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ENEAGRAMA
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Instituto Apostólico Gênesis
Caminho novo
Para caminhar de um jeito novo!
Os centros
A energia
A sensação profunda
A ilusão de curar a ferida
O remédio
Cabeça (5-6-7): predomina a Inteligência Racional, como pre-
ponderância da energia racional, habilidade para observar,
analisar, refletir, tirar conclusões, optar, decidir, sintetizar. São
tipos que se retraem, mais frios e objetivos, carregando um
traço de medo.
Ventre (8-9-1): predomina a Inteligência Prática, a energia da
ação, como predominância do dinamismo, do impulso, da
agressividade como força. São tipos marcados pelo traço da hostilida-
de perante a realidade. Sua habilidade se manifesta no agir, na
praticidade, no fazer. O poder e o controle são traços comuns.
Como cada Tipo orienta a energia própria de seu centro
Coração (2-3-4)
Tipo 2 orienta a energia Emocional para fora, para fazer contatos,
para atrair a atenção dos outros, para seduzir...
ajudando, cuidando, absorvendo sentimentos e necessida-
de dos outros de forma extremamente sensível.
Tipo 4 orienta a energia Emocional para dentro, viven-
do intensamente os sentimentos e emoções, supervalori-
zando-as e dramatizando-as. Por isso a pessoa vive voltada
para si mesma, mergulhada no seu mundo de profundos
sentimentos. Por isso é altamente sensível.
Tipo 3 perdeu o contato com a energia Emocional. Ela
está presente (é um tipo sociável, que busca a atenção dos
outros, preocupado com a imagem que os outros têm dele, que
facilmente se sente ferido...), mas é normalmente blo-
queada. O bloqueio se agrava quando a pessoa está tensa
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ou em crise. Por isso a pessoa não percebe e não sabe lidar
com sentimentos e emoções.
Cabeça (5-6-7)
Ventre (8-9-1)
Tipo 8 orienta a energia Prática para fora, pois sua preo-
cupação é controlar-dominar o mundo à sua volta, trans-
formar-influenciar o que o rodeia. A agitação do Tipo 8 é
externa, levantando poeira por onde passa, pois sua ener-
gia é exteriorizada. Por isso também que sua agressividade
se externa de modo explícito, sem constrangimento.
Tipo 1 orienta a energia Prática para dentro, pois sua
preocupação fundamental é manter o autocontrole, domi-
nando suas emoções (sobretudo irritação). Por isso a pes-
soa se irrita com suas próprias imperfeições e mantém
padrões tão rígidos de autodisciplina interior, o que a faz
sentir-se moralmente "superior", “perfeita"...
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Tipo 9 perdeu o contato com a energia Prática. Ela está
presente ( lembremos da raiva anestesiada que explode em
determinados momentos ou que se manifesta pela agressi-
vidade passiva e pela teimosia), mas está bloqueada. O blo-
queio se agrava em momentos de tensão ou crise (e por
isso que nessas situações a indolência se agrava). E
por isso que o Tipo 9 é lento e demonstra certa apatia perante a
vida, sem garra, omitindo-se e acomodando-se.
Os Triângulos do Eneagrama
Triângulo Central – uma especificidade: Os Tipos 3-6-9,
que formam o triângulo Central do Eneagrama, são os
Tipos básicos de personalidade. Eles contêm implicitamen-
te os outros Tipos, pois concentram em si a energia própria
do centro que representam, embora essa energia esteja bloqueada.
Por não terem acesso à energia própria de seu cen-
tro, cada um desenvolve de forma compensatória a energia
própria de um outro centro: o Tipo
3 desenvolveu a energia Prática (por isso que se parece mais com um Tipo
de Ação); o Tipo 6 desenvolveu a energia Emocional (por isso
que é afetivo, próximo, serviçal); o Tipo 9 desenvolveu
mais a energia Racional (por isso pensa e duvida muito, é
confuso e observador-expectador).
Um outro Triângulo do Eneagrama se forma quando jun-
tamos os Tipos que orientam a energia própria de seu
centro para fora: 2-5-8. A preocupação desses Tipos se
up volta mais para o mundo que os rodeia, cada um dentro de
sua área de habilidades.
Um
outro Triângulo do Eneagrama interliga os Tipos que orientam a energia própria
de seu centro para dentro: 4-7-1.
Esses tipos vivem a energia própria de seu centro de modo interno,
por isso também mais intenso e menos perceptível externamente. A energia pr
ópria de seu centro é mais reprimida (é por isso que o Tipo 4 não se
relaciona tanto, o Tipo 7 não tem espírito crítico para per-
ceber o negativo e o Tipo 1 esconde a agressividade...).
Poderíamos dizer que, enquanto os três Tipos do Triângulo
Central concentram em si a energia própria de seu centro, embo-
ra esta esteja bloqueada, os Tipos do segundo Triângulo são os
Tipos do terceiro Triângulo voltados para dentro e vice-versa.
A sensação profunda que domina cada centro
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Em cada centro, permanece uma sensação profunda, ao
nível do mais inconsciente da pessoa, nascida daquela “ferida"
à volta da qual se estruturou a personalidade e que permeia as
motivações da pessoa. A sensação profunda é comum aos três
Tipos de cada centro, embora cada Tipo a viva com matizes
próprios e a ela procure responder de modo específico. É importante
lembrar que cada Tipo, ao seu modo, procura seconder
/evitar essa sensação e, inclusive, passar a imagem precisa-
mente do contrário!
Centro da Inteligência Emocional: há uma sensação profun-
da de "não ser amado", de carência afetiva. Por isso buscam
incessantemente atrair a atenção e o carinho dos outros.
• O Tipo 2 sente isso especificamente como carência afeti-
va, como sensação de não ser amado suficientemente...
algo como "eu sempre amo mais que os outros e os
outros sempre são mais queridos que eu"...
• O Tipo 3 sente isso especificamente como rejeição: ele se
sente rejeitado - recusado pelos outros (é por isso que
ele interpreta a menor crítica como sinal de rejeição).
• O Tipo 4 sente isso especificamente como "abandono",
inferioridade, desvalor... algo como “eu não presto, eu
perdi um grande amor, os outros têm o que me falta"...
Centro da Inteligência Racional: há uma sensação profunda
de incapacidade. As pessoas sentem que o mundo é comple-
xo, difícil, agressivo... e não se sentem capazes de o enfren-
tar. Por isso se retraem, fogem, recuam e se refugiam...
• O Tipo 5 sente isso especificamente como incapacidade
para entender o mundo e o que acontece ao seu redof.
Ele se sente despreparado para isso e por isso tem neces
sidade de pensar muito e aprofundar todas as coisas,
para assim se sentir capaz de enfrentar.
• O Tipo 6 sente isso especificamente como incapacidade
de enfrentar, de agir, de tomar decisões... e por isso sente
insegurança, desconfiança, medo... algo como “eu não
sou capaz, não vai dar certo, é perigoso"...
• O Tipo 7 sente isso especificamente como incapacidade
de resolver situações difíceis e encarar o sofrimento. Por
isso ele sente mal-estar perante o sofrimento e o evita,
pois isso desperta nele a sensação de incapacidade. O
mesmo se explicita também quando ele se confronta com
o desafio de aprofundar as coisas.
Centro da Inteligência Prática: há uma sensação profunda
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de insignificância. As pessoas sentem que os outros não as
valorizam e não as reconhecem suficientemente e por isso
elas sentem a necessidade de "provar" seu valor.
• O Tipo 8 sente isso especificamente como impotência,
fragilidade, pequenez... medo que os outros o pisem e
não respeitem sua vulnerabilidade. Por isso ele se arma
com a couraça da força e ataca para não correr o risco de
ser atacado.
• O Tipo 9 sente isso especificamente como desvalor, como
sendo desconsiderado, não importante... e por isso se
omite, se esconde, para não se expor e assim não sentir
essa dor no confronto com os outros.
• O Tipo 1 sente isso como não sendo reconhecido e valo-
rizado pelos outros... algo como "os outros não reconhe-
cem meu valor, não acreditam em mim... mas eu vou dar
a volta cima e hei de provar que sou importante".
Como cada tipo responde inconscientemente a essa sensação profunda
Essa sensação profunda que perpassa as motivações dos
Tipos de cada centro, é como uma ferida, como uma
chorando e reclamando o tempo todo. O adulto carrega essa
sensação profunda. Desde a infância, ele desenvolveu mecanis-
mos inconscientes para "calar" esse grito incômodo. Por isso
cada Tipo, na vida adulta, reage inconscientemente de modo
diferente a essa sensação profunda.
CORAÇÃO: no fundo, os Tipos deste centro buscam abafar
essa sensação profunda buscando o amor, a aprovação, o
aplauso, o elogio... dos outros. Ser amados pelos outros.
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• O Tipo 5 busca conhecimento, com a motivação de se sen-
tir capaz de enfrentar a realidade, na medida em que
entende profundamente. Acha que conhecendo, domina.
Isso lhe dá a falsa ilusão de se sentir seguro e capaz.
A solução é entender tudo.
• O Tipo 6 busca seguranças externas em pessoas, institui-
ções, ideologias, grupos, religiões, sistemas, normas,
regras...) que lhe sirvam de apoio. Apoiando-se nessas
seguranças externas, a pessoa tem a falsa ilusão de se sen-
tir capaz de enfrentar o mundo, tomar decisões e agir...
A solução é a segurança que vem de fora.
Tipo 7 recorre à criatividade, à imaginação, à fantasia...
com a motivação de desviar a atenção da sensação de
incapacidade. Isso lhe dá a falsa ilusão de se sentir capaz,
driblando as situações difíceis, dolorosas e desagradáveis.
A solução é a fantasia, o idealismo, a criatividade, as ma-
nobras de diversão...
VENTRE: no fundo, os Tipos deste centro lançam mão do
"fazer", para abafar a sensação de insignificância. Procuram
agir, fazer, controlar, dominar, influenciar, transformar... pa-
ra se sentirem importantes, valorizados, superiores.
Esse modo como cada Tipo, inconscientemente, busca responder
à sensação profunda que o acompanha... nunca resol-
ve o problema! Ilude o problema, durante algum tempo... mas,
na verdade, vai agravando a ferida e aumentando a sensação
profunda. No fundo, a pessoa acaba "dando de beber à sua dor"
Ela está fugindo dessa sensação profunda que a incomoda.
Evita sentir tudo isso novamente. Se afasta de tudo o que a faca
lembrar a sensação dolorosa. Mas isso permanece e aumenta!
No fundo, as pessoas buscam nos outros o amor que
falta (Coração); procuram na razão a segurança que não têm
(Cabeça); ou buscam na ação a importância que sentem não
ter (Ventre). Nunca os outros poderão preencher essa carência
afetiva! Nunca o conhecimento e a razão poderão dar a segu-
rança que falta! Nunca o que se faz poderá compensar a sensação
de insignificância!
Essa falsa orientação... além de agravar a ferida... acaba crian-
do uma sensação contínua de frustração: os outros nunca me
dão a atenção/amor que eu espero... e sou tentado a buscar isso
mais intensamente! O conhecimento, a razão, os planos, as
instituições, normas, pessoas e sistemas, nunca me dão a segu-
rança que deles esperava... e sou tentado a buscar isso mais
intensamente! O que faço nunca me dá o reconhecimento, a
importância e a valorização pessoal que eu esperava... e sou
tentado a buscar isso mais intensamente! Entramos aí num
ciclo vicioso... que nos leva a um beco sem saída!
É preciso romper esse ciclo doentio! É preciso mudar de
direção, caminhar de um jeito novo, por novos rumos!
O caminho de fundo que cada Tipo precisa percorrer e o
caminho de encontro à sua ferida!
Resgatar essa sensação profunda, percebê-la, experimenta- lá... deixa
que ela flua! Não fugir, não reprimir! Experimentar!
Deixar doer a sensação profunda! Acolher essa criança ferida que
chora dentro de você! Abraçá-la. Conversar com ela! Acei-
tá-la como companheira de caminhada... e aprender a cami-
nhar com ela pela vida! Isso se faz sobretudo no plano das sen-
sações, do sentir, do acolher os sentimentos... pois a ferida
também foi a esse plano!
Cuidar dessa criança ferida que chora e reclama dentro de
você! Só você pode cuidar dela! Só você pode curar feridas! O
que vem de fora nunca poderá curar! A cura está no seu cora-
ção e só você poderá administrar o remédio! Amar-se (Cora-
ção)! Desenvolver a autoconfiança (Cabeça)! Valorizar-se pelo
que é (Ventre)!
É assim... nesse caminho de volta ao encontro da ferida, que cada
pessoa se reencontrará consigo mesma, na aceitação
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livre daquilo que é! Fora disso... a vida inteira corre o risco de
ser fuga, fachada, ilusão...
Cada Tipo precisa fazer esse caminho! Ninguém poderá
fazê-lo no seu lugar!
O Tipo 2 precisa marcar encontro com sua carência afetiva, o
Tipo 3 com sua sensação de rejeição, o Tipo 4 com a sua inferiori-
dade; o Tipo 5 precisa encontrar-se com sua incapacidade de en-
tender a complexidade das coisas e abraçar o vazio que lhe ficou
da falta de manifestações afetivas na sua infância, o Tipo 6 precisa
marcar encontro com sua insegurança e desenvolver a autocon-
fiança como fé serena em si mesmo, o Tipo 7 precisa reconci-
liar-se com seu fantasma cerebral de medo e sensação ruim que a
experiência dolorosa da infância lhe deixou como uma sombra; o
Tipo 8 precisa sentar e abraçar sua fraqueza e fragilidade e mesmo
assim sentir seu valor como pessoa, o Tipo 9 precisa valorizar-se e
acreditar em si mesmo; o Tipo 1 precisa valorizar-se pelo que é e
acreditar que não precisa provar nada para ninguém!
Esse será o grande encontro da vida de cada um de nós! O
encontro conosco mesmos! O encontro com nossa realidade! O en-
contro com a verdade de nós mesmos! Só a verdade nos libertará!
Um outro encontro... capaz plenificar!
Nada do que é limitado poderá plenificar! Nada do que
limitado poderá saciar nossa sede de infinito!
Mas a experiência de ser amado de
forma absoluta e incondicional... essa sim, é capaz de plenificar!
Por isso, quando a pessoa faz a experiência pessoal e profunda de
ser amada por Deus... ela amadurece!
E essa experiência transforma radicalmente a pessoa. Quando
o divino toca profundamente o humano, algo de extraordinário acontece!
É esta a maravilha da encarnação!
A experiência de grandes santos nos testemunha essa rea-
lidade! Muitos deles nunca tiveram ao seu dispor instrumen-
tos psicológicos... mas pela experiência profunda e pessoal do
amor de Deus, atingiram estados de amadurecimento humano
inquestionáveis! Podemos lembrar São Paulo e Santo Inácio de
Loyola, São Francisco e Santa Tereza de Avila, São João da
Cruz, Oscar Romero, São Pedro... e tantos outros na vida de
quem o amor de Deus fez maravilhas!
