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Benefícios da compostagem doméstica de resíduos orgânicos

Article · June 2016

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José André Verneck Monteiro


Federal Rural University of Rio de Janeiro
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07/06/2016 [Artigo] ­ Educação Ambiental em Ação

ISSN 1678­0701
Número 56, Ano XV. Números anteriores  ...
Junho­Agosto/2016.

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04/06/2016
BENEFÍCIOS DA COMPOSTAGEM DOMÉSTICA DE RESÍDUOS ORGÂNICOS   
Link permanente: http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=2310 

BENEFÍCIOS DA COMPOSTAGEM DOMÉSTICA DE RESÍDUOS ORGÂNICOS

 
José André Verneck Monteiro

Licenciado  em  Pedagogia,  especialista  em  Educação  Ambiental,  Mestre  em  Práticas  em  Desenvolvimento  Sustentável  pela
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro & Global MDP

http://lattes.cnpq.br/3632798164833445
Email: educativo@live.com
 
RESUMO

O  presente  ensaio  propõe  a  reflexão  sobre  os  benefícios  proporcionados  pela  prática  da  compostagem  doméstica  de  resíduos
orgânicos e fornece informações necessárias à instalação de uma unidade de compostagem domiciliar em pequeno espaço. Foi
elaborado a convite de Berenice Gelhem Adams para integrar a Seção Sementes na 56ª Edição da Revista Educação Ambiental
em  Ação,  cuja  inspiração  provém  de  frase  de  João  Bosco  da  Silva:  “A  responsabilidade  social  e  a  preservação  ambiental
significam um compromisso com a vida”.

 
Palavras­chave: sementes, minhocas, húmus, horticultura, educação ambiental.
 
Introdução

 
Aliado  a  um  padrão  de  consumo  excessivo  de  produtos  industrializados,  embalados  em  materiais  não  biodegradáveis,  o
descarte inadequado de resíduos é um problema em escala global, que ocasiona severos prejuízos socioambientais.
O Brasil é o quinto maior gerador de lixo urbano do mundo. Anualmente produzimos 63 milhões de toneladas de resíduos
sólidos.  Cada  brasileiro  produz  a  média  de  383  kg  de  lixo  por  ano,  volume  que  cresceu  21%  na  última  década,  enquanto  a
população cresceu 9,6% no mesmo período (Agência Senado, 2014).
No Brasil, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE, 2008) do total de 5.564 municípios do País,
apenas 994 municípios dispõe de coleta seletiva, entretanto apenas 3% dos resíduos sólidos produzidos nas cidades brasileiras
são reciclados, apesar de 1/3 de todo o lixo urbano ser potencialmente reciclável. E mesmo o reaproveitamento desse pequeno
volume  só  é  viabilizado  pelo  esforço  de  catadores,  que  enfrentam  a  falta  de  apoio  do  poder  público  e  o  desconhecimento  da
população quanto à separação do lixo (Agência Senado, 2014).
Nos aterros sanitários, quando os materiais orgânicos são soterrados e compactados, entram em decomposição isenta de
oxigênio (anaeróbica) resultando em formação de gás metano (CH4) que é altamente nocivo ao ser humano e ao meio ambiente,
23 vezes mais agressivo que o gás carbônico em termos de aquecimento global. Em contraponto, quando os resíduos orgânicos
são  tratados  por  meio  da  compostagem,  o  processo  de  decomposição  ocorre  na  presença  de  oxigênio  (aeróbica)  reduzindo  ou
eliminando a exalação de gás metano, além de reduzir a quantidade de chorume, e consequentemente os riscos de contaminação
dos recursos hídricos (Ministério do Meio Ambiente, 2016).
Nesse  contexto  a  responsabilidade  social,  articulação  e  a  participação  popular  assumem  relevância  para  ampliar  a
efetividade  das  ações  de  educação  ambiental  voltadas  ao  consumo  consciente,  à  coleta  seletiva  e  ao  estímulo  para  o  correto
aproveitamento de resíduos orgânicos, em cada residência.

