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Unidade II
5 EPIDEMIOLOGIA E MEDIDAS PREVENTIVAS DAS IRAS
As infecções relacionadas à assistência à saúde são consideradas eventos adversos à internação que
acabam aumentando o tempo de internação e, consequentemente, os custos dessa internação, além de
elevar a morbidade e a mortalidade nos serviços de saúde.
Infelizmente são eventos adversos ainda persistentes nos serviços de saúde do Brasil (BRASIL, 2013b).
São consideradas como medidas gerais para o controle e prevenção das Iras:
• o treinamento adequado dos profissionais de saúde, com destaque para higienização das mãos;
Ressalta‑se que essas medidas devem fazer parte de um protocolo de educação permanente em
serviço para todos os profissionais de saúde, visitantes e familiares.
Além dessas medidas gerais, foram levados em consideração os sítios corporais de relevância
epidemiológica, nos quais existe uma maior incidência e prevalência de Iras listadas a seguir:
Estimativas do CDC em relação às topografias das Iras evidenciaram que 32% correspondem ao trato
urinário; 22% ao sítio cirúrgico, 15% ao trato respiratório/pneumonia, e14% são de corrente sanguínea
(CDC, 2010).
Para cada um desses sítios, foram levantadas as medidas principais para a prevenção e o controle das
Iras, que serão discutidas nos subtítulos a seguir.
Categoria/Grau Definição
Nível de recomendação
A Boa evidência para embasar a aplicação de uma recomendação
B Evidência moderada para embasar a aplicação de uma recomendação
C Evidência pobre para embasar uma recomendação
Qualidade da evidência
I Evidência de 1 ensaio randomizado
II Evidência de estudos observacionais de coorte ou caso‑controle
Evidência baseada em opiniões de autoridades respeitadas; baseada em
III experiência clínica, estudos descritivos ou relatórios de comitês de especialistas
As infecções do trato urinário (ITU) são responsáveis por 35 a 45% de todas as Iras, e a grande
maioria (80%) está relacionada à cateterização vesical (ALVES; LUPPI; PAKER, 2006).
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Unidade II
O cateter vesical foi introduzido em 1927 por Frederic Foley. Estima‑se que cerca de cinco milhões
de pessoas utilizam diariamente esse tipo de cateter no mundo (BRASIL, 2000).
Mesmo com o emprego de técnica adequada de inserção do cateter vesical e o uso de sistema de
drenagem fechado, a colonização da urina na bexiga ocorrerá em torno de 50% dos pacientes após 10 a
14 dias de cateterização. Destes pacientes, cerca de 1 a 3% terão bacteremia com germes provenientes
do trato urinário (BRASIL, 2000).
Saiba mais
• sexo feminino;
• duração da cateterização, especialmente se a permanência do cateter for maior que seis dias;
• Diabetes mellitus;
A E. coli é o principal agente isolado das bacteriúrias hospitalares. Encontram‑se também envolvidas
bactérias como a Pseudomonas aeruginosa, a Klebsiella pneumoniae e o Enterococcus spp. como
agentes etiológicos comuns de ITU em pacientes cateterizados por um curto período de tempo (<7 dias
de cateterização) (BRASIL, 2000).
Nas últimas décadas, espécies de Candida vêm emergindo como importantes agentes de ITU (BRASIL,
2000). Esse tipo de infecção pode causar sintomas como disúria, polaciúria, dor lombar e/ou suprapúbica,
sedimentos na urina e febre.
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PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
Contudo, esse quadro pode não se manifestar nos pacientes com cateterização vesical de demora,
sendo observada neles a presença de sedimentos na urina, dor lombar e/ou suprapúbica e febre como
principais sintomas.
O cateter urinário está associado a um risco de mortalidade três vezes maior nos hospitais e
instituições de longa permanência para idosos. A maioria dos casos é assintomática, principalmente
em idosos, o que demanda nossa atenção, pois esse tipo de infeção nessa população facilmente pode
evoluir para um quadro de sepse com possibilidade até de ocorrer o óbito.
Lembrete
A figura a seguir ilustra os aspectos mais relevantes que estão envolvidos nas ITU:
%
35,0 %
30,0 %
25,0 %
20,0 %
15,0 %
10,0 %
5,0 %
0,0 %
Duração da Erros na Patologia Contaminação Idade Outros
cateterização manipulação de base da técnica avançada
Aspectos importantes
Figura 27
A infecção cruzada é um dos principais modos de contágios das ITU relacionadas à atenção à saúde.
Assim, as basilares medidas de prevenção para o controle das ITU são:
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Unidade II
Segundo Gagliardi (2000) apud Alves, Luppi e Paker (2006), um terço dos dias de sondagem são
desnecessários e a remoção pode prevenir até 40% das ITU.
A Anvisa (BRASIL, 2013e) descreve algumas medidas preventivas das ITU relacionadas ao cateter
urinário. São elas:
• inserir cateteres somente para indicações apropriadas e mantê‑los somente o tempo necessário;
• se possível, escolher o cateter urinário intermitente, mais conhecido como sondagem de alívio;
• avaliar a possibilidade de métodos alternativos para a realização da drenagem de urina, tais como:
— utilizar fraldas;
• garantir que a inserção, a manutenção e a remoção do dispositivo seja realizada por pessoas
treinadas e qualificadas através de educação em serviço com controle de técnicas e procedimentos
para cateter urinário e a obediência aos protocolos para:
— remoção.
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PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
Etapa Ação
Reunir o material para higiene íntima, luvas de procedimento e luvas de procedimento estéril,
1 campo estéril, sonda vesical de calibre adequado, gel lubrificante (de uso único, com ou sem
anestésico), antisséptico, bolsa coletora de urina, seringa, agulha e água destilada;
2 Higienizar as mãos com água e sabonete líquido ou preparação alcoólica para as mãos;
3 Calçar luvas de procedimentos
4 Realizar a higiene íntima do paciente com água e sabonete líquido;
Retirar as luvas de procedimentos, realizar a higiene das mãos com com água e sabonete líquido ou
5 preparação alcoólica para as mãos;
6 Montar o campo estéril (abrir e posicioná‑lo);
7 Organizar material estéril no campo estéril (seringa, agulha, coletor urinário, gaze estéril);
8 Calçar luva de procedimento estéril;
Conectar sonda ao coletor de urina, testando o balonete (sistema fechado com sistema de drenagem
9 com válvula antirrefluxo);
10 Lubrificar a sonda com gel lubrificante estéril (antes de iniciar a antissepsia);
11 Realizar a antissepsia da região perineal com solução padronizada;
12 Introduzir gel lubrificante na uretra em homens;
13 Lubrificar a ponta da sonda com gel lubrificante em mulheres;
14 Seguir técnica asséptica de inserção;
Observar drenagem de urina pelo cateter e/ou sistema coletor, que deverá ficar abaixo do nível da
15 bexiga, sem contato com o chão; observar para manter o fluxo desobstruído;
Fixar corretamente o cateter no hipogástrio no sexo masculino e na raiz da coxa em mulheres
16 (evitando traumas, para cateter permanente); e
Assegurar o registro em prontuário e no dispositivo para monitoramento de tempo de permanência
17 e complicações.