Isso, porque o divino e o humano se encontram no mais
profundo de cada um de nós! E quando esse encontro se dá na
verdade do humano e do divino, sem que nenhuma das partes
se aliene ou seja reprimida... aí transborda a vida em toda a sua
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plenitude!
Haja cuidado, no entanto, para não se cair em dicotomias ou
dualismos que negam o humano, na experiência da fé! A expe-
riência de Deus acontece no mais profundo da verdade de cada
pessoa... lá, onde mora a fraqueza, a ferida fundamental de nossa
existência... lá, onde nossa condição de criaturas se faz explíci-
ta! Por isso Tereza de Avila terá dito que “o melhor caminho
para se chegar ao conhecimento de Deus, é através do conheci-
mento de si mesmo!" Assim, toda a espiritualidade que nega, des-
valoriza, esquece ou reprime o humano, além de ser “herética"
por negar a verdade fundamental da encarnação... nunca condu-
zirá a pessoa a caminhos de amadurecimento pessoal!
Terminamos lembrando a máxima de Leonardo Boff, quan-
do afirma que "o homem é o caminho para Deus e Deus é o
caminho para o homem!"
Como cada Tipo orienta a energia própria de seu centro
Cada centro tem sua energia predominante que poderíamos
propri chamar de "Inteligência" mais desenvolvida, a “Habilidade"
m prejerida. Essa Energia é comum aos três Tipos de cada centro.
No entanto, cada Tipo, dentro de cada centro, utiliza ou orienta
essa energia de um jeito próprio: para o exterior/para o
interior/tentando o equilibrio entre o interiore o exterior.
Orientação/utilização da energia própria do centro
Centro instintivo-prático
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Tipo 8 utiliza sua energia instintiva-prática voltada para o
exterior. Ele age
para ter impacto, controle e poder sobre o mundo que o rodeia .
Tipo 1 utiliza a sua energia instintiva-prática voltada para o interior. Ele
age para ter o controle sobre si mesmo.
Tipo 9 procura o equilíbrio entre a utilização voltada para
o interior e o exterior. Isso acabou paralisando a energia pró-
pria do centro. É por isso que o Tipo 9 age pouco.
Centro emocional
• O Tipo 2 utiliza sua energia emocional voltada para o exte-
rior. Ele percebe com muita sutileza as emoções dos outros e
procura ajudá-los.
• O Tipo 4 utiliza sua energia emocional voltada para o inte-
rior. Ele presta grande atenção às suas emoções e sentimen-
tos, supervalorizando-os e vivendo-os intensamente.
• O Tipo 3 procura o equilíbrio entre a utilização interior e ex-
terior da energia própria do centro emocional. Essa atitude
Ienc acabou paralisando a energia própria do centro. É
que o Tipo 3 tem muita dificuldade em perceber seus senti-
mentos e emoções.
Centro racional
• O Tipo 5 utiliza sua energia racional voltada para o exterior.
Ele quer compreender o funcionamento do mundo que o ro-
deia e acumula informações que lhe permitam entender cada
vez mais e melhor esse mundo.
O Tipo 7 utiliza sua energia racional voltada para o interior.
Ele imagina planos, faz projetos... para criar situações de vi-
da mais agradável e prazerosa.
• O Tipo 6 procura o equilíbrio entre a utilização interior e ex-
terior da energia racional. Isso acabou paralisando a energia
própria de seu centro. Por isso o Tipo 6 duvida de si mesmo,
dos outros e das suas próprias decisões.
Um desafio de crescimento
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• 8-2-5: O desafio de crescimento é redescobrir a interioridade,
entrar em contato com os sentimentos/necessidades/emo-
ções próprias.
Especificando...
• O engano do Tipo 3 é querer ir para fora de si mesmo, assumin-
do uma postura de ação. Mas essa não é a sua energia essen-
cial. Esse voltar-se para fora é fuga de sua essência, que está na
energia emocional. Ele fugiu dela por haver se sentido não-
amado. O crescimento acontece na viagem de retorno ao seu
interior, no reeencontro com sua energia principal (a energia
emocional) – percebendo seus sentimentos e emoções.
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sua energia principal. Esse movimento é a fuga de sua essên-
cia, que é a energia prática-instintiva. Ele fugiu dela
externamente foi muito cobrado e exigido e porque seu agir
externo o confrontou com suas imperfeições. Seu grande
potencial de energia acaba sendo gasto em coisas mesqui-
nhas, na luta por causas perdidas. O crescimento acontece
na viagem de retorno ao exterior, libertando sua energia prá-
tica do emaranhado rígido de sua repressão e censura inter-
nas, no reencontro com sua essência – a energia prática-ins-
tintiva, enfrentando a vida e a ação como um processo, com
uimperfeições e limitações próprias.
• 0 engano do Tipo 7 é querer voltar-se para de dentro de si
mesmo, refugiando-se no mundo de sua imaginação, perden-
do-se em mil planos agradáveis e prazerosos, nas suas raciona-
lizações e idealismos. Mas essa não é a sua verdadeira energia.
Esse "refugiar-se" no mundo da imaginação e da fantasia é uma
utilização desvirtuada de sua verdadeira energia. Ele fugiu dela
nor ter experimentado um grande medo na infância... e por isso
sente rejeição ao refletir sobre si mesmo e sobre o mundo,
tendo medo da profundidade, onde "espreita o fantasma cere-
bral" do medo que ficou como sombra dessa experiência dolo-
rosa do passado. O crescimento. se faz pela reorientação dessa
energia: em vez de aliená-la no campo da imaginação – que serve como "fuga
da realidade" difícil, conflituosa e marcada
pelo sofrimento - é preciso canalizá-la de volta ao campo racio-
nal, no sentido de refletir, entender, analisar, aprofundar... o
conhecimento sobre si mesmo e sobre o mundo que o rodeia.
. o engano do Tipo 4 é voltar-se para dentro de si mesmo, mer-
gulhando no mundo de seus sentimentos e emoções feridas.
Embora a energia emocional seja a sua energia predomi-
nante, ele acaba usando essa energia contra si mesmo, super-
valorizando, exagerando e dramatizando o mundo de seus
sentimentos. Essa seria uma fixação "doentia", masoquista , nos seus
sentimentos machucados e essa orientação da ener-
ligia principal, faz com que este Tipo tenha dificuldade no rela-
cionamento, pois acaba não tendo disponível para tal a sua
Senergia. O crescimento se faz pela reorientação de sua ener-
-ugia principal: em vez de aliená-la no “remexer de suas feridas"
- é preciso canalizá-la para o relacionamento interpessoal,
para o agir externo, para a concretização de suas intuições.
• O engano do Tipo 8 é fixar-se fora de si mesmo, concentrando
ol sua energia na ação. Embora essa seja sua energia central, e
assim se manifeste seu potencial, ele foge de sua interiorida-
de, esquecendo seus sentimentos e emoções. Essa fuga acon-
tece pela não-aceitação de seus sentimentos e emoções, que
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constituem o núcleo frágil não-trabalhado, nascido de uma
sensação de insignificância. A fuga deste núcleo, que leva a
fixar-se no agir, gera a marca de insensibilidade que permeia
seu jeito de agir. O crescimento se faz pelo equilíbrio: man-
tendo a orientação externa de sua energia principal, fazer a
viagem de volta ao seu interior, entrando em contato com
seus sentimentos e emoções, aprendendo a lidar com eles,
aceitando-os e manifestando-os - para assim conseguir
controle interno de si mesmo.
• o engano do Tipo 2 é fixar-se fora de si mesmo, orientando
sua energia para perceber e satisfazer as necessidades do
outros. Embora esta seja sua energia principal, e assim
manifeste seu potencial, ele foge de sua
interioridade,
esquecendo seus sentimentos, necessidades e emoções. Essa fuga acontece
pela experiência de ser mal-amado, pela carência afetiva que isso gerou e pela
repressão de sentimentos que
aparece como solução para, sentindo-se livre de suas neces
sidades próprias, satisfazer as necessidades dos outros, para
assim atrair carinho e atenção. O Crescimento se faz pelo
equilíbrio: mantendo a orientação externa de sua energia
principal, fazer a viagem de volta ao seu interior, entrando
em contato com seus sentimentos e necessidades, aprenden-
do a satisfazê-las, pedindo e aceitando ajuda para tal - para
assim experimentar "amar-se e ser amado", no sentido de
preencher sua carência essencial.
• O engano do Tipo 5 é orientar a sua energia apenas para fora
de si mesmo. É querer compreender tudo o que está à sua
volta... e deixar de lado a tarefa de se compreender, de enten-
der seu vazio interior. Embora essa seja sua energia princi-
pal, e assim se manifeste seu potencial, ele foge de seu vazio
interior, deixando de lado seus sentimentos e emoções, por
experimentar uma sensação de incapacidade que gerou
medo e bloqueou a capacidade de lidar com o seu mundo
interior. Ele quer entender tudo e todos... mas não se preo-
cupa em se entender a si mesmo, pois sua energia está orien-
tada exclusivamente para fora. O crescimento se faz pelo
equilíbrio: mantendo a orientação de sua energia racional
para o exterior, buscar também o contato com seu vazio inte-
rior, analisando seus sentimentos e emoções, entendendo
suas atitudes e reações, refletindo sobre si mesmo – para
assim redescobrir seu valor e suas capacidades, no sentido de
compensar sua sensação de incapacidade.
-
Os três modos de comportamento
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Lá pelas brumas da formação da personalidade, cada um de nós
se fixou em um determinado comportamento ou postura perante
o mundo e as pessoas que o fazem. Essa postura nos “pareceu
mais segura, com mais garantias de aceitação... a gente “achou
que se daria melhor deste jeito" e, inconscientemente, essa
"opção" acabou perdurando e influenciando nossa vida!
Para explicitar esta realidade, podemos dividir os Tipos do
Eneagrama em três subgrupos, de acordo com a atitude
ou postura que os caracteriza perante a vida: Agressivos,
Condescendentes, Retraídos.
Tipos Agressivos: 8-1-3
Eles agem contra o mundo. Desafiam, encaram, arriscam,
acreditam. São Tipos muito autoconfiantes e positivos. O desa-
fio de crescimento para estes Tipos passa pelo caminho rumo
a se tornarem mais condescendentes.
Tipos Condescendentes: 2-7-6
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Toda a pessoa tem três instintos fundamentais: Instinto de
Preservação, Instinto Social e Instinto Sexual.
Estes instintos não podem ser confundidos com os tres
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•O Instinto Sexual preocupa-se com a qualidade da relação
íntima ou com a quantidade de relações íntimas. Esta relação
íntima não significa necessariamente relação ao nível sexual
mas sobretudo o relacionamento com uma única pessoa. O
Instinto Sexual está baseado na noção de intimidade e acre-
dita que apenas uma relação íntima pode fazer a pessoa viva
e completa. Este Instinto leva a pessoa a preocupar-se com o
poder, a sedução, a paixão e a rivalidade amorosa. Saber
como atrair e influenciar o outro é uma questão vital. A ima-
gem que o parceiro dele faz, é uma questão central para
aquele que vive sob o domínio deste instinto. Há um medo
grande de não ser desejado.
Quando predomina este Instinto, a pessoa se identifica com a
relação que tem com o outro, tem medo de não ser desejável,
sempre se pergunta se é ou não atraente e desenvolve atitu-
des de promiscuidade ou de abstinência.
Tipo 1
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não ser necessariamente de caráter sexual. Normalmente é
pessoa considerada provocante e procura o contato físico
Seu jeito de seduzir é agressivo e fará de tudo para eliminar
os obstáculos ao relacionamento que procura estabelecer.
Sente certo orgulho em ser o favorito, o confidente fiel, aquelê que
sabe lidar com os casos difíceis. Sente que tem vários
"eus" e geralmente tem grande número de amigos.
Tipo 3
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abandonar-se ao destino. As vezes, essas atitudes são formas
de punir os outros. Viver por um fio... traz sentido e intensi-
dade a uma vida que, de outra forma, pareceria banal. A inve-
ja pode manifestar-se também como luxo. A pessoa pode igno-
rar necessidades básicas de sobrevivência para seguir um
sonho. O esquema básico da pessoa é: querer, conseguir, des-
truir... e esperar que isso seja novamente interessante.
•Subtipo Social: sente vergonha. Gostaria de pertencer a grupos
sociais, mas sente não estar à altura e tem medo de ser rejei-
tado
por causa de sua aparência ou de seus defeitos internos,
sentindo-se envergonhado por isso. As vezes, mostra uma
aparência de charme, para atenuar ou disfarçar esse senti-
mento de rejeição. Sentimentos de baixa auto-estima, geral-
mente baseados em perdas do passado, mantêm a ilusão de
que as outras pessoas dominam e desfru as coisas que faltam para ele. A
pessoa pode atacar-se a si mesma. Desen-
ve uma sensibilidade especial para detectar sinais de rejeição por parte dos
outros.
Subtipo sexual: É competitivo. Quer assumir um papel único e relevante na
vida das pessoas com quem se relaciona.
Isso se acentua nas relações íntimas. Sente-se concorrendo co
outras pessoas e teme que seu parceiro prefira outros relacio
namentos. Algumas pessoas deste subtipo vivem pulando de
relação em relação, assumindo máscara de "conquistadores"
Sentem atração ainda maior por uma pessoa, quando ela já
está "comprometida". A competição pode transformar-se em
ódio. Há a necessidade de reduzir o valor dos outros, para
inconscientemente reduzir a própria inveja. A competição
torna a pessoa agressiva, difamando os concorrentes intensa-
mente. Quer atenção especial de pessoas especiais. Mentores
e símbolos notáveis são atraentes. A plebe não interessa,
desde que a realeza esteja do seu lado. Pode ser particular-
mente agressivo com quem o rejeita.
Tipo 5
• Subtipo de Preservação: preocupa-se com segurança pessoal,
isolamento e privacidade. Dá muita importância à necessida-
de de se retirar para um lugar bem privado onde se sente
seguro para pensar e recarregar suas baterias. Orgulha-se de
sobreviver com muito pouco. Independência significa ter um
lugar para onde se retirar. Acumula para garantir sua inde-
pendência e liberdade. Pode ser sovina, mesmo em tempo
fartura. Pode sentir prazer na abstinência.
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Subtipo Social: valoriza muito seu curriculo, titulos, diplomas..
Pertence a grupos por causa do conhecimento: é ele que leva o
conhecimento a esse grupo ou vai buscar conhecimentos em
alguém desse grupo. Gosta de mostrar seus conhecimentos sem
precisar de os partilhar com os outros e por isso se esconde
atrás de títulos, diplomas ou rótulos. Há interesse por ideias e pessoas que
influenciam a cultura. Sente atração por sistemas que explicam o
comportamento humano. Conhecer é poder e precaver-se é armar-se contra os
imprevistos. Informação exclusiva é um tipo de proteção.
