Você está na página 1de 76

Apresentação da Disciplina e do Programa da Evolução- antropológica

1. A Emergência Humana;

Emergência é um fenómeno ou processo de formação de padrões complexos a partir de uma multiplicidade de interrações simples. O conceito de Emergência é normalmente associado
às teorias dos sistemas complexos.
Pode ser um processo diacrônico (ocorrendo através do tempo), como a evolução do cérebro humano através de milhares de gerações sucessivas; ou pode ser um
processo sincrônico (ocorrer simultaneamente) em escalas de tamanhos diversos, como as interações microscópicas entre um número de neurônios produzindo um cérebro
humano capaz de pensar (mesmo pensando que neurônios indivíduais não tem consciência própria). Geralmente, no nível imediato das interações simples, o fenômeno emergente não
existe ou existem apenas alguns traços. Assim, um fenômeno direto como a probabilidade de achar uma uva seca em uma fatia de bolo geralmente não requer a teoria da emergência para
ser explicada. Pode ser no entanto útil considerar a emergência da textura do bolo como um resultado complexo do processo de cozimento e mistura dos ingredientes.
Não há consenso entre os cientistas sobre como a emergência deve ser utilizada como explicação. No entanto, a explicação dos fenômenos através da emergência caracterizou o advento
do pensamento científico moderno, quando as explicações teológicas e teleológicas foram deixadas de lado.

1.1 Evolução Eco Antropológica

O que é, significado da palavra, temas estudados, importância, antropólogos famosos

Bronislaw Malinowski com nativos: antropologia através do convívio

1.1 Introdução (o que é)

A antropologia é uma ciência social surgida no século XVIII. Porém, foi somente no século XIX que se organizou como disciplina científica. A palavra tem origem grega e possui o
seguinte significado: antropo significa homem e logia significa estudo.

Estudo antropológico

Esta ciência estuda, principalmente, os costumes, crenças, hábitos e aspectos físicos dos diferentes povos que habitaram e habitam o planeta.

Portanto, os antropólogos estudam a diversidade cultural dos povos. Como cultura, podemos entender todo tipo de manifestação social. Modos, hábitos, comportamentos, folclore, rituais,
crenças, mitos e outros aspectos são fontes de pesquisa para os antropólogos.

A estrutura física e a evolução da espécie humana também fazem parte dos temas analisados pela Antropologia.

Os antropólogos utilizam, como fontes de pesquisa, os livros, imagens, objetos, depoimentos entre outras. Porém, as observações, através da vivência entre os povos ou comunidades
estudadas, são comuns e fornecem muitas informações úteis ao antropólogo.

Antropólogos famosos da história:

- Bronislaw Malinowski (1884-1942) – valorizou o trabalho minucioso e o convívio com povos nativos como forma de obter informações para o trabalho antropológico.

- Franz Boas (1858-1942) – estudou vários povos indígenas dos Estados Unidos.

- Claude Lévi-Strauss (1908-2009) – criador do estruturalismo. Sua obra principal foi “O pensamento selvagem”.

- Edwuard B. Tayler ( 1832-1917) – Criador do evolucionismo social

2. Esquema evolutivo (Seleção natural e evolução)

O conceito que verdadeiramente caracteriza a teoria da evolução de Darwin é o conceito de seleção natural.

No que respeita ao conteúdo da teoria de Darwin, pode estabelecer-se o seguinte raciocinio:

-Os seres vivos, mesmo os da mesma especie, apresentam variações entre si.

- As populações tem tendência para crescer em progressão geometrica.

- O numero de individuos de uma especie geralmente não se altera muito de geração para geração.-

- Em cada geração, uma boa parte de individuos é naturalmente eliminada porque se estabelece entre eles uma „ luta pela sobrevivenvia“, devido á competição pelo alimento, pelo
refugio, pelo espaço e á capacidade de fuga aos predadores.

- Sobrevivem os individuos que estiverem mais bem adaptados, isto é, os que possuirem as caracteristicas que lhes conferem qualquer vantagem em relação aos restantes, que ao
longo do tempo serão eliminados progressivamente. Existe,pois, uma selecção natural, processo que ocorre na natureza e pelo qual só os individuos mais dotados relativamente a
determinadas condiçoes do ambiente sobrevivem- „ Sobrevivencia do mais apto“
- Os individuos mais bem adaptados vivem durante mais tempo, e reproduzem-se mais, transmitindo as suas caracteristicas á descendência – reprodução diferencial. A acumulação
das pequenas variações determinam a longo prazo a transformação e o aparecimento de novas espécies.

- Evolucionismo: Na época histórica de seu aparecimento como ciência, a antropologia sofreu a influência da ideia dominante no mundo científico: o evolucionismo, consagrado
pela publicação de A origem das espécies, de Charles Darwin, em 1859. Por isso, na segunda metade do século XIX, a nascente ciência concebeu os diferentes grupos humanos
como sujeitos em desenvolvimento. Para os antropólogos evolucionistas, todos os grupos humanos teriam que atravessar necessariamente as mesmas etapas de desenvolvimento, e
as diferenças que podem ser observadas entre as sociedades contemporâneas seriam apenas desfasagens temporais, consequência dos ritmos diversos de evolução. Evolucionismo é
uma teoria que defende o processo de evolução das espécies de seres vivos, através de modificações lentas e progressivas consoantes ao ambiente em que habitam.

- Um dos maiores nomes do Evolucionismo foi o naturalista britânico Charles Darwin (1809 – 1882 consagrando-se como o "pai da Teoria da Evolução".

- Saiba mais sobre o significado de Darwinismo. No entanto, antes disso o francês Jean-Baptiste Lamarck já tinha apresentado alguns estudos que se opunham ao tradicional modelo
criacionista, indicando que os seres vivos contemporâneos eram uma evolução de seres mais primitivos.

- Lamarck estava no caminho certo, porém acreditava que os órgãos e funções dos seres vivos que eram mais utilizadas se desenvolviam, enquanto que as menos utilizadas atrofiavam.
Estas modificações, de acordo com a Lei da Herança dos Caracteres Adquiridos, deveriam ser retransmitidas para os descendentes. No entanto, os organismos não são capazes de
controlar o seu próprio desenvolvimento, como seria justificável na teoria de Lamarck.

- Outro factor que favoreceu os estudos de Darwin sobre os de Lamarck foi a falta de comprovação científica apresentada pelo francês, enquanto Darwin passou vários anos viajando
e analisando as diversas espécies para publicar a obra "A Origem das Espécies".

- A doutrina darwinista diz que os ambientes "seleccionam" os organismos mais adequados para habitar determinado lugar, o que Darwin chamou de "Selecção Natural".

- As espécies que demonstrarem mais facilidade em sobreviver a determinados ambientes, se multiplicam, evoluem e seus descendentes serão os dominadores daquela região. Os
organismos que não forem capazes de se adaptar ao meio ambiente em que estão inseridos, serão extintos.

- De acordo com as conclusões de Darwin, sempre existiram variações entre as espécies que proporcionam maior facilidade de sobrevivência em comparação às outras. Estes factores
auxiliam na propagação desses organismos mais adaptados, eliminando os mais fracos.

- O chamado Neodarwinismo é uma evolução dos estudos apresentados por Darwin, com a descoberta de novos ramos e ciências, como a Genética e a Mutação. Essas descobertas
ajudaram a explicar algumas lacunas deixadas nas pesquisas de Darwin.

- Os seres humanos (homo sapiens sapiens), de acordo com o Evolucionismo, teria surgido a partir de um processo de evolução de outras espécies que já foram extintas, como
o homo erectus e o homo habilis. Os humanos não descendem dos macacos, como muitos acreditam, mas sim dos ancestrais que deram origem à raça humana e aos demais
primatas actuais, por exemplo.

A Hominização

PROCESSO DE HOMINIZAÇÃO

Desde as suas remotas origens até aos nossos dias, o homem sofreu um longo e lento processo de evolução física e intelectual, que vulgarmente chamamos de Hominização.

São cinco as etapas desse processo:

1. Australopiteco que surgiu aproximadamente há 4 milhões de anos na África Austral e Oriental.

Era um hominídeo de pequena estatura (1,20m) com fronte baixa e face longa. Dispunha de arcadas supraciliares proeminentes e queixo saliente. Iniciou uma locomoção bípede e a sua
caixa craniana rondava os 450 cm3.

Era nómada que se abrigava em esconderijos e abrigos naturais e alimentava-se sobretudo de raízes, bolbos, grãos, frutos e alguma caça de pequeno porte. Era essencialmente recolector.
Servia-se de pedras e paus para se defender e obter alimentos, sem desenvolver tecnologias de fabrico próprias.

Desta espécie há a referir a descoberta das ossadas da nossa "Avó Ancestral", então denominada de Lucy, em 1978, na Etiópia, conforme se verifica na figura. Dadas as suas características,
com ossos da bacia muito desenvolvidos, pensou tratar-se de um exemplo do sexo feminino.
2. Homo Hábilis surgiu por volta dos 3,3 milhões de anos na África Oriental e apresentava pequena estatura com uma capacidade craniana de 600/800 cm3. Tinha arcadas supraciliares
acentuadas. Sendo nómada, construiu abrigos contra o vento e cabanas ocasionais.
Além de recolector já era caçador e utilizava armadilhas e emboscadas. Vivia em bandos, deslocando-se e caçando animais de pequeno porte, em grupo, e partilhava a caça entre si.

Já fabricava instrumentos - Seixos Quebrados - e utilizava, provavelmente, uma linguagem rudimentar de grunhidos e gestos.

Por fabricar utensílios, manifestava aptidão inteligente que implicava:


- Compreensão relativamente ao fim a que desejava alcançar e os meios que devia utilizar;
- Sabedoria porque fazia operações e gestos precisos.

3. Homo Erectus / Homo Ergaster apareceu inicialmente em África, por volta de 1,6 milhões de anos e emigrou mais tarde para a Europa e a Ásia. Apresentava robustez e era de estatura
elevada e compleição mais robusta. A sua verticalidade era mais acentuada, com uma capacidade craniana de 800/1100 cm3. Era nómada e construia abrigos e cabanas mais complexas que
o Homo Hábilis. Já revelava cooperação social e praticava já a caça grossa.

O povoamento da Ásia e da Europa obrigou necessariamente ao desenvolvimento de novas formas tecnológicas de sobrevivência:

- Vestuário;

-Habitações mais complexas, habitando sobretudo em grutas e cavernas (Troglodita);


- Instrumentos mais aperfeiçoados - os BIFACES;

- Praticava já uma linguagem gestual;

- Uso controlado do fogo, que melhorou o regime alimentar e conservação dos seus alimentos, protecção contra o frio e eventuais predadores. Tais factos permitiram o prolongamento da vida
e, portanto, o aumento da população. O fogo contribuiu para o reforço de laços de convívio e de afecto, contribuindo para a comunicação e os laços de família.

4. Homo Neanderthal.
As suas origens remontam a 300.000 anos aproximadamente, no Paleolítico Médio. Inicialmente surge em África, Europa e Ásia, expandindo-se posteriormente para o continente americano
e para a Oceânia.
A sua compleição física é rude e atarracada, para fazer face ao clima glaciar. Revela uma grande capacidade craniana (1400/1600cm3), arcadas supraciliares salientes e fronte baixa e
fugidia.

É considerado o primeiro hominideo que se dedicava a Grandes Caçadas, já que pratica a caça grossa, com técnicas e emboscadas muito aperfeiçoadas.

Domina a linguagem e revela uma evolução especializada no sentido da adaptação e sobrevivência, ao longo do ano, em climas rigorosos (cabanas aperfeiçoadas e peles para vestuário).
Domina a técnica de lascas através do fabrico de lâminas, raspadores e pontas de seta;

Demonstra uma espiritualidade evidente, pois preocupa-se com o Além, uma vez que pratica rituais funerários, isto é, faz a sepultura dos seus mortos em posição flectida, juntamente com os
seus objectos pessoais e deposição de flores. Praticava o canibalismo e fazia o culto dos crânios.

5. Homo Sapiens-Sapiens (Cro-Magnon)

Entre 50.000 e 10.000 anos, no Paleolítico Superior, durante as últimas glaciações, surge o Homo Sapiens-Sapiens, que se expande por todos os continentes. A sua capacidade craniana oscila
entre os 1450/1700 cm3 e revela uma estatura elevada, com traços físicos sensivelmente iguais ao homem actual. A sua face é plana e de fronte elevada, de crânio arredondado. Por isso, é a
última etapa do processo de Hominização. A sua linguagem é articulada.

O Homo Sapiens-Sapiens (Cro-Magnon) vivia em grutas, cavernas e cabanas itenerantes. Era recolector e predador de grandes presas (bizontes, mamutes) e praticava a pesca. O grupo
organizava-se em Clãs, isto é, grupos unidos por laços de parentesco, cujo chefe era o mais velho e repartiam sexualmente as tarefas entre si.
Desenvolveu técnicas industriais de fabrico muito diversificadas e úteis, de pequeno tamanho (micrólitos). Construiu arpões, lâminas, raspadores, agulhas, buris, lanças, setas, flechas e
propulsores. Para esse fim, utilizou diversos materiais: osso, chifres, dentes, madeira, pedra.
Cobria-se de peles e adornava-se com colares de dentes de marfim, de conchas ou de marfim.
Inventou a Arte Parietal ou Rupestre, sobre as paredes de grutas e cavernas. Desenvolveu a escultura (estatuetas e propulsores) e já conservava os seus alimentos, os quais defumava e
secava.

A evolução: Evolução é o substantivo feminino que indica a acção ou efeito de evoluir. Uma evolução remete para o aperfeiçoamento, crescimento ou desenvolvimento de uma ideia,
sistema, costume ou indivíduo.

Etimologicamente, este termo tem origem no latim evolutio, que significa o desdobramento de alguma coisa (antigamente os pergaminhos).

Dois sentidos que se atribuem ao termo evolução: sentido filogenético e sentido ontogenético

A Filo génese estuda a evolução da espécie, à sua origem e desenvolvimento

O conceito de evolução é o fulcro da teoria que Charles Darwin expôs em a origem das espécies, livro publicado em 1859

Seres vivos sofrem mutações genéticas e podem passá-las a seus descendentes

Cada nova geração tem sua herança genética colocada à prova pelas condições ambientais em que vive.

Ontogénese: O conhecimento é encarado como um processo de modificações e adaptações ao meio; Isto o que ocorre desde o nascimento em todos os seres até a fase final.

A conclusão de Jean Piaget consiste no que o conhecimento é um processo dinâmico; há uma permanente interacção entre o sujeito e objecto.

Dois mecanismos aparecem para alcançar um novo estado de equilíbrio:

A assimilação é o resultado da acção de assimilar. Este verbo pode ser usado em diversos âmbitos, referindo-se a compreender algum dado e integrá-lo aos saberes prévios ou à incorporação
de certos componentes a um todo.

Na biologia, a noção de assimilação diz respeito a um processo do metabolismo que consiste em sintetizar moléculas complexas através de outras moléculas de estrutura mais simples.

A assimilação alimentar, neste sentido, consiste na transformação das proteínas, dos hidratos de carbono e outros componentes dos alimentos em substâncias que possam ser absorvidas pelo
organismo.

A assimilação genética, por outro lado, é o procedimento que se desenvolve a partir da selecção natural e que consiste numa reacção feno típica face a um componente ambiental. Graças a
este processo, o genótipo assimila o factor do ambiente e torna a sua resposta em algo independente do meio envolvente.

É possível falar de assimilação cultural quando uma comunidade ou uma colectividade se integram a um grupo maioritário (dominante) e adquirir as suas mesmas características ou costumes.
Desta forma, a comunidade que se integra à maior acaba por perder ou relegando a sua especificidade.

Cabe destacar que, com sentidos semelhantes, o conceito de assimilação também é usado nos âmbitos da psicologia e da linguística.

Na linguagem diária, por fim, a ideia de assimilação se associa à compreensão ou o entendimento de uma informação. Exemplos: “As crianças estão-se a esforçar muito, mas ainda não
conseguiram a assimilação dos conteúdos mais difíceis do programa”, “Uma vez que assimilares a mensagem, poderás dar-lhe uma resposta adequada às suas necessidades”.

Assimilação é um processo social em virtude do qual indivíduos e grupos diferentes aceitam e adquirem padrões comportamentais, tradição, sentimentos e atitudes da outra parte. È um indício
da integração sociocultural e ocorre principalmente nas populações que reúnem grupos diferentes. Os indivíduos assimilam-se entre si, partilham sua experiência e sua história, e participam
de uma vida cultural comum.

O conceito de acomodação, na psicologia, indica o mecanismo de mudança interior do sujeito. Ele percebe a vida em sociedade por meio do seu arcabouço de conhecimentos. Como estas
estruturas não são inerentes ao ser, e sim constituídas no seu convívio com o ambiente, o desenvolvimento da cognição é equivalente ao da produção das estruturas. a acomodação surge
quando o organismo tenta restabelecer um equilíbrio superior com o meio ambiente, o ser é impelido a se modificar, e se metamorfosear para se ajustar ao meio

O estudo deste processo, conduziu Piaget a descobrir quatro grandes períodos ou estádios que são caracterizados em função das capacidades, de que um indivíduo dispõe para a apreensão
e a organização da realidade.
Assim, pode-se distinguir quatro estágios de desenvolvimento lógico estágio sensório-motor: de 0 a aproximadamente 18 ou 24 meses.Fase inicial do desenvolvimento da vida, este nível é
caracterizado como pré-verbal constituída pela organização reflexiva e pela a inteligência prática. Um processo conhecido como simbolização. O bebê relaciona tudo ao seu próprio corpo
como se fosse o centro do mundo.

Pré-operatório (2-7 anos)

É caracterizado pela explosão linguística e a utilização de símbolos. A criança age sobre o mundo concreto, real e visível.

O pensamento operatório é denominado concreto, a criança somente pensa corretamente se os exemplos ou materiais que ela utiliza para apoiar o pensamento existem mesmo e podem ser
observados. Com o desenvolvimento destas habilidades notamos aparecimento de esquemas conceituais.

Período concreto (7-11 anos) Nas operações concretas, a criança torna-se, então, capaz de realizar operações, ou seja, acções mentais, embora limitadas pelo mundo real. Várias modificações
podem ser observadas nas condutas, por exemplo, o sujeito:

torna-se capaz de cooperar, porque não confunde mais seu próprio ponto de vista com o dos outros, dissociando-os mesmo para coordená-los.

As discussões tornam-se possíveis, porque comportam compreensão a respeito dos pontos de vista do adversário e procura de justificações ou provas para a afirmação própria.

As explicações mútuas entre crianças se desenvolvem no plano do pensamento e não somente no da acção material (PIAGET, 1986, p.43).

Operatório formal (12 anos em diante)

A criança se torna capaz de raciocinar logicamente, mesmo se o conteúdo do seu raciocínio é falso.

Surge a determinação da realidade tendo como base o caráter hipotético-dedutivo

Evolucionismo e Criacionismo

Evolucionismo é a teoria oposta ao Criacionismo, pois não admite a participação de uma entidade ou ser divino na criação das espécies de seres vivos que existem na Terra.

Para o Criacionismo, a vida seria uma obra de uma entidade divina, enquanto para o evolucionismo a multiplicidade de organismos existentes é fruto da modificação lenta e progressiva
de algumas espécies, através de mutações e evoluções saiba mais sobre o significado de Criacionismo.

Evolucionismo social

O Evolucionismo Social, também conhecido por "Darwinismo Social" ou "Racismo Científico", é uma corrente de pensamento antropológico que utiliza os princípios da Teoria da Evolução
das espécies para justificar o desenvolvimento das sociedades.

De acordo com o Evolucionismo Social, os grupos sociais começam num estado animalesco e vão alcançando o desenvolvimento conforme se tornam mais hábeis civilizados.

O Evolucionismo Social, nomeadamente o Darwinismo Social, ajudou a propagar ideias de racismo, como o imperialismo, fascismo e nazismo, gerando uma lastimável guerra entre grupos
sociais e étnicos. Esta teoria acreditava que existiam sociedades humanas superiores a outras, e que estas deveriam "dominar" as inferiores com o objectivo de "civilizá-las" e ajudá-las no seu
"desenvolvimento".

A escola evolucionista mostrou-se consideravelmente carregada de preconceitos etnocêntricos, o que levou seus representantes a considerarem a sociedade europeia como a mais evoluída e
a acreditarem que todas as outras tenderiam a alcançar a mesma perfeição. Se for levado em conta, além disso, que nem sempre se dispunham de conceitos suficientemente diferenciados
sobre sociedade e raça, compreende-se que a intenção de encaixar as sociedades num quadro evolutivo gerasse conclusões precipitadas e erróneas. No entanto, em defesa da escola evolucionista
é preciso lembrar que a antropologia era então uma ciência quase inexistente, cujo desenvolvimento muito se beneficiou dos estudos e esforços dos adeptos dessa escola. Quando tais teses
começaram a ser abandonadas pela maioria dos antropólogos, os métodos e procedimentos da nova ciência já estavam encaminhados e ela começava a dar seus frutos.

Noção da antropologia como ciência; Sociedades;

A Noção da Antropologia como Ciência e Sociedades. A Antropologia como Ciência

A curiosidade de conhecer os outros homens e povos que habitam a face da terra foi o motor propulsor da Antropologia. Estudar não apenas "os outros" (alteridade), mas todos os seres
humanos, passou a ser o desafio da Antropologia.

Entre as muitas ciências que têm por objecto o ser humano, a antropologia, "ciência do homem" (segundo a etimologia é o estuda do ponto de vista das características biológicas e culturais
dos diversos grupos em que se distribui o género humano), pesquisa com especial interesse exactamente as diferenças.

O nascimento da antropologia como ciência ocorreu a partir dos grandes descobrimentos realizados por navegadores e viajantes europeus. A curiosidade de conhecer povos exóticos, de saber
como viviam e pensavam homens de culturas tão distantes da europa, de descobrir que aspecto físico e que costumes tinham, levou à classificação e ao estudo dos dados recolhidos, por
exploradores, comerciantes e missionários chegados àquelas terras longínquas.

Os primeiros antropólogos tinham como característica comum a distância do objecto de seu estudo, o qual consistia sempre em homens pertencentes a culturas distintas da europeia e dela
geograficamente afastadas. Eram os chamados Antropólogos de Gabinete.

Com frequência, os antropólogos do século XIX relacionavam as características biológicas dos povos com suas formas culturais. Mais tarde, estabeleceu-se que os traços biológicos e os
culturais tinham menos ligação entre si do que se acreditara. Isso levou a uma primeira subdivisão das ciências antropológicas em antropologia física e antropologia cultural, esta última
comummente assimilada ao conceito de etnologia.

Desde a segunda metade do século XIX a antropologia cultural começou a ser considerada uma ciência humana, com as limitações próprias dessa categoria científica.

Relações com outras ciências: A arqueologia, necessária para conhecer o passado das sociedades, pode esclarecer em grande escala seu presente. A antropologia é útil à arqueologia, na
medida em que estuda ao vivo sociedades muitas vezes semelhantes a outras já desaparecidas, sobre as quais pode lançar abundante luz.

Também a linguística é de grande importância para a antropologia, não só porque o conhecimento do idioma se faz necessário ao antropólogo nas pesquisas de campo, mas também porque
muitos conceitos elaborados pelos linguistas são fundamentais para a análise de determinados aspectos das sociedades.

A sociologia, por sua vez, pode até certo ponto ser considerada uma "irmã gémea" da antropologia. Em princípio, o que distingue as duas ciências é o objecto de seu interesse: enquanto o
sociólogo se dedica ao estudo das sociedades modernas, o antropólogo comummente pesquisa as sociedades primitivas, embora o estudo das sociedades coloniais e de seu rápido processo de
aculturação e modernização social tenha desenvolvido um campo intermediário no qual fica difícil estabelecer os limites entre o trabalho sociológico e o trabalho antropológico. Nesse terreno
intermediário surgiu a chamada antropologia social.

O desenvolvimento da psicologia permitiu à antropologia cultural utilizar novas bases para o estudo da relação entre o indivíduo e a sociedade em que vive, da formação da personalidade e
de outros aspectos que interessam igualmente às duas ciências.

Ideologia
1_recursa pelo estranho
2 fascinação

As áreas que divide a evolução antropológica? São


três quais?
1 Antropologia biológica
2
3 Biologia

Pag 18
A história proporcionou aos antropólogos muitos dados impossíveis de obter pela observação direta, assim como a antropologia pôs à disposição dos historiadores novos métodos de trabalho,
como os que se aplicam à análise da tradição oral.

Quanto à geografia humana, coincide com a antropologia na importância que atribui aos diferentes usos do espaço por parte do homem, à transformação do habitat natural etc. Ambas as
ciências estão, além disso, relacionadas com a ecologia humana. Não é de estranhar que muitos dos primeiros antropólogos tenham vindo do campo da geografia.

Objetivo

Aprender sobre a importância da antropologia como ciência que buscacompreender o outro e diferente. Entender o processo de formação da antropologia, seu campo de atuação,
divisões internas do saber e primeiras escolas do pensamento. Saber como se pode investigar adiferença a partir do método de pesquisa dos antropólogos: o trabalho decampo e a
observação participante.

Por que estudar a história da antropologia?

Ao longo da história do homem, inúmeros contatos entre povos de culturas distintas ocorreram, seja para o bem ou para o mal. Nem sempre os encontros eram pacíficos e cordiais. Em muitas
situações, havia conflito, luta, morte e sofrimento. Contudo, a despeito de todas as tragédias na história do homem, o encontro entre outros diferentes era uma constante.

O grande antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, no seu texto Raça e História (1975), relata uma história vivida pelos colonizadores e os índios americanos que mostra claramente como
ambos os grupos estavam interessados buscando entender esse outro. No momento da descoberta, a pergunta que os colonizadores e os índios estavam se fazendo era sobre se os outros eram
homens. Os colonizadores buscavam a resposta a partir da existência da alma nos ditos selvagens; isto é, se tem alma então são homens. E os índios buscavam na resposta no corpo, afundando
os corpos dos europeus mortos na água para observar se acontecia o mesmo que com os corpos dos índios; se apodrecer, como eles próprios, podiam concluir que também eram homens. O
que essa anedota nos mostra é que a curiosidade movia, e ainda move, os homens quando se encontram com aqueles que são diferentes. Quando no Século XV as fronteiras do mundo se
ampliaram radicalmente, esses outros começaram a estar mais presentes. O contato que a cultura européia estabelecia com a cultura dos outros, dos índios, fazia necessário que se pensasse
sobre como cada um vivia no mundo. Assim, não faltaram pensadores que se puseram a pensar a diferença entre os homens. Se a Antropologia é a ciência humana e social que busca conhecer
a diferença e alteridade, então estudá-la pode nos fazer compreender que, longe de haver somente uma formação cultural que dê senti10do às ações dos homens, toda e qualquer cultura é
coerente em si mesma quando vista de forma total e a partir de seus próprios pressupostos. Mais ainda, podemos aprender que nossa cultura e sociedade não são as únicas, nem as mais
verdadeiras, originais e autênticas; não obstante, a Antropologia nos ensina que todo e qualquer esquema cultural e ou classificatório é mais um dentro dos inúmeros outros, que também
coabitam o mundo juntamente conosco.

A antropologia pode nos ensinar uma importante lição: nossa sociedade não é superior a qualquer outra, seja ela uma tribo do Sudão, na África, ou uma tribo indígena no Mato Grosso do Sul,
no Brasil.

Vistos a partir dos quadros centrais de qualquer cultura, os homens se julgam sempre mais humanos do que os outros; mais fortes, inteligentes e sinceros do que os outros, quaisquer que
sejam Enfim, a antropologia nos ensina a nos descentrarmos de nós mesmos assim como de nossa própria sociedade e cultura. Isso é um exercício fantástico e que nos abre as portas para
novos universos, novas possibilidades e alternativas de aprendermos com os outros e de nos vermos através dos outros, conhecendo-nos mais profundamente. Afinal, como disse Sahlins
(1979, p.08), “o homem apreende o mundo a partir de esquemas simbólicos que ordenam o mundo, mas que jamais são os únicos possíveis”. Isto quer dizer que outros grupos podem
organizar o mundo de forma diferentes da nossa, e nesse sentido sempre lidamos com diferentes mundo possíveis.

Os muitos começos da disciplina Podemos dizer, então, que sempre existiu uma relação com aqueles outros povos, mas não por isso temos que pensar que essa relaçãoao longo dos tempos
teve os mesmos efeitos. A forma de se relacionar com o outro dependia, em cada época, do conhecimento e dos interesses que cada cultura tinha. Nas páginas anteriores dissemos que sempre
existiu o contato entre os homens. Mesmo antes que a cultura Ocidental se expandisse pelo mundo, as próprias culturas tradicionais estabeleciam contatos entre elas. Então, não é meramente
o contato que produz antropologia, não é a relação com o outro, com a alteridade que gerou o conhecimento antropológico. Para que se começasse a falar em antropologia, foi necessário que
se produzisse uma serie de mudanças que levaram ao desenvolvimento de uma disciplina científica. Num primeiro momento, que poderíamos chamar de Pré-história da antropologia, nos
Séculos XV e XVI, as notícias sobre os povos distantes eram produzidas por viajantes ou missionários. Nesse momento, delinearam-se duas ideologias concorrentes, a primeira se manifestava
por uma recusa pelo estranho e a segunda, por uma fascinação. A primeira posição se fundamentava na idéia de que os povos primitivos eram selvagens dominados pela natureza, pelo clima,
que não tinham história, nem hábitos culturais. Eram povos definidos pela falta. Ou seja, eles não tinham tudo o que nós tínhamos. Os defensores da segunda posição sublinhavam como esses
povos tinham conseguido desenvolver sistemas políticos e econômicos que eram melhores que os nossos; assim como tinham alcançado um grau de harmonia com a natureza que nós não
tínhamos. Alguns desses pensadores do Século XVI chegaram a se perguntar se os bárbaros não éramos nós; como diz Françoise Laplantine (2000), eles defendiam e valorizavam a
“ingenuidade original” do estado de natureza. Podemos perceber como por trás dessas duas posições há uma visão sobre o Ocidente; porque aqueles que tinham uma visão negativa, de recusa
do estranho, tinham uma visão positiva sobre nós, sobre o nosso modo de vida. Pelo contrário, aqueles que viam as virtudes dos povos tradicionais tinham uma visão negativa do Ocidente.
No Século XVIII, a segunda posição derivou na idéia do bom selvagem; os povos tradicionais representavam os povos da natureza; que viviam livres e felizes gozando da vida. Essa ideologia
rousseauniana pode ser encontrada ainda hoje em filmes. Pensem por exemplo no épico Dança com lobos no qual se apresenta uma visão romântica dos povos tradicionais. No filme, é a
cultura Ocidental que chega destruindo um modo de vida que estava em harmonia com a natureza. Foi no Século XVIII que essas viagens de exploradores para conhecer o mundo adquiriram
o caráter de pesquisas científicas, mas, como ressalta Paul Mercier (1990): “as explorações desse Século e do Século XIX, ainda não serão feitas por especialistas”. Somente na segunda
metade do Século XIX é que o estudo do homem vai virar o que hoje se conhece como antropologia; somente nesse momento tomará a forma de uma disciplina científica. Para isso foi
necessário que se produzissem algumas mudanças na forma de coletar os dados.

