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INSTITUTO APOSTÓLICO GÊNESIS

ENEAGRAMA

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Instituto Apostólico Gênesis

CRESCENDO COM O ENEAGRAMA NA ESPIRITUALIDADE

Caminho novo
Para caminhar de um jeito novo! 
 

Os centros 
A energia 
A sensação profunda 
A ilusão de curar a ferida 
O remédio 
 

"Vemos, ouvimos e lemos"... sentimos! "“Não pode- 


mos ignorar": somos sentimento, razão e ação! 
Essas três dimensões de nosso ser sinalizam três 
formas de inteligência, três habilidades, três 
modos de encarar a vida, três energias básicas. 
O eneagrama identifica essas três inteligências ou energias 
e as chama, simbolicamente de Coração, Cabeça e Ventre. Em 
cada pessoa, estão presentes as três energias... embora cada 
pessoa privilegie inconscientemente uma ou outra. Normal- 
mente privilegiamos um centro de energia (aquele a que per- 
tence nosso Tipo), reprimimos outro e utilizamos o terceiro 
como bengala do primeiro. 
A energia própria do centro é comum aos três Tipos que o 
compõe, embora cada Tipo oriente essa energia de um modo 
diferente. Daí nasce a diferença básica entre cada Tipo, dentro 
do mesmo centro. 
Também é comum aos Tipos do mesmo centro uma sensa- 
ção profunda que, alojando-se no mais inconsciente da pessoa, 
perpassa as suas motivações. E como se fosse a marca que ficou 
daquela “ferida" que marcou a estruturação da personalidade, 
lá no limiar de nossa infância. 
Cada Tipo, inconscientemente, desenvolveu mecanismos 
para "calar" essa "ferida" que vive reclamando ao longo da vi- 
da... mas, normalmente, esses mecanismos se caracterizam como uma "fuga",
um querer esquecer a ferida. Por isso, que não 
resolve a questão de fundo. Apenas ilude, durante um tempo. 
Nós podemos nos enganar a nós mesmos durante algum tempo… mas
ninguém consegue enganar a sí mesmo a vida toda… 
ou infeliz de quem conseguir! 
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Por isso, chega um tempo em que è preciso reverter esses 
mecanismos inconscientes... e fazer um caminho diferente, 
aprendendo a caminhar de modo diferente... indo ao encontro 
dessa "criança ferida" acolhendo-a, abraçando-a, resgatando-a. 
 
 
Cada centro e sua inteligência dominante
 
Coração (2-3-4): predomina a Inteligência Emocional, como 
preponderância dos sentimentos e emoções, habilidade para 
lidar com relacionamentos, estabelecer contatos, sensibilidade 
aguçada e facilmente ferida, preocupação com a imagem que os 
outros tem a seu respeito e necessidade de atrair atenção, cari- 
nho, aprovação e amor. 

Cabeça (5-6-7): predomina a Inteligência Racional, como pre- 
ponderância da energia racional, habilidade para observar, 
analisar, refletir, tirar conclusões, optar, decidir, sintetizar. São 
tipos que se retraem, mais frios e objetivos, carregando um 
traço de medo. 

Ventre (8-9-1): predomina a Inteligência Prática, a energia da 
ação, como predominância do dinamismo, do impulso, da 
agressividade como força. São tipos marcados pelo traço da hostilida- 
de perante a realidade. Sua habilidade se manifesta no agir, na 
praticidade, no fazer. O poder e o controle são traços comuns. 
 
 
 
Como cada Tipo orienta a energia própria de seu centro
 
Coração (2-3-4)
 
 Tipo 2 orienta a energia Emocional para fora, para fazer contatos,
para atrair a atenção dos outros, para seduzir... 
ajudando, cuidando, absorvendo sentimentos e necessida- 
de dos outros de forma extremamente sensível. 
 
 Tipo 4 orienta a energia Emocional para dentro, viven- 
do intensamente os sentimentos e emoções, supervalori- 
zando-as e dramatizando-as. Por isso a pessoa vive voltada 
para si mesma, mergulhada no seu mundo de profundos 
sentimentos. Por isso é altamente sensível. 
 
 Tipo 3 perdeu o contato com a energia Emocional. Ela 
está presente (é um tipo sociável, que busca a atenção dos 
outros, preocupado com a imagem que os outros têm dele, que 
facilmente se sente ferido...), mas é normalmente blo- 
queada. O bloqueio se agrava quando a pessoa está tensa 

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ou em crise. Por isso a pessoa não percebe e não sabe lidar 
com sentimentos e emoções. 
Cabeça (5-6-7)

 Tipo 5 orienta a energia Racional para fora, pois sua 


preocupação central é compreender o mundo à sua volta, 
entender-lhe o sentido. Embora a pessoa se isole, ela o faz para compreender 
melhor o que se passa ao seu redor. Ela 
analisa, reflete, aprofunda... até os últimos detalhes e 
faz explicações, o sentido de tudo o que a rodeia. 
 
 Tipo 7 orienta a energia Racional para dentro. Embora 
seja uma pessoa sociável e extrovertida...nessa área da 
vida o Tipo
7 não é minimamente racional (basta ver pelo pouco senso crítico que tem...).
Sua racionalidade é exercida para
dentro, fazendo projetos de coisas agradáveis, planejando desenvolvendo a cri
atividade... pois sua cabeça está em constante efervescência. 
Também seu "medo do 
sofrimento" se configura como "fantasma cerebral". 
 
 Tipo 6 perdeu o contato com a energia Racional. Fla 
está presente (basta lembrar os fantasmas cerebrais a que 
o Tipo 6 é afeito e a tendência crônica a duvidar sistema. 
ticamente e a alimentar desconfianças... com uma imagi- 
nação poderosa para motivos negativos), mas é normal- 
mente bloqueada. O bloqueio se agrava quando a pessoa 
está tensa ou em crise. E por isso que o Tipo 6 não tem 
capacidade de analisar objetivamente seus medos; é por 
isso que  ele paralisa na hora de tomar decisões e é 
por isso que ele substitui o pensar pelo duvidar... 
 

Ventre (8-9-1)
 
 Tipo 8 orienta a energia Prática para fora, pois sua preo- 
cupação é controlar-dominar o mundo à sua volta, trans- 
formar-influenciar o que o rodeia. A agitação do Tipo 8 é 
externa, levantando poeira por onde passa, pois sua ener- 
gia é exteriorizada. Por isso também que sua agressividade 
se externa de modo explícito, sem constrangimento. 
 
 Tipo 1 orienta a energia Prática para dentro, pois sua 
preocupação fundamental é manter o autocontrole, domi- 
nando suas emoções (sobretudo irritação). Por isso a pes- 
soa se irrita com suas próprias imperfeições e mantém 
padrões tão rígidos de autodisciplina interior, o que a faz 
sentir-se moralmente "superior", “perfeita"... 
 

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 Tipo 9 perdeu o contato com a energia Prática. Ela está 
presente ( lembremos da raiva anestesiada que explode em 
determinados momentos ou que se manifesta pela agressi- 
vidade passiva e pela teimosia), mas está bloqueada. O blo- 
queio se agrava em momentos de tensão ou crise (e por 
isso que nessas situações a indolência se agrava). E 
por isso que o Tipo 9 é lento e demonstra certa apatia perante a 
vida, sem garra, omitindo-se e acomodando-se. 
 
 
Os Triângulos do Eneagrama
 
 
 Triângulo Central – uma especificidade: Os Tipos 3-6-9, 
 que formam o triângulo Central do Eneagrama, são os 
Tipos básicos de personalidade. Eles contêm implicitamen- 
te os outros Tipos, pois concentram em si a energia própria 
do centro que representam, embora essa energia esteja bloqueada.
Por não terem acesso à energia própria de seu cen- 
tro, cada um desenvolve de forma compensatória a energia 
própria de um outro centro: o Tipo
3 desenvolveu a energia Prática (por isso que se parece mais com um Tipo
de Ação); o Tipo 6 desenvolveu a energia Emocional (por isso 
que é afetivo, próximo, serviçal); o Tipo 9 desenvolveu 
mais a energia Racional (por isso pensa e duvida muito, é 
confuso e observador-expectador). 
 
 Um outro Triângulo do Eneagrama se forma quando jun- 
tamos os Tipos que orientam a energia própria de seu 
 centro para fora: 2-5-8. A preocupação desses Tipos se 
up volta mais para o mundo que os rodeia, cada um dentro de 
sua área de habilidades. 
 
Um
outro Triângulo do Eneagrama interliga os Tipos que orientam a energia própria 
de seu centro para dentro: 4-7-1.
Esses tipos vivem a energia própria de seu centro de modo interno,
por isso também mais intenso e menos perceptível externamente. A energia pr
ópria de seu centro é mais reprimida (é por isso que o Tipo 4 não se 
relaciona tanto, o Tipo 7 não tem espírito crítico para per- 
ceber o negativo e o Tipo 1 esconde a agressividade...). 
 
Poderíamos dizer que, enquanto os três Tipos do Triângulo 
Central concentram em si a energia própria de seu centro, embo- 
ra esta esteja bloqueada, os Tipos do segundo Triângulo são os 
Tipos do terceiro Triângulo voltados para dentro e vice-versa. 
 
 
A sensação profunda que domina cada centro

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Em cada centro, permanece uma sensação profunda, ao 
nível do mais inconsciente da pessoa, nascida daquela “ferida" 
à volta da qual se estruturou a personalidade e que permeia as 
motivações da pessoa. A sensação profunda é comum aos três 
Tipos de cada centro, embora cada Tipo a viva com matizes 
próprios e a ela procure responder de modo específico. É importante 
lembrar que cada Tipo, ao seu modo, procura seconder
/evitar essa sensação e, inclusive, passar a imagem precisa- 
mente do contrário! 
 
 Centro da Inteligência Emocional: há uma sensação profun- 
da de "não ser amado", de carência afetiva. Por isso buscam 
incessantemente atrair a atenção e o carinho dos outros. 

• O Tipo 2 sente isso especificamente como carência afeti- 
va, como sensação de não ser amado suficientemente... 
algo como "eu sempre amo mais que os outros e os 
outros sempre são mais queridos que eu"... 
• O Tipo 3 sente isso especificamente como rejeição: ele se 
sente rejeitado - recusado pelos outros (é por isso que 
ele interpreta a menor crítica como sinal de rejeição). 
• O Tipo 4 sente isso especificamente como "abandono", 
inferioridade, desvalor... algo como “eu não presto, eu 
perdi um grande amor, os outros têm o que me falta"... 

 Centro da Inteligência Racional: há uma sensação profunda 
de incapacidade. As pessoas sentem que o mundo é comple- 
xo, difícil, agressivo... e não se sentem capazes de o enfren- 
tar. Por isso se retraem, fogem, recuam e se refugiam... 

• O Tipo 5 sente isso especificamente como incapacidade 
para entender o mundo e o que acontece ao seu redof. 
Ele se sente despreparado para isso e por isso tem neces 
sidade de pensar muito e aprofundar todas as coisas, 
para assim se sentir capaz de enfrentar. 
• O Tipo 6 sente isso especificamente como incapacidade 
de enfrentar, de agir, de tomar decisões... e por isso sente 
insegurança, desconfiança, medo... algo como “eu não 
sou capaz, não vai dar certo, é perigoso"... 
• O Tipo 7 sente isso especificamente como incapacidade 
de resolver situações difíceis e encarar o sofrimento. Por 
isso ele sente mal-estar perante o sofrimento e o evita, 
pois isso desperta nele a sensação de incapacidade. O 
mesmo se explicita também quando ele se confronta com 
o desafio de aprofundar as coisas. 

 
 Centro da Inteligência Prática: há uma sensação profunda 

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de insignificância. As pessoas sentem que os outros não as 
valorizam e não as reconhecem suficientemente e por isso 
elas sentem a necessidade de "provar" seu valor. 

• O Tipo 8 sente isso especificamente como impotência, 
fragilidade, pequenez... medo que os outros o pisem e 
não respeitem sua vulnerabilidade. Por isso ele se arma 
com a couraça da força e ataca para não correr o risco de 
ser atacado. 
• O Tipo 9 sente isso especificamente como desvalor, como 
sendo desconsiderado, não importante... e por isso se 
omite, se esconde, para não se expor e assim não sentir 
essa dor no confronto com os outros. 
• O Tipo 1 sente isso como não sendo reconhecido e valo- 
rizado pelos outros... algo como "os outros não reconhe- 
cem meu valor, não acreditam em mim... mas eu vou dar 
a volta cima e hei de provar que sou importante". 
 
 
 
Como cada tipo responde inconscientemente a essa sensação profunda

Essa sensação profunda que perpassa as motivações dos 
Tipos de cada centro, é como uma ferida, como uma 
chorando e reclamando o tempo todo. O adulto carrega essa 
sensação profunda. Desde a infância, ele desenvolveu mecanis- 
mos inconscientes para "calar" esse grito incômodo. Por isso 
cada Tipo, na vida adulta, reage inconscientemente de modo 
diferente a essa sensação profunda. 
 
 CORAÇÃO: no fundo, os Tipos deste centro buscam abafar 
essa sensação profunda buscando o amor, a aprovação, o 
aplauso, o elogio... dos outros. Ser amados pelos outros. 

• O Tipo 2 ajuda, com a motivação de receber dos outros 


amor, carinho e atenção. Isso lhe dá a falsa ilusão de se 
sentir amado. 
• O Tipo 3 busca o êxito, com a motivação de ser aprovado 
e elogiado pelos outros. Isso lhe dá a falsa ilusão de se sen- 
tir amado (não recusado/rejeitado). 
• O Tipo 4 procura ser especial – diferente, com a motiva- 
ção de ser valorizado/admirado pelos outros. Isso lhe dá 
a falsa ilusão de se sentir amado. 
 
 CABEÇA: no fundo, os Tipos deste centro buscam “segu- 
ranças" para poder abafar essa sensação de incapacidade 
que os possui. Procuram refletir, analisar, racionalizar... en- 
tender. Buscam sentir-se seguros, capazes de enfrentar o
mundo que os assusta. 

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• O Tipo 5 busca conhecimento, com a motivação de se sen- 
tir capaz de enfrentar a realidade, na medida em que 
entende profundamente. Acha que conhecendo, domina. 
Isso lhe dá a falsa ilusão de se sentir seguro e capaz.
A solução é entender tudo. 
 
• O Tipo 6 busca seguranças externas em pessoas, institui- 
ções, ideologias, grupos, religiões, sistemas, normas, 
regras...) que lhe sirvam de apoio. Apoiando-se nessas 
seguranças externas, a pessoa tem a falsa ilusão de se sen- 
 tir capaz de enfrentar o mundo, tomar decisões e agir... 
A solução é a segurança que vem de fora. 
 
 Tipo 7 recorre à criatividade, à imaginação, à fantasia... 
com a motivação de desviar a atenção da sensação de 
incapacidade. Isso lhe dá a falsa ilusão de se sentir capaz, 
driblando as situações difíceis, dolorosas e desagradáveis. 
A solução é a fantasia, o idealismo, a criatividade, as ma- 
nobras de diversão... 
 
 VENTRE: no fundo, os Tipos deste centro lançam mão do 
"fazer", para abafar a sensação de insignificância. Procuram 
agir, fazer, controlar, dominar, influenciar, transformar... pa- 
ra se sentirem importantes, valorizados, superiores. 

• O Tipo 8 procura fazer muitas coisas, deixar marcas, para 


plo se sentir importante, com a motivação de provar para ele 
mesmo que é forte, importante. Isso lhe dá a falsa ilusão 
aa de se sentir importante, superior, onipotente... compen- 
sando assim a insignificância que ele mesmo se atribuiu 
na infância. 
• O Tipo 9 procura ser moderado e harmonioso, para que as 
pessoas o valorizem e o considerem. Omite-se e esconde- 
elco se, para não se confrontar com a possibilidade de ser des- 
considerado ou desvalorizado se entrar em conflito. Isso 
Ihe dá a falsa ilusão de ser importante... anestesiando 
assim a sensação de ser desconsiderado que ele interna- 
lizou na infância. 
• O Tipo 1 procura manter o autocontrole, com uma rígida 
disciplina interna, para provar aos outros que é impor- 
tante, que é moralmente superior, heróico... com a moti- 
vação de que os outros “enfim reconheçam seu esforço". 
Isso lhe dá a sensação de ser importante e valorizado, por 
ter conseguido “vingar" o descrédito que os outros lhe 
devotaram na infância. 
 
 
O caminho de fundo que cada tipo precisa percorrer
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Esse modo como cada Tipo, inconscientemente, busca responder
à sensação profunda que o acompanha... nunca resol- 
ve o problema! Ilude o problema, durante algum tempo... mas, 
na verdade, vai agravando a ferida e aumentando a sensação 
profunda. No fundo, a pessoa acaba "dando de beber à sua dor" 
Ela está fugindo dessa sensação profunda que a incomoda. 
Evita sentir tudo isso novamente. Se afasta de tudo o que a faca 
lembrar a sensação dolorosa. Mas isso permanece e aumenta! 
No fundo, as pessoas buscam nos outros o amor que 
falta (Coração); procuram na razão a segurança que não têm 
(Cabeça); ou buscam na ação a importância que sentem não 
ter (Ventre). Nunca os outros poderão preencher essa carência 
afetiva! Nunca o conhecimento e a razão poderão dar a segu- 
rança que falta! Nunca o que se faz poderá compensar a sensação 
de insignificância! 
Essa falsa orientação... além de agravar a ferida... acaba crian- 
do uma sensação contínua de frustração: os outros nunca me 
dão a atenção/amor que eu espero... e sou tentado a buscar isso 
mais intensamente! O conhecimento, a razão, os planos, as 
instituições, normas, pessoas e sistemas, nunca me dão a segu- 
rança que deles esperava... e sou tentado a buscar isso mais 
intensamente! O que faço nunca me dá o reconhecimento, a 
importância e a valorização pessoal que eu esperava... e sou 
tentado a buscar isso mais intensamente! Entramos aí num 
ciclo vicioso... que nos leva a um beco sem saída! 
 
É preciso romper esse ciclo doentio! É preciso mudar de 
direção, caminhar de um jeito novo, por novos rumos! 
 
O caminho de fundo que cada Tipo precisa percorrer e o 
caminho de encontro à sua ferida! 
Resgatar essa sensação profunda, percebê-la, experimenta- lá... deixa  
que ela flua! Não fugir, não reprimir! Experimentar! 
Deixar doer a sensação profunda! Acolher essa criança ferida que 
chora dentro de você! Abraçá-la. Conversar com ela! Acei- 
tá-la como companheira de caminhada... e aprender a cami- 
nhar com ela pela vida! Isso se faz sobretudo no plano das sen- 
sações, do sentir, do acolher os sentimentos... pois a ferida 
também foi a esse plano! 
Cuidar dessa criança ferida que chora e reclama dentro de 
você! Só você pode cuidar dela! Só você pode curar feridas! O 
que vem de fora nunca poderá curar! A cura está no seu cora- 
ção e só você poderá administrar o remédio! Amar-se (Cora- 
ção)! Desenvolver a autoconfiança (Cabeça)! Valorizar-se pelo 
que é (Ventre)! 
É assim... nesse caminho de volta ao encontro da ferida, que cada 
pessoa se reencontrará consigo mesma, na aceitação 

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livre daquilo que é! Fora disso... a vida inteira corre o risco de 
ser fuga, fachada, ilusão...
 
Cada Tipo precisa fazer esse caminho! Ninguém poderá 
fazê-lo no seu lugar! 
 
O Tipo 2 precisa marcar encontro com sua carência afetiva, o 
Tipo 3 com sua sensação de rejeição, o Tipo 4 com a sua inferiori- 
dade; o Tipo 5 precisa encontrar-se com sua incapacidade de en- 
tender a complexidade das coisas e abraçar o vazio que lhe ficou 
da falta de manifestações afetivas na sua infância, o Tipo 6 precisa 
marcar encontro com sua insegurança e desenvolver a autocon- 
fiança como fé serena em si mesmo, o Tipo 7 precisa reconci- 
liar-se com seu fantasma cerebral de medo e sensação ruim que a 
experiência dolorosa da infância lhe deixou como uma sombra; o 
Tipo 8 precisa sentar e abraçar sua fraqueza e fragilidade e mesmo 
assim sentir seu valor como pessoa, o Tipo 9 precisa valorizar-se e 
acreditar em si mesmo; o Tipo 1 precisa valorizar-se pelo que é e 
acreditar que não precisa provar nada para ninguém! 
 
Esse será o grande encontro da vida de cada um de nós! O 
encontro conosco mesmos! O encontro com nossa realidade! O en- 
contro com a verdade de nós mesmos! Só a verdade nos libertará! 
 
 
Um outro encontro... capaz plenificar!
 