• subtipo Sexual: gosta de confidências. Partilha idéias e confi-
dências com a pessoa que lhe é mais próxima. Geralmente
isso acontece apenas com uma única pessoa, em quem
sente que pode confiar totalmente. O resto da relação com
essa pessoa è expresso normalmente de forma não-verbal. É
fundamental conservar a privacidade das relações por meio
de ligações emocionais separadas umas das outras. Isso
pode gerar uma avidez de encontros breves, intensos e alta-
mente significativos. Entre as pessoas com quem eles se
entendem, estão o conselheiro íntimo, o momento pessoal,
o caso secreto de amor. A pessoa sente-se atraída para a
expressão sexual como uma contrapartida do intelectualis-
mo. A solidão é um subproduto do isolamento e, por isso, a
pessoa acaba se cansando de sua própria mente. A pessoa
censura muito a sua relação íntima: quando uma intimida-
de se torna pública, isso é terrível.
Tipo 6
Subtipo de Preservação: manifesta cordialidade. Expressa
muito calor humano, quase parecendo um Tipo 2. Seu obje-
capaz de
rebaixar-se aos olhos dos outros para conquistá-los. O medo
desaparece na companhia dos amigos e a pessoa se sente
relaxada com aqueles que a aceitam e essa aceitação precisa
ser continuamente confirmada. Facilmente perde a fé nas
tivo é proteger-se dos outros, desarmando-os. É
сарaz
outras pessoas, por causa de sua desconfiança e imaginação
poderosa. Quando é amigo, aproxima-se das pessoas,
desar-
ma-lhes a raiva e dá apoio, tomando o partido delas. Gosta
de agradar aos outros apenas para sentir-se em segurança.
Subtipo social: é cumpridor de dever. Preocupa-se em cumprir fielmente seus
deveres em qualquer situação e em qualquer que seja o tipo de
relacionamento. Muitas vezes tem tendência a ser conservador, sobretudo em
relação as regras e obrigações sociais. A pessoa se sente segura e aceita pelo
23
grupo quando cumpre as regras. Tem capacidade de enco
jar os outros nos momentos dificeis e pode agir como heré:
numa reviravolta. O chamado do dever é crucial para o Seis.
Subtipo Sexual: busca uma imagem de força e beleza. Procura
combater a insegurança mostrando força. Gosta de se relacio.
nar com pessoas fortes e ser apreciado por elas. Pode desafiar
os perigos que mais o assustam. Sente-se atraído pela beleza.
Os homens têm tendência a ser machistas e as mulheres geral-
mente manifestam sua força pela sedução. A postura de poder
é expressa no cultivo da beleza e da força física, na manuten-
ção de uma série de relações amorosas ou de um intelectualis-
mo dominante. O medroso pode sentir-se poderoso se os outros
o acham forte, bonito, sensual e inteligente.
Tipo 7
• Subtipo de Preservação: é tribal. Gosta de pertencer a um
grupo de pessoas que partilham das mesmas convicções e
ideais e com as quais se sente bem. Esse grupo pode ser a
família ou qualquer outro grupo que a pessoa assume como
se fosse a sua família. E muito fiel às
pessoas
desse
grupo.
• Subtipo Social: sacrifica-se pelos outros. E muito idealista e por
isso é capaz de se sacrificar pelos outros, especialmente pela
sua família. Embora isso limite suas aventuras e prazeres, ele
acredita que logo estará disponível para curtir a vida, junto com
os outros pelos quais se sacrificou. Sacrifica o prazer imediato
para materializar um sonho futuro. As vezes não agüenta esse
ritmo de "sacrificios" e se comporta de modo irresponsável.
grupo, tenta passar a imagem de uma pessoa muito iguali-
tária. Nivela a autoridade: nenhum líder e nenhum seguidor.
Gosta de ter companhias estimulantes enquanto realiza ativi-
dades que também poderia fazer sozinho.
. subtipo Sexual: relacionamentos instáveis. Vive fascinado. Suas
relações são curtas e pouco envolventes, pois está sempre bus-
cando novas experiências. Nos relacionamentos gosta de par-
tilhar experiências, projetos e planos e sua fantasia e imagina-
ção se tornam mais importantes que a própria realidade. A
gula por relacionamentos íntimos excitantes manifesta-se no
charme pessoal. Há um ímpeto pela primeira atração. A pessoa
faz amizades com grande facilidade, adora informações novas
e é livre de preconceitos. Tem dificuldade em optar por um
único relacionamento e em permanecer fiel a ele.
24
Tipo 8
• Subtipo de Preservação: meticuloso com a sobrevivência. Preoculpa-se
muito em controlar seu meio ambiente nos mínimos
detalhes, que garantem segurança e satisfação das necessida-
des básicas. Quando um desses detalhes falha, acha que tudo
pode desabar. Controla seu espaço, seus pertences e seu
suprimento de conforto material. A satisfação depende de
suprir as necessidades simples da vida. Para garantir seu con-
forto, a pessoa previne-se de forma cautelosa, pensando em
todos os detalhes.
• Subtipo Social: procura relações de proteção mútua. Busca relacio-
namentos amigáveis onde ele protege os outros e espera ser pro-
tegido. Os outros que se situam fora desses relacionamentos,
são considerados "inimigos". Bons momentos são enaltecidos
por bons amigos e a amizade é a maneira de relacionar-se por
meio de alianças comprovadas, que também se constituem
como um canal seguro de informações. As vezes, a pessoa é
solitária, irritável e agressiva, evitando contatos sociais.
Subtipo Sexual: é possessivo. Quer controlar a relação e espe-
ra que a outra pessoa lhe seja inteiramente dedicada. Testa o
relacionamento, para saber se pode ou não confiar. Quando
confia totalmente, deixa-se envolver e renuncia à necessida-
de de sempre ter o controle. Pode tornar-se extremamente
possessivo: quer saber de tudo, e todos os segredos devem
ser compartilhados. Geralmente a pessoa se torna lasciva no amor e
dominante nos negócios e as outras pessoas a vêem como
rival implacável. No relacionamento, a luta pelo controle é
interessante e vencer pode extinguir o interesse.
Tipo 9
• Subtipo de Preservação: anestesia-se de forma gulosa. Tem
tendência a procurar excessos de comida, álcool, distrações...
como forma de se anestesiar, evitando reconhecer suas raivas
ou escapando de conflitos que o incomodam. É a busca de
fontes secundárias de gratificação. Ceder ao apetite é uma
forma de êxtase, sem que a pessoa perceba que está desvian-
do a atenção do essencial.
Subtipo Social: é um “maria-vai-com-as-outras". Gosta de se
juntar a um grupo e deixa-se levar pela onda, pela tendência
do grupo, embora não se envolva verdadeiramente com o
grupo. Alguns, para evitar o conflito participação x não-en-
volvimento, evitam participar de grupos. A ambivalência é
25
uma constante.
• Subtipo Sexual: busca união completa. No relacionamento ín-
timo, procura uma fusão ou identificação total com a outra
pessoa, ao ponto de não saber distinguir as suas necessida-
des das necessidades de seu parceiro. Só entende a relação
como algo durável. Procura esse tipo de relação e pode mos-
trar-se inconstante e indeciso nessa busca, ficando confuso
entre vários parceiros. A união é a sensação de ter uma vida
em comunhão com outra pessoa. Isso pode chegar ao ponto
de incorporar à sua vida a vida de uma outra pessoa. O par-
ceiro corre o risco de tornar-se também a razão da própria
o existência deste subtipo.
Como cada Tipo se comunica...
A pessoa que fala não é independente da pessoa que é! O que a
pessoa diz é manifestação do seu pensamento, do seu jeito de ser.
Entender o jeito de falar de cada pessoa e adaptar-se a ele quando
conversamos com ela, significa respeitar sua personalidade.
Entender o jeito de falar de cada pessoa e adaptar-se a ele quando
conversamos com ela, significa respeitar sua personalidade.
Cada pessoa é diferente, mas há pontos comuns entre as
pessoas do mesmo Tipo. Quando tomam a palavra, as pessoas
manifestam muito as tendências do seu Tipo.
Tipo 1
A comunicação do Tipo 1 é a manifestação da sua
busca de perfeição e de superioridade moral. Ele
afirma com autoridade o que é correto ou o que está errado.
Diz o que é preciso fazer, tanto para si mesmo como para os
outros. É detalhista, às vezes mesquinho e escrupuloso. O seu
tom de voz normalmente é medido no ritmo e no volume.
Gesticula muito pouco. A primeira vista, pode dar a impres-
são de que a pessoa deste Tipo tem convicção absoluta do que
está dizendo ou até um sentimento de superioridade; no
entanto, isso é apenas aparência, pois no fundo a pessoa tem
um medo permanente de se enganar, o que a leva a duvidar de
si mesma. Seu tom de voz é moralista e de censura, às vezes
ansioso. Normalmente, com as pessoas mais "estranhas" a fala
é cordial, de uma simpatia forçada para agradar e dar a ima-
de uma pessoa “boazinha"... enquanto para os mais pró-
ximos o tom é de ressentimento, de lamentação, de desabafo,
de recriminação e de censura, o que pode tornar a fala estres-
26
sante para seus ouvintes.
Tipo 2
A pessoa deste Tipo se interessa pelo outro, infor-
mando-se sobre ele, parabenizando-o, dando-lhe
ajudas e sugestões. Fala calorosamente, com voz modulada,
quase rápida. Sorri continuamente e espontaneamente. Cria
proximidade com o interlocutor. Muitas pessoas deste tipo
8ostam de tocar fisicamente a pessoa com quem falam. Normal-
mente ressaltam o próprio pensamento com muitos gestos.
Quando alguém fala com elas, as pessoas deste Tipo escutam
e prestam muita atenção. Seu tom de voz é também meloso, às
vezes "choroso", como se a pessoa estivesse se lamentando...
como uma forma de atrair atenção, colocando-se como vítima, embora isso se
misture com uma fala desenvolta e aparentemente segura.
Tipo 3
É a pessoa que faz propaganda de si mesma, de
seus produtos, de suas idéias e de seus desejos... o
que é quase tudo a mesma coisa. Considera a pessoa que fala
com ele como um cliente e por isso tenta ser persuasivo. Cria
proximidade com o ouvinte, procurando ser afetuoso e simpá-
tico, tratando-o de forma bem pessoal e até íntima, às vezes até
usando diminutivos carinhosos do nome. Sorri e enfatiza sua
ideias gesticulando muito com as mãos. Fala muito de seus
sucessos. Normalmente fala rápido, pois tem pressa para reali-
zar algo. Quando a ouvimos falar, temos a impressão de que
essa pessoa está vendendo alguma coisa... e na realidade está
tentando se vender a si mesma! O tom de voz é o mesmo dos
comerciais de televisão ou de rádio, usando frases de impacto,
slogans, fazendo comentários exagerados, "carregando nas cores"
para que a afirmação cause efeito.
Tipo 4
A sua fala manifesta a instabilidade de suas emoções.
Seu tom de voz é muito vulnerável, oscilando entre
a franca alegria e a lamentação, mas sempre dramatizando a
expressão do que está sentindo. O seu estado emocional tam-
bém se expressa nas mímicas, gestos, proximidade... e também
esses indicadores não-verbais podem ir de um extremo ao outro
em pouco tempo. Normalmente, a fala deste Tipo é marcada
por silêncios profundos, carregados de sentido. Sabe escutar os
outros de forma atenciosa e benevolente. Há um toque de liris-
mo no tom de voz do Tipo 4: a pessoa fala como se estivesse
sonhando, andando nas nuvens, vendo o mundo com óculos
cor-de-rosa, declamando poesia... ou então, coloca na voz O
27
seu derrotismo, pessimismo, revolta e deboche em relação a
tudo e a todos...
Tipo 5
Expoe ideias, teorias, hipóteses, como se fossem
pequenos tratados. Exprime-se com precisão. As
vezes é lacônico, fala pouco, como se estivesse sonegando in-
formação. Usa termos abstratos e gerais. É teórico, fala de idéias
e não exprime emoções. Sorri pouco e quase não gesticula.
Guarda distância entre ele e o ouvinte. Durante a conversa, seu
tom de voz permanece inalterado, frio, discreto, impávido e
sereno, mesmo que seja provocado e atacado ou mesmo quan-
do é elogiado e recebe demonstrações de afeto e carinho.
Geralmente fala em tom baixo e se irrita quando lhe pedem para falar mais alto.
Presta muita atenção, ouve pacientemente e quando fala, geralmente é para
sistematizar, resumir,
tirar conclusões.
Tipo 6
Seu discurso é analítico, mas seu tom de voz é ca-
loroso com as pessoas de seu grupo, com quem se
sente seguro e à vontade. É reservado, prudente e distante com
as pessoas de fora. Gesticula pouco. Fala sempre dos inconve-
nientes relativos à situação que está sendo analisada. Quando
expõe um projeto, fala dele com calma e prudência, de forma
discreta, de modo a sentir-se seguro quanto aos riscos que ele
pode acarretar. Evita afirmações que possam causar rejeição
grupo e, até mesmo nos momentos mais agressi-
vos, geralmente evita ir muito longe. Quando se abre muito e
fala de forma mais descontraída... é capaz de se calar de repen-
te, achando que já foi longe demais. As vezes, o tom de voz é
inseguro, nervoso, tímido... como se a fala custasse a sair, o
que expressa a insegurança interna. Geralmente seu discurso é
limitante, como se estivesse sempre podando a fala do outro,
colocando barreiras e limites: "Cuidado com isso", "não mexa
com isso", "isso é muito perigoso", "isso pode não dar certo"...
Tipo 7
Gosta de falar e geralmente fala muito. Fala sobre-
tudo de coisas agradáveis. Adora contar piadas,
histórias, fatos engraçados, que ele mesmo enfeita e recheia de
forma interessante. É tagarela, mas fala muito pouco de emo-
ções. Geralmente, seus papos são demorados e sempre tem
assunto. Faz muitas perguntas, coloca muitas hipóteses e
28
expressa suas idéias logo que estas surgem na sua
cabeça. Tenta
encantar o ouvinte. É sorridente e gesticula muito. Apega-se
muito às pessoas. É o “papagaio" do Eneagrama, fala barato,
alguns riem e dão gargalhadas continuamente. O falar muito geralmente é uma
forma de substituir a ação ou de salvar a
própria pele. A fala é muitas vezes, para o Tipo 7, um meio de enrolar" ou dar a
volta nas pessoas. Seu tom de voz é expressivo, engraçado, sabe imitar com
facilidade, comunica alegria.
