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Módulo 5 - Regras Básicas de Nutrição, Higiene e Segurança

Formadora: Marlene Fonseca


Auxiliar de Ação Educativa e Ensino
2016 1
Especial
Regras Básicas de Nutrição, Higiene e Segurança

 Nutrição infantil

 Higiene infantil

 Segurança infantil

 Primeiros socorros

 Vacinação

 Higiene dos equipamentos e espaços

Auxiliar de Ação Educativa e Ensino


2016 2
Especial
Regras Básicas de Nutrição, Higiene e Segurança

Vacinação

Porque prevenir é cuidar…

Auxiliar de Ação Educativa e Ensino


2016 3
Especial
Vacinação

As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir


mais casos de doença do que qualquer tratamento
médico.

São a forma mais eficaz e


segura de proteção contra
certas doenças.

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Vacinação

É uma preparação antigénica, que inoculada


(administrada) num indivíduo induz uma resposta
imunitária protetora específica de um ou mais agentes
infeciosos.
O antigénio é uma partícula ou molécula
estranha ao organismo, que desencadeia
mecanismos de defesa (uma resposta imune).
O antigénio da vacina é normalmente composto
por microrganismos (vírus ou bactérias)
completos ou fragmentos.

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Vacinação

O antigénio escolhido para uma vacina deve ser “imunogénico”,


ou seja, deve desencadear uma reação imunitária e não provocar
a doença.

O antigénio da vacina é apresentado em pequenas


quantidades na dose da vacina, numa forma purificada, diluído
num líquido estéril, que aumentam a reação imunitária.

A vacinação é o ato de se inocular


nos seres vivos estados não ativos de
agentes patogênicos para a criação de
anticorpos contra as doenças.

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Vacinação

As vacinas são consideradas medicamentos, mas


apresentam várias diferenças relativamente aos
medicamentos clássicos:

Vacina Medicamento

Ação Preventiva Terapêutica

Benefício Individual e coletiva Individual


O efeito não é percetível O efeito é visível

Indivíduos Saudáveis Doentes

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Vacinação

A vacinação, além da proteção pessoal, traz


também benefícios para toda a comunidade.

Quando a maior parte da população está


vacinada interrompe-se a transmissão da
doença.

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Vacinação

História da vacinação

A aventura da vacinação começou há mais de mil anos.


Quando uma epidemia espalhava o caos, os sobreviventes
não contraíam logo a doença.
Quando a varíola apareceu na rota da seda, da China para a
Turquia, surgiu a ideia de inocular pus retirado de um
doente, numa pessoa saudável. Era arriscado, mas ao
desenvolver sintomas benignos, a pessoa estava mais
protegida da infeção fatal.

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Vacinação

História da vacinação

Pasteur foi o primeiro a compreender o papel dos microrganismos na


transmissão das infeções.
Usou processos variados para reduzir a infecciosidade dos
microrganismos que utilizava para inocular os animais das suas
experiências iniciais.
Ao provocar uma doença de forma muito atenuada, Pasteur ajudava
o animal a defender-se das formas graves dessa doença.
Uma primeira vacina contra a raiva foi testada por Pasteur em 1885,
num rapaz mordido por um cão. Foi a primeira pessoa a sobreviver à
doença!

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Vacinação

História da vacinação

No início do séc. XX, foram desenvolvidas vacinas


contra doenças infeciosas como a tuberculose, a
difteria, o tétano e a febre amarela.
Após a 2ª Guerra Mundial, desenvolveram-se vacinas
contra a poliomielite, o sarampo, a papeira e a rubéola.
Atualmente existem mais de 50 vacinas em todo o
mundo.

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Vacinação

Programa Nacional de Vacinação (PNV)

O Programa Nacional de Vacinação (PNV) arrancou


oficialmente em 1965, incluindo vacinas contra a
tuberculose, tosse convulsa, poliomielite, varíola, difteria
e tétano, tendo como grande impulsionador o Prof.
Doutor Arnaldo Sampaio, o qual viria a ocupar o cargo de
Diretor Geral da Saúde.
É um programa universal e gratuito, da
responsabilidade do Ministério da Saúde e integra as
vacinas consideradas mais importantes para defender a
saúde da população portuguesa.
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Vacinação

Programa Nacional de Vacinação (PNV)

Não basta vacinar-se uma vez para ficar devidamente protegido.

