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Conceitos e funções
Suprarrealidade
e as suas funções
Quincas Borba / Literatura → Arte da Palavra
Vênus de Milo – Alexandros de Antióquia → Arte do Volume
Poema concreto “Giro” - Marcelo Moura → Arte da Palavra
Peça Cine-Teatro Limite → Arte da Representação
Fachada do Palácio de Dos Águas – Valência → Arte do Volume
Fotografia → Arte da Luz
Cinema → Arte da Representação
De "Sim City BuildIt": Game para smartphone é o mais jogado em toda história da famosa série
Jogos Eletrônicos → Arte da Interação
Charge → Arte de Gabinete
Grafite → Arte de Rua
Vem Andar Comigo - Jota Quest
Função Pragmática ou Utilitária: a arte não está atrelada à qualidade estética, mas
à sua eficiência. Seus critérios de avaliação são externos ao seu conteúdo e à sua
A cana de açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café Este açúcar era cana e veio dos
nesta manhã de Ipanema não foi canaviais extensos que não nascem
produzido por mim nem surgiu dentro por acaso no regaço do vale.
do açucareiro por milagre.
Em lugares distantes, onde não há
Vejo-o puro e afável ao paladar como hospital nem escola, homens que
beijo de moça, água na pele, flor que se não sabem ler e morrem de fome
dissolve na boca. Mas este açúcar não aos 27 anos plantaram e colheram
foi feito por mim. a cana que viraria açúcar.
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Manuel Bandeira
Os Gêneros Literários
Linguagem, estrutura
Gênero lírico
A pequena morte
Eduardo Galeano
“Não nos provoca riso o amor quando chega ao mais profundo de sua viagem, ao
mais alto de seu vôo: no mais profundo, no mais alto, nos arranca gemidos e
suspiros, vozes de dor, embora seja dor jubilosa, e pensando bem não há nada de
estranho nisso, porque nascer é uma alegria que dói. Pequena morte, chamam na
França, a culminação do abraço, que ao quebrar-nos faz por juntar-nos, e
perdendo-nos faz por nos encontrar e acabando conosco nos principia. Pequena
morte, dizem; mas grande, muito grande haverá de ser, se ao nos matar nos
nasce.”
Gênero épico-narrativo
Infância
Meu pai montava a cavalo, ia para o Minha mãe ficava sentada cosendo
campo. Olhando para mim:
Minha mãe ficava sentada cosendo. — Psiu... Não acorde o menino.
Meu irmão pequeno dormia. Para o berço onde pousou um
Eu sozinho menino entre mangueiras mosquito.
lia a história de Robinson Crusoé, E dava um suspiro... que fundo!
comprida história que não acaba
mais. Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
No meio-dia branco de luz uma voz
que aprendeu E eu não sabia que minha história
a ninar nos longes da senzala - e era mais bonita que a de
nunca se esqueceu Robinson Crusoé.
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Gênero satírico
Fogo Cruzado
O Rappa
Fogo Cruzado
Eu tô no fogo cruzado Que arranham o céu
Vivendo em fogo cruzado Mas não percebem o
E eu me sinto encurralado de novo firmamento
No Gueto o medo abala quem Que se banham à beira-mar
ainda Mas não se limpam por
Corre atrás dentro
Do fascínio que traz o medo da
Escuridão Que se orgulham do Cristo
Que é a vida De braços abertos, mas não
abrem
Mas a favela não é mãe As mãos
De toda dúvida letal Prá novos ventos
Talvez seja de maneira
Mais direta e radical Tô no fogo cruzado
O sol que assola Vivendo em fogo cruzado
Esses jardins suspensos
Da má distribuição
Gênero Dramático
O Auto da Compadecida – Ariano Suassuna
(trecho)
ENCOURADO MANUEL
O que me diverte nisso tudo é ver Pois pode parar.
esse amarelo tremendo de medo.
Coragem, João Grilo, uma pessoa JOÃO GRILO ( parando e respirando)
como você tremendo? Que alívio, já estava ficando
cansado, O que é isso?
JOÃO GRILO
Não sou eu, é meu corpo, mas a MANUEL
cabeça está trabalhando. É besteira do demônio. Esse sujeito é
meio espírita e tem mania de fazer
MANUEL mágica.
Está mesmo, João?
JOÃO GRILO
JOÃO GRILO Logo vi que isso só podia ser
Está, Nosso Senhor, e se a confusão desse catimbozeiro.
tremedeira parasse eu era capaz de
me defender.