 
Nada do que é limitado poderá plenificar! Nada do que 
limitado poderá saciar nossa sede de infinito! 
Mas a experiência de ser amado de
forma absoluta e incondicional... essa sim, é capaz de plenificar! 
Por isso, quando a pessoa faz a experiência pessoal e profunda de
ser amada por Deus... ela amadurece!
E essa experiência transforma radicalmente a pessoa. Quando
o divino toca profundamente o humano, algo de extraordinário acontece!
É esta a maravilha da encarnação! 
A experiência de grandes santos nos testemunha essa rea- 
lidade! Muitos deles nunca tiveram ao seu dispor instrumen- 
tos psicológicos... mas pela experiência profunda e pessoal do 
amor de Deus, atingiram estados de amadurecimento humano 
inquestionáveis! Podemos lembrar São Paulo e Santo Inácio de 
Loyola, São Francisco e Santa Tereza de Avila, São João da 
Cruz, Oscar Romero, São Pedro... e tantos outros na vida de 
quem o amor de Deus fez maravilhas!
Isso, porque o divino e o humano se encontram no mais 
profundo de cada um de nós! E quando esse encontro se dá na 
verdade do humano e do divino, sem que nenhuma das partes
se aliene ou seja reprimida... aí transborda a vida em toda a sua 

10
plenitude! 
Haja cuidado, no entanto, para não se cair em dicotomias ou 
dualismos que negam o humano, na experiência da fé! A expe- 
riência de Deus acontece no mais profundo da verdade de cada 
pessoa... lá, onde mora a fraqueza, a ferida fundamental de nossa 
existência... lá, onde nossa condição de criaturas se faz explíci- 
ta! Por isso Tereza de Avila terá dito que “o melhor caminho 
para se chegar ao conhecimento de Deus, é através do conheci- 
mento de si mesmo!" Assim, toda a espiritualidade que nega, des- 
valoriza, esquece ou reprime o humano, além de ser “herética" 
por negar a verdade fundamental da encarnação... nunca condu- 
zirá a pessoa a caminhos de amadurecimento pessoal! 
Terminamos lembrando a máxima de Leonardo Boff, quan- 
do afirma que "o homem é o caminho para Deus e Deus é o 
caminho para o homem!" 
 
 
 
 
Como cada Tipo orienta a energia própria de seu centro
 
 Cada centro tem sua energia predominante que poderíamos 
propri chamar de "Inteligência" mais desenvolvida, a “Habilidade" 
m prejerida. Essa Energia é comum aos três Tipos de cada centro. 
No entanto, cada Tipo, dentro de cada centro, utiliza ou orienta 
essa energia de um jeito próprio: para o exterior/para o 
interior/tentando o equilibrio entre o interiore o exterior. 
 
 
Orientação/utilização da energia própria do centro

Centro instintivo-prático 

11
 
 Tipo 8 utiliza sua energia instintiva-prática voltada para o 
exterior. Ele age
para ter impacto, controle e poder sobre o mundo que o rodeia . 
 
 Tipo 1 utiliza a sua energia instintiva-prática voltada para o interior. Ele 
age para ter o controle sobre si mesmo. 
 
 Tipo 9 procura o equilíbrio entre a utilização voltada para  
o interior e o exterior. Isso acabou paralisando a energia pró- 
pria do centro. É por isso  que o Tipo 9 age pouco. 
 
 
Centro emocional
 
• O Tipo 2 utiliza sua energia emocional voltada para o exte- 
rior. Ele percebe com muita sutileza as emoções dos outros e 
procura ajudá-los. 
• O Tipo 4 utiliza sua energia emocional voltada para o inte- 
rior. Ele presta grande atenção às suas emoções e sentimen- 
tos, supervalorizando-os e vivendo-os intensamente. 
• O Tipo 3 procura o equilíbrio entre a utilização interior e ex- 
terior da energia própria do centro emocional. Essa atitude 
Ienc acabou paralisando a energia própria do centro. É 
que o Tipo 3 tem muita dificuldade em perceber seus senti- 
mentos e emoções. 
 
 
Centro racional
 
• O Tipo 5 utiliza sua energia racional voltada para o exterior. 
Ele quer compreender o funcionamento do mundo que o ro- 
deia e acumula informações que lhe permitam entender cada 
vez mais e melhor esse mundo. 
 
O Tipo 7 utiliza sua energia racional voltada para o interior. 
Ele imagina planos, faz projetos... para criar situações de vi- 
da mais agradável e prazerosa.  
 
• O Tipo 6 procura o equilíbrio entre a utilização interior e ex- 
terior da energia racional. Isso acabou paralisando a energia 
própria de seu centro. Por isso o Tipo 6 duvida de si mesmo, 
dos outros e das suas próprias decisões. 
 

 
Um desafio de crescimento
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• 8-2-5: O desafio de crescimento é redescobrir a interioridade, 
entrar em contato com os sentimentos/necessidades/emo- 
ções próprias. 

• 1-7-4: O desafio de crescimento é desprender-se de seus ema- 


ranhados internos (onde se perde sua energia), para sentir a 
sua energia livre e poder canalizá-la para a concretização de 
seus ideais. 

• 3-6-9: O desafio de crescimento é entrar em contato com a ener- 


gia própria de seu centro (3-emocional; 6-racional; 9-instinti- 
va-prática), para a partir daí buscar o verdadeiro equilíbrio. 
 

Especificando...
 
• O engano do Tipo 3 é querer ir para fora de si mesmo, assumin- 
do uma postura de ação. Mas essa não é a sua energia essen- 
cial. Esse voltar-se para fora é fuga de sua essência, que está na 
energia emocional. Ele fugiu dela por haver se sentido não- 
amado. O crescimento acontece na viagem de retorno ao seu 
interior, no reeencontro com sua energia principal (a energia 
emocional) – percebendo seus sentimentos e emoções. 

• 0 engano do Tipo 6 é querer ir para fora de si mesmo, assu- 


mindo uma postura emocional, na condescendência em rela- 
ção aos outros. Mas essa não é sua energia essencial. Esse "ir 
para fora" é fuga de sua energia principal, por ter experimentado a dor do medo
e da indecisão, da incapacidade, da desconfiança de si mesmo e dos outros. O
crescimento acontece na viagem de retorno ao seu interior no reencontro com
sua energia principal (racional) enfrentando seus medos e desconfianças, seus
"fantasmas cerebrais". 
 
• O engano do Tipo 9 é querer ir para fora de si mesmo assumindo uma
postura racional, tentando entender e analisar 
friamente as situações. Mas essa não é a sua energia essen- 
cial. Esse "ir para fora" é fuga de sua essência, que está na 
energia instintiva-prática. Ele fugiu dela por ter experimen- 
tado a confusão, o conflito interno de suas agressividades. 
por ter sentido a dor da insignificância. O crescimento acon- 
tece na viagem de retorno ao seu interior, no reencontro com 
sua essência (a energia instintiva-prática), percebendo seus 
sentimentos de agressividade, raiva, conflitos.  
 
• 0 engano do Tipo 1 é querer voltar-se para dentro de si 
mesmo, preocupando-se em manter o controle interno de 
sua agressividade, raivas, ressentimentos. Há uma tentativa 
de assumir uma postura de tipo emocional. Mas essa não é a 

13
sua energia principal. Esse movimento é a fuga de sua essên- 
cia, que é a energia prática-instintiva. Ele fugiu dela 
externamente foi muito cobrado e exigido e porque seu agir 
externo o confrontou com suas imperfeições. Seu grande 
potencial de energia acaba sendo gasto em coisas mesqui- 
nhas, na luta por causas perdidas. O crescimento acontece 
na viagem de retorno ao exterior, libertando sua energia prá- 
tica do emaranhado rígido de sua repressão e censura inter- 
nas, no reencontro com sua essência – a energia prática-ins- 
tintiva, enfrentando a vida e a ação como um processo, com 
uimperfeições e limitações próprias. 
 
 
• 0 engano do Tipo 7 é querer voltar-se para de dentro de si 
mesmo, refugiando-se no mundo de sua imaginação, perden- 
do-se em mil planos agradáveis e prazerosos, nas suas raciona- 
lizações e idealismos. Mas essa não é a sua verdadeira energia. 
Esse "refugiar-se" no mundo da imaginação e da fantasia é uma 
utilização desvirtuada de sua verdadeira energia. Ele fugiu dela 
nor ter experimentado um grande medo na infância... e por isso 
sente rejeição ao refletir sobre si mesmo e sobre o mundo, 
tendo medo da profundidade, onde "espreita o fantasma cere- 
bral" do medo que ficou como sombra dessa experiência dolo- 
rosa do passado. O crescimento. se faz pela reorientação dessa 
energia: em vez de aliená-la no campo da imaginação – que serve como "fuga
da realidade" difícil, conflituosa e marcada 
pelo sofrimento - é preciso canalizá-la de volta ao campo racio- 
nal, no sentido de refletir, entender, analisar, aprofundar... o 
conhecimento sobre si mesmo e sobre o mundo que o rodeia. 
 
. o engano do Tipo 4 é voltar-se para dentro de si mesmo, mer- 
gulhando no mundo de seus sentimentos e emoções feridas. 
Embora a energia emocional seja a sua energia predomi- 
nante, ele acaba usando essa energia contra si mesmo, super- 
valorizando, exagerando e dramatizando o mundo de seus 
sentimentos. Essa seria uma fixação "doentia", masoquista , nos seus
sentimentos machucados e essa orientação da ener- 
ligia principal, faz com que este Tipo tenha dificuldade no rela- 
cionamento, pois acaba não tendo disponível para tal a sua 
Senergia. O crescimento se faz pela reorientação de sua ener- 
-ugia principal: em vez de aliená-la no “remexer de suas feridas" 
- é preciso canalizá-la para o relacionamento interpessoal, 
para o agir externo, para a concretização de suas intuições. 
 
• O engano do Tipo 8 é fixar-se fora de si mesmo, concentrando 
ol sua energia na ação. Embora essa seja sua energia central, e 
assim se manifeste seu potencial, ele foge de sua interiorida- 
de, esquecendo seus sentimentos e emoções. Essa fuga acon- 
tece pela não-aceitação de seus sentimentos e emoções, que 

14
constituem o núcleo frágil não-trabalhado, nascido de uma 
sensação de insignificância. A fuga deste núcleo, que leva a 
fixar-se no agir, gera a marca de insensibilidade que permeia 
seu jeito de agir. O crescimento se faz pelo equilíbrio: man- 
tendo a orientação externa de sua energia principal, fazer a 
viagem de volta ao seu interior, entrando em contato com 
seus sentimentos e emoções, aprendendo a lidar com eles, 
aceitando-os e manifestando-os - para assim conseguir 
controle interno de si mesmo. 
 
• o engano do Tipo 2 é fixar-se fora de si mesmo, orientando 
sua energia para perceber e satisfazer as necessidades do 
outros. Embora esta seja sua energia principal, e assim 
manifeste seu potencial, ele foge de sua 
interioridade, 
esquecendo seus sentimentos, necessidades e emoções. Essa fuga acontece
pela experiência de ser mal-amado, pela carência afetiva que isso gerou e pela
repressão de sentimentos que 
aparece como solução para, sentindo-se livre de suas neces 
sidades próprias, satisfazer as necessidades dos outros, para 
assim atrair carinho e atenção. O Crescimento se faz pelo 
equilíbrio: mantendo a orientação externa de sua energia 
principal, fazer a viagem de volta ao seu interior, entrando 
em contato com seus sentimentos e necessidades, aprenden- 
do a satisfazê-las, pedindo e aceitando ajuda para tal - para 
assim experimentar "amar-se e ser amado", no sentido de 
preencher sua carência essencial.  
 
• O engano do Tipo 5 é orientar a sua energia apenas para fora 
de si mesmo. É querer compreender tudo o que está à sua 
volta... e deixar de lado a tarefa de se compreender, de enten- 
der seu vazio interior. Embora essa seja sua energia princi- 
pal, e assim se manifeste seu potencial, ele foge de seu vazio 
interior, deixando de lado seus sentimentos e emoções, por 
experimentar uma sensação de incapacidade que gerou 
medo e bloqueou a capacidade de lidar com o seu mundo 
interior. Ele quer entender tudo e todos... mas não se preo- 
cupa em se entender a si mesmo, pois sua energia está orien- 
tada exclusivamente para fora. O crescimento se faz pelo 
equilíbrio: mantendo a orientação de sua energia racional 
para o exterior, buscar também o contato com seu vazio inte- 
rior, analisando seus sentimentos e emoções, entendendo 
suas atitudes e reações, refletindo sobre si mesmo – para 
assim redescobrir seu valor e suas capacidades, no sentido de 
compensar sua sensação de incapacidade. 

 
 
Os três modos de comportamento

15
 
Lá pelas brumas da formação da personalidade, cada um de nós 
se fixou em um determinado comportamento ou postura perante 
o mundo e as pessoas que o fazem. Essa postura nos “pareceu 
mais segura, com mais garantias de aceitação... a gente “achou 
que se daria melhor deste jeito" e, inconscientemente, essa 
"opção" acabou perdurando e influenciando nossa vida! 
 
 
Para explicitar esta realidade, podemos dividir os Tipos do 
Eneagrama em três subgrupos, de acordo com a atitude 
ou postura que os caracteriza perante a vida: Agressivos, 
Condescendentes, Retraídos. 

 
Tipos Agressivos: 8-1-3
 
Eles agem contra o mundo. Desafiam, encaram, arriscam, 
acreditam. São Tipos muito autoconfiantes e positivos. O desa- 
fio de crescimento para estes Tipos passa pelo caminho rumo 
a se tornarem mais condescendentes. 
 
Tipos Condescendentes: 2-7-6

Eles agem de encontro ao mundo, tentando adaptar-se, 


estar de acordo. Evitam "estar contra" ou discordar. Procuram 
não desagradar aos outros e por isso muitas vezes cedem, se 
omitem, calam... sua atitude é conciliatória e acomodatícia. O 
desafio de crescimento para estes Tipos passa pelo caminho 
rumo a se tornarem mais retraídos, afastando-se mais do 
mundo, ganhando distância, para poderem ser eles mesmos, 
sem se deixarem “manipular" pela tendência condescendente. 
 
Tipos Retraídos (autônomos): 5-4-9

Eles se afastam do mundo, evitam o contato, o confronto. 


Têm tendência ao isolamento, ao individualismo, à fuga do mundo, fechando-
se na sua autonomia. Correm o risco de 
der o contato com o mundo. O desafio de crescimento para 
estes Tipos passa pelo caminho rumo a se tornarem mais 
agressivos, enfrentando o mundo. 
 
Se repararmos, o caminho de crescimento os
рara cada Tiро сoincide novamente como rumo
alv a de seu ponto de integração... é apenas uma
outra maneira de olhar o crescimento!
 
 
Os Subtipos instintivos 

16
 
Toda a pessoa tem três instintos fundamentais: Instinto de 
Preservação, Instinto Social e Instinto Sexual. 
Estes instintos não podem ser confundidos com os tres 

Centros de energia ou de inteligência (Emocional-Coração, 


Racional-Cabeça e Prático-Visceral). Toda a pessoa tem estes 
três instintos, mas cada pessoa tem mais habilidade ou facilidade 
de lidar com cada um dos contextos da vida a que cada instinto 
refere (o eu em relação ao próprio eu – Instinto de Preservação; 
o eu em relação a vários outros eus – Instinto Social; 
о eu em relaҫӑo a um outro unico eu 
Instinto Sexual). 
Em cada pessoa, predomina um, dois ou até os três instintos. 
 

• O Instinto de Preservação preocupa-se com a sobrevivência 


física e está atento a tudo o que possa constituir ameaça ou 
agressão contra a vida da pessoa. Quando ele domina a vida, 
a pessoa fica vigilante e acredita que é preciso lutar para 
sobreviver, assegurando em primeiro lugar a sua proteção. 
Este Instinto privilegia temas como a vida e a morte, a saúde, 
o bem-estar físico, a alimentação, o dinheiro e os bens mate- 
riais como meios para se preservar da pobreza e da miséria. 
Estes assuntos mexem com a vida da pessoa, que conta ape- 
nas consigo mesma para garantir sua segurança e resolver 
seus problemas. 
 
Quando predomina este Instinto, a pessoa se identifica com o 
seu corpo, tem medo de não sobreviver, sempre se pergunta 
pela sua segurança e desenvolve uma atitude de prudência ou 
de autodestruição. 
 
• O Instinto Social está ligado à questão da pertença a grupo(s) 
e a relacionamentos mais gerais. Leva a pessoa a preocupar-se 
com o lugar que ocupa nos relacionamentos e nas interações 
entre os membros de um grupo ou de uma instituição. Este 
instinto se revela na importância que a pessoa dá à necessida- 
de de ser reconhecida socialmente. A pertença a um grupo é 
a escala do próprio valor da pessoa. Quando predomina o Instinto social, a
pessoa é sensível a oportunidade, a admiração, a glória, ao status e ao
prestígio e é capaz de se sacrificar por isso. A aprovação do grupo é a garantia
da sensação de segurança, por isso, a pessoa teme a solidão e a
inferioridade . 

Quando predomina este Instinto, a pessoa se identifica com os 


grupos a que pertence, tem medo de ser excluida dos mesmos 
sempre se pergunta se é aceita e se tem popularidade e desen- 
volve atitudes de sociabilidade ou de não adaptação social. 

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•O Instinto Sexual preocupa-se com a qualidade da relação 
íntima ou com a quantidade de relações íntimas. Esta relação 
íntima não significa necessariamente relação ao nível sexual 
mas sobretudo o relacionamento com uma única pessoa. O 
Instinto Sexual está baseado na noção de intimidade e acre- 
dita que apenas uma relação íntima pode fazer a pessoa viva 
e completa. Este Instinto leva a pessoa a preocupar-se com o 
poder, a sedução, a paixão e a rivalidade amorosa. Saber 
como atrair e influenciar o outro é uma questão vital. A ima- 
gem que o parceiro dele faz, é uma questão central para 
aquele que vive sob o domínio deste instinto. Há um medo 
grande de não ser desejado. 
 
Quando predomina este Instinto, a pessoa se identifica com a 
relação que tem com o outro, tem medo de não ser desejável, 
sempre se pergunta se é ou não atraente e desenvolve atitu- 
des de promiscuidade ou de abstinência.  
 

Como acontece o desenvolvimento dos três Instintos

Os três Instintos se desenvolvem na pessoa a partir da in- 


fância até aos 12 anos, de forma sucessiva: primeiro o Instinto 
de Preservação, depois o Social e por último o Sexual. Este de- 
senvolvimento dos Instintos depende sobretudo da educação: 
as atitudes das figuras paterna e materna, as circunstâncias particulares da
vida, enfim , todo contexto no qual a criança se movimenta. Todo esse contexto
de vida pode fazer com que uma 
ou mais dessas etapas não transcorra de modo harmonioso. 
Quando um dos três Instintos é ferido no seu desenvolvimento, e sua utilização
torna-se problemática, isto é, ele passa a ser o Instinto predominante. Esta
predominância de um Instinto especifico (ou de vários) se manifesta de dois
modos possíveis: uma preocupação excessiva com o que se refere ao âmbito
desse Instinto ou então uma negligência exagerada. 
 
 Quando predomina o Instinto de Preservação, a pessoa ma- 
nifesta uma prudência exagerada ou uma tendência ao risco 
e à autodestruição. 
 Quando predomina o Instinto Social, suas manifestações são 
uma dependência exagerada em relação ao grupo ou então a 
falta de sociabilidade. 
 Quando o Instinto Sexual ficou como dominante, o resultado 
será a promiscuidade nos relacionamentos íntimos ou a abs- 
tinência. 
 
À luz do Eneagrama, cada pessoa tem um destes Instintos 
afetado. Além disso, a estruturação de cada um destes Instintos 
é a base para o seguinte, o que significa dizer que se um dos Ins- 
18
tintos foi afetado os seguintes (ou o seguinte) serão também. 
 
Nesse sentido, podemos considerar três situações possíveis:

 Quando o Instinto de Preservação foi afetado, a pessoa mani- 


festa as preocupações específicas deste Instinto e provavel- 
mente apresentará também aquelas que são características 
dos Instintos Social e Sexual. 
 Quando o Instinto de Preservação se desenvolveu de forma 
harmoniosa e o afetado foi o Instinto Social, a pessoa vai viver 
as preocupações específicas deste segundo Instinto e, prova- 
velmente, também manifestará as características do Instinto 
Sexual. 
 Quando o desenvolvimento dos dois primeiros instintos não foi afetado a
pessoa manifestará as características próprias do instinto sexual. 
 
Em qualquer dos casos, o primeiro Instinto afetado Se torna o predominante
e sua influência sobre a personalidade 
é expressiva. Assim, cada Tipo do Eneagrama, conforme a predominância de
um ou de outro instinto existe em três formas 
diferentes, a que chamamos Subtipos (Subtipo de Preservação: 
Subtipo Social e Subtipo Sexual). É uma especificação maior 
do Tipo, que nos ajuda a compreender melhor alguns aspectos. 
Tal como dizemos em relação aos Tipos, também não deve 
existir em relação aos Subtipos uma apreciação moral: nenhum 
é melhor ou pior que o outro! 
 
 
Cada Tipo e seus Subtipos

 
Tipo 1

Subtipo de Preservação: é ansioso e acredita que o menor erro 


é uma falta capaz de questionar toda a segurança pessoal. A 
ansiedade nasce do conflito entre fazer o que quer e fazer o 
que é certo, em relação à sobrevivência pessoal. O querer é 
reprimido: a pessoa não sabe o que quer, mas inconsciente- 
mente sente raiva por ter que vender-se à estabilidade econô- 
mica. Pode ser mesquinho com o que tem. Acha que o amor, 
a proteção e a ajuda não são dados de graça pelos outros e por 
isso é preciso “agradecer" a essas pessoas por meio de um 
bom comportamento. Para sobreviver, você precisa agarrar-se 
àquilo que tem. Procura de forma obsessiva agir corretamen- 
te e evitar erros. Vive atormentado com o futuro, tanto próxi- 
mo como distante. E um escravo das circunstâncias. 
 
 
• Subtipo Social: é mal-adaptado à vida social, pois tem a convie 
19
ção moral de que a atividade social está errada e que ele sabe 
como ela deveria ser. É rígido quanto aos relacionamentos 
sociais, sobretudo no respeito às regras e ao cumprimento de 
dever e no direito de corrigir e reformar, tornando-se assim 
bastante crítico. Essa crítica normalmente toma a forma de apoio e de bons
conselhos, mas quando isso não funciona, a pessoa  manifesta raiva ou se
retrai. A raiva pode externar-se 
pelo fervor religioso ou pela convicção política. É intransigen- 
ie e fica entrincheirado nos seus próprios dogmas de um ideal 
perfeito. Quando assume uma posição, dificilmente absorve 
novas informações. As decisões têm de ser certas ou erradas. 
Não age sem ter certezas e um erro joga tudo por terra. 
 
