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MINISTÉRIO DE LOUVOR E ADORAÇÃO DA IGREJA

INTRODUÇÃO:

A música ocupa um lugar especial no mundo de hoje. Ela tem influenciado de uma forma
directa a nossa sociedade. Nos últimos anos, a música tem sido o meio utilizado para
transformar vidas, costumes e também unir povos. Com a avançada tecnologia de hoje houve
uma aceleração nas transformações sociais e espirituais do mundo. As pessoas viajam em
automóveis ligados em cassetes, CDs, DVDs e rádios FM. Nos aviões dispomos de audifones
e podemos escolher o tipo de música de que gostamos. Os escritórios e fabricas possuem
sistemas de sonorização ambiental, com música dia e noite. O cristão, no fim do dia, tem a sua
mente literalmente tomada por canções e músicas próprias de seu ambiente. Ouvimos música
mesmo sem querer. As construções de hoje, desprovidas de um sistema de acústica,
constrange uma pessoa a ouvir o rádio do apartamento vizinho. As pessoas andam pelas ruas
com fones nos ouvidos, expondo-se a serem afectados espiritualmente. Quer na igreja, quer no
mundo, as pessoas reagem ao tipo de música que ouvem. As bandas de música costumam
tocar as marchas de guerra que inflamam nas pessoas o espírito patriótico. Uma música
romântica, por sua vez, desliga a pessoa das preocupações e a faz sentir-se cheia de amor,
“alienada” às vezes, à sua realidade!

Ela também toca o nosso lado emocional. A música melancólica faz-nos chorar e uma música
de circo faz as crianças rirem e se divertirem.

Por outro lado, até o nosso corpo é afectado. As pessoas reagem marcando o ritmo com o
corpo, ou rindo, ou chorando. Socialmente, a música influência de tal forma as pessoas, que
conhecemos o estilo de vida de cada nação pelo tipo de música que aprecia.

Através da história da igreja observa-se que os homens sempre que descobriam uma verdade
doutrinária ou mesmo uma controvérsia doutrinária, se utilizaram as músicas para expandir as
suas ideias. Foi assim com os irmãos Wesley, em especial o Charles, escreveu cerca de seis
mil e quinhentos hinos. Hoje a mensagem de santificação chega até nós pelos hinos de sua
autoria e outros tantos de sua época. Lutero propagou o Espírito da Reforma com o famoso
“Castelo Forte”. Em tempos mais distantes, Arius, o diácono de Alexandria, líder do arianismo,
tinha consciência da potencialidade da música como meio de atrair seguidores, tanto que se
utilizaram cânticos e versos populares para propagar a sua causa.

Ambrósio, um dos pais da Igreja, utilizou-se também dos hinos para combater o arianismo, a
ponto de ficar conhecido como “o pai dos hinos da Igreja”. Os seguidores do arianismo
chegavam a dizer que Ambrósio usava hino para invocar palavras mágicas. Ambrósio defendia
a Trindade com todo o vigor nos hinos que compunha.

Atribui-se a John Philips Souza músico americano que compôs as marchas do espírito
patriótico nos Estados Unidos, os dizeres: Deixem-me fazer os cânticos do povo e não me
interessa quem fará as suas leis”. E ele criou, com as suas músicas, uma nação com espírito
patriótico.

1 ª Lição

O que significa Adorar?

Culto ou veneração que se presta a divindade.

Adorar e cultuar, juntamente com palavras como fé e amor, pertencentes aos mais
profundos níveis da verdade cristã, não se enquadram facilmente dentro de definições nítidas.
Mais susceptível à descrição e experiência do que às limitações de uma definição verbal,
qualquer tentativa de definir adoração será falha. Assim fala um sábio desejoso de expressar
com palavras o que seria realmente a adoração.