O quadro a seguir apresenta as principais medidas baseadas nas evidências do CDC para a
prevenção de ITU:
Quadro 10
Medidas fortemente recomendadas para adoção Medidas moderadamente recomendadas para adoção
Educação sobre técnica asséptica adequada de inserção do Educação periódica de pessoas que cuidam de cateteres
cateter urinário e sobre a adequada manutenção urinários
Utilizar cateter de menor calibre possível apropriado para sexo
Enfatizar a importância da lavagem/higienização das mãos e idade, condizente com boa drenagem para minimizar trauma
ureteral
Técnica asséptica de inserção do cateter e equipamentos Evitar irrigação, exceto quando a obstrução do cateter é
estéril (luvas, campo fenestrado, solução antisséptica antecipada (como em cirurgias vesicais e de próstata)
apropriada, geleia lubrificante de uso único)
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Unidade II
Adequada fixação do cateter após inserção, prevenindo Não trocar cateteres urinários arbitrariamente a intervalos
movimentação e tração uretral predeterminados
Manter o sistema continuamente fechado e estéril Não se recomenda monitoramento bacteriológico periódico
Obter amostras urinárias de forma asséptica
Manter fluxo urinário desobstruído
De acordo com o CDC (BRASIL, 2006a), o uso de antibióticos tópicos ou em soluções é controverso.
A troca do cateter só deve ser realizada nas seguintes situações:
• presença de obstrução;
Na presença de febre sem foco conhecido com ITU não foi observada a evidência do benefício da
remoção do cateter, permanecendo controverso esse tema.
DI de CV = nº de CV – dias x 1000
Nº de pacientes – dias
Observações
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PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
Essa infecção é um tipo de pneumonia que surge entre 48 e 72 horas após intubação endotraqueal
e instituição da ventilação mecânica invasiva (VMI).
Como fatores agravantes para as PAVM, temos dois itens: a modificação na interação hospedeiro‑agente
infeccioso, favorecendo a emergência de novos microrganismos, e o desenvolvimento de patógenos resistentes.
Água e
soluções
Colonização do trato contaminadas
digestivo e respiratório
Esterilização
ou desinfecção
Aspiração biofeilme inadequada de
em sondas dispositivos
(nasogástrica,
nasoenteral) e tubo Entrada das
traqueal bactérias
Patogênese
Inoculação,
Colonização traqueal, inalação
virulência e número de
micro-organismos
Defesas: mecânica,
celular e humoral Estágio 1: colonização e invasão
do trato respiratório inferior
Estágio 2: interação entre
as defesas do paciente e
Colonização Translocação microrganismo (número de
Bacteremia
traqueobronquite bacteriana
bactérias, virulência versus defesas
mecânica, humoral e celular)
Pneumonia
Estágio 3: evolução (colonização,
traqueobronquite ou pneumonia)
Figura 28 – Patogênese da pneumonia relacionada à assistência à saúde e possíveis alvos para a prevenção
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Unidade II
5.2.1 Classificação
A PAVM pode ser classificada em precoce e tardia. A primeira é a que ocorre até o quarto dia de
intubação e início da VMI, e a outra é a que se inicia após o quinto dia da intubação e VMI.
5.2.2 Epidemiologia
A falta de critérios diagnósticos uniformes e claros dificultam a precisão dos dados epidemiológicos
sobre a pneumonia relacionada à assistência à saúde, porém sabe‑se que a maioria dessas infecções
é associada à ventilação mecânica e há mais dados epidemiológicos sobre esse tipo de pneumonia
adquirida no ambiente hospitalar.
Embora houvesse falta de critérios diagnósticos claros, avalia‑se que a mortalidade das pneumonias
associadas à ventilação mecânica – PAVM aumenta a letalidade em 25%. Ou seja, pacientes com PAVM
possuem 25% a mais de risco de morte.
Fatores de risco não modificáveis são: idade, escore de gravidade quando da entrada do paciente
na UTI e presença de comorbidades como insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica,
diabetes, doenças neurológicas, neoplasias, traumas e pós‑operatório de cirurgias.
A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia classificou os fatores de risco para adquirir PAVM
conforme prevalência epidemiológica demonstradas em estudos internacionais. Podemos visualizar essa
classificação a seguir:
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PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
• Doença respiratória
• Doença gastrointestinal
• Cirurgia torácica ou abdominal
• Administração de bloqueadores neuromusculares
• Tabagismo (≥ 20 maços‑anos)
• Hipoalbuminemia na admissão (Alb. ≤ 2,2 g/dl)
Outros fatores (análise univariada, não confirmados na regressão logística):
• Idade (> 60a)
• Sexo masculino
• Paciente proveniente da emergência
• Piora do Sofa
• Nutrição nasoenteral
• Nutrição enteral por qualquer via
• Sara
• Insuficiência renal
• Bacteremia
• Dreno de tórax
As estratégias gerais de medidas de prevenção e controle são a base das medidas preventivas das
PAVM:
Essas ainda são as principais ações preventivas e de controle das PAVM, bem como as medidas que
devem ser aplicadas para a prevenção e o controle de todas as Iras.
Para a redução da resistência bacteriana em UTI, é necessário que dois programas sejam implantados
simultaneamente com a colaboração de toda a equipe multiprofissional: o uso prudente e racional de
antimicrobianos e a prevenção da transmissão cruzada de cepas resistentes.
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Unidade II
• Antimicrobianos
Já a reintubação constitui‑se em fator de risco para PAVM e aumenta a taxa de mortalidade por esse
tipo de IRA.
• Tubos endotraqueais
É importante que a pressão do balonete seja mantida entre 20 cm H2O, como forma de prevenção
do excesso de aspiração e, 30 cm H2O, para evitar a isquemia da mucosa traqueal.
É indicado ainda, para os casos de intubação prevista para mais de 24 horas, o uso de tubo traqueal
revestido com prata.
O circuito do ventilador mecânico pode ser uma fonte de patógenos. Portanto, é recomendada a
troca dos circuitos do ventilador mecânico apenas quando sujos ou danificados, sem a necessidade de
troca programada. Já a troca de umidificadores deve ser realizada a cada sete dias ou quando necessário.
• Ventilação mecânica
Os pacientes com PAVM devem ser ventilados utilizando‑se estratégia de ventilatória protetora (VC=
6ml/kg peso predito), visando manter a PaCO2 entre 35‑45 mmHg e Peep o suficiente para garantir
uma adequada troca gasosa, com modo ventilatório VCV ou PCV. Assim que possível, passar a modos
assistidos ou espontâneos visando adiantar a retirada da VM.
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PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
A colonização das placas gengivais e dentárias, com a subsequente aspiração deste material, tem
sido implicada na gênese das pneumonias adquiridas no hospital. Portanto, a descontaminação da
cavidade oral, com o uso de clorexedine ou clorexedine associado à colistina, reduz substancialmente o
risco de desenvolvimento de PAVM (BERALDO; ANDRADE, 2008).
• Higiene oral
O uso tópico de clorexidina na higiene bucal de pacientes sob ventilação mecânica parece diminuir
a colonização da cavidade bucal, podendo reduzir a incidência da PAVM. Esse procedimento é seguro
e bem tolerável, já que não foram demonstrados efeitos colaterais em nenhum estudo (BERALDO;
ANDRADE, 2008).
É importante realizar aspiração de secreções subglóticas (VAS) quando o paciente for permanecer por
mais de 72h em ventilação mecânica, de forma intermitente ou controlada por dispositivo especialmente
desenvolvido para esse fim.