Fica inseguro e sua voz é capaz de tremer, quando tem de fale
de assuntos que causam sofrimento ou quando è questionado
e encostado na parede. Ás vezes sua raiva e insegurança se expressam no
tom de deboche com que ridiculariza os outros e as situações.
Tipo 8
Fala forte, "curto e grosso", com autoridade e con-
fiança. Gosta de dar ordens e é direto. Gosta de
dizer o que acha justo e injusto, o que é bom para você e o que
não é. Pode ser muito violento e pode usar uma linguagem
enérgica. Mantém certa distância de seus interlocutores. Está
convencido de que tem razão e mostra sua superioridade. Seu
tom de voz dá impressão de que está sempre brigando ou lu-
tando por alguma coisa... pois é assim que encara a vida inter-
namente. Usa muito os imperativos e tem um estilo de falar
provocante, que mexe com as pessoas. Esse estilo provocante,
que às vezes assume um disfarce de humor, pode servir à moti-
vação de se aproximar e fazer contato, ou pode expressar uma
agressividade e vingança, para "dar o troco" ou passar na cara
dos outros "certas verdades que merecem ouvir".
Tipo 9
Fala de assuntos agradáveis e evita temas que pos-
sam gerar conflito. Fala mais acerca dos outros do
que a respeito de si mesmo. Sua voz é calma e normalmente
pouco modulada. Tem tendência a falar durante muito tempo
sobre coisas sem grande importância. Prende-se muito a deta-
lhes e se arrasta em divagações. Sem razão aparente, muda de
assunto e pouco depois volta ao mesmo. Gesticula pouco e
sabe escutar com atenção e empatia. Seu ritmo de voz normal-
mente é lento e arrastado. Dá muitas voltas para chegar onde
quer em suas conversas. As vezes dá a impressão ao seu inter-
locutor de que não está prestando atenção... mas, no fundo, a
questão e que o lipo 9 consegue prestar atenção a várias coi-
sas ao mesmo tempo.
29
O que motiva cada Tipo.
Cada Tipo do Eneagrama representa um jeito próprio de prestar atenção, uma
sensibilidade específica, um
conjunto
de motivações bem claras... Conhecer cada Tipo significa
conhecer aquilo que é mais significativo, mais atrativo, mais motivador para as
pessoas desse Tipo de personalidade.
Assim, diremos que há determinadas coisas que motivam mais cado
um dos Tipos de Personalidade. Conhecer essas motivações pode
ser um bom instrumento de trabalho no tocante ao relacionamento:
sabemos o que "faz a cabeça" de cada Tip0, sabemos o que mais
desperta interesse nele, sabemos o que mais o entusiasma
Tipo 1
Sente-se motivado e trabalha com convicção,
do as tarefas que lhe são atribuídas estão claramen-
te definidas, quando ele sabe o que se espera dele, o que com-
pete, como deve começar e como se espera que termine. A
motivação é ainda maior quando as tarefas estão ligadas a valo-
res fortes e especialmente quando a justiça está em causa.
Grandes causas e causas nobres! Tudo o que signifique melho-
rar algo... entusiasma a pessoa deste Tipo e essa motivação
aumenta quando ela sente poder melhorar a si mesma! Há um
grande potencial de energia que se mobiliza quando grandes
ideais estão em jogo! Por isso, a pessoa deste Tipo precisa sem-
pre ter ideais fortes para perseguir... se assim não for, a sua
grande energia vai-se perder em coisas mesquinhas...
Tipo 2
Sente-se motivado quando a sua ação traz algo de
positivo para os outros, quando é útil para alguém.
Ele se sente ainda melhor quando conhece a pessoa ou as pes-
soas que vão se beneficiar de seu trabalho. A motivação
aumenta ainda mais quando esse alguém é uma pessoa
influente! Um ambiente de calor humano incentiva a pessoa
deste Tipo: as relações interpessoais, a empatia, a manifestação
de carinho e de gratidão... são fundamentais. "Preciso de sua
ajuda" é a palavra mágica que mobiliza uma pessoa deste Tipo:
desde que haja o devido cuidado para que isso não seja utiliza-
do como meio para explorar a boa vontade da pessoa e tirar
proveito de sua generosidade... essa pode ser uma grande estratégia de
relacionamento.
30
Tipo 3
É atraído por todo o tipo de trabalho que possa
contribuir para melhorar a sua auto-imagem e a
imagem de seu grupo, empresa, família... Sente-se estimulado
quando Ihe pedem para ser eficiente e rápido num contexto
difícil e competitivo. Sente-se ainda mais incentivado quando
Os êxitos obtidos merecem sinais de reconhecimento que pos-
sam ser exibidos. E muito sensível às formas de incentivo ao
trabalho, como por exemplo, prêmios, promoções, brindes...
Qualquer desafio é um estímulo para as pessoas deste Tipo,
desde que vejam nele uma possibilidade concreta de êxito.
Colocar desafios, mexendo com o "brio" pessoal e a auto-esti-
ma do Tipo 3, é uma estratégia motivadora.
Tipo 4
Sente-se motivado e dá o melhor de si quando tem
oportunidade de proporcionar uma contribuição
original e pessoal. Gosta que as suas tarefas envolvam a sua
sensibilidade e que tenham algo de profundo, de estético, de
simbólico. O ambiente de calor humano, sensível e respeita-
dor, é também decisivo para a motivação das pessoas deste
Tipo. Sente-se ainda mais motivado quando seu trabalho con-
tribui para desenvolver o que cada pessoa tem de particular e
de fragilidade. A liberdade durante a fase de execução dos tra-
balhos é condição fundamental para que a pessoa vibre e entu-
siasme-se com as tarefas.
Tipo 5
Sente-se motivado com qualquer tarefa que lhe
dê oportunidade de utilizar sua capacidade de
observação, de raciocínio e de análise. Uma certa dose de
competição intelectual pode estimular a pessoa deste Tipo.
Gosta de ambiente de trabalho tranqüilo e discreto, sem
pressão de tempo e de resultados, onde possa desenvolver as
tarefas no seu ritmo próprio, indo ao fundo das questões. É mais atraído pelas
atividades autônomas, que ele pode realizar sozinho. É capaz de manter a sua
motivação durante longos períodos, concentrando-se numa tarefa quando tem
certeza de que isso é importante.
Tipo 6
Sente-se motivado quando trabalha por uma boa causa e sobretudo quando
faz esse trabalho com
um grupo de pessoas que ele julga leais e nas quais confia.
Gosta também que as tarefas e responsabilidades estejam bem
definidas e que as regras do jogo sejam bem claras. Tradições e
valores que signifiquem segurança também estimulam as pes-
31
soas deste Tipo. Tarefas que pressupõem análise, reflexão.
incentivam também o potencial destas pessoas. A tranqüilida-
de do ambiente, um clima de calor humano e de
ameaças, pressões e desconfianças, ajudam muito a estimular
as pessoas deste Tipo. Sentem-se bem colaborando em causas
nobres, especialmente de índole humanitária, onde a justiça, o
direito e a dignidade das pessoas estão em questão.
Tipo 7
Sente-se motivado quando tem oportunidade de pla-
nejar, de inovar e de criar e recriar um futuro posi-
tivo. Um ambiente alegre e cheio de entusiasmo é afrodisíaco
para a atividade das pessoas deste Tipo. Gosta de sentir-se livre
na execução dos projetos, com muita margem de autonomia e
é particularmente motivado na fase de planejamento e nas eta-
pas iniciais de execução de um projeto. Quanto mais projetos
em jogo, maior é a adrenalina da pessoa. Mostra sua excelên-
cia quando pode participar sendo um criador, um gerador de
idéias, um treinador, um consultor, um conselheiro... deixan-
do para outros a responsabilidade de executar a tarefa! A
mudança, a novidade, a diversidade, a aventura... são estimu-
lantes para pessoas deste Tipo.
Tipo 8
Sente-se estimulado e até excitado quando há desa-
Tipo 8 fios e tanto mais quanto maiores forem esses desa-
fios. Se estes exigirem dele sacrifício, melhor ainda. Um desafio
para uma pessoa deste Tipo é como um pano vermelho na frente
de um touro: ele vai com tudo! A motivação é grande quando a Pessoa se
sente responsável pelo trabalho a ser feito pelos métodos a serem utilizados
pelos resultados a serem obtidos.
Aprecia a ação, as situações de risco, a postura de combate, o
tudo ou nada", os ambientes competitivos... onde tem de
0 enfrentar e transformar, em vez de acomodar-se e seguir a onda.
oAS causas ligadas à justiça e à proteção dos mais fracos são par-
ricularmente energizantes para as pessoas deste Tipo.
Tipo 9
Sente-se mais motivado quando há uma atmosfera de paz e de tranqüilidade.
Depende muito do entu-
siasmo, da motivação, do envolvimento e da coesão das pes-
soas com quem vive. O estímulo externo é muito importante
para as pessoas deste Tipo. Gosta de ambientes estáveis, onde
as tarefas são rotineiras, onde não há grandes imprevistos e
mudanças de ritmo inesperadas. As regras também precisam
ser bem definidas. Fica mais à vontade quando as regras e as
decisões são estabelecidas em grupo ou em equipe. O elogio é
também um estimulante para as pessoas do Tipo 9, embora
sejam discretas e não trabalhem motivadas por recompensas. E
32
importante que não haja pressões de qualquer espécie, mas
que a pessoa se sinta livre para caminhar no seu ritmo próprio,
embora esse mesmo ritmo possa ser estimulado.
O que tira cada Tipo do sério...
Para cada Tipo, há determinadas atitudes que são
fontes de estresse, que o provocam, como se
fosse um pano
vermelho estimulando o touro.
Ter consciência dessas coisas que nos tirar do sério ajuda a cuidar de prevenir
reações inconscientes
em nós mesmos e a evitar provocá-las nos
outros com quem nos relacionamos
Tipo 1
33
perante alguém que lhe peça
demasiada intimidade e facilmente entra em atrito com pessoas que exerçam
liderança embora geralmente seja calculista nesses confrontos e com sida
queimar
adversário" de forma diplomática, pois um Tipo 3 “nunca diz
nada que possa ser utilizado contra ele". Mas o que o arrasa profundamente é
a crítica que ele normalmente interpreta como sinal de rejeição.
Tipo 4
34
to o deixam agressivo e fazem dele um adversário. Fica insegn
ro quando é provocado e é capaz de reagir com agressividade
quando isso atinge níveis mais fortes.
Tipo 7
35
que os outros o estão tratando como bobo.
Liderança
36
Essa reflexão apresenta algumas características acerca
do modo como cada Tipo do Eneagrama exerce a liderança.
É sempre bom lembrar que quando falamos “tal tipo
é assim...”
tem tendência para agir assim, ou que há nele uma
motivação para... mas isso sempre depende, em último grau,
do nível de amadurecimento de cada pessoa e não do Tipo.
Basta lembrarmos este simples fato: Saddam Hussein,
201 Mao Tse-Tung, Fidel Castro, Che Guevara, Antônio Carlos
Magalhães, Eurico Miranda, Dalai Lama, Gandhi...
todos eles têm uma estrutura de personalidade de Tipo 8...
mas o exercicio da liderança que cada um
nos mostra, é muito diferente!
Sabemos que o Eneagrama não estuda as atitudes,
mas sim as motivações. Nesta reflexão, temos isso presente,
ao falar do modo como cada Tipo exerce a liderança.
Por isso, entenda-se essa reflexão como uma ajuda para
cada um se questionar acerca do modo como exerce sua
liderança, aceitando-se do jeito que é, tomando consciência
de suas limitações e de seus pontos fortes, tornando
conscientes suas motivações e sobretudo
cultivando uma liderança cada vez mais livre
e que se constitua num serviço autêntico.
37
Como cada tipo exerce a liderança
Tipo 1
38
com eles trabalham mais de perto.
Sua liderança é marcada pela rigidez...
Sentem que "apoiar os outros diminui o seu poder" e por
isso não incentivam novas lideranças ou sentem ciúmes
delas, quando em ascensão.
Tipo 2
São líderes eficientes.
Não gostam muito de ocupar o lugar de "destaque"... e pre-
ferem ser as "eminências pardas", as "secretárias" que
influenciam o chefe... sem aparecer.
São atraídos por diretrizes novas e promissoras.
Apóiam talentos em ascensão.
Baseiam-se mais nos elementos-chave do que em estruturas
meticulosas.
Têm visão de "comunidade coesa que cresce graças aos
bons cuidados"...
Tendem a formar grupinhos de "favorecidos" ou "benefi-
ciados"...
Dentro do grupo, se alinham com as figuras-chave.
Têm preocupação com o prestígio pessoal.
Têm grande intuição para perceber necessidades alheias.
Podem tornar-se altamente competitivos...
Precisam ser reconhecidos e vistos... senão, ficam ressenti-
dos, envenenam e podem destruir tudo...
Projetam uma imagem de solicitude e disposição de ajudar.
São figuras populares, que agradam...
Muito sensíveis ao clima do grupo...
Preocupados com a "qualidade de vida"...
39
Identificam as necessidades do "cliente" e procuram a satis.
fação do mesmo... e quando mudam as necessidades, tam
bém eles mudam os planos e as estruturas.
Gostam de cortejar o "cliente"...
Podem tornar-se temperamentais.
Alimentam-se do reconhecimento... e isso pode complicar..
Ficam raivosos... quando não são reconhecidos ou quan-
do são ignorados...
Tipо 3
A liderança é a posição preferida.
Têm uma energia ilimitada...
Naturalmente... as pessoas vão atrás e colaboram.
Usam todos os truques para chegarem onde querem.
Em ação: concentram a atenção no objetivo final e desconsideram
oposições
Adaptam-se a qualquer meio.
A força de estar em movimento, por si só, impulsiona.
São concorrentes... e vêem os outros como concorrentes...
O que importa é o objetivo final (o sucesso...).
Vão até o limite... e passam além dele...
Quando estão sob pressão... se expandem...
Qualquer risco vale a pena... se ajudar a chegar mais rapir
do ao objetivo...
Quando em ação, não aceitam interrupções... "façam sim-
plesmente"- não há tempo para detalhes...
40
Sabem fazer experiências maravilhosas com idéias conheci-
das... mas não são pensadores originais e inovadores...
Podem criar lutas pelo poder com outros líderes... pois só
mag há um lugar de liderança..
Querem distinguir-se...
Envolve-se emocionalmente...
Gosta de drama
Adiam decisões...
43
E importante resolver todas as dúvidas, antes de
agir.
Delegam.
Racionalizam os fracassos...
Racionalizam os resultados...
O pulo do gato...
No processo de crescimento de cada Tipo, há muita coisa que
pode ajudar: pistas, orientações... Soluções mágicas, não ha!