Para que uma disciplina seja considerada científica tem que ter um objeto, um método e um paradigma, isto é, uma idéia chave que guie as observações.

Vimos anteriormente que antes do Século XIX já existia a preocupação com a alteridade e com as formas culturais diferentes das encontradas na Europa. A isso damos o nome de estudo do
outro. Esse será o objeto da antropologia. Nesse momento, aquelas sociedades, que no Século XVIII se conheciam como sociedades da natureza, começaram a ser chamadas de sociedades
ou culturas primitivas. E esse vai ser o objeto empírico da antropologia. Também havia um método. Ele consistia em estudar os relatos das viagens nas quais se descreviam esses diferentes
modos de vida. No final do Século XIX, com a incipiente profissionalização da disciplina, se percebeu que era necessária alguma forma de controlar esses relatos; uma dessas formas foi que
os próprios antropólogos começam sem observações. Com isso, começou a se definir o método da antropologia, conhecido como trabalho de campo (ampliaremos essa idéia nas páginas a
seguir). Só estava faltando uma idéia norteadora para os

observadores; essa idéia vai estar madura na segunda metade do Século XIX e foi o conceito de evolução*.

Com ele a antropologia encontrou uma forma de interpretar a diversidade cultural e, desse modo, estabelecer uma ordem nas culturas diferentes do mundo.

*Evoluçao: processo de desenvolvimento natural, biológico e espiritual no qual toda a natureza, com seus seres vivos ou inanimados, se aperfeiçoa realizando novas capacidades, manifestações
e potencialidades. De um ponto de vista meramente biológico, a evolução pode ser definida como descendência com variações. Para completar o contexto histórico-cultural em que se originou
a disciplina antropológica temos que lembrar que, na segunda metade do Século XIX, se cristalizou uma nova situação geopolítica no mundo, que é a conquista colonial. Em 1885 se assina
o Tratado de Berlin, no qual as nações européias dividem o continente africano e o resto domundo entre si. Lembre-se, caro aluno, que a 1a Grande Guerra Mundialestará ligada aos interesses
dos Estados imperialistas.

O que é a antropologia?
Na definição mais geral de antropologia, talvez a clássica, é entendida como o estudo do homem. Mas podemos nos perguntar: qual é a especificidade da antropologia? Dado que a psicologia,
a medicina, e todas as ciências humanas têm como objetivo o estudo do homem, de algum ponto de vista especifico, qual é o objeto da antropologia?nNa sessão anterior, prezado aluno,
dissemos que o objeto da antropologia era o estudo do outro, das culturas chamadas na época de primitivas. Mas o interesse não está meramente em entender como elas percebem o mundo,
qual é a visão do mundo dessas culturas.

A antropologia sempre busca um retorno reflexivo; se buscarmos entender como elas percebem o mundo é porque acreditamos que podemos aprender alguma coisa de nós mesmos com
elas. Perceba que é a relação, acima de tudo, entre nós e elas, que está em jogo na antropologia. A percepção que temos de nós mesmos é mudada quando nos percebemos em relação aos
outros; quando ao observar que os outros podem fazer as mesmas coisas, mas de forma diferente, nos indagamos sobre as nossas próprias maneiras. Por exemplo, pensem em que há de
“natural” em comer com garfo e faca? Ou em dormir em camas? Ou ainda em escovar os dentes após as refeições? Isso é mais natural que comer com as mãos ou do que dormir em redes ou
de não escovar os dentes? É “natural” para nós, mas é para os membros de uma outra cultura, os Bororo do parque do Xingu, por exemplo? Um outro exemplo: há um costume em diversas
culturas indígenas chamado de couvade. Ele consiste em que no momento em que uma mulher fica grávida, o pai da criança tem que cumprir os mesmos tabus rituais que a mulher, ficar em
casa deitado, repousando, por exemplo. É uma forma de expressar para a sociedade que ele é o pai. Já pensaram as conseqüências de tal costume na nossa sociedade? Essa não seria uma
forma “natural” de viver uma gravidez para nós. Assim, podemos começar a pensar numa definição de antropologia como o estudo do outro em relação a nós. Essa relação nos permite
pensar em uma das dimensões fundamentais da antropologia que é a dimensão comparativa. Sempre estamos comparando as culturas, não para dizer que uma é melhor que a outra, mas para
poder perceber a diferença. É na relação de contraste, de comparação, que percebemos a alteridade. Assim poderíamos dizer que a antropologia busca produzir um conhecimento sobre nós,
mas através do desvio pelo outro. Observe o quadro abaixo com atenção. O que estuda a antropologia são diferenças e essas diferenças só são acessíveis através da relação. É como se alguém
perguntasse para vocês alunos: onde estão as diferenças entre as duas figuras abaixo?:

As diferenças não estão nem em uma nem em outra imagem, mas estão na relação que estabelecemos entre elas. No caso da antropologiaé a mesma coisa. Para poder entender a diferença,
para poder estudar a alteridade precisamos da comparação, precisamos das relações. Podemos, agora, nos perguntar: quais são os elementos que a antropologia relaciona? Encontramos quatro
níveis de relações: entre os indivíduos, entre as culturas, do homem com a sua cultura e das culturas com o meio ambiente

Já temos vários elementos da definição que são importantes. Preste atenção:

Entretanto, para completar nossa definição precisamos de mais um elemento importante. O homem tem uma característica diferencial em relação a todos os outros animais: ele é ao mesmo
tempo um ser biológico e um ser cultural/simbólico. Por um lado pertencemos a natureza, somos animais mas, por outro, demos um passo fundamental que nos separou para sempre da
natureza: inventamos a cultura.

Depois desse movimento essencial de separação da natureza, passamos a ter uma diferença radical com o resto dos animais: a cultura.

O que diferencia a perspectiva antropológica sobre o homem das outras ciências humanas, em primeiro lugar, é que a antropologia busca uma explicação totalizadora do homem, que leve
em conta a dimensão biológica, psicológica e cultural; em segundo lugar, a perspectivaantropológica possui uma dimensão temporal muito mais abrangente, abarcando tanto o momento atual
quanto o passado da humanidade. Assim, já temos todos os elementos para definir a antropologia. Prezado aluno, observe com cuidado o quadro abaixo:

Antropologia: o estudo do homem buscando um enfoque totalizador que integre os aspectos culturais e biológicos, no presente e no passado, focalizando as relações entre o homem e o meio,
entre o homem e a cultura e entre o homem com o homem.

Áreas da antropologia

Como é impossível para um antropólogo ter hoje conhecimento de toda a produção que existe na antropologia? O efeito totalizador que busca o saber antropológico se alcançaria ao relacionar
o conhecimento produzido. Ainda, como no processo de estruturação da antropologia se desenvolveram problemas e técnicas de pesquisas diferenciais é necessário que sejam determinadas
diferentes áreas de produção do conhecimento. Assim, podemos reconhecer três grandes áreas em que se divide a produção antropológica: Antropologia Biológica, Antropologia Social e
Cultural e Arqueologia. Tempo

Presente Passado Biologia Adaptações genéticas e extragenéticas Evolução humana Cultura Antropologia social e cultural Arqueologia

Assim temos duas divisões centrais, uma temporal, presente e passado, e outra fundamentada nas duas dimensões constitutivas do homem, a natureza e a cultura.

A antropologia biológica consiste no estudo das variações dos caracteres biológicos do homem no espaço e no tempo. Sua problemática é a das relações entre o patrimônio genético e o meio
geográfico, ecológico, social; divide-se entre uma preocupação com o passado, que é o objeto do estudo da evolução humana, através do registro de fósseis e métodos de análise das variações
genéticas entre as populações; esta dimensão da pesquisa da antropológica abrange o processo de modificação genética das populações. Na dimensão do presente, a antropologia biológica
estuda os processos de adaptação extra-genética, analisa as particularidades morfológicas e fisiológicas ligadas ao meio ambiente, bem como a evolução destas particularidades. Ela levará
em conta os fatores culturais que influenciam o crescimento e a maturação do indivíduo inserido em um determinado contexto.

1. A Escola Inglesa de Antropologia Social

Enquanto nos EUA, no começo do Século, o culturalismo boasiano florescia, na Inglaterra, a antropologia estava começando a se distanciar das idéias evolucionistas da geração anterior.
Nesse movimento,

ganhavam importância duas figuras que iriam balizar a escola inglesa de antropologia social durante a primeira metade do Século XX: estamos nos referindo a Alfred R. Radcliffe-Brown
(1881-1955)

e Bronislav Malinowski (1884-1942). Embora Radcliffe-Brown tenha começado a produzir alguns anos antes, os dois autores coincidiam em várias idéias chaves, o que levou a que sejam
agrupados numa mesma escola que passou a ser conhecida na história da antropologia como Escola Funcionalista. Este rótulo permaneceu em que pese à oposição de Radcliffe-Brown, como
fica claro no texto de 1940, Sobre a estrutura social, no qual afirma que a escola funcionalista não existe e que foi um invento de Malinowski. Em parte essa confusão pode ter começado pelo
fato dos dois usarem o conceito de função para entender a realidade dos grupos sociais, por defenderem uma perspectiva não historicista, que se manifestava numa ênfase não nas reconstruções
históricas, mas na busca do funcionamento da sociedade a partir das relações entre suas partes ou de suas instituições sociais. Apesar das coincidências, as diferenças são importantes,
inclusive na forma como cada um entendia o conceito

de função. Também podemos estabelecer uma distinção no que diz respeito às contribuições dos dois autores. Assim, encontramos em Radcliffe-Brown uma preocupação na elaboração dos
conceitos muito mais apurada, enquanto Malinowski se manifesta como um excelente de campo.

Não obstante os dois tenham sido referentes importantes para a antropologia inglesa, sua influência se manifestou em diferentes momentos em virtude das trajetórias de cada um. Assim, a
figura de Radcliffe-Brown vai ganhar maior importância após 1940, quando passa a estar definitivamente radicado na Inglaterra, acontecimentoque coincide com a saída de Malinowski para
morar nos EUA, onde morre em 1942. Radcliffe-Brown (1973, p. 233) entendia a antropologia como a ciência comparada das sociedades humanas e deveria usar como método aquele
empregado pelas ciências físicas e naturais. Considerava a antropologia como uma sociologia comparada. Nessa perspectiva seu primeiro trabalho sobre os nativos das Ilhas Andaman é da
primeira década do Século XX, no qual se percebe uma perspectiva mais historicista; mas poucos anos depois, ao entrar em contato com a sociologia de Durkheim, muda completamente sua
perspectiva, que passa a ter um enfoque sociológico. Para Radcliffe-Brown os fatos sociais se explicam em relação a outros fatos sociais. Assim o objetivo final dessa sociologia comparada
era estabelecer generalizações que permitam constituir leis gerais.

Sua antropologia se baseava na relação de dois conceitos fundamentais: o de função* e o de estrutura*. Assim, a função de cada atividade é fundamental para a manutenção da vida social.
O objetivo é manter esse todo funcional que é a sociedade.
É interessante lembrar que a estrutura social corresponde à ordem da realidade tanto quanto aos indivíduos; isto quer dizer que para Radcliffe-Brown essa estrutura social não corresponderia
aos modelos construídos pelo pesquisador, como, posteriormente veremos, será interpretada por Lévi-Strauss. O interesse da sua antropologia vai recair sobre a integração das partes, porque
é dessa integração que vai depender a estabilidade da sociedade. E essa integração só é possível se cada parte cumpre com a sua função. Assim, podemos dizer que é uma antropologia mais
centrada na estabilidade e na perpetuação das estruturas do que na mudança delas, embora no texto sobre a estrutura social o autor explicite

GLOSSÁRIO

*Função – a função de qualquer atividade se define como a contribuição que esta atividade faz para a manutenção da continuidade estrutural.

*Estrutura social– é a serie de relações existentes num momento dado e que ligam os seres humanos. Em outras palavras, é a rede de relações sociais. que a forma estrutural de uma sociedade
pode mudar, como por exemplo nas revoluções.

Esse estudo da sociedade exigirá um enfoque que integre a dimensão morfológica (estudo dos tipos das estruturas sociais), a fisiológica (estudo de como funcionam) e a dinâmica da sociedade
(o desenvolvimento de novos tipos). Neste tríplice enfoque podemos perceber a influência de Durkheim e da sociologia francesa. Bronislaw Malinowski foi um antropólogo polonês que, após
estudar psicologia com Wundt na Alemanha, em 1910 ingressa na Escola de Economia de Londres para estudar antropologia, começando dessa forma uma revolução nos métodos de trabalho
antropológicos.

Em 1914, com o começo da primeira guerra mundial, Malinowski vai para Nova Guiné a fim de realizar seu trabalho de campo, que vai render várias monografias clássicas, entre as quais se
destaca Os Argonautas do Pacífico Ocidental (1978). Nesta monografia, Malinowski, fez uma primorosa descrição da vida nativa, centrandose numa instituição fundamental para a cultura
das ilhas Trobiand que se chamava Kula. O Kula era um tipo especial de comércio no qual circulavam duas diferentes mercadorias, braceletes e colares, os primeiros no sentido anti-horário
e os segundos no sentido horário. O importante não era a possessão definitiva do bem, mas sua circulação; neste sentido o que permitia o Kula era o estabelecimento de relações sociais.
Secundariamente a esse comércio ritual, eram comercializadas diferentes mercancias de menor importância. De acordo com a sua visão da cultura como um todo integrado e coerente, de
modo que não poderíamos estudar uma característica isolada (por exemplo a economia), as descrições de Malinowski perpasam as diferentes atividades secundárias que estão associadas ao
comercio do Kula. Assim, ao analisar uma expedição do Kula é necessário fazer uma análise dos mitos, do cultivo dos campos, da magia da construção das canoas, da organização social, das
cerimônias, etc. Deste modo, a partir de uma instituição podemos evocar a cultura como um todo.

O livro Argonautas se transformou num clássico da antropologia não só por essa primorosa descrição da vida nativa nas Ilhas Trobiand, mas porque na sua introdução Malinowski propunha
uma revolução metodológica. Quase como um manifesto, ele propôs o que chamou de moderno método de campo da antropologia. Este se baseava na idéia de que a única forma de
conhecer em profundidade a vida cultural e social dos outros é participando ativamente dela através da experiência; daí o nome de observação participante. Dada a importância e a
complexidade desta revolução para a antropologia consideramos necessário desenvolver essas idéias no capítulo final. Agora nos deteremos nas idéias teóricas do Malinowski. Seu enfoque,
igual ao de Radcliffe-Brown, era anti-histórico – ele acreditava que poderia explicar uma sociedade a partir do conjunto de suas relações sociais naquele momento – e sua preocupação era
entender como funcionavam as culturas. Ele entendia que as culturas eram todas funcionais e que somente era possível entender esse funcionamento realizando um trabalho de observação
participante no momento presente. Assim, ele rejeitava toda possibilidade de reconstrução histórica e toda geografia especulativa em p rol da descrição do funcionamento no momento em
que se faz a observação.

Nessa visão da cultura como todos funcionais, cada costume possuía um significado vivo e coerente para os membros da sociedade. Num movimento de afastamento das tendências da
antropologia social inglesa, ele propõe uma teoria funcional da cultura ou uma “teoria funcional das necessidades”. Esta se fundamentava na relação de três idéias chaves: instituição, função
e necessidades. Para ele a cultura seria “o conjunto integral de instituições em parte autônomas, em parte coordenadas” (MALINOWSKI, 1975, p. 46). As instituições seriam os elementos
concretos da cultura, as unidades básicas que formam c ada cultura; cada instituição teria uma função, que é satisfazer as necessidades fundamentais do homem.

Assim, a cultura seria a resposta funcional a essas necessidades. Finalmente, uma necessidade seria um conjunto limitativo de fatos. Malinowski diferenciava dois tipos de necessidades: as
necessidades básicas e as necessidades derivadas. As primeiras seriam aqueles que correspondem às necessidades de sobrevivência dos homens:nutritivas, reprodutivas, higiênicas,
segurança, etc. Esse novo padrão de vida que se cria com a cultura leva aos homens a produzirem as necessidades derivadas, que serão divididas em duas categorias:as instrumentais e as
integrativas. As primeiras criam as instituiçõesrelacionadas à produção de bens (economia), ao preparo dos homens para conhecer o meio ambiente (educação), a necessidade de autoridade
cria a organização política, e assim por diante até explicar todas as instituições da uma cultura. A segunda categoria dessas necessidades derivadas integrativas tem como função produzir a
integração da cultura e criaria o mundo do conhecimento, da magia e da religião.

Esta teoria das necessidades de Malinowski foi muito criticada pelas características tautológicas e biologizantes que encerra. Para expressá-lo nas palavras de Cuche: Através desta teoria das
necessidades coloca à Antropologia em um impasse, Malinowski sai da reflexão sobre a cultura propriamente dita para voltar ao estudo da natureza humana cujas necessidades ele tenta
determinar (...). Sua concepção “biologista” da cultura o leva a prestar atenção unicamente aos fatos que reforçam sua idéia de estabilidade harmoniosa de todas as culturas (CUCHE 1999,
p.73). As críticas que possam ser feitas os conceitos que Malinowskisustentou, não podem nos fazer esquecer que sua grande contribuição à antropologia mundial teve um caráter
eminentemente metodológico. Embora não concordemos com a idéia de que ele seja o “pai” do trabalho de campo, parece claro que, quando escreveu a introdução da sua obra mais importante,
Os argonautas do Pacífico Ocidental, tinhaperfeita consciência de que estava produzindo uma revolução metodológica, que vai ser o tema da última Unidade.

Obs: continuação livro de Introdução antropologia/ abordar sobre o objecto da antropologia.

3. Sociedades
Sociedade é um conjunto de seres que convivem de forma organizada. A palavra vem, do latim societas, que significa “associação amistosa com os outros.” As sociedades humanas são
objecto de estudo da Sociologia e Antropologia, enquanto as sociedades animais são estudadas pela sociobiologia e pela etologia.

Tipos de sociedade

Os traços culturais estão intimamente relacionados com os padrões gerais de desenvolvimento da socie-dade. O nível de cultura material que determinada sociedade atinge influencia, mas de
maneira nenhu-ma determina completamente, outros aspectos de desenvolvimento cultural. Tal pode ser facilmente verificável, por exemplo, no que diz respeito ao nível de tecnologia: muitas
das características culturais da vida moderna - carros, telefones, computadores, água corrente, luz eléctrica - dependem de inovações tecnológicas que surgiram muito recentemente em termos
de história humana. Algo de parecido se pode aplicar às fases anteriores de desenvolvimento social. Antes da invenção da fundição do metal, por exem-plo, os bens eram forçosamente feitos
de materiais que existiam na natureza, como a madeira ou a pedra - uma limitação básica no tipo de bens que podiam ser produzidos. O desenvolvimento da escrita é outro dos factores que
mais influenciaram a configuração das sociedades humanas. Durante a maior parte da história humana desconheceu-se a escrita, no entanto; a sua emergência tomou possível formas de organi-
zação social diferentes daquelas que existiam ante-riormente.

Passamos agora a analisar os principais tipos de sociedade que existiram no passado e que ainda se podem encontrar hoje em dia no mundo. Nos dias de hoje, estamos habituados a sociedades
com muitos milhões de pessoas, muitas delas vivendo aglomera-das em áreas urbanas. Mas durante a maior parte da história do homem, o mundo teve sempre uma densi-dade populacional
muito menor do que hoje, e só na última centena de anos, mais ou menos, apareceram sociedades em que a maioria da população era cons-tituída por habitantes urbanos. Tem de se recorrer
à dimensão histórica da imaginação sociológica para se entenderem as formas sociais anteriores à industriali-zação moderna.

O mundo em extinção: as sociedades pré-modernas e o seu destino

Caçadores recolectores
Durante a maior parte da nossa existência na Terra, os seres humanos viveram em sociedades de caçadores recolectores, que retiravam o seu sustento da caça, pesca e recolecção de plantas
silvestres comestíveis. Este tipo de culturas continua a existir em algumas partes do mundo, como em certas terras áridas afri-canas e nas florestas do Brasil e da Nova Guiné. A maioria das
sociedades de caçadores recolectores, contudo, foi destruída ou assimilada pela expansão

da civilização ocidental, e não é de todo provável que as que ainda persistem se mantenham intactas por muito mais tempo. Actualmente, o número de pes-soas no mundo que retira o seu
sustento através da caça e recolecção é inferior a um quarto de milhão -apenas 0.001 % da população mundial.
Em comparação com sociedades maiores - espe-cialmente sociedades modernas, como a Grã-Breta-nha ou os Estados Unidos da América encontramos poucas desigualdades no seio da
maioria dos grupos de caçadores recolectores, que pouco interesse têm em incrementar a riqueza material para além do necessário para as suas necessidades básicas. As suas principais
preocupações, por norma, prendem-se com valores religiosos, actividades rituais e cerimoniais. Os bens materiais de que necessitam limitam-se a armas para caçar, ferramentas para cavar e
construir, armadilhas, e utensílios para cozinhar. Há, assim, no que diz respeito ao número ou quantidade de posses materiais, poucas diferenças entre os membros deste tipo de sociedade -
não há divisões entre ricos e pobres. As diferenças de posição e hierarquia tendem a estar limitadas à idade e ao sexo; os homens são quase sempre os caçadores, enquanto as mulheres colhem
os frutos silvestres, cozinham e tomam conta das crianças. No entanto, a divisão de trabalho entre homens e mulheres é muito importante: os homens tendem a dominar as posições públicas
e cerimoniais.
Os caçadores recolectores não são simplesmente povos «primitivos» cujos modos de vida já não nos interessam. Estudar as suas culturas permite-nos ver com mais clareza que algumas das
nossas instituições estão longe de ser fenómenos «naturais» da vida humana. Não devemos, por certo, idealizar as cir-cunstâncias em que os caçadores recolectores vive-ram, mas, de qualquer
forma, a ausência de guerra e de desigualdades significativas de riqueza e poder, e uma maior ênfase na cooperação do que na competi-ção, impedem que esqueçamos que o mundo criado
pela civilização industrial moderna não pode ser necessariamente identificado com «progresso».

Sociedades pastoris e agrárias

Há cerca de vinte mil anos, alguns grupos de caçado-res recolectores passaram a fomentar a criação de animais domésticos e o cultivo de pequenas porções de determinados terrenos como
forma de subsistência

As sociedades pastoris vivem sobretudo dos seus rebanhos, enquanto as sociedades agrárias cultivam plantas (praticam agricultura). Muitas socieda-des tiveram uma economia mista:
pastorícia e agri-cultura.
Os membros das sociedades pastoris criam vacas, ovelhas, cabras, camelos ou cavalos, dependendo do meio ambiente onde vivem. Há ainda muitas socie-dades pastoris no mundo
ocidental, concentradas especialmente em certas áreas de África, do Médio Oriente e da Ásia Central. Estas sociedades encon-tram-se normalmente em regiões com densos pastos, desertos,
ou montanhas. Estas regiões não são ade-quadas a uma agricultura fértil, mas mantêm bem várias espécies de gado. As sociedades pastoris migram habitualmente entre diferentes áreas, de
acordo com as mudanças de estação. Dados os seus hábitos nómadas, os membros das sociedades pasto-ris geralmente não acumulam muitos bens materiais, embora o seu modo de vida
seja, em termos mate-riais, mais complexo do que o dos povos de caçado-res recolectores.
A dada altura, os grupos de caçadores recolectores começaram a semear as suas colheitas, em vez de se limitarem a recolher plantas silvestres. Esta prática deu origem ao que é geralmente
designado por «hor-ticultura», o cultivo de pequenas hortas com recurso a simples enxadas ou instrumentos de cavar. Tal como a pastorícia, a horticultura forneceu uma provi-são de comida
mais certa do que era possível nas sociedades de caçadores recolectores, pelo que podia sustentar comunidades de maior dimensão. Uma vez que já não andavam de um lado para o outro, as
pes-soas que viviam da horticultura podiam amealhar uma quantidade maior de bens materiais do que as que viviam em sociedades de caça e recolecção ou em comunidades pastoris.
Civilizações não-industriais ou estados tradicionais

Mais ou menos a partir do ano 6000 A.C. encontra-mos provas da existência de sociedades com uma dimensão maior do que as que existiam até então, muito diferentes, em determinados
aspectos, de for-mas mais antigas de sociedade (ver figura 2.2). Estas sociedades baseavam-se no desenvolvimento de cidades, apresentando desigualdades muito acentua-das em termos de
riqueza e poder, e estavam associadas à governação de reis e imperadores. Na medida em que usavam a escrita e tinham uma ciência e for-mas de arte evoluídas, sâo frequentemente designa-
das como civilizações.
As primeiras civilizações desenvolveram-se no Médio Oriente, normalmente em áreas ribeirinhas e férteis. O Império chinês teve as suas origens há cerca de 4000 anos, altura em que
também foram fundados outros estados poderosos na região que corresponde à índia e ao Paquistão dos nossos dias. Um certo número de grandes civilizações existiu no México e na América
Latina - como os Aztecas do México, os Maias da península do Jucatan e os Incas do Peru.
A maioria das civilizações tradicionais eram tam-bém impérios, tendo atingido a dimensão que atingiram através de conquistas e da anexação de outros povos (Kautsky: 1982). Isto ap!ica-
se,por exemplo, a Roma e à China tradicional. No seu apogeu, por volta do século I D.C., as fronteiras do Império Romano iam das Ilhas Britânicas, no noroeste da Europa, até para lá do
Médio Oriente. O Império Chinês, que durou mais de dois mil anos, até ao início do século XX, estendia-se pela maior parte da imensa região do Leste da Ásia hoje ocupada pela China
moderna.

6.1 Tipos de sociedades humanas pré-modernas


Tipo Período de
Existência

Características
Sociedades de caça e recolecção. Sociedades agrárias. 50.000 A.C. até ao presente (à beira do desaparecimento tota12.000 A.C. até ao presente. A maioria faz hoje parte de instituições
políticas maiores e tem as suas identidades próprias em perigo. Consistem em pequenos grupos de pessoas que vivem da caça, pesca e recolecção de plantas comestíveis. Poucas
desigualdades. Diferenças de estatuto limitadas à idade e sexo. Baseadas em pequenas comunidades rurais, sem vilas ou cidades. A subsistência é garantida pela agricultura, muitas vezes
com contribuições da caça e recolecção. Maiores desigualdades do que entre os caça-dores recolectores. Sociedades pastoris. Civilizações nâo-industriais. 12.000 A.C. até ao presente. Hoje,
a maioria faz parte de estados maiores; o seu modo de vida tradicional está a ser, pouco a pouco, destruído. 6.000 A.C. até ao século XIX. Todas as civilizações desapareceram. Governadas
por chefes. Dependem da criação de animais domésticos para a sua subsistência material. O tamanho da sua população pode ir de pou-cas centenas até muitos milhares de pes-soas.
Marcadas por vincadas desigualdades. Governadas por chefes ou reis guerreiros. Baseadas sobretudo na agricultura. Existência de algumas cidades, onde se con-centra o comércio e a
manufactura. De tamanho muito grande, algumas com milhões de pessoas (embora pequenas, quando comparadas com sociedades indus-trializadas muito maiores).
Aparelho próprio de governação chefiado por um rei ou imperador. Existem importantes desigualdades entre as diferentes classes sociais. O mundo moderno: as sociedades industriais

O que terá levado à destruição das formas de socie-dade que dominaram o mundo inteiro até há dois séculos atrás? Numa só palavra, a resposta é a indus-trialização - A industrialização
pode ser definida como o aparecimento da produção mecanizada, baseada no uso de recursos energéticos inanimados (como o vapor ou a electricidade). As sociedades industriais (por vezes
chamadas sim-plesmente «sociedades modernas» ou «desenvolvidas») são absolutamente diferentes, sob muitos pontos de vista, de qualquer outro tipo de ordem social anterior e o seu
desenvolvimento teve consequências que se estenderam muito para além das suas origens europeias.
Mesmo nas formas de civilização tradicional mais avançadas, a maioria das pessoas estava ligada ao trabalho agrícola. O nível relativamente rudimentar de desenvolvimento tecnológico só
permitia que uma pequena minoria da população estivesse liberta das obrigações da produção agrícola. Ao contrário, uma característica principal das sociedades industriais actuais é a grande
maioria da população activa trabalhar em fábricas, escritórios ou lojas, e não na agricultura (ver Quadro 2.2). Mais de 90% da população vive em cidades, onde se encontram a maior parte
dos postos de trabalho e novas oportunidades de emprego são criadas. A dimensão das principais cidades é muito maior do que a dos centros urbanos das civilizações tradicionais. Nas cidades,
a vida social torna-se mais impessoal e anónima do que anterior-mente, sendo que muitos dos nossos encontros diá-rios e casuais são com estranhos e desconhecidos, e não com pessoas
nossas conhecidas. Organizações em grande escala, como empresas ou organismos governamentais, acabam por influenciar a vida de praticamente toda a gente.
Uma outra característica das sociedades modernas diz respeito aos seus sistemas políticos, muito mais desenvolvidos e intensivos do que as formas de govemo dos estados tradicionais. Nas
civilizações tradicionais, as autoridades políticas (monarcas e imperadores) tinham muito pouca influência directa nos hábitos e costumes da maioria dos seus súbditos, que viviam em aldeias
razoavelmente autosuficien-tes. Com a industrialização, o transporte e as comunicações tornaram-se muito mais rápidos, criando uma comunidade «nacional» mais integrada.
As sociedades industriais foram os primeiros estados-nação, comunidades políticas divididas e delimi-tadas entre si por meio de fronteiras claras, em vez das vagas áreas de fronteira que
separavam habitualmente os estados tradicionais. Nos estados-nação, os governos têm amplos poderes sobre muitos aspectos da vida dos cidadãos, promulgando leis que se aplicam a todos
os que vivam no interior das suas fronteiras. A Grã-Bretanha é um estado-nação, como o são praticamente todas as outras sociedades no mundo de hoje.
A tecnologia industrial não foi, de forma alguma, aplicada somente em processos pacíficos de desen-volvimento económico. Desde a fase mais inicial da industrialização, os processos
de produção modernos foram colocados ao serviço dos militares, o que veio alterar radicalmente as formas de guerra, criando armamento e formas de organização militar muito mais avançados
do que os das culturas não industria-lizadas. Um poder económico superior, a coesão politica e a força militar estão na origem da expansão, aparentemente irreversível, dos modos de vida
oci-dentais por todo o mundo nos últimos dois séculos.

