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Corporis Domini

Página destinada à história da anatomia


humana. Anatomia (do grego antigo
[anatome], "seccionar"), é o ramo da
biologia no qual se estudam a estrutura e
organização dos seres vivos, tanto
externa quanto internamente.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Anatomia no Renascimento
O período conhecido com Renascimento
foi caracterizado pelo renascimento da
ciência. Estende-se aproximadamente do
século XIV ao XVI e foi um período de
transição entre a idade Média e a idade
moderna da ciência.
O Renascimento foi introduzido nas
grandes universidades européias
estabelecidas em Bolonha, Salermo,
Pádua, Montpeiller e Paris.
A primeira dissecação humana registrada
nestes centros de aprendizado recém-
estabelecidos foi a obra do cirurgião
William de Saliceto (1215 – 1280) da
Universidade de Bolonha. O estudo da
anatomia humana difundiu-se
rapidamente pelas outras universidades e
pelo ano de 1300, as dissecações
humanas tinham se tornado parte
integrante do currículo médico. Porém, o
dogma Galênico de que a anatomia
humana normal era suficientemente
conhecida persistia e, assim, o interesse
nesse tempo centralizava-se em métodos
e técnicas de dissecação em lugar de
avançar no conhecimento do corpo
humano.
O desenvolvimento da imprensa com os
tipos removíveis em torno de 1450
revolucionou a produção de livros. Celsus
cujo De re medicina foi “redescoberto”
durante o Renascimento, foi o primeiro
autor médico a ser publicado dessa
maneira. Entre os primeiros livros de
anatomia a serem impressos em tipos
removíveis estava o de Jacopo
Berengario de Carpi, professor de
cirurgia em Bolonha. Ele descreveu
muitas estruturas anatômicas, inclusive o
apêndice, o timo e a laringe. O texto
mais influente desse período foi escrito
por Mondino de’ Luzzi, também da
Universidade de Bolonha, em 1316.
Publicado inicialmente em 1487, era
mais um guia de dissecação do que um
estudo de anatomia macroscópica e,
apesar de seus numerosos erros
galênicos, até o tempo de Versalius.
Por cauda da rápida putrefação de um
cadáver não embalsamado, os livros de
anatomia do início do Renascimento
eram organizados de moda que as
porções mais perecíveis do corpo fossem
descritas inicialmente. As dissecações
começavam pela cavidade abdominal, a
seguir o tórax, seguindo da cabeça e
finalmente os membros. Uma dissecação
era uma verdadeira maratona que
freqüentemente se prolongava durante 4
dias.
Com o aumento pelo interesse na
anatomia humana durante o
Renascimento, a obtenção de cadáveres
para dissecação tornou-se um problema
sério. Estudantes de medicina
praticavam regularmente a violação de
sepulturas para rouba-los até que
finalmente um decreto oficial emitido
permitiu usar os corpos de criminosos
executados como espécimes.
Os cadáveres eram embalsamados para
prevenir a deterioração, mas o processo
ainda não era especialmente eficiente, e
o cheiro dos cadáveres em decomposição
ainda persistia. Os professores de
anatomia proferiam suas aulas de
cátedras um pouco distantes do local do
corpo. A frase “Eu não devo toca-lo com
uma vara de 10 pés” provavelmente
originou-se durante esse tempo em
referência ao cheiro de um cadáver em
decomposição.
Os principais avanços em anatomia
ocorridos durante o renascimento foram,
em grande parte, decorrentes das
habilidades artísticas e científicas de
Leonardo Da Vinci e Andréas Vesalius.
Trabalhando nos séculos XV e XVI, cada
um deles produziu estudos monumentais
da forma humana.

Da Vinci

O grande renascentista italiano Leonardo


Da Vinci (1452-1519) é mais conhecido
pelas suas obras artísticas e suas
contribuições científicas. Ele demonstrou
a sua genealidade como pintos, escultor,
arquiteto, músico e anatomista, embora
os seus desenhos anatômicos não
tivessem sido publicados até o fim do
século XIX. Quando jovem, Leonardo
participava regularmente de dissecações
de cadáveres e pretendia publicar um
texto de anatomia com o professor de
Pavia Marcantonio della Torre. A morte
prematura de della Torre na idade de 31
anos suspendeu seus planos.
Quando Da Vinci morreu, suas notas e
esboços se perderam e não foram
descobertos por mais de 200 anos. O
progresso da anatomia teria sido
antecipado por muito anos se os
cadernos de Leonardo estivessem
acessíveis para o mundo na época de sua
morte.

Vesalius

A contribuição de Andréa Vesalius (1514-


1564) para a ciência da anatomia humana
e para a medicina moderna é
imensurável.
Vesalius nasceu em uma família de
médicos de Bruxelas. Ele recebeu seu
aprendizado médico inicialmente na
Universidade de Pádua, na Itália, onde
começou a lecionar cirurgia e anatomia
imediatamente após sua graduação. Em
Pádua, Vesalius participou de dissecações
humanas e iniciou o uso de modelos vivos
para determinar os pontos de reparo em
anatomia de superfície para estruturas
internas.
Vesalius aparentemente tinha enorme
disposição e ambição. Aos 28 anos de
idade, já tinha completado sua obra-
prima, De Humani Corporis Fabrica, na
qual os vários sistemas do corpo e órgãos
isolados são belissimamente ilustrados e
descritos. Seu livro foi especialmente
importante porque desafiou
corajosamente os ensinamentos
seculares de Galeno. Vesalius manifestou
sua surpresa ao encontrar numerosos
erros anatômicos nas obras de Galeno e
que eram ensinados como fatos, e
recusou-se a aceitar as explicações de
Galeno pela fé. Como ele era tão
declaradamente contrário a Galeno,
despertou a raiva em muitos anatomistas
tradicionalistas, inclusive de seu
professor Sylvius de Paris. Sylvius até
mesmo foi mais além, dando-lhe o
apelido de “Vesalius o louco” .
Vesalius ficou tão nervoso pelos ataques
implacáveis que destruiu muito de suas
obras inéditas e parou de dissecar.

Dr. Nícolas da Cunha Turiel às 10:43:00

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Dr. Nícolas da Cunha Turiel


Mamífero, bípede, pensador e assimétrico.
Fisioterapeuta Colunista da revista Atual Butantã
especialista em Pilates e Método Kabbat.
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