 
Compostagem
 

http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=2310 1/7
07/06/2016 [Artigo] ­ Educação Ambiental em Ação
A compostagem é um processo dinâmico de transformação da matéria orgânica, impulsionado por seres vivos, que também
sofre influência de condições ideais de umidade, temperatura, arejamento e luminosidade. 
Na natureza, a decomposição de animais mortos e de partes dos vegetais (folhas, flores, frutos, sementes, caules, raízes) é
realizada por diversos agentes decompositores (várias espécies de microorganismos e animais invertebrados), que na presença
de  umidade  e  oxigênio  se  alimentam  dessa  matéria  e  propiciam  que  seus  elementos  químicos  e  nutrientes  voltem  à  terra
(Recicloteca, 2016).
A  decomposição,  ou  biodegradação,  envolve  processos  físicos  e  químicos  que  ocorrem  espontaneamente  em  florestas,
parques, quintais, jardins, lavouras e até mesmo nos vasinhos de plantas. Às vezes nem percebemos quanta vida está presente
em uma pequena porção de solo!
Os processos físicos são realizados por invertebrados como ácaros, centopeias, besouros, minhocas, tatuzinhos, lesmas e
caracóis  que  transformam  os  resíduos  em  pequenas  partículas.  Já  os  processos  químicos  são  desencadeados  pela  ação  de
bactérias, fungos e alguns protozoários que degradam os resíduos em partículas ainda menores, dióxido de carbono e água.
A compostagem é um dos mais antigos métodos de reciclagem que se tem conhecimento, por meio do qual imitamos os
processos da natureza para melhorarmos as condições da terra para agricultura (Recicloteca, 2016).
A compostagem doméstica de matéria orgânica traz vários benefícios socioambientais, dentre os quais se destacam:
  Diminuição do custo operacional de coleta pública de resíduos;
  Redução do desperdício de recursos;
  Contribui diretamente para o aumento do tempo de vida útil dos aterros sanitários;
  Favorece a redução dos índices de poluição do solo, água e ar;
  Promove a reciclagem de nutrientes para o solo;
  Transformação de resíduos em produtos úteis para outros segmentos;
  Revaloriza o aproveitamento da matéria orgânica para o sucesso das hortas caseiras.
Por esse conjunto de bônus, quando realizada dentro da correta técnica aplicável, a compostagem doméstica é considerada
uma  alternativa  ambiental  correta,  segura  e  definitiva. Além  disso,  em  termos  de  coletividade,  cabe  ressaltar:  cada  cidadão  que
opta por assumir e exercer plenamente sua responsabilidade social ao gerir corretamente seus resíduos, converge esforços dentro
de sua casa, junto à sua família, para o cumprimento da Política Nacional dos Resíduos Sólidos.
 
Composto orgânico                    
 
Além dos benefícios mencionados acima, por meio do valioso processo natural da compostagem, podemos converter parte
dos resíduos orgânicos gerados em nossa residência em composto orgânico, um material leve, solto, escuro como café, de aroma
agradável, semelhante ao cheiro de terra molhada pela chuva.
O  composto  orgânico  é  rico  em  húmus,  muito  nutritivo  para  as  plantas  e  também  muito  importante  para  revitalização  de
áreas verdes, pois devolve ao solo os microorganismos que favorecem a restauração de seu equilíbrio original (InfoEscola, 2016).
O uso agrícola do composto orgânico é repleto de benefícios: melhora a fertilidade do solo; tem alta capacidade de retenção
de água, atuando com uma esponja liberando a água aos poucos para que as raízes possam absorvê­la; proporciona aeração do
solo, tornando a terra mais solta, arejada, leve e muito mais favorável ao desenvolvimento das raízes; elevada retenção de sais
minerais que alimentam as plantas; alta capacidade de troca de cátions, disponibilizando para as raízes das plantas os nutrientes
catiônicos fundamentais para sua alimentação e constituição; fonte importante de enxofre assimilável pelos vegetais. Em suma, o
composto  orgânico  proporciona  considerável  melhoria  das  propriedades  físicas,  físico­químicas  e  biológicas  do  solo,  o  que  não
pode ser obtido por nenhum fertilizante mineral (Kiehl, 2009).
Diferentemente dos adubos sintéticos (tipo NPK) que são industrializados a partir de derivados de petróleo, o uso agrícola
do  composto  orgânico  não  ocasiona  prejuízos  ambientais,  não  queima  as  plantas  e  não  intoxica  o  solo,  mesmo  se  usado  em
quantidade e concentração maior do que a ideal. Sob essa ótica, o composto orgânico pode e deve ser amplamente utilizado nos
jardins,  pomares  e  hortas  urbanas,  proporcionando  ao  mesmo  tempo  a  restauração  dos  solos  e  produção  abundante  em  cada
residência, de frutas, verduras, legumes e hortaliças orgânicas, saudáveis, livres de agrotóxicos.
Além de impulsionar a produção caseira de alimentos, favorecendo a troca e a comercialização das colheitas excedentes ao
consumo doméstico, a venda do composto orgânico também pode vir a representar uma fonte alternativa para geração de renda
complementar para a família.
 