“O transbordar de um coração grato, impulsionado pelo sentimento do favor divino”

No contexto em que Jesus instrui a mulher de Samaria, acerca da verdadeira adoração, Ele
declara que a água que Ele daria ao sedento, “seria nele a fonte a jorrar para a vida eterna”
(João 4:14) A fonte se abre no novo nascimento (João 3:5), jorra em adoração (João 4:14) e
flui em rios de água viva em serviço obediente (João 7:37, 39). O salmista aproximou-se do
cerne da adoração genuína quando disse: “Tu és o meu

Senhor, outro bem não possuo, senão a ti somente” (João 16:2). Adoração, tal como a palavra
inglesa, “worship” (worthship, “valor reconhecido”) exprime a riqueza que Deus representa para
o adorador.

É importante referir que para o verdadeiro adorador, a pessoa de

Deus é tão precioso quanto um copo de água fresca, puríssima, num dia de calor. “ O Senhor é
a porção da minha herança e do meu cálice” (Salmo 16:5). Adorar implica em peneirar nossos
valores. Comunhão com Deus é ou não o nosso alvo? Ele, ou nossos interesses ofereceram a
maior atracção? Cultuar, portanto, é pôr em ordem bíblica as nossas prioridades. Procuramos
conhecer a Deus, e vamos conhecê-lO: “ Louvarei ao Senhor em todo o tempo; o seu louvor
estará sempre nos meus lábios. Gloriar-se-á no Senhor a minha alma. Engrandecerei ao
Senhor comigo e todos à uma lhe exaltemos o nome” (Salmo 34:1-3).

Em termos técnicos, o vocabulário referente à adoração na Bíblia, é muito extenso, porém o


conceito essencial, tanto no Antigo como no Novo Testamentos, é o de “Serviço”. Os termos
usados, nos Antigos e Novos Testamento, respectivamente, são o hebraico “bhôdhâ” e o
grego “latreia” cada um dos quais originalmente significava o trabalho efectuado pelos
escravos e empregados. E, a fim de prestar essa “adoração” a Deus, os Seus servos devem
prostrar-se – no hebraico hishtahªwa; no grego, roskyneõ – e assim manifestarem temor
reverente e admiração e respeito próprios da atitude de adoração. (O Novo Dicionário da
Bíblia-R. P. Shedd, M. A et al.)

Adorar Significa Render-se – (proskuneõ) – originalmente significa “beijar”. Entre os gregos


era um termo técnico que significa “adorar os deuses”, dobrando os joelhos ou prostrando-se.
Beijar a terra ou a imagem, em sinal de adoração, acompanhava o acto de prostrar-se no chão.
Colocar-se nessa posição comunicava a ideia básica de submissão. O gesto de curvar-se
diante de uma pessoa e ir até a ponto de beijar seus pés, quer dizer. “Reconheço a minha
inferioridade e a sua superioridade; coloca-me à sua inteira disposição”.

Adorar Significa Servir – O culto implica também em serviço (latreia) usado por Jesus para
responder ao diabo (Mat. 4:10). Este segundo termo é empregado frequentemente na
Septuaginta (90 vezes), especialmente em Êxodo, Deuteronômino, Josué e Juizes, mas
apenas uma vez nos profetas (EZ. 20:32). Moisés, várias vezes, pediu a permissão da parte de
Faraó para deixar os israelitas partirem para servir (latreuein) a Deus. Trata-se de cultuar e
oferecer actos de adoração que agradem ao Deus da aliança (Ex. 4:23, 8:1, 20, 9:1)

Adorar Significa de Actos de Reverência – O novo Testamento utiliza o vocábulo (sebein)


