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CURSO TÉCNICO EM MASSOTERAPIA

Atividade Remota.

Andreas Vesalius

Andreas Vesalius, o maior dos anatomistas da Renascença, um dos primeiros a praticar a dissecação do
corpo humano,  cujas observações permitiram corrigir as noções errôneas de Galeno, considerado o "pai da
anatomia moderna" e autor do atlas de anatomia "De Humani Corporis Fabrica", morre em Zakinthos, na
Grécia, em 15 de outubro de 1564.

Vesalius, Andries van Wesel em holandês, nasceu em 31 de dezembro de 1514, perto de Bruxelas, então sob
o domínio do Sacro Império Romano Germânico. Era filho de uma família reno-flamenga de sábios ligados
à medicina, originários de Wesel, antigo ducado de Clèves, na Renânia Inferior.

O olhar frio, despido de toda a sensibilidade, levou o pequeno André a fazer suas primeiras observações
sobre a pele, os músculos, as vísceras e os ossos de cadáveres de animais e de esqueletos que os pássaros
haviam limpado.

Em 1533, aos 18 anos, sob o reinado de Francisco I, passa três anos em Paris para estudar medicina. É aluno
de Joannes Guinter e de Jacques Dubois, pseudônimo Sylvius, emérito professor de anatomia. O ensino que
recebe foi livresco, fundado na medicina galênica e árabe. A anatomia era totalmente negligenciada e as
dissecações raras.

Os cursos consistiam na leitura dos textos de Galeno, enquanto um "cirurgião" explicava como realizar uma
autopsia. À época, a faculdade podia organizar duas vezes ao ano a dissecação de um cadáver. Numa delas,
em um anfiteatro cheio de estudantes e curiosos, o "barbeiro", encarregado da autópsia, sofrendo, ouve a
plateia sussurrar o nome de Vesalius. Empurrado pelos colegas, ele assume a dissecação. O professor
Sylvius mostra-se espantado com a destreza e inteligência do aluno. Aos 20 anos, Vesalius adquiria
notoriedade como anatomista.

No século IV, a medicina era herdeira apenas de dois grandes mestres: Hipócrates (século V a.C.) e Galeno
(século II). As polêmicas morais e religiosas sucitadas pelas questões da alma, da gestação, regimes
alimentares ou do tratamento refletiam a influência do cristianismo sobre a medicina.

No século XV, Galeno era ainda a principal referência dos médicos. Apesar da Igreja não ter proibido  a
dissecação dos corpos, o malentendido derivou de uma bula do papa Bonifácio VIII (1235-1303) que
pretendia simplesmente limitar a prática do desmembramento dos corpos.

Malgrado o acordo dos papas Sisto IV e Clemente VII, a Inquisição continuou a impor sua reprovação.
Grotius, no século XVII, cognominado o "Pai dos Direitos das Pessoas" falava ainda da ‘‘profanações
sacrílegas e crueldades inúteis praticadas pelos vivos sobre os mortos".
Reprodução - "De humani Corporis Fabrica"

No século XVI, havia duas visões opostas


quanto a anatomia: a da Igreja, hostil à dissecação, o que retardava o progresso da medicina. O principal
argumento era que é impossível retalhar um corpo sem deteriorar sua alma; e a daqueles que buscavam
ampliar o conhecimento sobre o corpo humano, portanto favoráveis à dissecação.

A dissecação dos cadáveres humanos foi reabilitada pela Universidade de Bolonha que somente a codificou
na segunda metade do século XVIII. Eram dissecadas pela ordem, em função da rapidez de sua putrefação: o
baixo ventre; depois o tórax, ou seja, principalmente coração e pulmões; a cabeça, ou seja, o cérebro e os
órgãos dos sentidos; por fim, no quarto dia, os membros. Porém, nunca o esqueleto.

A medicina galênica era ensinada como um dogma nas universidades da Europa até a Renascença. Os erros
de Galeno, mesmo os mais grosseiros, eram repetidos sem contestação.