Mas, no meio de todas as pistas que podem orientar a caminhada de cada um,
há um ponto-chave, algo de muito central, onde
reside a virada do processo, isto é, a porta de entrada para uma
nova perspectiva na vida da pessoa. No caminho de que se procura, há
sempre uma encruzilhada decisiva, um ponto de virada, um cimo de
montanha. É um divisor de águas: a vida da pessoa passa a contar-se entre
antes e depois desse marco!
O que pode tornar-se decisivo na caminhada da pessoa?
O que pode criar espaço para essa virada?
48
Vamos ver como isso se apresenta para cada Tipo
Tipo 1
O ponto de virada para
este Tipo é o confronto com
as próprias limitações, assumindo-as! Enquanto
não acontecer esse encontro, todos os esforços apenas conse-
guirão complicar ainda mais a vida da pessoa, em termos de
autocobrança, impaciência e ansiedade! Reconhecer-se a acei-
tar-se como ser limitado, em crescimento, que ainda não é
totalmente, mas já é alguma coisa! Aceitar as limitações pró-
prias, aprendendo a conviver com elas e também com as limi-
tações próprias do ambiente e das outras pessoas. Ser menos
crítico, menos exigente, mais condescendente, não levar as
coisas "tão a sério", relaxar, “deixar correr"... Isso significa
encarar a vida como algo em processo: olhar a vida como se
olha uma planta que ainda não tem flor, mas que já nos permi-
te apreciar a beleza do pequenino botão de rosa... que não
deixa de ser belo, mesmo não sendo ainda uma flor.
Sse processo exige que a pessoa do Tipo 1 aprenda a relativi-
zar o “crítico interno", desligando, não se deixando escravizar
por ele ... pois essa voz interna é apenas o eco da voz cobradora dos adultos
durante a infância da pessoa!
Aprender a brincar com o "crítico interno" – aí está um grande segrede
vida para a pessoa do Tipo l!
Tipо 2
49
to com o mundo interior de seus sentimentos. O
"ficar sem fazer nada" pode ser a porta de entrada para este es-
paço. Decisivo mesmo pode ser o confronto com o fracasso! Fra-
casso é tudo o que o Tipo 3 mais teme... mas aí está precisa-
mente a sua cruz de sofrimento e de salvação! Sem chegar aí, a
pessoa vai andar a vida inteira representando, vivendo em função
da imagem, embrenhando-se num poço sem fundo que a torna
cada vez mais distante dela mesma! Confrontando-se com o fra-
casso e prestando atenção aos sentimentos que este gera, o Tipo
3 pode dar uma volta de 180 graus em sua vida, descobrindo que
o seu valor pessoal está naquilo que é e não naquilo que
faz para obter sucesso e aplauso! Na vida da pessoa do Tipo 3, são de
grande valor pedagógico os momentos de sofrimento ao qual a
pessoa não tem como fugir: morte de pessoas próximas, fracas-
sos indisfarçáveis, derrotas que não podem
ser camufladas...
Tipo 4
O ponto de virada para este Tipo é ligar-se no presente! O Tipo 4 vive numa
corda bamba permanente,
Estendida entre o passado e o futuro ou ele está relembrando e
ruminando os sofrimentos do passado, ou ele se lança nas asas de sua
imaginação e fica fantasiando situações que lhe trarao
amor no futuro! Mas... corre o risco de nunca estar no presen-
te, onde a vida acontece, onde Deus se revela, onde a pessoa se
relaciona e se realiza no agir concreto. Perguntar-se freqüente-
mente: "Onde estou?"- pode ser uma grande ajuda na tomada
de consciência da evasão que domina a vida da pessoa do lipo
4. Enquanto não chegar aqui... a pessoa vai ser uma eterna insa-
tisfeita, perambulando entre a melancolia e a fantasia! Encon-
trando-se como presente e aprendendo a viver nele, o Tipo 4
poderá encontrar um novo conceito de felicidade e realização
pessoal, tornando-se mais concreto e ativo, mais engajado, mais
próximo das pessoas e dos acontecimentos e até do próprio
Deus. No tecido do presente, o Tipo 4 encontrará a verdadeira
autenticidade da sua vida!
Tipo 5
50
dos sentimentos, para poder aprender a conviver com eles. A
pessoa se isola porque não desenvolveu a capacidade de lidar
com os sentimentos e, por isso mesmo, é preciso todo um tra-
balho de reeducação nessa área. O trabalho manual, o contato
direto com as coisas materiais... tudo isso poderá ser uma
grande alavanca de crescimento para a pessoa do Tipo 5. Ela
tornar-se-á mais realista, mais envolvida e comprometida com
o mundo, redescobrindo o sabor da realidade, das coisas, dos
acontecimentos, da história, do saber fazer... Instintivamente,
a pessoa deste Tipo acha que tudo isso é "perda de tempo e de
energia"... mas aí está o princípio da verdadeira sabedoria, que
nasce quando se unem "cabeça e coração".
Tipo 6
51
tiva é fugir de tudo o que cheire a sofrimento, profundidade...
mas, aí está o caminho de conversão! Olhar para dentro, entrar
em contato com esse mundo, encarar o sofrimento que isso traz, aprender a
conviver com os sentimentos que isso gera...
até começar a perceber a agradável surpresa de uma alegria
interior que vai surgindo à medida que o fantasma do "medo"
vai sumindo! Conviver com situações humanas de sofrimento,
de miséria, de doença, de morte, de fracasso... pode ser a porta
de entrada para esse novo espaço. Encarar os momentos de
"baixo astral", curti-los, saboreá-los, vencendo a tentação de
fugir deles... pode tornar-se a alavanca de crescimento na ida
da pessoa deste Tipo. O silêncio, a oração individual, a expe-
riência de solidão... podem trazer um grande contributo!
Tipo 8
Tipo 9
52
lado, não adiar problemas! E interessante acentuar que a mesma
energia que está presente na vida do Tipo 1 e do Tipo 8 (a ener-
gia da agressividade), também existe no Tipo 9... mas, neste
Tipo, é como se ela estivesse obstruída, perdendo-se em liga-
ções complicadas, encruzilhadas confusas, em problemas mal
resolvidos, em tarefas adiadas, em raivas adormecidas... e aí,
toda essa energia vai ficando embolada e a pessoa se sente constantemente
cansado e sem garra. Aprendendo a perceber e manifestar seus sentimentos
em vez de anestesia luz e cuidando de não adiar problemas e decisões, A
pessoa do tipo nove manterá seus canais de energia sempre livres e a vida fluir
com mais dinamismo vitalidade e clareza!
53
Instituto Apostólico Gênesis
APRESENTAÇÃO
"A Liberdade só funciona numa sociedade onde haja
virtude", dizia Aristóteles.
O Eneagrama é um caminho de liberdade! Liberdade
que nasce do autoconhecimento, gerando uma pessoa cons-
ciente de si mesma, de suas energias e de suas potencialidades,
de suas amarras e de seus desafios; liberdade que devolve a
cada um o direito sagrado de ser sujeito de sua vida, decidin-
do conscientemente sobre suas atitudes, sem ficar escravo de
suas compulsões e determinismos.
"Ama e faze tudo o que quiseres", dizia Santo Agosti-
nho. Essa liberdade é capaz de assustar, pois coloca nas mãos
de cada um a capacidade de fazer opções por si mesmo,
nunca em função de seguranças externas, mas tendo o "ama'
como pré-requisito para a liberdade!
O Eneagrama pode tornar-se uma bomba nas mãos da
pessoa: coloca em suas mãos um instrumental de sentido.
uma chave de leitura abrangente, uma liberdade ampla! Mas,
se a pessoa não tiver o alicerce da espiritualidade, tudo isso
pode ser uma autêntica "bomba" ou um grande "abacaxi". O
Eneagrama só funciona onde houver a "virtude", podería-
mos dizer tranqüilamente!
Essa convicção profunda nos levou a organizar esta ter-
ceira etapa!
Na primeira, propomos a descoberta de quem somos e
por que somos assim; na segunda parte, vislumbramos um
caminho de crescimento, descobrindo "para onde vamos".
Mas tudo isso pode acabar caindo no labirinto do psicologismo,
no beco sem saída do crescimento procurado apenas através
do esforço pessoal.
A terceira parte propõe uma mudança de ótica: passar
54
do crescimento como esforço pessoal ao crescimento como
abertura ao amor incondicional de Deus que faz crescer pela
experiência de ser amado.
Sem esse "salto qualitativo" o uso do Eneagrama pode
não funcionar, por faltar a espiritualidade, ou pode acabar
num esforço pessoal frustrado, por faltar o oxigênio da aber-
tura ao amor de Deus. Viemos do Amor e para o Amor ca-
minhamos, nós o sabemos pela fé. E então, é preciso que
caminhemos com o Amor!ofnomiosrinoooTue ob soean sup
Na primeira etapa citamos o exemplo da pessoa que se
descobre dentro de uma jaula com uma fera. Saber o nome
da fera ajuda alguma coisa... mas é preciso também desco-
brir a porta da jaula, para poder fugir da fera! Fizemos isso
nas duas primeiras etapas. Mas talvez alguém possa dizer: “E
aí, se a fera continuar correndo atrás de mim, vou passar a
vida fugindo dela?". Boa pergunta! E é isso, talvez, que pode
ajudar-nos a mudar a ótica nesta terceira etapa. Que tal, se
em vez de fugir da fera, a gente tentar domesticá-la fazendo
amizade com ela, para podermos sair por aí, passeando com
uma fera domesticada, andando com ela tranqüilamente pe-
los espaços imensos da liberdade, sem medo da fera corren-
do atrás de nós o tempo todo?!
Talvez não possamos ter a liberdade de ser o que quiser-
mos.. mas podemos ser livres com aquilo que somos!
55
INTRODUÇÃO
"Conhece-te a ti mesmo.
A principal preocupação não é estudar Deus;
wd o estudo adequado da Humanidade é a pessoa humana."
Alexander Pope
56
vivência da espiritualidade.
Começamos assim uma nova caminhada: não mais en-
tregue a nós mesmos, mas abertos ao amor de Deus, capaz
de resgatar em nós aquilo que profundamente somos: sua
imagem e semelhança
Damos a este encontro o título: "Que imagem de Deus
é você?". Nas outras duas partes perguntamos: "Quem é
você". Trata-se agora de mergulhar profundamente no mis-
tério da nossa existência: de onde viemos e para onde va-
mos?
Lembramos que o Eneagrama também foi chamado
pelos sufistas de "As nove faces de Deus", acentuando a com-
preensão de que cada um de nós, cada tipo, é uma face do
Amor total de Deus. Por isso chamamos a este Encontro:
"Que imagem de Deus é você?". Vamos olhar para nós como
imagens de Deus.
Assim, é esse o desafio desta parte da nossa caminhada:
como estamos, enquanto imagens de Deus?
De novo, e talvez mais do que antes, é tempo de abertu-
ra, de viajar ao mais profundo de nós mesmos, de mexer nas
raízes daquilo que somos. De pouco adiantará o Eneagrama
se ficar para nós como um conjunto de conhecimentos ra-
cionais... De pouco adiantará o Eneagrama se ele não des-
cer ao âmago de nossa existência e aí não fizermos com ele
um encontro pessoal, transformador e libertador. Aí, onde
Deus habita e, por isso, tudo pode acontecer!
De novo, e talvez mais do que antes, é tempo de bus-
car... Mais importante que ter respostas, é ser pessoas que
buscam!
Sempre explicamos o conteúdo da palavra “Shalom"
como harmonia consigo mesmo, harmonia com os outros,
harmonia com a natureza e harmonia com Deus. Também
na Educação Libertadora se propõem três níveis de diálo-
go da Pessoa Conscientizada: com os outros, com a natu-
reza e com Deus. Esse é o itinerário que vamos seguir nes-
te encontro: a relação comigo, a relação com os outros, a
relação com a natureza e a relação com Deus, peregrinan-
do nessas quatro dimensões, em busca da Harmonia.
57
A RELAÇÃO COMIGO MESMO
TIPO 1
1. As pessoas que estão erradas receberão o que merecem
ainda que eu mesmo tenha de me ocupar disso.
2. Até aceito que posso tornar-me obsessivo e bastante exi-
gente a respeito de algumas coisas, mas acredito que as
coisas devem ser feitas do modo correto.
3. Estou tão convencido de que tenho razão acerca da
maioria das coisas da minha vida, que é praticamente
impossível que possa estar errado.
4. Não tenho obrigação de tolerar disparates, e quando as
pessoas estão erradas, acho que o meu dever é ensinar-
Ihes a verdade.
5. O que está certo está certo e o que está errado está erra-
58
do, e não vejo razão para haver exceções.
6. Acho que os outros estariam melhor se fizessem com
6 s mais freqüência o que lhes aconselho.
7. Tenho opinião própria sobre a maioria das coisas e acho
aam que tenho razão a respeito delas; se não fosse assim, não
poderia sustentar minhas opiniões.
8. Não acho que seja viciado em trabalho, mas há tantas
coisas que precisam da minha atenção, que fica difícil
encontrar tempo para relaxar. me of
9. Poucas pessoas fazem as coisas tão conscientemente
como eu: a maioria das pessoas é muito vagarosa e larga
as coisas facilmente.
10. Freqüentemente sinto que se não fizer alguma coisa nin-
guém mais o fará; e, realmente, na maior parte das ve-
zes tenho razão.
11. Para que as coisas funcionem e estejam sob controle, é
necessário ser organizado.
12. As vezes os outros me vêem como uma pessoa fria ou
estereotipada, mas isso é porque não me conhecem
realmente.
13. É difícil aceitar, mas é verdade: torna-se esgotante estar
sempre lutando para atingir meus ideais.
14. Sinto o dever de melhorar as coisas quando percebo
strie que estão mal, para que o mundo seja melhor.
15. A integridade é muito importante para mim; não pode-
ria dormir tranqüilo se sentisse que tinha prejudicado
109 gravemente alguém.
16. Procuro sempre ser o mais justo possível, não permitin-
do sobretudo que meus sentimentos interfiram na mi-
nha objetividade.
17. Minha consciência me leva a fazer o que acredito ser o
26 melhor, seja ou não o mais conveniente para mim e
aie para meus interesses imediatos.
18. Compreendo e aceito os outros, com suas convicções e
9,0 atitudes, mesmo que não concorde com eles ou lhes dê
razão.
19. Tenho uma consciência forte e um sentido muito claro
tan do bem e do mal.
20. Sou criterioso e muito prudente: essa é uma das minhas
capacidades mais fortes.
TIPO 2
1. Os médicos não sabem porque fico doente com tanta frequência, embora eu
ache que as doenças que tenho
tido já vão além da minha cota.
2.Por amar muito, também sofro muito, sobretudo porque as pessoas me acha
m satisfeito e não se interessa muito por minhas necessidades.
59
3. Um dia, os outros terão de cuidar de mim como eu te
nho cuidado deles.