reverenciar, tendo em sua raiz o misterium tremendum. O terror do Senhor impele o pecador
afastar-se, com temor da majestade divina. As palavras que derivam desta raiz (seb), são
muito frequentes na língua grega, fora da Bíblia. Transmitem o quadro característico do grego
como homem religioso devotado a seus deuses para evitar as nefastas consequências do
azar . A conotação religiosa grega impediu que estes vocábulos fossem muito usados para
designar o culto, na tradução do ªT. (a Septuaginta)
Adoração e Religião – O termo threskeia, que só aparece quatro vezes no N.T. e pode ser
entendido como “religião”. (Actos 26:5). Não há grande diferença entre o sentido deste
vocábulo e o de latreia, sendo que ambos tratam do culto oferecido a Deus ou a anjos (Cl
2:18), na sua expressão eterna. Seria de esperar que Tiago com a sua preocupação com a
integridade da vida religiosa, não admitisse qualquer dicotomia entre a adoração (threskeia)
nas reuniões da igreja e o uso da língua (Tiago 1:26) Aquele que afirma saber cultuar a Deus
de modo verdadeiro também se preocupará com “órfãos e viúvas nas suas tribulações”
Evidentemente, Tiago não era promotor de uma religião de mosteiro, desvinculado da
preocupação com os sofrimentos do corpo. Quem tem um olho desvendado para contemplar a
grandeza de Deus terá o outro cheio de lágrimas pelos miseráveis e desesperados. Religião
verdadeira, enfim, não difere de adoração verdadeira; não obstante o N.T. estabelecer critérios
para julgar as suas expressões concretas de acordo com o que Deus deseja. Finalmente,
devemos notar que, ainda que este termo frise religiosidade zelosa (Actos 26:5), Tiago adverte:
se não nos aproximarmos do nosso próximo, não nos aproximamos realmente de Deus.

Adorar Significa Realizar Serviço Sacerdotal – Em último lugar, analisaremos leitourgeõ


composto de duas palavras gregas “povo” (laos) e “trabalho” (ergon). Significa originalmente
fazer trabalho público, mas pagando sozinho as despesas. Cidadãos com renda acima de um
nível estipulado eram obrigados a gastar os seus próprios recursos em serviço religioso.
Também um ateniense rico podia cumprir tais obrigações voluntariamente, por um motivo
patriótico e religioso ou à procura de reconhecimento. Passou de origem secular para o
religioso, de modo que os tradutores do N. T., também usaram frequentemente este termo,
para indicar o ministério sagrado dos sacerdotes.

O alto privilégio de Zacarias de ministrar no templo foi chamado de leitourgia por Lucas 1:23.
Podia ser usado para indicar o serviço de sacerdotes ao aspergir o sangue na tenda e
utensílios, no templo. O autor aos Hebreus chama este acto de “liturgia” (Heb. 9:21). Os
sacerdotes judeus apresentavam-se diariamente para “exercer o serviço” (leitourgon) no
sentido de oferecer os sacrifícios. Mas tudo isso foi superado no “serviço” de Deus o verdadeiro
Sumo Sacerdote do santuário celestial (Heb. 8:2), chamado leitourgos (ministro sagrado)

2 ª Lição

O que significa louvar?

No Antigo Testamento, as palavras que significam louvor principalmente empregado, são:


hãlal, cuja raiz significa algo como fazer ruído; yãdhâ, que originalmente estava associada
com as acções e gestos corporais que acompanham o louvor; e zãmar, que é associada com a
música tocada ou cantada.

No Novo Testamento, eucharistein (literalmente, “agradecer”) é o vocábulo favorito, que


subentende, da parte da pessoa que louva, a atitude de alguém mais íntimo com a pessoa
louvada do que no caso de termo mais formal, eulogein, “bendizer”

A bíblia de princípio ao fim, é pontuada por explosões de louvor. Surgem espontaneamente da


“atitude básica” de alegria que caracteriza a vida do povo de Deus. Deus se compraz e se
deleita em Suas obras criadas (Gen. 1; Salmo 104:31; Prov. 8:30, 31), e toda a criação,
incluindo os anjos, expressam sua alegria por meio do louvor (Jó 38:4-7; Apoc 4:6-11).

O louvor é uma característica do povo de Deus (I Pedro 2:9; Ef. 1:3-14 Fil. 1:11)

O acto de louvor implica na mais íntima comunhão com Aquele que está sendo louvado. Por
conseguinte, o louvor não meramente expressa, mas também completa o desfrutamento; é sua
consumação tencionada. Deus ao ordenar-nos que O glorifiquemos, nos está a convidando
para que nos regozijemos n´Ele.
O louvor a Deus é frequentemente ordenado aos homens como um dever, e obviamente não
deve depender da atitude ou do sentimento ou das circunstancias do momento (Jó 1:21).
“Regozijar-se perante o Senhor” faz parte do ritual ondenado da vida comum de Seu povo
(Deut. 12:7, 16:11, 12), mediante o que os homens se encorajam e se exortam mutuamente ao
louvor. Embora existem Salmos que expressam o louvor do indivíduo, sempre foi sentido que o
louvor podia ser atribuído mais apropriadamente pela congregação inteira (Salmo 22:25; 34:3;
35:38), onde o louvor não apenas dá honra e prazer a Deus (Sl. 50:23), mas também presta
testemunho ao povo de Deus (Sl. 51:12-15).

