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INELEGIBILIDADES

Charles Dos Santos Cabral Rocha* & Rafael Tocantins Maltez**

RESUMO ABSTRACT

O presente trabalho objetiva o estudo das The present work aims to study the
hipóteses de inelegibilidades previstas na hypothesis ineligibilities provided for in the
Constituição Federal e na Legislação Eleitoral, Federal Constitution and the Electoral Law,
através de uma abordagem conceitual, com o through a conceptual approach to the study of
estudo de célebres doutrinadores e importantes famous scholars and judged important lessons
julgados colhidos da jurisprudência pátria. of jurisprudence homeland.

Palavras-chave: Direito Constitucional. Keywords: Constitutional Law. Electoral


Direito Eleitoral. Processo Eleitoral. Direitos Law. Elextoral Procedure. Negative Political
Políticos Negativos. Inelegibilidades Rights. Ineligibility.

* Advogado em São Paulo, Bacharel em Direito, graduado pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas
Unidas – FMU/SP.
** Juiz de Direito em São Paulo, Doutorando em Direito Ambiental na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo –
PUC/SP, Mestre em Direito do Consumidor pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP, especialista
em Direito Público pela Escola Paulista da Magistratura, Professor de Direito do Consumidor, de Direito Ambiental na
graduação do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU/SP e de Direito Urbanístico na
especialização do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU/SP.
INELEGIBILIDADES Charles Dos Santos Cabral Rocha & Rafael Tocantins Maltez

1.Inelegibilidades – Teoria Geral


Introdução
As disposições constitucionais sobre
O presente artigo visa o estudo das inelegibilidade são de eficácia plena e
hipóteses de inelegibilidades previstas na aplicabilidade imediata.
Constituição Federal e na legislação A Lei Complementar n. 05/70, foi editada
infraconstitucional. para regulamentar a disposição constitucional,
A República Federativa do Brasil é porém, não fez satisfatoriamente, sendo
erigida pela Constituição Federal de 1988, ao posteriormente substituída pela Lei
status de democracia, Estado Democrático de Complementar n. 64/90, a qual disciplinou toda
Direito. a matéria, descreveu detalhadamente os casos
O gestor público tem o dever legal de de inelegibilidade, bem como, a forma de sua
criar oportunidades de participação política aos arguição perante a Justiça Eleitoral,
cidadãos integrantes da nação, este é o cerne do posteriormente, surgiu a Lei Complementar n.
Estado Democrático de Direito, para tanto, 81/94, e após, a Lei Complementar n. 135/10,
criou os Direitos Políticos Negativos, ou seja, a conhecida como “Lei Ficha Limpa”,
possibilidade de ser votado para ocupar cargo estabelecendo novas hipóteses de
político eletivo por determinado período. inelegibilidade.
No capítulo atinente aos Direitos Inelegibilidade nada mais é do que uma
Políticos, a Constituição Federal, estabeleceu causa de impedimento temporária ao pleno
algumas restrições a tais oportunidades de exercício dos direitos políticos negativos, ou
participação popular, aos Direitos Políticos seja, ao direito de ser votado, ficando o cidadão,
Negativos (Direito de ser votado), criando as impossibilitado, por determinado período, de
inelegibilidades, em seu artigo 14, parágrafos ser escolhido para ser ocupante de um cargo
4º, 5º, 6º, 7º e 9º, estabelecendo que, Lei político eletivo.
Complementar deve prever os demais casos, Podemos fazer menção, também, à
bem como, os prazos de cessação, tendo em brilhante definição do Ministro Fernando
vista que a própria Carta Magna veda sanções Neves, vejamos:
de caráter perpétuo.
Conclui-se, portanto, que em matéria de [...] A inelegibilidade importa no
inelegibilidades, a competência é exclusiva da impedimento temporário da
capacidade eleitoral passiva do
União, só podendo ser disciplinada pela própria cidadão, que consiste na restrição
Constituição Federal ou por Lei Complementar, de ser votado, não atingindo,
sendo vedada a criação de demais hipóteses por portanto, os demais direitos
lei ordinária, lei delegada ou por medida políticos, como, por exemplo, votar
provisória. e participar de partidos políticos.
[...]” (Ac. de 3.6.2004 no AgRgAg
A elegibilidade é o direito subjetivo no 4.598, rel. Min. Fernando
público de o cidadão concorrer às eleições para Neves.).
cargos públicos. É assim um direito cívico, não “[...] A inelegibilidade
pertencente a todos os nacionais, concedido superveniente deve ser entendida
pelo ordenamento jurídico aos que cumprem como sendo aquela que surge após
o registro e que, portanto, não
determinados pressupostos estabelecidos, sem poderia ter sido naquele momento
os quais ela não surgirá na sua esfera jurídica. alegada, mas que deve ocorrer até a
Interessa ao presente caso a eleição. [...]”(Ac. de 16.3.2004 no
inelegibilidade cominada, que é uma sanção RCEd no 643, rel. Min. Fernando
aplicada para que aquele que pleiteia o registro Neves; no mesmo sentido o Ac. de
16.3.2004 no RCEd no 646, rel.
fique impossibilitado de obter a elegibilidade, Min. Fernando Neves.).
ou se já a tendo obtido, venha a perdê-la.
Em suma, é a impossibilidade legal, o
impedimento jurídico, de alguém pleitear seu
registro como postulante a todos ou a alguns