Desenvolvimento global

Entre o século XVII e o princípio do século XX, os países ocidentais estabeleceram colónias em numero-sas áreas anteriormente ocupadas por sociedades tradicionais, fazendo uso, quando
necessário, da sua superioridade militar. Embora praticamente todas essas colónias tenham hoje alcançado a sua independência, o processo do colonialismo foi central para a definição do
mapa social do globo como hoje o conhecemos. Em algumas regiões, como a América do Norte, a Austrália e a Nova Zelândia, habitadas somente por pequenas comunidades de caça e reco-
lecção, os europeus tornaram-se a maioria da população. Noutras regiões, como na maior parte da Ásia, África e América do Sul, as populações locais mantiveram-se em maioria.

As sociedades do primeiro destes tipos, tal como os Estado Unidos da América, tornaram-se industrializadas. As sociedades do segundo tipo têm um nível de desenvolvimento industrial
muito mais reduzido, e são frequentemente apelidadas como sociedades em vias de desenvolvimento. Estas sociedades incluem a China, a índia e a maioria dos países africanos (como a
Nigéria, o Gana e a Argélia) e países da América do Sul (como, por exemplo, o Brasil, o Peru e a Vene-zuela). Em virtude de muitas destas sociedades esta-rem situadas a sul dos Estados
Unidos e da Europa, são por vezes colectivamente referidas como o S«/, em oposição ao Norte, mais industrializado e rico.

O Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo

Se calhar já ouviu falar destes países em vias de desenvolvimento como sendo parte do Terceiro Mundo. Este termo foi entendido, originalmente, como parte de um contraste estabelecido
entre os três principais tipos de sociedade dos princípios do século XX (ver Figura 2.3). Os países do Primeiro Mundo eram (e são) os estados industrializados da Europa, os Estados Unidos
da América, a Australá-sia (Austrália, Nova Zelândia, Tasmânia e Melané-sia) e o Japão. Quase todas as sociedades do Primeiro Mundo têm sistemas políticos multipartidários e
parlamentares. O Segundo Mundo dizia respeito às antigas sociedades comunistas, à União Soviética (URSS) e à Europa de Leste, que incluíam a Che-coslováquia, a Polónia, a Alemanha
de Leste e a Hungria. As sociedades do Segundo Mundo tinham economias de planificação centralizada que apenas concediam um pequeno papel à propriedade privada ou à actividade
empresarial competitiva. Eram igual-mente estados de partido único: o Partido Comunis-ta dominava tanto o sistema político como o econó-mico. Seguindo os ensinamentos de Marx (ver
capí-tulo 1), os líderes comunistas acreditavam que o sis-tema de produção de propriedade colectiva tomar--se-ia mais próspero do que o sistema de mercado livre do Ocidente.
Por um período de aproximadamente setenta e cinco anos, a história mundial viveu uma rivalidade global entre, por um lado» a União Soviética e os paí-ses da Europa de Leste e, por outro,
as sociedades capitalistas do Ocidente e o Japão. Esta situação de permanente confronto armado ficou conhecida como Guerra Fria, pois os dois lados não se envolveram directamente em
batalhas. Era uma espécie de impas-se militar, com cada um dos lados constantemente preparado para entrar em guerra, sem que isso tives-se acontecido de facto. Hoje, essa rivalidade já não
existe. Com o fim da Guerra Fria e a desintegração do Comunismo na antiga União Soviética e na Europa de Leste, o Segundo Mundo desapareceu por com-pleto (ver Capítulo 14, «Governação
e Política»). A Rússia e as outras antigas sociedades do Segundo Mundo sofrem hoje em dia processos de mudança para um sistema competitivo de mercado como o do Ocidente. De igual
modo, procuram construir tam-bém instituições políticas democráticas de modelo ocidental.

O Mundo em vias de desenvolvimento

Muitas sociedades em vias de desenvolvimento estão situadas em áreas que estiveram sob a dominação colonial na Ásia, na África e na América do Sul. Algumas colónias alcançaram a sua
independência cedo, como o Haiti, que, em Janeiro de 1804, se tor-nou a primeira república negra autónoma. As coló-nias espanholas na América do Sul conquistaram a liberdade em 1810,
enquanto o Brasil se libertou do domínio português em 1822. No entanto, foi só depois da Segunda Guerra Mundial que a maioria das nações em vias de desenvolvimento se transformou em
estados independentes, muitas vezes na sequência de sangrentas lutas anti-colonialistas. Os casos da índia e de vários outros países asiáticos (como a Bir-mânia, a Malásia e Singapura), e de
países africanos (incluindo, por exemplo, o Quénia, a Nigéria, o Zaire, a Tanzânia e a Argélia) são disso um bom exemplo.
Embora os países de Terceiro Mundo possam englobar pessoas com um modo de vida tradicional, são, no entanto, muito diferentes de formas anteriores de sociedades tradicionais. Os seus
sistemas políticos seguem um modelo de sociedade ocidental - isto é, são estados-nação. Embora a maioria da população viva ainda em áreas rurais, muitas destas sociedades passam por um
processo de rápido desenvolvimento urbano. Embora a agricultura permaneça a principal actividade económica, hoje em dia as colheitas são produzidas para serem vendidas no mercado
mundial, e não para consumo interno. Os países em vias de desenvolvimento não são simplesmente socieda-des que se deixaram atrasar em relação às regiões mais industrializadas. São, em
grande parte, o resul-tado do contacto com a industrialização ocidental, que minou os sistemas tradicionais anteriores.
Feito um balanço, pode dizer-se que as condições de vida nos países mais pobres se deterioraram nos últimos anos. Segundo estimativas, no início do sécu-lo XXI havia 1.2 mil milhões de
pessoas a viver em condições de pobreza extrema, sendo que destes a vasta maioria vivia nos países em vias de desenvolvi-mento. Cerca de 3 mil milhões de pessoas - quase metade da
população mundial - vive com menos de dois euros por dia. A pobreza mundial concentra-se especialmente no leste e sul da Ásia (ver figura 2.4), em África e na América Latina, não obstante
algumas diferenças significativas entre estas regiões. Os níveis de pobreza na região do leste da Ásia e Pacífi-co, por exemplo, decresceram na última década, ao passo que aumentaram nos
países africanos abaixo do deserto do Saara. De 1987 a 1998, o número de pes-soas a viver com menos de um euro por dia aumen-tou de 220 para 290 milhões (Banco Mundial 2000).
Verificou-se igualmente um aumento significativo da pobreza em certas partes do sul da Ásia, da Amé-rica Latina e das Caraíbas. Muitos dos países mais pobres do mundo debatem-se com
um problema enorme em termos de dívida. Muitas vezes, o paga-mento de juros aos países credores é igual ao total do investimento governamental na saúde, na segurança social e na educação.

Os países recém-industrializados

O mundo em vias de desenvolvimento não é homo-géneo. Embora a maioria dos países em vias de desenvolvimento se encontre economicamente bem atrás das sociedades ocidentais, alguns
iniciaram com sucesso processos de industrialização. Estes países, por vezes chamados países recém-industrializados, incluem o Brasil e o México na América do Sul, Hong-Kong, a Coreia
do Sul, Singapura e a Formosa no Leste Asiático. As taxas de crescimento económi-co nos países em vias de industrialização com mais sucesso são várias vezes superiores às das economias
industriais do Ocidente. Nalguns casos, países recém-industrializados atingiram níveis de rendimento per capita praticamente iguais aos dos países desenvolvidos mais pobres.
Até ao final da década de 90, os países do Leste Asiático recém-industrializados ostentaram os melhores níveis de crescimento económico sustentado. A exportação de produtos
manufacturados, em especial para os países industrializados, contribuiu para um rápido crescimento económico nos chamados «tigres asiáticos». Estes países caracterizaram-se igualmente
pelos altos níveis de investimento, tanto no plano interno como no externo. A produção de aço da Coreia do Sul cresceu rapidamente e as suas indústrias electrónica e de construção naval
estão ao nível das melhores do mundo. Singapura emergiu como o principal centro financeiro e comercial do sudeste asiático. A Formosa assumiu-se como uma referência na indústria
electrónica e em outras manufacturas.
Nos anos de 1997 e 1998, as economias do leste asiático foram desestabilizadas quando surgiu uma crise financeira global que se generalizou, rápida e intensamente, na região e para lá dela.
Apesar deste contratempo, o desenvolvimento económico nos paí-ses recém*industrializados do leste da Ásia levou a um aumento da qualidade de vida de milhões de pes* soas na região. Os
níveis de pobreza e as taxas de mortalidade infantil decresceram, enquanto a espe-rança média de vida aumentou.
O desenvolvimento das economias da Ásia e da América Latina parece não estar relacionado com a vida das pessoas na Grã-Bretanha, Estados Unidos da America ou outros países
industrializados. Mas isso não é de modo nenhum verdade. As nações fazem hoje parte de uma economia global, pelo que factos que ocorram numa qualquer parte do mundo fazem sentir os
seus efeitos e consequências a nível mundial. O crescimento da indústria do aço na região leste asiática, por exemplo> afectou directamente a Grã-Bretanha. cuja quota na produção mundial
de aço decresceu significativamente nas últimas três décadas. De igual forma, a recente crise financeira que despontou no leste da Ásia tornou os mercados financeiros do mundo inteiro mais
voláteis, desesta-bilizando economias aparentemente sólidas. Por ultimo, o crescimento dos países recém-industrializados está a modificar a já mencionada divisão tradicional entre «Norte»
e «Sul». As relações políticas e económicas deixaram de poder ser classificadas de acordo com um modelo simples de países de «Primeiro» e «Terceiro Mundo». Os processos de globalização,
que serão analisados com mais detalhe no capítulo 3 («Um Mundo em Mudança»), traduzem-se numa configuração de poder e privilégio muito mais complexa do que a que existia há um
século atrás.

4. Socialização

Como já se tornou claro, a cultura pertence a esses aspectos da sociedade que são aprendidos e, portanto não inatos. A socialização é o processo através do qual as crianças, ou outros novos
membros da sociedade, aprendem o modo de vida da sociedade em que vivem. Este processo constitui o principal canal de transmis-são da cultura através do tempo e das gerações.
Os animais menores da escala da evolução são capazes de tratar de si muito pouco tempo após nas-cerem, com pouca ou nenhuma ajuda por parte dos

adultos. No entanto, os animais superiores têm de aprender os modos de comportamento apropriados -as crias são, frequentemente, à nascença completa-mente desamparadas, e necessitam
do cuidado dos mais velhos. A criança humana é a mais desampara-da de todas as crias. Uma criança não consegue sobreviver sozinha e sem ajuda, pelo menos durante os primeiros quatro
ou cinco anos de vida. A socialização é, portanto, o processo pelo qual as crianças indefesas se tomam gradualmente seres auto-cons-cientes, com saberes e capacidades, treinadas nas for-
mas de cultura em que nasceram. A socialização não é uma espécie de «programação cultural», em que a criança absorve de forma passiva as influências com as quais entra em contacto. Até
os recém-nascidos têm necessidades e exigências que afectam o com-portamento daqueles que são responsáveis por tratar deles: as crianças são, desde o início, seres activos.
A socialização liga as diferentes gerações entre si. O nascimento de uma criança modifica a vida daqueles que são responsáveis pela sua educação - e eles próprios consequentemente passam
por novas expe* ríências de aprendizagem. Ter filhos, normalmente, Liga as actividades dos adultos às crianças para o resto da vida de ambos. As pessoas mais velhas continuam a ser pais
quando se tomam avós, formando então um outro conjunto de relações que ligam as diferentes gerações entre si. A socialização deve ser vista, então, como um processo vitalício em que o
comportamento humano é configurado de forma contínua por interac-ções sociais, permitindo que os indivíduos desenvol-vam o seu potencial, aprendam e se ajustem.

Os sociólogos referem-se muitas vezes à sociali-zação como algo que ocorre em duas fases amplas, que envolvem um certo número de diferentes agên-cias de socialização - grupos ou
contextos sociais onde ocorrem importantes processos de socialização. A socialização primária decorre durante a infância e constitui o período mais intenso de aprendizagem cultural. É a
altura em que a criança aprende a falar e aprende os mais básicos padrões comportamentais que são os alicerces de aprendizagens posteriores. Nesta fase, a família é o principal agente de
sociali-zação. A socialização secundária decorre desde um momento mais tardio na infância até à idade adulta. Nesta fase, outros agentes de socialização assumem

alguma da responsabilidade que pertencia à família. As escolas* os grupos de pares, instituições, os meios de comunicação e eventualmente o local de trabalho, tornam-se forças de socialização
de um indivíduo. Nestes contextos, as interacções sociais ajudam as pessoas a aprender as normas, valores e crenças que constituem os padrões da sua cultura

Papéis sociais

Por intermédio do processo de socialização, os indi-víduos aprendem os seus papéis sociais - expectati-vas socialmente definidas seguidas pelas pessoas de uma determinada posição social.
O papel social de «médico», por exemplo, envolve um conjunto de comportamentos que devem ser seguidos por todo e qualquer médico, independentemente das suas opi-niões pessoais ou
maneiras de ver. Na medida em que todos os médicos partilham este papel, é possível falar em termos genéricos de um modo de comporta-mento profissional dos médicos, independente dos
indivíduos específicos que ocupam essas posições.
Alguns sociólogos, especialmente os associados à corrente funcional is ta, vêem os papéis sociais como partes constantes e algo inalteráveis da cultura de uma sociedade, tornando-os factos
sociais. De acordo com esta perspectiva, os indivíduos aprendem as expectativas ligadas às posições sociais na cultura onde estão inseridos, desempenhando estes papéis em grande medida
tal como foram definidos. Os papéis sociais não implicam negociação ou criativi-dade - pelo contrário, condicionam e orientam o comportamento dos indivíduos. Através da socializa-ção,
os indivíduos interiorizam os papéis sociais e aprendem a desempenhá-los.
No entanto, este ponto de vista é errado. Sugere que os indivíduos se limitam a desempenhar papéis, sem intervirem na sua criação e negociação. Na verdade, a socialização é um processo
pelo qual os seres humanos se tomam agentes. Eles não são simplesmente sujeitos passivos à espera de serem instruídos ou programados. Os indivíduos concebem e assumem papéis sociais,
no decurso de um processo de interacção social.

Identidade

Os contextos culturais onde nascemos e crescemos influenciam o nosso comportamento, mas tal não significa que seja negada individualidade ou livre arbítrio aos seres humanos. Pode
parecer que somos simples-mente o resultado dos moldes pré-concebidos que a sociedade tem preparados para nós. Alguns sociólogos tendem, de facto, a escrever desta forma acerca da
socialização. No essencial, esta perspectiva é errónea. O facto de estarmos envolvidos em interacções com os outros, desde que nascemos até morrermos, condicio-na certamente as nossas
personalidades, os nossos valores e comportamentos. No entanto, a socialização está também na origem da nossa própria liberdade e individualidade. Cada um de nós, no decurso da socia-
lização, desenvolve um sentido de identidade e a capa-cidade para pensar e agir de forma independente.
Para a sociologia, o conceito de identidade é mul-tifacetado, podendo ser abordado de muitas maneiras. De uma forma geral, a identidade está relacionada com os entendimentos que as
pessoas têm acerca de quem são e do que é importante para elas. Estes enten-dimentos formam-se em função de determinados atri-butos que são prioritários em relação a outras fontes
geradoras de sentido. O género, a orientação sexual, a classe social, a nacionalidade ou a etnicidade são algumas das principais fontes de identidade. Os soció-logos referem-se sobretudo a
dois tipos de identidade: a identidade social e a identidade pessoal. Embora analiticamente distintas, estas formas de identidade estão intimamente relacionadas. Por identidade social
entendem-se as características que os outros atribuem a um indivíduo. Estas podem ser vistas como marcadores que indicam, de um modo geral, quem essa pessoa é. Ao mesmo tempo,
posicionam essa pessoa em relação a outros indivíduos com quem partilha os mesmos atributos. Estudante, mãe, advo-gado, católico, sem-abrigo, asiático, disléxico, casa-do, etc., são
exemplos de identidades sociais. Muitos indivíduos têm identidades sociais que abrangem mais do que um atributo. Uma pessoa pode simulta-neamente ser mãe, engenheira, muçulmana e
vereado-ra. O facto de se ter múltiplas identidades sociais reflecte as muitas dimensões da vida de uma pessoa. Embora esta pluralidade de identidades sociais possa constituir uma fonte
potencial de conflitos, a maioria das pessoas organiza o sentido e a experiência das suas vidas à volta de uma identidade principal que é relativamente contínua no tempo e no espaço.
As identidades sociais implicam, então, uma dimensão colectiva, estabelecendo as formas pelas contribui para ligar o mundo pessoal e o mundo público. Embora o contexto cultural e social
seja um factor que dá forma à identidade pessoal, a agência e a escolha individual são de importância central.
Ao abordar as mudanças da identidade pessoal das sociedades tradicionais até às modernas, pode perce-ber-se um afastamento dos factores invariáveis e her-dados que antigamente
determinavam a formação da identidade. Se antes a identidade das pessoas era em grande medida determinada pela sua pertença a gru-pos sociais vastos, delimitados pela classe ou nacio-
nalidade, hoje em dia a identidade é mais multiface-tada e instável. Os processos de crescimento urbano, a industrialização e o colapso das antigas formações sociais enfraqueceram o impacto
das convenções e regras herdadas. Os indivíduos passaram a ter mais mobilidade social e geográfica, facto que libertou as pessoas das comunidades unitárias e relativamente homogéneas do
passado onde os padrões eram trans-mitidos de uma forma rígida de geração em geração. Esta mudança criou espaço para que outras fontes de sentido, como o género ou a orientação sexual,
desempenhassem um papel mais importante na noção de identidade das pessoas.
No mundo actual, temos a oportunidade sem pre-cedentes para decidir a nossa vida e criar a nossa pró-pria identidade. Somos o nosso melhor recurso na definição de quem somos, de onde
vimos e para onde vamos. Agora que os sinais tradicionais se tornaram menos determinantes, o mundo social confronta-nos com um estonteante leque de escolhas acerca de quem devemos
ser, como viver e o que fazer - sem oferecer grandes orientações acerca das selecções a fazer. As decisões que tomamos no quotidiano - acer-ca do que vestir, como agir ou como ocupar o
tempo - ajudam-nos a tornar-nos quem somos. O mundo moderno força-nos a descobrir-nos a nós próprios. Como seres humanos cientes e auto-conscientes, criamos e recriamos as nossas
identidades a todo o momento.

5. Comportamento humano.

. o comportamento humano

A noção de comportamento é avançada por duas grandes correntes do pensamento psicológico contemporâneo: a corrente behaviorista e a cognitivista.

Uma das principais características da corrente behaviorista ou condutista é a de dar enfase ás atitudes mensuráveis dentro do esquema estimulo-resposta. Ou seja, ela despreza todos os
fenómenos internos do homem ou na, melhor hipóteses, considera-os epifenómenos ( sem influencia alguma no funcionamento global do homem.)

O condutismo teve como representantes mais destacados Watson e Skinner, estes, nem sempre estiveram de acordo com os aspectos específicos do funcionamento do comportamento ainda
que concordassem os postulados mais gerais. Para Watson, quer instintos, quer as predisposições genéticas e hereditárias não tinham importância alguma na conduta humana, pois o
comportamento do organismo é determinado, no seu todo, pelas condições ambientais. Também pertence a Watson a ideia segundo a qual para moldar e formar a personalidade de uma criança
basta distribuir uma determinada dose de esforços positivos e negativos. Comentado [Lufiaului1]:

Skinner, outro behaviorista, sublinha a importância que tem a recompensa no comportamento humano. Usando esta categoria concebeu o ensino e maquinas para o efeito, que influenciaram
grandemente as teorias de educação.

O behaviorismo, na sua concepção mais clássica, encontram-se actualmente ultrapassado. Os neobehavioristas já aceitam a ideia de que o comportamento é produto não só da influencia dos
factores ambientais como também dos processos internos do individuo (motivações, sentimentos, pensamentos, etc.)

Consequentemente, do esquema estimo-resposta ( E-R) passou-se para estimulo. organismo- resposta (E- O-R) o que , em ultima instancia, significa que o homem não reage mecanicamente
e automaticamente aos estímulos do meio ambiente, mas que estes são mediatizados pela sua realidade interior. Para concluir podemos dizer, que a atitude e, em primeiro lugar um estado ou
predisposição interna do sujeito. Desta feita, ela não pode ser observada, a não ser que sujeito a exteriorize verbalmente; em segundo lugar, ela pode ser motivada pelas condições externas do
grupo, classe social, sociedade, estrutura ideológico do corpo social etc) em terceiro lugar, é individual, o quer dizer que se forma da cada individuo, tomando em considerações o seu
organismo, a sua história pessoal e sobretudo, experiencias directas e indirectas que ele teve com objecto da sua atitude. Em quarto, e ultimo, a atitude, embora se forma através de factores
externos, constituindo-se, assim numa característica relativamente estável da personalidade, é adquirida a susceptivel de mudança.

As atitudes e Estereótipos

Depois de termos vistos a noção de atitude, vamos, de seguida, analisar a de estereótipo a fim de vermos que relação existe entre os mesmos. O que é um estereótipo?

Entende-se por estereótipo a generalização de uma característica de uma pessoa ao grupo a que pertence, independe -temente da diferença que, eventualmente, possam existir entre os distintos
membros de referido grupo.

O termo teve a sua origem em pesquisas realizadas nos Estados Unidos por Katz e Barly… tais estudos começaram nos anos 30 anos e continuaram para além dos anos 50 e 60. Verificou-se
nos mesmos, que as pessoas têm, geralmente, a tendência de clichés, aos diferentes, aos diferentes grupos nacionais. No estudo de Katz e Barly, a que nos reportando, os brancos americanos
descrevem turcos como cruéis, os italianos como impulsivos e apaixonados, e os negros como supersticiosos e preguiçosos.

Exemplos de estereótipos são as opiniões que se ouvem nos estados Unidos como:” os negros são preguiçosos, os árabes são terrorista” os negros são poucos inteligentes, os ciganos são
traficantes de drogas etc, etc.

Em Angola, nosso país, também existem vários estereótipos, uma vez que também generalizam aspectos individuais a pessoas, tendo em conta sua origem étnica ( langa, sulana, etc.) a região
geográfica do país. É urgente estudá-los e sistematizá-los, pois não há dúvidas que tem um grande impacto na vida social, económica e mesmo politica do país.

Não devemos afirmam que os estereótipos não constituem, por si só, um acto intenciona de se injuriar alguém e que são, para além disso, formas ajustadas e céleres que se lidar com um
problema complexo. Em suma pode dizer que o papel dos estereótipos na vida do homem em particular e da sociedade em geral , é mais profundo do que se pode imaginar.

Não devemos confundir o estereótipo com o preconceito. Sarte, numa das suas obras descreveu o antissemitismo ( posições e atitudes contra os Judeus) como uma posição de alguém que
aprecia o seu preconceito e que, em certas situações, se refere a ele de uma forma irónica sem se leve isso muito a sério. Este seria um estereótipo, ou seja, o lado humorístico e irónico de um
preconceito.

Adorno, um psicólogo alemão que emigrou nos Estados Unidos da América durante a segunda guerra, fez com seu colega Horkheimer, um grande estudo sobre o autoritarismo e a
personalidade. Este estudo, presente na obra “ Dialética da razão, também examina tal lado humorístico “ mimético do preconceito que por exemplo, se põe de manifesto quando um fanático
ri sem cessar, de uma vitima pertencente a uma minoria étnica. Nos estudos de adorno, também se descobriu algo referida por Katz; o facto de que as pessoas com preconceitos têm a tendência
de generalizar esses clichés a todos os membros do grupo estereotipado.

Como se formam os estereótipos?

Existem teóricas que procuram explicar os estereótipos enquanto processo cognitivo e outras enquanto processo social, começamos pela primeira:

a) A ideia da „percepção selectiva“


A percepção selectiva parte do principio de que as pessoas não percebem o mundo de modo passivo. Esta percepção muito pelo contrario, é activa. Consequentemente pelas pessoas,
ao referem a informação vinda do exterior, interpretam-na em função das suas ideias anteriores o que, em certas situações, lhes podem induzir a erro. Este facto e, na maior parte dos
casos, determinado, pelas situações passadas.

Billy, reportando-se á situação norte americana cita, como por exemplo, o caso de um branco que acredita que os negros são preguiçosos. Se esteindividuo caminhar pela rua,á noite e
deparar-se com um negro, pode pensar que ele é um desempregado e que pode assaltar.

A ideia da percepção selectiva foi estudada laboratoriamente pelo Bruner r Potsman (1947). Estes investigadores mostraram que as pessoas, ao olharem para o mundo, nem sempre o
veem como, na verdade, ele é, mas sim em função de algumas ideias e atitudes anteriores. Na experimentação de Bruner e Potsman foram apresentadas cartas de jogar a um grupo de
sujeitos. Tais cartas tinham cor diferentes das cartas habituais. Este facto passou despercebido aos sujeitos, uma vez que olhavam para as cartas, tendo em conta as suas percepções
anteriores e não as do momento pressente.

b) Categorização

Os estereótipos assentam precisamente em mecanismos, ou seja, ao pensarmos clichés e atribuir etiquetas a uma pessoa, estamos a classificar ou categorizar um aspecto pertencente ao seu
grupo. Ao categorizamos, por exemplo as pessoas em diversos grupos ( branco-negro, homem-mulher, Africano-Europeu) podemos exagerar ( devido a percepção) as semelhanças em
Angola ( e não só) é usual algumas mulheres dizerem os seguintes dos homens” os homens não prestam.

c) O tipo de personalidade

O tipo de personalidade é também um factor que concorre para a formação de estereótipos. Nos estudos de estereótipos tem sido considerado dois tipos de personalidade: as autoritária
e as não autoritárias. De acordo com os efeitos nos Estados Unidos as personalidades autoritária mostram-se propensas para os estereótipos. Foi o Adorno quem pesquisou estes
aspectos. Na perspectiva dele, a maneira de se pensar em clichés (estereótipos), enquanto estilo cognitivo,assenta em raizes profundas da personalidade de individuo.

Adorno, apoiou-se nos estudos, na teoria de Freud, sobre o carácter de freud, sobre o caracter ambivalente ( lado positivo e um lado negativo) dos sentimentos. Os filhos, de acordo
com essa ambivalencia, acentuam os traços positivos dos pais ( mesmo que em certas ocasiões sejam sejam desagradavéis). Em função disso,e, na maior parte dos casos,escolhem as
minoritarias étnicas.Ou seja, traços positivos para os país, familares e politicos admirados que encarnam as virtudes; traços negativos para os outros que são a encarnação do mal.

Funções Cognitivas

As funçoes cognitivas das atitudes estão relacionadas co padrões ou modelos que, de um lado, dão sentido ao mundo exterior do sujeito. Relacionam-se de outro lado, com papel que
as atitudes desempenham no processamento da informação vinda do exterior. As funções cognitivas das atitudes podem ser explicadas pelos modelos teóricos de Heider e Festinger.

A teoria de equilibrio de Heider é de importância capital para a compreensão da vida do sujeito. Ela fornece elementos que explicam como o sujeito organiza o seu meio subjectivo
através da forma como percebe o mundo em que vive. Heider, na sua formula, apresenta na literatura P-O-X, refere-se ás seguintes identidades: P ( individuo) o sujeito que constroi o
mundo subjectivo; O ( entidade) a pessoa ou objecto fisico ou social que existe no meio; X, pessoa ou objecto.

Heider postula que estamos na presença de um estado de equilibrio quando as entidades em jogo, e seus sentimentos, se ajustam sem tensão. O desequilibrio surge quando as entidades
e os seus sentimentos estão em desacordo. Por outras palavras há equilibrio, quando P sabe que ama, O e ambos tem a mesma ( ou não)ideia, relativamente a X. É o caso de exemplo,
de P saber que ama O e ambos terem a mesma opiniãonrelativamente ao aborto. O desequibrio aparece quando P sabe que ama O, mas a sua opinião relativamente a X, é diferente.

Heider, defende a ideia de que as pessoas preferem sempre as situações equilibradas e evitam as desequilibradas. Esta teoria, como se pode ver, tem implicações práticas imediats; (a)
permite prever condutas ou atitudes, conhecendo as relações existentes entre P e O pode prever-se a terceira; por exemplo, sabendo da relação que existe entre Pe O pode prever-se
salvo, salvo raras excepções, a opinião que os dois tem sobre o vizinho, uma equipa de futebol, ou um partido politico; (b) mostra que as pessoas preferem situaçoes estavéis; ou sejs,
os seres humanos, pela sua natureza, preferem sempre situações equilibradas e evitam as desequilibrads por serem as mais estavéis quando existem cognições ou representações afins.

A teoria da dissonância cognitiva de festinger é outra que sustenta a função cognitiva da atitude. De acordo a Festinger, o estado de consonância produz-se quando existem duas
cognições ou representações afins relativas ao mesmo o objecto. A dissonância, pelo contrario, produz-se quando essas cognições não se ajustem entre si.Acrescenta-se que se entende
por cognições aspectos como pensamentos e as crenças conscientes.

Podemos dar exemplo de uma mulher que se apaixou por um sujeito portador de deficiencia fisica aquirida durante a guerra. O estado em que se encontra o apaixonado, pode criar
cognições: continua, de um lado, a gostar do apaixonado, mas do outro lado, sente a repulsa pela deficiencia, vivendo, deste, modo, um estado de dissonância. No, entanto, como um
estado de dissonância é, para todos os efeitos,desagradaveis, ela tentára reduzi-lo ou elimina-lo.. Ele terá, para todos os efeitos, apenas duas possibilidades; a) ou muda de
comportamento, ( rompe com o apaixonado e procura outro); b) muda de cognição. ( modifica a sua concepção, ideias e pensamentos sobre a deficiência física) aceitando e
compreendendo o defeito do apaixonado e casa-se com ele.

As atitudes podem também, auxiliar os homens no processamento da informação vinda do exterior. Vários estudos apontam no sentido de as atitudes poderem, inclusivamente, ajudar
os individuos a memorizar e a aprender determinados conteúdos. Zana e Olson (1982) opinam que não basta ter uma atitude positiva para a prendizagem para se tenha êxito. Afirmam
que também é necessário que o individuo tenha algumas qualidades da personalidade como a auto-estima -positiva ( gostar de sí) e o locus de controlo interno ( atribuir os seus erros a
si proprio e não a outras pessoas, objectos ou situações.

Pequena ilustração

Uma caixa de Skinner, também conhecida como câmara de condicionamento operante, é um aparelho fechado que contém uma barra ou chave que um animal pode pressionar ou manipular
de modo a obter alimentos ou água como um tipo de reforço.