O que deve motivar o louvor?

Sem margem de dúvida, Deus é a motivação do louvor do seu povo. No Antigo Testamento, no
livro de Ex.15:2 está bem patente isso. O povo de Deus logo que passou o mar Vermelho
manifestou o seu louvor ao Senhor Seu Deus.

O Senhor é a fonte que motiva ao cântico de louvor! O cântico sempre exalta a obra e a
grandeza de Deus. “Cantarei ao Senhor, porque… triunfou gloriosamente.”

No cântico do louvor da Bíblia, o motivo é Deus, por suas obras poderosas em favor do
homem. Aleluia! Sendo Deus o começo e o fim do louvor, nada mais justo, sublime e honroso
do que lhe exaltar as obras os feitos, e viver uma vida de júbilo diante dele. Deus é o Deus da
Igreja? Então os cultos deveriam, antes de tudo, ser um encontro com o fim de exaltar o Deus
da Igreja e a obra do Seu Filho Jesus Cristo. O próprio Espírito Santo, por sua vez vive na
Igreja para glorificar a Jesus!

Ainda podemos dizer que Deus é o autor do cântico de louvor (Dt.31:19). O que é lindo neste
texto é que Deus mesmo o escreve. Ele é o autor de um cântico que o exalta, exorta o povo e
lhe faz promessas. Por isso quando cantamos nos alegrar por estar cantando um cântico
escrito pelo próprio Deus. – Deus tem de ser, sempre, o autor dos hinos e coros que
cantamos na nossa congregação.

Um ministro de louvor sabe que nenhum cântico que não é dado pelo Senhor para ser cantado
ao Senhor, com o fim de exaltar-lhe o poderio, é duvidosa sua fonte de inspiração. Nenhum
cântico ao Senhor pode proceder de uma vida que não tenha sido tocada por Deus. Qualquer
pessoa com um pouco de talento pode dirigir um culto e cantar na igreja, mas somente os fiéis
ao Senhor podem louvar a Deus e fazer uma congregação inteira a louvar também o Seu
Deus.

A quem é dirigido o cântico de louvor?

Vemos nas Escrituras que, em primeiro lugar o cântico expressa a vontade de Deus ao
homem, e aqui reside a própria natureza profética – a mensagem de Deus ao povo.

Um cântico profético e aquele que trás a Palavra de Deus ao homem. A palavra “profética”, no
seu sentido original, significa “cantar ou falar”. Isaías profetiza por meio de cânticos quando diz:
“ Agora, cantarei ao meu amado, a respeito da sua vinha. O meu amado teve uma vinha… “ (Is.
5:1-5).

No Salmo 95:1 “Vinde cantemos ao Senhor, com júbilo celebremos o Rochedo de nossa
salvação.”

Está bem evidente que o cântico é direccionado do homem para Deus. David encorajava os
irmãos à adoração e louvor (Sl.95:1)

A maioria dos nossos hinos e coros são uma convocação ao louvor. “Louvai ao Senhor!”
É verdade que existem cânticos que tem como propósito restaurar testemunho, exortação e
mesmo ensino, mas o objectivo principal é exaltar e glorificar o Filho de Deus. A Deus Toda
honra e toda glória!

David no Salmo 150 dá-nos uma série de motivos pelos quais devemos louvar o nosso Deus:

“Aleluia!

Louvai a Deus no seu santuário;

Louvai-o no firmamento obra do seu poder.

Louvai-o pelos seus poderosos feitos;

Louvai-o consoante a sua muita grandeza.

Louvai-o ao som da trombeta;

Louvai-o com saltério e com harpa.

Louvai-o com adufes e danças;

Louvai-o com instrumentos de cordas e com flautas.