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dos cargos eletivos, isto é, a inelegibilidade é “Status” profissional: Membro do


um impedimento absoluto ou relativo ao poder Ministério Público e membro da Magistratura
de candidatar-se a um mandado eletivo. durante o exercício do cargo ou após
A primordial função das inelegibilidades aposentadoria compulsória por sanção
é impedir o abuso no exercício de cargos, sancionatória, que tenham perdido o cargo por
empregos ou funções políticas, bem como, sentença ou pedido exoneração ou
garantir a normalidade e a legitimidade e a aposentadoria voluntária, na pendência de
lisura dos procedimentos eleitorais, contra processo administrativo disciplinar.
pressões e influências externas e indesejáveis “Status” familiar: Cônjuges, ex-cônjuges
dos detentores do poder econômico e do poder (divorciados no curso do mandato do outro –
político, preservando-se, desta maneira, a Súmula Vinculante n. 18), parentes,
própria democracia, a impessoalidade, a consanguíneos ou afins, até segundo grau ou
probidade e a moralidade administrativas. por adoção, do Presidente da República,
A ausência da capacidade de exercício Governador de Estado ou Território e do
temporário da cidadania passiva, não exclui o Distrito Federal e do Prefeito ou de quem os aja
exercício pleno da cidadania ativa, exceto em se substituído.
tratando de sentença penal condenatória com Incompatibilidade: Trata-se de causa de
trânsito em julgado. inelegibilidade que se caracteriza como
A inelegibilidade está é um “status” impedimento decorrente do exercício de cargo,
eleitoral, podendo o cidadão possuir o “status” emprego ou função pública. A
de elegível, inelegível, candidato ou desincompatibilização só é possível com o
diplomado, cada um com suas peculiaridades, afastamento ou a desvinculação do cidadão,
por exemplo: com o cargo, função ou emprego.
 O inelegível, não pode ser eleito,
mas pode votar. 2. Inelegibilidades em Espécie
 O elegível possui o direito de
votar e ser votado, ou seja, goza As inelegibilidades classificam-se em:
de capacidade eleitoral plena. Absolutas:
 O candidato possui diversos As inelegibilidades absolutas
direitos e deveres, podendo implicam impedimento eleitoral
realizar propaganda eleitoral, para qualquer cargo eletivo. Quem
arrecadar recursos. se encontre em situação de
inelegibilidade absoluta não pode
 O diplomado é o vencedor do concorrer a eleição alguma, não
processo de sufrágio, possuindo pode pleitear eleição para qualquer
direitos e obrigações atinentes ao mandato eletivo e não tem prazo
cargo para o qual foi eleito. para desincompatibilização que lhe
Como alguém pode se tornar inelegível? permita sair do impedimento a
tempo de concorrer a determinado
Depende, pois as inelegibilidades podem pleito” (SILVA, José Afonso da.
decorrer de sanções ou de situação jurídica do Curso de Direito Constitucional
cidadão, como seu “status” familiar ou Positivo. 30ª. ed. São Paulo:
profissional, vejamos algumas causas mais Malheiros Editores Ltda, 2008, p.
conhecidas: 390).
Sanções: Condenação criminal
irrecorrível, condenação irrecorrível por ato Trata-se de hipótese de inelegibilidade
doloso de improbidade administrativa; e, por excepcional, disciplinada exclusivamente pela
rejeição de contas. Estas hipóteses se espraiam Constituição Federal, só desaparecendo quando
no tempo, atingindo futuras eleições, com a situação que a produz for definitivamente
impedimento à concessão do registro de eliminada.
candidatura, ainda que presentes todas as outras Hipóteses de inelegibilidade absoluta:
condições de elegibilidade.  Analfabetismo;