Desenvolvida por BF Skinner, esta caixa também é um dispositivo que grava cada resposta fornecida pelo animal, assim como o único esquema de reforço que ao animal foi atribuído.
Skinner se inspirou para criar a sua câmara de condicionamento operante como uma extensão das caixas de quebra-cabeça que Edward Thorndike usou em sua pesquisa sobre a lei do efeito.
O próprio Skinner não se referia ao seu dispositivo como uma caixa de Skinner, preferindo o termo “lever box” (algo como ‘caixa alavanca’).
Como usar uma caixa de Skinner?

O desenho das caixas de Skinner pode variar dependendo do tipo de animal e os experimentais variáveis. A caixa é uma câmara que inclui, pelo menos, uma alavanca, barra, ou uma chave
que o animal pode manipular.

Devido à sua preocupação com controles científicos, Skinner realizou a maioria de suas experiências com animais inferiores – principalmente pombo e rato branco. Desenvolveu o que se
tornou conhecido como "caixa de Skinner", aparelho adequado para o estudo animal, onde, tipicamente, um rato é colocado dentro de uma caixa fechada que contém apenas uma alavanca e
um fornecedor de alimento. Quando o animal aperta a alavanca sob as condições / critérios estabelecidos pelo experimentador, uma bolinha de alimento cai sobre a tigela, recompensando-o.
Após o animal ter fornecido esta resposta, o experimentador pode colocar o comportamento deste animal sob controle de uma infinita variedade de estímulos. Além disso, tal(is)
comportamento(s) pode(m) ser modelado(s) ou modificado(s) gradativamente até aparecerem resposta(s) que ordinariamente não faziam parte do repertório comportamental do indivíduo.
Êxito nestes esforços levaram Skinner a acreditar que as leis da aprendizagem aplicam-se a todos os organismos vivos.

Dando a continuidade acrescentando a titulo de exemplo, podemos falar da perspectiva de Havland, um psicólogo social que se aproxima da visão neobehaviorista, havland,ao invés de
enfatizar o forçamento, ao estilo behaviorista clássico, defende a seguinte ideia : O homem antes de realizar um acto antecipa ou prevê as consequências da sua resposta final, na base de
aspectos intelectuais ( O sujeito deve ter uma opinião válida) e afectivos ( O sujeito pode esperar uma recompensa material, moral ou afectiva).

Uma outra corrente psicóloga que aborda a noção de comportamento, e a cognivista, cujos representantes mais destacados são Kurt Lewin e Heider, um dos aspectos a destacar nas suas
abordagens é o facto terem concluído a noção do conhecimento no comportamento. Consequentemente para se compreender correctamente o comportamento humano é necessário tomar em
consideração os mecanismos complexos que se desenvolvem no universo do conhecimento. É o mesmo que dizer que as nossas construções psicológicas sobre o mundo, baseadas nossos
conhecimentos, podem influenciar no nosso comportamento social.

Lewin, propôs uma teoria denominada e foi apologista da ideia segundo a qual o comportamento humano se situa num determinado campo (espaço Vital), o que faz que ele não esteja isolado
e sofra influencias afectivas e intelectuais. A visão que Kurt Lewin nos dá, concernente á explicação ele muda constantemente, tal como forças compactas em tensão dinâmica, quando entra
em contacto com outras formas de comportamentos individuais ou grupais.

Pertence também a Lewin, a noção de construções mentais, que matizam as nossas relações humanas, um aspecto que foi negligenciado pela corrente behaviorista.

Heider, outro representante da escola cognitivista, situa-se dentro das teorias da “coerência cognitiva” Na sua fórmula, comummente representado na literatura psicológica por P-O-X,
apresenta-nos o seu psicólogos que se produzem lutar nas relações entre grupos, e para construir hipóteses. A referida fórmula pode ser explicada da seguinte forma: se o sujeito P, sabe que
ama O e que as suas opiniões sobre o elemento X são idênticas ( tanto se pode dar no caso negativo, ou seja, contrario) os elementos cognitivos estarão em equilíbrio. Se, pelo, contrário, o
sujeito P ama O, mas a sua opinião sobre o elemento X é divergente de P, produz desequilíbrio. O sujeito terá, neste caso, de lutar por um novo equilíbrio. Umas das possibilidades é, sem
duvida, a de mudar a sua opinião sobre X.

Definição das atitudes.

- Ora, quando falamos essas posições conformam o que se pode dominar por atitude.

Numa definição mais genérica, a atitude é uma tendência ou predisposição aquirida e relativamente estável para agir, pensar de uma determinada forma ( positiva ou negativa9 face a um
objecto, pessoa, situação, grupo social, Instituição, conceito ou valor.

Natureza das atitudes

O conceito de atitudes, por mais paradoxal que seja, já que é uma pedra basilar da psicologia social, não nasceu nesta ciência, como se poderia esperar, mais sim na sociologia. Este facto
remonta aos anos de 1910 e 1920, quando dois sociólogos, nomeadamente Thomas e Znanieck, peocupados com alguns problemas de uma comunidade de camponeses polacos radicados nos
Estados Unidos, quiseram estudar a conduta dos mesmos.

Pretendemos, apesar de outros aspectos abordados nesse estudo, referir apenas a contribuição

Ao dada por aqueles sociólogos; o facto de eles terem diferenciados dois aspectos que se põem de manifesto no modo como as pessoas definem as situações com que lidam no seu cotidiano,
ou seja, os valores e as atitudes. Os valores, de acordo a estes dois sociólogos, diferem as atitudes pela sua existência objectiva e estarem mais voltados para os aspectos culturais da sociedade,
enquanto que as atitudes fazem parte da sua subjectiva de cada um.

A noção de atitude, criou a partir dali, acesas polémicas que continuam por resolver devido a diversidade de definições que foram formuladas. Alport, só, para citar, um exemplo, numa visão
da literatura feita em 1935, em obras de psicologia social, encontrou mais de 16 definições, havendo outros psicólogos que encontraram cerca de 30 e ainda mais.

Concepção Unidimensional das atitudes

Essa concepção é defendida por pensadores como Osggod, Fisbein e Ajzen, enfatizam, no conceito de atitudes, aspectos como a atracção e a repulsa do sujeito face a um objecto, facto ou
acontecimento. A concepção Unidimensional da atitude confina, assim, a atitude afectiva, negligenciando outras dimensões.

Concepção Multidimensional

Esta concepção pretende ultrapassar a visão redutora da anterior. Seus representantes mais destacados são Rosenberg e Hovland. De acordo com eles a noção de atitude, conta as seguintes
dimensões: (a) afectiva: (a mesma defendida por Osgood e Ajzen), diz respeito á avaliação que faz algo em termos de atracção ou repulsa; também se refere a sentimentos que tanto podem
ser agradáveis ou desagradáveis; (b) Cognitiva;rfere-se a Juizos de valor, crenças e conhecimentos em posse de sujeito sobre o objecto para qual se dirige a sua atitude; (C) Comportamental;
( Também designada por conativa) é aquela que impulsiona o homem para a acção; trata-se, por outras palavras, da intenção explicita ou implícita que move o sujeito em direcção ao objecto
da sua atitude.

6. Aspetos da comunicação

A História da Comunicação

Desde o início dos tempos, o homem procura comunicar com os seus semelhantes. O primeiro passo foi criar a LINGUAGEM ESCRITA, mas demorou muito tempo até descobrir como
deixar os seus registos.

Na pré-história, desenhava nas paredes das cavernas. Os egípcios criaram os hieróglifos aos poucos foi desenvolvendo o ALFABETO, que variava de língua para língua. Ao juntar letras, o
homem criava palavras, ao juntar as palavras, o homem criava frases transmitindo assim a sua história e as suas ideias para os seus semelhantes e descendentes.

Mesmo os povos mais primitivos, que não desenvolveram uma linguagem escrita, encontraram outros meios de comunicar entre si, e enviar as suas mensagens. Em África a linguagem dos
tambores era uma espécie de rádio da época.

Os índios americanos usavam sinais de fumo. Mas como e que eles faziam quando havia vento.

Os índios brasileiros imitavam o canto dos pássaros quando queriam enviar mensagens entre si. Para enviar mensagens a lugares distantes, o homem usava vários meios

Na idade média os arautos do Rei liam as mensagens em praça pública. Foi também criado o CORREIO, durante muito tempo a forma mais eficaz de vencer distâncias.

No séc. XV Gutenberg inventou a IMPRENSA, multiplicando o poder da comunicação. A partir do século XIX o homem descobriu que podia enviar mensagens instantâneas para o outro
lado do mundo. Samuel Morse inventou o TELÉGRAFO! O telégrafo servia até para salvar vidas!

RÁDIO foi outra invenção muito importante, pois músicas e mensagens podem ser enviadas através de ondas invisíveis no ar. A TELEVISÃO surgiu no século XX, transmitindo ao mesmo
tempo som e imagem, e hoje faz parte do dia-a-dia de cada família. O mais importante passo na História da Comunicação foi dado por Alexander Graham Bell, que em 1876 inventou o
telefone. Através do telefone podemos hoje não só falar, mas também enviar documentos pelo fax...

Hoje temos a ajuda dos SATÉLITES, que retransmitem mensagens e comunicações por todo o planeta.

Tipos de Comunicação

Os dois primeiros tipos de comunicação são a comunicação verbal e escrita. A comunicação verbal ou diálogo representa uma conversa recíproca entre duas partes. Formados. no entanto,
tanto verbal e escrita de comunicação são dependentes da linguagem humana. As línguas humanas podem ser descritas como um sistema de símbolos e regras da gramática pelos parâmetros
do que os símbolos são manipulados. A língua é aprendida na direita raça humana através da infância. A maioria das línguas humanas usam padrões de som para os símbolos, que permitem
a comunicação com os outros. Existem milhares de línguas humanas que compartilham certas propriedades.

O terceiro tipo de comunicação é a comunicação não-verbal. Esta categoria de comunicação inclui a comunicação através do envio e recebimento de mensagens sem palavras, que são
transmitidas através de expressões faciais, contato visual, gestos, postura e linguagem corporal. Na verdade, a comunicação verbal também pode conter elementos não-verbais designado para
linguagem que compõem a qualidade de voz, entonação, estresse, emoções e estilo de falar. Da mesma forma, elementos não-verbais desempenham um papel fundamental em textos escritos,
bem como sob a forma de escrita e estilo do arranjo espacial das palavras. Juntos, esses três grupos formam a base da comunicação. Segundo a pesquisa, 55 por cento de comunicação é
determinado pela linguagem corporal, 38 por cento com o tom da voz e 7 por cento do conteúdo ou a expressão utilizada no processo de comunicação

O quarto tipo de comunicação é a comunicação visual. Como o nome sugere, este tipo de comunicação é através de auxílios visuais. Este método de transmissão de ideias e informações está
principalmente associada com duas imagens tridimensionais que incluem sinais, tipografia, desenho, design gráfico, ilustração, cores e recursos eletrônicos. Esta forma de comunicação com
efeito visual enfatiza sobre o conceito de que uma mensagem visual com o texto tem um maior poder de informar, educar ou convencer uma pessoa. A forma mais comum de apresentar
informações visualmente são de vídeo e televisão. Aqui, o foco está na apresentação de texto, imagens, diagramas e fotografias integrados em um monitor de computador. Esta categoria de
comunicação é amplamente utilizada por designers gráficos.

Comunicação Eficaz

A arte da comunicação está em ser pró-ativo, de dizer o que deve ser dito na hora que deve ser dita e com as palavras e gestos adequados à compreensão do interlocutor. a linguagem há que
ser clara e as palavras utilizadas estarem a nível de compreensão daquele a quem nos dirigimos. Agir assim significa que a priori compreendemos, estamos atentos e ouvimos e observamos
às expectativas do receptor, a quem estamos enviando a mensagem. A forma de falar, o tom e a modulação de voz, os movimentos do corpo são componentes importantes a serem trabalhados.
Conhecer os obstáculos, as resistências e objeções naturais das pessoas a qualquer tipo de informação são fundamentais, para que se possa ao entendê-las e compreendê-las, conseguir contorná-
las e criar argumentos positivos e pró-ativos que concretizem a comunicação. A eficácia da comunicação está em se o receptor captar a informação de forma distorcida, aceitá-la e interagir
com este novo dado pró-ativamente. A comunicação eficaz é o primeiro passo para o mais importante ato da natureza humana o diálogo.

Existem três grandes barreiras que distorcem a comunicação e que geram resistências, incompreensão e repulsa as novas informações:

• Nível de percepção das pessoas

• Expectativas momentâneas.

• Grau de envolvimento ao assunto.

Surge aí, de forma clara, a necessidade de se saber comunicar para transmitir informações, conhecimento e conceitos, através do diálogo, ou seja, interação com o interlocutor. A evolução da
comunicação A comunicação vem se desenvolvendo ao longo da história, através dos meios de comunicação. O homem precisa de se comunicar para viver em sociedade e ser aceito por
todos.

Os meios de comunicação estão constantemente evoluindo. A primeira forma de comunicação entre os seres humanos provavelmente foi usada em tempos pré-históricos, os sinais e sinais
cujo reflexo na cultura material são as diferentes manifestações de Arte pré-históricos. O surgimento da escrita é tido como um marco do início da história. Desde então, as mudanças
económicas e sociais foram aumentando o nascimento e o desenvolvimento de diferentes Mídias, de escrita.

Definição

Os meios de comunicação são ferramentas que permitem aos seres humanos transmitirem e receberem informações entre locais distantes no espaço e no tempo. Por outro lado, representam
os veículos ou instrumentos designados para difundir a informação entre os homens, por exemplo, o rádio, a televisão, o telefone, o jornal, a revista, a internet, o cinema, dentre outros. A
partir do desenvolvimento da ciência e das novas tecnologias, os meios de comunicação têm avançado significativamente, proporcionando a difusão dos conhecimentos e da comunicação no
mundo.

A Internet pode ser considerada um meio de comunicação de massa MCM.


Segundo o conceito, diz que os meios de comunicação de massa são ferramentas que permitem aos seres humanos transmitirem e receberem informações entre locais distantes no espaço e no
tempo. Logo podemos dizer que sim, a internet pode ser considerada como um meio de comunicação de massa até pela sua capacidade de alcance.

A internet permite a comunicação de diversas localidades com uma maior agilidade, mais algumas vezes afasta as pessoas da sociedade e pode tornar pessoas dependentes do seu mundo
virtual. Ela também é uma fonte inesgotável de informação, cria oportunidades para a educação, oferece entretenimento e favorece a comunicação, ela possui uma maior comodidade o mais
importante de tudo, é sabermos usá-la com moderação e responsabilidade, para um melhor aproveitamento da mesma.

Na medida em que os instrumentos saem dos computadores para os Smartphone, mudou radicalmente, as pessoas já podiam cessar em qualquer lugar aonde eles tivessem e podiam se conectar
a qualquer momento. Por outro lado, a internet tem um potencial que as pessoas podem se comunicar directamente algo que as vezes outros meios de comunicação de massa tenham muitas
dificuldades de fazer. Por sua vez ela também traz assuntos diversificados quanto a televisão e a rádio

Isso tem a ver com o fato de que ele permite o uso de uma gama diversificada de recursos audiovisuais que atraem a atenção muito mais fácil para o consumidor. Por outro lado, são muito
mais visíveis em termos económicos. Devemos também acrescentar um detalhe importante e significativo, que é a rapidez com que a mensagem chega ao destinatário, sendo capaz de enviar
um e-mail e recebê-lo instantaneamente, sendo capaz de também ler notícias no último momento, em um site de notícias da internet actualizadas ou ser capaz de ouvir ou receber material
audiovisual no momento em que é publicado.

Comunicação de Massa

As origens da comunicação de massa estão ligadas ao século XV com a invenção do tipógrafo. Pois, esse foi o primeiro veículo que foi utilizado para produzir múltiplas cópias de manuscrito
e textos. (THOMPSON, 1995). A sociedade de massa surgiu na metade do século XIX, após a Revolução Industrial, onde as pessoas se concentraram em determinadas cidades. E forçava a
população muda-se os seus hábitos. Para ambientar a todos sobre a nova conjuntura cultural, surgiram jornais impressos e posteriormente também as revistas, o rádio, a televisão e a internet.

Para Morin (2000) massa é destinado a um aglomerado gigantesco de indivíduos compreendidos além das estruturas internas da sociedade. Thompson (1995) apresenta que a expressão massa
provém das mensagens transmitidas pelos meios de comunicação são acessíveis a grande parte da população e por causa disso a sua audiência é grande

5. Funções dos meios de comunicação de massa

Todos os meios de comunicação de massa têm como principais funções informar, educar e entreter de diferentes formas, com conteúdos selecionados e desenvolvidos para seus determinados
públicos. No entanto, percebe-se que as pessoas passam a maior parte do tempo ocupando-se com esses meios de comunicação, pois estes, de certa forma, proporcionam o prazer humano
referente a seu lazer, entretenimento, aprendizado, ensino, entre outros, e, a partir desses, disseminam as informações que consideram relevantes e que despertam interesses no público (ouvinte,
leitor, telespectador ou internauta). Podemos dizer que os meios de comunicação de massa podem ser usados tanto para fornecer informações úteis e importantes para a população

Os meios de comunicação de massa são neles que as propagandas e as campanhas publicitárias chegam ao público. Dessa forma, deve-se atentamente fazer uma pesquisa para que se possa
saber em qual tipo de meio de comunicação deve ser vinculada cada campanha, para que não ocorra o erro de se vincular uma campanha que não atenda às perspectivas daquelas pessoas que
têm acesso aquele dado meio de informação.

6. Características dos meios de comunicação

Meios de comunicação de massa são aqueles destinados a comunicar com muitas pessoas ao mesmo tempo. Porém são instrumentos que nos auxiliam a receber ou transmitir informação.
Sendo assim, podemos nos manter informados a qualquer momento do dia. Cada tipo de instrumento de comunicação, costuma atingir um tipo de público diferenciado.

6.1 Características da Rádio

Transmitindo apenas sons, o rádio foi um dos primeiros meios de comunicação em larga escala da modernidade. Ele se popularizou, principalmente após a primeira guerra mundial e é muito
utilizado até hoje devido ao baixo custo de aquisição do equipamento e também por sua grande aceitação popular. Suas características normalmente tem sido uma fonte de entretenimento e
diversão que o ouvinte tem a qualquer hora; O uso de música e sonoplastia reforça o efeito da palavra, dando maior impacto aos textos publicitários; Não absorve a atenção total, o que permite
ao ouvinte executar outras tarefas enquanto ouve o rádio;

6.2 Características do Jornal

Popularizado após a invenção da imprensa móvel por Gutenberg, o Jornal até hoje continua sendo um dos principais meios de comunicação e informação da população em geral. Normalmente
possui circulação diária e é vendido a baixos preços, tornando-o acessível à maioria da população.

O jornal é um meio de comunicação impresso e suas principais características são: o uso de papel de imprensa, sendo mais barato e de menor qualidade que os utilizados por outros materiais
impressos, e é um meio de comunicação de massas, um bem consumido pelas massas. Por obter um conteúdo genérico, publicam notícias e opiniões que abrangem os mais diversos interesses
sociais. Suas características são: Meio de comunicação de massa; Periodicidade diária, semanal e mensal; Apresentam conteúdo genérico (assuntos variados); Cobertura local e nacional; Alta
segmentação de público; Traz basicamente informação (notícias).

Porém, o jornal por muito tempo, foi o primeiro e o principal meio de comunicação profissional do jornalismo. Actualmente, não sendo mais o principal, e sim um dos principais, o jornal
atinge um público mais antigo e fiel, geralmente pessoas que cresceram com o hábito desse tipo de leitura, sendo assim um público mais culto.

6.3 Características da Televisão

A televisão é um meio de comunicação de grande abrangência que transmite som e imagem a milhares de telespectadores, lançando tendências, criando discussões e informando a população.
Apesar de ser uma poderosa ferramenta de comunicação, a TV ainda é um meio de comunicação unilateral, pois o telespectador, por meio da TV, não pode enviar informações à rede
transmissora.

A televisão é um meio de comunicação que transmite som e imagem, ela consegue comunicar uma notícia em grande massa. Sendo um meio muito importante e de maior acesso ao público,
a TV tem o poder de agradar a qualquer tipo de público sendo por seus canais, e o conteúdo que cada um desses canais apresentam. Suas características são: Transmissão acessível a toda
população; Cobertura geográfica e demográfica; Meio de cobertura local e nacional; Segmentação; Meio dinâmico, demonstra acção; Custo de publicidade alto; Criador de modismo; transfere
status a mensagem; Mensagens de vida curta; Meio de maior influência nas campanhas de produtos de consumo de massa – envolvimento emocional.

Características da Internet

A internet é o mais novo e avançado meio de comunicação disponível atualmente, ela pode ser cessada por meio de diversos dispositivos como por exemplo: computadores, tablets,
smartphones, note-books, entre outros.

A internet permite que nos comuniquemos por meio de textos, vídeos e imagens com qualquer pessoa conectada na rede ao redor do mundo, e de maneira totalmente interactiva. Ela tem
vários outros meios de comunicação. Existem canais de TV que realizam transmissões online, programas de rádios online, jornais e revistas que podem ser lidos e acessados de forma digital. A
internet pode ser ao mesmo tempo um meio de comunicação individual ou em massa, depende de como ela é usada

Suas características são as seguintes: Exige instrução para ser consumida; Público mais exigente e receptivo e novidades; Maior difusora de conhecimento; permite interacção e liberdade de
expressão; é instantânea.
Meios de comunicação individual

São chamados de meios de comunicação individual o meio em que uma pessoa se comunica com outra por intermédio de uma.

Carta

As cartas foram usadas como forma de relacionamento entre namorados, familiares, amigos e também para contacto com empresas. Com o surgimento da internet e dos celulares, esta
modalidade parece ter sido um pouco esquecida, embora ainda seja usada por muitas pessoas.

Telefone

O telefone é uma da principal forma de comunicação individual hoje, seja ele fixo ou celular.

Conclusão

Vimos que ao longo da história, o ser humano teve necessidade de se comunicar, de obter regras para aperfeiçoar a comunicação, dentro da escrita com o aparecimento na Suméria e o
aperfeiçoamento ao longo da história. Dentro de tudo existe a simbologia que permite essa comunicação e faz dela um meio de perpetuar a cultura e trocar informação entre elas ou entre
pessoas numa mesma, sendo sempre ter lógica dentro do que se quer expressar, senão contem incoerência. Assim sendo, hoje ou sempre, o homem buscou de forma
ética e coerente, mesmo hoje que não existe tanta ética, mas existe uma forma de passar conforme o assunto.

Sendo assim, o século XX foi marcado pelos acontecimentos que levaram esse fim de aperfeiçoamento, como a invenção e perpetuação do cinema, radio e TV. Pelas propagandas dentro das
duas guerras mundiais, sendo a segunda a maior em passar uma informação muito mais direcionada para a propaganda do que informar, também dentro da guerra fria.
Enfim, dentro da historias de guerras e paz, o homem sempre quis ter e tem a necessidade de se comunicar, seja oral ou escrita, e isso que fez ele ter uma
fala e ter uma escrita.

Bases da Comunicação

Saber. Ouvir - Demonstre estar apto a ouvir informações mesmo que desagradáveis e críticas, procurando vê-las de forma construtiva. Escute, ouça atentamente, demonstrando interesse pelo
que está sendo apresentado, não interrompa desnecessariamente.

Examine o ponto criticado - Seja humilde e examine o ponto criticado para dar crédito as boas ideias e ao trabalho sincero. Ao receber criticas, procure extrair os aspectos positivos e
construtivos. Posteriormente analise e estabeleça procedimentos de ajuste e/ou correções.

Evite termos técnicos - Não use gírias e evite termos técnicos que podem atrapalhar na comunicação, se for imprescindível o seu uso, explique qual o significado dos termos usados. Você
pode estar falando com alguém que quer entender o que você está falando e não consegue, provavelmente na próxima vez ele não lhe procurará. Use uma linguagem que descreva a realidade.

Esclareça suas ideias - Esclareça suas ideias antes de transmiti-las, faça com que elas sejam precisas. Analise se as suas ideias estão coerentes com o que se deseja transmitir.

Expresse o seu interesse - Entre frequentemente em contacto com os seus funcionários e escute. Expresse seu interesse pelos seus problemas e escute. Questione o interlocutor, peça detalhes.

Ações X Informações - Demonstre que ações são tomadas baseadas em informação, caso contrário o pessoal pensará que não valeu a pena o tempo e o esforço despendidos para manter o
fluxo de comunicação. Execute suas ações com base nas informações adquiridas e validadas.

Suas ações apoiam o que você diz? - Suas ações refletem o que você pensa e diz para os outros. Procure ser objectivo- Seja objectivo, não faça rodeios, mesmo que a mensagem seja o que as
pessoas não gostariam de ouvir.

Que mensagem quero transmitir? - Trace qual é o objectivo da mensagem, o que você deseja que os receptores da mensagem absorvam, qual é o verdadeiro propósito da comunicação.

A quem vou me dirigir? - Antes de transmitir alguma informação procure conhecer qual vai ser o público. A quem você quer afectar e qual é o momento adequado. Se necessário, PREPARE-
SE Consulte outras pessoas- Consulte outras pessoas para planejar as comunicações, peça opiniões, lembre que aqueles que o ajudam a planejar, com certeza o apoiarão.

Como transmitir? - Como você deve transmitir a sua mensagem, esteja atento a sua tonalidade de voz, da receptividade de quem ouve, bem como da linguagem que você irá utilizar.

Verifique se foi entendido- Sempre verifique se você foi entendido, faça perguntas, pergunte o que foi entendido e não se a pessoa entendeu. Após transmitir a informação, faça perguntas
como: O que você entendeu? Você poderia repetir o que eu transmiti?

Suas acções - Esteja certo de suas acções apoiam aquilo que você diz, lembre que acções falam mais alto do que palavras Entendimento - Procure não só ser compreendido como compreender,
seja um bom ouvinte não só para os significados explícitos, mas também para os implícitos.

Compartilhe - Compartilhe tanta informação quanto for possível, isto trará ganhos para todos os envolvidos

"FEEDBACK" - O retorno de informações é importante para manter seus parceiros atualizados nos processos e atividades de interesse comum, sempre retorne a informação, mostre os
resultados e ações consequentes de informação recebida anteriormente.

7. Aspectos da cultura

Neste capítulo, vamos analisar a unidade e a diversi-dade da cultura e vida humana nos vários estrutu-radas segundo uma única cultura. As culturas não podem existir sem sociedades. Mas,
tipos de sociedade em que os seres humanos vivem. O con-ceito de cultura é uma das noções do mesmo modo, nenhuma sociedade pode existir sem cultura. Sem cultura, não seriamos
usadas com mais frequência em Sociologia. Quando, em conversas quotidianas, usamos a «humanos» sequer, no sentido em que habitualmente usamos o termo. Não teríamos
palavra «cultura», pensamos muitas vezes nela como se representasse as «coisas mais elevadas linguagem para nos expressarmos, nenhum sentido de autoconsciência, e a nossa capacidade
do espírito» - a arte, a literatura, a música e a pintura. Quando os sociólogos usam o termo, de pensar e raciocinar estaria severamente limitada.
incluem também essas actividades, mas mui-tas outras coisas mais. A cultura refere-se aos
As variações culturais entre seres humanos estão relacionadas com os diferentes tipos de
modos de vida dos membros de uma sociedade, ou de grupos pertencentes a essa sociedade;
sociedade. Neste capítulo, procederemos a uma comparação e confronto entre as principais
inclui o modo como se vestem, as suas formas de casamento e de família, os seus padrões de
formas históricas de sociedade, com o objectivo de interrelacionar os dois aspectos
trabalho, cerimónias religiosas e acti-vidades de lazer.
fundamentais da existência social humana: os diferentes valores culturais e artefactos
Podemos distinguir conceptualmente entre «cultu-ra» e «sociedade», mas há conexões muito produzidos pelos seres humanos, e os diferentes tipos de sociedade onde teve lugar o
estreitas entre essas duas noções. Uma sociedade é um siste-ma de interpelações que envolve desenvolvimento cultural. Muito frequentemente, discute-se separadamente a cultura e a
os indivíduos colectivamente. A Grã-Bretanha, a França e os Esta* dos Unidos da América, sociedade, como se estivessem bastante desligadas, quando, na verdade, estão intimamente
neste sentido, são socieda* des. Delas fazem parte milhões de pessoas. Outras, como as interligadas. Ao longo do capítulo, atentaremos à forma como a mudança social afectou o
primeiras sociedades de caçadores recolec-tores, podem conter apenas trinta ou quarenta pes- desenvolvi-mento cultural humano. Na parte final, examinare-mos alguns factores que
soas. O que une as sociedades é o facto de os seus membros se organizarem em relações sociais
contribuem para a mudança social e analisaremos as mudanças particularmente profundas que Valores e normas
tiveram lugar na era moderna.
As ideias que definem o que é importante, útil, desejável são fundamentais em todas as
O conceito de cultura culturas. Essas ideias abstractas, ou valores, atribuem signifi-cado e orientam os seres
humanos na sua interacção com o mundo social. A monogamia - a fidelidade a um único
Quando os sociólogos falam do conceito de cultura, referem-se a esses aspectos das sociedades
parceiro sexual - é um exemplo de um valor proeminente na maioria das sociedades ociden-
humanas que são aprendidos e não herdados. Esses elementos da cultura são partilhados pelos
tais. As normas são as regras de comportamento que reflectem ou incorporam os valores de
membros da socieda-de e tomam possível a cooperação e a comunicação. Eles formam o
uma cultura. As normas e os valores determinam entre si a forma como os membros de uma
contexto comum em que os indiví-duos de uma sociedade vivem as suas vidas. A cultu-ra de
determinada cultura se comportam. Em culturas em que se valoriza grande-mente a
uma sociedade engloba tanto os aspectos intan-gíveis - as crenças, as ideias e os valores que
aprendizagem, por exemplo, as normas cul-turais encorajam os alunos a despender grande
consti* tuem o teor da cultura - como os aspectos tangíveis -os objectos, os símbolos ou a
ener* gia no estudo, apoiando os pais que fazem sacrifícios em prol da educação dos filhos.
tecnologia que repre-sentam esse conteúdo.