Louvai-o com címbalos sonoros;

Louvai-o com címbalos retumbantes.

Todo o ser que respira, louve ao Senhor

Aleluia!”

3ª Lição

Quem deve ser o ministro do louvor?

1º – O dirigente do culto deve estar bem preparado – corpo, alma e espírito. Quando ele está
fisicamente cansado, o cansaço poderá transparecer e afectar a congregação. Da mesma
forma, se sua alma e espírito não estiverem íntegros e rectos diante do Senhor, isto afectará o
louvor da congregação. Muitas vezes temos de ser sinceros e dizer aos nossos colegas do
ministério que não estamos preparados nesse dia para levar o povo à presença de Deus. Se o
dirigente bocejar, apoiar-se no púlpito e descansar sobre uma das pernas toda a congregação
o notará. Com o seu físico descansado e seu espírito avivado, ele ajudará os que estão
cansados e abatidos a terem um encontro com Deus, no louvor e adoração.

2º – O dirigente do culto não pode estar nervoso. Se discutir em casa, no trabalho, ou se algo
não está bem com ele, isto poderá deixá-lo sem condições de dirigir o culto. Deve ter uma boa
disposição bem antes do início do culto. Se seu estado de saúde não a favorece, como uma
dor dente, dor de cabeça ou canseira, é melhor ser bem sincero e pedir ao pastor ou, na
ausência destes, outros irmãos ministrem a ele, para então ter condição de ministrar ao povo.
Muitas vezes os dirigentes ou os músicos podem estar sob opressão maligna e, ao serem
ministrados antes de ministrarem aos outros, ficarão libertos e purificados de todo o mal.

Antes de dirigir o culto ore no gabinete com o teu líder ou pastor e entra com a sua benção
para o trabalho divino.
3º – O dirigente do culto deve ser uma pessoa sensível ao Espírito Santo, procurando saber
dele o que mais agradará ao Rei Jesus naquele dia. A Bíblia diz que o Espírito glorifica a
Jesus. Assim o Espírito sabe se o Pai amoroso, com Deus forte, como guerreiro ou um amigo.
O Espírito é quem dirigirá o louvor nesta ou aquela direcção. A adoração é o “alimento” de
Deus, disse certo pregador. E ele poderá conduzir o culto, através do dirigente, a profundas
experiências.

4º – O dirigente deve pensar previamente como começar, tendo em vista que o início é muito
importante. O primeiro cântico é a chave que abre o culto. Se a unção de Deus no culto é para
levar a congregação a glorificar a Jesus como Rei e o primeiro cântico o apresenta como
Salvador, no seu amor, na obra da cruz, então o dirigente demorará um pouco a direccionar o
culto para cumprir a vontade do Espírito Santo. Muitas vezes, somente depois do terceiro ou
quarto cântico é que se descobre a “mente” do Espírito. Quando procuramos, contudo, saber a
vontade do Espírito, podemos entrar em adoração logo no primeiro cântico. O segredo está
numa vida totalmente consagrada a oração.

Lembra-te, se o dirigente não está certo do que o Espírito quer para o culto, deve procurar o
pastor, e na falta deste, outros dirigentes ou irmão consagrados e perguntar com que cântico
ou de que maneira deve começar o culto. Nunca é recomendável começar um culto com
adoração, principalmente quando se trata de culto evangelístico.

Procurem Hinos e coros de louvor que vos ajudarão entrar numa autentica festa espiritual.

A Palavra de Deus diz para termos “intrepidez para entrar no Santo dos Santos” (Heb. 10:19).
Intrepidez significa ousadia, com força coragem e sem temor. Assim um culto pode ser iniciado
com todos orando em grupos ou todos saudando uns aos outros. Uma só fé um só baptismo
e um só amor!

5º – O dirigente deve sempre incentivar os irmãos à santificação. “Animador” de culto não


existe. O animador está nos clubes, emissoras de rádio e TV. No culto há um ministro. Seu
papel é motivar e exortar os irmãos a uma vida de santificação. Isso só é possível, quando o
dirigente não é um actor mas sim um irmão ou irmã consagrado (a) com testemunho de um
verdadeiro (a) filho (a) de Deus.