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 Menores de 16 anos de idade (ou Conforme reza o festejado José Afonso


de 18 anos de idade, ainda não da Silva:
alistados);
O cidadão pode, excepcionalmente,
 Os conscritos; e, ser privado, definitivamente ou
 Aqueles que estiverem privados temporariamente, dos direitos
de seus direitos políticos, políticos, o que importará, como
temporária ou definitivamente efeito imediato, na perda da
Relativas: cidadania política. Deixa,
imediatamente, de ser eleitor, se já
Constituem restrições à o era, ou se torna inalistável como
elegibilidade para determinados eleitor, com o que, por
mandatos em razão de situações consequência, fica privado da
especiais em que, no momento da elegibilidade e de todos os direitos
eleição, se encontre o cidadão” fundados na qualidade de eleitor”
(SILVA, José Afonso da. Curso de (SILVA, José Afonso da. Curso de
Direito Constitucional Positivo. Direito Constitucional Positivo.
30ª. ed. São Paulo: Malheiros 30ª. ed. São Paulo: Malheiros
Editores Ltda, 2008, p. 390). Editores Ltda, 2008, p. 390).

Trata-se de inelegibilidade que pode ser Vamos agora, tratar dos casos mais
disciplinada por legislação infraconstitucional, hodiernos de inelegibilidade em específico:
não é tão abrangente como a inelegibilidade Inelegibilidade absoluta dos estrangeiros,
absoluta, podem ser divididas em: na lapidar lição do festejado José Afonso da
 Inelegibilidade por motivos Silva:
funcionais (inelegíveis para Os estrangeiros não adquirem
eleição de terceiro mandato direitos políticos, só atribuídos a
referente a um mesmo cargo de brasileiros natos e naturalizados.
Chefia do Poder Executivo nas Portanto, não são alistáveis
esferas Federal, Estadual, eleitores nem, por consequência,
podem votar ou ser votados. Por
Distrital, Territorial e Municipal); isso também é que não podem ser
 Inelegibilidade por motivos de membros de partidos políticos, que
parentesco, casamento ou é uma prerrogativa da cidadania”
afinidade (inelegíveis no território (SILVA, José Afonso da. Curso de
Direito Constitucional Positivo.
da mesma circunscrição do 17ª. ed. São Paulo: Malheiros
cônjuge, parente ou afim, até Editores Ltda, p. 340-341).
segundo grau);
 Inelegibilidade dos Militares (na Também perdem os direitos políticos,
ativa); e, pelo cancelamento da naturalização por
 Previsões de ordem legal (Causas sentença transitada em julgado.
de inelegibilidades previstas em Inelegibilidade relativa em razão da
legislação infraconstitucional). função exercida para um terceiro mandato
Aquele que deseja ser candidato a um sucessivo:
cargo político eletivo, além de não estar Ocupantes dos cargos de chefia do Poder
enquadrado nas hipóteses inelegibilidade, deve Executivo, eleitos por duas vezes consecutivas,
preencher as condições de elegibilidade, não podem concorrer a uma nova eleição para
previstas no artigo 14, parágrafo 3º, da o mesmo cargo.
Constituição Federal (nacionalidade brasileira, Trata-se de regra implementada pela
pleno exercício dos direitos políticos, Emenda Constitucional n. 16/97, que alterou o
alistamento eleitoral, domicílio eleitoral na artigo 14, parágrafo 5º, da Constituição Federal,
circunscrição, filiação partidária e idade estabelecendo que os Chefes dos Executivos
mínima de acordo com o cargo ao qual se Federal, Estadual, Municipal, Distrital e
candidata), sob pena de se tornar inelegível para Territorial, bem como, aqueles que os houver
o pleito que deseja concorrer. sucedido no curso dos mandatos, podem ser

