECO DE LIMA RAMALHO (UEPA)
roodrigopacheco.rp@gmail.com

O presente artigo demonstra um estudo de caso realizado em um


laboratório de análises clinicas e diagnóstico por imagem, tem como
objetivo, realizar uma análise ergonômica do trabalho (AET) com
intuito de identificar as inadequações ergonômicas dos postos de
trabalho de uma filial de atendimento da empresa. Essas análises
permitem identificar as não-conformidades que possam gerar
malefícios aos colaboradores da empresa. Sendo assim, foram
realizados análise da demanda, tarefa e atividade que permitem um
profundo estudo com proposito de elaborar melhorias no ambiente
físico e organizacional, onde o principal problema detectado foi em
relação ao arranjo físico do local. Portanto, as propostas de melhoria
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voltaram-se principalmente no que diz respeito ao bem-estar dos


colaboradores, consequentemente aumentando sua produtividade.

Palavras-chave: Ergonomia, AET, Laboratório, Atendimento

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1. Introdução
No decorrer da história, a ligação homem-máquina se torna praticamente onipresente, e por
diversas vezes exige posturas e métodos de utilização repetitivos e que tendem a perdurar por
toda a jornada de trabalho. Diante de tais características, comtemplamos a importância do
planejamento ergonômico do posto de trabalho e dos métodos a serem utilizados na execução
da atividade para a prevenção de acidentes, doenças laborais e até mesmo o estresse.
A Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO, 2000) define ergonomia como: “uma
disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e
outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos
a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema”.
Diante disso, eis que a AET (Análise Ergonômica do Trabalho), como ferramenta de análise,
observa e rastreia o profissional em seu local de trabalho com intuito de verificar a relação
entre as demandas de acidentes, produtividade e doenças com as condições de trabalho de
modo geral, considerando desde as condições climáticas do ambiente até os métodos
utilizados para as atividades realizadas.
Portanto, esse trabalho, se desenvolve com o objetivo de realização de uma AET no setor de
atendimento de um laboratório de análises clínicas e diagnóstico por imagem, localizado na
cidade de Marabá, Pará. Visando, a identificação de inadequações ergonômicas nos postos de
trabalho em questão, e a partir dessas, a elaboração de recomendações capazes de
proporcionar maior conforto e bem-estar aos funcionários, o que refletirá diretamente na
eficiência dos mesmos.

2. Referencial Teórico
A apuração do estudo em questão, delimitou-se especificamente aos conceitos examinados e
técnicas utilizadas, como forma de obter confiabilidade aos resultados alcançados, adiante
estão descritas as referências base da pesquisa.

2.1 Laboratório de Análises Clínicas e Diagnósticos por Imagem

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O Sebrae (2013), define como laboratório de análises clinicas como o ramo de conhecimento
que trabalha com o estudo de algumas substâncias de forma de coletar dados e apontar
diagnósticos a respeito da saúde do paciente. Ocorre a partir de exames feitos a pedido de um
médico e são entregues em laboratórios próprios para a realização desses exames.

Ainda o Sebrae (2013) afirma que segundo a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, o
Brasil conta com aproximadamente 17 mil laboratórios que realizam 10 milhões de exames
por mês. Exames comuns são: hemograma completo, ureia, glicose, triglicerídeos, creatina,
colesterol, imunológico, parasitológico, bacteriológico, DNA, Raio-X, Ultrassom dentre
vários outros.

O fator humano é preponderante para o sucesso de um laboratório, pois são profissionais


qualificados e comprometidos que representam a qualidade do atendimento e dos resultados
prestados por eles por meio de exames, ou seja, pensar no bem-estar dos colaboradores e de
suma importância para o empreendedor.

2.2 Ergonomia

Batalha (2008) afirma que o conselho da IEA (International Ergonomics Association) define
ergonomia como: “A disciplina cientifica interessada na compreensão das interações entre os
humanos e outros elementos de um sistema, é o campo profissional que aplica teoria,
princípios, dados e métodos para projetar objetivando otimizar o bem-estar humano e o
desempenho geral do sistema”.

Para Corrêa (2015), ergonomia tem como objetivo satisfação e conforto do indivíduo e a
garantia que a prática laboral e o uso do equipamento/produto não causem problemas a saúde
do usuário, não restringindo apenas a analisar a interação homem-máquina, mas também
englobar todo o contexto organizacional, psicossocial e político de um sistema.