Subtipo Sexual: é intensamente ciumento, raivoso e possessivo. 
Presta muita atenção aos mínimos detalhes que podem tor- 
nar a relação imperfeita, pois tem medo que seu parceiro pre- 
fira outra pessoa mais perfeita. Critica tudo o que ameaça a 
relação. Espera um parceiro ideal e por vezes se torna muito 
crítico em relação a ele. O ciúme bloqueia a pessoa e a raiva 
torna-se compulsiva fazendo que a pessoa busque confronta- 
ção. Sente raiva ao ser comparado a um rival e quer que 
façam justiça, pois se sente no direito de ser amado. Trabalha 
duro e não admite não ser reconhecido. 
 
 
Tipo 2

• Subtipo de Preservação: busca intensamente o privilégio. Sacri- 


fica excessivamente suas necessidades e carências e acha que, 
em troca disso, tem o direito de ser tratado de maneira parti- 
cular, sentindo-se privilegiado em relação aos outros. Espera 
esses sinais de retorno da atenção em todas as situações, tanto 
das pessoas a quem ele ajuda como de todas as outras. Orgu- 
lham-se da sua própria independência, achando que os outros 
dependem deles. Ajuda os outros a terem sucesso e fica com 
raiva quando não é reconhecido por isso. Espera um trata- 
mento especial na celebração do sucesso alheio. 
• Subtipo Social: é ambicioso. Tem uma sensibilidade especial 
para descobrir pessoas poderosas ou com grande status social 
e procura relacionar-se com elas. Pretende ser protegido por essas pessoas e,
ao mesmo tempo, influenciá-las. É 
a pessoa que gosta especialmente de viver na sombra de alguém poderoso ou
influente. O orgulho se expressa em estar numa posicão 
social invejável. A imagem pública é essencial. Ser membre 
de círculos fechados é o máximo da ambição. 
 
• Subtipo Sexual: é sedutor. Tenta seduzir (fazer com que pre. 
cisem dele...) sobretudo as pessoas que detêm poder, status 
ou prestígio. É charmoso e “sexy" embora seu objetivo possa  

20
não ser necessariamente de caráter sexual. Normalmente é 
pessoa considerada provocante e procura o contato físico 
Seu jeito de seduzir é agressivo e fará de tudo para eliminar 
os obstáculos ao relacionamento que procura estabelecer. 
Sente certo orgulho em ser o favorito, o confidente fiel, aquelê que 
sabe lidar com os casos difíceis. Sente que tem vários 
"eus" e geralmente tem grande número de amigos.  
 
Tipo 3

• Subtipo de Preservação: busca sua própria segurança, geral- 


mente por meio do acúmulo de dinheiro e da posse de bens 
materiais caros, luxuosos e vistosos. Um desses “objetos" 
pode ser o próprio cônjuge. A pessoa trabalha muito para 
obter tudo isso. A sobrevivência emocional está ligada aos 
rendimentos e ao acúmulo de bens. Há tendência a confun- 
dir bem-estar financeiro com prazer emocional. 
 
• Subtipo Social: procura intensamente o prestígio. É muito im- 
portante para ele pertencer a um bom grupo, uma boa empre- 
sa, clube ou instituição. Dentro desse grupo, a pessoa tem a. 
capacidade extraordinária de perceber o que mais agrada aos 
outros membros e utiliza essa capacidade para criar impacto e 
admiração... conseguindo "mudar de cor" sempre que a situa 
ção assim o exigir... O anonimato deixa a pessoa ansiosa. A 
pessoa precisa ser alguém aos olhos dos outros, ou então nào 
sente ninguém por dentro. É doloroso ser um “ninguém" na 
multidão. Só se sente alguém quando é apreciado. Há uma 
onfusão entre ser o melhor e ser o mais conhecido. 
 
subtipo Sexual: preocupa-se em assumir o padrão masculino ou 
feminino. Procura ser o homem ou a mulher que correspon- 
de ao ideal que a sociedade cultua. Às vezes considera um 
cinal de sucesso fazer muitas conquistas. Freqüentemente 
vive confuso ou até mesmo dividido entre o lado masculino 
eo lado feminino de sua personalidade, embora esta incerte- 
za não se traduza necessariamente em tendência homosse- 
vual ou bissexual. E mestre da aparência e engana-se a si 
mesmo imaginando que os sentimentos adequados ao papel 
que representa são os seus próprios sentimentos. A imagem 
preferida enfatiza a atração sexual. 
 
Tipo 4

• Subtipo de Preservação: é inconveniente, inconseqüente, temerá- 


rio, audaz, gosta de chamar a atenção, intrépido. Assume situa- 
ções de risco para sentir-se à beira da catástrofe, achando que 
assim pode chamar atenção e fazer-se notar. Há um certo 
toque suicida nesse tipo de comportamento, como forma de 

21
abandonar-se ao destino. As vezes, essas atitudes são formas 
de punir os outros. Viver por um fio... traz sentido e intensi- 
dade a uma vida que, de outra forma, pareceria banal. A inve- 
ja pode manifestar-se também como luxo. A pessoa pode igno- 
rar necessidades básicas de sobrevivência para seguir um 
sonho. O esquema básico da pessoa é: querer, conseguir, des- 
truir... e esperar que isso seja novamente interessante. 
 
•Subtipo Social: sente vergonha. Gostaria de pertencer a grupos 
sociais, mas sente não estar à altura e tem medo de ser rejei- 
tado 
por causa de sua aparência ou de seus defeitos internos, 
sentindo-se envergonhado por isso. As vezes, mostra uma 
aparência de charme, para atenuar ou disfarçar esse senti- 
mento de rejeição. Sentimentos de baixa auto-estima, geral- 
mente baseados em perdas do passado, mantêm a ilusão de 
que as outras pessoas dominam e desfru as coisas que faltam para ele. A
pessoa pode atacar-se a si mesma. Desen- 
ve uma sensibilidade especial para detectar sinais de rejeição por parte dos
outros. 
 
Subtipo sexual: É competitivo. Quer assumir um papel único e relevante na
vida das pessoas com quem se relaciona.  
Isso se acentua nas relações íntimas. Sente-se concorrendo co 
outras pessoas e teme que seu parceiro prefira outros relacio 
namentos. Algumas pessoas deste subtipo vivem pulando de 
relação em relação, assumindo máscara de "conquistadores" 
Sentem atração ainda maior por uma pessoa, quando ela já 
está "comprometida". A competição pode transformar-se em 
ódio. Há a necessidade de reduzir o valor dos outros, para 
inconscientemente reduzir a própria inveja. A competição 
torna a pessoa agressiva, difamando os concorrentes intensa- 
mente. Quer atenção especial de pessoas especiais. Mentores 
e símbolos notáveis são atraentes. A plebe não interessa, 
desde que a realeza esteja do seu lado. Pode ser particular- 
mente agressivo com quem o rejeita. 
 
 
Tipo 5
 
• Subtipo de Preservação: preocupa-se com segurança pessoal, 
isolamento e privacidade. Dá muita importância à necessida- 
de de se retirar para um lugar bem privado onde se sente 
seguro para pensar e recarregar suas baterias. Orgulha-se de 
sobreviver com muito pouco. Independência significa ter um 
lugar para onde se retirar. Acumula para garantir sua inde- 
pendência e liberdade. Pode ser sovina, mesmo em tempo 
fartura. Pode sentir prazer na abstinência. 
 

22
Subtipo Social: valoriza muito seu curriculo, titulos, diplomas.. 
Pertence a grupos por causa do conhecimento: é ele que leva o 
conhecimento a esse grupo ou vai buscar conhecimentos em 
alguém desse grupo. Gosta de mostrar seus conhecimentos sem 
precisar de os partilhar com os outros e por isso se esconde 
atrás de títulos, diplomas ou rótulos. Há interesse por ideias e pessoas que
influenciam a cultura. Sente atração por sistemas que explicam o
comportamento humano. Conhecer é poder e precaver-se é armar-se contra os
imprevistos. Informação exclusiva é um tipo de proteção.  
 
• subtipo Sexual: gosta de confidências. Partilha idéias e confi- 
dências com a pessoa que lhe é mais próxima. Geralmente 
isso acontece apenas com uma única pessoa, em quem 
sente que pode confiar totalmente. O resto da relação com 
essa pessoa è expresso normalmente de forma não-verbal. É 
fundamental conservar a privacidade das relações por meio 
de ligações emocionais separadas umas das outras. Isso 
pode gerar uma avidez de encontros breves, intensos e alta- 
mente significativos. Entre as pessoas com quem eles se 
entendem, estão o conselheiro íntimo, o momento pessoal, 
o caso secreto de amor. A pessoa sente-se atraída para a 
expressão sexual como uma contrapartida do intelectualis- 
mo. A solidão é um subproduto do isolamento e, por isso, a 
pessoa acaba se cansando de sua própria mente. A pessoa 
censura muito a sua relação íntima: quando uma intimida- 
de se torna pública, isso é terrível. 
 
Tipo 6
 
 Subtipo de Preservação: manifesta cordialidade. Expressa 
muito calor humano, quase parecendo um Tipo 2. Seu obje- 
capaz de 
rebaixar-se aos olhos dos outros para conquistá-los. O medo 
desaparece na companhia dos amigos e a pessoa se sente 
relaxada com aqueles que a aceitam e essa aceitação precisa 
ser continuamente confirmada. Facilmente perde a fé nas 
tivo é proteger-se dos outros, desarmando-os. É 
сарaz 
outras pessoas, por causa de sua desconfiança e imaginação 
poderosa. Quando é amigo, aproxima-se das pessoas, 
desar- 
ma-lhes a raiva e dá apoio, tomando o partido delas. Gosta 
de agradar aos outros apenas para sentir-se em segurança. 
 
 
Subtipo social: é cumpridor de dever. Preocupa-se em cumprir fielmente seus
deveres em qualquer situação e em qualquer que seja o tipo de
relacionamento. Muitas vezes tem tendência a ser conservador, sobretudo em 
relação as regras e obrigações sociais. A pessoa se sente segura e aceita pelo 
23
grupo quando cumpre as regras. Tem capacidade de enco 
jar os outros nos momentos dificeis e pode agir como heré: 
numa reviravolta. O chamado do dever é crucial para o Seis. 
 
Subtipo Sexual: busca uma imagem de força e beleza. Procura 
combater a insegurança mostrando força. Gosta de se relacio. 
nar com pessoas fortes e ser apreciado por elas. Pode desafiar 
os perigos que mais o assustam. Sente-se atraído pela beleza. 
Os homens têm tendência a ser machistas e as mulheres geral- 
mente manifestam sua força pela sedução. A postura de poder 
é expressa no cultivo da beleza e da força física, na manuten- 
ção de uma série de relações amorosas ou de um intelectualis- 
mo dominante. O medroso pode sentir-se poderoso se os outros 
o acham forte, bonito, sensual e inteligente.  
 
Tipo 7
 
• Subtipo de Preservação: é tribal. Gosta de pertencer a um 
grupo de pessoas que partilham das mesmas convicções e 
ideais e com as quais se sente bem. Esse grupo pode ser a 
família ou qualquer outro grupo que a pessoa assume como 
se fosse a sua família. E muito fiel às 
pessoas 
desse 
grupo. 
 
• Subtipo Social: sacrifica-se pelos outros. E muito idealista e por 
isso é capaz de se sacrificar pelos outros, especialmente pela 
sua família. Embora isso limite suas aventuras e prazeres, ele 
acredita que logo estará disponível para curtir a vida, junto com 
os outros pelos quais se sacrificou. Sacrifica o prazer imediato 
para materializar um sonho futuro. As vezes não agüenta esse 
ritmo de "sacrificios" e se comporta de modo irresponsável. 
grupo, tenta passar a imagem de uma pessoa muito iguali- 
tária. Nivela a autoridade: nenhum líder e nenhum seguidor. 
Gosta de ter companhias estimulantes enquanto realiza ativi- 
dades que também poderia fazer sozinho. 
 
. subtipo Sexual: relacionamentos instáveis. Vive fascinado. Suas 
relações são curtas e pouco envolventes, pois está sempre bus- 
cando novas experiências. Nos relacionamentos gosta de par- 
tilhar experiências, projetos e planos e sua fantasia e imagina- 
ção se tornam mais importantes que a própria realidade. A 
gula por relacionamentos íntimos excitantes manifesta-se no 
charme pessoal. Há um ímpeto pela primeira atração. A pessoa 
faz amizades com grande facilidade, adora informações novas 
e é livre de preconceitos. Tem dificuldade em optar por um 
único relacionamento e em permanecer fiel a ele. 
 

24
 
Tipo 8
 
• Subtipo de Preservação: meticuloso com a sobrevivência. Preoculpa-se 
muito em controlar seu meio ambiente nos mínimos 
detalhes, que garantem segurança e satisfação das necessida- 
des básicas. Quando um desses detalhes falha, acha que tudo 
pode desabar. Controla seu espaço, seus pertences e seu 
suprimento de conforto material. A satisfação depende de 
suprir as necessidades simples da vida. Para garantir seu con- 
forto, a pessoa previne-se de forma cautelosa, pensando em 
todos os detalhes. 
 
• Subtipo Social: procura relações de proteção mútua. Busca relacio- 
namentos amigáveis onde ele protege os outros e espera ser pro- 
tegido. Os outros que se situam fora desses relacionamentos, 
são considerados "inimigos". Bons momentos são enaltecidos 
por bons amigos e a amizade é a maneira de relacionar-se por 
meio de alianças comprovadas, que também se constituem 
como um canal seguro de informações. As vezes, a pessoa é 
solitária, irritável e agressiva, evitando contatos sociais. 
 
Subtipo Sexual: é possessivo. Quer controlar a relação e espe- 
ra que a outra pessoa lhe seja inteiramente dedicada. Testa o 
relacionamento, para saber se pode ou não confiar. Quando 
confia totalmente, deixa-se envolver e renuncia à necessida- 
de de sempre ter o controle. Pode tornar-se extremamente 
possessivo: quer saber de tudo, e todos os segredos devem
ser compartilhados. Geralmente a pessoa se torna lasciva no amor e 
dominante nos negócios e as outras pessoas a vêem como 
rival implacável. No relacionamento, a luta pelo controle é 
interessante e vencer pode extinguir o interesse. 
 
 
Tipo 9
 
• Subtipo de Preservação: anestesia-se de forma gulosa. Tem 
tendência a procurar excessos de comida, álcool, distrações... 
como forma de se anestesiar, evitando reconhecer suas raivas 
ou escapando de conflitos que o incomodam. É a busca de 
fontes secundárias de gratificação. Ceder ao apetite é uma 
forma de êxtase, sem que a pessoa perceba que está desvian- 
do a atenção do essencial. 
 
Subtipo Social: é um “maria-vai-com-as-outras". Gosta de se 
juntar a um grupo e deixa-se levar pela onda, pela tendência 
do grupo, embora não se envolva verdadeiramente com o 
grupo. Alguns, para evitar o conflito participação x não-en- 
volvimento, evitam participar de grupos. A ambivalência é 

25
uma constante. 
 
• Subtipo Sexual: busca união completa. No relacionamento ín- 
timo, procura uma fusão ou identificação total com a outra 
pessoa, ao ponto de não saber distinguir as suas necessida- 
des das necessidades de seu parceiro. Só entende a relação 
como algo durável. Procura esse tipo de relação e pode mos- 
trar-se inconstante e indeciso nessa busca, ficando confuso 
entre vários parceiros. A união é a sensação de ter uma vida 
em comunhão com outra pessoa. Isso pode chegar ao ponto 
de incorporar à sua vida a vida de uma outra pessoa. O par- 
ceiro corre o risco de tornar-se também a razão da própria 
o existência deste subtipo. 
 
 
 
Como cada Tipo se comunica...
 
A pessoa que fala não é independente da pessoa que é! O que a 
pessoa diz é manifestação do seu pensamento, do seu jeito de ser. 
Entender o jeito de falar de cada pessoa e adaptar-se a ele quando 
conversamos com ela, significa respeitar sua personalidade. 
Entender o jeito de falar de cada pessoa e adaptar-se a ele quando 
conversamos com ela, significa respeitar sua personalidade. 
 
 
Cada pessoa é diferente, mas há pontos comuns entre as 
pessoas do mesmo Tipo. Quando tomam a palavra, as pessoas 
manifestam muito as tendências do seu Tipo. 
 
 
Tipo 1 
A comunicação do Tipo 1 é a manifestação da sua 
busca de perfeição e de superioridade moral. Ele 
afirma com autoridade o que é correto ou o que está errado. 
Diz o que é preciso fazer, tanto para si mesmo como para os 
outros. É detalhista, às vezes mesquinho e escrupuloso. O seu 
tom de voz normalmente é medido no ritmo e no volume. 
Gesticula muito pouco. A primeira vista, pode dar a impres- 
são de que a pessoa deste Tipo tem convicção absoluta do que 
está dizendo ou até um sentimento de superioridade; no 
entanto, isso é apenas aparência, pois no fundo a pessoa tem 
um medo permanente de se enganar, o que a leva a duvidar de 
si mesma. Seu tom de voz é moralista e de censura, às vezes 
ansioso. Normalmente, com as pessoas mais "estranhas" a fala 
é cordial, de uma simpatia forçada para agradar e dar a ima- 
de uma pessoa “boazinha"... enquanto para os mais pró- 
ximos o tom é de ressentimento, de lamentação, de desabafo, 
de recriminação e de censura, o que pode tornar a fala estres- 

26
sante para seus ouvintes. 
 
Tipo 2 
A pessoa deste Tipo se interessa pelo outro, infor- 
mando-se sobre ele, parabenizando-o, dando-lhe 
ajudas e sugestões. Fala calorosamente, com voz modulada, 
quase rápida. Sorri continuamente e espontaneamente. Cria 
proximidade com o interlocutor. Muitas pessoas deste tipo 
8ostam de tocar fisicamente a pessoa com quem falam. Normal- 
mente ressaltam o próprio pensamento com muitos gestos. 
Quando alguém fala com elas, as pessoas deste Tipo escutam 
e prestam muita atenção. Seu tom de voz é também meloso, às 
vezes "choroso", como se a pessoa estivesse se lamentando... 
como uma forma de atrair atenção, colocando-se como vítima, embora isso se
misture com uma fala desenvolta e aparentemente segura. 
 
 
Tipo 3  
É a pessoa que faz propaganda de si mesma, de 
seus produtos, de suas idéias e de seus desejos... o 
que é quase tudo a mesma coisa. Considera a pessoa que fala 
com ele como um cliente e por isso tenta ser persuasivo. Cria 
proximidade com o ouvinte, procurando ser afetuoso e simpá- 
tico, tratando-o de forma bem pessoal e até íntima, às vezes até 
usando diminutivos carinhosos do nome. Sorri e enfatiza sua 
ideias gesticulando muito com as mãos. Fala muito de seus 
sucessos. Normalmente fala rápido, pois tem pressa para reali- 
zar algo. Quando a ouvimos falar, temos a impressão de que 
essa pessoa está vendendo alguma coisa... e na realidade está 
tentando se vender a si mesma! O tom de voz é o mesmo dos 
comerciais de televisão ou de rádio, usando frases de impacto, 
slogans, fazendo comentários exagerados, "carregando nas cores" 
para que a afirmação cause efeito. 
 
 
Tipo 4 
 
A sua fala manifesta a instabilidade de suas emoções. 
Seu tom de voz é muito vulnerável, oscilando entre 
a franca alegria e a lamentação, mas sempre dramatizando a 
expressão do que está sentindo. O seu estado emocional tam- 
bém se expressa nas mímicas, gestos, proximidade... e também 
esses indicadores não-verbais podem ir de um extremo ao outro 
em pouco tempo. Normalmente, a fala deste Tipo é marcada 
por silêncios profundos, carregados de sentido. Sabe escutar os 
outros de forma atenciosa e benevolente. Há um toque de liris- 
mo no tom de voz do Tipo 4: a pessoa fala como se estivesse 
sonhando, andando nas nuvens, vendo o mundo com óculos 
cor-de-rosa, declamando poesia... ou então, coloca na voz O 

27
seu derrotismo, pessimismo, revolta e deboche em relação a 
tudo e a todos... 
 
 
Tipo 5  
Expoe ideias, teorias, hipóteses, como se fossem 
pequenos tratados. Exprime-se com precisão. As 
vezes é lacônico, fala pouco, como se estivesse sonegando in- 
formação. Usa termos abstratos e gerais. É teórico, fala de idéias 
e não exprime emoções. Sorri pouco e quase não gesticula. 
Guarda distância entre ele e o ouvinte. Durante a conversa, seu 
tom de voz permanece inalterado, frio, discreto, impávido e 
sereno, mesmo que seja provocado e atacado ou mesmo quan- 
do é elogiado e recebe demonstrações de afeto e carinho. 
Geralmente fala em tom baixo e se irrita quando lhe pedem para falar mais alto.
Presta muita atenção, ouve pacientemente e quando fala, geralmente é para
sistematizar, resumir, 
tirar conclusões. 
 