6º – O dirigente deve facilitar as manifestações simultâneas e espontâneas das pessoas. Nem


sempre isso é necessário, pois há momentos quando a congregação espontaneamente
expressa louvor e adoração. Não é preciso pedir. Elas fluem.

O dirigente que somente se preocupa em cantar com o povo e a falar todo o tempo, limita o
louvor aos cânticos. Depois de algum tempo de louvor, o dirigente poderá ficar em atitude de
adoração, ou com as mãos levantadas, ou de cabeça baixa. A congregação se acostumará aos
gestos do dirigente e saberá que é o momento para se expressarem diante do Senhor, não
somente em palavras e frases e curtas, mas também em cântico espiritual. Em casa da
congregação não estiver habituado a estes sinais cabe ao dirigente explicar o que pretende
com o silêncio ou pausa que está a fazer.

7º – O dirigente deve também cuidar do comportamento congregacional. Ele deve sentir o


ambiente e o povo. Pode ser que o dirigente queira adorar, mas o clima entre o povo é de
júbilo, ou poderá ser que o dirigente queira jubilar-se e louvor a Deus, mas o ambiente na
congregação é de adoração e de prostração. Se ele não sentir a reacção do povo, demorará
muito a entrar num fluir dinâmico do Espírito. Isto não quer dizer que o estado emocional da
congregação é que deve ditar o rumo do culto. Muitas vezes, contudo, quem está dirigindo o
culto precisa ouvir o Espírito através da congregação.

8º – Depois de descobrir o fluxo do Espírito no culto, o dirigente deve procurar a nota


dominante do culto. Esta pode ser sobre o amor, cura, libertação, exaltação de Jesus como Rei
e Senhor e exaltação da santidade de Deus, etc. A preparação com antecedência, a muita
oração e a dependência do Espírito Santo ajudará sem margem da dúvida um culto cheio de
unção e presença do Espírito Santo.

9º – O dirigente deve actuar em fé. Ele deve conduzir as pessoas a Deus. Muitas vezes o muito
falar prejudica o fluir do Espírito no culto. Há dirigentes que costumam ficar a falar a falar
durante um período de silêncio e adoração ou mesmo no meio dos júbilos. Deve-se falar para
levar as pessoas a Deus, mas somente o necessário. Falar de mais torna o culto cansativo.

Também é necessário que o dirigente inspire fé. No meio dos louvores e adoração poderá
ocorrer salvação, cura, baptismo no Espírito, distribuição de dons entre os irmãos, etc. Basta
uma palavra de fé do dirigente para que Deus transforme muitas vidas.

10º – Um bom dirigente é aquele que não chama a atenção sobre si; é aquele que anuncia os
números dos hinos que vão ser cantados de forma tão audível e clara (repetindo até os
números) que todos os que ouvem distintamente; é aquele leva o povo Deus a louvar e adorar
a Deus.

11º – Um bom dirigente é aquele que não chama atenção sobre si, deve dirigir com
simplicidade, delicadeza e graça, evitando gestos nervosos, rigidez, aparência mecânica, falta
de maturidade e outras atitudes e práticas fora de comum. Deve adaptar a grandeza do
movimento dos seus braços ao tamanho da congregação, podendo até parar, depois de dar o
começo, se a congregação é pequena.

12º – O dirigente deve conhecer bem o hino ou o coro que vai dirigir. Deve abrir o canto com
precisão e manter o andamento próprio. Deve sustentar a suspensões com firmeza e, depois
de cada suspensão e das partes em que o andamento atrasa, deve voltar ao ritmo próprio, um
pouco acelerado.

13º O dirigente é alguém que sabe o que está fazendo. É um dirigente. Não cria incerteza à
congregação conduzindo em hinos que mal conhece, mas faz a congregação parar para ouvir
o músico, quando aquela está cantando alguma parte com incerteza e também quando está
fora de nota. Neste caso finda uma estrofe, e às vezes sem dar a razão do seu acto, o dirigente
interrompe o canto, faz o órgão tocar um pouco, como para que todos descansem, e, em
seguida, recomeça o canto.