A partir da Revolução Industrial é que se ressentiu da falta de compatibilidade entre projeto


das máquinas e o operador humano, que tornou-se de suma importância na II Guerra Mundial.
Devido a maior complexidade das operações dos equipamentos, os pilotos sofriam com falta
de ar em grandes altitudes, perda de consciência, dentre outros. Por se tratar de conhecimento

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interdisciplinares, foram convocados estudiosos com o objetivo de elevar a eficácia


combativa, a segurança e o conforto dos soldados, sendo trabalhos voltados a adaptação dos
postos de trabalho (BATALHA, 2008).

A ABERGO (2000), classifica os domínios de especialização da ergonomia da seguinte


maneira:

 Ergonomia Física: relacionado com às características da anatomia humana,


antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação a atividade física. Os tópicos
relevantes incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais,
movimentos repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos, dentre outros.
 Ergonomia Cognitiva: refere-se aos processos mentais, tais como percepção,
memoria e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e
outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem carga mental de
trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem
computador, estresse.
 Ergonomia organizacional: concerne à otimização dos sistemas sociotécnicos,
incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos. Os tópicos
relevantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos de tripulação, projeto de
trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo.

2.3 Análise Ergonômica do Trabalho (AET)

A Análise Ergonômica do Trabalho (AET), visa aplicar os conhecimentos da ergonomia para


analisar, diagnosticar e corrigir uma situação real de trabalho. Desenvolvida por
pesquisadores franceses e se constitui como um exemplo de ergonomia de correção (IIDA,
2005).

Gualberto et al. (2014, apud PALUDO; BRAVIN 2015) define que AET tem por objetivo a
real compreensão da situação de trabalho, o confronto de aptidões com limitações à luz da
ergonomia, visando realizar o diagnóstico das situações críticas com a legislação oficial, além
de estabelecer sugestões, alterações e recomendações de ajustes de processo, do produto, do

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posto de trabalho e ambiente. Ele analisa todo o recinto com o intuito de compreender os
problemas relacionados com a organização do trabalho e seus reflexos em prováveis
ocorrências de lesões físicas e transtornos psicofisiológicos.

Pavani (2007), demonstra que existe vários instrumentos para AET, principalmente
relacionados a riscos posturais, que pode ser classificado como checklists, ferramentas
semiquantitativas e quantitativas. Ferramentas semiquantitativas tem como base observações
diretas ou indiretas, com base em perguntas podendo ser convertido em escala numéricas ou
diagramas.

Guérin et al. (2001, apud Iida 2005) desdobra o AET em 5 etapas, sendo elas:

 Análise da demanda: como uma descrição do problema, que justifica a


necessidade de uma ação ergonômica, podendo ter diversas origens, que pode ser por
parte da organização da empresa, ou mesmo por parte dos próprios trabalhadores. Essa
análise procura entender a origem e entender a dimensão dos problemas encontrados;
 Análise da Tarefa: tarefa é o conjunto de objetivos prescritos que o trabalhador
ceve cumprir. Corresponde a um planejamento do trabalho e pode estar contida em
documentos formais, onde descreve os cargos. Essa etapa analisa aquilo que é descrito
com o que realmente é executado;
 Análise da atividade: refere-se ao comportamento do trabalhador, na realização
de uma tarefa. Resumindo, a maneira que o trabalhador procede para alcançar seus
objetivos que foram atribuídos;
 Diagnostico: procura descobrir as causas que provocam problemas descritos na
demanda. Descreve os fatores que podem ser relacionados a empresa que influem na
atividade de trabalho;
 Recomendações: as providências que deverão ser tomadas para resolver os
problemas diagnosticados, sendo elas, claramente específicas e descrevendo todas as
etapas necessárias para resolver o problema.

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A AET é uma forma de orientar melhorias nas condições de trabalho sobre os pontos que são
evidenciados pós-análise. Esta possibilita identificar e estimar as ações que podem interferir o
trabalho na organização (FEITOSA; MOREIRA, 2005, apud CORRÊA et al 2015).