Vesalius, a propósito, declarava: "Como os médicos julgavam que somente as afecções internas deviam
estar em suas preocupações, e pensavam que o simples conhecimento das vísceras era suficiente,
negligenciavam, com isso, a estrutura dos ossos, dos músculos, dos nervos, das veias e artérias.
Abandonando aos "barbeiros da anatomia" a dissecação, os médicos deixavam de ter conhecimento real das
vísceras. (…) Os médicos falam de coisas que jamais viram de perto e sim, aboletados em suas poltronas,
conheceram pelos livros, sem jamais observar os órgãos descritos. Os outros, os "barbeiros"  são tão
ignorantes que não conseguem sequer fornecer aos espectadores explicações sobre as peças dissecadas.
Ocorre também de dilacerar os órgãos que o médico lhe ordena mostrar. O médico que jamais pôs a mão
numa dissecação, se contenta com breves e disparatados comentários".

Em 1538, não tendo cadáveres à disposição para as suas aulas, acabou por produzir seis pranchas de
anatomia que denominou "Tabulae anatomicae sex" representando o esqueleto e os órgãos internos.

Para Vesalius a dissecação era um ato autenticamente científico. Ele próprio levava a cabo as dissecações,
diante de um anfiteatro lotado. Sobre a mesa de dissecação, ao lado do cadáver aberto, eram colocadas uma
pena, tinteiro e papel para que tomasse notas. Ao assim agir, passou a ser considerado o verdadeiro fundador
da anatomia humana moderna.

Em 1539, a celebridade de Vesalius era tal que passa a receber um aprovisionamento regular de corpos. O
juiz Marcantonio põe a sua disposição os cadáveres de criminosos executados, chegando a retardar as
execuções de condenados à morte em função das "necessidades cadavéricas" de seu amigo.
Michelangelo Buonarotti
Michelangelo (1475-1560) foi um pintor, escultor, arquiteto e poeta do Renascimento Italiano.
Um dos maiores representantes das artes plásticas do período.
Biografia
Michelangelo nasceu em Caprese, nas proximidades de Florença, Itália, no dia 6 de março de 1475.

Na escola interessava-se apenas em desenhar, para desespero da família, que desprezava a profissão do
artista. Sua obstinação acabou vencendo, e aos 13 anos de idade tornou-se aprendiz do estúdio de Domenico
Ghirlandaio.
Desejando uma arte mais heroica, ingressa na escola de escultura de Lourenço de Medicis, que o hospeda
em seu palácio.
Convivendo com a elite nobre e intelectual, empolga-se pelas ideias do Renascimento Italiano.
Sua grande paixão foi a escultura. Certa vez ele disse: “A figura já está na pedra, trata-se de arrancá-la para
fora”.
Tinha orgulho de sua ascendência aristocrática, “por sua raça” – como escrevia em suas cartas: “Eu não sou
o escultor Michelangelo, sou Michelangelo Buonarroti”.
Capela Sistina
Em 1508, o Papa Júlio II encarregou o artista de decorar a Abóbada da Capela Sistina, na Catedral de São
Pedro, em Roma, Michelangelo exclamou: “Não sou pintor, sou escultor”.
Mas seus protestos de nada valeram e, durante quatro anos, realizou esse exaustivo trabalho, que resultou em
300 figuras.
Na abóbada, de 40 metros de largura por 13 de altura, move-se uma multidão de figuras, umas sentadas,
outras flutuando.
Michelangelo pintou os episódios do Gênesis: Criação de Adão, Pecado Original e Dilúvio, acompanhados
de profetas.
Nos quatro ângulos, revive a libertação milagrosa de Israel: a Serpente de Bronze, os Triunfos de Davi,
de Judite e Ester.