Geralmente, é preciso receber várias doses da mesma vacina


para que esta seja eficaz.

As vacinas que fazem parte do PNV podem ser alteradas de um


ano para o outro, incluindo mais vacinas em função das
necessidades da população Portuguesa.

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Vacinação

O sistema imunitário do recém-nascido é ainda


imaturo e inexperiente.

Nos primeiros 3 meses de vida, os anticorpos da


mãe, passados para o filho através da placenta,
fornecem alguma proteção, embora não seja contra
todas as doenças.

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Vacinação

É fundamental vacinar as crianças precocemente, para


evitar doenças graves como a tosse convulsa, sarampo,
papeira, rubéola, poliomielite, difteria, tétano, meningite
ou hepatite B.

Estas doenças podem causar lesões permanentes, como


por exemplo, a perda auditiva, paralisia, lesões cerebrais,
ou mesmo a morte, por isso, é importante saber quando
se deve vacinar a criança.

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Vacinação
Doenças
BCG – Tuberculose: é uma infeção bacteriana, que pode ser transmitida
através da tosse ou dos espirros de uma pessoa contaminada. É causada pelo
Bacilo de Koch, cientificamente denominado Mycobacterium.

DTPa – Difteria, Tétano, Tosse Convulsa


Difteria: é uma infeção contagiosa, por vezes mortal, provocada por uma
bactéria (Corynebacterium diphtheriae).
Tétano: é uma doença infeciosa aguda e grave, não contagiosa, causada pela
toxina do bacilo tetânico (Clostridium tetani), que entra no organismo através
de ferimentos ou lesões de pele . O sistema nervoso é afetado, provoca fortes
dores, fazendo com que a criança tenha contrações, chore bastante e sinta
dificuldade para mamar.
Tosse Convulsa: é uma infeção muito contagiosa provocada pela bactéria
Bordetella pertussis, que provoca ataques de tosse.
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Vacinação

Doenças
VHB – Hepatite B: é uma doença infeciosa inflamatória que afeta o fígado.
VIP – Poliomielite: também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma
doença infeciosa viral aguda transmissível principalmente pela via fecal-
oral.
Hib – doenças causadas por Haemophilus influenzae tipo b: esta bactéria
causa meningite e outras infeções bacterianas graves (ex. pneumonia,
artrite séptica e epiglotite), em bebés e crianças menores de 5 anos.
 MenC – Meningococo C: é uma doença contagiosa grave causada por
uma bactéria (neisseria meningitidis serogrupo C) que se encontra no nariz
e na garganta. Causa febre, rigidez do pescoço, cefaleia, dores nas
articulações e erupção cutânea.

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Vacinação
Doenças

VASPR – Sarampo, Parotidite epidémica, Rubéola:

Sarampo: doença viral e é uma infeção do sistema respiratório, causada


por um paramixovírus. É muito contagiosa e afeta principalmente
crianças. É transmitida através de gotículas expelidas pelo nariz, boca ou
garganta de pessoas infetadas. Os sintomas aparecem 8-12 dias após a
infeção (febre alta, olhos vermelhos e pequenas manchas brancas na
parte interna da boca).
Parotidite epidémica: Conhecida por papeira, é uma doença contagiosa
de transmissão respiratória, causada pelo vírus da parotidite infeciosa.
Rubéola: doença causada pelo togavírus, transmitida por via
respiratória. Os sintomas são parecidos com outras doenças virais, como
o sarampo (febre, manchas avermelhadas, dor nos olhos e no corpo,
dificuldade ao engolir, nariz entupido e pés inchados).
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Vacinação
Calendário de vacinação:
Idade Vacinas e respetivas doenças
BCG (Tuberculose)
Recém-nascido VHB – 1.ª dose (Hepatite B)

VHB – 2.ª dose (Hepatite B)


Aos 2 meses DTPa – 1.ª dose (Difteria, Tétano, Tosse Convulsa)
VIP – 1.ª dose (Poliomielite)
Hib – 1.ª dose (doenças causadas por Haemophilus influenzae tipo b)

DTPa – 2.ª dose (Difteria, Tétano, Tosse Convulsa)


Aos 4 meses VIP – 2.ª dose (Poliomielite)
Hib – 2.ª dose (doenças causadas por Haemophilus influenzae tipo b)

VHB – 3.ª dose (Hepatite B)