3. Métodos de Pesquisa
O trabalho aqui exposto trata-se de um estudo de caso, baseado em pesquisas qualitativas e
exploratórias, com o objetivo de propor um projeto de readequação ergonômica de um
laboratório de análises clínicas e diagnósticos por imagem. O qual elaborou-se baseado em
pesquisas bibliográficas, na NR 17 e nos dados coletados por meio de questionário
semiestruturado e observação in loco. O principal foco do estudo e na ergonomia
organizacional, entretanto foram levados em consideração aspectos da ergonomia física e
cognitiva também.

A metodologia utilizada foi a AET (Análise Ergonômica do trabalho). A qual é composta por
cinco etapas, três delas são referentes à coleta de dados: análise da demanda, análise da tarefa
e da atividade. Na etapa seguinte gerou-se um diagnóstico das não conformidades encontradas
na empresa, para finalmente elaborar-se um caderno com as recomendações ergonômicas
necessárias à correção das falhas. As etapas sucederam-se conforme demonstrado na Figura 1.

Figura 1. Fluxograma do processo de pesquisa

Fonte: autores 2016

3.1 Caracterização da empresa

O ambiente estudado limita-se à área de atendimento de um laboratório de análises clinicas e


de diagnóstico por imagem, localizado na cidade de Marabá, sudeste do Pará. O qual é uma
instituição de grande porte e é referência na região. O laboratório oferece exames nos

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seguimentos de hematologia, bioquímica, imunologia, endocrinologia, microbiologia,


micologia, urianálise, parasitologia, patologia e outros além de diagnósticos por imagem.

A empresa possui quinze postos de coleta, porém o estudo ergonômico foi realizado em
apenas uma das unidades, onde possui uma localização estratégica e com um fluxo intenso de
pacientes.

3.2 Descrição da unidade produtiva

O atendimento analisado é composto por cinco funcionários, os quais têm como competência:
cadastrar cliente e seus exames, encaminha-los e orienta-los sobre os procedimentos de coleta
e entregar resultados. O serviço de atendimento é composto por três setores: recepção,
atendimento e pré-coleta. Cada funcionário possui seu posto de trabalho individual. Os quais
são três guichês e dois balcões.

Primeiramente o paciente é orientado na recepção e encaminhado ao atendimento que precisa,


já que existem dois seguimentos de atendimento: análises clínicas e outro para diagnóstico por
imagem. Aqueles que concluem o atendimento para diagnóstico por imagem imediatamente
aguardam para fazer os exames. Já quem conclui o atendimento para análises clínicas segue
para o próximo atendimento, pré-coleta, antes de coletar os materiais.

3.2.1 Análise da demanda

Para compreensão e definição do problema a ser estudado foram analisados os dados


fornecidos pelas entrevistas e pela observação do processo de atendimento. Assim, concluiu-
se que os problemas se tratam de uma questão organizacional e gerencial, os quais têm suas
evidencias perceptíveis no layout e na má definição dos cargos e funções.

3.2.2 Análise da tarefa

As condições ambientais foram relatadas nas entrevistas e perceptíveis durante a visita in


loco. Para esta análise utilizou-se como base a NR 17. Assim foram relatadas e presenciadas
não conformidades da organização do trabalho, como: função, falta de padrão nos
procedimentos de coleta e falta de treinamento de funcionários.

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Apenas pela observação do processo de atendimento foi observado que o circuito percorrido
pelos clientes é incorreto, pois são induzidos pelo layout inadequado a iniciarem o
atendimento de forma errônea. Geralmente os clientes se dirigem inicialmente ao cadastro (2º
etapa) e à pré-coleta (3º etapa), porém deveriam iniciar pela recepção (1º etapa). As etapas e o
fluxo estão ilustrados na Figura 2.

Figura 2. Circulação pelo ambiente de atendimento pelos clientes

Fonte: autores 2016

3.2.3 Análise da atividade

Esta análise aborda individualmente cada posto de trabalho e suas respectivas atividades. Os
dados utilizados foram coletados por meio de observação direta e entrevista semiestruturada
com os colaboradores. Com isso foi possível identificar as dificuldades de movimentação,
falta de conforto e fatores psicossociais que os funcionários são sujeitos.