O que compostar?
 
Nem todo material é bem degradado no processo de compostagem doméstica. Inclusive, alguns materiais prejudicam todo
o processo e podem contaminar o composto com toxinas, metais pesados, atrair animais indesejáveis e transmissores de doenças
a quem manipula a composteira. Veja a seleção destes materiais na Tabela 1.
Tabela 1 O que pode e o que não pode ser utilizado na compostagem doméstica.
PODE NÃO PODE
Restos, talos e cascas de frutas, legumes, verduras e raízes Cebola, alho e pimenta

Borra de chimarrão e café, inclusive o coador de papel Excesso de frutas ácidas e semi­ácidas *
http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=2310 2/7
07/06/2016 [Artigo] ­ Educação Ambiental em Ação
Saquinho de chá Leite ou seus derivados

Bagaço de cana Alimentos cozidos e salgados

Restos ou migalhas de pães ou biscoitos Ossos ou carnes (de nenhum tipo)

Esterco de galinha, gado ou cavalo (animais herbívoros) Gorduras, óleos ou graxa

Restos de grãos ou farinhas crus Fezes e urina (de pessoas, cães e gatos)

Aparas de ervas, raízes ou capim seco Papel higiênico ou papel colorido

Restos de podas e da jardinagem Produtos químicos em geral, sabão, creme dental, esponja
sintética, etc.
Cascas de árvores
Saco e conteúdo do aspirador de pó
Grama seca
Remédios
Folhas secas
Pilhas e baterias
Papel toalha sem gordura
Madeira tratada com pesticidas, defensivos, tinta, verniz ou
Cascas de ovos trituradas cera
Serragem grossa, de madeira que não tenha sido tratada com MDF, fórmica, Duratex e similares
pesticidas, defensivos, tinta, verniz ou cera
Vidro

Metal

Plástico

Couro

 
*O excesso destas frutas prejudica a compostagem: abacaxi, caju, tangerina (mexerica), jabuticaba, laranja, limão, romã, nêspera,
ameixa, cidra, lima, marmelo, acerola, caqui, maçã, maracujá, manga, goiaba, pêra, pêssego, uva, morango, carambola.
 
 
Aspectos que influenciam diretamente no sucesso da compostagem

 
Relação C x N
 
Balancear a proporção ideal de carbono e o nitrogênio na matéria­prima que será compostada é fundamental para o pleno
desenvolvimento dos agentes decompositores. A proporção ideal é algo em torno de 30 partes de carbono para uma de nitrogênio.
Para balancear bem a mistura, tome o hábito de sempre cobrir com matéria seca (serragem grossa, grama seca ou palha) cada
porção de resíduos orgânicos úmidos. Quanto mais diversificadas as matérias­primas, melhor será também o balanço entre C & N,
fundamental para a saúde e vitalidade da composteira.
 
Oxigênio
 
Para  que  a  compostagem  seja  realizada  aerobicamente  e  não  exale  mau  cheiro  (de  gás  metano  e  enxofre)  é  muito
importante  que  se  mantenha  o  arejamento  da  mistura.  Pode­se  obter  tal  aeração  alternando­se  camadas  de  resíduos  úmidos
cobertos por matéria seca, e intercalando camadas de material estruturante (gravetos, palha maior, folhas de palmeira picadas), ou
revolvendo periodicamente o conteúdo da composteira.
 
Umidade
 
Especial  atenção  deve  ser  dispensada  ao  teor  correto  de  umidade,  pois  a  água  dissolve  os  nutrientes  orgânicos  e
inorgânicos do material que está sendo compostado, tornando­os disponíveis para utilização pelos agentes decompositores. Em
síntese,  a  medida  ideal  é  50%  de  umidade.  Acima  desse  nível  aumenta  o  tempo  de  decomposição  e  ocasiona  mau  cheiro
(decomposição anaeróbica, com emissão de metano). Com teor de umidade muito abaixo de 50% ocorre diminuição da atividade
metabólica  dos  agentes  decompositores.  Sempre  cobrir  o  material  úmido  com  matéria  seca  auxilia  a  manter  ideal  o  teor  de
umidade.
 
http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=2310 3/7
07/06/2016 [Artigo] ­ Educação Ambiental em Ação
Calor
 
É normal que a composteira apresente temperatura maior que a ambiente, o que significa um bom indicativo da atividade
microbiana,  pois  seu  metabolismo  gera  calor.  Entretanto  é  recomendável  não  deixar  a  composteira  em  locais  muito  quentes  ou
sem arejamento, já que temperaturas muito altas são letais para os agentes decompositores.
 