Numa cultura que valoriza a hospitalidade, as normas culturais podem estimular expectativas ao crescimento do índice de criminalidade e a uma grande taxa de desemprego, o primeiro
quanto à dádiva de presentes ou ao comportamento social de convidados e anfi-triões. ministro do Japão constituiu essa comis-são com a missão de traçar um novo caminho do país
para as décadas seguintes. As principais conclusões a que chegou a comissão surpreenderam
As normas e os valores variam muitíssimo entre culturas. Algumas valorizam grandemente o
muita gente: os japoneses teriam de abandonar alguns do seus valores nucleares, para o país
indivi-dualismo, enquanto outras podem enfatizar as neces-sidades colectivas. Um simples
poder enfrentar eficaz-mente os seus males sociais actuais. A comissão con-cluiu que a cultura
exemplo ilustra bem tal. A maioria dos alunos britânicos sentir-se-iam indignados se
japonesa valoriza demasiado a conformidade e a igualdade, e assinalou a necessida-de de
descobrissem um colega a copiar num exame. Na Grã-Bretanha, copiar do colega do lado vai
reduzir «o excessivo nível de homogeneidade e uniformidade» na sociedade. Apontou
contra os valores fundamentais da realização indi* vidual, da igualdade de oportunidades, do
algumas face-tas da vida japonesa que reflectem essa conformida-de: praticamente todos os
trabalho árduo e do respeito pelas regras. No entanto, os estu-dantes russos sentir-se-iam
alunos japoneses do ensino primário vestem uniformes azuis-escuros idênticos que mascaram
intrigados com esta noção de ultraje dos seus colegas britânicos. A entreajuda entre colegas
sinais de individualidade; também os funcionários, de uma forma geral, permanecem nos
num exame é reflexo do quanto os rus-sos valorizam a igualdade e a resolução colectiva de
escritórios após a sua hora de saída, mesmo que não tenham necessidade de o fazer, devido a
problemas face à autoridade. Pense na sua reacção face a este mesmo exemplo. O que será
uma regra implícita acerca de sair do emprego mais cedo. Segundo a comissão concluiu, esses
que revela acerca dos valores da sua sociedade?
valores impedi-ram os japoneses de adoptar noções de estratégias individuais de poder
Mesmo no seio de uma sociedade ou comunidade, os valores podem ser contraditórios: alguns consideradas essenciais para o futuro.
grupos ou indivíduos podem valorizar crenças religiosas tradi-cionais . enquanto outros
Os valores e as normas culturais estão profunda-mente interiorizados, sendo pois demasiado
podem aprovar o progresso e a ciência. Há pessoas que preferem o sucesso e o con-forto
cedo para dizer se uma normativa governamental conse-guirá alterar os valores tradicionais
material, outras favorecem a simplicidade e uma vida pacata. Nesta época em que vivemos
do Japão. No entanto, a expressão comum japonesa que diz que «um prego saído deve ser
marcada pela mudança, repleta de movimentos globais de pes-soas, bens e informação, não é
martelado», sugere que levará muito tempo e exigirá muito esforço até que os valores culturais
de estranhar que depa-remos com casos de valores culturais em conflito.
japoneses de conformidade e discri-ção percam a sua força.
Normas e valores culturais em mudança
Muitos dos nossos hábitos e comportamentos estão enraizados em normas culturais. Como se
As normas e os valores culturais mudam frequente-mente ao longo do tempo. Muitas das verá no capítulo 4 («Interacção Social e Vida Quotidia* na»), os gestos, movimentos e
normas que hoje tomamos como assentes nas nossas vidas -como ter relações sexuais antes expressões são forte-mente influenciados por factores culturais. Um bom exemplo é
do casamento e haver uniões de facto - contradizem valores que até há algumas décadas atrás representado pelo sorriso das pessoas -especialmente em contextos públicos - de diferentes
eram partilhados por muitos. Os valores que regem a nossa vida íntima evoluíram gradual e culturas. Entre os Inuit (esquimós) da Gronelândia, por exemplo, não existe a sólida tradição
naturalmente durante muitos anos (ver o capítulo 7, «Famílias»). Mas que dizer de instâncias de sorrir em público que se verifica em muitas regiões da Europa e da América do Norte. Tal
em que os comportamentos e as normas culturais se alteraram de uma forma deliberada? não significa que os Inuit sejam pessoas frias ou hostis, mas que sorrir ou ser simpático para
com desconhecidos não é simplesmente uma prática comum.
Em Janeiro de 2000, uma comissão governamen-tal japonesa publicou um relatório que
enumerou os principais objectivos para o Japão do século XXI. Face à recessão económica*
No entanto, à medida que a industrialização se expande na Gronelândia, alguns patrões têm globalização contemporânea, levaram a que populações iniciassem processos de migração e
tentado incutir o sorriso como um valor cultural. Acreditam que sorrir e ser gentil para com se instalassem em novas localizações. Tal conduziu à emergência de sociedades que são
os clientes é essencial às práticas comerciais numa lógi-ca de mercado. Os clientes que são culturalmente mis-tas, ou seja, a sua população é constituída por um determinado número de
atendidos com um sorriso e com palavras gentis acabam, com mais pro-babilidade, por se grupos de diferentes origens culturais, étnicas e linguísticas. Nas sociedades modernas, por
tornar clientes habituais. Hoje em dia, em muitos supermercados da Gronelândia, são exemplo, muitas comunidades subcul-turais vivem lado a lado - negros oriundos das índias
mostrados aos empregados vídeos educativos sobre técnicas de atendimento cortês, tendo-se Ocidentais, paquistaneses, indianos naturais do Ban-gladesh, italianos, gregos e chineses
chegado ao ponto de empregados de algumas cooperativas terem sido mandados frequentar habitam, hoje em dia, algumas zonas centrais de Londres.
acções de formação no estrangeiro! A inauguração de restaurantes de fast--food, como a cadeia
Quando falamos em subculturas não nos referi* mos apenas a grupos étnicos ou linguísticos
McDonalds, introduziu pela pri-meira vez uma abordagem de estilo ocidental nos ser-viços.
minori-tários de uma sociedade, mas a qualquer segmento da população que se distinga do
Os empregados do McDonalds foram instruí-dos no sentido de se apresentarem, de
resto da sociedade em virtudes dos seus padrões culturais.
cumprimenta-rem os clientes e de sorrirem frequentemente. Os empregados começaram por
sentir alguma descon-fiança perante estas exigências, entendendo este esti-lo de atendimento
como falso e artificial. No entanto, com o tempo a ideia de sorrir em público - pelo menos no
local de trabalho - tomou-se mais aceite.

Diversidade cultural

Não são só as crenças culturais que variam de cultura para cultura. Também a diversidade do
comportamento e práticas humanas é extraordinária. As formas acei-tes de comportamento
variam grandemente de cultura para cultura, contrastando frequentemente de um modo radical
com o que as pessoas das sociedades ocidentais consideram «normal». Por exemplo, no
Ocidente moderno as crianças de doze ou treze anos são consideradas demasiado novas para
casar. No entanto, em outras culturas são arranjados casamentos entre crianças dessas idades.
No Ocidente, comemos ostras, mas não comemos gatinhos e cachorros, e tanto uns como
outros são considerados, em algumas partes do mundo, iguarias gastronómicas. Os Judeus não
comem carne de porco, enquanto os Hindus, embora comam porco, evitam a carne de vaca.
Os Ocidentais consideram o acto de beijar uma parte natural do com-portamento sexual, mas
em muitas outras culturas esse acto ou é desconhecido ou considerado de mau-gosto. Todos
estes diferentes tipos de comportamento são aspectos das grandes diferenças culturais que
distin-guem as sociedades umas das outras.

As sociedades de pequena dimensão, como as sociedades de «caçadores-recolectores»,


tendem a ser culturalmente uniformes ou monoculturais. Algumas sociedades modernas,
como o Japão, permaneceram relativamente monoculturais e caracterizam-se por elevados
níveis de homogeneidade cultural. A maio-ria das sociedades industrializadas, pelo contrário,
são cada vez mais culturalmente diversificadas, ou multiculturais. Como se verá mais adiante,
durante a discussão do fenómeno da migração global no capí-tulo 9 («Raça, Etnicidade e
Migração»), processos como a escravidão, o colonialismo, a guerra, a migra-ção ou a
A variedade de subculturas é enorme, podendo incluir naturistas, góticos, hackers
informáticos, hippies, rastas, fãs de Hip-Hop ou apoiantes de um clube de futebol. Algu-
mas pessoas podem identificar*se claramente com uma determinada subcultura,
enquanto outras podem mover-se de uma forma fluida entre um certo núme-ro de
diferentes subculturas.

A cultura desempenha um papel importante na per-petuação das normas e valores de


uma sociedade, ofe-recendo também oportunidades importantes de criati-vidade e de
mudança. As subculturas e as contracul-turas - grupos que rejeitam a maior parte das
normas e dos valores vigentes numa sociedade - podem pro-mover pontos de vista
alternativos à cultura dominan-te. Os movimentos sociais e os grupos de pessoas que
partilham os mesmos estilos de vida constituem for-ças poderosas de mudança no
interior das sociedades. Desta forma, as subculturas oferecem às pessoas a possibilidade
de se expressarem e agirem de acordo com as suas opiniões, aspirações e valores.

Etnocentrismo

Todas as culturas têm um padrão de comportamento próprio, que parece estranho a


pessoas de outros con-textos cultivais. Se já viajou ao estrangeiro, é-lhe pro-vavelmente
familiar a sensação resultante de se encontrar inserido numa cultura nova. Certos
aspectos da vida quotidiana que, em determinada cultura, são inconscientemente
tomados como assentes podem, em outras partes do mundo, não fazer parte do dia-a* -
dia. Mesmo países que partilham a mesma língua podem ter hábitos, costumes e modos
de comporta-mento bem diferentes. A expressão choque cultural é adequada! É
frequente as pessoas sentirem-se deso-rientadas, quando se inserem numa cultura nova,
pois perdem os pontos de referência que lhes são familia-res e que ajudam a entender o
mundo que as rodeia, e ainda não aprenderam a orientar-se na nova cultura.

As culturas podem ser extremamente difíceis de entender quando vistas de fora. Não é
possível com-preender crenças e práticas se as separamos das cul-turas de que fazem
parte. Uma cultura tem de ser estudada segundo os seus próprios significados e valores
- um pressuposto essencial da Sociologia. Esta ideia é também conhecida como
relativismo cultural. Os sociólogos esforçam-se o mais possível por evitar o
etnocentrismo, que consiste em julgar as outras culturas tomando como medida de
compara-ção a nossa. Dada a ampla variação das culturas humanas, não é surpreendente
que as pessoas prove-nientes de uma cultura achem frequentemente difícil aceitar as
ideias ou o modo de comportamento das pessoas de uma diferente.

Aplicar o relativismo cultural - isto é, analisar uma situação segundo os padrões de outra
cultura, suspendendo os nossos valores culturais bem enrai-zados - pode ser algo repleto
de incerteza e desafios. Não apenas porque se pode revelar difícil ver as coi-sas de um
ponto de vista completamente diferente, mas também porque às vezes se levantam
questões inquietantes. O relativismo implica que julguemos todos os costumes e
comportamentos como sendo igualmente legítimos? Existirão padrões universais que
todos os seres humanos deveriam seguir? Atente no exemplo seguinte.

Nos anos que se seguiram à retirada militar da União Soviética do Afeganistão, a região
foi assolada por conflitos e pela guerra civil. Grande parte do país passou a ser
controlada pelos Taliban, um grupo que tinha como objectivo construir uma sociedade
pura de acordo com os princípios islâmicos*. Durante o governo Taliban, as mulheres
afegãs foram sujeitas a regras muito estritas em todos os aspectos das suas vidas,
incluindo o modo de vestir, os seus movimen-tos em público e os seus assuntos privados.
Quando saíam de casa, as mulheres deviam estar cobertas dos pés à cabeça e usar uma
burka para esconder a cara. As mulheres perderam o direito a trabalhar fora do lar e o
direito à educação. A versão taliban da lei islâmi-ca Sharia é por muitos eruditos
muçulmanos conside-rada rigorosa. Apesar das críticas da comunidade internacional e
de campanhas empenhadas em favor das mulheres afegãs, os Taliban defendiam que a
sua política face à mulheres era essencial ao propósito de construir uma sociedade pura
onde as mulheres eram respeitadas ao máximo e a sua dignidade venerada.

Será esta política taliban em relação às mulheres aceitável no começo do século XXI?
Não há solução

8. 1. Continuação da cultura

Definir o que é cultura não é uma tarefa simples. A cultura evoca interesses
multidisciplinares, sendo estudada em áreas como sociologia, antropologia, história,
comunicação, administração, economia, entre outras. Em cada uma dessas áreas, é
trabalhada a partir de distintos enfoques e usos. Tal realidade concerne ao próprio
carácter transversal da cultura, que perpassa diferentes campos da vida quotidiana. Além
disso, a palavra “cultura” também tem sido utilizada em diferentes campos semânticos
em substituição a outros termos como “mentalidade”, “espírito”, “tradição” e
“ideologia” (Cuche, 2002, p.203). Comummente, ouvimos falar em “cultura política”,
“cultura empresarial”, “cultura agrícola”, “cultura de células”. Ao que se conclui que,
ao nos referirmos ao termo, cabe ponderar que existem distintos conceitos de cultura,
no plural, em voga Na contemporaneidade. Parte desta complexa distinção semântica se
deve ao próprio desenvolvimento histórico do termo. A palavra cultura vem da raiz
semântica colore, que originou o termo em latim cultura, de significados diversos como
habitar, cultivar, proteger, honrar 1 Graduada em Produção em Comunicação e Cultura
(UFBA). Mestre em Cultura e Sociedade e doutoranda do PPG em Cultura e Sociedade
(UFBA). Docente dos cursos de Produção em Comunicação e Cultura (UFBA) e de
Jornalismo (UNIME). dpcanedo@ufba.br com veneração (Williams, 2007, p.117). Até
o século XVI, o termo era geralmente utilizado para se referir a uma acção e a processos,
no sentido de ter “cuidado com algo”, seja com os animais ou com o crescimento da
colheita, e também para designar o estado de algo que fora cultivado, como uma parcela
de terra cultivada. A partir do final do século passado ganha destaque um sentido mais
figurado de cultura e, numa metáfora ao cuidado para o desenvolvimento agrícola, a
palavra passa a designar também o esforço despendido para o desenvolvimento das
faculdades humanas. Em consequências, as obras artísticas e as práticas que sustentam
este desenvolvimento passam a representar a própria cultura. Tanto Denys Cuche, na
obra A Noção de Cultura nas Ciências Sociais (2002), quanto Raymond Williams, em
Palavras Chaves: um vocabulário de cultura e sociedade (2007), apontam os séculos
XVIII e XIX como o período de consolidação do uso figurado de cultura nos meios
intelectuais e artísticos. Expressões como “cultura das artes”, “cultura das letras” e
“cultura das ciências” demonstram que o termo era, então, utilizado seguido de um
complemento, no sentido de explicitar o assunto que estava sendo cultivado. A partir
deste período, a cultura passa a conformar sentidos distintos em países como a França e
a Alemanha, de modo que Cuche alerta que “sob as divergências semânticas sobre a
justa definição a ser dada à palavra, dissimulam-se desacordos sociais e nacionais”
(2002, p.12). No pensamento iluminista francês, a cultura caracteriza o estado do
espírito cultivado pela instrução. “A cultura, para eles, é a soma dos saberes acumulados
e transmitidos pela humanidade, considerada como totalidade, ao longo de sua história”
(Cuche, 2002, p.21). No vocabulário francês da época, a palavra também estava
associada às ideias de progresso, de evolução, de educação e de razão. Cultura e
civilização andavam de mãos dadas, sendo que a primeira evocava os progressos
individuais e a segunda, os progressos coletivos. Neste sentido, há uma diferenciação
entre o estado natural do homem, irracional ou selvagem, posto que sem cultura; e a
cultura que ele adquire através dos canais de conhecimento e instrução intelectual.
Decorre daí a idéia de que as comunidades primitivas poderiam evoluir culturalmente e
alcançar o estágio de progresso das nações civilizadas. Este pensamento também deu
origem a um dos sentidos mais utilizados em nossos dias, que caracteriza como
possuidores de cultura os indivíduos detentores do saber formal. No século XIX, a noção
francesa de cultura se ampliaria para uma dimensão coletiva, se aproximando do
significado de civilização e, até mesmo, o substituindo. Na Alemanha, os primeiros usos
do sentido figurado de Kultur no século XVIII guardavam similaridade com o
pensamento francês. A idéia de cultura como civilização era comumente utilizada pelos
príncipes da aristocracia alemã, que estavam “preocupados demais em imitar as
maneiras civilizadas da corte francesa” (Cuche, 2002, p.25). Acontece uma inversão de
sentido no momento em que a intelectualidade burguesa, que não compartilhava o poder
com os nobres, passa a criticar a superficialidade dos hábitos cerimoniais dos príncipes
alemães, relacionados com a civilização, em contraposição com a cultura, que
caracteriza, neste pensamento, o que é autêntico, profundo e que contribui para o
enriquecimento intelectual e espiritual. Segundo Cuche, a civilização, relacionada à
nação francesa, passa a ser colocada em oposição à cultura que, entendida como uma
marca distintiva da originalidade e da superioridade do povo alemão, adquire um
importante papel nas discussões nacionalistas que se conformariam nos períodos
históricos posteriores e que culminariam na Primeira Guerra Mundial. Estendida à
“nação” alemã, ela [a cultura] participa da mesma incerteza; ela é expressão de uma
consciência nacional que se questiona sobre o caráter específico do povo alemão que
não conseguiu ainda a sua unificação política. Diante do poder dos Estados vizinhos, a
França e a Inglaterra em particular, a ‘nação alemã’, enfraquecida pelas divisões
políticas, esfacelada em múltiplos principados, procura afirmar sua existência
glorificando sua cultura (Cuche, 2002, p.27). A evolução do significado de cultura no
debate entre estes dois países marcou a formação das duas concepções de cultura que
estão na base dos estudos das Ciências Sociais. O entendimento francês de cultura como
característica do gênero humano deu origem ao conceito universalista. Já a concepção
alemã de que a cultura é “um conjunto de características artísticas, intelectuais e morais
que constituem o patrimônio de uma nação, considerado como adquirido
definitivamente e fundador de sua unidade” (Cuche, 2002, p.28) origina o conceito
particularista da cultura. A concepção universalista da cultura foi sintetizada por Edward
Burnett Tylor (1832-1917) que, segundo Cuche (2002, p.39), é considerado o fundador
da antropologia britânica. Ele escreveu a primeira definição etnológica da cultura, em
1817, onde marca o caráter de aprendizado cultural em oposição à idéia de transmissão
biológica: Tomando em seu amplo sentido etnográfico [cultura] é este todo complexo
que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra
capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade (apud
Laraia, 2006, p.25). Todavia, Tylor defendia o princípio do evolucionismo, que
acreditava haver uma escala evolutiva de progresso cultural que as sociedades primitivas
deveriam percorrer para chegar ao nível das sociedades civilizadas. Contrário à
concepção evolucionista, Franz Boas (1858-1942) foi um dos pesquisadores que mais
influenciaram o conceito contemporâneo de cultura na antropologia americana. Ele é
apontado como o inventor da etnografia por ter sido o primeiro antropólogo a fazer
pesquisas com observação direta das sociedades primitivas. Em seus estudos, Boas
concluiu que a diferença fundamental entre os grupos humanos era de ordem cultural e
não racial ou determinada pelo ambiente físico. Sendo assim, defendia que, ao estudar
os costumes particulares de uma determinada comunidade, o pesquisador deveria buscar
explicações no contexto cultural e na reconstrução da origem e da história daquela
comunidade. Decorre dessa constatação o reconhecimento da existência de culturas, no
plural, e não de uma cultura universal. A partir desses estudos iniciais, outras abordagens
do conceito de cultura se desenvolveram nas ciências sociais e em diversas áreas do
pensamento humano como consequência do fenômeno que Albino Rubim chama de
“automização da cultura como campo singular”, que mobiliza mercados consumidores
e permite atuações profissionais, acadêmicas e políticas. Para o autor, “cabe propor
mesmo uma centralidade para a cultura” no mundo contemporâneo (2006, p.2). Diante
da multiplicidade de interpretações e usos do termo cultura, adotamos como referência
neste trabalho três concepções fundamentais de entendimento da cultura, como: 1)
modos de vida que caracterizam uma coletividade; 2) obras e práticas da arte, da
atividade intelectual e do entretenimento; e 3) fator de desenvolvimento humano. Na
primeira concepção, a cultura é definida como um sistema de signos e significados
criados pelos grupos sociais. Ela se produz “através da interação social dos indivíduos,
que elaboram seus modos de pensar e sentir, constroem seus valores, manejam suas
identidades e diferenças e estabelecem suas rotinas”, como ressalta Isaura Botelho
(2001, p.2). Marilena Chauí também chama a atenção para a necessidade de alargar o
conceito de cultura, tomando-o no sentido de invenção coletiva de símbolos, valores,
ideias e comportamentos, “de modo a afirmar que todos os indivíduos e grupos são seres
e sujeitos culturais” (1995, p.81). Valoriza-se o patrimônio cultural imaterial - os modos
de fazer, a tradição oral, a organização social de cada comunidade, os costumes, as
crenças e as manifestações da cultura popular que remontam ao mito formador de cada
grupo. Como salienta Botelho: Vale nesta linha de continuidade a incorporação da
dimensão antropológica da cultura, aquela que, levada às últimas consequências, tem
em vista a formação global do indivíduo, a valorização dos seus modos de viver, pensar
e fruir, de suas manifestações simbólicas e materiais, e que busca, ao mesmo tempo,
ampliar seu repertório de informação cultural, enriquecendo e alargando sua capacidade
de agir sobre o mundo. O essencial é a qualidade de vida e a cidadania, tendo a
população como foco (2007, p.110). A segunda concepção é dotada de uma visão mais
restrita da cultura, referindo se às obras e práticas da arte, da atividade intelectual e do
entretenimento, vistas sobretudo como atividade econômica. Esta dimensão não se dá
no plano da vida cotidiana do indivíduo, mas sim em âmbito especializado, no circuito
organizado. “É uma produção elaborada com a intenção explícita de construir
determinados sentidos e de alcançar algum tipo de público, através de meios específicos
de expressão” (Botelho, 2001, p.2). A produção, distribuição e consumo de bens e
serviços que conformam o sistema de produção cultural se tornou estratégica para o
desenvolvimento das nações, na medida em que estas atividades movimentam uma
cadeia produtiva em expansão, contribuindo para a geração de emprego e renda.

Leví-strausse

A idéia fundamental da obra de Lévi-Strauss se resume em poucas palavras: uma busca


pelas invariantes que teriam que ser encontradas por trás das diferenças empíricas
observáveis nas diferentes sociedades. De acordo autor queria saber: qual fenómeno
social que pode ser estudado como se fosse uma língua? Esses fenómenos vão ser os
sistemas de parentescos. Estes tinham as mesmas características: elementos, relações e
regras inconscientes

Daí surge o seu clássico as estruturas elementares do parentesco, publicado


originalmente em 1947

A ideia chave seria a estrutura mínima do parentesco que ele chama de avunculado, que
permite, explicar os diferentes sistemas de parentesco,Dessas relações, a que é chamada
de avuncular é a que une o tio materno e o sobrinho; fundamental para Lévi-Strauss
porque o tio materno é quem representa o grupo doador da mulher.

Essa relação é de fundamental porque é o que instaura a aliança entre os dois grupos,
os receptores e os doadores de mulheres.

Nesse processo se manifesta o princípio de constituição da sociedade, que é o princípio


de reciprocidade. A lógica do princípio de reciprocidade se instaura o intercâmbio; que
significa um dos grupos aceita ceder suas mulheres para outro, que ao mesmo tempo se
obriga a ceder suas mulheres para o primeiro.

Lévi-Strauss chamou esse tipo de intercâmbio restringido

Quando o segundo grupo não cede sua mulher para o primeiro grupo, mas para um
terceiro, estamos em presença do tipo de intercâmbio generalizado.

Em algum momento do ciclo de intercâmbio, o primeiro grupo receberá as mulheres de


um outro grupo diferente daquele para o qual cedeu as suas.

A pergunta importante que temos que nos fazer agora é: porque Lévi-Strauss desenvolve
toda essa argumentação para explicar os sistemas de parentesco?

Essa pergunta nos leva ao começo da explicação Precisamos receber as mulheres de um


outro grupo porque estamos proibidos de nos casar com as mulheres do nosso grupo,
portanto temos que buscar as mulheres nos grupos vizinhos .Essa é a regra da proibição
do incesto Para Lévi-Strauss, essa é a regra fundamental, porque dela se derivam todas
as outras; é a regra que regra

Através dela se faz a passagem da natureza para a cultura. Isto é, onde antes não havia
diferenciação agora há; antes todas eram possíveis parceiras, após a instauração
algumas são parceiras e as outras (as do próprio grupo) estão proibidas

A proibição do incesto não seria nem natureza, nem cultura; seria a passagem entre uma
e outra

Representa a regra que regra sobre aquela dimensão da vida humana que mas tem de
natural (as relações entre os sexos) e na qual começa o social

O argumento explicativo desenhado por Lévi-Strauss é o único que permite explicar a


universalidade da proibição do incesto e da relação avuncular

A explicação o sistema de parentesco é tratado como uma linguagem, como um sistema


de símbolos cuja significação depende das relações que se estabelecem entre eles no
interior do sistema, estamos, então, em pleno simbolismo. O que emerge com a
proibição (com a diferenciação das mulheres) é o pensamento simbólico e este é uma
função do espírito humano.
12 . A Religião África: A Influência do Cristianismo e do Islamismo

INSTUIÇÕES RELIGIOSAS

Conceito

Ao sociólogo não interessa responder á indagação sobre se a religião é ou não


verdadeira; ele se preocupa em analisã-la como fenómeno social que pode ser
encontrado em todas as sociedades, a despeito de ser, entre todas as instituições
existentes nas sociedades humanas, a única que não se baseia apenas em necessidades
físicas do homem. Tentando explicar este facto, tanto Summer quanto Keller fizeram as
seguintes proposições:

a. as instituições consistem em meios através dos quais o homem procura ajustar-


se ao seu ambiente;

b. existem três níveis de ambiente: o natural, o social e o sobrenatural;

c. a instituição religião seria o meio pela qual o homem se ajusta a seu ambiente
sobrenatural. O ambiente sobrenatural é obviamente imaginário; entretanto, para
os dois autores, o homem, uma vez que incorreu nessa crença da existência de
um mundo de espírito e seres super-humanos, tem necessidade de a se ajustar,
da mesma maneira que o faz com os outros dois ambientes.

Johnson define o sobrenatural como qualquer coisa em cuja a existência se


acredita, baseando-se em provas não fundamentais pela ciência. Assim, as
entidades sobrenaturais são não e mpíricas e a ciência não pode demonstrar que
realmente existem ou que realmente não existem: as idéias religiosas não são
científicas. O sobrenatural divide-se em seres (deuses, anjos, demônios, duendes,
fadas), lugares (céu, inferno, limbo, purgatório, éden) , forças (Espírito Santo,
carma- lei hindu de causa e efeito, mana – poder mágico em que acreditam os
melannésios), e entidades e (almas).

Durkheim, em sua obra As formas elementares da vida religiosa, definiu a


religião como ´´um sistema unificado de crenças e práticas relativas a coisas
sagradas, isto é, a coisas colocadas à parte e proibidas – crenças e práticas que
unem numa comunidade moral única todos os que as adotam´´( Apud Chinoy,
1971:492).

12.1 Teorias sobre a Origem da Religião

a. teoria do medo (sobrenatural): teoria antiga, mais recentemente defendida por


Muller e Giddings, sustenta que o medo das forças naturais levou o homem a crer
em divindades, forças misteriosas, sobrenaturais, com poder de dirigir a natureza.
A gênese das crenças religiosas seria o medo do sobrenatural;

b. teoria amnistia (mana): os povos ´´primitivos`` acreditavam na existência de


um poder impessoal , um espeécie de fluido denominado mana pelos melanésios
e polinésios, conforme descrição de Dodrington, capaz de penetrar nos objetos
vegetais, animais e pessoas, conferindo-les capacidades e propriedades
superiores, Marret considerava a existência do mana fundamental na formação
da crença religiosa;

c. teoria animista (alma): Spencer e Tylor explicaram a origem das religiões


por intermédio da crença do homem ´´primitivo`` na existência de um outro ´´eu``, com
propriedades espirituais, que seria a alma, dotada de poderes superiores ao homem. Esta
crença era baseada preferência de formas imateriais, surgidas em sonhos, ou na
diferença entre um homem vivo e seu cadáver. A morte ocorre quando a alma deixa o
corpo e volta ao seu lugar de origem, onde residem todos os espíritos dos antepassados.
Estes espíritos desencarnados podiam entrar no corpo dos vivos , aumenta-lhes a força
e a vitalidade, ou provocando doenças e males.

Acreditavam que, além dos homens, os animais, os vegetais e as coisas


inanimadas também possuíam uma alma. Para Tylor, o animismo ´´abrange os
grandes dogmas que constituem juntos uma doutrina coerente: primeiro,
corresponde às almas das criaturas individuais, capazes de uma existência
continuada após a morte ou destruição dos corpo; segundo, refere-se a outros
espíritos, até chegar a divindades poderosas´´ (Apud Herskovits, 1963: II 140);

Teoria do totemismo (totem): segundo Frazer e Goldenweiser, os complexos


totêmicos variam muito em relação à sua composição creta. De modo geral,
podem ser considerados como uma crença na descendência comum dos grupos
de um antepassado animal ou vegetal, dando a origem a uma atitude de reverência
para com todos os representantes dessa fauna ou flora específica. O totemismo
despertou uma controvérsia em relação a seu significado, designado por alguns
autores como fenômeno social e por outros como fenômeno religioso. Durkheim
observou que o conceito de totemismo e as cerimônias a ele ligadas são as formas
elementares da religião, e com isso deu origem a uma teoria sociológica da
religião;

teoria sociológica (magia): iniciada por Smith e aplamente desenvolvida por


Durkheim, essa teoria rejeita o argumento de que a religião se iniciou a partir da
crença em seres espirituais ou deuses; considera que surgiram primeiro os ritos ou
cerimônias, principalmente a dança e o canto, que intensificam as emoções, levando-
se ao êxtase. Essas emoções, difundidas entre todos os paricipantes, fazem-nos
acreditar estarem possuídos de poderes excepcionais. Essas experiências levam o
homem ´´primitivo`` a crer na existência de um poder sobrenatural o mana,
simbolizando pelo totem. Outros autores tambem procuraram uma explicaçao
sociológica para a origem e desenvolvimento da religião, como, por exemplo, Jane
Harrison, Chappie e Coon, Wallis e, até certo ponto, Weber;

teoria do elemento aleatório (sorte): Summer e Keller desenvolveram esta teoria.


Consideravam que as tribos ´´primitivas`` acreditavam ser os poderes sobrenaturais
intimamente ligados ao elemento sorte, devendo o homem atuar no sentido de obter
a atenção favorável desses poderes para evitar a má sorte e propiciar a boa sina. Desta
maneira, a religião surge como resposta a uma necessidade defendida: ajustamento
ao meio sobrenatural. O elemento sorte foi denominado pelos dois autores como
elemento aleatório, sem o qual a religião poderia não ter surgido, ou ter-se
transformado em algo inteiramente diferente.