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reeleitos, para apenas um único período O cônjuge e os parentes consanguíneos


subsequente. A inelegibilidade, neste caso, ou afins, até o segundo grau ou por adoção, dos
surge somente para um terceiro mandato Chefes do Executivo nas três esferas de poder e
subsequente e sucessivo. de quem os houver sucedido há 06 meses antes
Importante salientar, que o Vice, mesmo do pleito.
se houver sucedido o titular, pode ser candidato No caso dos cônjuges, em específico,
à sucessão deste, reeleito ou não, para um único temos Súmula Vinculante 18, que dispõe o
período subsequente, uma vez que este não seguinte:
pode mais ser candidato a um terceiro mandato
sucessivo, conforme Consulta ao TSE n. A dissolução da sociedade ou do
vínculo conjugal, no curso do
689/200, RES. n. 20.889/01/TSE (DJ, 01, de mandato, não afasta a
14/12/2001, p. 205) e RE 366.488, Rel. Min. inelegibilidade prevista no § 7º do
Carlos Velloso, 04/10/2005. artigo 14 da Constituição Federal.
Inelegibilidade relativa em razão da
função para concorrer a outros cargos: Tal súmula foi editada ante o cenário
São inelegíveis para outros cargos inúmeras burlas às inelegibilidades, por conta
eletivos, aqueles que já ocupam algum cargo de lacuna da legislação eleitoral.
eletivo, durante o exercício do mandato. Inelegibilidade dos militares
A Constituição Federal, em seu artigo 14, O militar com menos de 10 anos de
parágrafo 6º, trata do instrumento da serviço deverá afastar-se da atividade para se
desincompatibilização, pela qual, o cidadão se tornar elegível.
livra de circunstância que impede o exercício de O militar com mais de 10 anos de serviço
seus direitos políticos negativos. Estabelece será agregado pela autoridade superior, e, se
este dispositivo que os Chefes do Poder eleito, passará automaticamente, no ato da
Executivo, se quiserem concorrer a outros diplomação, para a inatividade.
cargos eletivos, devem renunciar aos Outras causas de inelegibilidade,
respectivos mandatos até 6 meses antes da temporárias ou definitivas:
realização do pleito ao cargo almejado. Perde a capacidade eleitoral passiva,
Ressalte-se por oportuno, que o Supremo aquele se recusa a cumprir obrigação a todos
Tribunal Federal entende que a imposta, por exemplo, serviço militar
desincompatibilização deve se dar somente obrigatório, bem como, aquele que recusa a
para a candidatura a cargos diferentes, diversos, cumprir prestação alternativa.
e não para reeleição, mas há posicionamentos Perda da nacionalidade brasileira em
em sentido contrário, como Luiz Alberto David virtude da aquisição de outra:
Araújo e Vidal Serrano Nunes Junior (Curso de Ora, para ser titular de capacidade
Direito Constitucional, p.163), Pedro Lenza eleitoral ativa ou passiva, é necessário ser
(Curso de Direito Constitucional cidadão no país em que será exercido
Esquematizado, p. 1027) e o posicionamento do mencionado direito
STF na ADI n. 1.805-MC/DF, Rel. Min. Néri Incapacidade civil absoluta:
da Silveira, 23/08/1998 e Informativo n. Seria irrazoavel manter com plena
104/STF, Brasília 23 a 27/03/1998. capacidade eleitoral, o incapaz absolutamente
Inelegibilidade relativa em razão do de praticar simples atos da vida civil, como uma
parentesco: compra e venda, seja por conta da tenra idade
Conforme o Supremo Tribunal Federal ou deficiência mental ou qualquer outra
no julgamento do RE 543.117-AgR, Rel. Min. hipótese prevista em lei.
Eros Grau, DJe 22.08.2008, tal restrição ao Condenação criminal transitada em
direito de ser votado deve ser interpretada “de julgado:
maneira a dar eficácia e efetividade aos Absolutamente incompatível com a
postulados republicanos e democráticos da probidade e moralidade administrativa, permitir
Constituição, evitando-se a perpetuidade ou que alguém que age em desconformidade com
alongada presença de familiares no poder”. os ditames legais de convívio pacífico e
harmônico em sociedade, concorra ou assuma