4. Resultados
O estudo de caso foi elaborado em um laboratório de Análises Clinicas e Diagnósticos por
Imagem, no qual teve-se o objetivo de analisar e avaliar os guichês de atendimento, espaço
físico e organizacional dentro da empresa e os dispositivos informacionais, por meio de

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observação direta aos postos de trabalho e aplicação de questionários semiestruturado aos


colaboradores.

4.1 Análise dos guichês de atendimento

Os atendimentos são realizados conforme os pedidos (exames laboratoriais e/ou diagnósticos


por imagem), procedimentos (pré-coleta) e recepcionar (entrega de resultados, informações e
instruções). Para melhor compreensão das análises, descrevemos os problemas apresentados
em cada tipo atendimento.

Abaixo estão descritos as análises de acordo com cada posto de trabalho mencionado, seus
problemas e possíveis causas que vão servir como base para as propostas de melhoria.

4.1.1 Atendimento na recepção

De acordo com o organograma da empresa, deveria ser o primeiro contato dos clientes com o
laboratório. Nesse posto de trabalho, a funcionária é responsável em orientar os clientes com
informações sobre exames, coletas e onde pode procede-las. A mesma também lhe cabe
entregar sendo eles coletados no próprio laboratório ou em uma de suas unidades espalhadas
pela cidade.

Para o seguinte posto de trabalho foram coletados os seguintes problemas e suas descrições:

 O balcão de recepção não fica em ponto estratégico, onde ao entrar, os pacientes vão
direto ao atendimento sem informações, fazendo com que demore o atendimento ou até
mesmo duvidas que deveriam ser sanadas pela recepcionista, provocando um atraso aos
demais;
 Baixa iluminação no posto de trabalho mencionado, o que não propicia um local
adequado para postos que utilizam de computadores e papeis que precisam ser lidos;
 Calor devido à proximidade das paredes de vidros expostas ao sol, sendo que esse
desconforto térmico baixa a produtividade e provoca mal estar na recepcionista;
 Assento não conforme ao posto e as medidas antropométricas da pessoa que a utiliza;
 A bancada que fica os equipamentos, como computador e impressora, é baixa;

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 Falta de espaço para as pernas, dificultando a mobilidade e o conforto;


 Instalações elétricas inadequadas, com fios expostos;
 Por não ter mobiliário adequando, a recepcionista reclama de dores ocupacionais,
como dor na coluna, nos olhos, nos braços e pernas;
 Com uma grande rotatividade de funcionários, falta capacitação e muitos em
treinamentos ocupam o lugar, o que gera um conflito de informações tanto para o cliente
como para a própria empresa;
 Devido à localização, melhor visualizada na Figura 3, do balcão, os clientes acabam
indo primeiramente ao atendimento, o que acaba gerando um tempo ocioso para a
recepcionista, pois mesmo que não seja de competência da atendente, mais o cliente espera
agilidade e cobra respostas de informações que a recepcionista poderia informar.

4.1.2 Guichês de atendimento para exames laboratoriais e/ou diagnósticos por imagem

Os guichês de atendimento deveriam ser o segundo contato que os pacientes tem quando
chegam a unidade laboratorial, porém devido sua localização é o primeiro. Neles são
recolhidos as guias onde são organizadas todos os exames a serem feitos e recolhido o devido
pagamento pelo serviço. Portanto, é necessário funcionários bem treinados, receptivos e
adequados para a função que desempenham.

Porém, principalmente pela distribuição do espaço físico, os clientes as solicitam para dar
informações, distribuir senhas, receber resultados, dentre outros, que não são de sua
competência, ou seja, acabam sendo sobrecarregadas e o número de funcionários é
insuficiente para atender a demanda, pois apesar da unidade ser nova, mais o laboratório é de
grande prestigio na cidade por sua excelência.

Dentre os problemas observados e mencionados pelos próprios funcionários deste posto de


trabalho estão:

 As atendentes apresentam dores ocupacionais, devido à má distribuição do mobiliário,


dos equipamentos e falta de assentos adequados para a sua função;

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 Ofuscamento da tela do computador em determinado horários do dia, provocando


dificuldades de enxergar;
 Sobrecarga de trabalho, devido à falta de qualificação dos demais funcionários;
 Esgotamento mental, ocasionado pelo excesso de informações que recebe e passa ao
longo do dia;
 Esgotamento físico, devido à falta de instrumentos ao alcance das atendentes;
 Desanimo e desestímulo, devido as ofensas recebidas de pacientes por causas diversas.