Durante o pontificado de Paulo II, entre 1534 e 1541, Michelangelo pintou um grande afresco na parede do
altar da Capela Sistina: O Juízo Final.
A ideia que define este conjunto é a da vingança: Cristo aparece como um juiz inflexível e a Virgem,
assustada, não se atreve a contemplar a cena.
Nesse afresco religioso, Michelangelo só pintou “nus”. Este fato provocou tanta polêmica, que o Para Paulo
IV pensou em destruir a obra. Mas, contentou-se em mandar o pintor Daniel de Volterra velar os nus mais
ousados.
Veja também: A criação de Adão: análise da obra de Michelangelo
Escultura e Arquitetura
Entre 1501 e 1504 Michelangelo trabalhou na escultura de David, herói bíblico que venceu o gigante Golias.
Em 1505, foi para Roma a chamado do Papa Júlio II, para reconstruir a Catedral de São Pedro e a edificação
de seu mausoléu.
Em Florença, de 1523 a 1534 esculpiu as estátuas de Juliano e Lourenço de Medicis e as sombrias figuras
da Noite, o Dia, a Aurora e o Crepúsculo, reclinadas sobre seus túmulos.
Em 1499, trabalhou na Pietà, onde o tema é a Virgem Maria envolvendo o Filho morto. O tema talvez lhe
tenha sido o mais querido, pois o repetiu quatro vezes.
Sua paixão pela grandiosidade transpareceu principalmente na arquitetura. Em 1520 planejou o edifício e o
interior da Capela de São Lourenço.
Em 1535, sob o pontificado de Paulo III, passou a ser o arquiteto, pintor e escultor do Palácio Apostólico e
replanejou a Colina do Capitólio em Roma, obra que jamais foi terminada.
Em 1552 iniciou a construção da Catedral de São Pedro, mas só viveu o suficiente para ver sua enorme
cúpula concluída. Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni morreu em Roma, no dia 15 de fevereiro de
1564.

Galeno de Pérgamo
Cláudio Galeno (129-199) foi um médico grego, considerado o pai da Anatomia. Realizou extensos estudos
de Anatomia e Fisiologia. Sua monumental enciclopédia de Medicina "Exercícios Anatômicos" foi durante
mais de quinze séculos, considerada infalível.
Cláudio Galeno nasceu em Pérgamo, na Mísia, Ásia Menor, península que fica entre o Mar Negro e o
Mediterrâneo, separada da Grécia pelo Mar Egeu, no ano 129 da Era Cristã. Essa península é hoje ocupada
pelos turcos.
A Ásia Menor era uma das mais prósperas regiões do mundo civilizado ao tempo de Galeno. O Império
Romano dominava a região.
Formação
Filho de um arquiteto e matemático teve boa instrução. Com a mãe aprendeu as primeiras lições e aos 14
anos passou a frequentar a escola onde estudou os preceitos dos famosos filósofos gregos. 
Com dezessete anos, Galeno iniciou os estudos de filosofia e medicina na sua cidade natal e depois foi
mandado para estudar nos principais centros de estudos da época.
Galeno estudou em Esmirna, onde foi aluno do famoso Pélops. Visitou também Corinto, Fenícia, Sicília,
Creta, Chipre e Alexandria, onde estudou com os mais renomados mestres e realizou as primeiras
dissecações em animais.
Em 157, com 29 anos, voltou para Pérgamo, onde começou a exercer a profissão e adquiriu grande
experiência como cirurgião de gladiadores. Quatro anos depois, foi levado para Roma onde integrou a corte
do Imperador Marco Aurélio.
A Anatomia de Galeno
Galeno realizou extensos estudos de Anatomia e Fisiologia, conservados em seus escritos, baseados na
dissecação de macacos e outros animais inferiores, que aplicava ao homem, por analogia, todas as
observações feitas.
Sua dissecação de músculos e ossos são bastante completas, porém, ainda mais minuciosas são as
observações sobre nervos, artérias e veias, que estabeleceram um marco da história da Anatomia.
Galeno estudou o coração, descrevendo as camadas musculares e as válvulas. Chegou perto do princípio da
circulação do sangue, porém erroneamente supôs que o sangue minasse da câmara direita do coração através
da parte divisória.
Cláudio Galeno percebeu que todos os nervos vão ter ao cérebro, seja diretamente, ou pela medula espinhal.
Realizou experiências em animais cortando a medula em várias alturas e observou a perda de controle de
várias funções do animal.
Galeno reconheceu o valor do compasso das pulsações, para determinar as condições do paciente. E ao
mesmo tempo percebeu que o pulso também responde às tensões emocionais.
Ela identificou no sistema nervoso cerebral, os nervos sensoriais dos nervos motores. Demonstrou que os
rins processam a urina e mostrou que as artérias contêm sangue e não água como acreditavam até então os
pesquisadores.
Doutrina de Galeno
Para Galeno, a vida psíquica, a animal e a vegetativa têm funções diversas e operam em níveis diversos. Mas
todo corpo é apenas um instrumento da alma. E cada organismo se constitui segundo um plano lógico
estabelecido por um ser supremo do universo.
Sua doutrina teve o apoio dos padres e da Igreja e foi considerada infalível até o século XVI quando
começou a ser contestada.
No consenso geral, Galeno foi um dos mais famosos médicos da Antiguidade, era apenas inferior a
Hipócrates.
Cláudio Galeno morreu provavelmente em Roma, Itália, no ano 199 da Era Cristã.
Obras de Cláudio Galeno
Método de Medicina
Pequena Arte ou Microtécnica
Do Corpo Humano
Da Razão de Curar pela Sangria
Sobre a Medicina Empírica
Instituição Lógica
História da Filosofia