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um cargo político eletivo. Trata-se de Cabe destacar que na Justiça ainda não há
condenação criminal dos que forem entendimento fixo sobre a possibilidade de o
condenados criminalmente, com sentença Tribunal de Contas não reconhecer o ato de
transitada em julgado, pela prática de crimes improbidade e a Justiça determinar de forma
contra a economia popular, a fé pública, a diferente. Ou seja, apesar de o Tribunal de
administração pública, o patrimônio público, o Contas condenar o gestor público sem colocar
mercado financeiro, pelo tráfico de referida nota, nada impede que a Justiça comum
entorpecentes e por crimes eleitorais. Também reconheça que houve Ato Doloso de
neste caso a inelegibilidade permanece por Improbidade Administrativa, situação em que
mais três anos, após o cumprimento da pena. geraria inelegibilidade.
Inelegibilidade por abuso do Poder Portanto, o que se conclui é que se um
Econômico: gestor tiver suas contas rejeitadas pelo órgão
É espécie de inelegibilidade atribuída competente (Tribunal de Contas ou Câmara
aqueles que contra si tiveram representação Municipal) abre-se a hipótese de ser declarado
julgada procedente, com trânsito em julgado, inelegível pela justiça eleitoral. Contudo, para
em processo de apuração de abuso do poder que ocorra a hipótese de inelegibilidade deverá
econômico ou político, em eleição na qual estar configurada a prática de irregularidade
concorreram ou tenham sido diplomados. insanável que configure ato doloso de
Nesse caso, o castigo da inelegibilidade perdura improbidade administrativa. O pronunciamento
por três anos seguintes a contar da eleição que sobre essa conduta pode ser feito pela Justiça
se tenha verificado a hipótese. O preceito se Comum, que poderá, diferentemente do
funda no que vem disposto no art. 14, §§ 10 e11 Tribunal de Contas, reconhecer que a situação
da CF, ao instituir ação de impugnação de mereceria a referida nota.
mandato eletivo, baseado em abuso do poder Improbidade administrativa, segundo
econômico, corrupção ou fraude. José Afonso da Silva:
Inelegibilidade por rejeição de contas:
Tal hipótese de inelegibilidade está A improbidade diz respeito à
prática de ato que gere prejuízo ao
prevista na Lei Complementar n. 64/90 em seu Erário Público em proveito do
inciso I, alínea g. Todo administrador público, agente. Cuida-se de uma
prefeito, vereador, secretário, etc. tem que imoralidade administrativa
prestar contas junto aos Tribunais de Contas. qualificada pelo dano ao erário e
Para que o agente público fique impedido de correspondente vantagem ao erário
e correspondente vantagem ao
concorrer a cargo político, se faz necessário o ímprobo. O ímprobo administrativo
seguinte: o Tribunal de Contas ou a Câmara é o devasso da Administração
Municipal, em julgamento que não caiba mais Pública”. (SILVA, José Afonso da.
recurso, entenda que houve irregularidade Curso de Direito Constitucional
insanável (aquela que, cometida, Positivo. 17ª. ed. São Paulo:
Malheiros Editores Ltda, p. 386).
definitivamente não pode ser mais corrigida;
por exemplo, a fraude em licitações, a dispensa Por exercício assegurado por cláusula de
indevida de licitações, o superfaturamento de reciprocidade:
preços, etc. Desta forma, meros erros formais Conforme preconiza o artigo 17.3 do
ou contábeis não ensejam a inelegibilidade Decreto n. 3.927/01 – Promulga o Tratado de
prevista.) que tenha sido praticada por ato Amizade, Cooperação e Consulta, entre a
doloso de improbidade administrativa. República Federativa do Brasil e a República
Logo, não basta que o Tribunal de Contas Portuguesa, que dispõe o seguinte:
rejeite as contas de um administrador para que
o mesmo se torne inelegível. É necessário que O gozo de direitos políticos no
Tribunal reconheça que houve ato doloso de Estado de residência importa em
improbidade administrativa, o que acontece suspensão do exercício dos mesmos
com a colocação da “NOTA DE direitos no Estado da
nacionalidade.
IMPROBIDADE”.