4. Não acho que eu manipulo os outros, mas quando às
vezes o faço, é para conseguir que façam o que é mais
conveniente.
5. Se faço algo por uma pessoa e às vezes menciono isso, é
apenas para ajudá-la a ter consciência de que me interes-
so por ela.
6. Francamente, sou uma pessoa muito generosa e consi-
derada, e os outros têm sorte por me terem como ami-
go.
7. Talvez eu seja demasiado bom; deveria pensar mais em
mim, em vez de interessar-me tanto pelos outros.
8. Acredito que eu “necessito de ser necessitado"; mas, isso
não acontece com todo o mundo?
9. Não acredito que seja possessivo com as pessoas, em-
bora sinta que me custa “soltar" aquelas que são impor-
tantes para mim.
10. Gosto de estar rodeado de minha família e meus amigos
e fico feliz quando me pedem conselhos e orientações.
11. Penso muito nos meus amigos e nas minhas amizades e
acho que poderia contar facilmente cinco ou dez amigos
íntimos.
12. É bom estar próximo das pessoas e não me envergonho
de expressar meus sentimentos, especialmente abraçan-
do e beijando meus amigos.
13. Faz parte do ser um bom amigo permitir que os outros
saibam o quanto lhes quero bem.
14. O valor maior na vida é o amor. O que seria a vida sem
amor?
15. Sou uma pessoa carinhosa, e meus sentimentos pelos
outros me fazem estar profundamente interessado neles.
16. Fico feliz quando acontecem coisas boas aos outros e
faço um esforço extraordinário para ajudar os outros do
jeito que possa.
17. Posso ser abnegado sem chamar a atenção sobre mim
mesmo ou sobre o que fiz pelos outros.
18. Pode ser que algumas pessoas me considerem um santo,
mas conheço minhas imperfeições e não me vejo assim.
19. As pessoas acham que sou altruísta e me preocupo ver-
dadeiramente com o bem-estar dos outros.
20. No meu melhor estado, quero bem aos outros incondi-
cionalmente e não me preocupo se as pessoas retribuem
o que faço por elas.
TIPO 3
1. Se as pessoas me humilham de alguma maneira, posso
60
fazer coisas bastante ruins para me vingar dela e geralmente
faço isso.
2. Tive vários relacionamentos em que a outra pessoa ficou
de mal comigo quando nos separamos, mas elas têm de
aprender a responsabilizar-se por si mesmas.
3. Muitas pessoas me conhecem como sou, embora eu não
goste muito de me aproximar delas, pois acho que, se
pudessem, me utilizariam.
4. Às vezes, enveredei por atalhos para chegar na frente
dos outros; mas todo o mundo faz isso, por que me preo-
cupar?
5. Acho-me melhor que a maioria das pessoas: mais inteli-
gente, mais elegante, consigo mais êxito...
6. Há “vencedores" e "perdedores", e eu, definitivamente,
sou um vencedor.
7. Para mim, é importante o que os outros pensam a meu
respeito, e fico chateado quando alguém faz uma má
imagem de mim.
8. Quando alguma coisa não funciona bem, é preciso mu-
dar a estratégia e fazer o necessário para obter o que
desejamos.
9. As pessoas criam sua própria realidade. Se não querem
agir ou se fracassam, essa foi a sua opção e terão de aceitá-la.
10. Se a pessoa quer ter êxito, é importante projetar uma
imagem adequada.
11. Querer causar uma boa impressão não tem nada de mal,
mesmo que para isso a pessoa se apresente como gosla
ria de ser e não como realmente é.
12. Sou eficiente, sei como conseguir que as coisas aconte-
cam e não aceito que a agenda de outras pessoas se
interponha no meu caminho ou na minha carreira.
13. Sei que sou competitivo; aqueles que não o são, talvez
sejam perdedores que não conseguem enfrentar a reali-
dade.
14. Os outros geralmente não o dizem, mas posso assegurar
que freqüentemente ficam com ciúmes de mim, por uma
ou outra razão.
15. Sempre me distingo, de alguma forma, das pessoas co-
sio muns, e os outros me vêem como alguém que sobressai,
como um "triunfador".
16. Sou ambicioso e acho que os outros também deveriam
dedicar tempo e esforço para se aperfeiçoarem.
17. Tenho muita auto-estima. Sinto-me valioso e desejável e
16 gosto de ser quem sou.
18. Os outros me vêem como uma pessoa segura de si mes-
ma e equilibrada, como alguém que tem muita auto-esti-
ma.
19. E fácil me afirmar a mim mesmo como pessoa, porque
me sinto útile valioso.
61
20. Aceito-me como sou e sou honesto acerca de minhas
limitações e qualidades.
Tipo 4
1.A vida é cheia de dor perdas e tristezas pelo menos a minha vida tem sido as
sim.
2. Já pensei em suicídio:é uma saída que algum dia poderia ver-me forçado a t
omar.
3. Eu me critico muito: há uma certa voz interior que me diz
as coisas mais cruéis e depreciativas.
4. Parece que não consigo "juntar os pedaços" e me am
mar. Não sei por onde começar e, se consigo progredir um
pouco, parece que tudo pode se perder de uma hora para a
outra.
5. Os outros parecem ser mais felizes do que eu, tenho a
sensação de estar emocionalmente ferido e incapaz de
viver harmoniosamente.
6. Há momentos em que sinto tanto tédio das pessoas, que
nem sequer consigo estar no mesmo ambiente que elas
esrle, muito menos, dizer-lhes o que me chateia. Isso é dolo-
roso para mim.
7. Quando me sinto vulnerável, a tendência é me retrair
dentro da minha couraça, para me proteger e não conti-
nuar sendo ferido.
8. Freqüentemente me sinto incomodado com as pessoas,
incluindo meus amigos, e nem sempre sei o por que;
talvez, simplesmente, eu seja uma pessoa solitária.
9. Quando alguém diz algo que me perturba, não consigo
fazer outra coisa senão refletir profundamente sobre isso,
até resolver tudo.
10. Talvez os outros achem que eu não sou decidido ou suficientemente ambici
oso mais ser agressivo ou competitivo não faço parte de mim.
11. Eu me questiono a respeito de tudo: minhas motivações
e minhas atitudes, o que digo a alguém, se serei ou não
competente para certa tarefa... a ponto de às vezes isso
me impedir de fazer outras coisas.
12. Tenho sensibilidade poética, mesmo que isso, infeliz-
mente, me faça sentir melancólico e emocionalmente
mevulnerável.
13. Dedico muito tempo a longas conversas e a fantasiar sobre
elas na minha imaginação.
14. Felizmente ou infelizmente, tenho uma imaginação mui-
to viva e sou capaz de criar um mundo de fantasias que é
muito real para mim.
15. Tenho consciência do que sinto e procuro ser honesto
comigo mesmo a respeito do que os meus sentimentos
15, me dizem.
62
16. A força da minha criatividade provém da expressão de
meus sentimentos mais profundos, seja pessoalmente ou
de forma artística.
17. Estou profundamente convencido de que devo ser fiel a
mim mesmo e, na medida do possível, procuro atuar de
maneira autêntica.
18. Quando sigo as minhas intuições, quase nunca me en-
gano.
19. Nos meus melhores momentos, sou capaz de criar algo
que parece brotar do nada, como um tipo de "inspira-
ção".
20. Uma das minhas grandes potencialidades é ser uma pes-
soa sensível e tirar o máximo de proveito das minhas
experiências, mesmo quando isso implica sofrimento.
TIPO 5
1. Pode ser que meus pensamentos mais secretos sejam
estranhos e aterradores, mas eles expressam a minha
visão do mundo.
2. As vezes, meus pensamentos parecem ter vida própria:
vêm um atrás do outro, com tanta velocidade, que fica
difícil frear a mente, relaxar ou conciliar o sono.
3. É mais fácil e mais seguro viver sozinho, não gosto que
os outros se aproximem muito ou saibam o que estou
fazendo ou pensando.
4. A maior parte das religiões satisfazem as necessidades
infantis e supersticiosas, sem as quais as pessoas não
podem viver.
5. Na realidade, a maioria das pessoas é demasiado estúpi-
para compreender o que está ocorrendo ou para cap-
tar seja o que for.
6. Sou fascinado por assuntos políticos, especialmente
que sempre desconfio daqueles que têm algum tipo de
poder sobre mim.
7. Algumas vezes descobri introspecções extraordinárias,
uma “chave de leitura" que explica muitas outras coisas
e já vinha sendo largamente procurada.
8. Geralmente o gênio é incompreendido, e as minhas teo-
rias são tão avançadas para o nosso tempo, que nem
procuro discuti-las com os outros.
9. Habitualmente minhas relações são tormentosas, porque
posso assustar os outros com a minha curiosidade, intensi-
dade, paixão e desejo de compreendê-los profundamente.
10. As minhas idéias são tão complexas que às vezes te-
nho dificuldade de expressá-las e os outros também tem
dificuldade de compreender o que estou tentando ex-
63
plicar.
11 Algumas pessoas têm rido de mim porque pensam que
SOu um pouco estranho. Já me chamaram de “rato de
biblioteca" ou “doido", e acho que, até certo ponto, isso
é verdade.
12. Sou uma pessoa bastante intensa: posso concentrar-me
totalmente em meus interesses, porque me envolvo com-
pletamente neles.
13. Tenho muita atração pela investigação e pelo saber, e
gostaria de um dia ser um especialista ou um perito em
alguma área, reconhecido mundialmente.
14. A busca do conhecimento me encanta: deixem-me sozi-
nho com um livro e serei perfeitamente feliz.
15. A vida ligada à atividade mental é o tipo de vida mais
excitante.
16. As pessoas me procuram, buscando respostas para per-
guntas técnicas ou acadêmicas, porque acreditam que
eu sei do que estou falando.
17. Acho que tenho tido mais pensamentos originais e ino-
vadores que o comum das pessoas.
18. Sempre tive a capacidade de me concentrar profunda-
mente no meu trabalho ou naquilo em que coloco mi-
obnnha atenção.
19. A previdência é uma das minhas grandes capacidades:
parece que sou capaz de prever o resultado das coisas,
antes que elas aconteçam.
20. Sou capaz de ter "introvisões" profundas do mundo que
me rodeia e quase sempre percebo coisas que os outros
não vêem.
TIPO 6
1. Tenho tendência a ficar tenso e a reagir quando esto
perturbado ou sob pressão e quando as coisas não saem
do jeito esperado.
2. Tenho tendência a ser receoso em relação a algumas
m pessoas e sinto que não lhes agrado e elas procuram me
atrapalhar, ou o fariam se pudessem.
3. Posso chegar a ter ódio de mim mesmo por não ser tão
agressivo e independente como gostaria de ser, especialmen-
te se com isso decepcionei alguém que contava comigo.
4. Posso tornar-me realmente agressivo e teimoso quando
tenho que ser, mesmo que não me sinta agressivo inte-
64
riormente.
5. Existe uma parte de mim que fica contente quando os ou-
tros "apanham uma lição" por "terem ido além" ou por não
terem obedecido às regras como o comum das
6. Fico furioso quando vejo que as pessoas infringem a lei e
não são castigadas.
7. Descobri que posso me "vingar" das pessoas "jogando
sujo", como perder "acidentalmente" suas cartas ou
chamá-las anonimamente e logo cair fora.
8. Embora geralmente faça o que me ordenam, há momen-
tos em que também me rebelo contra isso.
9. Acho que às vezes dou mensagens ambíguas às pessoas,
dizendo sim quando reaimente quero dizer não, ou es-
tando de acordo com o desejo de outra pessoa sem que
eu deseje isso.
10. O meu senso de humor despista as pessoas, porque digo
o contrário do que realmente quero dizer e assim, nao
sabem se estou falando sério ou não.
pessoas.
11 Nem sempre estou seguro a respeito do que os outros
pensam de mim, ás vezes, sinto que lhes agrado, outras
vezes acho que não.
12. Tenho tendência a ficar indeciso e me angustio quando
tenho de tomar decisões por mim mesmo.
13. Quando tenho de decidir sobre algo importante, geral-
mente peço conselhos aos outros ou, se possível, procu-
a ro as respostas em alguma "regra" que seja aplicável.
14. Não me custa cumprir ordens, se quem as dá é uma pes-
soa de autoridade ou alguém que respeito profunda-
mente.
15. Sou um trabalhador confiável e muito constante, e tenho
trabalhado intensamente para construir uma vida segura.
16. Sou muito comprometido com aqueles que têm compro-
misso comigo: minha família e meus amigos sabem que
podem contar comigo.
17. E importante para mim sentir-me seguro no meu traba-
Iho e nos meus relacionamentos.
18. Geralmente, os outros procuram me proteger de algum
19 jeito e curto a sensação de lhes agradar.
19. As pessoas me acham atraente e cativante e já têm fala-
ohi do sobre o quanto sou agradável.
20. Em meus melhores momentos, dou-me conta de que sou
igual aos outros e tão capaz como qualquer outra pes-
soa.
TIPO 7
65
1. Ás vezes me sinto aterrorizado e angustiado, mas aí eu
me lanço em alguma coisa nova e a sensação de angús-
tia desaparece.
2. Houve períodos em que estive fora de controle ou quase
3. Talvez algumas pessoas digam que insisto demasiado
obter o que desejo, mas não me importa o que os outros
pensam: corro atrás daquilo que desejo na vida.
4. É melhor ser um "escapista" do que andar deprimido e
triste. Prefiro estar em movimento e não olhar para trás.
5. Tenho tendência a dedicar-me a diferentes coisas ao
mesmo tempo, pois quando me acostumo a uma coisa,
desejo usufruir ao máximo dela.
6. Os inconvenientes e outras frustrações podem enfurecer-
me tanto que às vezes me dá vontade de gritar até obter
o que quero, e, geralmente, o obtenho.
7. Concordo com afirmações do gênero: "nada tem tanto
êxito como o excesso" e "jamais alguém poderá ter o
suficiente de uma coisa boa".
8. Tenho tendência a me exceder. Para mim, ou é um “ban-
quete" ou passo fome, e eu, geralmente, procuro me
“banquetear" o mais possível.
9. Não me importa se as pessoas pensam que sou “mate-
rialista"; gosto do que é belo e caro, e desejo isso.
10. Sou uma das pessoas mais desinibidas e francas que co-
nheço: digo o que os outros gostariam de conseguir di-
zer.
11. É muito divertido conversar, fofocar, dizer coisas engra-
çadas, "deixar que saia tudo", mesmo quando às vezes
sou imoderado ou me excedo nas coisas.
12 Detesto estar aborrecido (com tédio) e gosto de estar o
mais possível em movimento: minha agenda está cheia
de coisas para fazer, e isso me agrada.
13. Tenho um apetite muito forte e tendência à cobiça: se
desejo uma coisa, não vejo por que renunciar a ela.
