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Dois mares
Considerando que cada fragmento do Vaso Receptor contém uma centelha divina, e
que não apenas a Humanidade, mas toda a natureza leva consigo uma preciosa
centelha em cada um de seus integrantes, podemos afirmar que todos os alimentos
carregam a fagulha divina em seu interior.
O ato de nos alimentarmos vai muito além de simplesmente ingerirmos nutrientes e
elementos químicos. A Cabalá ensina que ao comermos algum alimento, sua centelha
divina se une à nossa, como um pequeno passo na jornada da reconstrução do Vaso.
Os cabalistas dividem (e muitas vezes analisam) a realidade nos chamados cinco
mundos, a seguir:
Atzilut (o mundo das emanações) – Como sua tradução explica, trata-se da parte mais
elevada do âmbito espiritual, de onde a Luz emana.
Por tratar-se do mundo mais sutil, por isso mais distante em frequência ao nosso
mundo físico, poderíamos assumir que, se tivéssemos que exemplificar através de
frutos, nenhum fruto conhecido pelo homem atenderia à natureza de Atzilut. O fruto
de Atzilut está além da representação física, e por esse motivo, para representar esse
mundo, teríamos a ideia do jejum, a total falta de necessidade de alimentos
materializados.
O jejum, energeticamente, representa a fé, o nível de total entrega da centelha divina
em uma troca espiritual.
A bênção do vinho.
Deveria preferivelmente ser dita antes da bênção regular sobre o fruto, embora alguns tenham
o costume de dizê-la depois. A bênção é recitada somente se o fruto estiver maduro (não
seco). Exemplos de frutos sazonais sobre os quais se pode dizer essa bênção: uvas, figos ou
“BENDITO SEJAS, NOSSO DEUS, REI DO UNIVESO, QUE NOS CONCEDEU A VIDA, NOS
Vimos no início destee texto que os judeus se disseminaram por praticamente todas as
partes do mundo, levando sua cultura, muitas vezes adaptando-a aos seus novos lares,
como é o caso das variadas gastronomias judaicas presentes no planeta.
Por mais diversas que sejam, todos os judeus observantes da religião obedecem às leis
da “kashrut”, um conjunto de leis existentes na “Torá”, o texto sagrado do judaísmo,
que define os tipos de alimentos próprios para o consumo dos judeus pelo mundo.
A comida “kasher” (o termo significa algo como “de acordo”, ou “correspondente”)
classifica os vários tipos de alimentos que os judeus podem ou não comer.
Para simplificar essa classificação, podemos dividir os alimentos “kasher” em três
categorias básicas: carnes, laticínios e “parve”.
Um dos princípios básicos da “kashrut” é a total separação entre carne e laticínios; não
podem ser preparados ou ingeridos juntos. Para garantir que isso não ocorra, a
cozinha “kasher” contém conjuntos separados de louças, utensílios, panelas e áreas
separadas para o preparo de carne e laticínios.
Sob a ótica da Cabalá, não se deve misturar derivados de carne com derivados de leite
em uma mesma refeição, conforme está nas Escrituras, porque a carne lembra a
energia da morte, e o leite, simboliza o início da vida, sendo portanto, uma
combinação não recomendável.
Além disso, a cor do sangue, o vermelho, tem a frequência do desejo de receber para
si mesmo, enquanto o branco, do leite, tem a frequência do desejo de compartilhar
(no caso, a vida, transferido da mãe para o filho).
A terceira categoria, a “parve”, é composta por alimentos que não são carne nem leite,
e portanto podem ser consumidos com qualquer um dos dois. Costuma-se ter
utensílios separados também para os alimentos “parve”.
Carne
A categoria inclui carne, aves e seus sub-produtos, como ossos, sopa ou molho.
Qualquer comida preparada a partir desses alimentos é considerada “carne”. Uma só
gota de molho derivado de carne ou derivados em contato com alimentos derivados
de latícinios (ou vice-versa), tornam o alimento não “kasher”.
Peixes
Dentre os peixes, um judeu pode comer apenas os tipos que têm tanto barbatanas
como escamas. Exemplos de peixe “kasher”: atum, salmão, carpa, arenque, pescada e
truta. Exemplos de peixes não “kasher” são: o bagre, enguia e tubarões.
Moluscos e crustáceos não podem ser consumidos. No caso dos crustáceos, por terem
uma espécie de “armadura” externa (lagostas, camarões, etc…), o que
metafisicamente representa “cascas” para sua proteção do mundo exterior (como as
camadas de negatividade causadas pelo ego no homem).
Aves
De acordo com as leis da “kashrut”, existe uma lista de 24 aves proibidas. São aves de
rapina que seguram a presa com suas garras. Dentre elas estão a águia, o corvo e a
cegonha.
Insetos são proibidos, também, assim como animais rastejantes como cobras,
escorpiões e vermes. Algumas frutas e vegetais podem ter insetos ou vermes dentro
deles. Devemos verificar cada um cuidadosamente, e comê-los apenas depois de ter
certeza de que estão livres de vermes e insetos.
Assim como a carne de animais não “kasher” é proibida, também não podemos beber
seu leite. Podemos beber leite apenas se for de animal “kasher”, como vaca ou cabra.
O leite “kasher” deve ser observado desde o início da ordenha até seu
engarrafamento. Apenas desta maneira podemos ter certeza de que nenhum leite de
animal não “kasher” foi misturado a ele.
Mel é feito por abelhas, que não são “kasher”, mas de acordo com a “Torá”, podemos
ingerir seu mel.
Laticínios
Todos os alimentos contendo leite ou derivados são considerados laticínios. Isso inclui
leite, manteiga, iogurte e todos os tipos de queijo, seja ele duro, macio ou cremoso.
Até uma pequena quantidade de laticínio num alimento faz a comida ser considerada
laticínio.
Nota: Alguns cremes “não-lácteos”, doces, cereais e margarina podem conter leite ou
seus derivados, bem como alguns adoçantes de baixa caloria.
“Parve”
Alimentos que não são nem carne nem leite são considerados “parve”. Isso significa
que não contêm derivados de carne ou laticínios, e não foram cozidos ou misturados
com leite ou carne.
Ovos, peixe, frutas, legumes, cereais e sucos são alimentos “parve” comuns. Outros
incluem macarrão, refrigerantes, café e chá, e muitos tipos de doces e salgadinhos.
Todos os produtos – carne, leite ou “parve” – que foram processados devem ser
adquiridos somente se tiverem um certificado “kasher”, isto é, que passam por uma
severa fiscalização rabínica.
O banquete celestial