A técnica de aspiração das secreções deve obedecer a algumas recomendações básicas, o que
implica a diminuição na incidência das pneumonias adquiridas no hospital e, consequentemente, na
morbimortalidade:
— deve ser realizada por demanda, ou seja, quando necessário, e não em horários pré‑estabelecidos;
— quando a opção recai sobre o sistema de aspiração aberto, as sondas utilizadas devem ser
estéreis;
Apesar de o sistema fechado apresentar facilidade de manuseio para a equipe assistencial, não
há evidências de que seu uso diminua a incidência de PAH, quando comparado com o sistema
aberto de aspiração.
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Unidade II
• Posição do paciente
O paciente deve permanecer com a cabeceira elevada de 30 a 45° C, pois a posição supina (0°)
predispõe à aspiração/broncoaspiração e ao desenvolvimento de PAVM.
Em pacientes com pneumonia unilateral e hipoxemia grave, pode‑se praticar a mudança para
decúbitos laterais. No entanto, pelos resultados imprevisíveis, é necessária a vigilância intensa porque
há risco de piora da oxigenação e de contaminação do pulmão contralateral.
• Nutrição enteral
A nutrição enteral deve ser preferida sobre a parenteral, no sentido de reduzir as complicações
relacionadas ao uso de cateteres intravenosos centrais e para prevenir a atrofia vilosa de refluxo da
mucosa intestinal, que aumenta o risco de translocação bacteriana.
Deve‑se evitar a distensão gástrica como forma de reduzir a aspiração e usar preferencialmente a
alimentação com sonda intestinal, pois está associada à menor regurgitação gastresofágica quando
comparada com uso de sonda gástrica.
• Sedação
Deve‑se evitar a sedação profunda e constante, assim como o uso de drogas que deprimem o reflexo
da tosse, recomendando‑se períodos diários de interrupção da sedação.
• Glicemia
Manter os níveis de glicose entre 80 e 110 mg/dl diminui a infecção adquirida no hospital por via
hematogênica, reduz a duração da VM, reduz a permanência na UTI e a morbidade e mortalidade em
pacientes cirúrgicos.
O quadro a seguir apresenta as principais medidas baseadas nas evidências do CDC para a prevenção
de pneumonias:
Quadro 12
Categoria IA Categoria IA
Educação de profissionais e envolvimento multidisciplinar no Quando realizar intubação, preferir a via orotraquel à
controle de infecções nasotraqueal
Não usar antimicrobianos com objetivo de prevenir pneumonias Trocar cânulas de traqueostomia com técnica asséptica
Usar fluido estéril para nebulizadores de pequeno volume Verificar rotineiramente a localização do tubo enteral
Equipamentos semicríticos devem ser submetidos a esterilização Descartar condensados líquidos do circuito respiratório
ou desinfecção de alto nível, de acordo com as características do para não refluir no paciente com uso de luvas
material
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PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
Uso de vacina 23‑valente para prevenção de pneumonia Não esterilizar ou desinfetar o maquinário interno de
pneumocócica nos pacientes de grupos de alto risco equipamentos de anestesia
Usar água estéril para enxágue de artigos semicríticos
Optar por troca de circuitos quando estiverem em mau após desinfecção. Se não for possível, usar água filtrada
funcionamento ou visivelmente sujos ou de torneira para enxágue, seguido do uso de álcool
70% com posterior secagem
Após o uso de nebulizadores de pequeno volume no
mesmo paciente, proceder o enxágue com água estéril,
desinfecção e secagem
As tabelas a seguir servem como parâmetro para controlar os indicadores de resultados e processos,
respectivamente relacionados a esse tipo de IRA:
Tabela 1
Mês/Ano:_______ Unidade:________
Número de pacientes com VM na
Dia Número de paciente da unidade unidade
1 13 5
2 12 5
3 16 12
4 10 9
5 9 9
... ... ...
... ... ...
30 7 5
31 8 6
Total 75 42
Nesta planilha, ao fim de cada mês, o denominador será calculado assim: VM – dia. Neste
exemplo temos:
Outor importante indicador de resultado que pode ser aplicado é a taxa de utilização de dispositivos
invasivos da unidade. No caso da pneumonia, novamente direcionamos a observação ao uso da
ventilação mecânica.
Este indicador traduz o quanto este fator de risco está presente na população analisada.
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Unidade II
Quadro 13
Preencher a planilha com SIM (obseração positiva); NÃO (observação negativa); NA (não se aplica).
Observação
• Decúbito acima de 30º C: considerar (Sim) quando no momento da visita a unidade o paciente
estiver no decúbito correto. Registrar NA nos casos em que o paciente tenha contraindicação
deste posicionamento e haja prescrição contrária.
Quadro 14
Observação: fazer a avaliação e preencher a planilha conforme as siglas– C: conforme, NC: não conforme e NA: não se aplica.
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PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
No ano de 2008, a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente lançou a campanha destinada
à segurança dos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos. A OMS estima que ocorra um
procedimento cirúrgico para cada 25 indivíduos por ano. No Brasil, a iniciativa conjunta da Secretaria
de Atenção à Saúde (SAS/MS), Anvisa e da Opas reuniu esforços para a viabilização do projeto Segurança
do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde – Cirurgias Seguras Salvam Vidas” (BRASIL, 2013b).
A importância na prevenção e controle das infecções de sítio cirúrgico (ISC) se dá pelo fato de estas,
sozinhas, representarem cerca de 15% do total das infecções adquiridas durante a assistência à saúde e
por serem a terceira complicação infecciosa mais frequente adquirida no ambiente hospitalar.
Pele
ISC incisional
superficial
Tecido celular
subcutâneo
Fáscia e músculos
ISC incisional
profunda
Órgão ou cavidade
ISC órgão/
cavidade
As cirurgias são classificadas segundo o potencial de contaminação, que também pode ser
considerado um fator relacionado ao desenvolvimento de ISC pelo risco envolvido na manipulação de
tecidos previamente contaminados.
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Unidade II
Classificação
Potencial de contaminação Risco de ISC
Limpas 1a5%
Contaminadas 3 a 11%
Sujas 10 a 17%
Infectadas 27%
A prevenção se dá por meio do controle rigoroso dos fatores de riscos, que se dividem em modificáveis
e não modificáveis e podem ser provenientes do paciente, do procedimento ou do microrganismo.
• idade;
• obesidade;
• desnutrição;
• infecção a distância;
• neoplasia;
• imunossupressão;
• classificação ASA;
• comorbidades.
• duração da cirurgia;
78
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
• cirurgia de urgência;
• contaminação intraoperatória;
• cirurgia prévia;
• hemostasia deficiente;
• cirurgia colorretal;
• hipotermia;
• oxigenação.
• colonização prévia;
• virulência;
• aderência;
• inóculo.
Dessas três categorias de origem, temos fatores de risco modificáveis e não modificáveis. É importante
conhecer esses fatores, principalmente os modificáveis, pois é por meio de seu controle que são executadas
as seguintes ações e treinamentos de toda a equipe de saúde que atua junto ao paciente cirúrgico: a adoção
das boas práticas tanto de preparo do paciente cirúrgico, como do procedimento cirúrgico e a realização dos
cuidados no pós‑operatório. Tais medidas são fundamentais para a prevenção e controle desse tipo de Iras.