12.2 O Sagrado e o Profano

Segundo Durkheim, o contraste entre o sagrado e o profano é o traço que distingue


o pensamento religioso. Seres, lugares, objetos e forças sobrenaturais são sagrados,
em face do significado que têm para o crente; as coisas sobrenaturais, consideradas
más, são ímpias. Proscrições e tabus cercam o sagrado, e a violação das regras é
considerada profanação. Todo lugar, ser, coisa ou ato que não é sagrado ou ímpio é
profano, secular. Profano é tudo aquilo considerado útil, prático ou familiar, que
pertence aou mundo cotidiano, sem possuir o significado emocional característico
do sagrado.

12.3 Crença e Ritual

A crença religiosa é o aspeto cognitivo da religião que procura explicar a natureza


e a origem das coisas sagradas. A crença baseia-se em atitudes habituais, na fé, e as
noções dela derivadas, mesmo quando coincidem com a ciência, não se
fundamentam nas observações e no tipo de evidência próprios desta última. O ritual
é o lado ativo da religião. Apresenta as seguintes formas: manipulação de objetos
sagrados tangíveis, ação instrumental carregada de conteúdo simbólico; tipos de
conduta como, por exemplo, o uso de roupas especiais, recitação de fórmulas
específicas, cantos, danças, lamentações, reverências, etc. O ritual tem por finalidade
despertar uma disposição de espírito favorável em relação ao sagrado, e reforçar a fé
dos participantes. É particularmente eficiente quando coletivo, pois aumenta a
emotividade, tornando mais intensa a impressão subjetiva.

Muitas vezes o ritual comemora ocasiões importantes referentes à vida do


indivíduo ou do grupo: nascimento, puberdade, casamento, morte, a semeadura e a
colheita, a chegada das chuvas, o início de uma campanha militar ou a vitória
alcançada. Dos sete sacramentos da Igreja Católica, cinco correspondem aos ritos de
passagem, marcando sobrenaturalmente a mudança do indivíduo de um status para
outro: batismo, confirmação, sacramento, ordenação e extrema-unção.

12.4 Mito

O grego mute o é uma tentativa de explicação de acontecimentos naturais ou


sobrenaturais que fogem ao entendimento humano em seus diferentes estágios. Por
isso adquire forma lendária, poética (mitologia grega) ou fabulosa. Não se deve
confundir mito com dogma de fé, que para alguns, significa uma verdade relevada,
nem sempre ao alcance do entendimento humano. O mito sobrevive ainda hoje nas
crendices e superstições, horóscopos, heróis lendários criados pela televisão, história
em quadradinhos, cinema etc.

12.5. Religião e Magia

Na prática, a religião e a magia se encontram muitas vezes entrelaçadas. A distinção


entre elas aparece nas seguintes esferas:

a. natureza dos fins visados: as finalidades da religião são trascendentais, como a


salvação, ou de caráter geral, como vida longa; as metas da magia são imediatas
e específicas, e geralmente pessoais, como boa colheita, sucesso nos negócios ou
no amor, morte de um inimigo;

b. tipos de atitudes envolvidas: a religião e a magia incorporam o ritual, mas variam


as atitudes em releção a essas práticas: a religião acentua a atitude subjetiva dos
participantes, despertanto sentimentos de temor respeitoso, reverência em relação
ao que é santo; na magia, a atitude é mais casual e prosaica. Espera-se que as
forças da natureza obedeçam às forças do mágico;

c. tipo de ação sobrenatural: através da religião procura-se a atuação do mundo


sobrenatural, habitado por seres sensíveis aos desejos e sofrimentos humanos; na
magia, a ação sobrenatural muitas vezes nada mais é que uma força ou princípio
imaginário, atribuido a certos objetos;

d. tipo de conduta: a magia, ao contrário da religião, pode ser empregada para


satisfazer objetivos tais como vingança, aquisição ilegal de bens, assasinio, que
não são sancionados pelo grupo. É a chamada de magia negra.

Podemos definir a magia como crenças práticas relacionadas com a obtenção de


efeitos, ou a intervenção, no curso dos acontecimentos, por meio da manipulação de
forças ou agentes sobrenaturais.

12.6. Formas de Religião

Hinduísmo é uma corrente originária do sistema religioso védico-bramânico.


Brama é o centro, a origem de toda a criação, o início e o fim de tudo. Ele, Vishu e Shiva
constituem os três maiores deuses de hinduísmo. O dogma básico é a transmigração;
toda a alma existiu desde a eternidade, não constitui criação de um deus; vive através de
uma longa série de renascimentos ou reencarnações. Carma é a doutrina segundo a qual
cada ato da alma tem efeitos permanentes sobre o seu destino: a alma reencarnará, como
animal ou como homem, dependendo de seu comportamento anterior. Samsara
representa o esquema a reencarnação, estabelecendo o ciclo de mortes e renascimentos
sucessivos. A alma purificada integra-se finalmente na própria natureza de Brama,
perdendo sua personalidade para sempre. O dharma, código de deveres, significa o
cumprimento de rituais religiosos e é o fundamento do sistema de castas.

A crença na reencarnação estabeleceu um imobilismo social, pois a posição de cada


indivíduo teria sido determinada pela divindade, daí dever-se conformar com seu
destino. O resultado disto foi o sistema de castas, no qual a passagem de um nível para
outro não acontecia de forma alguma, sendo, portanto, vitalícias e hereditárias todas as
funções.

Budismo. O budismo, assim com jainismo (fundado por Mahavira), surgiu numa época
de contestação e luta social, diferenciando-se do bramanismo. Fundador do budismo, o
príncipe Sidharta Gautma, após passar por uma experiência mística, a iluminação foi
chamada de Buda (o Iluminado). O budismo constitui-se numa série de regras e modos
de vida, cuja finalidade é purificar o indivíduo para alcançar o Nirvana, estado de
transcendência espiritual, com desapego das coisas terrestres; significa a vitória sobre a
dor, a morte, a transmigração carmânica e sobre a própria individualidade.

De origem intimamente ligada a anterior, essa religião faz-se notar pelo respeito
aos anciões, tidos com sábios, por terem teoricamente melhores condições de alcançar
o Nirvana.

Confucionismo. Fundado pelo pensador Confúcio, absorveu o pensamento chinês


antigo, baseado na crença do universo visto com um todo. As forças celestes, a terra e o
homem formam um todo harmônico, determinado por duas forças cósmicas
correspondentes e opostas: Yin (princípio feminino, negativo) e Yang (princípio
masculino, positivo). A ideia de Deus aparece principalmente como um princípio
cósmico imaterial, Tien, como um deus antropomórfico denominado Shangti, pai do
universo, ou com Tao (caminho), que assumiu sentido místico no taoísmo. Para permitir
a perfeita correlação entre o homem e o universo, Confúcio criou uma série de práticas
morais e regras de conduta social. Através de máximas e leis, propunha normas gerais
para a manutenção de uma ordem social baseada nas leis cósmicas.

Na verdade, misto de filosofia e religião, o confucionismo fundamenta-se no


culto dos antepassados e a lar, daí seu tradicionalismo, seu rígido conservantismo.
Procurando, coerentemente com seu espírito, preservar os valores antigos, tornou o
acesso ao serviço público, feito através de concurso, baseado essencialmente no
conhecimento histórico. Historiadores e sociológicos atribuem a influencia do Confúcio
o imobilismo que, por tanto tempo, dominou a China.

Judaísmo. Sua origem remonta, segundo a bíblia, a Abraão e seus descendentes.


Jeová, considerado o Deus único, criador do Céu e da Terra, forma uma aliança com o
povo eleito, em virtude da qual a existência humana é compreendida em termos de um
permanente relacionamento entre o grupo e Deus; há uma esperança de salvação da
humanidade após a vinda do Messias. O sentimento de unidade, fundamental a sua
existência como povo, impediu os hebreus de aderirem ao politeísmo ou de adotarem o
dualismo moral e metafísico do princípio do bem contra o princípio do mal. Assim se
origina a crença em um único Deus supratemporal de poder, justiça e misericórdia. É
uma doutrina revelada pelos profetas, sendo o Moisés o maior deles. Para os Judeus, os
Livros Sagrados são: o Pentateuco ou Tora, o principal, Os Profetas e os Escritos
Sagrados (denominados pela Igreja Cristã de Antigo Testamento); além destes, há o
Talmude, contendo textos de leis e tradições orais, e apresentando preceitos sobre todos
os aspetos da vida individual, social e econômica.

A atormentada história política judaica forjou o caráter dessa religião monoteísta,


mas, ao mesmo tempo, com resquícios henoteístas. De fato, ainda que aceitando um só
Deus universal (monoteísmo), mantém-se a ideia de uma aliança entre esse Deus e o
povo hebraico (henoteísmo). Assim, por exemplo, o Decálogo expressou preceitos
ético-morais de caráter universal e, paralelamente, significou, em termos históricos, um
elemento cimentador da unidade hebraica.

Cristianismo. A base da teologia cristã é a crença em um Deus único, que


subsiste em três pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo), na Encarnação do Filho, que em
cristo assumiu também a natureza humana; morreu, ressuscitou, voltou para junto do
Pai e retornará no fim dos tempos. A salvação da humanidade foi alcançada pelo
sacrifício de Cristo que é ´´revivido`` pela celebração da Igreja. Esta recebeu, na pessoa
de Pedro e demais apóstolos, a missão de, com Cristo, por Cristo e em Cristo, o único
Mediador, continuar sua obra, levando a mensagem de salvação a todos os homens. Ao
Antigo Testamento acrescenta-se o Novo, que contém a vida e os ensinamentos de Jesus
e seus discípulos. A salvação da humanidade foi alcançada pelo sacrifício de Cristo, que
se renova, sendo o poder de intermediação transmitido a Pedro (discípulo de Jesus) e
seus sucessores. O cristianismo, no início do século XI, deu origem a dois ramos: o
Ocidental e o das Igrejas Orientais (ortodoxas). Com a reforma, liderada por Lutero no
século XVI, surge o Protestantismo, que engloba diversas correntes. Hoje, observa-se
uma tendência ecumênica, visando unir todas as confissões cristãs do Ocidente e do
Oriente.

O Cristianismo revogou os aspetos mais conservadores do pensamento judaico,


valorizando dessa forma o homem e instaurando uma religião universalista. Socialmente
representou, nas origens, uma verdadeira revolução ao promover a mulher, o pobre e o
escravo, daí inclusive sua rápida propagação entre as camadas sociais inferiores. Com o
progresso de um clero profissional, o fim da unidade romana, a institucionalização da
Igreja e da transformação desta em grande proprietária agrária, a sociedade cristã perdeu
seu caráter progressista e estratificou-se por séculos. Assim, as várias heresias
medievais, que culminaram no século XVI com a reforma protestante, representaram
uma reação dos elementos marginalizados aquela organização social rígida.

Islamismo. Juntamente com o judaísmo e o cristianismo, o islamismo forma as


três grandes religiões monoteístas. Aceita, como ponto de partida, as duas primeiras,
pois considera as revelações anteriores, contidas no Tora e Novo Testamento autênticas.
A principal profissão de fé do maometismo é a existência de um Deus supratemporal
chamado Alá, do qual Maomé é o profeta; aceita também os profetas anteriores, entre
os quais inclui Cristo. O livro sagrado denomina-se Corão e contém preceitos religiosos,
concepção de vida e de Deus, na missão dos profetas e dos livros revelados, na existência
dos anjos, no juízo final e na ressurreição dos mortos. Meca é a cidade sagrada, à qual,
se possível, cada crente deve fazer peregrinação, ao menos uma vez na vida.

O islamismo representou a integração dos nômades na sociedade de então.


Mantendo-se, porém, presa a elementos do passado, como é característico das
sociedades ´´primitivas``, esta religião conservou aspetos formais na realidade social
anterior. Ainda que tendo dado às mulheres e aos escravos condições jurídicas melhores,
a sociedade continuou patriarcal, a poligamia (limitada até quatro mulheres) foi
permitida, a escravidão mantida. É interessante notar que, justo com o hinduísmo, talvez
esta seja a religião que ainda hoje conserva mais intactos seus princípios de vida.

Religiões tradicionais africanas


As religiões tradicionais africanas, também referidas como religiões indígenas
africanas, englobam manifestações culturais, religiosas e espirituais originárias
do continente africano e que continuam sendo praticadas nesse continente nos dias
atuais. Há uma multiplicidade de religiões dentro desta categoria. Religiões tradicionais
africanas envolvem ensinamentos, práticas e rituais, e visam a compreender o divino.
Mesmo dentro de uma mesma comunidade, no entanto, pode haver pequenas diferenças
quanto à percepção do sobrenatural. São religiões que não foram significativamente
alteradas pelas religiões adotadas mais recentemente
(cristianismo, budismo, islamismo, judaísmo e outras). Estima-se que estas religiões
sejam seguidas atualmente por aproximadamente 100 milhões de pessoas em todo o
território africano.
Os africanos quase sempre reconhecem a existência de um Deus
Supremo ou Demiurgo que criou
o Universo (Olodumare,[1] ou Olorun, Mawu, Nzambi etc). Muitas histórias
tradicionais africanas falam que Deus, ou seu filho, uma vez viveu entre os homens, mas
que, quando os homens fizeram algo que ofendeu a Deus, o divino retirou-se para os
céus. Religiões tradicionais africanas são definidas em grande parte por
linhagens étnicas e tribais, como a religião yoruba da África Ocidental.

9. ORGANIZAÇÃO SOCIAL

O termo “organização” refere-se ao conjunto de duas ou mais pessoas no intuito de


realizar uma determinada tarefa.

Nesse sentido, a ideia de grupo está estreitamente relacionada, podendo ser entendido
como uma entidade coordenada que atua em determinados contextos ou ambientes,
como por exemplo, o ambiente de trabalho. Ou seja, apresenta-se como uma unidade de
pessoas e grupos separados pela divisão de trabalho, mas que também cooperam
reciprocamente.

Segundo Castro (2003) a organização é o conjunto das relações entre os membros de


um grupo – e entre grupos – conformado com uma estrutura. O grupo organizado
compreende valores, padrões, modelos e normas que embasam o comportamento de
seus membros.
No entanto, a organização não exclui a possibilidade de ações disfuncionais. Tanto
assim, que numa organização há dispositivos de controle, incluindo-se sanções previstas
para comportamentos que contrariem as expectativas (comportamento desviado).

Segundo Lakatos (1997) “as organizações são uma parte das formas de organização
social inserida no conceito de “organização social” mais amplo, que engloba toda a vida
em sociedade (família, parentesco, classes sociais, Estado, economia, etc.)”.

Diversas podem ser as organizações

Organizações militares: relação de liderança, subordinação, comando, etc.

Organizações políticas: partidos políticos, poder de intervenção estatal, etc.

Organizações religiosas: Igrejas, grupos que compartilham símbolos, etc.

Organizações de trabalho: O tipo principal é a empresa hierarquicamente


estruturada.

Organização Industrial: Comportamento global de um determinado ramo ou setor


de empresas. São relevantes no estudo desse tipo de organização, cálculos
econômicos gerais de um determinado segmento.

Para que a organização exista efetivamente é necessário:

1 - Coordenação: desenvolvimento de actividades de forma coordenada e


controlada para atingir determinados resultados. Este controle é geralmente
efetuado por um líder, mas encontram-se muitas vezes organizações em que estas
tarefas são efetuadas por todos os membros em conjunto.

2 - Recursos: os meios disponíveis à organização necessários à realização das


suas atividades. Incluem-se: os recursos humanos, os recursos materiais e
tecnológicos, os recursos financeiros, etc.

3 - Objetivos: metas ou resultados pretendidos.

4 - Contexto: Ambiente externo da organização que, de forma direta ou indireta,


influencia a sua atuação e o seu desempenho.

Meios de subsistência

- Significado de subsistência: Junção do necessário para manter a vida; conjunto de


meios ou recursos para manter a sobrevivência.

A teoria populacional malthusiana foi desenvolvida por Thomas Robert


Malthus (1766 — 1834), um clérigo anglicano britânico, iluminista, além de intelectual
influente em sua época, nas áreas de economia política e demografia .
Malthus percebeu que o crescimento populacional entre os anos 1785 e 1790 havia
dobrado, em razão do aumento da produção de alimentos, das melhores condições
sanitárias e do aperfeiçoamento no combate às doenças - benefícios decorrentes
da revolução industrial. Essas melhorias fizeram com que a taxa de
mortalidade diminuísse e a taxa de natalidade aumentasse.
Preocupado com o crescimento populacional acelerado, Malthus publica,
anonimamente, em 1798, An Essay on the Principle of Population, obra em que expõe
suas ideias e preocupações acerca do crescimento da população do planeta. Malthus
alertava que a população crescia em progressão geométrica, enquanto que a produção
de alimentos crescia em progressão aritmética. No limite, isso acarretaria uma drástica
escassez de alimentos e, como consequência, a fome. Portanto, inevitavelmente o
crescimento populacional deveria ser controlado.
Uma praga biológica ocorre quando a população de uma dada espécie tem alta taxa de
natalidade e baixa taxa de mortalidade, de modo que o número de indivíduos cresce,
pressionando os recursos naturais a ponto de desequilibrar o meio ambiente.
Essa superpopulação pode ser reduzida por doenças ou por predadores dessa população.
Se os predadores e parasitas (pestes) não aparecerem, o descontrole continua até que
escasseiam os alimentos disponíveis no ambiente, gerando competição intraespecífica,
e o controle populacional se dá pela fome. No caso da população humana, segundo
Malthus, a peste, a fome e a guerra atuariam como dispositivos de controle da explosão
demográfica.
Na falta desses três elementos, haveria fatalmente uma explosão demográfica, que,
sempre segundo Malthus, estava em curso desde a Revolução Gloriosa,
na Inglaterra (1688-1689). Assim, a solução defendida por Malthus seria:
1. A sujeição moral de retardar o casamento
2. A prática da castidade antes do casamento
3. Ter somente o número de filhos que se pudesse sustentar
As teorias de Malthus foram desmentidas no século XX, pelo progresso
técnico incorporado à produção agrícola, na chamada Revolução Verde.
Observe o crescimento populacional humano em bilhões de habitantes a partir de 1860
até os dias de hoje:
• 1 a 2 bilhões de pessoas entre 1850 a 1925 - 74 anos
• 2 a 3 bilhões de pessoas entre 1925 a 1962 - 39 anos
• 3 a 4 bilhões de pessoas entre 1962 a 1975 - 13 anos
• 4 a 5 bilhões de pessoas entre 1975 a 1985 - 12 anos
• 5 a 6 bilhões de pessoas entre 1985 a 1994 - 11 anos
• 6 a 7 bilhões de pessoas entre 1994 a 2011 - 16 anos
A tendência é de que, nos próximos séculos, a população comece a diminuir.
10.

11. Processos integrados da génese cultural e da aculturação

10. PROCESSOS CULTURAIS

Processos Culturais (MARCONI; PRESOTTO, 60)

1 - Mudança Cultural

2 - Difusão Cultural

3 - Aculturação

3.1 -Assimilação

3.2 - Sincretismo

3.3 - Transculturação

4 - Endoculturação

5 - Estagnação

Processo é a maneira, consciente ou inconsciente, pela qual as coisas se realizam, se


comportam ou se organizam.

1 - MUDANÇA CULTURAL

Conceito

É qualquer alteração na cultura, sejam traços, complexos, padrões ou em toda a cultura


(o que é mais difícil) (MARCONI; PRESOTTO, 60 - 61)

As culturas mudam continuadamente assimilam novos traços, ou abandonam os antigos


[ou reelaboram os já existentes] através de diferentes formas.

Crescimento

Transmissão
Difusão

Estagnação

Declínio

Fusão

[reelaboração]

Fatores causadores de mudanças na Cultura

a) aumento ou diminuição de população

b) migrações;

c) contatos com povos de cultura diferentes

d) catástrofes

e) crises econômicas

f) descobertas fortuitas

g) mudanças violentas [ou não] de governo (MARCONI; PRESOTTO, p.60 - 61)

Acrescentar

desenvolvimento econômico

ações de governos intencionais ou não

De acordo com Marconi e Presotto (1989,p.61) têm-se mudanças quando:

a) novos elementos são agregados ou os velhos elementos são


aperfeiçoados [reelaboração];

b) novos elementos são tomados de empréstimo de outras culturas;

c) elementos culturais inadequados [superados, obsoletos] são abandonados

d) alguns elementos por falta de transmissão de geração a geração se perdem

Podemos acrescentar outro tipo de mudança cultural

e) quando um elemento ou Complexo cultural muda de função

exemplos

- lampião no meio urbano passou a ser utilizado como objeto de decoração;


- Velas de meio de iluminação ou com finalidade religiosa passaram a serem
utilizadas com fins decorativos, como velas aromáticas, mantendo, a
finalidade religiosa

- Estradas de ferro antigas que deixaram de ser utilizadas para transporte de


mercadorias e passaram a ser utilizadas com fins turísticos

Observações

a) o crescimento de uma cultura não é uniforme, no tempo e no espaço;

b) O crescimento [mudança cultural] em uma cultura ou parte da cultura não se processa


em um mesmo ritmo, em todos os setores [a mudança é mais rápida na parte material da
cultura do que na parte não material]

c) em povos totalmente isolados [quase não existem mais] o processo de mudança


cultural é mais lento, pois cultura muda, apenas em conseqüência de fatores internos
[invenção ou descoberta]

As Mudanças Culturais podem surgir em conseqüência de

Fatores internos (endógenos)

Descoberta, invenção

Fatores externos (exógenos)

Difusão Cultural

As modificações na cultura ocorrem em quatro etapas: 61 - 63

1ª Etapa - Chegada do elemento ou complexo cultural (inovação) através de:

Variação

Descoberta ou Invenção

Tentativa

Difusão Cultural

Incentivo

2ª Etapa - Aceitação Social

3ª Etapa - Eliminação Seletiva

4ª Etapa - Integração
1 [Etapa - Inovação

É o aparecimento de um elemento (traço) cultural.

Maneiras de chegada de elemento novo em uma cultura. (Inovação)

Variação

Invenção ou descoberta

Tentativas

Empréstimo cultural

Incentivo (MARCONI; PRESOTTO, p. 62)

Inovação

- Variação

- Invenção

- descoberta

a) Variação

É uma ligeira mudança nos padrões de comportamento [pode ocorrer também em traços
culturais materiais e em Complexos Culturais]

Exemplos

nas formas de saudar os mais velhos

nas vestimentas masculinas ou femininas

no aprimoramento de maquinas e equipamentos

b) Invenção ou Descoberta

[descoberta – aquilo que se descobriu ou encontrou por acaso (achado)]

Exemplo

Como o café foi descoberto na Etiópia

Descoberta de novas variedades de plantas surgidas de mutações

(maça fugi, variedades de uvas)


[invenção – coisa nova, criada ou concebida no campo da ciência, da tecnologia, ou
das artes.]

Os processos de descoberta ou invenção podem ser atribuídos à causalidade ou à


necessidade.

No crescimento de uma cultura [por invenção], cada novo traço cultural nada mais é do
que o desenvolvimento de elementos existentes anteriormente]

[“não surgem do nada”, tem por base elementos culturais (conhecimentos, equipamentos
etc.) já existentes]

Exemplo

- Na invenção da Bomba atômica foi utilizado o conhecimento sobre a estrutura


do átomo

- para a invenção da vacina contra a AIDS está sendo utilizado o conhecimento


já acumulado utilizado para inventar outros tipos de vacina, bem como imuniologia

c) Tentativa

Quando surgem elementos que tenham pouca ou nenhuma relação com o


passado. (MARCONI; PRESOTTO, p. 62)

Difere do sentido popularmente utilizado para se referir a forma de obter


conhecimentos através de erros e acertos

Exemplos de Tentativa

Maquina de escrever

Computador

Internet

d) Empréstimo Cultural [Difusão Cultural]

É a vinda de elementos culturais ou complexo cultural de outra cultura.

É a forma mais importante de surgimento de novos elementos culturais [traços ou


complexos] em uma cultura

De todas as Inovações, a Difusão Cultural é o meio mais comum e importante.

Observações
- Para esse processo cultural, o uso do termo Difusão Cultural é mais adequado e mais
utilizado do que Empréstimo Cultural

- A Difusão Cultural é o maior causadora de novos elementos culturais em uma Cultura;

Exemplos de Difusão Cultural

Vinda para a Cultura Brasileira do Papai Noel, Espiritismo, Futebol,

Computador, carro, bicicleta, motocicleta, manga, coco da Bahia, café

Cana de açúcar

e) Incentivo

Elemento alheio aceito pelo povo quando atende as suas necessidades

Exemplo

Radio, robô, computador

Observações

Pode ter outro sentido. No dicionário Incentivo significa estimulo. Aquilo que estimula,
excita, incita.

Deste modo incentivo seria o estimulo à uma ação, no caso de Mudança Cultural
poderia ser ações de Governo, meios de comunicação de massa etc. visando estimular
(incentivar) adoção de novos traços ou Complexos Culturais. Por exemplo: Mudança
do consumo de gorduras animais por óleos vegetais, estimulo ao uso de camisinha,
introdução de computadores e Internet nas escolas etc.

2ª Etapa - Aceitação Social

Aceitação Social é a adoção de um novo traço cultural através da imitação ou do


comportamento copiado.

No inicio pode ser aceito apenas por um ou poucos indivíduos;

Aceitação de um traço depende muitas vezes, do seu significado

A aceitação é influenciada pela utilização ou necessidade

As vezes uma sociedade aceita elementos culturais de pouca serventia (pouco útil. Por
exemplo: jogos, mitos. [piercing,tatuagem]
Observação

Em alguns casos o novo elemento cultural é assumido por algum grupo social e não pela
maioria dos membros de uma sociedade

Exemplos

Piercing e tatuagem (por algumas pessoas de diversos segmentos sociais;


reggae (no Maranhão); pratos da culinária japonesa (em Cáceres

3ª Etapa Eliminação Seletiva

Consiste na competição pela sobrevivência feita por um elemento novo [que compete
com outro já existente]

` Exemplo:

carroça X caminhão; café feito com coador X café solúvel ou feito


à maquina

Observação

disputa com outro elemento e a eliminação do elemento antigo. As

Exemplo: Telefone fixo e telefone celular

4ª Etapa Integração Social

Consiste no desenvolvimento progressivo de ajustamento [do novo elemento cultural]


com os outros elementos que compõem a cultura local.

Na Integração deve haver:

Adaptação progressiva

Ajustamento recíproco entre os elementos culturais

(MARCONI; PRESOTTO, p.63)

2 - DIFUSÃO CULTURAL

É um processo na dinâmica cultural em que os elementos ou complexos culturais se


difundem de uma sociedade para outra.

A Difusão Cultural pode realizar-se por imitação ou por estímulo [ou a força]

Imitação – roupas, penteados, [citar papel dos meios de comunicação]

Estímulo – computador [modernização obrigatória feita em determinados países]


Nem tudo é aceito, imediatamente, há rejeição em relação a certos traços ou complexos
culturais.

Exemplos

Falta de proximidade com elementos já existentes. Calça de marca em países


que usam túnica.

Alfabeto no Japão e na China

O tipo mais significativo de Difusão Cultural é o de relações pacificas

Quase sempre um traço ou complexo cultural vindo de fora sofre modificações, havendo
reinterpretação posterior.

Pode haver reformulações

- quanto a forma

- à aplicação

- ao significado

- à função

Exemplo de reformulação

- Futebol no Brasil diferente da Inglaterra onde se originou.

- no Português falado no Brasil

Sequência do Processo de difusão Cultural

a) chegada do novo elemento cultural a uma sociedade;

b) aceitação do elemento [gradual]

c) integração na cultura existente

Fatores que impedem [ou dificultam] a Difusão Cultural

Condições geográficas

Isolamento

Acrescentar

Diferenças de idiomas
De acordo com Linton (1962)

Fatores que influenciam no processo de Difusão Cultural

1- tipo de contato entre povos (LINTON, 1962.p 364

Pode ter uma grande duração, ou ser apenas breve e esporádico. Maior a duração do
contato contribui para facilitar a Difusão Cultural.[tempo de contato; quantidade de
pessoas envolvidas; se pacifico ou não]

2- Comunicabilidade intrínseca do Elemento Cultural. LINTON, 1962.p 364

Certos elementos culturais podem ser expressos mais facilmente do que outros,seja na
forma de atos ,sejam na forma verbalizada

Existe facilidade de difusão de elementos materiais, em relação à elementos não


materiais.

3 – Utilidade do Elemento Cultural LINTON, 1962.p 371 - 372

4 – Compatibilidade do novo Elemento Cultural com a Cultura onde esta sendo


difundido. p. 371 - 37

5 – Interesses que domina a vida do grupo receptor LINTON, 1962.p 373

6 – Prestigio do grupo doador LINTON, 1962.p 373 – 374

7 – prestigio dos indivíduos sob cujos auspícios o novo elemento é apresentado à


sociedade (inovadores) LINTON, 1962.p 374

8 – “voguismo”, ou seja, o propecção de aceitar coisas novas [de fora], geralmente sem
grandes utilidades. LINTON, 1962.p 375

3 - ACULTURAÇÃO

É a fusão de 2 culturas diferentes que entrando em contato continuo originam mudanças


nos padrões de cultura de ambos os grupos. (MARCONI; PRESOTTO, p.64

Na troca recíproca [relativizar] entre as duas culturas, um grupo pode dar mais e receber
menos.

Exemplo

Povos indígenas do Brasil e o restante da Sociedade Nacional

Um grupo pode receber mais elementos culturais do que transmitir

Exemplo – povos indígenas e a cultura da população não indígena[índios Guatós]


A aculturação é uma forma especial de Mudança [Cultural].

A sociedade que sofre o processo de aculturação modifica a sua cultura, ajustando ou


conformando seus padrões culturais aos daquela que a domina.

Entretanto, embora sofra grandes alterações no seu modo de vida, conserva sempre algo
de sua própria identidade.

Exemplo

Povos Indígenas do Nordeste Brasileiro tiveram suas culturais quase


totalmente modificadas (língua, religião, normas sociais, conhecimentos etc.). Mas
conservaram alguns elementos culturais que atualmente utilizam para confirmar
suas identidades étnicas (indianidade) e pleitear seus direitos étnicos (terra)

No Processo de Aculturação, a mudança surge como um desvio das normas


consuetudinárias [costumeiras, habituais] existentes.

O desvio [mudança cultural] é realizado de formas diferenciadas:

- com entusiasmo

- com desprezo

- totalmente desaprovado

- sancionado levemente ou lentamente

- totalmente rejeitado

Os Processos de Aculturação não ocorrem total ou instantaneamente em nenhuma


sociedade. A Mudança [aceitação] de traços materiais é sempre mais rápida e aceita
com mais facilidade.

Exemplo:

- Aceitação do uso do facão, faca, machado, motosserra nos povos


indigenas

Aculturação

Assimilação

Sincretismo

Transculturação

3.1 - Assimilação
É uma fase da aculturação. È um processo mediante o qual os grupos que vivem em um
território comum, embora procedentes de lugares diferentes [algum deles], alcançam
uma “solidariedade cultural”

(MARCONI; PRESOTTO, p.64)

Observação.