 
Tipo 6 
Seu discurso é analítico, mas seu tom de voz é ca- 
loroso com as pessoas de seu grupo, com quem se 
sente seguro e à vontade. É reservado, prudente e distante com 
as pessoas de fora. Gesticula pouco. Fala sempre dos inconve- 
nientes relativos à situação que está sendo analisada. Quando 
expõe um projeto, fala dele com calma e prudência, de forma 
discreta, de modo a sentir-se seguro quanto aos riscos que ele 
pode acarretar. Evita afirmações que possam causar rejeição 
grupo e, até mesmo nos momentos mais agressi- 
vos, geralmente evita ir muito longe. Quando se abre muito e 
fala de forma mais descontraída... é capaz de se calar de repen- 
te, achando que já foi longe demais. As vezes, o tom de voz é 
inseguro, nervoso, tímido... como se a fala custasse a sair, o 
que expressa a insegurança interna. Geralmente seu discurso é 
limitante, como se estivesse sempre podando a fala do outro, 
colocando barreiras e limites: "Cuidado com isso", "não mexa 
com isso", "isso é muito perigoso", "isso pode não dar certo"... 
 
 
Tipo 7  
Gosta de falar e geralmente fala muito. Fala sobre- 
tudo de coisas agradáveis. Adora contar piadas, 
histórias, fatos engraçados, que ele mesmo enfeita e recheia de 
forma interessante. É tagarela, mas fala muito pouco de emo- 
ções. Geralmente, seus papos são demorados e sempre tem 
assunto. Faz muitas perguntas, coloca muitas hipóteses e 
 
 

28
expressa suas idéias logo que estas surgem na sua 
cabeça. Tenta 
encantar o ouvinte. É sorridente e gesticula muito. Apega-se 
muito às pessoas. É o “papagaio" do Eneagrama, fala barato, 
alguns riem e dão gargalhadas continuamente. O falar muito geralmente é uma
forma de substituir a ação ou de salvar a 
própria pele. A fala é muitas vezes, para o Tipo 7, um meio de enrolar" ou dar a
volta nas pessoas. Seu tom de voz é expressivo, engraçado, sabe imitar com
facilidade, comunica alegria. 
Fica inseguro e sua voz é capaz de tremer, quando tem de fale 
de assuntos que causam sofrimento ou quando è questionado 
e encostado na parede. Ás vezes sua raiva e insegurança  se expressam no
tom de deboche com que ridiculariza os outros e as situações. 
 
 
Tipo 8 
Fala forte, "curto e grosso", com autoridade e con- 
fiança. Gosta de dar ordens e é direto. Gosta de 
dizer o que acha justo e injusto, o que é bom para você e o que 
não é. Pode ser muito violento e pode usar uma linguagem 
enérgica. Mantém certa distância de seus interlocutores. Está 
convencido de que tem razão e mostra sua superioridade. Seu 
tom de voz dá impressão de que está sempre brigando ou lu- 
tando por alguma coisa... pois é assim que encara a vida inter- 
namente. Usa muito os imperativos e tem um estilo de falar 
provocante, que mexe com as pessoas. Esse estilo provocante, 
que às vezes assume um disfarce de humor, pode servir à moti- 
vação de se aproximar e fazer contato, ou pode expressar uma 
agressividade e vingança, para "dar o troco" ou passar na cara 
dos outros "certas verdades que merecem ouvir". 
 
 
Tipo 9 
Fala de assuntos agradáveis e evita temas que pos- 
sam gerar conflito. Fala mais acerca dos outros do 
que a respeito de si mesmo. Sua voz é calma e normalmente 
pouco modulada. Tem tendência a falar durante muito tempo 
sobre coisas sem grande importância. Prende-se muito a deta- 
lhes e se arrasta em divagações. Sem razão aparente, muda de 
assunto e pouco depois volta ao mesmo. Gesticula pouco e 
sabe escutar com atenção e empatia. Seu ritmo de voz normal- 
mente é lento e arrastado. Dá muitas voltas para chegar onde 
quer em suas conversas. As vezes dá a impressão ao seu inter- 
locutor de que não está prestando atenção... mas, no fundo, a 
questão e que o lipo 9 consegue prestar atenção a várias coi- 
sas ao mesmo tempo. 
 
 

29
O que motiva cada Tipo.
 
Cada Tipo do Eneagrama representa um jeito próprio de prestar atenção, uma
sensibilidade específica, um 
conjunto 
de motivações bem claras... Conhecer cada Tipo significa 
conhecer aquilo que é mais significativo, mais atrativo, mais motivador para as
pessoas desse Tipo de personalidade. 
Assim, diremos que há determinadas coisas que motivam mais cado 
um dos Tipos de Personalidade. Conhecer essas motivações pode 
ser um bom instrumento de trabalho no tocante ao relacionamento: 
sabemos o que "faz a cabeça" de cada Tip0, sabemos o que mais 
desperta interesse nele, sabemos o que mais o entusiasma 
 

Tipo 1 
Sente-se motivado e trabalha com convicção, 
do as tarefas que lhe são atribuídas estão claramen- 
te definidas, quando ele sabe o que se espera dele, o que com- 
pete, como deve começar e como se espera que termine. A 
motivação é ainda maior quando as tarefas estão ligadas a valo- 
res fortes e especialmente quando a justiça está em causa. 
Grandes causas e causas nobres! Tudo o que signifique melho- 
rar algo... entusiasma a pessoa deste Tipo e essa motivação 
aumenta quando ela sente poder melhorar a si mesma! Há um 
grande potencial de energia que se mobiliza quando grandes 
ideais estão em jogo! Por isso, a pessoa deste Tipo precisa sem- 
pre ter ideais fortes para perseguir... se assim não for, a sua 
grande energia vai-se perder em coisas mesquinhas... 
 
 
Tipo 2 
Sente-se motivado quando a sua ação traz algo de 
positivo para os outros, quando é útil para alguém. 
Ele se sente ainda melhor quando conhece a pessoa ou as pes- 
soas que vão se beneficiar de seu trabalho. A motivação 
aumenta ainda mais quando esse alguém é uma pessoa 
influente! Um ambiente de calor humano incentiva a pessoa 
deste Tipo: as relações interpessoais, a empatia, a manifestação 
de carinho e de gratidão... são fundamentais. "Preciso de sua 
ajuda" é a palavra mágica que mobiliza uma pessoa deste Tipo: 
desde que haja o devido cuidado para que isso não seja utiliza- 
do como meio para explorar a boa vontade da pessoa e tirar 
proveito de sua generosidade... essa pode ser uma grande estratégia de
relacionamento. 
 
 
 

30
Tipo 3 
É atraído por todo o tipo de trabalho que possa 
contribuir para melhorar a sua auto-imagem e a 
imagem de seu grupo, empresa, família... Sente-se estimulado 
quando Ihe pedem para ser eficiente e rápido num contexto 
difícil e competitivo. Sente-se ainda mais incentivado quando 
Os êxitos obtidos merecem sinais de reconhecimento que pos- 
sam ser exibidos. E muito sensível às formas de incentivo ao 
trabalho, como por exemplo, prêmios, promoções, brindes... 
Qualquer desafio é um estímulo para as pessoas deste Tipo, 
desde que vejam nele uma possibilidade concreta de êxito. 
Colocar desafios, mexendo com o "brio" pessoal e a auto-esti- 
ma do Tipo 3, é uma estratégia motivadora.  
 
 
Tipo 4 
Sente-se motivado e dá o melhor de si quando tem 
oportunidade de proporcionar uma contribuição 
original e pessoal. Gosta que as suas tarefas envolvam a sua 
sensibilidade e que tenham algo de profundo, de estético, de 
simbólico. O ambiente de calor humano, sensível e respeita- 
dor, é também decisivo para a motivação das pessoas deste 
Tipo. Sente-se ainda mais motivado quando seu trabalho con- 
tribui para desenvolver o que cada pessoa tem de particular e 
de fragilidade. A liberdade durante a fase de execução dos tra- 
balhos é condição fundamental para que a pessoa vibre e entu- 
siasme-se com as tarefas.  
 
 
 
Tipo 5 
 Sente-se motivado com qualquer tarefa que lhe 
dê oportunidade de utilizar sua capacidade de 
observação, de raciocínio e de análise. Uma certa dose de 
competição intelectual pode estimular a pessoa deste Tipo. 
Gosta de ambiente de trabalho tranqüilo e discreto, sem 
pressão de tempo e de resultados, onde possa desenvolver as 
tarefas no seu ritmo próprio, indo ao fundo das questões. É mais atraído pelas
atividades autônomas, que ele pode realizar sozinho. É capaz de manter a sua
motivação durante longos períodos, concentrando-se numa tarefa quando tem
certeza de que isso é importante. 
 
Tipo 6 
Sente-se motivado quando trabalha por uma boa causa e sobretudo quando
faz esse trabalho com 
um grupo de pessoas que ele julga leais e nas quais confia. 
Gosta também que as tarefas e responsabilidades estejam bem 
definidas e que as regras do jogo sejam bem claras. Tradições e 
valores que signifiquem segurança também estimulam as pes- 

31
soas deste Tipo. Tarefas que pressupõem análise, reflexão. 
incentivam também o potencial destas pessoas. A tranqüilida- 
de do ambiente, um clima de calor humano e de 
ameaças, pressões e desconfianças, ajudam muito a estimular 
as pessoas deste Tipo. Sentem-se bem colaborando em causas 
nobres, especialmente de índole humanitária, onde a justiça, o 
direito e a dignidade das pessoas estão em questão. 
 
Tipo 7 
Sente-se motivado quando tem oportunidade de pla- 
nejar, de inovar e de criar e recriar um futuro posi- 
tivo. Um ambiente alegre e cheio de entusiasmo é afrodisíaco 
para a atividade das pessoas deste Tipo. Gosta de sentir-se livre 
na execução dos projetos, com muita margem de autonomia e 
é particularmente motivado na fase de planejamento e nas eta- 
pas iniciais de execução de um projeto. Quanto mais projetos 
em jogo, maior é a adrenalina da pessoa. Mostra sua excelên- 
cia quando pode participar sendo um criador, um gerador de 
idéias, um treinador, um consultor, um conselheiro... deixan- 
do para outros a responsabilidade de executar a tarefa! A 
mudança, a novidade, a diversidade, a aventura... são estimu- 
lantes para pessoas deste Tipo. 
 
Tipo 8 
Sente-se estimulado e até excitado quando há desa- 
Tipo 8 fios e tanto mais quanto maiores forem esses desa- 
fios. Se estes exigirem dele sacrifício, melhor ainda. Um desafio 
para uma pessoa deste Tipo é como um pano vermelho na frente 
de um touro: ele vai com tudo! A motivação é grande quando a Pessoa se
sente responsável pelo trabalho a ser feito pelos métodos a serem utilizados
pelos resultados a serem obtidos. 
Aprecia a ação, as situações de risco, a postura de combate, o 
tudo ou nada", os ambientes competitivos... onde tem de 
0 enfrentar e transformar, em vez de acomodar-se e seguir a onda. 
oAS causas ligadas à justiça e à proteção dos mais fracos são par- 
ricularmente energizantes para as pessoas deste Tipo. 
 
Tipo 9 
Sente-se mais motivado quando há uma atmosfera de paz e de tranqüilidade.
Depende muito do entu- 
siasmo, da motivação, do envolvimento e da coesão das pes- 
soas com quem vive. O estímulo externo é muito importante 
para as pessoas deste Tipo. Gosta de ambientes estáveis, onde 
as tarefas são rotineiras, onde não há grandes imprevistos e 
mudanças de ritmo inesperadas. As regras também precisam 
ser bem definidas. Fica mais à vontade quando as regras e as 
decisões são estabelecidas em grupo ou em equipe. O elogio é 
também um estimulante para as pessoas do Tipo 9, embora 
sejam discretas e não trabalhem motivadas por recompensas. E 

32
importante que não haja pressões de qualquer espécie, mas 
que a pessoa se sinta livre para caminhar no seu ritmo próprio, 
embora esse mesmo ritmo possa ser estimulado. 
 
 
 
O que tira cada Tipo do sério...
 
Para cada Tipo, há determinadas atitudes que são 
fontes de estresse, que o provocam, como se 
fosse um pano 
vermelho estimulando o touro. 
Ter consciência dessas coisas que nos tirar do sério ajuda a cuidar de prevenir
reações inconscientes 
em nós mesmos e a evitar provocá-las nos 
outros com quem nos relacionamos 
 

Tipo 1 

O que provoca a ira do Tipo 1, é não ser sério com 


ele. Isso pode significar, por exemplo, não fazer 
um trabalho ou não fazê-lo suficientemente bem feito. Tam- 
bém não gosta que as regras sejam quebradas ou desrespeita- 
das. Tem dificuldade de suportar as críticas, que normalmente 
julga injustificadas. Fica profundamente ressentido quando 
acha que uma crítica lhe é feita injustamente... o que geral- 
mente acaba sempre achando. Qualquer tipo de injustiça nor- 
malmente o revolta. 
 
Tipo 2 
 
Fica chateado quando sua ajuda e gentileza não lhe 
trazem retorno em termos de reconhecimento e 
estima... pois ele sente que tem direito a isso. Isso piora quan- 
do se sente ignorado ou quando o acusam de egoísmo: aí, a 
raiva aflora imediatamente. Fica indignado quando os fatores 
humanos não são levados em conta, seja numa empresa, numa 
família ou num grupo. 
 
Tipo 3 

Irrita-se com pessoas ineficientes, preguiçosas ou 


derrotistas, pois elas freiam e comprometem seu 
sucesso. A preocupação com a própria imagem e a vaidade pes- 
soal, faz com que deteste as pessoas que o ignoram, a ele e aos 
seus sucessos. Também fica irritado com pessoas que toman 
atitudes de superioridade em relação a ele, pois interpreta 1sso 
como obstáculo para seu brilho pessoal. Fica à vontace 

33
perante alguém que lhe peça  
demasiada intimidade e facilmente entra em atrito  com pessoas que exerçam
liderança embora geralmente seja calculista nesses confrontos e com sida
queimar         
adversário" de forma diplomática, pois um Tipo 3 “nunca diz 
nada que possa ser utilizado contra ele". Mas o que o arrasa profundamente é
a crítica que ele normalmente interpreta como sinal de rejeição. 
 
 
Tipo 4 

Sente-se mal quando não é respeitado como alguém 


especial e diferente ou quando suas emoções e sen- 
timentos são feridos ou não valorizados suficientemente. As 
regras, normas, convenções sociais... causam-lhe tédio. Sente
repugnância com a falta de sensibilidade em relação ao belo ou 
com a falta de estilo, classe e elegância. Fica desmotivado 
quando a sensibilidade humana é esquecida num projeto. Fica 
irritado e defende-se, às vezes de forma agressiva, quando é 
criticado... embora ele mesmo, às vezes, se critique publica- 
mente. Não suporta ser tratado como alguém igual aos outros; 
irrita-se quando lhe dizem "que se adapte".. 
 
 
Tipo 5 

Irrita-se com discursos superficiais e convencio- 


nais. Não suporta exposições confusas, argumen- 
tos infundados, raciocínios ilógicos, idéias contraditórias. Fica 
indignado quando seu saber é contestado. Fica perturbado quan- 
do as emoções interferem no plano mental da comunicação, na 
hora de tomar decisões ou quando está na presença de alguém. 
Fica estressado quando mudanças imprevistas tomam o seu 
tempo, quando é apanhado de surpresa por algum compro- 
misso, quando não tem tempo para se preparar suficientemen- 
te. Irrita-se facilmente, e geralmente responde torto, quando 
Ihe colocam perguntas imbecis, quando lhe pedem para expli- 
car coisas óbvias, ou quando tem de repetir a mesma coisa 
várias vezes. 
 
 
Tipo 6 

Perde a estabilidade quando é criticado, sobretudo 


por uma pessoa que tem sobre ele poder hierárqui- 
co. Fica confuso quando não há definição clara e precisa de 
Suas tarefas e atribuições. Reage com raiva e agressividade 
quando as regras, convenções, costumes e rituais próprios a 
e o não reconhecimento de sua fidelidade e de seu envolvimen 

34
to o deixam agressivo e fazem dele um adversário. Fica insegn 
ro quando é provocado e é capaz de reagir com agressividade 
quando isso atinge níveis mais fortes. 
 
 
Tipo 7 

Sente um tédio profundo perante a rotina, as nor- 


mas, as regras estritas e as convenções. Não gosta 
de limites, de disciplina... detesta quando "lhe cortam as asas". 
A crítica ou até mesmo a falta de comentários calorosos sobre 
seu trabalho, idéias e planos, desencadeiam sua raiva, sobretu- 
do quando isso acontece em público. Normalmente essa raiva 
aparece em tom de deboche, de ridicularização, com muitas 
racionalizações pelo meio. Tem dificuldade de envolver-se emo- 
cionalmente e os assuntos tristes e pessimistas normalmente 
geram fuga. 
 
 
 
Tipo 8 

Irrita-se com pessoas indecisas, ineficientes ou que 


ele julga fracas. Perde o controle quando sua auto- 
ridade não é admitida ou respeitada e sobretudo quando 
alguém tenta controlá-lo, impor-lhe obrigações ou exigências 
de comportamento, pois acha que sabe muito bem o que deve 
fazer e como o deve fazer. A falta de franqueza, de verdade, de 
transparência, os compromissos arrastados, as explanações 
demoradas, as injustiças... despertam normalmente uma raiva 
imediata e direta. Rejeita as tentativas de envolvimento emocio- 
nal e fica sem jeito com demonstrações de carinho. O que mais 
irrita profundamente um Tipo 8 é quando ele se sente ou se 
descobre enganado, enrolado, quando percebe que alguém está 
tentando ou já conseguiu tirar proveito dele, quando falam dele 
pelas costas ou quando decidem algo excluindo-o do grupo. 
 
 
Tipo 9 

Freia as quatro rodas quando o forçam a tomar 


alguma decisão ou a fazer uma escolha para a qual não se sente preparado.
Geralmente se sente paralisado qua 
do há pressões, autoritarismo ou conflitos. Tem dificuldade de 
suportar críticas, especialmente quando estas são expressas 
de forma agressiva. Evita situações de competição. Não gosta de 
mudanças ou de novidades inesperadas. É extremamente tei- 
e moso, e isso é manifestação de agressividade passiva, quando 
se sente cutucado, pressionado e provocado ou quando acha 

35
que os outros o estão tratando como bobo. 
 
 
 
Liderança

Um jeito próprio em cada Tipo do Eneagrama 


 
A liderança sempre foi uma área sensível do relacionamento 
humano. É, em si, uma realidade incontestável, necessária 
ou inevitável. A questão não se coloca em como “ser ou não 
ser" líder.. mas antes na forma como a liderança é exercida. 
Ai começam os nós! Hitler foi líder, Gandhi foi líder. 
Saddam Hussein é líder, Jesus foi líder.. mas há abismos 
по тоdo comо сada um exerceu a sua lideranca. 
Poderiamos talvez dizer que o modo como se exerce a 
liderança é o palco ou a vitrine onde se mostra muito do 
que em nós há oculto. Como caixa de ressonância de muitos 
conflitos internos e de muitos valores assumidos e 
trabalhados, o exercicio da liderança se torna crucial na 
vida humana. Sempre foi e assim é nos dias de hoje. 
Por isso, a liderança é uma área a ser cultivada, 
como arte que se aprimora a cada dia. 
O Eneagrama, como mapa das motivações, pode dar-nos 
um grande contributo para entender a liderança, 
aperfeiçoá-la e desenvolvê-la, em suas formas mais 
positivas, de forma que constitua sempre um serviço livre às 
pessoas, aos grupos, às comunidades e às sociedades. 
 
 
 
 
 
 
 

 
 

36
Essa reflexão apresenta algumas características acerca 
do modo como cada Tipo do Eneagrama exerce a liderança. 
É sempre bom  lembrar que quando falamos “tal tipo 
é assim...” 
tem tendência para agir assim, ou que há nele uma 
motivação para... mas isso sempre depende, em último grau, 
do nível de amadurecimento de cada pessoa e não do Tipo. 
Basta lembrarmos este simples fato: Saddam Hussein, 
201 Mao Tse-Tung, Fidel Castro, Che Guevara, Antônio Carlos 
Magalhães, Eurico Miranda, Dalai Lama, Gandhi... 
todos eles têm uma estrutura de personalidade de Tipo 8... 
mas o exercicio da liderança que cada um 
nos mostra, é muito diferente! 
Sabemos que o Eneagrama não estuda as atitudes, 
mas sim as motivações. Nesta reflexão, temos isso presente, 
ao falar do modo como cada Tipo exerce a liderança. 
Por isso, entenda-se essa reflexão como uma ajuda para 
cada um se questionar acerca do modo como exerce sua 
liderança, aceitando-se do jeito que é, tomando consciência 
de suas limitações e de seus pontos fortes, tornando 
conscientes suas motivações e sobretudo 
cultivando uma liderança cada vez mais livre 
e que se constitua num serviço autêntico. 
 
 
 

 
 

37
Como cada tipo exerce a liderança
 

Tipo 1 

 Duas palavras chave: controle e qualidade... ou duas pala 


vras que se juntam para formar um padrào que caracteriza 
liderança do Tipo 1: controle de qualidade. 
 
 Outro conceito chave é o de supervisão: tudo deve estar 
minuciosamente sob controle, supervisionado, fiscalizado 
acompanhado de perto... 
 
 Na liderança, o Tipo 1 procura elaborar planos perfeitos e 
depois procura implementá-los etapa por etapa, implantan- 
do as idéias mecanicamente, passo a passo, seguindo uma 
linha de pensamento rígida e inflexível.  
 
 Quer diretrizes bem claras e definidas, como numa estra- 
tégia militar, com metas detalhadas, resultados esperados e 
responsabilidades entregues. 
 
 Sentem prazer no trabalho bem feito... e esmeram-se nisso. 