O quadro a seguir possui grifo vermelho para todos os fatores de risco que são modificáveis. Após a
análise atenta, discutiremos as principais formas de prevenção e controle relacionadas a esses fatores.
79
Unidade II
Quadro 15 – Distribuição dos fatores de risco para ISC conforme sua relação
Utilizar solução antisséptica apropriada no preparo da pele do paciente – clorexidine ou PVPI (a base
de iodo). Ainda não há consenso sobre essa medida, porém ela pode ser usada como medida de controle
de ISC.
O agente antisséptico deve ser aplicado com movimentos concêntricos do centro para a periferia,
englobando toda a área de abordagem amplamente (inclusive o local da colocação de drenos).
A antissepsia da pele deve ser realizada com a solução antisséptica em combinação com o produto
alcoólico, clorexidine ou PVPI. É importante ressaltar que a clorexidina não deve ser utilizado para
mucosas ocular e otológica.
Houve um tempo em que se acreditava que a clorexidina e o iodo possuíam incompatibilidade e que
um inativava o outro. Porém, as novas diretrizes apontam que não há antagonismo entre a clorexidina
e o PVPI por incompatibilidade química e ambos os compostos mantêm atividade antisséptica quando
aplicados na mesma área.
80
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
O banho pré‑operatório com solução antisséptica deve ser realizado pelo menos na noite anterior
à cirurgia com solução de clorexidina degermante a 2% aplicando a solução antisséptica do pescoço
para baixo.
Remover anéis, relógios e pulseiras antes de iniciar a degermação ou antissepsia cirúrgica das mãos
são medidas recomendadas.
As unhas artificiais são proibidas, pois podem conter sujeira entre elas e as unhas naturais.
É importante higienizar as mãos com água e sabão antes da degermação cirúrgica se as mãos
estiverem visivelmente sujas.
Deve‑se manter as unhas curtas e remover a sujeira presente embaixo das unhas com um limpador
de unhas, preferencialmente com as mãos sob a água corrente.
A degermação cirúrgica das mãos deve incluir os antebraços (até o cotovelo), ser feita com solução
antisséptica e ter a duração de 5 minutos na primeira degermação do dia e 2 minutos nas demais
degermações realizadas durante o dia. Ao término do procedimento de degermação, é necessário manter
as mãos elevadas e afastadas do corpo, de maneira que a água escorra das mãos para o cotovelo. A
secagem das mãos deverá ser feita com toalhas estéreis. É preciso colocar aventais e luvas estéreis.
A tricotomia deve ser realizada somente se necessária e imediatamente antes do ato cirúrgico com
tricotomizador. Não usar lâminas de barbear ou lâminas de bisturi, pois elas aumentam a solução de
continuidade na pele favorecendo a proliferação bacteriana.
— o controle de hipotermia;
— o controle da glicemia;
81
Unidade II
A figura a seguir traz o checklist padronizado pela OMS, com o item relacionado ao uso de
antimicrobianos, sendo administrado nos últimos 60 minutos:
Figura 30
— controlar o ar‑condicionado das salas, a fim de evitar o resfriamento excessivo da sala cirúrgica.
— é essencial manter o estado nutricional o mais estabilizado possível, facilitando assim toda a
homeostase corporal no pós‑operatório.
As bactérias são os agentes etiológicos mais associados com as infecções do acesso vascular, em
especial os cocos gram‑positivos. Os Staphylococos são os responsáveis por 50 a 75% dessas infecções,
sendo que somente os Staphylococos coagulase‑negativos, particularmente S. epidermidis, estão
envolvidos em um terço dos casos (BRASIL, 2000).
83
Unidade II
Isso pode ser explicado porque a pele é seu hábitat natural, o que nos leva à preocupação com as
mãos dos profissionais envolvidos na assistência em saúde e à possibilidade da transmissão de infecção
cruzada. Esses microrganismos também possuem uma grande capacidade de adesão a cateteres plásticos.
Os bacilos gram‑negativos estão associados a 25‑40% das ICS, estando relacionados, principalmente,
à contaminação dos fluidos infundidos devido a sua capacidade de multiplicação em temperatura
ambiente (BRASIL, 2000).
• Infecções primárias da corrente sanguínea (IPCS), que são aquelas infecções de consequências
sistêmicas graves, bacteremia ou sepse, sem foco primário identificável. Há dificuldade de se
determinar o envolvimento do cateter central na ocorrência da IPCS. Com finalidade prática, as
IPCS devem ser associadas ao cateter, se este estiver presente ao diagnóstico.
• Infecções relacionadas ao acesso vascular (IAV), que são infecções que ocorrem no sítio de inserção
do cateter, sem repercussões sistêmicas. A maioria dessas infecções estão relacionadas ao acesso
vascular central (IAVC).
Vários são os fatores de risco associados às IAV, alguns deles relacionados ao paciente e outros ao
próprio acesso vascular.
*Ressalta‑se que o principal fator de risco das IAV consiste na duração da cateterização, apesar de a troca periódica dos cateteres
vasculares ser considerada como um fator importante na redução das ICS. O valor real dessa prática só está bem estabelecida para
os cateteres periféricos instalados em adultos, que devem ser trocados no máximo a cada 72 horas; não está bem definida ainda a
periodicidade da troca em crianças, embora se preconize as mesmas 72 horas.
84
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
Para os cateteres centrais, estudos recentes não demostraram vantagens com o uso dessa prática.
As infecções primárias de corrente sanguínea – IPCS estão entre as infecções mais comumente
relacionadas à assistência à saúde, elevando tanto os gastos com a internação como a mortalidade e o
maior tempo de internação.
Lembrete
• tromboflebite séptica;
Estima‑se que cerca de 60% das bacteremias nosocomiais sejam associadas a algum dispositivo
intravascular, centrais ou periféricos. A mortalidade varia entre os pacientes, conforme a existência
ou não de outros fatores de risco associados, como as comorbidades, as doenças pré‑existentes e os
extremos de idade (BRASIL, 2013e).
As ICS ocorrem pela colonização da via proximal devido à manipulação inadequada do cateter
venoso ou fluido contaminado. A flora residente na epiderme do paciente também é um importante
fator de risco.
85
Unidade II
Colonização da via
proximal
Fluido contaminado
Flora da pele do
paciente
Desde 2010, a Anvisa delibera que os indicadores de IPCS sejam notificados, particularmente em
pacientes em uso de CVC, em unidades de terapia intensiva (UTI). “Os cateteres rígidos podem lesar
a camada íntima da veia, contribuindo para a ocorrência de complicações como flebite, formação de
trombos e obstruções” (BRASIL, 2013e).
Esse pacote de medidas, também denominadas blundles, teve orientação na campanha Protecting 5
Million Lives – Campanha 5 milhões de Vida da National Healthcare Safety Network (NHSN). A campanha
86
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
Esse pacote de medidas adotadas conjuntamente obtém melhores resultados do que quando
aplicadas individualmente.
• precauções de barreira máxima: higiene das mãos, uso de gorro, máscara, avental, luvas estéreis e
campos estéreis grandes para cobrir o paciente;
• seleção do sítio de inserção do cateter venoso central: utilização da veia subclávia como sítio
preferencial para cateter venoso central (CVC) não tunelizado;
• revisão diária da necessidade de permanência do CVC, com pronta remoção quando não houver
indicação.