14. Mantenho-me distraído fazendo muitas coisas diferentes;
além de tudo, a gente só tem uma vida e, como se diz, é
preciso aproveitá-la bem.
15. Gosto de ir a festas, receber convidados, viajar e me di-
vertir com meus amigos.
16. Sou muito prático e produtivo: tenho os pés na terra e
sei como conseguir que as coisas sejam feitas.
17. Tenho muitos dons diferentes e sou uma das pessoas
sup mais versáteis que conheço; realmente, tenho habilidade
para muitas coisas diferentes.
18. Desfruto muito das coisas e sou entusiasta a respeito de
omo tudo, pois tudo parece me dar prazer.
19. Quando estou muito feliz, sou alegre, espontâneo e cheio
de vida. De fato, sou uma das pessoas mais felizes que
66
conheço.
20. A vida é realmente maravilhosa e, quando paro para
pensar, encontro muitas razões para ser agradecido.
TIPO 8
1. Se não posso conseguir o que desejo, procuro que os
outros também não o consigam.
2. Acredito em mim: sou o melhor; deveria ter sido um .
ou algo desse gênero.
3. O modo como estruturo as coisas me dá o controle de
tudo, e mais ninguém consegue obter nada, a não ser
que coopere comigo.
4. Às vezes, no passado, minha lógica chegou a ser: "O que
o poder faz, está correto", e cheguei a ser bastante
impiedoso quando tive de aplicar isso.
5. Sou conhecido como uma pessoa muito dura e, como
resultado disso, muitas pessoas desejaram nunca terem
chegado a se envolver comigo.
6. Temos de infundir medo aos outros pois, sem dúvida,
eles não farão o que queremos só por sermos agradá-
veis.
7. Não me importo de "atropelar os outros" quando tenho
de fazê-lo. Quando a gente quer conseguir uma coisa, as
pessoas só respeitam a força.
8. Não acredito no amor desinteressado nem no altruísmo
de fazer o bem; essas coisas são para "débeis sentimen-
tais" que não conseguem triunfar por si mesmos.
9. Quando me agarro (dedico) a uma coisa, é questão de
vida ou morte: ou eles ou eu; e eu serei a pessoa que
acabará ficando por cima.
10. As pessoas não se atrevem a não fazero que digo, por
que eu sei obter o que quero.
11. Sou um negociador duro: sei como pressionar e como
dizer não e não cedo.
12. O dinheiro é importante porque ele é poder. Se tenho
dinheiro suficiente, ninguém terá poder sobre mim.
19.O dinheiro é importante porque ele é poder. Se tenho
12 Sou um bom negociante e comerciante, e meus projetos
sempre terminam muito melhor do que quando entrei
neles.
14. Sou persuasivo, um vendedor natural, e quase sempre
tenho algum tipo de oportunidade lucrativa para mim.
15. Eu infundo respeito: os outros me respeitam e obede-
cem.
67
16. Gosto da excitação do perigo e de aventura. Com fre-
qüência entrei em situações difíceis e consegui triunfar,
apesar das adversidades.
17. As pessoas me procuram para que eu seja o seu líder,
porque sou forte, decidido e consigo tomar decisões difi-
ceis.
18. Tenho muita "agilidade": sou valente, e com freqüência
tenho aceitado a provocação de desafios difíceis e tenho
conseguido êxito.
19. Consigo ver as oportunidades e o modo como quero que
sejam as coisas, e posso congregar os outros à minha
volta para consegui-las.
20. Sou uma pessoa afirmativa e tenho muita confiança em
mim mesmo.
TIPO 9
1. Se me acontece alguma coisa ruim, é como se de repente tudo fosse
irreal, como se fosse
um sonho e não estivesse acontecendo realmente comigo.
2. De vez em quando, a ira e outros sentimentos
perturbadores parecem surgir do nada, mas também logo
se acabam.
3. As pessoas às vezes se "chateiam" comigo e eu não en-
tendo por quê; sou uma pessoa boa e não faço nada para
ferir os outros.
4. O que passou, passou, e é melhor deixar os problemas
para trás, logo que seja possíve
5. Descobri que quando a gente não se preocupa com os
problemas durante um certo tempo, eles desaparecem.
6. Não preciso refletir muito sobre mim mesmo: não
adianta de nada... para que se preocupar?
7. Aceito a vida do jeito que vier, porque as coisas vão acon-
tecer de qualquer jeito, independentemente do que a gente
fizer.
8. As pessoas, na realidade, não mudam, é preciso aceitá-
las do jeito que são.
9. Talvez algumas pessoas achem que sou "esquecido" ou
"desligado", mas há coisas a que eu preferia não prestar
atenção, e por isso simplesmente não penso nelas.
10. A maioria dos problemas, na realidade, não são tão pro-
blemáticos e geralmente, com o tempo, todos se resol-
vem bem.
11. Gosto que tudo seja tranqüilo e agradável e não me agra-
da quando as pessoas discutem, lembram problemas ou
causam "chatices".
68
12. Muitas pessoas são demasiado críticas e se preocupam
exageradamente; eu não entendo para que se preocupar
com a maioria das coisas.
13. Acho que tenho tendência a ser conservador e antiqua-
do nos meus pontos de vista, especialmente no que diz
respeito à minha família e outros valores.
14. Sinto necessidade de estar próximo de minha família e
de meus amigos; quando procuro estar de acordo com
alguma coisa que eles querem que eu faça por eles, pare-
ce que isso os faz felizes.
15. Tenho um lado contemplativo e místico: me encanta
entrar em comunicação com a natureza e freqüentemente
me sinto em comunhão com o universo.
16. Acho que não sou uma pessoa muito complicada: sou
otimista e estou satisfeito comigo mesmo e com a vida
do jeito que ela é.
17. As pessoas são essencialmente boas e eu confio nelas,
sem ficar questionando se têm motivos ocultos.
18. As pessoas acham que eu não sou agressivo nem vivo
julgando os outros, mas que sou agradável e uma boa
companhia.
19. Gosto de criar um ambiente caloroso, de apoio, onde os
outros possam florescer, ser felizes e querer-se bem en-
tre eles.
20. No meu melhor estado, sou capaz de me impor, mas
continuo próximo das pessoas, especialmente de meus
familiares e amigos.
69
ENEAGRAMA SEMENTES
Acolha a beleza da vida.
Tendo consciência do momento presente.
Do inspirar neste exato instante.
Deixe fluir, assim como a respiração, a sua essência.
Percorrendo centros da razão, emoção e ação.
Amplie seus horizontes, se dê asas, veja além.
Se ponha a caminho, perceba as suas flechas e direções, assuma o seu
destino.
Siga em frente, descubra, acolha, perceba qual é a sua missão no mundo.
Viva intensamente, se dê o direito de ver a vida por outros ângulos.
Aprenda cada vez mais a relaxar e se dar o direito de desfrutar.
Sinta o prazer em poder respirar, sinal de vida.
Contato profundo com você mesmo e com Deus.
A respiração consciente nos remete ao momento presente, ao aqui e agora.
Proporciona ampliar a nossa consciência, a personalidade pelos cami-
nhos da compaixão ao encontro da essência, percorrendo o Eneagrama,
mapa da alma humana.
Sim, você merece! Pratique a totalidade e a felicidade a cada instante, a
cada momento, a cada respiração.
No exercício da minha profissão como fisioterapeuta e facili-
tador de Eneagrama, procuro acolher e perceber todas as pessoas que
me procuram dentro de uma totalidade, sempre buscando uma rela-
ção entre o físico, o emocional e o espiritual.
Trabalhei por dez anos no Centro de Vida Madre
Clarice, retiro olístico terapêutico. Lá, tive a oportunidade de atender inúmeras
pessoas e convivi com excelentes terapeutas.
70
Levo esses conhecimentos e princípios para as consultorias, palestras,
e trabalhos em gestão de saúde e qualidade de vida que realizo.
Durante os dez dias em que
a pessoa realizava o retiro terapêutico, além do atendimento individual, ela parti
cipava de inúmeras terapias e atividades,
e, dentre as quais, estava o Eneagrama. Dentro
desse processo, no início do atendimento individual, eu simplesmente
observava a maneira como a pessoa respirava e tomava nota, e então,
ensinava algumas práticas de respiração consciente. Com o decorrer
dos dias, o padrão condicionado ia se alterando, aproximando-se cada
vez mais de uma respiração plena. Quando o participante realizava o
Eneagrama, eu anotava o seu tipo.
No início, achei que era coincidência. Mas depois de inúmeras
conversas com o amigo e professor de Eneagrama, o Pe. Domingos
Cunha, percebemos que não se tratava apenas de coincidência. Hoje
podemos afirmar que cada tipo do Eneagrama vai desenvolvendo, por
causa do estresse, características e padrões respiratórios bem típicos.
Nessa linha de observação e estudo, após alguns anos, inicia-
mos uma nova vertente no Instituto Eneagrama Shalom: "Eneagrama
e Padrões Respiratórios". Realizamos encontros específicos com esse
tema em Belo Horizonte, Maceió e Fortaleza. Durante esse curso de
aprofundamento, observamos os padrões respiratórios de cada tip .
monitoramos dados vitais, principalmente a frequência cardíaca e a
saturação de oxigênio. Esses módulos de aprofundamento nos deram
uma maior confirmação
dade de trabalho: ferramenta do Eneagrama associada à respiração
consciente. Deparamo-nos com algumas situações bem interessantes,
as quais partilho a seguir:
Uma senhora Tipo 2, que participou de um desses módulos
avançados, foi categórica ao final do encontro ao afirmar que solta
muito mais o ar que inspira, segundo ela, um total desequilíbrio. E que
nunca tinha se atentado a isso. Na adolescência, perdeu a funcionali-
dade de um dos pulmões, um caso clínico muito sério, e que depois de
toda a formação, ela se perguntava: "por qual razão este pulmão foi se
atrofiando? o que será que veio primeiro? a patologia pulmonar ou um
padrão respiratório ruim, que contribuiu para todo aquele processo
patológico?". A conclusão que ela chegou ao fim do encontro foi que
sempre teve uma respiração ruim, inúmeros tratamentos medicamen-
tosos, exercícios que ela sempre realizou sem nenhum entusiasmo e
comprometimento; faltava esse conhecimento, essa percepção dos pa-
drões. Enfim, com o encontro, ela teve a tomada de consciência e a
possibilidade de mudança do seu padrão respiratório.
Uma situação que se repetiu em todos os cursos, e eu gostaria
de ressaltar aqui, é o padrão típico do Tipo 7. Após uma indução para
que o participante respirasse dentro do padrão respiratório do tipo
sobre estresse, realizando o monitoramento de alguns dados vitais, a
saturação que comumente fica próxima aos 98%, caiu abruptamente;
em dois a três casos, a pessoa ficou entre
80 a 85% apenas de saturação e com aumento até de 50%
71
da frequência cardíaca ou seja, tendo sensação real de morte. Respirar é vida,
mas, para alguns tipos do Eneagrama, no inconsciente, é um ato de dor,
de sofrimento.
Dentro desse quadro, temos a certeza da importância das práticas respirató-
rias associadas a cada tipo do Eneagrama.
No livro Eneagrama da Transformação – Dança entre Perso-
nalidade e Essência, de autoria de Domingos Cunha, no capítulo 3,
tive a oportunidade de contribuir e descrever práticas respiratórias
específicas para cada tipo. Já neste livro, pretendo aprofundar-me na
percepção de cada tipo do Eneagrama e na importância da respiração
consciente de um modo geral. Espero que esta contribuição possa ser-
vir de estímulo para praticar e vivenciar a respiração consciente.
Qual o objetivo da respiração consciente?
Um aprendiz realizou essa pergunta ao seu mestre,
pois não havia se convencido de que
a respiração pudesse ser tão importante como se atribui.
Diante desse questionamento,
o mestre, movido de muita sabedoria, realizou um convite ao seu aprendiz:
Vamos fazer uma caminhada. Quero que leve este balaio o
aprendiz, sem entender, não questionou, simplesmente pegou aquele
balaio de taquara, muito sujo de terra, e se pôs a caminho. Após andar
uns 7 km, chegaram até uma linda bica de água, refrescaram-se um pouco, e
logo após,
o mestre orientou: encha este balaio de água e leve até o alto daquela montan
ha; vou aguardar por você. Durante
o caminho procure refletir em que essa atitude pode estar relacionada com
a respiração consciente. Até breve! Dizendo isso, o mestre se pôs a caminhar.
Seguindo as orientações, o aprendiz, após andar mais uns 3
km, chegou ao topo da montanha.
O mestre logo perguntou como o aprendiz relacionou essa atividade com
a respiração consciente. O aprendiz permaneceu em silêncio. Desta maneira,
o mestre pediu-lhe para que buscasse mais um balaio de água.
Essa cena se repetiu mais de cinco vezes. O aprendiz estava exausto de
tanto caminhar. Refletindo durante o sobe e desce da montanha, chegou à seg
uinte conclusão: Mestre, eu observei duas coisas: primeiro,
no início da caminhada, o balaio estava muito sujo, agora está limpo;
a segunda observação é
que o terreno estava seco; a medida que ia carregando o balaio cheio de água
e esta ia escorrendo, todo o terreno ficou mais úmido,
com mais vida. Acredito que a respiração consciente tenha este poder:
de lavar, tirar a sujeira do nosso interior,
e nossos caminhos vão ficando mais cheios de vida.
O mestre ficou muito contente com a resposta. Muito bem! Acho
que aprendeste a lição. Agora respire e descanse um pouco. Viva a totalidade!
A respiração consciente realmente realiza uma purificaçao do
72
nosso interior. Sentimentos de angústia, medo, raiva, entre
outros, estão associados com o respirar e podem ser transformados por meio
da mudança do ritmo e da forma de respirar, proporcionando uma
melhor sintonia ao nosso corpo físico e toda a parte emocional e ra-
cional.
Com acesso a essa fonte de energia e vitalidade, nosso dia a dia vai ganhando
mais vida.
Respiração
73
Tipo 1: "Grande inquietude interior e irritação, movidas por
uma busca de perfeição constante em tudo. Tenho a sensação de que
não consigo relaxar e que não posso desligar hora nenhuma. Minha
respiração é alta, com predominância do tórax, com grande tensão
nos ombros e pescoço. Dor no estômago, desencadeando gastrite e
outras "ites". Aperto no peito, palpitações, falta de ar, sudorese intensa
e boca seca".
Tipo 2: “Desde pequeno, sempre estive preparado para servir,
ajudar os outros, ser útil. Na minha infância, assumi responsabili-
dades de adulto. Nunca reclamei, sempre fiz tudo da melhor forma
possível. Estou sempre preparado para cuidar dos outros, mas tenho
dificuldade de cuidar de mim mesmo. Pensar que temos que ter sin-
tonia entre dar e receber mexe na minha ferida. Isso reflete na minha
respiração, tenho uma inspiração curta e solto o ar de maneira mais
fácil. Muito comum ter problemas respiratórios e dores nos músculos
e articulações".