Tamanho dos resíduos
 
É recomendável picar ou cortar em pedaços pequenos os materiais antes de colocá­los na composteira. Quanto menores
os  pedaços,  mais  fácil  será  sua  degradação  pelos  agentes  decompositores  já  citados  e  o  eventual  revolvimento  da  massa  em
decomposição. 
 
 
Como compostar?
 
Para quem reside em apartamento são sugeridas modalidades de compostagem diferentes das que são mais adequadas
para  quem  reside  em  casa  ou  chácara.  De  modo  a  ampliar  seu  potencial  de  replicabilidade,  neste  ensaio  vamos  tratar  da
compostagem  em  pequenos  espaços  (casa  ou  apartamento),  a  partir  do  aproveitamento  de  restos  da  cozinha  e  resultantes  da
poda de plantas ornamentais, além da matéria seca cuja fundamental importância já foi explicitada.
Você  precisará  de  uma  composteira,  a  qual  deverá  ser  instalada  em  local  de  fácil  acesso,  abrigado  da  luz  solar  direta  e
protegido da chuva (por exemplo, na lavanderia ou área de serviços), materiais orgânicos diversos, matéria seca para cobertura
dos resíduos, alguns minutos diários e interesse em pesquisar mais sobre o assunto (o que parece não faltar, considerando o que
foi lido até aqui).
A  composteira,  ou  unidade  de  compostagem  consiste  em  uma  estrutura  própria  para  o  depósito  e  processamento  do
material orgânico. A escolha do tipo de composteira depende da sua disponibilidade de recursos financeiros, tempo, espaço e da
quantidade de matéria orgânica que sua família produz.
Você pode construir sua composteira com diversos materiais, quais sejam, dentre outros: caixas plásticas ou de madeira,
galões de água, bacias, baldes do tipo usado para margarina ou cloro granulado, etc. O recipiente deve ter boca larga para facilitar
o  manejo  e  tampa  bem  vedada,  que  impeça  a  entrada  de  moscas,  por  exemplo.  Lave  bem  recipiente  e  tampa  para  remover
completamente os resíduos do material acondicionado anteriormente.
Os links a seguir direcionam o acesso para a exibição de vídeos curtos que podem auxiliar na escolha da composteira mais
adequada à sua necessidade.  Convém observar que nesta seleção de vídeos os termos “composteira” ou “minhocário” cumprem
perfeitamente sua função para tratamento dos resíduos orgânicos em escala doméstica, embora suas restritas denominações, em
termos linguísticos, tenham significados distintos. Ambos os modelos apresentados foram feitos com materiais de fácil aquisição e
baixo custo. No mercado há inúmeras outras opções. Se não puder comprar, ou se preferir exercitar sua criatividade, inspire­se
nesta sequência de vídeos:

         Como fazer uma composteira doméstica assista
         Como construir minhocário caseiro assista
         Montagem da composteira assista
         Compostagem dentro de casa assista
Você  também  pode  ampliar  seus  conhecimentos  a  partir  de  outras  abordagens  assistindo  à  coletânea  de  vídeos  sobre
compostagem doméstica exibidos pelo YouTube.
 
Ativação biológica da composteira
 
Após a montagem da composteira, adicione no fundo uma camada (02 cm) de serragem grossa e sobre esta, uma camada
da  mesma  espessura  de  terra  coletada  na  parte  sombreada  do  jardim.  Para  ativação  biológica  da  composteira  é  recomendável
adicionar uma camada de terra superficial de um bosque ­ serrapilheira com folhas e gravetos em decomposição (Figura 1), e uma
fina  camada  de  esterco  bovino  bem  curtido.  Desta  forma  você  levará  para  a  composteira  boa  diversidade  inicial  de  agentes
decompositores.
 

http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=2310 4/7
07/06/2016 [Artigo] ­ Educação Ambiental em Ação

Figura 1 Ativação biológica da composteira com serrapilheira de bosque, terra de jardim e esterco curtido.
Se tiver acesso fácil, adquira algumas minhocas. As espécies nativas servem, mas são muito saltitantes e não digerem tão
bem a matéria orgânica fresca. As mais recomendadas são as Minhocas Vermelhas, já bem difundidas no Brasil para produção de
húmus. Estas são bem tranquilas para manusear e comem os resíduos orgânicos em qualquer estágio de decomposição.
Prossiga  alimentando  o  sistema  com  os  resíduos  orgânicos,  sempre  cobrindo  as  novas  “refeições”  com  matéria  seca  e
mantendo a composteira bem tampada, de modo a evitar o ressecamento da massa e o pousio de moscas.
 