Lembrete
• troca de sistema de infusão no tempo adequado, de acordo com as normas preconizadas pela CCIH;
87
Unidade II
Lembrete
São considerados sinais de infecção em CVC: exsudato purulento ou
hiperemia em pacientes sem diagnóstico de IPCS. A cultura de cateter tem
baixa especificidade e não é necessária para diagnóstico.
O uso das boas práticas em biossegurança pode ser responsável pela prevenção de grande parte
das ICS. Programas que enfoquem a educação continuada, a capacitação dos profissionais de saúde, a
adesão às recomendações durante a inserção e manuseio dos cateteres, a vigilância epidemiológica das
Iras e a avaliação dos seus resultados são medidas muito eficazes que devem ser tomadas rotineiramente,
pois reduzem as taxas de ICS.
A vigilância epidemiológica para o controle e prevenção das ICS deverá ser sistemática, realizada de
forma contínua ou periódica, levando em consideração os seguintes critérios (BRASIL, 2013f):
O quadro a seguir apresenta as principais medidas baseadas nas evidências do CDC para a prevenção
de ICS em cateteres vasculares periféricos:
Quadro 17
88
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
Uma das histórias mais aterradoras produzidas pela imprensa brasileira nesta
semana foi o caso da modelo capixaba Mariana Bridi Costa, de 20 anos. A moça sofreu
uma infecção urinária provocada pela bactéria Psedomonas aeruginosa. O quadro
agravou‑se a ponto de provocar um desfecho trágico e incomum em casos como esse:
a amputação dos pés e das mãos da bela morena que ano passado havia conquistado
o título de corpo mais bonito do mundo no consurso Miss Biquini Internacional,
realizado na China.
Mariana morrreu na madrugada deste sábado (24) no Hospital Estadual Dório Silva,
em Serra, no Epírito Santo. Respirava com a ajuda de aparelhos e fazia hemodiálise.
A família viveu os últimos momentos fazendo pedidos deseperados de doações de
sangue do tipo O negativo. Os sonhos, a carreira e o melhor da juventude de Mariana
foram interrompidos por um inimigo invisível que não pode ser vencido. De quem é a
cula? É de todos nós.
Nosso hábito de tomar antibióticos para qualquer coisa está criando bactérias
invencíveis. Elas resistem à mairoria dos antibióticos ou a todos eles. Sáo as terríveis
superbactérias que vivem soltas por aí, prontas para causar estragos no corpo de
quem esteja com as defesas um pouco enfraquecidas. Quem toma antibióticos por
conta própria assim que surge uma dor de garganta ou uma gripe, está fornecendo
armas de alto calibre ao inimigo. Gripe, por exemplo, é causada por um vírus. O
antibiótivo não mata o vírus, mas pode matar as bactérias benéficas que vivem no
nosso organismo.
A notícia relatada parece sensacionalista, mas evidencia o cenário desolador que tem
assolado as intituições de saúde: o problema da resistência bacteriana aos antibióticos. A
história dessa modelo é uma entre as tantas outras que tiveram desfechos trágicos relacionados
à resistência bacteriana.
A descoberta dos antibióticos representou um avanço no tratamento das infecções, mas trouxe
consigo o perigo da resistência.
89
Unidade II
Esse problema teve o seu recrusdecimento diante da venda indiscriminada e sem receita médica
dos antibióticos; de prescrições médicas inapropriadas; pelo senso comum da população em achar, em
alguns casos, que o antibiótico deve ser sempre a primeira escolha em caso de doenças.
A partir da constatação desse problema de sáude pública, em junho de 2009, teve início o projeto
Uso Racional de Antibióticos e Combate à Resistência Bacteriana.
Observação
Os microorganismos causadores de infecções estão no planeta há muito mais tempo que os seres
humanos e possuem condições de adaptação incomparáveis e dinâmicas, selecionando rapidamente os
exemplares mais competentes para a perpetuação da sua espécie.
• formação de uma rede de instituições e especialistas para coleta e análise dos dados;
Como parte desse projeto foi firmada uma parceria com a Opas/OMS e com a Coordenação‑Geral
de Laboratórios em Saúde Pública (CGLAB/SVS‑MS) para criar a Rede Nacional de Monitoramento da
Resistência Microbiana, conhecida por Rede RM, que é constituída por Hospitais Sentinela (Laboratórios
de Microbiologia e Comissões de Controle de Infecção Hospitalar), Laboratórios de Saúde Pública (Lacen),
Vigilâncias Sanitárias e Coordenações de Controle de Infecção Hospitalar nos Estados e Municípios.
Além das comissões atuantes nos hospitais e diversos colaboradores, tinha como objetivo traçar um
perfil da resistência microbiana nos serviços de saúde do País.
Observação
Essa lista é baseada nas diretrizes do Clinical and Laboratory Santandards Institute (CLSI), organização
internacional que tem por objetivo promover a excelência nas práticas laboratoriais.
91
Unidade II
Esse laudo seletivo ajuda a melhorar a relevância clínica e ajuda a minimizar a seleção de cepas
multirresistentes, de forma a evitar o uso abusivo de agentes de amplo espectro.
Com toda a documentação da padronização adotada, o laboratório deve reportar apenas os agentes
antimicrobianos efetivos no local do isolamento. Os laboratórios devem enviar para as CCIH relatórios
cumulativos do perfil de susceptibilidade antimicrobiana pelo menos uma vez ao ano.
O quadro a seguir traz os principais locais para coleta de culturas para o diagnósticos de infecções e
os cuidados necessários na coleta dessas culturas:
92
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
Liquor Deve ser coletado 10 ml, com técnica asséptica, que será mantido em temperatura ambiente.
Ponta de cateter Não tem valor diagnóstico, pois geralmente já está colonizado.
vascular Deve‑se com técnica estéril cortar de 5 a 7 cm da ponta distal e colocá-la em tubo seco estéril.
Colher a primeira urina da manhã, ou após o período de 2 a 3 horas de estase vesical (manter
restrição hídrica nesse intervalo).
Entregar ao laboratório no prazo máximo de uma hora após a coleta, ou manter a amostra
Urocultura refrigerada até o transporte.
A cultura da ponta do cateter vesical não é indicada, deve‑se proceder a urocultura após 24
horas que o cateter tiver sido sacado.
A preocupação com a prevenção das Iras surgiu em meados de 1800, quando Florence Nightingale
fez o rastreamento da mortalidade entre os soldados da Guerra da Criméia e, após suas observações,
implementou procedimentos valorizando os cuidados com o paciente e as condições ambientais.
Ignaz Semmelweis, em 1865, demonstrou a importância da higiene das mãos para a prevenção da
sepse puerperal.
Contudo, as medidas mais institucionalizadas sobre o tema começaram a surgir nos EUA somente
em 1960, com o desenvolvimento de programas de prevenção de infecção hospitalar. Mesmo com essas
primeiras ações, a comunidade científica mundial apenas despertou o seu interesse pelo tema de forma
mais séria em 1999, com a publicação do relatório do Instituto de Medicina (Institute of Medicine –
IOM). O relatório Errar é humano: construindo um sistema de saúde mais seguro (To err is human:
building a safer health system) destacou os erros evitáveis provenientes da assistência em saúde e a
importância da adoção de medidas visando à redução desses erros.
