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Caso JEFRAN
1- Qual será o pedido dos lesados na acção principal?
a) As casas?
b) Uma renegociação do contrato?
c) Ou a resolução e consequente indemnização?
R: O pedido dos lesados na acção principal será a resolução e consequente indemnização, por
intermédio de uma acção declarativa de condenação, porque visa, além da declaração da
existência do seu direito e da sua violação pela contraparte, o autor pede ao tribunal que ordene
ao réu a realizar uma prestação de uma coisa ou de um facto, com vista à reparação do seu direito
violado.
7- Para que serve o arresto que foi decretado e porque motivos terá sido decretado?
R: O arresto decreta-se no momento em que o cumprimento da dívida torna-se exigível
judicialmente , ela foi tomada para impedir que o devedor disponha ou venha a colocar os seus
bens à disposição de terceiros, e assim não cumprir com a obrigação a que está adstrito.
O arresto que foi decretado serve para prevenir o perecimento da coisa, e impedir que o devedor,
a fim de eximir-se da obrigação, aliene os bens que possui ou transfira-os para nome de terceiros.
Para que seja concedido o arresto é indispensável que o credor apresente prova documental da
intenção do devedor em não cumprir com sua obrigação, ou estando a agir de má fé. Conforme
texto tornado público, denúncias vindas de fontes “fidedígnas”, dão conta que o sócio maioritário
do grupo JEFRAN, Francisco Simão da Silva, terá passado, entre Fevereiro e Abril de 2019, as
acções das suas empresas em nome de parentes e amigos próximos, razão pela qual acreditados
terem sido estes os motivos pelos quais o arresto foi decretado. Os artigos 817º conjugado com o
artigo 610º ambos do código civil, servem como fundamento para esta acção.
9- Os lesados (sendo cada caso um caso) serão credores ou titulares de direitos reais?
R: Serão credores, aqueles que não tenham feito o pagamento de todas as prestações, à luz do
art. 413º, pois o contrato-promessa teria eficácia real caso as partes assim o estipulassem e se os
imóveis estivessem sido registro. A estes lesados chamaremos de credores quirografários em
virtude de não serem possuidores de um direito real ou outra causa legítima de preferência, como
refere o n.º1 do artigo 604.º.
Outrossim, serão titulares de direitos reais aqueles que já tenham feito o pagamento da totalidade
das prestações, com fundamento na al c) do artigo 879º de epígrafe “efeitos essenciais” CC, que
atribui pela obrigação de pagar o preço a realização dos efeitos da compra e venda, ou seja,
através do pagamento de todas as prestações, os clientes adquiriram os títulos de propriedade
sobre os imóveis. Diferente dos lesados acima mencionados, estes são denominados de credores
pignoratícios, pois guardam para si a garantia do penhor de coisa móvel, ou seja, têm preferência na
adjudicação dos benefícios deste penhor, conforme vem previsto no artigo 670° do CC.
10- Assumindo que a empresa está não apenas sem capacidade de honrar os seus
compromissos face aos clientes, mas também de pagar salários aos trabalhadores, e deve
IRT, imposto industrial à AGT, bem como as contribuições para a segurança social ao
INSS, como será o concurso de credores, uma vez que as dívidas excedem o património
disponível? Com o que poderão contar ficar os lesados?
R: A esta questão a resposta encontraremos no artigo 601º CC, que consagra o princípio geral da
garantia das obrigações, que visa assegurar o cumprimento das obrigações, através da penhora de
todos os bens do devedor susceptíveis a esta. Por conseguinte, o nº1 do artigo 604º, consagra a
regra do concurso de credores que visa colocar-lhes em pé de igualdade. Entretanto, no caso em
apresso há causas legítimas de preferência, conforme resulta do nº 2 do mesmo artigo. Segundo o
critério de preferência, passaremos a ter a seguinte hierarquia:
Grupo: VIII
Luanda, 20 de Outubro de 2020
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