4.1.3 Atendimento na Pré-coleta

Após serem recolhida as guias e descritos os exames que os clientes devem fazer, a pré-coleta
é o próximo estágio no atendimento. Como o nome do posto descreve é uma preparação dos
paciente e recepção de materiais coletados, sendo eles coletados no laboratório ou fora dele.

 Por ser um posto que organiza os clientes para a coleta e recepciona o material
coletado, falta espaço na bancada para acondicionar o material e as guias, provocando uma
desorganização devido à falta de espaço;
 As atendentes apresentam dores ocupacionais devido a trabalharem o tempo todo em
pé e não possuírem assento para descanso, não possuírem tempo para descanso e sempre ficar
em movimento;
 Sobrecarga de trabalho devido à grande carga de responsabilidade sobre seu domínio.

4.2 Análise dos postos de trabalho / Espaço físico

O laboratório conta com um amplo espaço para o atendimento, entretanto não está sendo
usado da melhor maneira. As máquinas e instalações estão em locais inadequados. Para
melhor compreensão estão descritos os problemas apresentados.

 Porta extremamente pesada, não sendo ergonômica para os colaboradores e nem para
os clientes que muitas vezes pensam que o local está fechado. Outro problema e a falta de
indicação de “empurras/puxar” para a orientação dos clientes;

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 Calor excessivo nos horários de maior insolação e aos horários de maior


movimentação de pessoas;
 Recepção em local inadequado, sendo que ela deveria ser o primeiro contato do cliente
com a unidade;
 Mobiliários e equipamentos em local inadequado;
 Ausência de sinalização e instrução no painel de retirada de senha para o atendimentos
de exames.

Para melhor compreensão dos problemas citados, demostramos abaixo a Figura 3, planta
baixa dos setores analisados no presente estudo. Como auxilio no desenho técnico, foi
utilizado o software Floorplanner. Por meio da planta é possível uma análise minuciosa dos
problemas mencionados até o momento, que foram coletados pelos elaboradores por meio de
observações in-loco e aplicação de questionário semiestruturado aos colaboradores. Sendo
assim, foi possível fazer o estudo de AET e propor melhorias, que dentre os problemas
citados, vários serão solucionados pela mudança no layout.

Figura 3. Planta Baixa do Setor de Atendimento do Laboratório

Fonte: autores 2016

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A primeira proposta de mudança é feita por meio do reajanjo do espaço físico disponível. Por
consequências do novo arranjo físico é possível obter diversas melhorias. A Figura 4 é
descrita como a planta baixa modificada, que foi obtida com auxílio do Floorplanner.

Figura 4. Planta baixa modificada

Fonte: autores 2016

Concomitante ao rearranjo, onde as melhorias vão ser comentadas posteriormente, foi


proposto a instalação de cortinas de ar, pois devido ao fluxo intenso de pessoas ajuda a
temperatura do ambiente a ficar instável. Troca da porta, para ser mais ergonômica e acessível
aos clientes até mesmo que tem dificuldades de locomoção. Sinalizar tanto a porta como os
demais ambientes para ficar mais fácil a localização dos postos de trabalho, do guinche que
retira senhas e dos ambientes os quais o clientes precisa interagir.

4.3 Melhorias propostas

Propostas de melhorias estão expostas posteriormente, a partir de analises diretas e entrevistas


com os colaboradores, e de referenciais científicos em relação a ergonomia no posto de
trabalho para proporcionar os colaboradores e cliente um ambiente mais ergonomicamente
saudável/agradável.

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4.3.1 Guichê de atendimento

Por consequência das mudanças do lugar da recepção, os guichês de atendimento é possível


obter melhorias no tempo de atendimento, que por consequência minimiza as ofensas dos
atendentes por possíveis demoras no tempo de atendimento.

Sendo assim, as atendentes não necessitam parar o atendimento a todo momento para dar
informações a pessoas que cheguem ao local, como consequência as dores ocupacionais por
levantar a todo momento serão solucionadas.