Aos 6 meses DTPa – 3.ª dose (Difteria, Tétano, Tosse Convulsa)
VIP – 3.ª dose (Poliomielite)
Hib – 3.ª dose (doenças causadas por Haemophilus influenzae tipo b)

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Vacinação

Idade Vacinas e respetivas doenças

Aos 12 meses MenC – 1.ª dose (Meningococo C)


VASPR – 1ª dose (Sarampo, Parotidite epidémica, Rubéola)

Aos 18 meses DTPa – 4.ª dose (Difteria, Tétano, Tosse Convulsa)


Hib – 4.ª dose (doenças causadas por Haemophilus influenzae tipo b)

DTPa – 5.ª dose (Difteria, Tétano, Tosse Convulsa)


5-6 anos VIP – 4.ª dose (Poliomielite)
DTPa – 6.ª dose (Difteria, Tétano, Tosse Convulsa)
10-13 anos HPV - 1.ª, 2,ª e 3.ª doses (Infeções por Vírus do Papiloma Humano -
aplicável apenas a raparigas)

Toda a vida DTPa – (Difteria, Tétano, Tosse Convulsa)


10/10 anos

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Vacinação

 Fora do âmbito do PNV existem outras vacinas disponíveis em


Portugal (não são gratuitas) como por exemplo a Vacina da
Gripe (Vírus Influenzae)
 Vacina contra a Febre Amarela: Caso viaje para Países da
África Central e América do Sul, deverá vacinar-se contra a
febre amarela, dez dias antes de viajar.
 Apesar de seguras, as vacinas podem provocar algumas reações
adversas, mas estas são normalmente de curta duração. As mais
frequentes são inchaço, dor, vermelhidão no local da infeção, febre
e mal estar.

 A melhor forma de ficar protegido de contra determinadas doenças


é cumprir o calendário de vacinação, recomendado pelo PNV.

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Regras Básicas de Nutrição, Higiene e Segurança

Higiene dos equipamentos e


espaços

Auxiliar de Ação Educativa e Ensino


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Especial
Higiene dos equipamentos e espaços

Os ambientes físicos das Instituições de Educação Infantil


devem refletir uma conceção de Educação e cuidado
respeitoso das necessidades de desenvolvimento das
crianças, em todos os seus aspectos: físico, afetivo,
cognitivo e criativo.
Os espaços internos devem estar limpos e ter boa visão
para o exterior e os espaços externos bem cuidados,
com jardins e áreas para as crianças brincarem.

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Higiene dos espaços

Condições de higiene numa creche:


→ Não deve ser permitida a entrada no estabelecimento

de crianças que apresentem sintomas de doença;

→ Em caso de doença grave ou contagiosa a criança só


poderá regressar ao estabelecimento mediante a
apresentação de declaração médica da inexistência de
qualquer perigo ou contágio;

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Higiene dos espaços

Condições de higiene numa creche:

→ Em caso de acidente ou doença súbita, a criança deve ser

assistida no estabelecimento ou recorrer ao hospital mais próximo,

avisando de imediato a família;

→ Os medicamentos que a criança tenha de tomar, deverão

estar devidamente identificados e guardados em local

adequado e administrados segundo prescrição médica;

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Higiene dos espaços

 Condições de higiene numa creche:

→ Todo o pessoal dos estabelecimentos, deverá prestar serviço em perfeitas

condições de saúde, comprovada por documento actualizado anualmente;

→ O estabelecimento deve ter um programa de higiene e limpeza das

instalações e material em uso, de forma a permitir o funcionamento de

todos os serviços em perfeitas condições;

→ Os objectos para os cuidados de higiene das crianças devem ser

individuais, identificados e mantidos em perfeito estado de limpeza,

conservação e arrumação;

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Higiene dos espaços

Condições de higiene numa creche:

→ As salas de atividades devem ser ventiladas e limpas;


→ O mobiliário deve ter em conta o tamanho da criança, de
forma a que acriança consiga alcançar os diversos
materiais;
→ O lixo tem que ser retirado diariamente dos ambientes
internos e externos;
→ Os recipientes de lixo devem ter tampas acionadas por
pedal e com revestimento de sacos plásticos;
 
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Higiene dos espaços

 Sabe-se que algumas doenças têm também como causa a

falta de higiene na manipulação de alimentos e a falta de


Higiene na cozinha;

 É importante saber que as práticas de alimentação são

determinantes na condição de saúde na Infância, com tal


as Escolas devem ter como objetivo a melhoria e a
qualidade de condições higiénico - sanitárias.