Em 2004, ocorreu nos EUA o lançamento da campanha Salvando 100 mil vidas, do Instituto para a
Melhoria do Cuidado à Saúde (Institute for Healthcare Improvement‑IHI), com o objetivo da realização
de intervenções nos ambientes hospitalares que proporcionassem melhorias na segurança e eficácia dos
cuidados à saúde.
Entre essas medidas, a prevenção das Iras obteve destaque, principalmente aquelas relacionadas à
prevenção das infecções da corrente sanguínea, de sítio cirúrgico e da pneumonia associada à ventilação
mecânica. A estratégia para alcançar esse objetivo foi reunir as boas práticas baseadas em evidências,
formando um pacote de medidas que visava à redução do risco e à prevenção dessas infecções que
foram denominadas blundles.
Em 2004 ocorreu outra importante iniciativa: o lançamento da Aliança Mundial para a Segurança
do Paciente, da Organização Mundial da Saúde (OMS). Como parte dessa aliança, foi lançado, em 2005,
93
Unidade II
pela OMS, o Primeiro Desafio Global: Uma Assistência Limpa é uma Assistência mais Segura, com o
objetivo de prevenir e reduzir as Iras. O foco foi a promoção das melhores práticas de higiene das mãos,
promovendo a segurança dos pacientes, dos profissionais de saúde e dos demais usuários dos serviços
de saúde.
Além dessas iniciativas, várias organizações têm concentrado esforços para o desenvolvimento de
padrões, diretrizes e medidas de prevenção baseadas em evidências científicas como forma de melhorar
a segurança do paciente. Por exemplo, o CDC desenvolveu diretrizes apoiadas em evidências para a
prevenção de Iras; a Comissão Conjunta (The Joint Comission – TJC) estabeleceu metas internacionais
de segurança do paciente, que são atualizadas anualmente pela Comissão Mista e devem ser adotadas
pelas instituições a serem acreditadas – entre elas está a redução do risco de Iras; o Fórum Nacional de
Qualidade (National Quality Forum – NQF) descreveu práticas prioritárias para uma assistência segura,
como o desenvolvimento de diversas medidas para a prevenção de IRA.
Acresce‑se a esse fato que a assistência à saúde na atualidade também é executada fora dos
leitos hospitalares. Ela está presente nos tratamentos ambulatoriais; nas unidades de reabilitação; nas
instituições de longa permanência e na assistência domiciliar. Esses novos espaços de atuação exigem
a busca por novos conhecimentos diferentes sobre a história natural da evolução das doenças para que
sejam instituídas medidas para a prevenção e o controle das Iras.
• liderança;
94
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
O gerenciamento da qualidade em saúde pode ser definido como a procura pelos melhores resultados
proporcionados ao cliente por meio da melhoria dos processos do cuidado assistencial. Existem vários
modelos e abordagens de gerenciamento da qualidade; todos têm em comum a busca pela excelência
através da melhoria contínua dos resultados e da satisfação do cliente e pela produção de produtos ou
serviços que sejam consistentes, confiáveis, livres de defeitos, seguros e efetivos (BRASIL, 2013b).
Lembrete
A figura a seguir apresenta um esquema dessa ferramenta, que pode ser utilizada para mensurar a
qualidade de um programa de controle e prevenção das Iras:
Plan
Act Do
Check
Figura 32
95
Unidade II
Saiba mais
O programa de qualidade deve ser iniciado pelo reconhecimento dos problemas e o consequente
estabelecimento das prioridades. É fundamental para se atingir o controle de todo o processo de
prevenção e controle das Iras de uma padronização simplificada, para um fácil entendimento, visando
condutas adequadas. Dessa forma, um programa de prevenção de infecção e controle de Iras deve
envolver alguns elementos prioritários de cuidado: (BRASIL, 2013a, p.143)
• educação dos profissionais da saúde sobre todos os aspectos que envolvem a prevenção das Iras;
Uma revisão sistemática e meta‑análise sobre a magnitude das Iras teve como resultado: (BRASIL,
2013a, p. 145)
• em países desenvolvidos, como os da Europa ou nos EUA, a estimativa é de 7,6 infecções por
100 pacientes.
96
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
Chama atenção a prevalência maior que o dobro das Iras em países em desenvolvimento em
comparação com países desenvolvidos. Esta deve ser uma das razões para que se concentrem os esforços
na ampliação de programas de qualidade para a prevenção e controle de Iras.
Os fatores de risco para as Iras são geralmente categorizados em três áreas: (BRASIL, 2013a, p.145)
• iatrogênicas;
• organizacionais;
• relacionadas a pacientes.
Ao analisar esses fatores de risco iatrogênicos e os organizacionais, ficamos diante dos indicadores
de estrutura, resultados e processos.
Podemos exemplificar esses indicadores como impacto nos resultados da prevenção e controle de Iras.
Podemos citar como exemplos de indicadores de estrutura adequados o número de pias ou produto
alcoólico de fácil acesso para a higiene de mãos; como indicadores de estrutura inapropriados, a falta
da infraestrutura para dar suporte ao Programa de Prevenção e Controle de Infecção, como a presença
de uma liderança eficiente, apesar de sua obrigatoriedade legal. Outra situação de inadequação é a
existência do número de profissionais insuficientes em vários níveis nas instituições; o treinamento
insuficiente dos profissionais da saúde sobre as medidas preventivas e de controle para as Iras; e a falta
de materiais e equipamentos adequados para realizar a devida assistência em saúde.
Os indicadores de processo são aqueles que evidenciam o que realmente está sendo aplicado no
cuidado ao prestar ou receber a assistência. Eles medem um aspecto de um serviço e/ou uma série de
passos a serem empregados para alcançar um resultado.
Como indicadores de resultados negativos, podemos exemplificar o uso impróprio de técnica estéril
ou asséptica; a quebra de protocolos na realização das técnicas assépticas; a baixa adesão à higienização
das mãos ou a higienização das mãos feita de forma inadequada pelos profissionais de saúde; a falta de
controle devido dos reprocessamentos dos materiais cirúrgicos.
Saiba mais
Esses indicadores devem ser discutidos em todos os níveis da instituição, desde a linha de frente,
junto com os profissionais que executam a assistência direta aos pacientes, até o nível gerencial, pelos
profissionais que planejam as ações em prol dos cuidados que serão prestados aos pacientes.
Os resultados das análises desses indicadores devem ser comparados com as taxas das Iras na
instituição, visando implantar melhorias contínuas no controle e prevenção das Iras, já que esses
indicadores servirão para o aprimoramento da qualidade da assistência prestada ao paciente.
98
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
Pelos impactos negativos que as Iras proporcionam às instituições de saúde, aos clientes e aos
familiares e por seu quadro epidemiológico atual crescente e alarmante, os profissionais de saúde devem
sempre buscar a atualização científica como forma de obter subsídios teóricos para estarem aptos a
participar de forma ativa, consistente e consciente no controle e na prevenção das Iras.
O enfermeiro deve estar apto a avaliar, a propor e, também, a criticar os assuntos relacionados
ao controle das Iras como forma de aplicar o conhecimento cientifico em medidas para a prevenção,
aprimorando e assistindo o paciente e a família com a qualidade necessária que se espera das ações
em saúde.
Nesse sentido, a educação permanente deve realizar junto com a equipe da CCIH a elaboração e
o aprimoramento de normas e protocolos, além de racionalizar os procedimentos, como condições
indispensáveis ao controle de Iras.