Cornelius Celsus
Cornelius Aulus Celsius foi um autor romano do século I de textos médicos, que escreveu De
medicina (Sobre a medicina), considerado um dos mais importantes tratados médicos da antiguidade tardia.
A disposição enciclopédica da obra segue a divisão tripartida da medicina no período, conforme estabelecida
por Hipócrates e Asclepíades — dieta, farmacologia e cirurgia — e exibe um nível de conhecimento médico
notório para seu tempo. Este códice, da Coleção Plutei da Biblioteca Medicea Laurenziana, em Florença,
mudou de dono várias vezes. Ele pode ter pertencido primeiramente à biblioteca de Francesco Sassetti (1412
a 1490), membro de uma família rica de mercadores florentinos e agente dos Médici. Em seguida, ele se
tornou parte da biblioteca do Rei Matias Corvino, da Hungria (1443 a 1490), e foi um dos volumes que
retornou à Florença após a morte de Corvino, a conquista de Buda pelos turcos em 1541 e a dispersão de sua
biblioteca. A Coleção Plutei consiste em aproximadamente 3000 manuscritos e livros da coleção privada da
família Médici, que, encadernados em couro vermelho e acompanhados do brasão dos Médici, foram
organizados sobre os bancos da Laurenziana quando a biblioteca foi aberta pela primeira vez ao público, em
1571. Cosme de Médici (1389 a 1464) possuía 63 livros entre 1417 e 1418, e sua coleção aumentou para
150, na época de sua morte. Seus filhos Pedro (1416 a 1469) e João (1421 a 1463) disputavam quem
encomendava o maior número de manuscritos iluminados. Lourenço, o Magnífico (1449 a 1492), filho de
Pedro, adquiriu um grande número de códices gregos e, a partir da década de 1480, encomendou cópias de
todos os textos que faltavam na biblioteca com o objetivo de tornar o acervo dos Médici um importante
centro de pesquisa. Após a expulsão dos Médici de Florença, em 1494, os livros foram subtraídos da família.
João de Médici, eleito Papa Leão X em 1513, restituiu a coleção à família Médici, e outro papa Médici,
Clemente VII (Júlio de Médici), encarregou-se da criação da Laurenziana.