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Se um brasileiro exercer seus direitos saber jurídico dos ministros que


políticos em Portugal, tal situação importará na compunham a corte na época em
que a súmula foi elaborada: dezenas
suspensão do exercício dos mesmos direitos no de Prefeitos nem tomam
Brasil. conhecimento da posição do
Por quebra de decoro parlamentar de Tribunal de Contas e muito menos
Senador ou Deputado: da Câmara de Vereadores. Fazem o
Pelo período de 8 anos. que bem entendem, ao arrepio da
lei, têm suas contas rejeitadas mas
Os não filiados a partidos políticos dormem tranqüilos porque sabem
Preceitua a Constituição Federal que não que nas vésperas do registro de
são elegíveis aqueles que não se tiverem filiado outra candidatura qualquer,
a algum partido (art. 14, §3º, inciso V), ingressam em juízo com uma ação
portanto, não pode haver candidato sem desconstitutiva, protestando pela
apresentação de todas as provas
partido. admitidas em direito, e pronto.
Por fixação de domicílio Estará afastada sua inelegibilidade
Uma das condições de elegibilidade é o com amparo da própria justiça, ou
domicílio eleitoral na circunscrição (art. 14, seja, da súmula n. 1, que à toda
§3º, inciso IV). evidência, precisa ser revogada.

Das diversas críticas conhecidas, mais


3. Tópicos sobre a Ação de
eloquente é a de outro ex-Ministro do TSE,
Desconstituição de Inelegibilidade e desta vez Torquato Jardim, no seu festejado
Súmula 01 Tse “Direito Eleitoral Positivo”:
Até muito pouco tempo, para o Judiciário (..) A alínea g, do mesmo inciso I,
Eleitoral bastava que o Administrador ajuizasse art. 1o, ensejou copiosa
a competente ação desconstitutiva da decisão jurisprudência, provocada pelas
do Legislativo ou da corte de contas para que múltiplas circunstâncias da
sociologia política. O mais
evitasse a inelegibilidade prevista por 05 anos, lamentável da norma, e de sua
até o seu trânsito julgado. jurisprudência conseqüente, é a
Tal entendimento, porém, veio sendo inexistência de argumento jurídico
alterado pelas inúmeras discussões positivo que permita à Justiça
apresentadas pelos doutrinadores e aplicadores Eleitoral restringir a ressalva
excludente da inelegibilidade. O
do direito, posto que permitiam ao tão-só ajuizamento de uma ação
administrador ímprobo a continuidade de suas anulatória, a qualquer tempo antes
ilegalidades. da impugnação do pedido de
Alertavam Alberto Rollo e Enir Braga: registro da candidatura, desde que
ainda no prazo prescricional de
(..) o prazo vai se esvaindo, ficando cinco anos (TSE, Ac. 12.674, rel
impune o administrador ímprobo Min. JARDIM, 21.set.92), é o
enquanto perdurar a demora do suficiente para afastar a
aparelho judiciário em examinar o inelegibilidade (Súmula TSE n.
pedido invocado. Aqui está uma 1).Irrelevante o clamor documental
situação inteiramente lamentável, da corrupção do candidato;
em que a conhecida dificuldade da irrelevante o tempo passado entre a
Justiça Comum e m julgar rejeição das contas e o ajuizamento
rapidamente vem a beneficiar o da ação não raro longo o bastante
administrador cometedor de atos de para evidenciar o descaso com que
improbidade. (..) o candidato recebera a reprovação.
A minoria do Tribunal Superior
Eleitoral, forte embora no campo
O advogado Valmor Giavarina, no seu
ético, no que todos os juízes
conhecido Manual Eleitoral criticava concordavam, cedeu ao argumento
abertamente tal situação: da maioria, à míngua de um critério
legal objetivo que contivesse o
(..) Mas a prática nos mostra que o subjetivismo do julgador, e,
tiro saiu pela culatra, não obstante o portanto lhe retirasse qualquer nota

