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COLÉGIO ADVENTISTA DE SÃO BERNARDO DO

CAMPO
Aluno(a): Matrícula:

Data: Turma: Bimestre:

Professor(a): Disciplina: Nota:

Lista 2 - LÍNGUA PORTUGUESA - 7º ANO -Interpretação de poema


05/11/2021
TEXTO BASE 1
Texto

O relógio

Nenhum igual àquele.

A hora no bolso do colete é furtiva,


a hora na parede da sala é calma,
a hora na incidência da luz é silenciosa.

[5] Mas a hora no relógio da Matriz é grave


como a consciência.

E repete. Repete.

Impossível dormir, se não a escuto.


Ficar acordado, sem sua batida.
[10] Existir, se ela emudece.

Cada hora é fixada no ar, na alma,


continua sonhando na surdez.
Onde não há mais ninguém, ela chega e avisa
varando o pedregal da noite.

[15] Som para ser ouvido no longilonge


do tempo da vida.

Imenso
no pulso
este relógio vai comigo
ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo: esquecer para lembrar. 1968. Livrandante. Disponível em: http://livrandante. com.br/carlos-
drummond-de-andrade-boitempo-esquecer-para-lembrar/. Acesso em: 20 ago. 2019
Questão 1
PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 1
O texto apresentado acima
a Descreve a relação do eu lírico com o tempo.
b Enfatizar a ação do relógio sobre a vida humana.
c Explora a semelhança sonora e gráfica entre as palavras.
d Expressa a visão crítica do eu lírico sobre a passagem do tempo.

TEXTO BASE 2
O açúcar

O branco açúcar que adoçará meu café


nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.

Este açúcar veio


da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana


e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.

Em lugares distantes, onde não há hospital


nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.

Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
GULLAR, Ferreira. Toda poesia (1950/1980). Rio de Janeiro: José Olympio, 2006. Pág. 165-166.

Vocabulário:
Afável: delicado, agradável
Regaço: colo; no sentido figurado, lugar onde se acha conforto e tranquilidade.
Questão 2

PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 2


Marque a alternativa em que a palavra amarga possui o mesmo significado do texto:
a Aquela sobremesa estava amarga.
b Vivia de mau humor; era uma pessoa muito amarga
c Passamos por uma fase muito amarga, mas agora estamos bem.
d Aquela menina tem humor amargo.
TEXTO BASE 3
Leia o poema a seguir para responder à questão.

Na minha rua há um menininho doente.


Enquanto os outros partem para a escola,
Junto à janela, sonhadoramente,
Ele ouve o sapateiro bater sola.

Ouve também o carpinteiro, em frente,


Que uma canção napolitana engrola.
E pouco a pouco, gradativamente,
O sofrimento que ele tem se evola...

Mas nesta rua há um operário triste:


Não canta nada na manhã sonora
E o menino nem sonha que ele existe.

Ele trabalha silenciosamente...


E está compondo este soneto agora,
Pra alminha boa do menino doente...
Quintana, Mário. Em Mário Quintana: poesia completa: em um volume. Org. Tania Franco Carvalhal. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2005. p. 90.
Questão 3
PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 3

Que alternativa apresenta uma interpretação adequada ao poema


a O poeta trabalha para dar ao outro uma forma de curar-se de seus males, físicos ou não.
b O poeta demostra a condição dos trabalhadores que criam objetos para o consumo das outras pessoas.
c O poeta permite o sofrimento do menininho sumir, aos poucos.
d O poema analisa a função do poeta como algo que pode curar a alma daquele que produz poesia.
TEXTO BASE 4
Texto para a questão.

Os poemas

Os poemas são pássaros que chegam


Não se sabe de onde e pousam
No livro que lês.
Quando fechas o livro,
Eles alcançam voo como de um alçapão.
Eles não têm pouso nem porto
Alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E, olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
(Maria Quintana)
Questão 4

PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 4


De acordo com as ideias contidas no texto,

I- o narrador expõe o seu pensamento sobre os poemas e faz uma comparação entre o livro e o alçapão.
II- O poema tem cinco estrofes.
III- a linguagem do poema é predominantemente denotativa, principalmente no verso “Eles alçam voo como de um alçapão.”
IV- a pessoa a quem o autor se refere, lê um livro de poemas.

Verifica-se que estão corretas:


a I, II e III
b II, III e IV
c I, II e IV
d I e IV

Questão 5
O açúcar

O branco açúcar que adoçará meu café


nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça,
água na pele,
flor que se dissolve na boca.
Mas este açúcar
não foi feito por mim.

Este açúcar veio


da mercearia da esquina
e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana


e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.

Em lugares distantes, onde não há


hospital nem escola,
homens que não sabem ler e morrem
aos vinte e sete anos
plantaram e colheram a cana
que viria a ser o açúcar.

Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura


produziram este açúcar branco e puro
com que adoço meu café esta manha em Ipanema.

Ferreira Gullar

No poema há uma comparação do elementos o açúcar a


a Adoçante, usina e flor
b Beijo de moça, usina e adoçante
c Adoçante, água na pele e flor.
d Beijo de moça, água na pele e flor.

Questão 6
Na minha rua há um menininho doente.
Enquanto os outros partem para a escola,
Junto à janela, sonhadoramente,
Ele ouve o sapateiro bater sola.