Maturação do composto
 
Quando não houver mais espaço para colocar novas refeições, substitua o recipiente e aguarde que o trabalho dos agentes
decompositores seja concluído.
O  tempo  de  maturação  do  composto  varia  muito  para  cada  unidade  de  compostagem,  em  razão  da  quantidade  de  seres
vivos envolvidos no processo, tipologia / quantidade / tamanho dos resíduos orgânicos em biodigestão, temperatura, umidade e
arejamento. A  média  variável  observada  para  completa  biodegradação  do  composto  é  de  40­60  dias  após  o  preenchimento  do
recipiente.
A  análise  visual­tátil  ajuda  a  checar  se  está  na  hora  de  coletar  o  comosto  para  utilização.  Com  uma  pazinha  ou  outro
utensílio, suavemente revolva o conteúdo da composteira e procure observar se já não há partículas maiores inteiras, se a massa
compostada se apresenta bem granulada e aerada, com aparência assemelhada a uma esponja marrom de terra de mata.
Não tenha pressa. Tudo ao seu tempo certo. Relaxe. Aguarde seu composto ficar pronto.  
Quando ainda inacabado, ele retira nutrientes do solo e eleva a temperatura para terminar seu processo de decomposição.
Além disso, pode contém substâncias nocivas às plantas mais sensíveis.
Este vídeo pode te ajudar a solucionar problemas na compostagem ou minhocário assista
 
Coleta do composto sólido
 
            Após a maturação do sistema segue­se à coleta do composto. Para isso, destampe a composteira em local de sol ameno.
Você  perceberá  que  em  instantes  as  minhocas  e  demais  agentes  decompositores  migrarão  para  o  fundo  do  recipiente,  já  que
preferem ambientes escuros e frescos.
Vá retirando o composto superficial com cuidado, para não ferir os “operários” e reservando o composto em outro recipiente.
É  normal  que  junto  ao  composto  sejam  levados  agentes  decompositores,  o  que  é  muito  benéfico  para  o  solo  que  receberá  a
fertilização.
Quando  perceber  que  já  não  há  muito  composto  para  retirar,  volte  este  recipiente  para  o  local  onde  estava  e  prossiga
alimentando o sistema.
Preferencialmente, utilize o composto logo que coletado (vivo) para fertilizar a terra. Porém, ele pode ser armazenado por
tempo indeterminado, à sombra, em saco plástico.
Se preferir doe ou venda.
 
Composto líquido
http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=2310 5/7
07/06/2016 [Artigo] ­ Educação Ambiental em Ação
 
Se  você  optou  por  uma  composteira  equipada  com  caixa  coletora  de  composto  líquido,  poderá  coletar  este  precioso
fertilizante e aplicá­lo diluído à razão de 1/10 (01 parte de composto líquido para 10 partes de água). Utilize esta calda para irrigar
os vasos, a horta, jardim e pomar. Se preferir doe ou venda.
            Da mesma forma que o composto sólido, o tempo de geração de composto líquido varia muito em razão dos ingredientes
da composteira e outros fatores ambientais já mencionados.
            Também é possível pulverizar com esta calda as plantas ornamentais, contudo é prudente que não sejam pulverizadas as
folhas e frutos comestíveis, já que eventualmente o composto líquido pode conter algum microrganismo prejudicial se ingerido, e
neste caso se os alimentos não forem muito bem lavados e higienizados após a colheita, pode haver risco para a saúde de quem
os consome.
 