Também é importante a realização rotineira da discussão de casos clínicos de Iras que ocorreram na
instituição com todos os profissionais da área da saúde envolvidos com a assistência direta e indireta
aos pacientes. Essas discussões objetivam ampliar a capacidade resolutiva das equipes multiprofissionais
de saúde diante dos casos de IRA. Nessas reuniões rotineiras ocorrerá o estudo minucioso de todos os
fatores envolvidos com as formas de transmissão e de disseminação dessas Iras no serviço, bem como
as medidas mais apropriadas para seu controle e prevenção.
Essa informação é um dado preocupante, pois todas as ações de controle e prevenção das Iras
podem ficar comprometidas sem a devida atualização científica por parte dos profissionais envolvidos
com a CCIH.
99
Unidade II
Nesse contexto, surge a necessidade emergente das ações desenvolvidas pela CCIH, conjuntamente
com a equipe responsável pela educação contínua em serviço, em atualizar os conhecimentos dos
profissionais de saúde referentes às várias transformações tecnológicas e às novas descobertas da
ciência na prevenção e controle das Iras.
Por meio da educação permanente em serviço voltada para a atenção às medidas para o controle e
a prevenção das Iras, será possível atingir a equipe multiprofissional de saúde, atualizando as evidências
científicas em relação à assistência.
Importante destacar nesse cenário que os investimentos necessários na formação dos recursos
humanos pelas instituições de saúde devem ser considerados como imprescindíveis para o controle
e prevenção das Iras. Ressalta‑se também o papel relevante exercido pelas instituições de ensino na
formação dos profissionais de saúde, voltadas à prevenção e controle das Iras. Atuar na formação
dos profissionais de saúde consiste na intervenção em um momento crucial, no qual os alunos estão
desenvolvendo as competências requeridas para exercer o futuro perfil profissional.
Compreendemos que esses discentes estão em um papel privilegiado durante a sua formação, pois
podem aliar todo o seu constructo teórico na realização de suas atividades práticas, sempre apoiados
por seus docentes.
Eles conseguem estabelecer a clara reflexão entre o que estão construindo de conhecimentos na
parte teórica de sua formação com a vivência diária desenvolvida nos campos de estágio.
Dessa forma, poderemos traçar uma trajetória da assistência em saúde de modo a garantir a
segurança dos pacientes e suas famílias no que se refere ao controle e prevenção das Iras.
Alves e Évora (2002) colocam em evidência os aspectos éticos que envolvem as Iras. Por exemplo,
o profissional deve revelar ao paciente que ele adquiriu uma IRA, considerando os fatores inerentes ao
próprio paciente, aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos, ao ambiente institucional e aos outros
fatores que desencadeiam a causalidade das Iras, que invariavelmente não são totalmente controlados
pelos profissionais de saúde? Ou, ainda, o paciente tem o direito de saber que, durante o período de
hospitalização, foi vítima de uma IRA?
Os enfermeiros de CCIH, ao desenvolverem suas ações na busca ativa das Iras, podem ficar diante
de situações embaraçosas, por exemplo: ao se apresentar como membro da CCIH ao paciente e
questionar sobre a presença de hipertermia, sobre o aspecto do curativo e sobre a presença de dores;
e ao realizar o exame físico para certificar‑se das informações colhidas, pode surgir nesse momento
dúvidas no paciente sobre o motivo de tais ações, e ele pode perguntar ao enfermeiro: estou com
uma infecção hospitalar? Tem algo de errado em meu tratamento? O que está acontecendo comigo?
(ALVES; ÉVORA, 2002).
100
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
Nesse sentido, como forma de ampliar a nossa reflexão sobre o tema e responder a esses questionamentos,
a Anvisa considera importante a criação de uma cultura de segurança institucional para a prevenção das Iras,
o que significa vencer as barreiras institucionais e profissionais para desenvolver um ambiente de trabalho
colaborativo entre todos os membros da equipe assistencial – executivos, administradores, enfermeiros,
médicos, fisioterapeutas, pacientes e seus familiares (BRASIL, 2013b).
Essa proposta preconiza que todos sejam tratados como iguais, independentemente da função de
trabalho que exercer ou do título que tiver. Esse time deve ter o respeito mútuo e a confiança em cada
membro, com o objetivo em comum de garantir a segurança ao paciente e a qualidade da assistência. O
conceito é simples, mas a sua implementação parece estar um pouco distante de nossa realidade atual.
Nesse processo, pacientes e familiares são tratados com respeito e dignidade e devem ser
encorajados a relatar ou perguntar tudo o que se refere à sua segurança. Assim, não devem ser vistos
como sujeitos passivos do processo, que recebem e seguem de forma apática todas as orientações da
equipe multiprofissional de saúde, como as recomendações sobre as precauções de barreira de contato
e as precauções baseadas na forma de transmissão.
O cuidado deve ser centrado no paciente, por exemplo, ele deve solicitar ao profissional de saúde
para que higienize as mãos ou perguntar ao médico se o uso do dispositivo ainda é necessário, como o
uso do CVC ou do cateter vesical de demora (CVD).
Nessa perspectiva, os profissionais devem compreender essas solicitações como parte do processo
de segurança do paciente, desenvolvendo a escuta qualificada e atuando de forma adequada em
cada orientação, sem sentir que suas condutas estão sendo colocadas em dúvida. Esse conceito vai ao
encontro do que se preconiza na atualidade para a segurança nos sistemas de saúde.
Segundo a Anvisa (BRASIL, 2013b), foi realizada uma revisão e uma meta‑análise com o objetivo de
examinar criticamente a literatura e identificar os estudos que apontavam a importância de crenças,
atitudes e comportamentos que fazem parte da cultura de segurança nos hospitais. Foram identificadas
várias propriedades organizadas em sete subculturas:
• liderança;
• trabalho em equipe;
• comunicação;
• justiça;
Entende‑se que o paciente não deve ser somente um participante ativo de seu próprio cuidado. Ele
deve ser o elo entre a instituição de saúde e a comunidade.
Existem diversas abordagens para conceituar o cuidado centrado no paciente e na família, que
foram descritas pelo Institute for Patient and Family Centered Care, Picker Institute e Planetree, todas
com elementos em comum.
A figura a seguir é o diagrama desenvolvido pelo Institute for Healthcare Improvement (IHI), com os
itens necessários para aplicar o cuidado centrado no paciente e família.
102
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
Motivadores secundários
Motivadores principais Em palavras e ações, os líderes comunicam que a segurança e bem-estar do paciente são as
considerações críticas que norteiam todas as decisões.
Funcionários e fornecedores são recrutados por valores e talentos, apoiados para o sucesso, e
Corações e Mentes responsabilizados pelos resultados individuais e coletivos.
Os corações e as mentes dos funcionários e
prestadores estão totalmente envolvidos. Comunicação compassiva e trabalho em equipe são competências essenciais.
Saiba mais
103
Unidade II
Para a prevenção e controle das Iras, é importante que os pacientes e suas famílias, bem como os
profissionais de saúde, saibam que as ações desenvovidas são responsabilidade de todos.
O quadro a seguir resume as principais medidas para a prevenção e controle das Iras que devem ser
realizadas pelos pacientes e família.