Ouve também o carpinteiro, em frente,


Que uma canção napolitana engrola.
E pouco a pouco, gradativamente,
O sofrimento que ele tem se evola...

Mas nesta rua há um operário triste:


Não canta nada na manhã sonora
E o menino nem sonha que ele existe.

Ele trabalha silenciosamente...


E está compondo este soneto agora,
Pra alminha boa do menino doente...

Observe no poema as palavras grifadas. Que expressões correspondem apenas a marcação de lugar
a Na minha rua, em frente e triste
b Nesta rua, silenciosamente e agora
c Gradativamente, nesta rua e agora.
d Na minha rua , nesta rua e em frente.
Questão 7
<h3>Livros e flores</h3>
Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?
Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?
Machado de Assis. Obra completa III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1962.

Que versos contém sentido conotativo?


a Teus olhos são meus livros/ Flores me são teus lábios.
b Que livro há aí melhor /Flores me são teus lábios.
c Teus olhos são meus livros/ Em que melhor se beba.
d Que livro há aí melhor/ Em que melhor se beba.
TEXTO BASE 5
TEXTO

Ou Isto ou Aquilo

Ou se tem chuva e não se tem sol


ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,


ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,


quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa


estar ao mesmo tempo em dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,


ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,


se saio correndo ou fico tranqüilo.

Mas não consegui entender ainda


qual é melhor: se é isto ou aquilo.
MEIRELES, Cecília. Ou isto ou aquilo. São Paulo: Global, 2014.

Questão 8
PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 5
No poema de Cecília Meireles, o eu-lírico, ao discutir a questão das escolhas que o ser humano enfrenta na vida, revela ao leitor uma
lição de vida. Ele mostra que:
a Os desprazeres da vida.
b A falta de compreensão sobre a natureza.
c O dinheiro é muito importante.
d Toda escolha gera uma renúncia.
Questão 9
Joguei pião na terra,
Fiz piquenique na serra,
Quebrei bolinha de gude,
Corri o mais que pude,
Tirei zero na prova,
Menti que tirei dez,
Ganhei uma bola nova,
Machuquei os dois pés,
Assustei um gato,
Um cachorro me assustou,
Capturei um rato,
Minha mãe não gostou,
Colecionei gibi,
Disco voador eu não vi,
Troquei figurinha,
Comi paçoquinha,
Me escondi no quintal,
Usei chapéu de jornal,
Tive amigo japonês,
Amigo pretinho,
Amigo alemão,

Amigo baixinho,
Levei choque em tomada,
Fiquei com o nariz entupido,
Arranjei uma namorada,
Namorei escondido,
Assisti filme de terror,
No calor, senti frio,
No frio, senti calor,
Peguei balão no telhado,
Brinquei de caubói,
Brinquei de índio,
Brinquei de soldado,
Fui um desenho animado.

Girassóis e outras poesias. São Paulo: Companhia das Letrinhas 1995. p. 28-9
No poema qual a pessoa do discurso presente na maioria do texto?
a 3ª pessoa do singular
b 2ª pessoa do plural
c 1ª pessoa do singular
d 1ª pessoa do plural.

Questão 10

TEXTO BASE 1

TEMPESTADE
(Henriqueta Lisboa)

- Menino, vem para dentro,


olha a chuva lá na serra,
olha como vem o vento!

- Ah! Como a chuva é bonita


e como o vento é valente!

- Não sejas doido, menino,


esse vento te carrega,
essa chuva te derrete!

- Eu não sou feito de açúcar


para derreter na chuva.
Eu tenho força nas pernas
para lutar contra o vento!

E enquanto o vento soprava


e enquanto a chuva caía,
que nem um pinto molhado,
teimoso como ele só:

- Gosto de chuva com vento,


gosto de vento com chuva!

Cada grupos de versos chama-se estrofes. Tendo como base o poema em questão, quantas estrofes temos:
a Quatro
b Seis
c Cinco
d Oito
Questão 11
Leia este poema, escrito por Patativa do Assaré:
Cresci entre os campos belos
De minha adorada Serra,
Compondo versos singelos
Brotados da própria terra,
Inspirados nos primores
Nos campos com suas flores
De variados formatos
Que pra mim são obras-primas,
Sem nunca invejar as rimas
Dos poetas literatos.
Ispinho e fulô. Fortaleza: UECE, 2001.
O assunto do poema é
a contar uma história de vida.
b caracterizar a Serra, onde vivia o poeta.
c destacar a importância da criação de versos.
d criticar a obra dos poetas literatos.

Questão 12
Leia o poema a seguir "Amor é fogo que arde sem se ver", de Luís Vaz de Camões, para responder às questões

Amor é fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;


É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;


É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade?
Se tão contrário a si é o mesmo Amor

Disponível em: https://www.pensador.com/poemas_de_luis_camoes_amo r/. Acesso em: 21 jan. 2018.


É possível afirmar que
a apesar de, o poema falar de amor, o eu lírico pretende falar sobre as amizades.

b na primeira estrofe o eu lírico define o amor, evidenciando que o amor é um querer bem.

c nas três primeiras estrofes o eu lírico tenta definir o amor, evidenciando que o amor é um sentimento contraditório.

d em todo o poema o eu lírico confirma que o amor é um sentimento alegre, perfeito e nunca confuso.

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