 Têm uma grande capacidade de trabalho e refinado senso 


de organização e disciplina. 
 
 São perseverantes e fieis, éticos e práticos.  
 
 Quando precisam optar, geralmente seguem soluções testa- 
das anteriormente, que garantem mais segurança. 
 
 É difícil mudar de idéias, de rumos, de planos... 
 
 Retardam decisões, diante de incertezas... 
 
 É um estilo de liderança altamente eficaz, quando há plane- 
jamento e estruturas definidas... mas sente dificuldade 
quando o improviso se faz necessário. 
 
 Têm dificuldade com decisões rápidas ou no trato com 
informações novas. 
 
 Gostam de um companheiro de confiança (para tomar deci- 
sões... na hora de arrisca re avançar, decidir, ousar, enfrentar...) 
 
 Pelo jeito como exercem o controle e pelo perfeccionismo 
que impõem, tendem a censurar e estressar as pessoas que 

38
com eles trabalham mais de perto. 
 
 Sua liderança é marcada pela rigidez...  
 
 Sentem que "apoiar os outros diminui o seu poder" e por 
isso não incentivam novas lideranças ou sentem ciúmes 
delas, quando em ascensão. 
 
 
Tipo 2 
 
 São líderes eficientes. 
 
 Não gostam muito de ocupar o lugar de "destaque"... e pre- 
ferem ser as "eminências pardas", as "secretárias" que 
influenciam o chefe... sem aparecer. 
 
 São atraídos por diretrizes novas e promissoras.  
 
 Apóiam talentos em ascensão. 
 
 Baseiam-se mais nos elementos-chave do que em estruturas 
meticulosas. 
 
 Têm visão de "comunidade coesa que cresce graças aos 
bons cuidados"... 
 
 Tendem a formar grupinhos de "favorecidos" ou "benefi- 
ciados"... 
 
 Dentro do grupo, se alinham com as figuras-chave. 
 
 Têm preocupação com o prestígio pessoal. 
 
 Têm grande intuição para perceber necessidades alheias. 
 
 Podem tornar-se altamente competitivos... 
 
 Precisam ser reconhecidos e vistos... senão, ficam ressenti- 
dos, envenenam e podem destruir tudo... 
 
 Projetam uma imagem de solicitude e disposição de ajudar. 
 
 São figuras populares, que agradam... 
 
 Muito sensíveis ao clima do grupo... 
 
 Preocupados com a "qualidade de vida"... 
39
 
 Identificam as necessidades do "cliente" e procuram a satis. 
fação do mesmo... e quando mudam as necessidades, tam 
bém eles mudam os planos e as estruturas. 
 
 Gostam de cortejar o "cliente"... 
 
 Podem tornar-se temperamentais. 
 
 Alimentam-se do reconhecimento... e isso pode complicar.. 
 
 Ficam raivosos... quando não são reconhecidos ou quan- 
do são ignorados... 
 
 
Tipо 3 
 
 A liderança é a posição preferida. 
 
 Têm uma energia ilimitada... 
 
 Naturalmente... as pessoas vão atrás e colaboram. 
 
 Usam todos os truques para chegarem onde querem. 
 
 Em ação: concentram a atenção no objetivo final e desconsideram
oposições  
 
 Adaptam-se a qualquer meio. 
 
 A força de estar em movimento, por si só, impulsiona. 
 
 São concorrentes... e vêem os outros como concorrentes... 
 
 O que importa é o objetivo final (o sucesso...). 
 
 Vão até o limite... e passam além dele... 
 
 Quando estão sob pressão... se expandem... 
 
 Qualquer risco vale a pena... se ajudar a chegar mais rapir 
do ao objetivo... 
 
 Quando em ação, não aceitam interrupções... "façam sim- 
plesmente"- não há tempo para detalhes... 

 Sacrificam a qualidade por causa da eficiência... 

40
 Sabem fazer experiências maravilhosas com idéias conheci- 
das... mas não são pensadores originais e inovadores... 

 Sabem "embalar" idéias conhecidas... 

 Alimentam-se de resultados práticos... 

 Ficam furiosos quando os projetos são interrompidos. 

 Quando surgem dificuldades, ficam impacientes... 

 Nas dificuldades... demitem o "perturbador" ou vão 


embora, procurar outro lugar onde o sucesso seja garanti- 
do... 

 Podem criar lutas pelo poder com outros líderes... pois só 
mag há um lugar de liderança.. 

 Precisam aprender a desenvolver um estilo de liderança 


cooperativa... 
 
 
Tipo 4 

 Em situações competitivas, agem como as pessoas do Tipo 3. 

 São motivados pelo reconhecimento. 

 São líderes visíveis e durões. 

 Querem distinguir-se... 

 São capazes de arriscar tudo. 

 Sentem-se oprimidos pelos detalhes. 

 Quando vem o tédio, a rotina... podem sabotar o próprio 


trabalho... 

 Mas um desastre... reaviva o interesse... 

 Quando o sucesso é difícil, é atraente. 

 Envolve-se emocionalmente... 

 Gosta de drama  

 Lidera com "marcas de distinção"... com estilo próprio, 


41
com toques de requinte e bom gosto, é “chique"... 
 Assume a liderança quando o coração está envolvido 
projeto... 

 Perdem o interesse quando o desafio é atingido. 

 Têm muita sensibilidade para reunir pessoas compatíveis 

 As pessoas podem sentir-se "deficientes" na presença do 


líder Tipo 4... 

 Recusam-se a repetir o conhecido... querem seguir rotas 


novas e mais emocionantes... 

 São mordazes com os concorrentes (debocham deles e os 


ridicularizam...) 

 "De que lado você está"?- preocupam-se com a imagem 


que os outros têm deles... 
 
 
 
Tipo 5 

 Lideram por trás de portas fechadas e de telefones... 


 Gostam de trabalhar associados a um Tipo mais agressivo. 
 Quando falam em público, passam a impressão de uma "fala 
decorada"... 
 Às vezes (raramente), desenvolvem um estilo mais sedutor 
e extrovertido, com toques de humor... 

 Raramente sabem comandar, delegar ou lidar com emer- 


gências... 

 Concentram-se nas idéias, no conteúdo essencial.. 

 Têm pouco interesse pela comunicação interpessoal. 

 Passam a mensagem sem embelezamento... 

 Expõem os problemas sem suavizar as arestas... 

 Querem fatos: lançam a carcaça sangrando em cima da mesa 


e querem que os outros reajam... 

 Logo que estabelecem o projeto, procuram delegar. 

 São sintéticos: concentram-se nas idéias centrais. 


42
 Sabem esperar. 

 Não entram em pânico.

 São capazes de atravessar períodos longos de dificuldade, 


mantendo-se perseverantes... 

 Não gostam de imprevistos nem de improvisos, de exposi- 


ção ou de manifestações emocionais... 

 Têm dificuldades com a falta de diálogo... 

 “Não estão presentes"... 

 Não se envolvem emocionalmente... 


 
 
Tipо 6 

 Despertam e reagem nas adversidades... 

 Lideram com mais clareza e força quando a situação precisa 


ser revertida... e não tanto, quando o êxito está à vista... 

 Sempre esperam o pior... e se tranqüilizam quando vêem 


que não é tão difícil assim... 

 medo desaparece quando a pessoa se envolve na ação. 

 Quando fixam a atenção no objetivo, mobilizam uma força 


acima do normal. 

 Quando se aproxima o êxito... surgem inseguranças e 


desinteresse. 

 Adiam decisões... 

 Lideram bem quando têm obstáculos a vencer... os obstácu- 


los acordam a atenção... 

 Vem mais as dificuldades que as alternativas positivas. 

 sucesso depende de um sistema de execução confiável  

 apoio incentivo de alguém em quem confio ajuda a superar crises de


dúvida e inseguranças. 

43
 E importante resolver todas as dúvidas, antes de 
agir. 

 Os planos devem ser executados logo! (antes que comece a 


bola de neve das dúvidas...) 

 A dúvida pode ajudar a manter a honestidade e a humildade 


do líder: não fica inchado, orgulhoso ou auto-suficiente... 

 Concentram-se nas falhas e defeitos. 

 Trabalham com vigor e resistência por longo tempo. 

 Não precisam de gratificações imediatas... 

 As dúvidas minam tudo: "sim... mas"; "e se..." 

 negativismo complica as coisas... 

 Precisam ter cuidado com o anti-autoritarismo e o autori- 


tarismo... 

 Delegam. 

 Incentivam outras lideranças. 

 Têm uma liderança serena... 

 No fundo... o único problema é... não acreditarem em si 


mesmos! 
 
 
 
Tipo 7 
 
 Têm versatilidade... tipo "Bombril"... ("mil e uma utilidades"). 

 Têm muita criatividade... conseguem integrar várias col- 


sas... "tudo tem a ver"... 

 Positividade: Vêem sempre um futuro feliz... 

 Têm facilidade de falar e são convincentes. 

 Conseguem mobilizar apoios... 

 Muito bons nas fases iniciais dos processos, na fase de pla- 


nejamento... 
44
 Pensam e agem rápido sob pressão. 

 Têm dificuldade de tomar decisões... 

 Precisam aprender a delegar responsabilidades logo após 


início dos projetos... 

 Não gostam de responsabilidades repetitivas. 

 Facilmente "enjoam" e saem pela tangente...  

 Gostam de mudanças imprevisíveis... 

 Quando há uma crise... o líder Tipo 7 tira férias... 

 Acham sempre que tudo está bem... não percebem os pon- 


tos negativos... 

 Colocam a culpa no "portador de más notícias"... 

 Têm dificuldade de perceber os próprios erros... e tendem 


a repeti-los... 

 Racionalizam os fracassos... 

 Às vezes, por evitarem o sofrimento a curto prazo, acabam 


sofrendo muito a longo prazo... porque não souberam cor- 
- tar o mal pela raiz no momento exato... 

 Têm dificuldade de se assumir como "autoridade"... por 


acharem que isso pode causar problemas ou desagradar... 

 Repetem os mesmos erros... 

 Não aceitam críticas... até debocham de quem os critica... 

 Fogem dos conflitos... 

 Planos exagerados, execução precária, perseverança fraca.. 

 Racionalizam os resultados... 

 Esbarram nos detalhes... 

 Têm dificuldade de assumir suas responsabilidades... 


 
 
45
Tipo 8 

 Diretos e positivos: são como se mostram. 

 Iniciadores e pioneiros... importantes durante o desenvolvimento dos


projetos. 
 As pessoas normalmente se aliam com os Tipo 8 para: 
 Que ele comande reviravoltas 
 Que ele reúna as tropas para tomar o controle da situação 
 Que ele assuma a tarefa de golpear os opositores... 

 São eficientes quando os sentimentos estão polarizados. 

 São capazes de grande espírito de sacrifício para terminar 


os trabalhos... 

 Passam segurança e dinamismo. 

 Preferem centralizar o poder, em vez de delegar... 

 Gostam de fazer "demonstrações de força"... 

 Protegem um núcleo escolhido a dedo (a quem chamam de 


"o meu pessoal"...) 

 São menos eficientes durante os períodos de consolidação 


dos projetos... 

 Precisam ter objetivos fortes, para que seu interesse se man- 


tenha... 

 Se não tiverem projetos grandes... criam problemas. 

 Podem perder a cabeça com pequenas falhas... e quando 


descarregam a raiva no lugar errado, exageram problemas 
simples... 

 Para quem trabalha com líderes Tipo 8, é fundamental a 


franqueza. 

 Más notícias não chateiam... mas a falta de notícias, sim! 

 Vêem sementes de traição em descuidos inocentes... 

 Acusar... é a primeira linha de defesa.  

 Verificam os detalhes... (“não inventam desculpas"...) 


46
 Poupam elogios... os aplausos são escassos.. 

 Grande capacidade para reconhecer o potencial de cada pessoa... e


incentiva-lá a acreditar em si mesmo... 

 Quando não criticam, querem dizer: "Continue!" 

 Intuição para perceber quando a situação “cheira mal"... em 


termos de injustiça ou falsidade... 
 Deslealdade e injustiça, falsidade e hipocrisia... tiram os 
Tipo 8 do sério... 
 mau humor e a raiva direta... podem causar muito estrago... 
 descontentamento tende a generalizar-se... 
 São "criadores de casos". 
 Podem facilmente tornar-se “porta-vozes de reivindica- 
ções alheias". 
 A insensibilidade atrapalha... 
 0 tom de voz resmungão... compromete as reivindicações... e os
argumentos... 
 
 
 
Tipo 9 
 
 São muito indecisos no exercício da liderança... 

 Perdem a oportunidade de agir... por examinarem demais as 


possibilidades... 

 "Por falta de um grito, se perde a boiada" 

 Concentram-se no global... e não percebem o específico. 

 Ouvem todos os lados... o que pode deixá-los confusos com excesso de


informação. 

 São imprecisos na explicação de propostas e planos... 

 Repetem soluções já conhecidas...  

 Têm dificuldade de fazer mudanças rápidas e de tomar decisões


imediatas... 

 Têm falta de clareza de direção... sobretudo na hora em que isso é  mais


necessário... 

 Não enfrentam conflitos... preferem apaziguar... 


47
 Retraem-se perante as dificuldades. 

 Podem sentir-se sem energia para novos direcionamentos.. 

 São bons em projetos a longo prazo... 

 Têm uma liderança serena e passam tranqüilidade.. 

 Não complicam a vida das pessoas e tendem a simplificar os 


problemas... 

 Quando elogiados, sentem-se mais motivados... . 


 Podem ser teimosos nos conflitos... 
 Não informam claro... retém informações... 
 Encobrem problemas... "esquecendo de dizer".. 
 São dominados pela Lei da Inércia (em movimento, ten- 
dem a continuar se movimentando... e parados, tendem a 
continuar parados). 
 Podem desenvolver táticas passivo-agressivas... ou limi- 
tam-se a fazer o mínimo... 
 Omitem-se... achando: "ninguém vai me escutar mesmo".. 
"para que me preocupar?"... 
 Podem tornar-se egoístas e intransigentes, quando teimosos... 
 
 

 
O pulo do gato... 
 
No processo de crescimento de cada Tipo, há muita coisa que 
pode ajudar: pistas, orientações... Soluções mágicas, não ha! 
Mas, no meio de todas as pistas que podem orientar a caminhada de cada um,
há um ponto-chave, algo de muito central, onde 
reside a virada do processo, isto é, a porta de entrada para uma 
nova perspectiva na vida da pessoa. No caminho de que se procura, há
sempre uma  encruzilhada decisiva, um ponto de virada, um cimo de
montanha. É um divisor de águas: a vida da pessoa passa a contar-se entre
antes e depois desse marco! 
 
O que pode tornar-se decisivo na caminhada da pessoa? 
O que pode criar espaço para essa virada? 
 

48
Vamos ver como isso se apresenta para cada Tipo
 

Tipo 1 

O ponto de virada para 
este Tipo é o confronto com 
as próprias limitações, assumindo-as! Enquanto 
não acontecer esse encontro, todos os esforços apenas conse- 
guirão complicar ainda mais a vida da pessoa, em termos de 
autocobrança, impaciência e ansiedade! Reconhecer-se a acei- 
tar-se como ser limitado, em crescimento, que ainda não é 
totalmente, mas já é alguma coisa! Aceitar as limitações pró- 
prias, aprendendo a conviver com elas e também com as limi- 
tações próprias do ambiente e das outras pessoas. Ser menos 
crítico, menos exigente, mais condescendente, não levar as 
coisas "tão a sério", relaxar, “deixar correr"... Isso significa 
encarar a vida como algo em processo: olhar a vida como se 
olha uma planta que ainda não tem flor, mas que já nos permi- 
te apreciar a beleza do pequenino botão de rosa... que não 
deixa de ser belo, mesmo não sendo ainda uma flor. 
Sse processo exige que a pessoa do Tipo 1 aprenda a relativi- 
zar o “crítico interno", desligando, não se deixando escravizar 
por ele ... pois essa voz interna é apenas o eco da voz cobradora dos adultos
durante a infância da pessoa! 
Aprender a brincar com o "crítico interno" – aí está um grande segrede 
vida para a pessoa do Tipo l! 
 
 
Tipо 2 

O ponto de virada para este tipo é o contato com os sentimentos e as


necessidades próprias. O silêncio a oração pessoal a experiência de solidão...
podem tornar-se a porta de entrada para este espaço de encontro!
Enquanto isso não acontecer, a pessoa continua vivendo fora dela,
em função dos outros, ou melhor, ajudando os outros, satisfazendo
as necessidades alheias, como forma de satisfazer o orgulho e as 
carências próprias. Perceber e aceitar seus sentimentos e necessidades
pessoais, poderá gerar na pessoa uma nova atitude 
de vida: a pessoa se reconhece como alguém que é especial, 
que tem necessidades, que precisa de ajuda... alguém humilde! 
Só isso pode curar o orgulho do Tipo 2! 
 
 
Tipo 3 

O ponto de virada para este Tipo é também o conta- 

49
to com o mundo interior de seus sentimentos. O 
"ficar sem fazer nada" pode ser a porta de entrada para este es- 
paço. Decisivo mesmo pode ser o confronto com o fracasso! Fra- 
casso é tudo o que o Tipo 3 mais teme... mas aí está precisa- 
mente a sua cruz de sofrimento e de salvação! Sem chegar aí, a 
pessoa vai andar a vida inteira representando, vivendo em função 
da imagem, embrenhando-se num poço sem fundo que a torna 
cada vez mais distante dela mesma! Confrontando-se com o fra- 
casso e prestando atenção aos sentimentos que este gera, o Tipo 
3 pode dar uma volta de 180 graus em sua vida, descobrindo que 
o seu valor pessoal está naquilo que é e não naquilo que 
faz para obter sucesso e aplauso! Na vida da pessoa do Tipo 3, são de 
grande valor pedagógico os momentos de sofrimento ao qual a 
pessoa não tem como fugir: morte de pessoas próximas, fracas- 
sos indisfarçáveis, derrotas que não podem 
ser camufladas... 
 
 
Tipo 4 

O ponto de virada para este Tipo é ligar-se no presente! O Tipo 4 vive numa
corda bamba permanente, 
Estendida entre o passado e o futuro ou ele está relembrando e   
ruminando os sofrimentos do passado, ou ele se lança nas asas de sua 
imaginação e fica fantasiando situações que lhe trarao 
amor no futuro! Mas... corre o risco de nunca estar no presen- 
te, onde a vida acontece, onde Deus se revela, onde a pessoa se 
relaciona e se realiza no agir concreto. Perguntar-se freqüente- 
mente: "Onde estou?"- pode ser uma grande ajuda na tomada 
de consciência da evasão que domina a vida da pessoa do lipo 
4. Enquanto não chegar aqui... a pessoa vai ser uma eterna insa- 
tisfeita, perambulando entre a melancolia e a fantasia! Encon- 
trando-se como presente e aprendendo a viver nele, o Tipo 4 
poderá encontrar um novo conceito de felicidade e realização 
pessoal, tornando-se mais concreto e ativo, mais engajado, mais 
próximo das pessoas e dos acontecimentos e até do próprio 
Deus. No tecido do presente, o Tipo 4 encontrará a verdadeira 
autenticidade da sua vida! 
 
 
 
Tipo 5 

O ponto de virada para este tipo é o engajamento, o compromisso concreto, a


inter-ação! Enquanto 
permanecer isolado, no mundo das teorias, o Tipo 5 continua- 
rá desligado e vazio! Exercitar a convivência, o relacionamen- 
to, o trabalho em equipe, a ação concreta, prática... ajudará a 
pessoa a preencher o seu vazio interior e a re-ligar o mundo 

50
dos sentimentos, para poder aprender a conviver com eles. A 
pessoa se isola porque não desenvolveu a capacidade de lidar 
com os sentimentos e, por isso mesmo, é preciso todo um tra- 
balho de reeducação nessa área. O trabalho manual, o contato 
direto com as coisas materiais... tudo isso poderá ser uma 
grande alavanca de crescimento para a pessoa do Tipo 5. Ela 
tornar-se-á mais realista, mais envolvida e comprometida com 
o mundo, redescobrindo o sabor da realidade, das coisas, dos 
acontecimentos, da história, do saber fazer... Instintivamente, 
a pessoa deste Tipo acha que tudo isso é "perda de tempo e de 
energia"... mas aí está o princípio da verdadeira sabedoria, que 
nasce quando se unem "cabeça e coração". 
 
 
 
Tipo 6 

O ponto de virada para este tipo é o exercício da autonomia! Arriscar decidir!


Ousar fazer opções! Agir sem precisar de confirmação prévia e de apoios!
Assim o Tipo 6 poderá desenvolver a autoconfiança, que virá trazendo 
a verdadeira segurança! Enquanto não chegar aí, a vida da Des 
soa do Tipo 6 corre o sério risco de ser uma eterna busca fr 
trada de seguranças... falsas, por terem sido buscadas fora de 
pessoa! A autonomia fará realçar a capacidade própria e nela 
acreditar, melhorar a auto-estima e diminuir proporcionalmen- 
te os medos e inseguranças, o receio de ser castigado e o temor 
de ficar exposto. Arriscar, ser mais "agressivo", agir mais pelo 
instinto e diminuir o peso da escravatura do pensar muito! A 
sensação profunda de incapacidade que sempre pipoca na vida 
do Tipo 6, só diminuirá na medida em que a pessoa se acostu- 
mar a observar o fruto de sua capacidade pessoal, manifesta nas 
ações empreendidas e nas opções assumidas de forma autôno- 
ma. Há no Tipo 6 uma coragem espantosa que precisa ser liber- 
tada... e o nó desse processo de libertação interior começa a 
desatar-se com a continuidade do exercício da autonomia! 
 