Aristóteles
Aristóteles foi um importante filósofo para a Grécia Antiga e para o Ocidente em geral, visto que a
importância dada por ele ao conhecimento empírico e as suas classificações sistemáticas do conhecimento
muito influenciaram a Filosofia Escolástica e Moderna e as ciências modernas que surgiram a partir do
século XVI.
O filósofo grego também se dedicou a estudos de lógica, que renderam bons resultados para a
argumentação, para a linguagem e para a escrita filosófica até a contemporaneidade, quando filósofos da
linguagem desenvolveram novos modos de se entender e estudar a lógica.
Quem foi Aristóteles?
Nascido na cidade de Estagira, pertencente ao Império Macedônico, no ano de 384 a.C., Aristóteles foi
considerado pela posteridade o mais importante filósofo da Grécia, ao lado de Platão. Muito pouco se sabe
sobre a sua juventude, com exceção do fato de ter ido viver em Atenas, o que possibilitou que conhecesse o
pensador que se tornaria seu mestre: Platão.
Aristóteles estudou na academia de Platão durante muitos anos até se tornar professor da instituição. Nesse
período, aprofundou-se nos estudos platônicos sobre o ser e sobre a essência das coisas, sobre a dialética,
sobre a política e sobre as ideias socráticas. Também estudou ética e aprofundou seus estudos em ciências da
natureza, campo do conhecimento pelo qual o pensador tinha certa predileção – sua formação inicial
aprofundou-se bastante nessa área quando era mais jovem.
Durante a sua vida intelectual, Aristóteles afastou-se gradativamente das ideias do seu mestre, Platão.
Enquanto Platão considerava válido apenas o conhecimento intelectual da verdade obtido por meio das
essências puras, ou seja, um conhecimento puramente intelectual, Aristóteles passou a considerar a validade
intelectual de outro tipo de conhecimento: o empírico.
Quando Platão morreu, Aristóteles esperava receber o cargo de gestor da Academia, o que não aconteceu.
Chateado com a situação, em 347 a.C., o pensador mudou-se para Artaneus, cidade na Ásia Menor, onde ele
recebeu o cargo de conselheiro político.
No ano de 343 a.C., Aristóteles voltou para a Macedônia e tornou-se professor e mentor intelectual do filho
do Imperador Filipe II: Alexandre, que mais tarde se tornaria Alexandre, o Grande. No ano de 335 a.C., o
pensador fundou Liceu, uma escola filosófica para ensinar os seus discípulos. Havia muitas semelhanças
entre o Liceu de Aristóteles e a Academia de Platão.

Principais ideias
Talvez o maior legado que Aristóteles tenha deixado para a posteridade seja a classificação sistemática das
áreas do conhecimento, a lógica e a valorização do conhecimento empírico para a obtenção de qualquer
conhecimento prático sobre o mundo. Veja a seguir algumas das principais ideias do pensador grego:
→ Democracia
Ao contrário de Platão, que era um crítico do sistema político democrático ateniense, Aristóteles reafirmou e
defendeu a democracia como a forma mais justa de se governar.
→ Sistematização
Até então, os estudos filosóficos eram desorganizados sob a ótica sistemática. Não eram comuns as
classificações dos modos de conhecimentos. Aristóteles foi um dos que afirmaram a importância da
classificação que separa os conhecimentos sobre lógica, ética, política, física, metafísica e estética.
→ Metafísica
Aristóteles é uma das principais referências em estudos de metafísica e, certamente, a principal referência
sobre o assunto na Antiguidade. Muito do que ele escreveu sobre a metafísica veio dos estudos platônicos,
porém, há uma imensa carga de conceitos e ideias que Aristóteles acrescentou ou esclareceu de maneira
mais profunda.
→ Ética
Em seu livro Ética a Nicômaco, Aristóteles apresenta as suas teorias morais, defendendo o que ele chamou
de Ética Eudêmia. O termo “Eudêmia” deriva do mesmo radical da palavra daemon, que no vocabulário
grego antigo seria uma entidade equivalente à consciência, ou seja, uma espécie de voz que guia o nosso
pensamento e nossas ações. A ética, segundo Aristóteles, deveria ser guiada pela prudência e pela
moderação.
Segundo o filósofo, havia uma mediania (uma espécie de justa medida) entre dois extremos morais, que
eram considerados viciosos (ruins): um por excesso de algo e outro por falta de algo. A justa medida seria a
moderação da ação entre os dois vícios, o que resultaria na virtude. Por exemplo, a coragem seria a virtude
por justa medida, compreendida entre o vício da temeridade (excesso de coragem) e covardia (falta de
coragem).
→ Lógica
Aristóteles escreveu alguns tratados de lógica nos quais nos deixa um método preciso para entender o
conhecimento formal (das formas) por meio da linguagem. A lógica é exata, assim como a matemática, e
permite o julgamento da forma de um enunciado, permitindo perceber se ele faz sentido ou não. A lógica
aristotélica é composta, principalmente, pelo quadrado aristotélico e pela verificação linguística dos
enunciados, que hoje pode ser feita pelas tabelas de verdade. O filósofo também conceitua as noções de
substância (aquilo que permite que uma matéria siga uma determinada forma) e categorias (diferenças
conceituais que classificam os seres, como qualidade, quantidade, cor etc.).