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de arbitrariedade, em especial de aplicação do princípio da


quanto ao decurso de tempo que moralidade pública ínsito na
pudesse configurar o descaso, e, por legislação específica. 5. Não há,
conseqüência, a inelegibilidade dos outrossim, pedido deferido de
que tiveram suas contas rejeitadas. tutela antecipada ou liminar, que
(..). possa traduzir a plausibilidade da
pretensão formulada na justiça
Porém, mais recentemente, o Tribunal comum. 6. Recurso ordinário
Superior Eleitoral vem entendendo que a ação provido. (TSE, RO n. 1065/SE, de
21/09/2006, relator Ministro José
proposta deve ser idônea, ou seja, deve possuir Delgado)
elementos plausíveis e robustos para a
discussão do fato na justiça comum: Dessa forma pode-se concluir que a
Súmula nº 01 foi reinterpretada para fortalecer
RECURSO ORDINÁRIO.
DEFERIMENTO. REGISTRO DE
as instituições, moralizando-se o processo
CANDIDATURA. DEPUTADO eleitoral, através da cognição judicial, que
ESTADUAL. REJEIÇÃO DE verificará se merece o Administrador Público a
CONTAS. TCU. CONVÊNIO concessão de liminar, permitindo sua
ENTRE MUNICÍPIO E UNIÃO. participação no pleito, através da propositura de
CARÁTER INSANÁVEL.
PROPOSITURA DE AÇÃO NA
ações ou procedimentos que pelo menos
JUSTIÇA COMUM. AUSÊNCIA tenham fundamento, causa petendi
DE LIMINAR OU razoavelmente fundamentada, com a fumaça do
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. bom direito ao lado do autor.
NÃO-APLICAÇÃO DA As eleições configuram um procedimento
SÚMULA Nº 1/TSE.
PROVIMENTO. 1. O TSE deve
que se sucede no tempo e, portanto, tem um
analisar a idoneidade da ação marco inicial e um marco final.
desconstitutiva ajuizada pelo Pacificaram-se doutrina e jurisprudência
candidato. Tal juízo é no sentido de que o termo final das eleições
complementar ao permissivo posto coincide com a diplomação dos candidatos.
na Súmula nº 1/TSE. 2. Não basta
que o candidato ajuíze, na Justiça
Deve-se ressaltar que a declaração de
Comum, a ação desconstitutiva. inelegibilidade do candidato, por vícios
Deve-se perquirir, na esfera insanáveis e atos de improbidade, é, nestes
eleitoral, se a pretensão formulada casos, tornada pública muito antes da eleição,
é idônea a afastar a rejeição de tendo ficado suspensa pela decisão liminar
contas. Precedente: RO nº 931, Rel.
Ministro César Asfor Rocha, sessão
precária concedida pelo Tribunal de Justiça e,
de 29.8.2006. 3. A ação anulatória posteriormente, cassada.
manejada não é apta a combater o Veja-se decisão acerca do tema, do
acórdão do TCU, referente ao Egrégio Tribunal Superior Eleitoral:
descumprimento de convênio
celebrado entre o município de Recurso Especial. Inelegibilidade.
Estância/SE e a União, por Atos de improbidade. Constituição
intermédio do Ministério do Meio Federal, arts. 15, inciso v e 37,
Ambiente, para a construção de parágrafo 4. lei complementar n.
muro de contenção de marés no 64/90, art. 1, inciso i, "g".
valor de R$ 100.000,00 (cem mil Comprovada a ocorrência de atos
reais). A obra não foi levada a de improbidade administrativa,
termo, sendo de responsabilidade tem-se o ex-prefeito como
do gestor municipal, ora recorrido, inelegível para a sua recondução a
a sua consecução. Tais chefia do executivo, onde deixou de
circunstâncias demonstram o prestar contas a que estava
caráter insanável da rejeição de legalmente obrigado. Recurso de
contas, que pode ser aferido pela que não se conhece.
Justiça Eleitoral (RO nº 681, Rel.
Min. Fernando Neves, DJ de Dispõe o artigo 1º, inciso I, alínea “g” da
17.10.2003). 4. Ato de vontade do
recorrido de natureza processual Lei Complementar nº 64/90:
que não se sobrepõe aos objetivos

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Art. 1º São inelegíveis: diplomação. Se a inelegibilidade