 
Tipo 7 

O ponto de virada para este Tipo é o contato com o 


sofrimento! Encarar o mundo do sofrimento e fazer 
as pazes com ele, aceitando-0, acolhendo os sentimentos que 
isso desperta. Enquanto isso não acontecer, a vida do Tipo 7 
será apenas fuga, fachada, superficialidade, administração espe- 
culativa da imaturidade! Dentro da pessoa do Tipo 7, há uma 
sensação vaga de medo, algo que ficou como eco ou como som- 
bra da experiência dolorosa da infância que a pessoa esqueceu. 
Tudo o que possa ser sinal de sofrimento, torna-se espelho 
desta sensação interior que povoa o Tipo 7. A tendência instin- 

51
tiva é fugir de tudo o que cheire a sofrimento, profundidade... 
mas, aí está o caminho de conversão! Olhar  para dentro, entrar 
em contato com esse mundo, encarar o sofrimento que isso traz, aprender a
conviver com os sentimentos que isso gera... 
até começar a perceber a agradável surpresa de uma alegria 
interior que vai surgindo à medida que o fantasma do "medo" 
vai sumindo! Conviver com situações humanas de sofrimento, 
de miséria, de doença, de morte, de fracasso... pode ser a porta 
de entrada para esse novo espaço. Encarar os momentos de 
"baixo astral", curti-los, saboreá-los, vencendo a tentação de 
fugir deles... pode tornar-se a alavanca de crescimento na ida 
da pessoa deste Tipo. O silêncio, a oração individual, a expe- 
riência de solidão... podem trazer um grande contributo! 
 
 
Tipo 8  

0 ponto de virada pare este Tipo é o contato com 


sua fraqueza pessoal! Aceitar suas fragilidades, li- 
mitações, condicionamentos. Entrar em contato com seu lado 
frágil, terno e meigo. Aprender a conviver com esse mundo e 
exercitar a manifestação de sentimentos. Expressar sua com- 
paixão, sem medo de parecer fraco e mole, mas acreditando 
que aí está sua verdadeira força e não na auto-suficiência e na 
arrogância! Enquanto não chegar aqui, a pessoa do Tipo 8 vai 
viver perdida no eterno conflito entre a “casca dura" e o "cerne 
mole": negando e escondendo seus sentimentos de ternura e 
vulnerabilidade atrás de uma fachada de força e dureza auto- 
imposta! Isto implica aceitar e reconhecer os limites físicos, psi- 
cológicos, morais... e deixar que a criança meiga e frágil que vive 
escondida no fundo do poço, possa emergir e sorrir livremente, 
com sua inocência e bondade natural. Um grande exercício 
nesta caminhada é praticar o gesto de pedir perdão! Fazê-lo 
explicitamente! Esta atitude ajuda a aceitar as limitações e fra- 
quezas pessoais e manifesta o lado mais rico da pessoa: a capa- 
cidade de ter compaixão e de aceitar a compaixão dos outros. 
Este é o caminho para que a pessoa se torne mais condescen- 
dente com os outros e viva em harmonia com ela mesma! 
 
 

Tipo 9 

O ponto de virada para este Tipo é entrar em con- 


tato com os sentimentos! Estar atento às emoções! 
Concentrar-se nelas! Não anestesiá-las! Dentro desse horizon- 
te, podemos considerar duas alavancas concretas: tomar cons- 
ciência da raiva e manifestá-la (praticar o desacordo, não ter 
medo de discordar, de ir contra, de enfrentar...) e, por outro 

52
lado, não adiar problemas! E interessante acentuar que a mesma 
energia que está presente na vida do Tipo 1 e do Tipo 8 (a ener- 
gia da agressividade), também existe no Tipo 9... mas, neste 
Tipo, é como se ela estivesse obstruída, perdendo-se em liga- 
ções complicadas, encruzilhadas confusas, em problemas mal 
resolvidos, em tarefas adiadas, em raivas adormecidas... e aí, 
toda essa energia vai ficando embolada e a pessoa se sente constantemente
cansado e sem garra. Aprendendo a perceber e manifestar seus sentimentos
em vez de anestesia luz e cuidando de não adiar problemas e decisões, A
pessoa do tipo nove manterá seus canais de energia sempre livres e a vida fluir
com mais dinamismo vitalidade e clareza! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

53
Instituto Apostólico Gênesis

QUE IMAGEM DE DEUS É VOCÊ

 
 
APRESENTAÇÃO
 
 
"A Liberdade só funciona numa sociedade onde haja 
virtude", dizia Aristóteles. 
O Eneagrama é um caminho de liberdade! Liberdade 
que nasce do autoconhecimento, gerando uma pessoa cons- 
ciente de si mesma, de suas energias e de suas potencialidades, 
de suas amarras e de seus desafios; liberdade que devolve a 
cada um o direito sagrado de ser sujeito de sua vida, decidin- 
do conscientemente sobre suas atitudes, sem ficar escravo de 
suas compulsões e determinismos. 
"Ama e faze tudo o que quiseres", dizia Santo Agosti- 
nho. Essa liberdade é capaz de assustar, pois coloca nas mãos 
de cada um a capacidade de fazer opções por si mesmo, 
nunca em função de seguranças externas, mas tendo o "ama' 
como pré-requisito para a liberdade! 
O Eneagrama pode tornar-se uma bomba nas mãos da 
pessoa: coloca em suas mãos um instrumental de sentido. 
uma chave de leitura abrangente, uma liberdade ampla! Mas, 
se a pessoa não tiver o alicerce da espiritualidade, tudo isso 
pode ser uma autêntica "bomba" ou um grande "abacaxi". O 
Eneagrama só funciona onde houver a "virtude", podería- 
mos dizer tranqüilamente! 
Essa convicção profunda nos levou a organizar esta ter- 
ceira etapa! 
Na primeira, propomos a descoberta de quem somos e 
por que somos assim; na segunda parte, vislumbramos um 
caminho de crescimento, descobrindo "para onde vamos". 
Mas tudo isso pode acabar caindo no labirinto do psicologismo, 
no beco sem saída do crescimento procurado apenas através 
do esforço pessoal. 
A terceira parte propõe uma mudança de ótica: passar 
54
do crescimento como esforço pessoal ao crescimento como 
abertura ao amor incondicional de Deus que faz crescer pela 
experiência de ser amado. 
Sem esse "salto qualitativo" o uso do Eneagrama pode 
não funcionar, por faltar a espiritualidade, ou pode acabar 
num esforço pessoal frustrado, por faltar o oxigênio da aber- 
tura ao amor de Deus. Viemos do Amor e para o Amor ca- 
minhamos, nós o sabemos pela fé. E então, é preciso que 
caminhemos com o Amor!ofnomiosrinoooTue ob soean sup 
Na primeira etapa citamos o exemplo da pessoa que se 
descobre dentro de uma jaula com uma fera. Saber o nome 
da fera ajuda alguma coisa... mas é preciso também desco- 
brir a porta da jaula, para poder fugir da fera! Fizemos isso 
nas duas primeiras etapas. Mas talvez alguém possa dizer: “E 
aí, se a fera continuar correndo atrás de mim, vou passar a 
vida fugindo dela?". Boa pergunta! E é isso, talvez, que pode 
ajudar-nos a mudar a ótica nesta terceira etapa. Que tal, se 
em vez de fugir da fera, a gente tentar domesticá-la fazendo 
amizade com ela, para podermos sair por aí, passeando com 
uma fera domesticada, andando com ela tranqüilamente pe- 
los espaços imensos da liberdade, sem medo da fera corren- 
do atrás de nós o tempo todo?!  
 
Talvez não possamos ter a liberdade de ser o que quiser- 
mos.. mas podemos ser livres com aquilo que somos! 
 

Pe. Domingos Cunha, CSh. e Pe. Luís Carlos, CSh. 


 
 
 
 
 
 

55
 
INTRODUÇÃO
 
 
"Conhece-te a ti mesmo. 
A principal preocupação não é estudar Deus; 
wd o estudo adequado da Humanidade é a pessoa humana." 
Alexander Pope 
 

Na primeira parte do Reencontro “Quem é você?" vive- 


mos a aventura de descobriro nosso tipo. 
Na segunda parte, tentamos descobrir perspectivas de 
crescimento. 
E aí começou um tempo novo, um novo desafio na vida 
de cada um: crescermos na dimensão da estatura de uma 
pessoa livre, soltando amarras de nossas compulsões e de- 
senvolvendo as potencialidades que nos podem fazer ser pes- 
soas em plenitude, sendo o que somos chamados a ser. 
Cada ser humano é ao mesmo tempo interessante e 
perigoso. A conduta dos outros e a nossa às vezes é estranha 
e perturbadora. Se não refletimos sobre isso, a pessoa que 
acreditávamos conhecer pode aparecer como um monstro 
ou terrivelmente egocêntrica. Compreendermo-nos a nós 
mesmos e os outros deveria tornar-nos mais felizes! 
Compreender-se a si mesmo e compreender os outros 
são duas faces da mesma moeda: compreender a natureza 
humana. 
O Eneagrama não promete milagres. Saber mais acerca 
de nós mesmos é apenas um meio. Conhecimento não é 
virtude. É necessário um processo de fé-conversão. 
Aristóteles dizia que a liberdade só funciona numa so- 
ciedade que tenha virtude. Assim, também, poderíamos dizer 
que o Eneagrama só funciona numa pessoa e numa cultura 
que tenham virtude! 
Certamente, durante essa caminhada, desde 
numa perspectiva puramente humana, baseando o trabalho 
de crescimento apenas no esforço pessoal. 
Nesta parte da nossa caminhada, vamos dar um salto 
qualitativo: o desafio é sair da esfera puramente humana. 
abrindo-nos à graça de Deus, para que seja seu Amor a ala- 
vanca do nosso crescimento. 
O Eneagrama não tem espiritualidade; mas, se falamos 
na primeira parte que ele se propõe como ponte entre a 
psicologia e a espiritualidade, trata-se agora de descobrir a 
partir dele os elementos que podem potencializar nossa 

56
vivência da espiritualidade. 
Começamos assim uma nova caminhada: não mais en- 
tregue a nós mesmos, mas abertos ao amor de Deus, capaz 
de resgatar em nós aquilo que profundamente somos: sua 
imagem e semelhança 
Damos a este encontro o título: "Que imagem de Deus 
é você?". Nas outras duas partes perguntamos: "Quem é 
você". Trata-se agora de mergulhar profundamente no mis- 
tério da nossa existência: de onde viemos e para onde va- 
mos? 
Lembramos que o Eneagrama também foi chamado 
pelos sufistas de "As nove faces de Deus", acentuando a com- 
preensão de que cada um de nós, cada tipo, é uma face do 
Amor total de Deus. Por isso chamamos a este Encontro: 
"Que imagem de Deus é você?". Vamos olhar para nós como 
imagens de Deus. 
Assim, é esse o desafio desta parte da nossa caminhada: 
como estamos, enquanto imagens de Deus? 
De novo, e talvez mais do que antes, é tempo de abertu- 
ra, de viajar ao mais profundo de nós mesmos, de mexer nas 
raízes daquilo que somos. De pouco adiantará o Eneagrama 
se ficar para nós como um conjunto de conhecimentos ra- 
cionais... De pouco adiantará o Eneagrama se ele não des- 
cer ao âmago de nossa existência e aí não fizermos com ele 
um encontro pessoal, transformador e libertador. Aí, onde 
Deus habita e, por isso, tudo pode acontecer! 
De novo, e talvez mais do que antes, é tempo de bus- 
car... Mais importante que ter respostas, é ser pessoas que 
buscam! 

Sempre explicamos o conteúdo da palavra “Shalom" 
como harmonia consigo mesmo, harmonia com os outros, 
harmonia com a natureza e harmonia com Deus. Também 
na Educação Libertadora se propõem três níveis de diálo- 
go da Pessoa Conscientizada: com os outros, com a natu- 
reza e com Deus. Esse é o itinerário que vamos seguir nes- 
te encontro: a relação comigo, a relação com os outros, a 
relação com a natureza e a relação com Deus, peregrinan- 
do nessas quatro dimensões, em busca da Harmonia. 
 
 
 
 
 

57
A RELAÇÃO COMIGO MESMO

Começamos olhando para nós mesmos. Caetano Veloso 


canta que "cada um sabe a dor e a alegria de ser o que é". E 
fácil embarcar na onda moderna do "descobre como funcio- 
na o outro", deixando de lado a tarefa fundamental do "co- 
nhece-te a ti mesmo"... 
Não basta "saber o que somos", é preciso conscientizar- 
nos disso. E difícil crescer, quando não se parte de uma auto- 
imagem realista. 
Este primeiro trabalho vai nessa linha: retomar toda a 
reflexão colocando-nos perante nós mesmos, do jeito que hoje somos 
que fizemos até agora, resgatar nossas descobertas, 
e estamos. 
 Cada um vai ler um quadro com 20 afirmações a 
respeito de seu tipo. 
 Tendo em conta "o que eu sou hoje", cada um vai 
assinalar as afirmações que o identificam, que são realidade a 
seu respeito. 
 Uma afirmação pode ainda não ser (ou já não ser) 
totalmente verdadeira a seu respeito: trata-se de ver se, no 
geral, já pesa (ou ainda pesa) na sua personalidade. 
 Entregar folha "Quadro de Afirmações" (para cada 
pessoa se entrega a folha correspondente ao seu tipo). 
 Reflexão individual. 
 

TIPO 1 
1. As pessoas que estão erradas receberão o que merecem 
ainda que eu mesmo tenha de me ocupar disso. 
2. Até aceito que posso tornar-me obsessivo e bastante exi- 
gente a respeito de algumas coisas, mas acredito que as 
coisas devem ser feitas do modo correto. 
3. Estou tão convencido de que tenho razão acerca da 
maioria das coisas da minha vida, que é praticamente 
impossível que possa estar errado.
4. Não tenho obrigação de tolerar disparates, e quando as 
pessoas estão erradas, acho que o meu dever é ensinar- 
Ihes a verdade. 
5. O que está certo está certo e o que está errado está erra- 
58
do, e não vejo razão para haver exceções.
6. Acho que os outros estariam melhor se fizessem com 
6 s mais freqüência o que lhes aconselho. 
7. Tenho opinião própria sobre a maioria das coisas e acho 
aam que tenho razão a respeito delas; se não fosse assim, não 
poderia sustentar minhas opiniões. 
8. Não acho que seja viciado em trabalho, mas há tantas 
coisas que precisam da minha atenção, que fica difícil 
encontrar tempo para relaxar. me of 
9. Poucas pessoas fazem as coisas tão conscientemente 
como eu: a maioria das pessoas é muito vagarosa e larga 
as coisas facilmente. 
10. Freqüentemente sinto que se não fizer alguma coisa nin- 
guém mais o fará; e, realmente, na maior parte das ve- 
zes tenho razão. 
11. Para que as coisas funcionem e estejam sob controle, é 
necessário ser organizado. 
12. As vezes os outros me vêem como uma pessoa fria ou 
estereotipada, mas isso é porque não me conhecem 
realmente. 
13. É difícil aceitar, mas é verdade: torna-se esgotante estar 
sempre lutando para atingir meus ideais. 
14. Sinto o dever de melhorar as coisas quando percebo 
strie que estão mal, para que o mundo seja melhor. 
15. A integridade é muito importante para mim; não pode- 
ria dormir tranqüilo se sentisse que tinha prejudicado 
109 gravemente alguém. 
16. Procuro sempre ser o mais justo possível, não permitin- 
do sobretudo que meus sentimentos interfiram na mi- 
nha objetividade. 
17. Minha consciência me leva a fazer o que acredito ser o 
26 melhor, seja ou não o mais conveniente para mim e 
aie para meus interesses imediatos. 
18. Compreendo e aceito os outros, com suas convicções e 
9,0 atitudes, mesmo que não concorde com eles ou lhes dê 
razão. 
19. Tenho uma consciência forte e um sentido muito claro 
tan do bem e do mal. 
20. Sou criterioso e muito prudente: essa é uma das minhas 
capacidades mais fortes. 
 
 
TIPO 2  
 
1. Os médicos não sabem porque fico doente com tanta frequência, embora eu 
ache que as doenças que tenho 
tido já vão além da minha cota. 
2.Por amar muito, também sofro muito, sobretudo porque as pessoas me acha
m satisfeito e não se interessa muito por minhas necessidades. 

59
3. Um dia, os outros terão de cuidar de mim como eu te 
nho cuidado deles. 
4. Não acho que eu manipulo os outros, mas quando às 
vezes o faço, é para conseguir que façam o que é mais 
conveniente.
5. Se faço algo por uma pessoa e às vezes menciono isso, é 
apenas para ajudá-la a ter consciência de que me interes- 
so por ela. 
6. Francamente, sou uma pessoa muito generosa e consi- 
derada, e os outros têm sorte por me terem como ami- 
go. 
7. Talvez eu seja demasiado bom; deveria pensar mais em 
mim, em vez de interessar-me tanto pelos outros. 
8. Acredito que eu “necessito de ser necessitado"; mas, isso 
não acontece com todo o mundo? 
9. Não acredito que seja possessivo com as pessoas, em- 
bora sinta que me custa “soltar" aquelas que são impor- 
tantes para mim. 
10. Gosto de estar rodeado de minha família e meus amigos 
e fico feliz quando me pedem conselhos e orientações. 
11. Penso muito nos meus amigos e nas minhas amizades e 
acho que poderia contar facilmente cinco ou dez amigos 
íntimos. 
12. É bom estar próximo das pessoas e não me envergonho 
de expressar meus sentimentos, especialmente abraçan- 
do e beijando meus amigos. 
13. Faz parte do ser um bom amigo permitir que os outros 
saibam o quanto lhes quero bem. 
14. O valor maior na vida é o amor. O que seria a vida sem 
amor? 
15. Sou uma pessoa carinhosa, e meus sentimentos pelos 
outros me fazem estar profundamente interessado neles. 
16. Fico feliz quando acontecem coisas boas aos outros e 
faço um esforço extraordinário para ajudar os outros do 
jeito que possa. 
17. Posso ser abnegado sem chamar a atenção sobre mim 
mesmo ou sobre o que fiz pelos outros. 
18. Pode ser que algumas pessoas me considerem um santo, 
mas conheço minhas imperfeições e não me vejo assim. 
19. As pessoas acham que sou altruísta e me preocupo ver- 
dadeiramente com o bem-estar dos outros. 
20. No meu melhor estado, quero bem aos outros incondi-  
cionalmente e não me preocupo se as pessoas retribuem
o que faço por elas. 
 
 
TIPO 3  
 
1. Se as pessoas me humilham de alguma maneira, posso 

60
fazer coisas bastante ruins para me vingar dela e geralmente
faço isso. 
2. Tive vários relacionamentos em que a outra pessoa ficou 
de mal comigo quando nos separamos, mas elas têm de 
aprender a responsabilizar-se por si mesmas. 
3. Muitas pessoas me conhecem como sou, embora eu não 
goste muito de me aproximar delas, pois acho que, se 
pudessem, me utilizariam. 
4. Às vezes, enveredei por atalhos para chegar na frente 
dos outros; mas todo o mundo faz isso, por que me preo- 
cupar? 
5. Acho-me melhor que a maioria das pessoas: mais inteli- 
gente, mais elegante, consigo mais êxito... 
6. Há “vencedores" e "perdedores", e eu, definitivamente, 
sou um vencedor. 
7. Para mim, é importante o que os outros pensam a meu 
respeito, e fico chateado quando alguém faz uma má 
imagem de mim. 
8. Quando alguma coisa não funciona bem, é preciso mu- 
dar a estratégia e fazer o necessário para obter o que 
desejamos. 
9. As pessoas criam sua própria realidade. Se não querem 
agir ou se fracassam, essa foi a sua opção e terão de aceitá-la. 
10. Se a pessoa quer ter êxito, é importante projetar uma 
imagem adequada. 
11. Querer causar uma boa impressão não tem nada de mal, 
mesmo que para isso a pessoa se apresente como gosla 
ria de ser e não como realmente é. 
12. Sou eficiente, sei como conseguir que as coisas aconte- 
cam e não aceito que a agenda de outras pessoas se 
interponha no meu caminho ou na minha carreira. 
13. Sei que sou competitivo; aqueles que não o são, talvez 
sejam perdedores que não conseguem enfrentar a reali- 
dade. 
14. Os outros geralmente não o dizem, mas posso assegurar 
que freqüentemente ficam com ciúmes de mim, por uma 
ou outra razão. 
15. Sempre me distingo, de alguma forma, das pessoas co- 
sio muns, e os outros me vêem como alguém que sobressai, 
como um "triunfador". 
16. Sou ambicioso e acho que os outros também deveriam 
dedicar tempo e esforço para se aperfeiçoarem. 
17. Tenho muita auto-estima. Sinto-me valioso e desejável e 
16 gosto de ser quem sou. 
18. Os outros me vêem como uma pessoa segura de si mes- 
ma e equilibrada, como alguém que tem muita auto-esti- 
ma. 
19. E fácil me afirmar a mim mesmo como pessoa, porque 
me sinto útile valioso. 

61
20. Aceito-me como sou e sou honesto acerca de minhas 
limitações e qualidades. 
 