Quadro 19 – Medidas para a prevenção e controle das Iras a serem realizadas pelos
pacientes e família
Visitas aos pacientes Orientar familiares e visitantes a evitar visitas aos pacientes caso reconheçam os mesmos
sintomas da doença em si ou estejam doentes.
104
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
As orientaçõoes aos pacientes e familiares estão de acordo com o que é preconizado pela Cartilha dos
Direitos do Paciente, lançada em janeiro de 1995, pelos representantes das associações de portadores de
patologias, integrando o Conselho Estadual de Saúde, com o apoio de outros órgãos. Consta no item 8
do referido documento que:
O profissional de saúde, em especial o enfermeiro de CCIH, deve ter clara a sua condição privilegiada
de educador em saúde. Dessa forma, todo o contato que estabelecer com os usuários dos serviços
de saúde deve ser encarado como um momento para a orientação sobre as medidas de prevenção e
controle de Iras, por exemplo, o uso das precauções de barreira e de contato e, principalmente, sobre a
importância da higienização das mãos.
Especial atenção também deve ser dispensada para as orientações aos visitantes, familiares e
pacientes, quanto à circulação em outras enfermarias e quartos e ao compartilhamento de alimentos
como fatores que estão envolvidos na disseminação das Iras.
Na última década, as metodologias moleculares têm sido utilizadas, e a técnica de PCR (Polymerase
Chain Reaction, ou reação em cadeia da polimerase) é a mais utilizada no diagnóstico laboratorial. A
biologia molecular teve um grande desenvolvimento na simplificação e na possibilidade de sua utilização
em laboratórios de rotina, o que a tornou uma ferramenta útil para detectar e monitorizar em tempo
rápido um grande número de doenças.
A reação de PCR permite que uma dada sequência de ácido nucléico (geralmente, DNA ou RNA que
deve ser previamente copiado numa molécula de DNA) seja amplificada milhares de vezes por meio do
uso de reagentes adequados (GOLDENBERG, 2002).
105
Unidade II
Após a execução de vários ciclos de expansão a elevadas temperaturas, o produto final obtido é
a molécula-alvo amplificada milhares de vezes, o que permite a sua detecção e caracterização. Essa
metodologia se mostra bem útil na constatação de genes de resistência bacteriana, facultando que se
ataque de maneira mais precisa os casos de IRA.
De posse desses dados, pode‑se iniciar a farmacogenômica (desenho racional de drogas), o que
poderia solucionar o problema da resistência bacteriana, por exemplo, das cepas bacterianas resistentes
à meticilina.
No caso das ICS relacionadas aos fungos, por exemplo, a Candida, o método de PCR tem se mostrado
muito mais rápido e sensível em comparação com a hemocultura que, nesse caso específico, é um
método lento que apresenta baixa sensibilidade para a liberação de diagnóstico.
Vale destacar que os fungos têm emergido nos últimos anos como agentes importantes das Iras. A
frequência de ICS causada por fungos aumentou significantemente, sendo considerada a quarta causa
de sepse e correspondendo entre 5% a 10% dos casos (SIQUEIRA, 2012).
Além da Candida, outros fungos têm tido destaque nas ICS, como os gêneros Histoplasmae
cryptococcus, Trichosporone e Aspergillus spp., que se aproveitam de um estado susceptível do
hospedeiro para provocar uma infecção sistêmica (SIQUEIRA, 2012).
As alternativas de diagnóstico rápido são essenciais, pois permitem a adoção da terapia antimicrobiana
correta e diminuem o tempo de internação, evitando gastos, a sobrecarga do sistema de saúde e
favorecendo uma melhor qualidade no tratamento das Iras.
Resumo
109
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência segura: uma
reflexão teórica aplicada à prática. Brasília: Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de
Saúde, 2013a. p. 107.
Figura 5
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência segura: uma
reflexão teórica aplicada à prática. Brasília: Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de
Saúde, 2013a. p. 108.
Figura 6
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de microbiologia clínica
para o controle de infecção em serviços de saúde. Brasília, 2004b. p. 8.
Figura 7
110
Figura 8
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resistência microbiana – mecanismos
e impactos clínicos. Brasília, [s.d.]. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/
cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/gramp_entero.htm>. Acesso em: 16 ago. 2016.
Figura 9
Figura 10
Grupo Unip‑Objetivo.
Figura 11
Figura 12
Figura 13
Figura 14
111
Figura 15
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resistência microbiana – mecanismos
e impactos clínicos. Brasília, [s.d.]. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/
cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/mec_enzimatico.htm>. Acesso em: 16 ago. 2016.
Figura 16
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resistência microbiana – mecanismos
e impactos clínicos. Brasília, [s.d.]. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/
cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/pop_mecanismo.htm>. Acesso em: 16 ago. 2016.
Figura 17
Figura 18
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente. Brasília,
[s.d.]. Disponível em: <http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/
folheto‑de‑bolso‑higiene‑das‑maos‑quando‑e‑como‑fazer>. Acesso em: 16 ago. 2016.
Figura 19
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente. Brasília,
[s.d.]. Disponível em: <http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/
folheto‑de‑bolso‑higiene‑das‑maos‑quando‑e‑como‑fazer>. Acesso em: 16 ago. 2016.
figura 20
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência segura: uma
reflexão teórica aplicada à prática. Brasília: Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de
Saúde, 2013a. p. 102.
Figura 21
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência segura: uma
reflexão teórica aplicada à prática. Brasília: Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de
Saúde, 2013a. p. 102.
112
Figura 22
Figura 23
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ministério da Saúde. Precauções. Brasília, [s.d.]. p. 1.
Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/precaucoes_a3.pdf>. Acesso em: 16
ago. 2016.
Figura 24
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ministério da Saúde. Precauções. Brasília, [s.d.]. p. 1.
Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/precaucoes_a3.pdf>. Acesso em: 16
ago. 2016.
Figura 25
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ministério da Saúde. Precauções. Brasília, [s.d.]. p. 1.
Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/precaucoes_a3.pdf>. Acesso em: 16
ago. 2016.
Figura 26
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ministério da Saúde. Precauções. Brasília, [s.d.]. p. 1.
Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/precaucoes_a3.pdf>. Acesso em: 16
ago. 2016.
Figura 27
ALVES, M. V. F. F.; LUPPI, C. H. B.; PAKER, C. Condutas tomadas pelos enfermeiros relacionadas ao
procedimento de sondagem vesical. Revista Ciência em Extenção, v. 3, n. 1, p. 10‑25, 2006. p. 19.
Figura 28
Figura 29
Figura 30
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência segura: uma
reflexão teórica aplicada à prática. Brasília: Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de
Saúde, 2013a. p. 103.
Figura 31
Figura 32
Grupo Unip‑Objetivo
Figura 33
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência segura: uma
reflexão teórica aplicada à prática. Brasília: Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de
Saúde, 2013a. p. 124.
Figura 34
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência segura: uma
reflexão teórica aplicada à prática. Brasília: Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de
Saúde, 2013a. p. 50.
Figura 35
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência segura: uma
reflexão teórica aplicada à prática. Brasília: Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de
Saúde, 2013a. p. 158.
REFERÊNCIAS
Textuais
114
ALVES, A. N. F. et al. Conhecimento da enfermagem na prevenção de infecção hospitalar. Revista do
Instituto de Ciências e Saúde, v. 25, n. 4, p. 365‑72, 2007. (On-line). Disponível em:<HTTP://WWW.
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