Considerações finais

 
Para não ter de abrir a composteira a cada novo resíduo orgânico gerado, mantenha na cozinha um baldinho ou outro tipo
de pote com tampa bem vedada. Ponha aí os resíduos e tampe para evitar moscas. Ao fim do dia, ou quando preferir disponha os
resíduos na composteira e cubra­os com matéria seca. Lave diariamente o baldinho.
Sempre lave as mãos com sabão após manusear a composteira e os demais utensílios.
Muitos dos vegetais podem ser consumidos com casca e talos. Experimente elaborar receitas criativas  que  possibilitem  o
aproveitamento integral dos alimentos.
A compostagem e a agricultura doméstica são alguns dos pilares da sustentabilidade, bem como o consumo consciente, a
coleta  seletiva  e  a  redução  de  nossa  pegada  ecológica.  Saiba  mais  acessando  a  página  da  Sociedade  Resíduo  Zero  e  do
Composta São Paulo.
Envolva as crianças desde o início das atividades. Compartilhe suas experiências com familiares, amigos, vizinhos e forme
uma rede de colaboradores em prol da sustentabilidade.
Promova a troca de sementes, mudas e do excedente da produção de sua horta caseira, incentivando desta forma para que
outras pessoas também pratiquem a produção caseira de alimentos.
            O Autor parabeniza ao Corpo Editorial da Revista Educação ambiental em Ação por seu 14º aniversário e expressa sua
gratidão pela oportunidade de colaborar para este veículo tão útil à disseminação de conhecimentos e práticas de transformação
social positiva.
Especial  agradecimento  é  também  dirigido  à  equipe  de  voluntários,  organizadores  e  demais  participantes  do  Projeto
Residência Resíduo Zero Goiânia pela inspiração que motivou a elaboração do presente trabalho.
 
Referências
 
As  referências  dispostas  ao  longo  do  texto,  em  cor  diferenciada,  são  hiperlinks  que  remetem  o  acesso  para  as  páginas
relacionadas abaixo, onde estão disponíveis integralmente os conteúdos citados:
 
Agência  Senado.  Senado  Federal  do  Brasil.  Sem  vontade  política,  Brasil  recicla  apenas  3%  do  lixo  urbano.  2014.  Disponível  em
<http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2014/04/23/sem­vontade­politica­brasil­recicla­apenas­3­do­lixo­urbano>
Acesso em 13/05/2016.

Composta  São  Paulo.  Um  movimento  por  uma  cidade  mais  sustentável!  2014.  Disponível  em  <
http://www.compostasaopaulo.eco.br/> Acesso em 18/04/2016.

IBGE.  Instituto  Brasileiro  de  Geografia  e  Estatística.  Pesquisa  Nacional  de  Saneamento  Básico.  2008.  Disponível  em
<http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/pesquisas/pnsb/> Acesso em 13/05/2016.

InfoEscola. Húmus. 2016. Disponível em <http://www.infoescola.com/ecologia/humus/> Acesso em 13/05/2016.

Kiehl, Edmar José. 2009. Agrodkv. Perguntas e respostas. Disponível em <http://www.agrodkv.com/faq/> Acesso em 12/05/2016.

Minhocas  Vermelhas.  Rural  News.  2005.  Minhoca  vermelha  da  Califórnia.  Disponível  em
<http://www.ruralnews.com.br/visualiza.php?id=802> Acesso em 11/05/2016.

Ministério  do  Meio  Ambiente.  Compostagem.  2016.  Disponível  em


<http://www.mma.gov.br/estruturas/secex_consumo/_arquivos/compostagem.pdf> Acesso em 13/05/2016.

Política Nacional de Resíduos Sólidos. BRASIL. Lei Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos

http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=2310 6/7
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07/06/2016 [Artigo] ­ Educação Ambiental em Ação
Sólidos;  altera  a  Lei  no  9.605,  de  12  de  fevereiro  de  1998;  e  dá  outras  providências.  Disponível  em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007­2010/2010/lei/l12305.htm> Acesso em 15/05/2016.

Receitas  Criativas.  Pesquisa  Google  “receitas  de  talos  e  cascas”.  2016.  Disponível  em  <https://www.google.com.br/search?
q=receitas+de+talos+e+cascas&oq=receitas+de+talos+e+cascas&aqs=chrome..69i57j0l5.6407j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF­
8> Acesso em 10/05/2016.

RECICLOTECA. Disponível em <http://www.recicloteca.org.br/> Acesso em 15/05/2016.

Projeto  Residência  Resíduo  Zero  Goiânia.  Apresentação  geral  do  Projeto.  2016.  Disponível  em
<http://residenciaresiduozero.com.br/> Acesso em 10/03/2016.

Sociedade Resíduo Zero. 2016. Aliança Resíduo Zero Brasil. Apresentação geral. Disponível em <http://residuozero.org.br/> Acesso
em 20/04/2016.

 
 
 

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