Você está na página 1de 2

História

Guerra fria: 1955–1990

Foi em uma reunião da OTAN feita em 1955 que a República da Alemanha foi
oficialmente aceita na organização.
Após a Segunda Guerra Mundial, a segurança da Alemanha ficou a cargo das forças de
ocupação, liderados pelas quatro principais potências Aliadas: os Estados Unidos, o
Reino Unido, a França e a União Soviética.[6] A nação ficou sem um exército
permanente, desde que a Wehrmacht fora dissolvida em 1946. Quando a República
Federal da Alemanha foi fundada em 1949, ela não tinha exército. O país ficou
completamente desmilitarizado e planos para reconstruir suas forças armadas eram
proibidos pela regulamentação aliada. Até mesmo a Polícia Federal, uma força móvel
e levemente armada de 10 000 membros, só foi formada em 1951.[8]

Houve discussões no começo da década de 1950 entre o Reino Unido, os Estados Unidos
e a França a respeito sobre rearmar ou não a Alemanha Ocidental. Em particular, a
França era a principal força opositora contra reerguer o exército alemão (o país
havia sido invadido por estes uma década antes e também na Primeira Grande Guerra e
na guerra franco-prussiana no século anterior). Contudo, por pressão dos
americanos, o governo francês concordou com o rearmamento da Alemanha e sua
admissão na OTAN.[8]

Tanques Leopard 2 da Alemanha.


Com o aumento das tensões entre a União Soviética e o Ocidente, especialmente após
a Guerra da Coreia, os argumentos para rearmar o exército alemão ganharam força.
Enquanto a República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) já estava sendo
secretamente armada pelos russos, o novo exército começou a ser criado, liderados
pelo chanceler Konrad Adenauer. O nome da nova força de combate (Bundeswehr) foi
ideia de Hasso von Manteuffel, um ex general da Wehrmacht e um político liberal. A
assembleia do país aprovaria o nome.[9]

A Bundeswehr foi oficialmente criada em 12 de novembro de 1955, no aniversário de


200 anos de Gerhard von Scharnhorst. Um importante passo inicial para as novas
Forças Armadas era educar o povo de que seus objetivos eram de "defender o Estado
democrático", subordinada a liderança política do país.[10] Figuras chaves nesta
reconstrução, como os generais Ulrich de Maizière, Graf von Kielmansegg e Graf von
Baudissin, enfatizaram que o novo exército seria baseado em uma estrutura civil-
militar.[11]

Quando o equipamento das forças armadas da Alemanha Oriental foi incorporado a


Ocidental, após a reunificação, a Bundeswehr se tornou o único país membro da OTAN
a ter caças MiG 29 (de fabricação soviética) em seu arsenal.
Após a assinatura da chamada 'Lei Fundamental da República Federal' em 1955, a
Alemanha Ocidental se tornou oficialmente membro da OTAN.[12] Um grupo de
conselheiros militares americanos ajudaram na reconstrução e rearmamento da
Bundeswehr. Em 1956, a conscrição para homens de 18 a 45 foi reintroduzida. Em
resposta, a Alemanha Oriental começou a reconstruir abertamente suas próprias
forças armadas, a Nationale Volksarmee (NVA), em 1956, mas a conscrição por lá só
foi aprovada em 1962. O Nationale Volksarmee foi oficialmente extinto com a
reunificação da Alemanha em 1990. Em 2011, as lideranças do governo de coalizão da
Alemanha concordaram em suspender o serviço militar obrigatório a partir de 1 de
julho de 2011. A proposta do ministro da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, foi
aceita durante as conversações realizadas, a portas fechadas, na noite do 9 de
dezembro 2012 em Berlim.

Tropas alemãs usando um MG3 durante um exercício de treinamento.


Durante a Guerra Fria, a Bundeswehr foi a espinha dorsal da OTAN na Europa e era
peça fundamental do planejamento de defesa da região central do continente. Sua
força de combate era de 495 000 militares e 170 000 civis. Apesar do exército ter
sido menor que o da França e dos Estados Unidos, o historiador John Lewis Gaddis
afirmou que a Bundeswehr era "talvez o melhor exército do mundo".[13]

Durante este período, a Bundeswehr não participou de grandes operações de combate,


mas sim, principalmente, missões de treinamento.[14]

Você também pode gostar