Ao mesmo momento deverão fornecer apoio para os pés que ajustem as necessidade de cada
atendente, o ofuscamento será solucionado pela ausência de janelas do novo local, fornece
uma impressora para o atendimento que até então usavam a da recepção. São conjunto de
medidas que propiciem conforto ao trabalhador e como consequência um aumento de
produtividade.

4.3.2 Pré-coleta

Foram propostas modificações no balcão de atendimento, adquirindo um de acordo com as


medidas das funcionárias do posto de trabalho. Uma maior distribuição para armazenamento
dos materiais e organização dos papeis utilizados, diminuindo o estresse da atendente devido
à falta de organização.

Regulamentado pela NR 17 de ergonomia, é necessário adquirir um assento para descanso em


tempos determinados, pois são longos tempos em pé que poderiam ser amenizados na
presença de um assento adequando.

4.3.3 Recepção

A mudança de local do balcão, possibilita uma melhora na visualização por parte do cliente
que entra ao recinto da unidade. Sendo assim, eles iram ao local correto em busca de
informações, com um novo local iluminado e confortável para a colaboradora daquele devido
posto.

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Mudanças no assento, apoios para os pés, ajuste de altura do computador e impressora são
equipamentos que melhoram a ergonomia do local e proporciona um conforto para a
atendente.

Devido a rotação de funcionários, necessita-se um melhor treinamento e instrução das


atendentes, para que possam solucionar problemas e proporcionar um melhor atendimento
possível para os pacientes.

5. Considerações Finais
O presente trabalho teve como objetivo elaborar uma análise ergonômica do trabalho no setor
de atendimento de um laboratório de análises clínicas e diagnóstico por imagem localizada na
cidade de Marabá/PA. Realizado a análise, constatou-se que os colaboradores dos três setores
que dividem a tarefa de atender o cliente estavam sendo exercidas em posturas incômodas,
com vários fatores relacionados a ergonomia desfavoráveis a saúde ocupacional dos mesmos.

É importante a empresa atentar-se ao objetivo do presente estudo, pois adicionar a cultura de


prevenção, buscar o bem-estar e satisfação dos colaboradores e de suma importância para a
organização e, de certa forma, o funcionário sente-se valorizado com o devido respeito e
preocupação por parte do empregador. Faz-se necessário que o objetivo da ergonomia e que o
posto de trabalho adeque-se ao trabalhador e o inverso não se aplica.

Como resultados observou-se que dos vários problemas coletados, um remanejamento do


arranjo físico do setor de atendimento da referida empresa sanava as principais causas de
sobrecarga de trabalho de alguns funcionários e a didática do cliente ao adentrar o recinto de
coletar informações nos locais corretos e serem redirecionados de acordo com suas
necessidades, sem atrapalhar tanto o cliente que acabou de chegar quanto aquele que está
sendo atendido.

Com a realização deste estudo, foram feitos a quinta etapa do AET que é as recomendações,
que subsidiará a empresa a realizar ações de melhoria para o conforto dos seus colaboradores,
visando sempre o bem-estar e como consequência um aumento de produtividade. Então

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estudos como esse e possíveis modificações que vierem a ser feito não deve ser visto como
despesa e sim como investimento pela gama de vantagens que traz para o ambiente de
trabalho.

Como sugestões de trabalhos futuros, sugere-se estudar as demais unidades de coleta da


mesma empresa, com intuito de aplicar as ferramentas e métodos da ergonomia buscando
adequar os demais postos existente na mesma organização. Lembrando que a empresa em
questão possui outras 14 unidades espalhadas por Marabá e região e que o estudo foi feito em
apenas uma.

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REFERÊNCIAS

ABERGO, O que é Ergonomia, 2000. Disponível em <


http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia > Acesso 10/08/2016

BATALHA, M.O. Introdução à Engenharia de Produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008

CORREA, V.M.; BOLETTI, R. R. Ergonomia: fundamentos e aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2015

CORREA, A. P. S. T. et al. Análise Ergonômica do Posto de Trabalho do Cirurgião Dentista: ênfase nos
aspectos posturais. XXII Simpósio de Engenharia de Produção, Bauru, 2015.

IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2º Ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2005.

PALUDO, V. BRAVIN, H. C. M. Análise Ergonômica do Trabalho (AET) aplicado no processo de salga da


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