→ Empirismo
Pode-se dizer que Aristóteles foi o primeiro pensador a teorizar a importância do conhecimento prático para
o entendimento da verdade e do mundo. Segundo o filósofo e ao contrário de Platão, o conhecimento da
verdade deveria passar, necessariamente, por dois campos de nosso saber: o intelecto puro e os sentidos do
corpo. A nossa capacidade sensorial que é possibilitada pelos órgãos dos sentidos (visão, audição, tato,
olfato e paladar) é a responsável pelo aprendizado primeiro e mais básico de nosso intelecto. Aqueles dados
sensoriais que obtemos por meio dos sentidos, somente depois de coletados, podem ser depurados pelo
intelecto e relacionados aos conceitos puros.
Na imagem abaixo, recorte da Escola de Atenas, afresco de Rafael Sanzio, vemos no plano central
Aristóteles, do lado direito do espectador, e Platão, do lado esquerdo. A atitude dos dois pensadores na
pintura é emblemática. Ela apresenta as diferenças entre suas ideias quanto ao conhecimento empírico e
metafísico, pois Platão aponta o dedo para cima, como quem quer dizer que o conhecimento está no mundo
das ideias, enquanto segura o seu diálogo Timeu, que fala da formação da natureza no plano ideal e no plano
material (imperfeito). Aristóteles, por sua vez, com sua mão espalmada para baixo e segurando a sua Ética
(livro de filosofia prática), parece sinalizar que se deve olhar também para o mundo prático, sensorial e
material.
Platão e Aristóteles em recorte do plano central da Escola de Atenas, pintura renascentista de Rafael Sanzio.
Obras
Temos, hoje, conhecimento de 22 textos deixados por Aristóteles. A maioria são tratados extensos escritos
pelo próprio filósofo e, em muitos casos, divididos em vários livros ou tomos. Dentro de sua obra, também
se encontram alguns conjuntos de notas que deveriam ser usadas nas aulas do filósofo no Liceu. Especula-se
que algumas dessas notas tenham sido feitas por seus alunos.
Veja alguns dos principais escritos de Aristóteles separados por seus assuntos gerais:
Tratado metafísico: A Metafísica, conjunto de escritos denominado pelo filósofo de Escritos sobre Filosofia
Primeira e, posteriormente, reunidos e catalogados por Andrônico de Rodes, é um extenso tratado sobre uma
filosofia pura que se dedicaria a entender o que é o ser em sua totalidade, ou seja, uma espécie de ciência
geral, mestra de todas as ciências.
Tratados de Lógica:
Categorias – pequeno tratado de lógica que apresenta a necessidade da distinção de categorias diferentes
para que a expressão filosófica faça sentido. Também são apresentadas nesse livro as noções básicas da
lógica clássica.
Da Interpretação – texto que possui pontos em comum com O Sofista, de Platão. Fala sobre a verdade e
sobre a relação das palavras escritas e as operações mentais, ou o raciocínio.
Tratados de Física:
Physica – constituída de oito livros, a obra faz observações científicas sobre a Física Antiga, anotando
algumas noções que os antigos já possuíam sobre, por exemplo, densidade e movimento.
Tratados de Biologia
Aristóteles escreveu alguns tratados de biologia, analisando o funcionamento dos corpos animais,
classificação de plantas e insetos e as teorias sobre a origem da vida. Entre seus tratados sobre o assunto,
estão:
História dos animais
Da Geração e da Corrupção
Da Geração Animal
Tratados de Antropologia
Da Alma – escritos sobre a formação da alma, que habitaria e daria movimento e vida aos corpos humanos,
além da capacidade racional. Também pode ser considerado um tratado de psicologia antigo.
Tratados sobre escrita (poesia e retórica)
Poética
Retórica
Frases
“O homem é, por natureza, um animal político.”
“O homem é um animal de linguagem.”
“O menor desvio inicial da verdade multiplica-se ao infinito na medida em que avança.”
“O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa tudo o que diz.”
Resumo
Aristóteles nasceu em Estagira, na Macedônia;
Teve uma sólida formação em Ciências da Natureza, algo que muito contribuiu para a sua filosofia;
Foi discípulo de Platão;
Lecionou na Academia de Platão;
Após a morte de Platão, retornou para a Macedônia, onde se tornou preceptor de Alexandre, o Grande;
Fundou o Liceu, sua própria escola para ensinamentos filosóficos;
Sistematizou e separou o conhecimento filosófico da Antiguidade.