 
Tipo 4 
 
1.A vida é cheia de dor perdas e tristezas pelo menos a minha vida tem sido as
sim. 
2. Já pensei em suicídio:é uma saída que algum dia poderia ver-me forçado a t
omar. 
3. Eu me critico muito: há uma certa voz interior que me diz
as coisas mais cruéis e depreciativas. 
4. Parece que não consigo "juntar os pedaços" e me am 
mar. Não sei por onde começar e, se consigo progredir um 
pouco, parece que tudo pode se perder de uma hora para a 
outra. 
5. Os outros parecem ser mais felizes do que eu, tenho a 
sensação de estar emocionalmente ferido e incapaz de 
viver harmoniosamente. 
6. Há momentos em que sinto tanto tédio das pessoas, que 
nem sequer consigo estar no mesmo ambiente que elas 
esrle, muito menos, dizer-lhes o que me chateia. Isso é dolo- 
roso para mim. 
7. Quando me sinto vulnerável, a tendência é me retrair 
dentro da minha couraça, para me proteger e não conti- 
nuar sendo ferido. 
8. Freqüentemente me sinto incomodado com as pessoas, 
incluindo meus amigos, e nem sempre sei o por que; 
talvez, simplesmente, eu seja uma pessoa solitária. 
9. Quando alguém diz algo que me perturba, não consigo 
fazer outra coisa senão refletir profundamente sobre isso, 
até resolver tudo. 
10. Talvez os outros achem que eu não sou decidido ou suficientemente ambici
oso mais ser agressivo ou competitivo não faço parte de mim. 
11. Eu me questiono a respeito de tudo: minhas motivações 
e minhas atitudes, o que digo a alguém, se serei ou não 
competente para certa tarefa... a ponto de às vezes isso 
me impedir de fazer outras coisas. 
12. Tenho sensibilidade poética, mesmo que isso, infeliz- 
mente, me faça sentir melancólico e emocionalmente 
mevulnerável. 
13. Dedico muito tempo a longas conversas e a fantasiar sobre 
elas na minha imaginação. 
14. Felizmente ou infelizmente, tenho uma imaginação mui- 
to viva e sou capaz de criar um mundo de fantasias que é 
muito real para mim. 
15. Tenho consciência do que sinto e procuro ser honesto 
comigo mesmo a respeito do que os meus sentimentos 
15, me dizem. 

62
16. A força da minha criatividade provém da expressão de 
meus sentimentos mais profundos, seja pessoalmente ou 
de forma artística. 
17. Estou profundamente convencido de que devo ser fiel a 
mim mesmo e, na medida do possível, procuro atuar de 
maneira autêntica. 
18. Quando sigo as minhas intuições, quase nunca me en- 
gano. 
19. Nos meus melhores momentos, sou capaz de criar algo 
que parece brotar do nada, como um tipo de "inspira- 
ção". 
20. Uma das minhas grandes potencialidades é ser uma pes- 
soa sensível e tirar o máximo de proveito das minhas 
experiências, mesmo quando isso implica sofrimento. 
 
 
 
TIPO 5 
 
1. Pode ser que meus pensamentos mais secretos sejam 
estranhos e aterradores, mas eles expressam a minha 
visão do mundo. 
2. As vezes, meus pensamentos parecem ter vida própria: 
vêm um atrás do outro, com tanta velocidade, que fica 
difícil frear a mente, relaxar ou conciliar o sono. 
3. É mais fácil e mais seguro viver sozinho, não gosto que 
os outros se aproximem muito ou saibam o que estou 
fazendo ou pensando. 
4. A maior parte das religiões satisfazem as necessidades 
infantis e supersticiosas, sem as quais as pessoas não 
podem viver. 
5. Na realidade, a maioria das pessoas é demasiado estúpi- 
para compreender o que está ocorrendo ou para cap- 
tar seja o que for. 
6. Sou fascinado por assuntos políticos, especialmente 
que sempre desconfio daqueles que têm algum tipo de 
poder sobre mim. 
7. Algumas vezes descobri introspecções extraordinárias, 
uma “chave de leitura" que explica muitas outras coisas 
e já vinha sendo largamente procurada. 
8. Geralmente o gênio é incompreendido, e as minhas teo- 
rias são tão avançadas para o nosso tempo, que nem 
procuro discuti-las com os outros. 
9. Habitualmente minhas relações são tormentosas, porque 
posso assustar os outros com a minha curiosidade, intensi- 
dade, paixão e desejo de compreendê-los profundamente. 
10. As minhas idéias são tão complexas que às vezes te- 
nho dificuldade de expressá-las e os outros também tem 
dificuldade de compreender o que estou tentando ex- 

63
plicar. 
11 Algumas pessoas têm rido de mim porque pensam que 
SOu um pouco estranho. Já me chamaram de “rato de 
biblioteca" ou “doido", e acho que, até certo ponto, isso 
é verdade. 
12. Sou uma pessoa bastante intensa: posso concentrar-me 
totalmente em meus interesses, porque me envolvo com- 
pletamente neles. 
13. Tenho muita atração pela investigação e pelo saber, e 
gostaria de um dia ser um especialista ou um perito em 
alguma área, reconhecido mundialmente. 
14. A busca do conhecimento me encanta: deixem-me sozi- 
nho com um livro e serei perfeitamente feliz. 
15. A vida ligada à atividade mental é o tipo de vida mais 
excitante. 
16. As pessoas me procuram, buscando respostas para per- 
guntas técnicas ou acadêmicas, porque acreditam que 
eu sei do que estou falando. 
17. Acho que tenho tido mais pensamentos originais e ino- 
vadores que o comum das pessoas. 
18. Sempre tive a capacidade de me concentrar profunda- 
mente no meu trabalho ou naquilo em que coloco mi- 
obnnha atenção. 
19. A previdência é uma das minhas grandes capacidades: 
parece que sou capaz de prever o resultado das coisas, 
antes que elas aconteçam. 
20. Sou capaz de ter "introvisões" profundas do mundo que 
me rodeia e quase sempre percebo coisas que os outros 
não vêem. 
 
 
 
 
 

TIPO 6 
 
1. Tenho tendência a ficar tenso e a reagir quando esto 
perturbado ou sob pressão e quando as coisas não saem 
do jeito esperado. 
2. Tenho tendência a ser receoso em relação a algumas 
m pessoas e sinto que não lhes agrado e elas procuram me 
atrapalhar, ou o fariam se pudessem. 
3. Posso chegar a ter ódio de mim mesmo por não ser tão 
agressivo e independente como gostaria de ser, especialmen- 
te se com isso decepcionei alguém que contava comigo. 
4. Posso tornar-me realmente agressivo e teimoso quando 
tenho que ser, mesmo que não me sinta agressivo inte- 

64
riormente. 
5. Existe uma parte de mim que fica contente quando os ou- 
tros "apanham uma lição" por "terem ido além" ou por não 
terem obedecido às regras como o comum das 
6. Fico furioso quando vejo que as pessoas infringem a lei e 
não são castigadas. 
7. Descobri que posso me "vingar" das pessoas "jogando 
sujo", como perder "acidentalmente" suas cartas ou 
chamá-las anonimamente e logo cair fora. 
8. Embora geralmente faça o que me ordenam, há momen- 
tos em que também me rebelo contra isso. 
9. Acho que às vezes dou mensagens ambíguas às pessoas, 
dizendo sim quando reaimente quero dizer não, ou es- 
tando de acordo com o desejo de outra pessoa sem que 
eu deseje isso. 
10. O meu senso de humor despista as pessoas, porque digo 
o contrário do que realmente quero dizer e assim, nao 
sabem se estou falando sério ou não. 
pessoas. 
11 Nem sempre estou seguro a respeito do que os outros 
pensam de mim, ás vezes, sinto que lhes agrado, outras 
vezes acho que não. 
12. Tenho tendência a ficar indeciso e me angustio quando 
tenho de tomar decisões por mim mesmo. 
13. Quando tenho de decidir sobre algo importante, geral- 
mente peço conselhos aos outros ou, se possível, procu- 
a ro as respostas em alguma "regra" que seja aplicável. 
14. Não me custa cumprir ordens, se quem as dá é uma pes- 
soa de autoridade ou alguém que respeito profunda- 
mente. 
15. Sou um trabalhador confiável e muito constante, e tenho 
trabalhado intensamente para construir uma vida segura. 
16. Sou muito comprometido com aqueles que têm compro- 
misso comigo: minha família e meus amigos sabem que 
podem contar comigo. 
17. E importante para mim sentir-me seguro no meu traba- 
Iho e nos meus relacionamentos. 
18. Geralmente, os outros procuram me proteger de algum 
19 jeito e curto a sensação de lhes agradar. 
19. As pessoas me acham atraente e cativante e já têm fala- 
ohi do sobre o quanto sou agradável. 
20. Em meus melhores momentos, dou-me conta de que sou 
igual aos outros e tão capaz como qualquer outra pes- 
soa. 
 
 
 
 
TIPO 7   

65
 
1. Ás vezes me sinto aterrorizado e angustiado, mas aí eu 
me lanço em alguma coisa nova e a sensação de angús- 
tia desaparece. 
2. Houve períodos em que estive fora de controle ou quase 
3. Talvez algumas pessoas digam que insisto demasiado 
obter o que desejo, mas não me importa o que os outros 
pensam: corro atrás daquilo que desejo na vida. 
4. É melhor ser um "escapista" do que andar deprimido e 
triste. Prefiro estar em movimento e não olhar para trás. 
5. Tenho tendência a dedicar-me a diferentes coisas ao 
mesmo tempo, pois quando me acostumo a uma coisa, 
desejo usufruir ao máximo dela. 
6. Os inconvenientes e outras frustrações podem enfurecer- 
me tanto que às vezes me dá vontade de gritar até obter 
o que quero, e, geralmente, o obtenho. 
7. Concordo com afirmações do gênero: "nada tem tanto 
êxito como o excesso" e "jamais alguém poderá ter o 
suficiente de uma coisa boa". 
8. Tenho tendência a me exceder. Para mim, ou é um “ban- 
quete" ou passo fome, e eu, geralmente, procuro me 
“banquetear" o mais possível. 
9. Não me importa se as pessoas pensam que sou “mate- 
rialista"; gosto do que é belo e caro, e desejo isso. 
10. Sou uma das pessoas mais desinibidas e francas que co- 
nheço: digo o que os outros gostariam de conseguir di- 
zer. 
11. É muito divertido conversar, fofocar, dizer coisas engra- 
çadas, "deixar que saia tudo", mesmo quando às vezes 
sou imoderado ou me excedo nas coisas. 
12 Detesto estar aborrecido (com tédio) e gosto de estar o 
mais possível em movimento: minha agenda está cheia 
de coisas para fazer, e isso me agrada. 
13. Tenho um apetite muito forte e tendência à cobiça: se 
desejo uma coisa, não vejo por que renunciar a ela. 
14. Mantenho-me distraído fazendo muitas coisas diferentes; 
além de tudo, a gente só tem uma vida e, como se diz, é 
preciso aproveitá-la bem. 
15. Gosto de ir a festas, receber convidados, viajar e me di- 
vertir com meus amigos. 
16. Sou muito prático e produtivo: tenho os pés na terra e 
sei como conseguir que as coisas sejam feitas. 
17. Tenho muitos dons diferentes e sou uma das pessoas 
sup mais versáteis que conheço; realmente, tenho habilidade 
para muitas coisas diferentes. 
18. Desfruto muito das coisas e sou entusiasta a respeito de 
omo tudo, pois tudo parece me dar prazer. 
19. Quando estou muito feliz, sou alegre, espontâneo e cheio 
de vida. De fato, sou uma das pessoas mais felizes que 

66
conheço. 
20. A vida é realmente maravilhosa e, quando paro para 
pensar, encontro muitas razões para ser agradecido. 
 
 
 
 
 
TIPO 8 
 
1. Se não posso conseguir o que desejo, procuro que os 
outros também não o consigam. 
2. Acredito em mim: sou o melhor; deveria ter sido um . 
ou algo desse gênero. 
3. O modo como estruturo as coisas me dá o controle de 
tudo, e mais ninguém consegue obter nada, a não ser 
que coopere comigo. 
4. Às vezes, no passado, minha lógica chegou a ser: "O que 
o poder faz, está correto", e cheguei a ser bastante 
impiedoso quando tive de aplicar isso. 
5. Sou conhecido como uma pessoa muito dura e, como 
resultado disso, muitas pessoas desejaram nunca terem 
chegado a se envolver comigo. 
6. Temos de infundir medo aos outros pois, sem dúvida, 
eles não farão o que queremos só por sermos agradá- 
veis. 
7. Não me importo de "atropelar os outros" quando tenho 
de fazê-lo. Quando a gente quer conseguir uma coisa, as 
pessoas só respeitam a força. 
8. Não acredito no amor desinteressado nem no altruísmo 
de fazer o bem; essas coisas são para "débeis sentimen- 
tais" que não conseguem triunfar por si mesmos. 
9. Quando me agarro (dedico) a uma coisa, é questão de 
vida ou morte: ou eles ou eu; e eu serei a pessoa que 
acabará ficando por cima. 
10. As pessoas não se atrevem a não fazero que digo, por 
que eu sei obter o que quero. 
11. Sou um negociador duro: sei como pressionar e como 
dizer não e não cedo. 
12. O dinheiro é importante porque ele é poder. Se tenho 
dinheiro suficiente, ninguém terá poder sobre mim. 
19.O dinheiro é importante porque ele é poder. Se tenho 
12 Sou um bom negociante e comerciante, e meus projetos 
sempre terminam muito melhor do que quando entrei 
neles. 
14. Sou persuasivo, um vendedor natural, e quase sempre 
tenho algum tipo de oportunidade lucrativa para mim. 
15. Eu infundo respeito: os outros me respeitam e obede- 
cem. 

67
16. Gosto da excitação do perigo e de aventura. Com fre- 
qüência entrei em situações difíceis e consegui triunfar, 
apesar das adversidades. 
17. As pessoas me procuram para que eu seja o seu líder, 
porque sou forte, decidido e consigo tomar decisões difi- 
ceis. 
18. Tenho muita "agilidade": sou valente, e com freqüência 
tenho aceitado a provocação de desafios difíceis e tenho 
conseguido êxito. 
19. Consigo ver as oportunidades e o modo como quero que 
sejam as coisas, e posso congregar os outros à minha 
volta para consegui-las. 
20. Sou uma pessoa afirmativa e tenho muita confiança em 
mim mesmo. 
 
 
 
 
TIPO 9 
 
1. Se me acontece alguma coisa ruim, é como se de repente tudo fosse
irreal, como se fosse
um sonho e não estivesse acontecendo realmente comigo. 
2. De vez em quando, a ira e outros sentimentos 
perturbadores parecem surgir do nada, mas também logo 
se acabam. 
3. As pessoas às vezes se "chateiam" comigo e eu não en- 
tendo por quê; sou uma pessoa boa e não faço nada para 
ferir os outros. 
4. O que passou, passou, e é melhor deixar os problemas 
para trás, logo que seja possíve 
5. Descobri que quando a gente não se preocupa com os 
problemas durante um certo tempo, eles desaparecem. 
6. Não preciso refletir muito sobre mim mesmo: não 
adianta de nada... para que se preocupar? 
7. Aceito a vida do jeito que vier, porque as coisas vão acon- 
tecer de qualquer jeito, independentemente do que a gente 
fizer. 
8. As pessoas, na realidade, não mudam, é preciso aceitá- 
las do jeito que são. 
9. Talvez algumas pessoas achem que sou "esquecido" ou 
"desligado", mas há coisas a que eu preferia não prestar 
atenção, e por isso simplesmente não penso nelas. 
10. A maioria dos problemas, na realidade, não são tão pro- 
blemáticos e geralmente, com o tempo, todos se resol- 
vem bem. 
11. Gosto que tudo seja tranqüilo e agradável e não me agra- 
da quando as pessoas discutem, lembram problemas ou 
causam "chatices". 

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12. Muitas pessoas são demasiado críticas e se preocupam 
exageradamente; eu não entendo para que se preocupar 
com a maioria das coisas. 
13. Acho que tenho tendência a ser conservador e antiqua- 
do nos meus pontos de vista, especialmente no que diz 
respeito à minha família e outros valores. 
14. Sinto necessidade de estar próximo de minha família e 
de meus amigos; quando procuro estar de acordo com 
alguma coisa que eles querem que eu faça por eles, pare- 
ce que isso os faz felizes. 
15. Tenho um lado contemplativo e místico: me encanta 
entrar em comunicação com a natureza e freqüentemente 
me sinto em comunhão com o universo. 
16. Acho que não sou uma pessoa muito complicada: sou 
otimista e estou satisfeito comigo mesmo e com a vida 
do jeito que ela é. 
17. As pessoas são essencialmente boas e eu confio nelas, 
sem ficar questionando se têm motivos ocultos. 
18. As pessoas acham que eu não sou agressivo nem vivo 
julgando os outros, mas que sou agradável e uma boa 
companhia. 
19. Gosto de criar um ambiente caloroso, de apoio, onde os 
outros possam florescer, ser felizes e querer-se bem en- 
tre eles. 
20. No meu melhor estado, sou capaz de me impor, mas 
continuo próximo das pessoas, especialmente de meus 
familiares e amigos. 
 

69
 

Instituto Apostólico Gênesis

ENEAGRAMA SEMENTES

ENEAGRAMA E RESPIRAÇÃO CONSCIENTE

Kélvio Luís Martins Silva 

Acolha a beleza da vida. 
Tendo consciência do momento presente. 
Do inspirar neste exato instante. 
Deixe fluir, assim como a respiração, a sua essência. 
Percorrendo centros da razão, emoção e ação. 
Amplie seus horizontes, se dê asas, veja além. 
Se ponha a caminho, perceba as suas flechas e direções, assuma o seu 
destino. 
Siga em frente, descubra, acolha, perceba qual é a sua missão no mundo. 
Viva intensamente, se dê o direito de ver a vida por outros ângulos. 
Aprenda cada vez mais a relaxar e se dar o direito de desfrutar. 
Sinta o prazer em poder respirar, sinal de vida. 
Contato profundo com você mesmo e com Deus. 
A respiração consciente nos remete ao momento presente, ao aqui e agora. 
Proporciona ampliar a nossa consciência, a personalidade pelos cami- 
nhos da compaixão ao encontro da essência, percorrendo o Eneagrama, 
mapa da alma humana. 
Sim, você merece! Pratique a totalidade e a felicidade a cada instante, a 
cada momento, a cada respiração. 

No exercício da minha profissão como fisioterapeuta e facili- 
tador de Eneagrama, procuro acolher e perceber todas as pessoas que 
me procuram dentro de uma totalidade, sempre buscando uma rela- 
ção entre o físico, o emocional e o espiritual. 
Trabalhei por dez anos no Centro de Vida Madre
Clarice, retiro olístico terapêutico. Lá, tive a oportunidade de atender inúmeras 
pessoas e convivi com excelentes terapeutas.

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Levo esses conhecimentos e princípios para as consultorias, palestras,
e trabalhos em gestão de saúde e qualidade de vida que realizo. 
Durante os dez dias em que
a pessoa realizava o retiro terapêutico, além do atendimento individual, ela parti
cipava de inúmeras terapias e atividades,
e, dentre as quais, estava o Eneagrama. Dentro 
desse processo, no início do atendimento individual, eu simplesmente 
observava a maneira como a pessoa respirava e tomava nota, e então, 
ensinava algumas práticas de respiração consciente. Com o decorrer 
dos dias, o padrão condicionado ia se alterando, aproximando-se cada 
vez mais de uma respiração plena. Quando o participante realizava o 
Eneagrama, eu anotava o seu tipo. 
No início, achei que era coincidência. Mas depois de inúmeras 
conversas com o amigo e professor de Eneagrama, o Pe. Domingos 
Cunha, percebemos que não se tratava apenas de coincidência. Hoje 
podemos afirmar que cada tipo do Eneagrama vai desenvolvendo, por 
causa do estresse, características e padrões respiratórios bem típicos. 
Nessa linha de observação e estudo, após alguns anos, inicia- 
mos uma nova vertente no Instituto Eneagrama Shalom: "Eneagrama 
e Padrões Respiratórios". Realizamos encontros específicos com esse 
tema em Belo Horizonte, Maceió e Fortaleza. Durante esse curso de 
aprofundamento, observamos os padrões respiratórios de cada tip . 
monitoramos dados vitais, principalmente a frequência cardíaca e a 
saturação de oxigênio. Esses módulos de aprofundamento nos deram 
uma maior confirmação 
dade de trabalho: ferramenta do Eneagrama associada à respiração 
consciente. Deparamo-nos com algumas situações bem interessantes, 
as quais partilho a seguir: 
Uma senhora Tipo 2, que participou de um desses módulos 
avançados, foi categórica ao final do encontro ao afirmar que solta 
muito mais o ar que inspira, segundo ela, um total desequilíbrio. E que 
nunca tinha se atentado a isso. Na adolescência, perdeu a funcionali- 
dade de um dos pulmões, um caso clínico muito sério, e que depois de 
toda a formação, ela se perguntava: "por qual razão este pulmão foi se 
atrofiando? o que será que veio primeiro? a patologia pulmonar ou um 
padrão respiratório ruim, que contribuiu para todo aquele processo 
patológico?". A conclusão que ela chegou ao fim do encontro foi que 
sempre teve uma respiração ruim, inúmeros tratamentos medicamen- 
tosos, exercícios que ela sempre realizou sem nenhum entusiasmo e 
comprometimento; faltava esse conhecimento, essa percepção dos pa- 
drões. Enfim, com o encontro, ela teve a tomada de consciência e a 
possibilidade de mudança do seu padrão respiratório. 
Uma situação que se repetiu em todos os cursos, e eu gostaria 
de ressaltar aqui, é o padrão típico do Tipo 7. Após uma indução para 
que o participante respirasse dentro do padrão respiratório do tipo 
sobre estresse, realizando o monitoramento de alguns dados vitais, a 
saturação que comumente fica próxima aos 98%, caiu abruptamente; 
em dois a três casos, a pessoa ficou entre
80 a 85% apenas de saturação e com aumento até de 50%

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da frequência cardíaca ou seja, tendo sensação real de morte. Respirar é vida,
mas, para alguns tipos do Eneagrama, no inconsciente, é um ato de dor,
de sofrimento.
Dentro desse quadro, temos a certeza da importância das práticas respirató- 
rias associadas a cada tipo do Eneagrama. 
No livro Eneagrama da Transformação – Dança entre Perso- 
nalidade e Essência, de autoria de Domingos Cunha, no capítulo 3, 
tive a oportunidade de contribuir e descrever práticas respiratórias 
específicas para cada tipo. Já neste livro, pretendo aprofundar-me na 
percepção de cada tipo do Eneagrama e na importância da respiração 
consciente de um modo geral. Espero que esta contribuição possa ser- 
vir de estímulo para praticar e vivenciar a respiração consciente. 
 