Este conceito tem também outro sentido

No Dicionário Aurélio Assimilação significa

Processo pelo qual um grupo social, geralmente minoritário ou subordinado, perde


suas características culturais distintivas, sendo integrado, ou absorvido pelo grupo
maior, ou mais poderoso, ou que constitui a sociedade envolvente.

Assimilar - tornar-se semelhante ou igual

Aculturação pode significar, também, resultado do processo de adaptação de um


individuo a uma outra cultura.

Exemplo- índio aculturado, aculturação do imigrante

3 2 – Sincretismo

Fusão de 2 elementos culturais análogos (crenças e praticas), de culturas diferentes ou


não

Exemplos:

Macumba – espiritismo Kardecista+ Catolicismo + fetichismo africano e indígena.


(MARCONI; PRESOTTO, p.64 - 65)

Outro Exemplo

[Religião do Santo Daime fundada no Acre pelo padrinho Sebastião, com elementos do
tambor de mina, da dança de São Gonçalo, da umbanda, Catolicismo e de outras fonte

3.3 - Transculturação

Consiste na troca de elementos culturais entre sociedade diferentes.

Exemplo

Sírios Libaneses trouxeram a esfira e o quibe para o Brasil e aqui adotaram o arroz e o
feijão.

3.4. Desculturação
Quando um tração cultural novo entra em competição com outro já existente e o
substitui.

Exemplo- fogão a gás substituindo o fogão de lenha

4 – ENDOCULTURAÇÃO (ENCULTURAÇÃO)

É o processo de aprendizagem e educação em uma cultura desde a infância. Cada


individuo adquire as crenças, o comportamento, os modos de vida da sociedade a que
pertence. Ninguém aprende toda a cultura, mas está condicionado a certos aspectos
particulares da transmissão de seu grupo.

As sociedades não permitem que seus membros ajam de forma diferenciada. Todos os
atos, comportamentos e atitudes de seus membros são controlados por ela. [através de
punições ou premiações, vide Normas sociais]

(MARCONI; PRESOTTO, p.65)

Observações; alguns autores denominam de socialização a endoculturação


(enculturação). Difere um pouco do outro sentido desta palavra como sendo
adaptação do individuo ao grupo orgãos socializadores ( que fazem a
endoculturação:

• Familia; escola; grupo de iguais; igreja; meios de comunicação de


massa; televisão; rádio;jornal; cinema; internet

Anotações do livro Antropologia Cultural: Iniciação, Teoria e Temas de Luiz Gonzaga


Mello

Processo de Endoculturação (enculturação)

“[...] Processo de ajustamento de respostas individuais aos padrões de cultura de uma


sociedade”. (HERSKOVITS apud MELLO, 1986, p.85 - 86).

Processo consciente e inconsciente de condicionamento à uma cultura

Causa adaptação à vida social

Satisfação ao seguir as determinações da cultura. [Exemplo – padrões alimentares


determinados o que gostamos de comer e beber]

A cultura não é transmitida biologicamente e sim, através de uma serie de processos


culturais, entre os quais a endoculturação.

A endoculturação é um processo que tem inicio com o nascimento da criança e se


estende até a sua morte [velhice]

Analogia com uma esponja.


A criança nasce sem cultura. Ela absorve a cultura, adquire os condicionamentos
fundamentais, como hábitos de comer, dormir, falar, pensar.

[analogia com um caderno em branco]

[Critica a analogia do ser humano ser igual a argila(capacidade de ser moldável). Afirma
que os seres humanos tem também a capacidade de criar coisas novas. A capacidade de
intencionalmente mudar de Cultura]

A criança ao nascer tem um comportamento cem por cento biológico.

Se dividíssemos a vida dos seres humanos em três etapas distintas: 1ª do nascimento à


juventude; 2ª a maturidade; 3ª a velhice. Podemos constatar que:

1 - Na primeira fase os seres humanos aceitam, praticamente, todas as mensagens da


cultura;

2 – Na segunda aceita-as em função da cultura anteriormente interiorizada, partindo


então, para a reformulação e o recondicionamento.

3 – Na terceira, raramente aceita uma reformulação. A cultura interiorizada está


cristalizada e impermeável às novas sugestões da cultura provocadas pelas novas
situações.

(MELLO, 1986, p.89)

“[...] A tendência é absorver o maximo da cultura e conformar seu comportamento a


ela. Aprende todo o dispositivo simbólico que lhe permitirá comunicar-se com os outros
e a tornará apta para o processo intelectual, sensitivo e volitivo. Adquirirá hábitos e
costumes, disciplinará seus movimentos biológicos e sofrerá uma mudança progressiva
que transformará seu comportamento de cem por cento biológico ao ponto máximo de
cem por cento cultural” (MELLO, 1986, p.86).

O processo de endoculturação (ou enculturação) apresenta variações e


intensidades diversas.

1 – No recém-nascido tem o caráter de uma verdadeira imposição da cultura. Pois nos


primeiros anos de vida a criança não escolhe os padrões culturais que irá assimilar.

No momento que a criança começa a fazer uso de suas faculdades mentais, o faz baseada
na cultura interiorizada.

Já adulta, a conduta evidentemente pessoal e consciente do individuo não deixa de ser


uma expressão da cultura.
2 – No ser humano [ao se tornar mais adulto] a endoculturação se torna mais maleável
e converte-se em um misto de formação e de reformulação, de conhecimento e de
recondicionamento.

3 -. Na maturidade, o individuo teria sua endoculturação completada se não tivesse de


enfrentar novas situações [casamento, paternidade, maternidade, velhice]. Contudo
nestes casos, seu ajustamento será sempre um processo de recondicionamento,
porquanto ninguém despreza os valores interiorizados.

Padrão de Cultura – é um comportamento generalizado, estandardizado e


regularizado. Ele estabelece o que é aceitável ou não na conduta das pessoas em uma
dada cultura. 5 MARCONI; PRESOTTO p. 54

12. Estrutura social e cultural

Estrutura Social é um sistema de organização da sociedade que decorre da inter-


relação e posição (status social) entre seus membros. É determinada por diversos fatores,
dentre os quais econômico, político, social, cultural, histórico e religioso.

Dessa maneira, a Estrutura Social estabelece uma série de direitos e deveres praticados
pelos diversos grupos que constituem uma sociedade.

Sociedade e Estratificação. Social

A Sociedade é definida por um conjunto de pessoas (chamadas de atores sociais) que


compartilham interesses e valores num determinado espaço social.

Em outras palavras, a sociedade é uma totalidade formada por diversos grupos que
interagem entre si, sendo que todas as sociedades possuem uma estrutura social.

De tal forma, cada sociedade possui uma estrutura social definida por valores e
comportamentos dos indivíduos constituintes, os quais desempenham diversos papéis
sociais.

Os grupos sociais, por sua vez, estabelecem relações por meio de padrões sociais e
culturais, cuja estrutura foi definida historicamente.

A Estratificação Social está intimamente relacionada com o de Estrutura Social. Isso


porque a sociedade se divide em estratos ou camadas sociais de acordo com uma série
de fatores, tais como políticos, religiosos, étnicos, dentre outros.
Essa estratificação pode ocorrer por meio do sistema de castas e também por estamentos
(sociedade estamental), donde ambas não admitem a mobilidade social.

Ademais, as classes sociais existentes (basicamente dividida entre ricos e pobres) é um


termo associado ao sistema capitalista vigente.

A classe alta (ricos) detém o poder e os meios de produção e, por outro lado, a classe
baixa (pobres) é formada pelos trabalhadores e/ou operários.

As estruturas sociais abrangem duas vertentes:

Visão macrossociológica, que está pautada na atuação das Instituições Sociais.

Visão microsociológica, que se pauta no estudo do sistema social a partir do


comportamento dos indivíduos que fazem parte da sociedade.

Classificação

Conforme o campo de atuação, a estrutura social é classificada em diversas esferas


institucionais, a saber:

Estrutura Familiar

Estrutura Política

Estrutura Econômica

Estrutura Cultural

Estrutura Religiosa

Estrutura Educacional

11. Estuura social e cultural

É um sistema de organização da sociedade que decorre da inter-relação e posição (status


social) entre seus membros

Status é a posição social de um indivíduo que ocupa na sociedade

É determinado por fatores tais como econômico, político, social, cultural, histórico e
religioso

Ela estabelece uma série de direitos e deveres praticados pelos diversos grupos que
constituem uma sociedade

Estratificação social, no mundo da sociologia,


é um conceito que envolve a "classificação das pessoas em grupos com base de
condições socioeconômicas comuns;

Um conjunto relacional das desigualdades com as dimensões econômicas, social,


política e Antropologica

Sociedade e Estratificação. Social

A Sociedade é definida por um conjunto de pessoas (chamadas de atores sociais) que


compartilham interesses e valores num determinado espaço social

Estratificação social é baseada em quatro princípios básicos:

É uma característica da sociedade, e não simplesmente um reflexo das diferenças


individuais,

A estratificação social continua de geração para geração,

É universal, mas variável;

Envolve não só a desigualdade, mas também crenças

Cada sociedade possui uma estrutura social definida por valores e comportamentos dos
indivíduos constituintes, estes desempenham diversos papéis sociais

Papel Social é o conjunto dos comportamentos que se espera de um indivíduo no


desempenho das suas actividades sociais

Niveis de papel social

O Papel Institucional, é o papel que o indivíduo ocupa

Exemplo: Um chefe de família cumpra devidamente o seu papel

O Papel Individual, mediante a personalidade de cada indivíduo

Este vai assumir o seu papel perante a sociedade

Ex: Cada chefe de família, mediante a sua personalidade cumpre o seu papel á sua
maneira

O Papel Inter-relaccional

Um papel existe apenas em relação com outros papéis

Por exemplo, o papel de pai implica o papel de filho, o papel de médico implica o
papel de doente, o papel de professor implica o papel de aluno

Estatutos atribuídos – O lugar que indivíduo ocupa nos diferentes grupos a que
pertence ou
No conjunto da sociedade global, poder-lhe-á ser, transmitido, isto é, atribuído

Estatuto adquirido

– São aqueles em que o indivíduo possui tendo contribuído para a sua obtenção,
dependem essencialmente dos nossos esforços, da nossa iniciativa, da nossa vontade
(profissão, nível de formação académica, conquista de prestígio ou poder, etc.)

Os grupos sociais estabelecem relações por meio de padrões sociais e culturais

A Estratificação Social está relacionada com o de Estrutura Social

Isso porque a sociedade se divide em estratos ou camadas sociais de acordo fatores,


tais como políticos, religiosos, étnicos, dentre outros

Essa estratificação ocorre por meio do sistema de castas e por estamentos (sociedade
estamental), donde ambas não admitem a mobilidade social

Ademais, as classes sociais existentes (basicamente dividida entre ricos e pobres) é um


termo associado ao sistema capitalista vigente.

O sistema de castas da Índia é uma divisão social importante na sociedade Hindu, não
apenas na Índia, mas no Nepal e outros países e populações de religião Hindu

Castas e divisões na Índia

Define-se casta como grupo social hereditário, no qual a condição do indivíduo passa
de pai para filho; O grupo é endógamo, isto é, cada integrante só pode casar-se com
pessoas do seu próprio grupo.

Sendo que os grupos são:

os brâmanes (sacerdotes e letrados) nasceram da cabeça de Brahma;

os xátrias(guerreiros) nasceram dos braços de Brahma;

os vaixás (comerciantes) nasceram das pernas de Brahma;

os sudras (servos: camponeses, artesãos e operários) nasceram dos pés de Brahma

Tipos de mobilidade social

Vertical poder ser:


- ascendente(subida) - quando a pessoa melhora sua posição no sistema de estratificação
social, passando a integrar um grupo em geral economicamente superior ao de seu grupo
anterior;
Descententes(descida) - quando a pessoa piora sua posição no sistema de estratificação
social, passando a integrar um grupo em geral economicamente inferior

Horizontal

Uma pessoa que muda de posição dentro do mesmo grupo social, Ex: Um jovem
cientista(bolsista) que pretende ser um dentista(prestigio e mas rendimentos)

A mudança de posição social, mas permaneceu na mesma classe social

A classe alta (ricos) detém o poder e os meios de produção e, por outro classe baixa
(pobres) é formada pelos trabalhadores e/ou operários

As estruturas sociais abrangem duas vertentes:

Visão macrossociológica, que está pautada na atuação das Instituições Sociais

Visão microssociologia, que se pauta no estudo do sistema social a partir do


comportamento dos indivíduos que fazem parte da sociedade

Estrutura da cultura

Para analisar a cultura, alguns antropólogos desenvolveram conceitos de traços,


complexos e padrões culturais.

Traços culturais

De uma forma geral, os antropólogos consideram os traços culturais como os menores


elementos que permitem a descrição da cultura,

Estrutura cultural

Quando falamos da estrutura

A Cultura é o conjunto de tradições, crenças,e costumes de determinado grupo social,


Assim sendo a cultura representa o património social de um grupo e a soma de padrões
dos comportamentos humanos.

Pode ser designada como gama de comportamento de um grupo de pessoas envolvendo


seus conhecimentos, experiências, atitudes, valores, crenças, religião, hierarquia etc.
Tudo isso é repassado por comunicação ou imitação as gerações vindouras;

Também pode ser definida como o comportamento por meio da aprendizagem social.
Essa dinâmica faz da cultura uma poderosa ferramenta para sobrevivência humana e
tornou-se o foco central da antropologia desde os estudos do Britânico Edward Taylor
(1832-1917) segundo ele:
A cultura é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, arte, a moral,
a lei, os costumes, e todos os outros hábitos e capacidades adquiridas pelo homem como
membro da sociedade.

Cultura na sociologia

Da mesma forma, ela na sociologia representa o conjunto de saberes e tradições.

Estes são produzidos pela interação social entre os indivíduos de uma comunidade ou
sociedade.

A partir das necessidades humanas vão sendo moldados e criados padrões e


comportamentos que geram uma determinada estrutura e organização social.

Características da cultura

Determinada pelo conjunto de saberes, comportamento e modos ou fazer;

Possui um caracter simbólico

É adquirida por meio das relações sociais de um grupo.

Elementos da cultura

Associada aos valores materiais e espirituais, os elementos da cultura são:

Elementos da cultura material: representa as construções, por exemplo, museus, obras


de artes, vestuários, etc.

Elementos da cultura imaterial: representa os saberes e valores partilhados entre os


membros de uma sociedade.

13. Historia e dinamica das ciencias e tecnologia.

Introdução

Após a II Guerra Mundial a imagem da ciência e da tecnologia passou a sofrer


modificações. Inicialmente o desenvolvimento tecnólogico foi valorizado
possitivamente por ser considerado a alavanca do progresso e bem-estar-social. As
politicas públicas eram basicamente politicas de promoção de maneira que no
modelo linear de desenvolvimento tecnologico que se estabelecia, não havia lugar
para as consequencias negativas da mudança tecnologica.

A ciencia ao longo dos anos vem ganhando importancia. Embora ela exista desde os
primordios da civilização, a ciencia não era essencial para qualquer finalidade t´cnica
até o século XVI, quando se tornou indispensavel á navegação. Entrantanto, continou
não tendo muitas aplicações até o século XIX, quando então se tornou necessária, á
quimica e á engenharia.

O avanço cientifico e tecnologico possibiltou a Revolução Industrial.. No entanto,


Bernal ( 1969) afirma que, a maquinária da Revolução Industrial não foi um simples
presente do sinventores, ela ocorreu porque havia disponibildade de capital de mão
-de -obra. As oportunidades que o mercado oferecia para obtenção dos lucros fizeram
com que o desenvolvimento cientifico-tecnologico ocorrese em grande velocidade.
A criação de novo processo, nova maquina, ou novo principio cientifico, como por
exemplo, a produção de enegia elétrica por magnetismo (Faraday), proporcionou
uma modificação nas condiçoes de produção e novas oportunidades

De transformação economica.

È muito provavel que associes a ciencia e tecnologia. São conceitos tão proximos
que precisam de um pouco de atenção para entender as diferenças.

A ciencia busca as explicações sobre os fenomenos que ocorrem na natureza.

A tecnologia é uma actividade prática – um método, instrumento ou processo que


ajude a alcançar um objectivo.

O divulgador da ciencia Simon singh tem uma definição: „ a tecnologia envolve todo
necessário para tornar a vida ( e a morte) mas cómoda, enquanto a ciencia ´s
simplesmente um esforço para compreender o mundo“

Carl Sagan escreveu: „ Ciência é uma tentativa, de grande parte bem-sucedida, de


compreender o mundo, de controlar as coisa, de ter dominio sobre nós mesmos, de
seguir um rumo seguro.“

A tecnologia depende da Ciência?

A tecnologia não depende necessáriamente da ciência?

Imagine como se deu a descoberta da produção de fogo pelos primeiros seres


humanos. Eles não tinham noção que é a combustão do oxigenio que gera color e
luz. Estavam interessados em aquecimentos, iluminar um ambiente, manter
predadores afastados etc.

Outro exemplo nos leva ao fisico alemão Wilhelm Rôntgen (1845- 1923): Ele
descobriu o raio X em 1895, enquanto estudava a luz flourescente emitida por um
tubo de raios catódicos. Esse aparelho é chamado também de tubo de Crookes.

Rõntgen percebeu que uma chapa proxima ao experimento brilhava enquanto tubo
estava ligado. Ele executou alguns testes que demonstraram que alguns materiais
bloqueavam esses raios e outros não. O cientista até pediu á sua esposa para colocar
a mão entre o tubo e a chapa, revelando os ossos de seus dedos.

Rôntgen tinha a tecnologia. Já que a natureza daqueles raios invisiveis era um


ministerio, ele não conhecia a ciência envolvida na altura.

Muitas pessoas foram expostas em excesso a raios X antes de sabermos que eles
podem causar mutações e outros prejuizos ao corpo. Isso poderia ser evitado sse
tivessemos um conhecimento mais profundo sobre radiação.

Daí a importância de uma base cientifica por trás de uma tecnologia. Esse
embassamento nos permite usar a tecnologia de forma mais controlada e
responsavel.

Desenvolvimento da tecnologia a partir da ciencia

O que vemos hoje é a tecnologia muito mais dependente da ciencia.

Para produzir um celular, precisamos de conceitos de ondas para ele fazer ligações
e se conectar á internet.Sua bateria necessita de principios de quimica e electricidade
para funcionar. Por isso também podemos definir tecnologia como a aplicação
prática da ciencia.

Há empresa que investem em ciencia aplicada porque sabem que os estudos são
conduzidos em uma area que gera resultados práticos. A industria farmaceutica é um
bom exemplo. Estudos bioquimicos podem levar á produção de novas drogas que
salvam vidas.

Mas nem todo tipo de conhecimento cientifico resulta em aplicação práticas em um


futuro proximo.

Chamamos ciencia de base a busca pelo conhecimento motivada essencialmente pela


curiosidade em saber como as coisa funcionam. È um trabalho dedicado a deixar um
legado para a humanidade.

A ciencia e a tecnologia se beneficiam uma da outra, mas, em seu nivel mais


fundamental, não se faz ciencia por razões de ordem prática.

14. Revolução Industrial

A Tecnologia Pré-Industrial

A forma mais perfeita da tecnologia pré-industrial é a tecnologia chinesa, que funciona


segundo o paradigma do melhoramento contínuo. Este movimento tecnológico faz-se
sem industrialização. A divisão do trabalho e a produtividade do gesto não são utilizadas
para aumentar as quantidades produzidas .

A máquina a vapor ainda substituiu a força muscular. Ficamo-nos pela fase do


artesanato. No seu livro Recherches sur la nature et les causes de la richesse des nations
( 1776), o filósofo e economista escocês Adam Smith observou o seguinte: um operário
que trabalhe sozinho na produção de agulhas produzirá uma dezena por dia. Por outro,
dez operários que partilhem o trabalho entre eles produzirão 40 000, ou seja, 4000 por
operário. Daí o interesse na divisão do trabalho para aumentar a produtividade. Pode
parecer estranho que tal facto não tenha sido constatado mais cedo, em particular pelos
Chineses. Espantosamente anacrónico.

Dentro do contexto chinês, o capitalismo não tem lugar, pois o capital não tem um papel
determinante no desenvolvimento da produção. Não existe concorrência, logo não existe
produtividade. Em 1720, o escocês John Law falha na tentativa de desenvolver
sociedades á base de acções. A hora da bolsa ainda não tinha chegado.

A tecnologia anterior a 1750 mantém-se pré-industrial, porque não é estimulada por um


paradigma científico forte. Trata-se de uma tecnologia pura que não respira em conjunto
com a Ciência. A máquina a vapor foi inventada a época de jesus Cristo, mas não era
utilizada porque o seu uso não correspondia á ideia que os homens da época tinham do
mundo. Os filósofos gregos, que tal como Platão refletiram e teorizaram a abolição da
escravatura. Então, para quê substituir escravos por máquinas? A escravatura é
certamente uma maneira pouco eficaz produzir, mas a própria existência dos escravos
impede que seja posta a questão da produtividade, uma vez que o trabalho não tem custo.
Na visão do mundo segundo os gregos, a máquina a vapor não tem lugar. É, portanto, a
ideia e não o estado da técnica que, neste caso, interdita a evolução.

A sociedade pré-industrial evolui dentro de um paradigma, onde o real nunca permite


que uma teoria ou uma medida o represente.

A quantidade não representa a qualidade, não tem nenhuma procuração, nenhuma


possibilidade de o fazer. Sendo assim, o real é o que é, domina qualquer visão do mundo.
Não conseguiríamos dominá-lo. Não imaginamos o real. A sociedade pré-industrial vive
com a proibição da representação.

A Primeira Revolução Industrial


O primeiro país a realizar a Revolução Industrial foi à Inglaterra, a partir de
meados do século XVIII, seguida, no século XIX, por outras nações europeias:
Alemanha, Itália, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Suíça, Suécia, Áustria e Rússia. Fora
do continente europeu, apenas Estados Unidos e Japão realizaram sua Revolução
Industrial ao mesmo tempo em que os países da Europa. Na grande maioria dos países
subdesenvolvidos o processo de industrialização chegou cerca de duzentos anos
atrasado em relação à Inglaterra. É o caso da Revolução Industrial no Brasil, Argentina,
México, África do Sul, Índia.

O espaço geográfico dos países altamente industrializados da Europa Ocidental


caracteriza-se pelo menos por três aspectos: intensa industrialização, forte urbanização
e grande aproveitamento do aspecto físico por uma agricultura e pecuária em bases
modernas a Revolução Industrial dos Países da Europa ocidental apoiou-se em vários
fatores, que resumidamente são: Acumulação de capitais em decorrência da intensa
exploração da atividade comercial no mundo e particularmente nas colônias americanas,
nas feitorias e nas colônias asiáticas e africanas.

Existência de abundantes reservas de carvão mineral, minério de ferro e outras


matérias primas industriais em muitos países europeus grandes desenvolvimento das
técnicas de produção mediante a aplicação de dinheiro em pesquisas científica.
Disponibilidade de mão de obra e intensa exploração da força de trabalho do operário
ou trabalhador mediante o pagamento de baixos salários. Expansão de empresas
multinacionais ou transnacionais nos países subdesenvolvidos.

Surgiram então, no séc. XIX, as estradas de ferro, que facilitaram muito o


transporte dos produtos manufaturados, tomando-os mais baratos e colaborando para a
Revolução Industrial. A invenção dos altos-fornos desenvolveu muito as indústrias de
ferro e aço. A população das cidades aumentou demais: um número cada vez maior de
pessoas deixava o campo para trabalhar nas fábricas. O povo sofreu bastante com os
vários problemas ligados a salários e condições de trabalho, tendo a Grã-Bretanha que
importar cada vez mais gêneros alimentícios para suprir sua população sempre
crescente.

Antes da invenção da máquina a vapor, as fábricas situavam-se em zonas rurais


próximas às margens dos rios, dos quais aproveitavam a energia hidráulica. Ao lado
delas, surgiam oficinas, casas, hospedarias, capela, açude, etc. a mão de obra podia ser
recrutada nas casas de correção e nos asilos. Para fixarem-se, os operários obtinham
longos contratos de trabalho e moradia. Com o vapor, as fábricas passaram a localizar-
se nos arredores das cidades, onde contratavam trabalhadores. Elas surgiam "tenebrosas
e satânicas", em grandes edifícios lembrando quartéis, com chaminés, apitos e grande
número de operários. O ambiente interno era inadequado.
Até o século XVIII, a cidade grande na Inglaterra era uma localidade com cerca
de cinco mil habitantes. Em decorrência da industrialização, a população urbana cresceu
e as cidades modificaram-se. Os operários, com seus baixos salários, amontoavam-se
em quartos e porões desconfortáveis, em subúrbios sem condições sanitárias.

A Revolução Industrial tornou os métodos de produção mais eficientes. Os


produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando
o consumo,

por outro lado, a Revolução aumentou também o número de desempregados. As


máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão de obra humana. A poluição ambiental,
o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades
também foram consequências nocivas para a sociedade. Até os dias de hoje, o
desemprego é um dos grandes problemas nos países em desenvolvimento. Gerar
empregos tem se tornado um dos maiores desafios de governos no mundo todo após a
Revolução Industrial. Os empregos repetitivos e pouco qualificados foram substituídos
por máquinas e robôs. As empresas procuram profissionais bem qualificados para
ocuparem empregos que exigem cada vez mais criatividade e múltiplas capacidades.
Mesmo nos países desenvolvidos têm faltado empregos para a população.

Segunda Revolução Industrial

No desenrolar da Revolução Industrial percebemos que a necessidade crescente


por novas tecnologias se tornou uma demanda comum a qualquer nação ou dono de
indústria que quisesse ampliar seus lucros. Com isso, o modelo industrial estipulado no
século XVIII sofreu diversas mudanças e aprimoramentos que marcaram essa busca
constante por novidades particularmente, podemos ver que, a partir de 1870, uma nova
onda tecnológica sedimentou a chamada Segunda Revolução Industrial.

Nessa nova etapa, o emprego da energia elétrica, o uso do motor à explosão, os


corantes sintéticos e a invenção do telégrafo estipularam a exploração de novos
mercados e a aceleração do ritmo industrial. Dessa forma, percebemos que vários
cientistas passaram a se debruçar na elaboração de teorias e máquinas capazes de reduzir
os custos e o tempo de fabricação de produtos que pudessem ser consumidos em escalas
cada vez maiores.

A eletricidade já era conhecida um pouco antes dessa época, mas tinha seu uso
restrito ao desenvolvimento de pesquisas laboratoriais. Contudo, passou a ser utilizada
como um tipo de energia que poderia ser transmitido em longas distâncias e geraria um
custo bem menor se comparado ao vapor. No ano de 1879, a criação da lâmpada
incandescente estabeleceu um importante marco nos sistemas de iluminação dos grandes
centros urbanos e industriais da época.

O petróleo, que antes tinha somente uso para o funcionamento de sistemas de


iluminação, passou a ter uma nova utilidade com a invenção do motor à combustão.
Com isso, ao lado da eletricidade, este mineral passou a estabelecer um ritmo de
produção mais acelerado. Sob tal aspecto, não podemos deixar de destacar outras
descobertas empreendidas no campo da química que também contribuíram para essa
nova etapa do capitalismo industrial.
Novas experiências permitiram o aproveitamento de minérios antes sem
importância na obtenção de matéria-prima e outros maquinários. O aço e o alumínio
foram largamente utilizados pela sua maior resistência e maleabilidade. Métodos mais
simples de fabricação permitiram que o ácido sulfúrico e a soda cáustica fossem
acessíveis. Por meio desses dois compostos a fabricação de borracha, papel e explosivos
pôde ser feita em larga escala.

Com relação aos transportes, podemos ver que as novas fontes de energia e a
produção do aço permitiram a conceção de meios de locomoção mais ágeis e baratos.
Durante o século XIX, a construção de estradas de ferro foi o ramo de transporte que
mais cresceu. Nesse período, Estados Unidos e Europa possuíam juntos cerca de 200
mil quilômetros de trilhos construídos. Segundo outros dados, somente na década de
1860, mais de dois milhões de pessoas eram empregadas na manutenção desse único
meio de transporte.

Por meio dessas inovações, as indústrias puderam alcançar lucros cada vez
maiores e dinamizar o processo que se dava entre a obtenção da matéria-prima e a
vendagem do produto ao consumidor final. Ao mesmo tempo, os controles mais
específicos sobre os gastos permitiram o cálculo preciso das margens de lucro a serem
obtidas com um determinado artigo industrial. Dessa forma, o capitalismo rompia novas
fronteiras e incidia diretamente na aceleração da economia mundial.

Terceira Revolução Industrial


A terceira etapa desse processo de transformação nos meios e modos de
produção iniciou-se na segunda metade do século XX e ainda está em curso, a Terceira
Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Técnico-Científica
Informacional, caracteriza-se pelos avanços nos sistemas de telecomunicações e
transportes, pelo surgimento e rápida expansão da informática e da automação, além do
desenvolvimento da engenharia robótica. Essa nova configuração estabeleceu profundas
transformações no mundo do trabalho.

Nas etapas anteriores das produções industriais, observava-se uma crescente


substituição do homem pela máquina no processo produtivo, tornando o indivíduo
apenas um apêndice de um maquinário cada vez mais amplo e complexo. No atual
momento, essa situação ganhou novas e maiores proporções, na medida em que, junto
ao maquinário e às novas tecnologias, a informática passou também a atuar. O ser
humano passou a ser substituído não apenas pela mecânica, mas também
por softwares, que, em muitos casos, passaram a gerir a produção fabril.

Além disso, observa-se também a crescente terceirização da economia, em que


a maior parte dos empregos gerados passou a se concentrar no setor de comércio e
serviços. Tal processo, aliado à flexibilização do trabalho, contribuiu para a precarização
das condições do trabalho, para a crise das representações sindicais e para a perda de
direitos trabalhistas.

Outro aspecto das transformações no mundo do trabalho ao longo da Terceira


Revolução Industrial também está ligado à questão espacial entre campo e cidade.
Ocorreu uma intensa mecanização dos meios rurais e o desenvolvimento de técnicas e
mecanismos agrícolas que propiciaram um grande desemprego nesse meio, o que
contribuiu para a intensificação do êxodo rural, isto é, uma migração em massa da
população do campo para a cidade.

O trabalho, tanto no meio urbano quanto no meio rural, passou a ser exigido
muito mais em sua qualificação técnica, uma vez que a operação das novas tecnologias
exige determinados conhecimentos específicos que não podem ser realizados por um
profissional que não possui uma determinada formação. Tal contexto contribui para a
emergência da contradição: aumento do número de empregos e aumento do número de
desempregados, uma vez que a massa de trabalhadores que não consegue se adequar às
novas condições de trabalho não alcança oportunidades.