Herófilo da Calcedônia
Herófilo (335-280 a.C.) foi um médico grego. Um dos primeiros médicos a dissecar e estudar um cadáver
humano. É considerado um dos primeiros anatomistas da história da medicina.
Herófilo (335-280 a.C.) nasceu em Calcedônia, Ásia Menor, hoje Kadiköy, na Turquia, no ano de 335 a.C.
Ainda jovem mudou-se para Alexandria, no Egito, onde iniciou seus estudos de anatomia. Foi aluno de
Ptolomeu e mais tarde conheceu Erasístrato, de quem se tornou mestre e com quem fundou a Escola de
Medicina de Alexandria. Realizou grandes avanços no campo da anatomia. Foi o primeiro a empregar a
dissecação do corpo humano para a base de suas pesquisas.
Desenvolveu as teorias de Praxágoras de Cós com relação ao diagnóstico do pulso, foi o primeiro a medir a
pulsação identificando o pulso como uma função da batida do coração e não uma propriedade inerente às
artérias. Estabeleceu as diferenças entre pulsação, palpitação muscular, espasmos e tremores. Distinguiu
nervos de vasos sanguíneos. Foi o primeiro a reconhecer que as artérias continham sangue e não ar, como se
acreditava na época.
Herófilo descreveu a distribuição, o formato e o tamanho dos órgãos. Estudou o fígado, o baço, o pâncreas,
o aparelho gastrointestinal e os órgãos reprodutivos. Foi também um estudioso de Hipócrates e escreveu um
tratado sobre o método hipocrático.
Estudou detalhadamente o cérebro, reconhecendo o órgão como o centro do sistema nervoso e o centro da
inteligência, ao contrário de Aristóteles que acreditava ser o coração. Descreveu as meninges e destacou a
semelhança com a membrana que envolve o feto. Dissecou e descreveu sete pares de nervos cranianos.
Detalhou a função dos olhos e das glândulas salivares.
Acredita-se que Herófilo teria dissecado cerca de seiscentos cadáveres. Foi o introdutor o Método
Experimental na escola de medicina, pois o considerava essencial para o conhecimento das funções do corpo
humano. É considerado um dos fundadores do Método Científico. Introduziu diversos termos científicos
usados até hoje para descrever fenômenos anatômicos. Acredita-se que o termo duodeno (por medir doze
dedos) tenha sido criado por ele.
Os trabalhos de Herófilo se perderam no tempo, mas chegaram até os dias atuais através de estudos
realizados por Erasístrato de Iulis (304-250 a.C.), e as citações feitas por Galeno (129-199) em diversos
trabalhos.
Herófilo faleceu em Alexandria, Egito, em 280 a.C
Hipócrates de Cós.
Hipócrates (460 a.C.-377 a.C.) foi um médico grego, considerado o pai da Medicina, o mais célebre médico
da Antiguidade e o iniciador da observação clínica.
Hipócrates nasceu na Ilha grega de Cós, na costa da Ásia Menor, por volta do ano 460 a. C. Era filho de
Heráclides e Fenareta, descendentes de Asclépio, deus grego da medicina, por parte de pai, e de Hércules
por parte de mãe.
Hipócrates pertencia a uma família de prestígio que, durante gerações, dedicou-se à prática da medicina e da
magia. Dizia a tradição que ele descendia do deus grego e romano da cura, Esculápio.
A Escola de Hipócrates
A escola de Hipócrates, na ilha de Cós, sucedeu provavelmente à estabelecida no século VI a. C. pelo
matemático grego Tales. A escola ensinava além dos princípios da Medicina, as relações pessoais adequadas