Qual o objetivo da respiração consciente? 
 
Um aprendiz realizou essa pergunta ao seu mestre,
pois não havia se convencido de que
a respiração pudesse ser tão importante como se atribui. 
Diante desse questionamento,
o mestre, movido de muita sabedoria, realizou um convite ao seu aprendiz: 
Vamos fazer uma caminhada. Quero que leve este balaio o 
aprendiz, sem entender, não questionou, simplesmente pegou aquele 
balaio de taquara, muito sujo de terra, e se pôs a caminho. Após andar 
uns 7 km, chegaram até uma linda bica de água, refrescaram-se um pouco, e
logo após,
o mestre orientou: encha este balaio de água e leve até o  alto daquela montan
ha; vou aguardar por você. Durante
o caminho procure refletir em que essa atitude pode estar relacionada com
a respiração consciente. Até breve! Dizendo isso, o mestre se pôs a caminhar. 
Seguindo as orientações, o aprendiz, após andar mais uns 3
km, chegou ao topo da montanha.
O mestre logo perguntou como o aprendiz relacionou essa atividade com
a respiração consciente. O aprendiz permaneceu em silêncio. Desta maneira,
o mestre pediu-lhe para que buscasse mais um balaio de água.
Essa cena se repetiu mais de cinco vezes. O aprendiz estava exausto de
tanto caminhar. Refletindo durante o sobe e desce da montanha, chegou à seg
uinte conclusão: Mestre, eu observei duas coisas: primeiro,
no início da caminhada, o balaio estava muito sujo, agora está limpo;
a segunda observação é
que o terreno estava seco; a medida que ia carregando o balaio cheio de água 
e esta ia escorrendo, todo o terreno ficou mais úmido,
com mais vida. Acredito que a respiração consciente tenha este poder:
de lavar, tirar a sujeira do nosso interior,
e nossos caminhos vão ficando mais cheios de vida.
O mestre ficou muito contente com a resposta. Muito bem! Acho
que aprendeste a lição. Agora respire e descanse um pouco. Viva a totalidade! 
A respiração consciente realmente realiza uma purificaçao do 

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nosso interior. Sentimentos de angústia, medo, raiva, entre
outros, estão associados com o respirar e podem ser transformados por meio 
da mudança do ritmo e da forma de respirar, proporcionando uma 
melhor sintonia ao nosso corpo físico e toda a parte emocional e ra- 
cional.
Com acesso a essa fonte de energia e vitalidade, nosso dia a dia vai ganhando 
mais vida. 
 
 
Respiração 

Pare por um instante e simplesmente observe a sua respiração, 


seja testemunha do ar entrando e saindo. Acompanhe como seu corpo 
respira neste momento. 
Ao nascer, realizamos uma inspiração profunda, abrimo-nos à 
vida. Saímos do útero da nossa mãe biológica e passamos a viver no 
útero da mãe natureza. Para fechar o nosso ciclo aqui na Terra, damos 
o último suspiro. Existem especialistas que afirmam que a maneira 
como vivemos, se tivemos boa qualidade de vida ou não, depende di- 
retamente de como respiramos entre essa abertura à vida até a última 
expiração, conhecida como último suspiro. 
Quando nascemos, temos uma respiração perfeita. Observem 
um recém-nascido respirando. A respiração tem um ritmo bonito, 
sincronizado, com a predominância da respiração diafragmática. A 
região abdominal se movimenta mais durante a inspiração, o puxar o 
ar e, quando solta o ar, a expiração, o abdômen abaixa-se. Pois bem, 
essa é a maneira correta de respirar. 
Mas o que acontece com a grande maioria das pessoas é que, 
à medida que vão crescendo, perdem a maneira correta de respirar. 
Podem ocorrer diversas alterações. Percebemos uma ligação direta do 
tipo do Eneagrama com esses padrões respiratórios. Segue uma breve 
descrição do padrão de cada tipo, relatada por seus representantes: 
 
Tipo 8: "Considero-me uma pessoa forte e justa, tenho certo 
exagero naquilo que faço e dificuldade de lidar com fraquezas. Quan- 
do não estou bem,
fico calado e passo a pensar muito, planejando alguma maneira de colocar as c
oisas nos devidos lugares. Nessas horas, 
percebo minha respiração mais nos ombros, sufocado, com o peito 
cheio de ar, batimento cardíaco acelerado. Sou tomado pela raiva. Ge- 
ralmente tenho explosões que se excedem". 
 
Tipo9:“Muitas vezes,
meu excesso de tranquilidade pode estar camuflando uma raiva muito forte. Pr
ocuro desviar o foco, fugir 
do conflito, com tendência para me acomodar. A minha respiração 
fica quase parada. Fico desanimado e com baixa energia, o que faz um 
mal enorme à minha saúde física e emocional". 
 

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Tipo 1: "Grande inquietude interior e irritação, movidas por 
uma busca de perfeição constante em tudo. Tenho a sensação de que 
não consigo relaxar e que não posso desligar hora nenhuma. Minha 
respiração é alta, com predominância do tórax, com grande tensão 
nos ombros e pescoço. Dor no estômago, desencadeando gastrite e 
outras "ites". Aperto no peito, palpitações, falta de ar, sudorese intensa 
e boca seca". 
 
Tipo 2: “Desde pequeno, sempre estive preparado para servir, 
ajudar os outros, ser útil. Na minha infância, assumi responsabili- 
dades de adulto. Nunca reclamei, sempre fiz tudo da melhor forma 
possível. Estou sempre preparado para cuidar dos outros, mas tenho 
dificuldade de cuidar de mim mesmo. Pensar que temos que ter sin- 
tonia entre dar e receber mexe na minha ferida. Isso reflete na minha 
respiração, tenho uma inspiração curta e solto o ar de maneira mais 
fácil. Muito comum ter problemas respiratórios e dores nos músculos 
e articulações". 
 
Tipo 3: "Identifico-me com os papéis que as pessoas esperam 
de mim, desempenhando-os de maneira eficaz. Mas, se for questio- 
nado sobre quem sou eu ou sobre meus sentimentos, não encontro 
palavras verdadeiras para responder. O fazer e fazer bem feito, o êxito, 
sempre me preencheram.
Sou movido por resultados, reconhecimento e aplausos, mas
a cada dia isso não mais me satisfaz, estou perdendo minhas energias, esforço
-me para respirar... Não posso parar... Mas, como se diz, tudo tem um preço". 

Tipo 4: "Fico incomodado com algumas pessoas mais próximas que
me chamam de melancólica, mas no fundo elas têm razão. 
Sinto até uma certa inveja de quem se sente realmente amado e queri- 
do. Fujo para a minha criatividade e sentimentos. Assim como o amor que
sempre achei que recebo - muito pouco - é a minha respiração. 
Respiro um pouquinho e seguro mantendo o ar ao máximo retido. 
Para quem está próximo, a sensação é que eu nem respiro. 
 
Tipo 5: "Sinto dificuldade de reconhecer e manifestar meus 
sentimentos. Fico analisando o mundo e as atitudes das pessoas sem 
dizer nada, economizo até mesmo palavras. De uma maneira discreta, 
vou vivendo. Tenho dificuldade de perceber e sentir o meu próprio 
corpo, sou mais racional. Quando tenho dores de cabeça é o momento 
em que paro e dou mais atenção ao físico. Em relação a minha res- 
piração, tenho a sensação que me acostumei com pouco ar, sempre 
respirei de maneira muito discreta". 
 
Tipo 6: "Fico fechado para a vida, com tendência para abafar- 
-me diante das dificuldades do dia a dia. Sufocado pelo medo exage- 
rado, não tendo autoconfiança. Minha mente, sempre pessimista, fica 
borbulhando tragédias, projetando cenários negativos. Minha respira- 
ção e meu coração ficam acelerados, tenho angústia e dificuldade para 

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respirar. Minha cabeça parece que vai explodir, um tremor incontro- 
lável e tensão vão se espalhando por todo o meu corpo. 
Tipo 7: “ Sob estresse, minha cabeça fica pesada, parece que está fervendo,
sou tomado de muita ansiedade, sinto-me vazio e com 
medo. Racionalizo e tento planejar coisas prazerosas. Fujo
do sofrimento, agindo muitas vezes de forma superficial. Minha respiração 
fica travada, angustiada, como se o ar estivesse acabando. Uma sensa- 
ção real de morte". 

Com essas descrições, podemos ter um pouco 
ção do que assola cada tipo de personalidade e como a respiração vai 
se limitando, restringindo. Podemos confirmar a importância da to- 
mada de consciência do próprio padrão respiratório. 
Por meio da respiração consciente, obtém-se uma maestria 
pessoal tanto física quanto emocional, e até mesmo espiritual. Essa 
e uma ponte que ajuda a atravessar e superar momentos de estresse, 
depressão, problemas físicos, dores, doenças e, mais do que isso,
a promover a saúde integral. 
Associada ao conhecimento do Eneagrama, a respiração cons- 
ciente torna-se uma ferramenta que ajuda a trabalhar nossa personalida- 
de, flexibilizar padrões e aproximar-nos mais da nossa essência. Tornan- 
do-nos conscientes de toda a importância da respiração para uma vida 
mais saudável, podemos nos atentar quando a respiração está inadequa- 
da, o que interfere em todo o funcionamento do organismo. Apresento 
duas citações que vão evidenciar um pouco mais essas alterações: 
1. "(...) a respiração inadequada por um longo período de 
tempo impede uma ótima saúde do corpo e da mente. (...) quando 
respiramos com o tórax não permitindo que o abdômen se expanda, 
o ar é dirigido principalmente para as áreas superiores e médias dos 
pulmões. Porém, a gravidade faz com que o sangue no pulmão fique 
coletado mais no lobo inferior: assim, o dióxido de carbono não pode 
ser removido eficientemente (...) essa ineficiência faz com que o san- 
gue retorne aos tecidos ainda carregando uma quantidade de dióxido 
de carbono, o que interfere como metabolismo adequado das células... 
a respiração incorreta torna-se um hábito através dos anos, cada vez 
mais toxinas se acumulam no corpo, acarretando baixa vitalidade". 
(Self. RealizationFellowship). 
2. "Sabemos que é através de uma respiração completa que toma- 
mos contato com nossos níveis psicoemocionais mais bloqueados;
é fácil observarmos em nós mesmos, nas situações em que queremos evitar tai
s contatos, como reprimimos a movimentação do diafragma, superiorizan- 
do e restringindo o fluxo respiratório. A inibição da respiração é uma das 
mais imediatas, primárias e eficazes reações de defesa. Se entendermos 
a respiração é o elemento de ligação entre o corpo e a mente, somos 
levados a concluir que ela pode se tornar um excelente veículo para com- 
preendermos como eles funcionam. (OLIVEIRA, 2000). 
A respiração proporciona ao corpo, à mente e ao espírito que 
sejam nutridos de uma fantástica energia, muito sutil e poderosa. Essa 
energia recebe inúmeros nomes: força vital para os ocidentais, ki para 

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os japoneses, prana para os hindus, ou Chi para os chineses. Uma re- 
vitalização energética. Uma conexão com a nossa essência, uma maior 
proximidade e intimidade com o Criador. Um processo de integração 
com a nossa origem. Uma experiência profunda do sopro de Deus. 
Alguns autores relatam, de forma muito sensível e profunda, esta inti- 
midade com o amor e o sopro da vida: 
"O grande néctar da vida é a possibilidade de realizar o divino 
existe dentro de cada um de nós. O prazer de desenvolver a sua 
luz interior e realizar a beleza de seu ser transforma o homem na mais 
sublime explosão de paz e amor". (SHINYASHIKI, 1997). 
"Essa experiência intuitiva, direta de Deus, através da respira- 
ção humana, é muito rápida e profunda. O sopro da vida sempre foi 
um dos mais simples, mais diretos e poderosos métodos de purifica- 
ção espiritual". (ORR, 2001. p. 122). 
"Todas as línguas antigas usam a mesma palavra para a respi- 
ração e para designar a alma ou o espírito. Em latim, spiraresignifica 
"respirar" e spiritussignifica espírito; mais uma vez, reencontramos 
a raiz de ambas as palavras num único termo: “inspiração", que lite- 
ralmente, significa "inspirar" e assim está ligada inseparavelmente a 
respirar para dentro, ou seja, deixar entrar. Em grego, psychesignifica 
tanto "respiração" como "alma". Em sânscrito encontramos a palavra 
atman, na qual podemos logo ver o elo que a liga à palavra germâni- 
ca atmen(respirar). Na língua hindu, descobrimos também que uma 
pessoa que atingiu a perfeição é chamada de Mahatma". (DETHLEF- 
SEN; DAHLK, 2007, p. 109). 
Reconhecer este sopro de Deus a cada inalação proporciona, 
sem dúvida, maior intimidade e proximidade com o Criador. Coloca- 
-nos como irmãos de toda a humanidade que acolhe esse sopro que 
percorre todo o mundo sem distinção de credos, raças, línguas. 
O sopro simplesmente está! Convido cada um a posicionar a 
sua mão direita sobre o coração e permanecer conectado com a respi- 
ração de forma consciente, sentindo as batidas do seu coração, o pul- 
sar da vida, e perceber a perfeição da criação, o amor de Deus sendo 
expresso na criatura por meio deste pulsar a cada segundo. 
E necessário que experimentemos o amor de Deus; não é sufi- 
ciente conhecê-lo apenas no plano intelectual. É preciso ativar a inte- 
ligência do coração, ligando tudo numa união mútua. (ROHR, 2010. 
p. 68). 
Em hebraico, estar salvo, estar em boa saúde, é respirar ao lar- 
go, respirar bem e normalmente. Na tradição dos terapeutas de Ale- 
xandrina, uma pessoa está em boa saúde, está a salvo, quando ela res- 
pira com todo seu ser, quando a respiração não é interrompida por 
um bloqueio. Estamos, neste ponto, bem próximos à medicina chinesa 
porque, nesta perspectiva, a doença é um bloqueio, uma interrupção 
da energia. E o médico, pela acupuntura ou pela massagem, facilita 
que a energia circule novamente. Deixemos subirem as memórias 
que atingiram nosso coração, que o enfraqueceram ou que o fortaleceram, 
que impediram nossa respiração. Lembremo-nos também dos mo- 
mentos em que o sopro circulava com liberdade e felicidade em nós. 

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Dos momentos em que nos sentíamos levados pelo sopro. Em que 
não respirávamos mais, mas éramos respirados pela vida. Nosso cor- 
po guarda não só as cicatrizes das memórias negativas, mas também 
guarda as memórias positivas de beleza e felicidade. (LELOUP, 1998, 
р. 116-117). 
Imagine um aparelho de rádio ligado no último volume e, para 
piorar, fora da estação. Como incomoda essa chiada! Mas posso afir- 
mar com convicção que grande parte da sociedade está com essa chia- 
da, esse barulho insuportável, 24 horas por dia na cabeça. Que tal sin- 
tonizarmos esse rádio em alguma estação? Sintonize em uma estação 
preferência. Cada um tem um gosto, uma preferência quanto à 
estação de rádio, mas o importante é que a música, a sintonia, ocupe 
o lugar da chiada que incomoda. A respiração consciente traz músi- 
ca para nossa vida, ensina-nos a reger, criar maestria de nossa saúde, 
nosso físico e de nossa mente. Cada pessoa tem a sua estação predile- 
ta, mas o importante é estar bem sintonizado. 
Vou apresentar para vocês algumas práticas de respiração 
consciente: propriocepção diafragmática, respiração da expansão do 
amor e respiração conectada consciente. Cada pessoa, de forma bem 
livre, independente de tipo do Eneagrama, o mais importante é ser 
testemunha da própria respiração de forma consciente, escolha uma 
e tome posse praticando. Sem dúvida, vai ajudar a entrar em sintonia 
com você mesmo, com o Universo, com Deus. 

 
 
Propriocepção Diafragmática 
 
Na respiração diafragmático-abdominal, temos a expansão 
harmônica de toda a caixa torácica, sem excessos na região superior ou 
inferior, o que proporciona um melhor aproveitamento de toda a área 
pulmonar. Se você tem alguma dificuldade de respirar corretamente, 
ou deseja aumentar essa percepção da respiração diafragmática, essa 
prática tem esse como o seu maior objetivo. Você deve posicionar-se 
deitado de barriga para cima; coloque as mãos, um livro ou até mesmo 
uma pequena pedra na região abdominal. Toda a sua atenção deve 
estar focada no movimento do inspirar e expirar, sendo que, ao inalar 
o ar, ao inspirar, deve perceber o objeto utilizado subir acompanhando 
o movimento do abdômen e, ao exalar, soltar o ar, ela deve abaixar-se. 
Ele tem como função realizar uma propriocepção, dando maior sen- 
sibilidade para que a respiração ideal, diafragmática, possa ser reali- 
zada de maneira correta. Essa prática,
se realizada durante cinco a dez minutos diariamente, vai proporcionar-lhe, em 
poucas semanas, uma 
incrível mudança para melhor da sua respiração e, consequentemente, 
seus inúmeros benefícios. Deve-se colocar o objeto escolhido sobre a 
região da barriga, um pouco acima do umbigo e ficar atento ao movi- 
mento de subir e descer do objeto, associado a uma respiração suave, 
lenta e profunda. Sendo a inspiração realizada pelo nariz, já na hora 

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de soltar o ar, você pode ficar livre para soltar o ar pelo nariz ou pela 
boca. Passado o tempo sugerido dessa prática, sugiro que retire o ob- 
jeto e continue mantendo a mesma qualidade da respiração praticada 
de dois a três minutos. 
 
 
Respiração expansão do amor 
 
"Somos seres divinos com experiências humanas". Fui inspirado 
a criar essa prática de respiração após escutar a frase que acabo de men- 
cionar. Essa respiração é realizada da seguinte maneira: primeiramente 
coloque uma mão sobre o abdômen e a outra sobre o tórax, realize a 
respiração de maneira que, ao inspirar, puxar o ar, a mão que está sobre 
o tórax mova apenas um pouco, tendo a predominância da movimen- 
tação da mão que está sobre o abdômen. Desta forma, fica evidente a 
respiração adequada com a movimentação correta do diafragma. Você 
inspira, puxa o ar pelas narinas, com os olhos fechados, procurando re- 
conhecer o sopro divino, a essência de Deus presente na sua existência. 
Solte o ar pela boca, abra os olhos e procure enxergar e partilhar deste 
amor de Deus com tudo que está a sua volta, percebendo todas as be- 
lezas e desafios que Deus nos proporciona. Vá repetindo esse inspirar 
pelas narinas com os olhos fechados e expirar pela boca, soltar o ar com 
os olhos abertos durante uns cinco minutos. Ao final, permaneça algum 
tempo com os olhos fechados, percebendo a leveza da respiração. 
 

Respiração conectada consciente 
 
Uma simples e prática maneira de ter consciência da respi- 
ração, a chamada vinte conectadas, conecta com você mesmo, com 
o Universo, desfazendo traumas e proporcionando maior liberdade. 
Realize quatro respirações normais, seguidas de uma respiração longa. 
Repetindo esse ciclo quatro vezes, teremos as vinte conectadas. Vale 
ressaltar que não existe pausa entre o inspirar e expirar, essa respira- 
ção é um ciclo contínuo. O ritmo da respiração deve ser fluido, tenha 
consciência de que está respirando energia. Essa respiração deve ser 
realizada somente por uma via, pelo nariz ou somente pela boca. A 
seguir, o relato de alguns autores acerca de todo o poder da respiração 
e sua influência sobre o nosso estado emocional: 
"Vinte respirações conectadas podem ser praticadas quando 
você desejar, especialmente quando estiver tenso ou raivoso ou expe- 
rimentado outro drama emocional ou físico qualquer". (ORR, 2001, 
p. 127). 
"A respiração consciente proporciona direcionar o olhar para 
dentro de si, coloca em contato com recursos internos para abrir 
portas e encontrar caminhos. É muito mais do que visualizar dificuldades 
ou limitações, é sentir. Ser inspirado de forma fluida para uma vida 
mais plena, livre. A sua respiração chega ao mais profundo de você, ao 
mais íntimo do seu ser, onde estão as marcas de tudo que você viveu. 

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Observe que a sua respiração e a sua mente inconsciente estão recons- 
truindo. Deixe que a respiração vá digerindo acontecimentos ruins". 
(ROBLES, 2001). 
"(...) a respiração o vinculará a tudo e a todos. O ar que res- 
piramos nos une num todo, quer queiramos quer não. A respiração, 
portanto, tem algo a ver com "contato" e com "relacionamento". É a 
respiração que nos liga continuamente a tudo que existe". (DETHLEF- 
SEN; DAHLKE, 2007, p. 110). 
Harmonize-se com a sua respiração, com a sua personalidade e 
leve mais harmonia e essência ao mundo. Transforme a sua realidade. 
 
 

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