Tipo 3: "Identifico-me com os papéis que as pessoas esperam
de mim, desempenhando-os de maneira eficaz. Mas, se for questio-
nado sobre quem sou eu ou sobre meus sentimentos, não encontro
palavras verdadeiras para responder. O fazer e fazer bem feito, o êxito,
sempre me preencheram.
Sou movido por resultados, reconhecimento e aplausos, mas
a cada dia isso não mais me satisfaz, estou perdendo minhas energias, esforço
-me para respirar... Não posso parar... Mas, como se diz, tudo tem um preço".
Tipo 4: "Fico incomodado com algumas pessoas mais próximas que
me chamam de melancólica, mas no fundo elas têm razão.
Sinto até uma certa inveja de quem se sente realmente amado e queri-
do. Fujo para a minha criatividade e sentimentos. Assim como o amor que
sempre achei que recebo - muito pouco - é a minha respiração.
Respiro um pouquinho e seguro mantendo o ar ao máximo retido.
Para quem está próximo, a sensação é que eu nem respiro.
Tipo 5: "Sinto dificuldade de reconhecer e manifestar meus
sentimentos. Fico analisando o mundo e as atitudes das pessoas sem
dizer nada, economizo até mesmo palavras. De uma maneira discreta,
vou vivendo. Tenho dificuldade de perceber e sentir o meu próprio
corpo, sou mais racional. Quando tenho dores de cabeça é o momento
em que paro e dou mais atenção ao físico. Em relação a minha res-
piração, tenho a sensação que me acostumei com pouco ar, sempre
respirei de maneira muito discreta".
Tipo 6: "Fico fechado para a vida, com tendência para abafar-
-me diante das dificuldades do dia a dia. Sufocado pelo medo exage-
rado, não tendo autoconfiança. Minha mente, sempre pessimista, fica
borbulhando tragédias, projetando cenários negativos. Minha respira-
ção e meu coração ficam acelerados, tenho angústia e dificuldade para
74
respirar. Minha cabeça parece que vai explodir, um tremor incontro-
lável e tensão vão se espalhando por todo o meu corpo.
Tipo 7: “ Sob estresse, minha cabeça fica pesada, parece que está fervendo,
sou tomado de muita ansiedade, sinto-me vazio e com
medo. Racionalizo e tento planejar coisas prazerosas. Fujo
do sofrimento, agindo muitas vezes de forma superficial. Minha respiração
fica travada, angustiada, como se o ar estivesse acabando. Uma sensa-
ção real de morte".
Com essas descrições, podemos ter um pouco
ção do que assola cada tipo de personalidade e como a respiração vai
se limitando, restringindo. Podemos confirmar a importância da to-
mada de consciência do próprio padrão respiratório.
Por meio da respiração consciente, obtém-se uma maestria
pessoal tanto física quanto emocional, e até mesmo espiritual. Essa
e uma ponte que ajuda a atravessar e superar momentos de estresse,
depressão, problemas físicos, dores, doenças e, mais do que isso,
a promover a saúde integral.
Associada ao conhecimento do Eneagrama, a respiração cons-
ciente torna-se uma ferramenta que ajuda a trabalhar nossa personalida-
de, flexibilizar padrões e aproximar-nos mais da nossa essência. Tornan-
do-nos conscientes de toda a importância da respiração para uma vida
mais saudável, podemos nos atentar quando a respiração está inadequa-
da, o que interfere em todo o funcionamento do organismo. Apresento
duas citações que vão evidenciar um pouco mais essas alterações:
1. "(...) a respiração inadequada por um longo período de
tempo impede uma ótima saúde do corpo e da mente. (...) quando
respiramos com o tórax não permitindo que o abdômen se expanda,
o ar é dirigido principalmente para as áreas superiores e médias dos
pulmões. Porém, a gravidade faz com que o sangue no pulmão fique
coletado mais no lobo inferior: assim, o dióxido de carbono não pode
ser removido eficientemente (...) essa ineficiência faz com que o san-
gue retorne aos tecidos ainda carregando uma quantidade de dióxido
de carbono, o que interfere como metabolismo adequado das células...
a respiração incorreta torna-se um hábito através dos anos, cada vez
mais toxinas se acumulam no corpo, acarretando baixa vitalidade".
(Self. RealizationFellowship).
2. "Sabemos que é através de uma respiração completa que toma-
mos contato com nossos níveis psicoemocionais mais bloqueados;
é fácil observarmos em nós mesmos, nas situações em que queremos evitar tai
s contatos, como reprimimos a movimentação do diafragma, superiorizan-
do e restringindo o fluxo respiratório. A inibição da respiração é uma das
mais imediatas, primárias e eficazes reações de defesa. Se entendermos
a respiração é o elemento de ligação entre o corpo e a mente, somos
levados a concluir que ela pode se tornar um excelente veículo para com-
preendermos como eles funcionam. (OLIVEIRA, 2000).
A respiração proporciona ao corpo, à mente e ao espírito que
sejam nutridos de uma fantástica energia, muito sutil e poderosa. Essa
energia recebe inúmeros nomes: força vital para os ocidentais, ki para
75
os japoneses, prana para os hindus, ou Chi para os chineses. Uma re-
vitalização energética. Uma conexão com a nossa essência, uma maior
proximidade e intimidade com o Criador. Um processo de integração
com a nossa origem. Uma experiência profunda do sopro de Deus.
Alguns autores relatam, de forma muito sensível e profunda, esta inti-
midade com o amor e o sopro da vida:
"O grande néctar da vida é a possibilidade de realizar o divino
existe dentro de cada um de nós. O prazer de desenvolver a sua
luz interior e realizar a beleza de seu ser transforma o homem na mais
sublime explosão de paz e amor". (SHINYASHIKI, 1997).
"Essa experiência intuitiva, direta de Deus, através da respira-
ção humana, é muito rápida e profunda. O sopro da vida sempre foi
um dos mais simples, mais diretos e poderosos métodos de purifica-
ção espiritual". (ORR, 2001. p. 122).
"Todas as línguas antigas usam a mesma palavra para a respi-
ração e para designar a alma ou o espírito. Em latim, spiraresignifica
"respirar" e spiritussignifica espírito; mais uma vez, reencontramos
a raiz de ambas as palavras num único termo: “inspiração", que lite-
ralmente, significa "inspirar" e assim está ligada inseparavelmente a
respirar para dentro, ou seja, deixar entrar. Em grego, psychesignifica
tanto "respiração" como "alma". Em sânscrito encontramos a palavra
atman, na qual podemos logo ver o elo que a liga à palavra germâni-
ca atmen(respirar). Na língua hindu, descobrimos também que uma
pessoa que atingiu a perfeição é chamada de Mahatma". (DETHLEF-
SEN; DAHLK, 2007, p. 109).
Reconhecer este sopro de Deus a cada inalação proporciona,
sem dúvida, maior intimidade e proximidade com o Criador. Coloca-
-nos como irmãos de toda a humanidade que acolhe esse sopro que
percorre todo o mundo sem distinção de credos, raças, línguas.
O sopro simplesmente está! Convido cada um a posicionar a
sua mão direita sobre o coração e permanecer conectado com a respi-
ração de forma consciente, sentindo as batidas do seu coração, o pul-
sar da vida, e perceber a perfeição da criação, o amor de Deus sendo
expresso na criatura por meio deste pulsar a cada segundo.
E necessário que experimentemos o amor de Deus; não é sufi-
ciente conhecê-lo apenas no plano intelectual. É preciso ativar a inte-
ligência do coração, ligando tudo numa união mútua. (ROHR, 2010.
p. 68).
Em hebraico, estar salvo, estar em boa saúde, é respirar ao lar-
go, respirar bem e normalmente. Na tradição dos terapeutas de Ale-
xandrina, uma pessoa está em boa saúde, está a salvo, quando ela res-
pira com todo seu ser, quando a respiração não é interrompida por
um bloqueio. Estamos, neste ponto, bem próximos à medicina chinesa
porque, nesta perspectiva, a doença é um bloqueio, uma interrupção
da energia. E o médico, pela acupuntura ou pela massagem, facilita
que a energia circule novamente. Deixemos subirem as memórias
que atingiram nosso coração, que o enfraqueceram ou que o fortaleceram,
que impediram nossa respiração. Lembremo-nos também dos mo-
mentos em que o sopro circulava com liberdade e felicidade em nós.
76
Dos momentos em que nos sentíamos levados pelo sopro. Em que
não respirávamos mais, mas éramos respirados pela vida. Nosso cor-
po guarda não só as cicatrizes das memórias negativas, mas também
guarda as memórias positivas de beleza e felicidade. (LELOUP, 1998,
р. 116-117).
Imagine um aparelho de rádio ligado no último volume e, para
piorar, fora da estação. Como incomoda essa chiada! Mas posso afir-
mar com convicção que grande parte da sociedade está com essa chia-
da, esse barulho insuportável, 24 horas por dia na cabeça. Que tal sin-
tonizarmos esse rádio em alguma estação? Sintonize em uma estação
preferência. Cada um tem um gosto, uma preferência quanto à
estação de rádio, mas o importante é que a música, a sintonia, ocupe
o lugar da chiada que incomoda. A respiração consciente traz músi-
ca para nossa vida, ensina-nos a reger, criar maestria de nossa saúde,
nosso físico e de nossa mente. Cada pessoa tem a sua estação predile-
ta, mas o importante é estar bem sintonizado.
Vou apresentar para vocês algumas práticas de respiração
consciente: propriocepção diafragmática, respiração da expansão do
amor e respiração conectada consciente. Cada pessoa, de forma bem
livre, independente de tipo do Eneagrama, o mais importante é ser
testemunha da própria respiração de forma consciente, escolha uma
e tome posse praticando. Sem dúvida, vai ajudar a entrar em sintonia
com você mesmo, com o Universo, com Deus.
Propriocepção Diafragmática
Na respiração diafragmático-abdominal, temos a expansão
harmônica de toda a caixa torácica, sem excessos na região superior ou
inferior, o que proporciona um melhor aproveitamento de toda a área
pulmonar. Se você tem alguma dificuldade de respirar corretamente,
ou deseja aumentar essa percepção da respiração diafragmática, essa
prática tem esse como o seu maior objetivo. Você deve posicionar-se
deitado de barriga para cima; coloque as mãos, um livro ou até mesmo
uma pequena pedra na região abdominal. Toda a sua atenção deve
estar focada no movimento do inspirar e expirar, sendo que, ao inalar
o ar, ao inspirar, deve perceber o objeto utilizado subir acompanhando
o movimento do abdômen e, ao exalar, soltar o ar, ela deve abaixar-se.
Ele tem como função realizar uma propriocepção, dando maior sen-
sibilidade para que a respiração ideal, diafragmática, possa ser reali-
zada de maneira correta. Essa prática,
se realizada durante cinco a dez minutos diariamente, vai proporcionar-lhe, em
poucas semanas, uma
incrível mudança para melhor da sua respiração e, consequentemente,
seus inúmeros benefícios. Deve-se colocar o objeto escolhido sobre a
região da barriga, um pouco acima do umbigo e ficar atento ao movi-
mento de subir e descer do objeto, associado a uma respiração suave,
lenta e profunda. Sendo a inspiração realizada pelo nariz, já na hora
77
de soltar o ar, você pode ficar livre para soltar o ar pelo nariz ou pela
boca. Passado o tempo sugerido dessa prática, sugiro que retire o ob-
jeto e continue mantendo a mesma qualidade da respiração praticada
de dois a três minutos.
Respiração expansão do amor
"Somos seres divinos com experiências humanas". Fui inspirado
a criar essa prática de respiração após escutar a frase que acabo de men-
cionar. Essa respiração é realizada da seguinte maneira: primeiramente
coloque uma mão sobre o abdômen e a outra sobre o tórax, realize a
respiração de maneira que, ao inspirar, puxar o ar, a mão que está sobre
o tórax mova apenas um pouco, tendo a predominância da movimen-
tação da mão que está sobre o abdômen. Desta forma, fica evidente a
respiração adequada com a movimentação correta do diafragma. Você
inspira, puxa o ar pelas narinas, com os olhos fechados, procurando re-
conhecer o sopro divino, a essência de Deus presente na sua existência.
Solte o ar pela boca, abra os olhos e procure enxergar e partilhar deste
amor de Deus com tudo que está a sua volta, percebendo todas as be-
lezas e desafios que Deus nos proporciona. Vá repetindo esse inspirar
pelas narinas com os olhos fechados e expirar pela boca, soltar o ar com
os olhos abertos durante uns cinco minutos. Ao final, permaneça algum
tempo com os olhos fechados, percebendo a leveza da respiração.
Respiração conectada consciente
Uma simples e prática maneira de ter consciência da respi-
ração, a chamada vinte conectadas, conecta com você mesmo, com
o Universo, desfazendo traumas e proporcionando maior liberdade.
Realize quatro respirações normais, seguidas de uma respiração longa.
Repetindo esse ciclo quatro vezes, teremos as vinte conectadas. Vale
ressaltar que não existe pausa entre o inspirar e expirar, essa respira-
ção é um ciclo contínuo. O ritmo da respiração deve ser fluido, tenha
consciência de que está respirando energia. Essa respiração deve ser
realizada somente por uma via, pelo nariz ou somente pela boca. A
seguir, o relato de alguns autores acerca de todo o poder da respiração
e sua influência sobre o nosso estado emocional:
"Vinte respirações conectadas podem ser praticadas quando
você desejar, especialmente quando estiver tenso ou raivoso ou expe-
rimentado outro drama emocional ou físico qualquer". (ORR, 2001,
p. 127).
"A respiração consciente proporciona direcionar o olhar para
dentro de si, coloca em contato com recursos internos para abrir
portas e encontrar caminhos. É muito mais do que visualizar dificuldades
ou limitações, é sentir. Ser inspirado de forma fluida para uma vida
mais plena, livre. A sua respiração chega ao mais profundo de você, ao
mais íntimo do seu ser, onde estão as marcas de tudo que você viveu.
78
Observe que a sua respiração e a sua mente inconsciente estão recons-
truindo. Deixe que a respiração vá digerindo acontecimentos ruins".
(ROBLES, 2001).
"(...) a respiração o vinculará a tudo e a todos. O ar que res-
piramos nos une num todo, quer queiramos quer não. A respiração,
portanto, tem algo a ver com "contato" e com "relacionamento". É a
respiração que nos liga continuamente a tudo que existe". (DETHLEF-
SEN; DAHLKE, 2007, p. 110).
Harmonize-se com a sua respiração, com a sua personalidade e
leve mais harmonia e essência ao mundo. Transforme a sua realidade.
79