entre médico e paciente.
Antes de Hipócrates o exercício da Medicina estava nas mãos dos sacerdotes de Esculápio, o deus grego e
romano da cura. Via-se a doença como o resultado da zanga dos deuses com os homens. Os doentes iam ao
templo do Esculápio em busca da assistência dos sacerdotes. Hipócrates negava os poderes curativos dos
deuses.
Hipócrates procurava explicação das doenças no mundo que os cercava e não nos caprichos dos deuses.
Ensinava que o médico deve observar cuidadosamente o paciente e registrar os sintomas da doença. Desse
modo organizou uma norma que mostrava como o paciente poderia ser curado.
Hipócrates estabeleceu processos para observar o doente, dando atenção ao aspecto dos olhos e da pele, à
temperatura do corpo, ao apetite e à eliminação dos resíduos.
Insistia na tomada de notas diárias e mantinha um mapa médico sobre o progresso do doente. Observou os
efeitos do clima e as mudanças de estação nas diversas doenças, como por exemplo, a maior frequência de
resfriados no inverno.
Hipócrates considera que as doenças resultam do desequilíbrio entre o que denominou Doutrina dos quatro
humores: o sangue, a fleuma (estado de espírito), a bílis (amarela) e a atrabile (bílis negra).
Para ele, todo corpo traz em si os elementos para a sua recuperação. Mas o conhecimento do corpo só é
possível a partir do conhecimento do homem como um todo.
Escritos de Hipócrates
Os famosos "Corpus Hippocraticus", extenso compêndio de obras e recomendações médicas, não é
inteiramente de sua autoria, como se pensava, pois os mais de sessenta trabalhos da coleção apresentam
grande variedade de estilos e tamanhos.
Entre os escritos que contêm capítulos destinados a médicos, além de simples conselhos para estudantes
estão os seguintes: Tratado Sobre o Mal Sagrado, Dos Ares, Águas e Lugares, Do Prognóstico, Epidemias,
A Medicina Antiga, Aforismos, Da Cirurgia, Das Fraturas, Das Articulações, Das Úlceras e também o
Juramento.
Dizia-se que foi membro de uma sociedade secreta denominada Asclepíades, dos filhos de Asclépio, que
reunia os sábios e estudiosos. Alguns afirmam que Hipócrates jamais existiu, mas Platão diz que Hipócrates
viajou muito, ensinando medicina nos lugares por onde passava.

Hipócrates, miniatura bizantina do século XIV


O Juramento de Hipócrates
O juramento de Hipócrates que resume sua ética é recitado nas colações de grau de estudantes de medicina.
No Brasil, é feito em texto resumido que mantém a essência do original:
"Prometo que, ao exercer a arte de curar, me mostrarei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade
e da Ciência. Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que
me forem revelados, o que terei como preceito de honra. Nunca me servirei de minha profissão para
corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu a minha
vida e minha arte de boa reputação entre os homens e para sempre. Se dele me afastar ou infringi-lo, suceda-
me o contrário".
O ano da morte de Hipócrates é incerta, alguns biógrafos acreditam que foi em 377 a. C. Seu corpo foi
sepultado em Larissa, na Tessália, Grécia. Seu túmulo foi venerado pelos povos durante muitos séculos

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