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Higiene dos espaços

Toxinfeções alimentares
 São doenças causadas por microrganismos e bactérias que estão nos alimentos

(salmonelas,…).
Características organoléticas
 Aspeto

 Cor

 Sabor

 Textura

 Odor

A contaminação alimentar pode ter origem:


 Física (algo externo ao alimento – ex. cabelos na sopa)

 Química (resíduos de detergentes nos alimentos ou fitofármacos na alface)

 Biológica (sopa azeda, alface murcha)

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Higiene dos espaços

 Quadro 1. Doenças causadas pela falta de higiene e sanidade de


alimentos

Doença Sintomas

Listeriose Diarreia; Febre; Vómito; Meningite

Colite Hemorrágica Diarreia aguda; Uremia hemolítica

Enterocolite Gastroentrite Diarreia; Úlcera ; Vómito

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Higiene dos equipamentos

CONTAMINAÇÃO POR EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS


COMO OCORRE? COMO SE EVITA?

Através de: • Lavar e desinfetar todos os utensílios antes e


após a sua utilização

• Utensílios sujos • Manter todo o material de trabalho em estado


impecável de limpeza

• Talheres sujos e não • Lavar todos os equipamentos/máquinas após a


desinfetados sua utilização

• Equipamentos (incluindo • Guardar todas as peças, depois de lavadas, ao


as respectivas peças) sujos abrigo de poeiras e outras sujidades
e não desinfetados

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Higiene dos equipamentos

 FARDAMENTO (COZINHA):
Sempre que alguém entrar ao serviço deve ser-lhe fornecido
bata, touca, calças e, eventualmente, avental, que devem ser
substituídos sempre que se apresentarem em mau estado de
conservação. A farda deve ser de cor clara e mudada sempre
que se apresente suja.

 Regras para um correto fardamento:


→ Colocar primeiro a touca, certificando-se que esta cobre o
cabelo na sua totalidade;
→ Seguidamente, vestem-se as calças e a bata;
→ Por último o calçado;
→ Se necessário, colocar o protector naso-bucal.

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Higiene dos equipamentos

 No final lavam-se as mãos, mesmo que se vá usar luvas.


Estas não dispensam a correta lavagem e desinfeção das
mãos, devendo ser substituídas sempre que se mudar ou
interromper uma tarefa, e sempre que se estiverem sujas.
Antes de se calçar um novo par de luvas deve-se lavar e
desinfectar as mãos.

LIMPEZA E DESINFEÇÃO:
1. Remover todo o tipo de sujidade agarrada às superfícies,
equipamentos e utensílios, com eliminação da solução
detergente durante o enxaguamento final;
2. Desinfecção: a ação do desinfectante só é eficaz se houver
previamente uma limpeza correcta;

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Higiene dos equipamentos

 A limpeza a seco, com varredura, deve ser evitada pois

espalha poeiras e microrganismos por superfícies que se


encontram higienizadas. Após a limpeza, todas as superfícies
devem ser bem secas com panos limpos e de utilização única.

Condições de Higiene Escolar:

→ Instalação sanitária;
→ Abastecimento de água;
→ Sistema de evacuação de resíduos (sólidos e líquidos).

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Higiene dos equipamentos

 Instalação Sanitária:

→ Água corrente;

→ Separação por sexo;

→ Sabão;

→ Papel higiénico;

→ Pavimentos laváveis.

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Higiene dos equipamentos

Higienização
 Registo de higienização (um para cada zona)

 Plano de higienização:

 Definir as zonas,

 Definir equipamentos (mesas, cadeiras,…)

 Definir áreas (pavimentos, janelas, paredes, …)

 Ficha técnica dos dados de segurança de cada detergente.

 Deve haver produtos e utensílios de higienização


diferenciados.

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Exercícios práticos
1- Identifique as principais diferenças entre as vacinas e os
medicamentos.

2- Refira a importância de vacinar o bebé recém-nascido?

3- Porque é que a vacinação, além da proteção pessoal, traz


também benefícios para toda a comunidade?

4-Refira os motivos da importância da higiene dos equipamentos


e dos espaços.

5- Mencione algumas condições de higiene dos espaços numa


creche ou escola?
6-Quais os cuidados a ter com a higiene dos equipamentos?

Auxiliar de Ação Educativa e Ensino


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Especial

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