I - para qualquer cargo: surgir pela ocorrência de fato
g) os que tiverem suas contas superveniente ao registro do
relativas ao exercício de cargos ou candidato, mesmo não se cuidando
funções públicas rejeitadas por de matéria constitucional, não há
irregularidade insanável e por falar-se em preclusão da referida
decisão irrecorrível do órgão inelegibilidade quando invocada no
competente, salvo se a questão recurso contra à diplomação.
houver sido ou estiver sendo Inelegibilidade oponível a
submetida à apreciação do Poder candidato eleito mediante recurso
Judiciário, para as eleições que se contra a diplomação. (...)” (Ac. N
realizarem nos 5 (cinco) anos 15.107, de 24.3.98, rel. Min.
seguintes, contados a partir da data Eduardo Alckmin.)
da decisão
Nesta medida, a revogação posterior da
Nesse sentido, tem-se jurisprudência do liminar que permitiu o registro da candidatura,
Tribunal Regional Eleitoral do Estado do desde que antes da diplomação, tem efeito
Paraná, que deve ser analisada sob a ótica de retroativo, pois declara situação pré-existente
sua fundamentação, e não em relação ao meio ao próprio ato do registro, qual seja, a
processual do caso citado: inelegibilidade do pretenso candidato.
RECURSO ELEITORAL Nº 4860
PROCEDÊNCIA:
Conclusão
FLORESTÓPOLIS-PR (65ª ZONA
ELEITORAL – PORECATU) Conclui-se, portanto, que as
RECORRENTE(S): MINISTÉRIO inelegibilidades são hipóteses nas quais
PÚBLICO ELEITORAL encontramos limitações do pleno exercícios dos
RECORRIDO(S): NELSON direitos políticos negativos, podendo ser plenas
GONÇALVES CORREIA ou parciais.
RELATOR: DR. MANOEL
EDUARDO ALVES CAMARGO A função primordial das inelegibilidades
EMENTA. RECURSO em geral, é assegurar os pilares básicos do
ELEITORAL. REGISTRO DE Estado Democrático de Direito.
CANDIDATURA. Outrossim, garantem as inelegibilidades,
DESAPROVAÇÃO DE CONTAS. a impossibilidade de pessoas indignas,
IRREGULARIDADE
INSANÁVEL. ímprobas, incapazes e estrangeiros em alguns
INELEGIBILIDADE. RECURSO casos, de exercer direitos políticos negativos.
PROVIDO. 1. A rejeição das Somente a atual legislação vigente, não
contas pelo Tribunal de Contas do dispõe exaustivamente de todos os casos, trata-
Estado, sob o pressuposto de se de um rol de hipóteses meramente
descumprimento da Lei de
Licitações, evidencia vício que não exemplificativo, tendo o legislador o dever de
pode ser classificado como legislar acompanhando a evolução da
irregularidade sanável. 2. Recurso sociedade, bem como, aos intérpretes e
provido para indeferir o registro de estudiosos na aplicação da lei. A jurisprudência
candidatura. Ainda. Trata-se de vem atuando para suprimir lacunas que são
matéria de ordem pública
inelegibilidade - contra a qual não utilizadas por candidatos parar burlar a
ocorre a preclusão. O fundamento legislação.
do presente pedido encontra-se Visa o instituto, assegurar, por fim, a
pacificado nas decisões dos efetivação dos princípios da moralidade e da
Tribunais, especialmente do TSE: probidade administravas, da igualdade, da
“(...) Recurso contra expedição de
diploma. Art. 262, I, do Código garantia da soberania nacional, por evidente,
Eleitoral. Trânsito em julgado de respeitados os princípios da ampla defesa,
decisão que julgou improcedente contraditório e do devido processo legal,
ação anulatória da decisão da conferindo a lei, mecanismos de defesa àqueles
Câmara Municipal que rejeitou as que têm sua candidatura ou registro
contas do recorrente ocorrido após
as eleições e anteriormente a impugnados.

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de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a
moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de
função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 5 out. 1988, Seção 1, p. 1. Anexo. Disponível
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do art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, para elevar de três para oito anos o
prazo de inelegibilidade para os parlamentares que perderem o mandato por falta de decoro
parlamentar. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 14 abril 1994.
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Eleitoral, a fim de permitir a ação rescisória em casos de inelegibilidade. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 15 maio 1996. Disponível
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de maio de 1990, que estabelece, de acordo com o § 9º do art. 14 da Constituição Federal, casos de
inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências, para incluir hipóteses de
inelegibilidade que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do
mandato. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 7 jun. 2010. Disponível
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