Como resultado há um crescimento na geração de emprego nos setores


informais, onde não há leis e direitos trabalhistas, tendo em vista que esse setor
caracteriza-se pela sua desregulamentação e pela ausência de uma hierarquia organizada
de trabalho (a maior parte é informal). O resultado é a caracterização de diversos
problemas, dentre eles, a pirataria, bastante comum nos países subdesenvolvidos ao final
do século XX e início do século XXI.
As novas tecnologias eliminam, gradativamente, a necessidade de antigos
materiais (como o papel, por exemplo), aceleram a transmissão de informações e
estimulam, em graus nunca antes vistos, o fluxo de atividade em cada nível da sociedade.
A compressão de tempo passa a exigir respostas e decisões mais rápidas. O tempo e o
conhecimento tornam-se mercadorias. As empresas passam a substituir a mão de obra
humana por máquinas e computadores. Postos de trabalho são eliminados e, em
diferentes ramos da economia, o trabalhador tradicional desaparece.

18. Tarefa para Estudantes -contribuição da África na Revolução Industrial

19. Modernidade e sua Génese

Podemos demarcar o início da modernidade a partir das mudanças sociais,


económicas e culturais decorrentes do declínio do feudalismo, há cerca de 5 séculos, do
ressurgimento das cidades, mudanças nas relações de trabalho e de produção e gradual
deslocamento de saberes religiosos e baseados na tradição - que até então ocupavam
lugar central -substituídos pelo conhecimento científico. Outro ponto fundamental da
modernidade é o fortalecimento do Estado-nação e da Soberania Nacional.

Rouanet (2002 p.45) por sua vez considera a modernidade como sendo
´´Uma civilização neomoderna iluminista. Para o iluminista, o bárbaro não é o
estrangeiro, mas sim o sem razão, ignorante. Assim a barbárie está em todos os lugares
e entre as diversas forças sociais, tanto na direita, quanto na esquerda. Portanto, para o
autor, a solução seria: “Iluminismo ou barbárie é preciso escolher antes que outros
escolhem por nós”

Esgotamento da modernidade

Para Bauman (1999 e 2004), o que mudou foi a "modernidade sólida", que cessa de
existir, e, em seu lugar, surge a "modernidade líquida". A primeira seria justamente
a que tem início com as transformações clássicas e o advento de um conjunto estável de
valores e modos de vida cultural e político. Na modernidade líquida, tudo é volátil, as
relações humanas não são mais tangíveis e a vida em conjunto, familiar, de casais, de
grupos de amigos, de afinidades políticas e assim por diante, perde consistência e
estabilidade

A modernidade como movimento estético

Na primeira metade do século XX, vários movimentos de vanguarda na arte e na cultura


ocidental constituem o que se costuma chamar modernismo.

Da mesma forma, nos anos 1960-1970, os movimentos estéticos que ostensivamente


passou a negar os preceitos do modernismo, sobretudo na arquitectura, foram chamados
pós-modernos.
Mas, de 1914 a 1919, houve uma guerra na Europa, que se chamou da Primeira
Guerra Mundial (conflito armado ocorrido de 1914 a 1919, entre as potências centrais
- Alemanha, Áustria e Turquia - e os países aliados, representados por Rússia, França e
Reino Unido, entre outros). No final da primeira guerra mundial, essa utopia, o sonho
da modernidade, o sonho de se construir um mundo melhor vai se desfazendo,
porque, pela primeira vez, a ciência é utilizada para não melhorar a qualidade de
vida humana, não para o benefício da vida humana, mas para destruição da
humanidade.

Diferença entre Modernidade e Pós-Modernidade

Nos anos 60, a Cultura Hippie desafiou e minou os quatro pilares da modernidade: a fé
na razão, a fé no progresso tecnológica, a fé na ciência como substituta da religião e de
Deus, para guiar os destinos humanos, a fé no homem autônomo e auto-suficiente como
ente capaz de resolver seus dilemas.

Definição e origem de Pós- Modernidade

É o nome aplicado às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas


sociedades avançadas desde 1950, quando, por convenção, se encerra o
modernismo (1900 – 1950). Nasce com a arquitetura e a computação nos anos 50,
toma corpo com a arte pop nos anos 60, cresce ao entrar pela filosofia durante os
anos 70, como crítica da cultura ocidental e amadurece hoje, alastrando na moda,
no cinema, na música e no cotidiano programado pela tecnologia, invadindo o
cotidiano desde alimentos processados até microcomputadores.

Por Modernidade, entendemos também o processo de secularização por que passa a


cultura ocidental. O relatório da consulta sobre Evangelização Mundial realizada em
Pattaya, Tailândia, em 1980, definiu assim Modernidade:

“A cultura e consciência modernas são resultados da interação do homem com os


veículos da Modernidade. ‘Os principais veículos são a economia de mercado capitalista
e o estado burocrático centralizado’. Entre os veículos secundários, incluem-se as novas
tecnologias mundiais, a urbanização acelerada, o crescimento da população e os meios
de viagra sales by country comunicação de massa, como as mais importantes”.

• A modernidade transita, em seu fechamento e esgotamento, para a pós-


modernidade. Muitos teóricos trataram dessa transição e tentaram sondar para
ver além dos limites da transição para tentar captar que outro mundo estava
surgindo.

❑ A Modernidade e a pós Modernidade

Definição de Modernidade.
A Modernidade é uma terminologia que define um sistema oriundo das forças da
modernização e desenvolvimento, centrado, sobretudo, na premissa de que toda causa
de cima para baixo vinda de Deus ou do sobrenatural foi substituída definitivamente por
causas de baixo para cima, frutos do desígnio e produtividade humana.

Origem da Modernidade

Aproximadamente a cada três séculos ocorrem grandes transformações na história.


Devido a essas mudanças, a sociedade necessita reorganizar-se para se adequar a nova
visão de mundo, rever seus valores básicos, avaliar sua estrutura social e política, suas
artes, suas instituições mais importantes.

Com a invenção da imprensa por Gutemberg em 1455 e a Reforma Protestante de Lutero


em 1517, floresceu o Renascimento. Florença e Veneza, entre 1470 e 1500, tornaram-
se o foco de uma reação muito forte da intelectualidade contra o misticismo e o
obscurantismo que a religião patrocinara por mais de mil anos.

O universo, naqueles dias de pré-renascença, era visto sob uma ótica teocêntrica. Com
o florescimento da cultura, do saber e da ciência, viu-se que muitas propostas medievais
de esclarecimento da realidade não passavam de armas para manter as pessoas presas à
instituição religiosa. Depois que Copérnico escreveu seus comentários, entre 1510 e
1514, desmistificando a visão que a igreja fornecia sobre o universo, ele afirmava que
não era o sol que girava em torno da terra, mas a terra que girava em torno do sol,
desmoronou o conceito dogmático de viagra equivalent for women que a terra era o
centro absoluto do universo. A partir daí, não haveria mais centro a não ser o próprio ser
humano.

A Racionalização e contacto Internacional

❑ Na sociologia, racionalização se refere a um processo no qual um número


crescente de acções sociais se baseia em considerações de eficiência
teleológica ou de cálculo, em vez de motivações derivadas da moral, da
emoção, do costume ou da tradição. Muitos sociólogos consideram a
racionalização como um aspecto central da modernidade, que se manifesta
especialmente na sociedade ocidental, em aspectos como o
comportamento no mercado capitalista, a administração racional do
Estado e a expansão da ciência e tecnologia modernas.

❑ Muitos sociólogos, teóricos críticos e filósofos contemporâneos têm


argumentado que a racionalização, falsamente assumida como progresso, tem um
impacto negativo de desumanização da sociedade, distanciando a modernidade
dos princípios centrais do Iluminismo. Os fundadores da sociologia actuavam
como uma reacção crítica à racionalização:
❑ Marx e Engels associavam o surgimento da sociedade moderna, sobretudo, com
o desenvolvimento do capitalismo; para Durkheim, estava conectado em

-
particular com a industrialização e com a nova divisão social do trabalho que ela
trouxe; para Weber, tinha a ver com o surgimento de uma distinta maneira de
pensar, o cálculo racional que ele associou com a ética protestante

O Consumo

❑ O consumo moderno de alimentos é uma representação típica do processo de


racionalização. Enquanto a preparação de alimentos nas sociedades tradicionais
é mais trabalhosa e tecnicamente ineficiente, a sociedade moderna tem se
esforçado para garantir-lhe velocidade e precisão. Restaurantes fast-food,
projectados para maximizar o lucro, adoptam uma série de técnicas visando à
eficiência, tais como: um controle rigoroso das acções dos empregados; a
substituição de sistemas mais complexos por outros mais simples e rápidos, como
sistemas numéricos de refeições promocionais; a venda através de Drive-Thru; o
uso de mobiliário desconfortável para desencorajar a vadiagem.

Racionalização de outros campos da vida humana

Corpo humano

❑ Uma tendência de racionalização é no sentido da eficiência e do rendimento do


corpo humano. Vários meios servem a tal finalidade, tais como a adopção de
exercícios regulares, dietas planejadas, intensificação da higiene e uso de
medicamentos. Assim como trazem um aumento da expectativa de vida, essas
práticas produzem corpos mais fortes e preparados para completar tarefas mais
rapidamente, permitindo que suportem os rigores do mercado de trabalho no
contexto histórico do capitalismo.

A Educação

❑ O foco da educação racionalizada tende a se deslocar de assuntos que envolvem


o discurso crítico (por exemplo, a filosofia) para outros que contribuem para o
funcionamento calculado da sociedade (como a administração). Outra
característica da racionalização no campo educacional é a utilização de exames
padronizados e testes de múltipla escolha, que avaliam os estudantes com base
em respostas numeradas e contra padrões uniformes.

❑ Contacto Internacional

20. A GLOBALIZAÇÃO: CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA


• Na perspectiva do Theotónio dos santos aborda que a globalização deriva após a
guerra fria, e da queda do Murro de Berlin, onde, criativos, dinâmicos,
pensadores realizaram uma conferência na África propriamente no Egipto onde
analisou-se aspetos económicos para expansão nas várias sociedades do mundo
compondo o denominado do processo da globalização e veio afirmar em formas
posteriores

Falar de Globalização remete para um conjunto de transformações


económicas, políticas, sociais e culturais que se fazem sentir a nível mundial. Nas suas
formas mais visíveis, estas transformações estão frequentemente associadas a inovações
tecnológicas. As novidades tecnológicas, e a velocidade a que estas ocorrem no mundo
contemporâneo, contribuem para crer que a globalização constitui um fenómeno
completamente novo.

Embora o termo Globalização seja relativamente recente e que só se tornou


recorrente já na última década do século XX (anos 90), a origem do processo a que
chamamos Globalização parece ser bastante mais remota .A verdade é que já no século
XIX alguns intelectuais adoptaram o termo Globalização para traduzir a ideia de que o
processo de modernização implicava uma crescente integração do mundo.

Para alguns autores os primórdios da Globalização remontam ao século XV (século que


marca o início da expansão ultramarina empreendida pelo mundo Ocidental,
designadamente pelos portugueses e espanhóis), e há mesmo quem relembre que muito
antes deste período existiam contactos comerciais entre povos e mesmo viagens
intercontinentais (por exemplo, já na Antiguidade os fenícios, grandes comerciantes e
navegadores, percorriam as terras do mediterrâneo desde a sua costa asiática e
penetravam no Atlântico, atingindo designadamente a costa ocidental portuguesa).

A Globalização pode ser entendida ainda como o produto do


desenvolvimento do capitalismo à escala mundial e, bem como a continuidade de uma
lógica civilizacional que tem sido designada por modernidade, e que já não é
propriamente recente - a sua 18 origem remonta à revolução industrial inglesa no século
XVIII conjugada com as transformações sociopolíticas emergentes da Revolução
Francesa (1789). Portanto, numa analse mais sociologia a Globalização pode pois ser
entendida como um fenómeno social total.

Tendências da Globalização no mundo actual

Algumas tendências ou acontecimentos apresentados pelo fenómeno destacam-


se
❑ O desenvolvimento do comércio internacional

❑ O desenvolvimento do capitalismo financeiro

❑ A emergência e consolidação de um novo paradigma técnico-económico

❑ Os desenvolvimentos das ciências e da tecnologia, em particular no que respeita


à implementação de uma rede de à escala mundial.

❑ As transformações sociopolíticas ocorridas nos países do Leste europeu ao


longo da década de 80 que conduziram, por um lado, à abertura política e
económica deste conjunto de países ao modelo ocidental

❑ O florescimento dos ideais político-económicos de inspiração neoliberal.

❑ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA GLOBALIZAÇÃO:

❑ - As fronteiras comerciais deixam de existir nos países-membros dos blocos


económicos.

❑ -Os acordos entre as nações favorecem á prática comercial.

❑ Aumento da velocidade no processamento das informações.

❑ A guerra fria cede espaço á guerra do conhecimento.

❑ As máquinas ocupam nos dias de hoje, cada vez mais o espaço do homem na
execução de tarefas.

❑ Crescimento da economia informal.

❑ - Permite o desenvolvimento precoce de jovens quando comercializam ideias e


serviços interessantes.

- Os negócios dependem cada vez mais da inteligência e menos do trabalho


braçal.
Obrigam os países emergentes a gerências adequadamente os seus programas de
estabilização económica.


- Estimula o regime da privatização de empresas estatais, especialmente aquelas
mais lucrativas.

- Formação de grandes blocos económicos. A união comercial dessas nações tem


a finalidade básica de facilitar o fluxo de produtos e investimentos.
- A valorização da mão-de-obra qualificada.

A IMPORTÂNCIA DA GLOBALIZAÇÃO.

❑ A importância da globalização aumenta significativamente mundo afora. Com


certeza aquela empresa em que os produtos são vendidos em outros países, vai
ser vista de uma forma bem diferente pelos consumidores, do que aquela que só
é vendida aqui no local. Vendendo mais essas empresas podem crescer e até virar
empresas multinacionais, muitos empresários estão encontrando na globalização
a oportunidade não só de manter suas empresas rentáveis, como também de
proporcionar um incremento em seus lucros.

❑ Teorias da Globalização

❑ A globalização, por ser um fenómeno espontâneo decorrente da evolução do


mercado capitalista não direccionado por uma única entidade ou pessoa, possui
várias linhas teóricas que tentam explicar sua origem e seu impacto no mundo
actual.

❑ A rigor, as sociedades do mundo estão em processo de globalização desde o


início da História, acelerado pela época dos Descobrimentos. Mas o processo
histórico a que se denomina Globalização é bem mais recente, datando
(dependendo da conceituação e da interpretação) do colapso do bloco socialista
e o consequente fim da Guerra Fria (entre 1989 e 1991), do refluxo capitalista
com a estagnação económica da URSS (a partir de 1975) ou ainda do próprio fim
da Segunda Guerra Mundial.

❑ Mário Murteira

O economista português Mário Murteira, autor de uma das abordagens científicas


mais antigas e consistentes sobre o fenómeno da Globalização , defende que, no
século XXI, se verifica uma 'desocidentalização' da Globalização, visto que se
constata que os países do Oriente, como a China, são os principais atores atuais
do processo de globalização.

• Para Converse, os acadêmicos ainda não chegaram a um acordo sobre o real


significado do termo globalização, para o qual ainda não há uma definição
coerente e universal: alguns autores se concentram nos aspectos econômicos,
outros nos efeitos políticos e legislativos, e assim por diante.

• Samuel P. Huntington
• O cientista político Samuel P. Huntington, ideólogo do neoconservadorismo
norte-americano, enxerga a globalização como processo de expansão da cultura
ocidental e do sistema capitalista sobre os demais modos de vida e de produção
do mundo, que conduziria inevitavelmente a um "choque de civilizações".

• As empresas transnacionais

• Dizer que, entre os muitos factores que fazem avançar a


globalização, destaca-se o papel especialmente importante das empresas
transnacionais empresas que produzem bens ou serviços comerciais em mais do
que um país estas podem ser firmadas relativamente pequenas, com uma ou duas
fábricas fora do país onde estão sediadas, ou gigantescos empreendimentos
internacionais cujas as operações abrangem todo o globo.

• Dentre as maiores empresas transnacionais destacam-se a Coca-


Cola, General Motors, Colgate-Palmolive, Kodak, Mitsubishi, Toyota etc. (Held
et al Giddens,2010, p.59).

• Os hiperglobalizadores

• Os hiperglobalizadores adoptam uma posição oposta a dos cépticos


defendem que a globalização é fenómeno real, cujas consequências se podem
sentir praticamente em todo o lado.

• A globalização é vista como um processo indiferente as fronteiras


nacionais está a produzir uma nova ordem global que deriva de poderosos fluxos
de comércio e de produção que atravessam fronteiras.

• O escritor japonês Kenichi Ohma é, um dos hiperglobalizadores mais


conhecidos, concebe o fenómeno como um processo que conduz a um «mundo
sem fronteiras» um mundo no qual as forças do mercado têm mais poder do que
os governos nacionais.( Giddens,2010,p.59).

• Os transformacionalistas

• De acordo com esta perspectiva, a ordem global está a ser


transformada, mas muitos dos padrões tradicionais continuam a existir.

• Por exemplo, os governos ainda detêm uma considerável dose de


poder, apesar do aumento da interdependência global. Estas transformações não
se confinam apenas as economias, mas fazem-se sentir igualmente na esfera
politica, cultural e na vida domestica.
• De acordo com ´´o argumento dos transformacionalistas, os níveis
actuais de globalização estão a fazer desaparecer as antigas fronteiras entre
internos e externos, local.

• Cultura popular

O impacto cultural da globalização foi alvo de muita atenção. Imagens, ideias,


produtos e estilos dissemina-se hoje em dia pelo mundo inteiro de uma forma
muito mais rápida. O comércio, as novas tecnologias de informação, os meios de
comunicação internacionais e migração global fomentaram um fluxo sem
restrições de cultura que transpõe as fronteiras das diversas noções. Muitas
pessoas defendem que vivemos hoje numa única ordem de informação- uma
gigantesca rede mundial, onde a informação é partilhada rapidamente e em
grande quantidade.

Um simples exemplo é o suficiente para ilustrar este ponto em concreto.

Alguma vez viu o filme Titanic? É bastante provável que sim. Segundo
estimativas, centenas de milhões de pessoas do mundo inteiro assistiram
ao filme, em salas de cinema ou em vídeo. Estreado em 1997, o titanic
conta a história um jovem casal que se apaixona a bordo do fatídico navio
transoceânico, e é um dos filmes mais populares de sempre. O filme de
Titanic quebrou todos os recordes de bilheteira, acumulando mais de 1.8
mil milhões de dólares de receitas provenientes de salas de cinema em
cinquenta e cinco países diferentes. Os protagonistas de Titanic,
Leonardo Dicaprio e kate Winslet, viram o seu futuro e suas carreiras
profundamente transformadas – passaram de actores menores a
celebridades mundiais.

O que explica a enorme popularidade de um filme como o Titanic? O que revela


o sucesso deste filme acerca da globalização?

20.1 . O que é comércio internacional?

O comércio internacional é o conjunto de operações comerciais realizada entre países e


que são regidas por normas estabelecidas em acordos internacionais. O conceito pode
se referir tanto à circulação de bens e de serviços como ao movimento de capitais.
O comércio internacional existe desde os primórdios da civilização. Um exemplo que
podemos citar é a Rota da Seda. Nas últimas décadas, sua importância tem crescido com
o avanço dos transportes, das comunicações e da indústria, sendo essa uma das
características da globalização.
QUAL A IMPORTÂNCIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL ?
A importância do comércio internacional para a economia de um país se deve a diversos
fatores. Entre eles está a garantia da venda do excedente de produção desse país, ao
mesmo tempo em que permite que seu mercado consumidor tenha acesso a mercadorias
não disponíveis localmente.
Além disso, o comércio internacional dilui os riscos das atividades, uma vez que, com a
diversificação de mercados, as empresas podem continuar comercializando seus
produtos mesmo se houver uma crise econômica interna no país em que estão baseadas.
A melhor forma de visualizarmos o desempenho do comércio internacional de um
país é por meio de sua balança comercial. Esse indicador registra as importações e
exportações de bens e serviços. Se seu saldo for positivo, significa que o país está
exportando mais do que importando. Se for negativo, o valor das importações ultrapassa
o das exportações.
DIFERENÇA ENTRE COMÉRCIO EXTERIOR E COMÉRCIO INTERNACIONAL
Embora similar, o conceito de comércio internacional não deve ser confundido com o
de comércio exterior. A diferença entre os dois está nas normas que os regulam.
O comércio internacional segue acordos bilaterais ou regras negociadas em órgãos
internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e blocos regionais,
como o Mercosul e a União Europeia.
O comércio exterior tem como perspectiva um país específico em relação aos demais.
Por isso, ao contrário do comércio internacional, o comércio exterior é regulado pela
legislação interna do país, por exemplo, por sua legislação aduaneira.
O objetivo das normas internas é assegurar os interesses do país em suas relações
comerciais. Isso, no entanto, deve ser feito preferencialmente dentro dos limites da
legislação internacional.
A EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
As teorias que explicam o comércio internacional podem ser divididas em dois grandes
grupos.
O primeiro grupo foca-se na ideia das vantagens comparativas. Esse modelo entende
que o comércio internacional é incentivado pelas diferenças na disponibilidade de
fatores de produção (terra, trabalho, capital e tecnologia) entre os países e está associado
principalmente às economias de antes da Primeira Guerra Mundial.
Nessa época, o comércio internacional dava-se, sobretudo, entre territórios com
características distintas. Por exemplo, a Grã Bretanha exportava produtos
manufaturados, já que era abundante em capital, mas importava matérias-primas de
países que tinham mais acesso aos fatores de produção que lhe eram escassos, como a
terra.
Nesse grupo de explicações para o comércio internacional se enquadram a teoria
clássica do comércio internacional, que contou com o contributo de autores como
Adam Smith e David Ricardo, e o modelo neoclássico, representado pelos economistas
Eli Heckscher, Bertil Ohlin e Paul A. Samuelson.
O pós-guerra
As grandes guerras mundiais, as crises econômicas e medidas protecionistas frearam o
comércio internacional no início do século XX. Quando o intercâmbio de bens e serviços
voltou a crescer após o fim da Segunda Guerra Mundial, os acordos de liberalização no
mundo desenvolvido alteraram suas características. Essas mudanças passaram a
fomentar teorias que explicam o comércio internacional com base nas vantagens da
especialização e da produção em escala.
O consumidor demanda produtos diferenciados. Para conseguir saciar esse desejo, as
empresas precisavam produzir um leque maior de bens. Se ficassem focadas no
comércio interno, as empresas teriam de reduzir a quantidade ofertada de cada
produto. Ao expandir suas vendas para outros países, elas conseguiam atingir a
produção em escala, reduzindo o seu custo.
Nesse contexto, o comércio internacional passou a se desenvolver com a troca de
produtos semelhantes entre países com características semelhantes. Por exemplo, os
Estados Unidos vendiam automóveis da Ford para a Alemanha e importavam dela carros
da Volkswagen.
Cenário recente
A partir dos anos 1980, as vantagens comparativas voltaram a ganhar força com a
liberalização do comércio nos países em desenvolvimento. Esses países, como China
e Índia, passaram a ter lugar de destaque na exportação de produtos intensivos em
trabalho não qualificado, incluindo manufaturados. Já os países ricos são mais
vantajosos nas exportações que dependam de mão de obra qualificada.

• Teoria do Interaccionismo Simbólico

• Campenhoudt, (2003,p67) explica que,

• ´´No sentido amplo do termo, uma interacção constitui a influência


recíproca que indivíduos que participam num dado contexto como um hospital,
exercem uns sobre os outros Goffman toma principalmente em conta as
interacções face-a-face quer dizer «a influência recíproca que os parceiros
exercem sobre suas acções respectivas quando estão na presença física imediata
uns aos outros´´

• A ética, os valores o modo de via e os estilos de vida dominantes


em determinadas comunidades, ou grupo familiar fornecem um conjunto de
regras relativamente fixas que conduzem os indivíduos na sua vida. Influenciado
por vezes pelo fenómeno globalização. Portanto, o fenómeno globalização tem
vindo a promover um novo estilo de interacção social entre os indivíduos como
o individualismo, no qual as pessoas têm de constituir-se a si próprias de modo
activo e construir as suas identidades.
• Teoria Funcionalista

• para Giddens, (2010, p. 177), esta corrente defende que ``a sociedade é
como um conjunto de instituições sociais que desempenham funções específicas,
assegurando a continuidade e o consenso do todo social.

• Esta perspectiva teórica procura analisar o fenómeno globalização


como uma aldeia global onde diferentes países encontram-se em constantes
interacções nos mais variados domínios num único sistema ( novas tecnologias).

• A globalização não se processa de forma unilateral mais sim de


forma multilateral onde todos têm a mobilidade de fazerem parte do jogo

• CONSEQUENCIAS DA GLOBALIZAÇÃO

• As consequências da globalização são variadas afectando


praticamente todos os aspectos do mundo social. No entanto, não obstante a
globalização ser um processo em aberto e intrinsecamente contraditório as suas
consequências são difíceis de prever e controlar.

• Outra forma de pensar esta dinâmica é em termos de risco, muitas


mudanças acarretadas pela globalização resultam em novas formas de risco,
muito diferente das que existiam em épocas anteriores.

• Ao contrário dos riscos do passado, que tinham causas


estabelecidas e efeitos conhecidos, os riscos de hoje em dia são incalculáveis e
de consequências indeterminadas. Entre os mais visíveis destacam-se os
ambientais e de saúde.

15. Racionalização

a. Na sociologia, racionalização se refere a um processo no qual um número


crescente de acções sociais se baseia em considerações de eficiência
teleológica ou de cálculo, em vez de motivações derivadas da moral, da
emoção, do costume ou da tradição. Muitos sociólogos consideram a
racionalização como um aspecto central da modernidade, que se manifesta
especialmente na sociedade ocidental, em aspectos como o
comportamento no mercado capitalista, a administração racional do
Estado e a expansão da ciência e tecnologia modernas.

16. Muitos sociólogos, teóricos críticos e filósofos contemporâneos têm


argumentado que a racionalização, falsamente assumida como progresso, tem um
impacto negativo de desumanização da sociedade, distanciando a modernidade
dos princípios centrais do Iluminismo. Os fundadores da sociologia actuavam
como uma reacção crítica à racionalização:

Racionalização e capitalismo

❑ A racionalização formou um conceito central na fundação da sociologia clássica,


especialmente no que diz respeito à ênfase que a disciplina colocou - por
contraste com a antropologia - sobre a natureza das sociedades ocidentais
modernas. O termo foi apresentado pelo influente antipositivista alemão, Max
Weber, e seus temas tiveram paralelo nas críticas da modernidade estabelecidas
por numerosos estudiosos. Uma rejeição da filosofia dialéctica da história e do
evolucionismo sociocultural informa o conceito.

❑ Weber demonstrou um exemplo de racionalização em A Ética Protestante e o


Espírito do Capitalismo, obra na qual aponta que certas denominações
protestantes, principalmente o calvinismo, adoptaram uma forma de lidar com a
"ansiedade de salvação" através de meios racionais de ganho económico.

❑ Jürgen Habermas enquanto em sociedades tradicionais, como o feudalismo, o


governo é gerido sob a liderança tradicional, por exemplo, de uma rainha ou de
um chefe tribal, as sociedades modernas funcionam sob sistemas racionais-legais.
Uma característica positiva em tais sistemas, representados pelos
contemporâneos sistemas democráticos, é que tentam remediar as questões
qualitativas (como a discriminação racial) com meios quantitativos
racionalizados (no caso, a positivação dos direitos civis).

❑ Weber demonstrou um exemplo de racionalização em A Ética Protestante e o


Espírito do Capitalismo, obra na qual aponta que certas denominações
protestantes, principalmente o calvinismo, adoptaram uma forma de lidar com a
"ansiedade de salvação" através de meios racionais de ganho económico.

❑ Jürgen Habermas enquanto em sociedades tradicionais, como o feudalismo, o


governo é gerido sob a liderança tradicional, por exemplo, de uma rainha ou de
um chefe tribal, as sociedades modernas funcionam sob sistemas racionais-legais.
Uma característica positiva em tais sistemas, representados pelos
contemporâneos sistemas democráticos, é que tentam remediar as questões
qualitativas (como a discriminação racial) com meios quantitativos
racionalizados (no caso, a positivação dos direitos civis).

BiBLIOGRAFIA

BARBOSA, Lívia. Cultura e empresas. Rio de Janeiro: Zahar,


2002.
BARLEY, N. EI Antropólogo Inocente. Barcelona: Anagrama,
1989.
BENEDICT, Ruth. O desenvolvimento da cultura. In: Homem,
cultura e sociedade. SHAPIRO, Harry. (Org.). São Paulo: Fundo de
cultura, 1966. p. 223-237.
BOAS, Franz. As limitações do método comparativo da
antropologia. In: CASTRO, Celso. (comp.). Antropologia Cultural.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
________. Os objetivos da pesquisa antropológica. In: CASTRO,
Celso. (comp.). Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar,. 2004.
BOWMAN, G. Identifying versus identifying with ‘the other’. ln:
JAMES, Allison; HOCKEY, Jenny; DAWSON, Andrew (Ed.). Afier
Writting Culture. Epistemology and Praxis in Contemporary. ASA
Monographs 32. Routledge, 1997.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Identidade e etnia: construção da
pessoa e resistência cultural. São Paulo: Brasiliense, 1986.
BRUMANA, Fernando Giobellina. Antropologia dos sentidos:
introdução às idéias de Marcel Mauss. São Paulo: Brasiliense, 1983.
CALDAS, Miguel P. Santo de casa não faz milagre. In: Cultura
organizacional e cultura brasileira. São Paulo: Atlas, 1997. p. 73-93.
CAVALCANTI, Maria Laura. Cultura e ritual: trajetórias e
passagens. In: ROCHA, Everardo Guimarães (Org.). Cultura e
imaginário. Interpretação de filmes e pesquisa de idéias. Rio de
Janeiro: Mauad, 1998. p. 59-68.
CLASTRES. Arqueologia da violência: ensaio de antropologia
política. São Paulo: Brasiliense, 1982.
154
Curso de Graduação em Administração a Distância
________. A sociedade contra o Estado. Rio de Janeiro: Francisco
Alves, 1990.
CLIFFORD, J. lntroduction: partial truths. ln: CLIFFORD, James;
MARCUS, George (Ed.). Writting Culture. The Poetics and politics
of ethnography. Berkeley, Los Angeles & London: University of
Chicago Press, 1986.
CLIFFORD, J. Sobre Ia Autoridad Etnográfica. In: CLIFFORD,
James. Dilemas de Ia Cultura. Barcelona: Gedisa, 1995.
CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru:
EDUSC, 1999.

Você também pode gostar