Nas partes em que o hino apresenta uma mensagem viva, leva a congregação a cantar com
entusiasmo. Quando o hino fala dos sofrimentos ou morte de Jesus faz a congregação cantar
baixo ou baixíssimo. Isto é muito efectivo. Quando pretende que a congregação cante mais
forte, volte as palmas da mão para cima e vão ascendendo estas; e, quando quer obter um
abaixamento, volta as palmas para baixo e desce-as um pouco. Dirige com viveza e
entusiasmo nos hinos que têm uma mensagem de vitória, mas nos de adoração, cujas palavras
são dirigidas directamente a Trindade, fá-lo com mais lentidão, com gravidade, porque estão
falando com Deus.

14º – Um dirigente morto gera um culto morto. Mas se ele não deixa um hino ou coro morrer,
também não conduz o canto com tal rapidez que muitos fiquem sem poder pronunciar as
sílabas.

15º – Quando o dirigente conhece as formas de marcar os compassos, tem de ter cuidado de
indicar correctamente as notas fortes de cada um. Não basta desenhar com a mão uma cruz
ou um triângulo para indicar os compassos quaternário e ternário. Se não conhece as regras
para marcar o compasso ou se tem alguma dúvida sobre quais as notas fortes, o melhor será
apenas movimentar as mãos de cima para baixo ou de um lado para outro, de forma simples,
rítmica, sem tiques nervosos, firme, porque assim não exibe ignorância e vaidade.
Sem o dirigente não tem muita liberdade na execução nem o músico na execução, é
bom treinarem previamente os hinos que vão ser usados.

Finalmente, o bom dirigente, sabendo que a mensagem é a parte mais importante do


serviço, não entrega ao pregador uma congregação cansada. Na época do calor, ou depois de
estarem sentados durante muito tempo, faz com que, de pé e por breves instantes, todos
cantem um coro ou orem, para desentorpecerem os músculos e se ajeitarem.

4 ª Lição

PARTE TÉCNICA DA PREPARAÇÃO DE UM CULTO.

ESCOLHA DE HINOS E COROS

Nos últimos anos, temos observado em muitas igrejas uma gradual restauração das
qualidades dos hinos cantados e do uso apropriado destes nos cultos, enquanto em outras a
tendência é o oposto.

Nas igrejas, de modo geral, o costume era cantar-se um hino de adoração, outro de
consolação e um terceiro de convite ao pecador, uma mensagem à ovelha desgarrada. Hoje já
nos conscientizamos de que não necessitamos cantar hinos a pecadores; devemos cantá-los
para Deus.

O culto deve ser a Deus, não a pecadores. Por isso, na restauração do culto, os hinos
devem ter uma só direcção: Deus! Cantamos para exaltar a Jesus: seu senhorio e reino.
Louvamos a Deus por seu poder, grandeza, amor, misericórdia e justiça. Exaltamos o Espírito
Santo pela obra de santificação; o Espírito Santo exalta a Jesus pela obra de redenção e Jesus
exalta ao Pai.

Posto tudo isso é importante referir que o dirigente não pode deixar a escolha dos hinos
para, momentos antes do culto, se fazer à pressa, à sorte, é menosprezar por completo a
importância do canto nos serviços religiosos. Há corações necessidades que podem ser
socorridos quando a referida escolha se faz com oração e tendo os olhos postos naqueles que
irão assistir ao culto. Escolhas e instruções à última hora deixam a impressão de falta de
preparação, descuido e desorganização. E, como disse um servo de Deus, “fazer menos do
que o melhor que podemos não glorifica a Deus”.

Para os cultos evangelísticos não convém escolher hinos que a congregação canta com
defeitos e os que ela conhece mal, a não ser o dirigente propositadamente o faça para lhos
ensinar. Mas se o fizer, escolha somente um hino em cada culto e, se possível, tenha o coro da
igreja ou um de irmãos bem ensaiado a ajudar, para tornar mais efectivo o volume das vozes.

É claro que um bom dirigente nunca escolhe um hino ou coro que a congregação
conhece mal ou com defeitos para começar ou para findar um culto, pois não quer arruiná-lo.

Como regra, não devemos escolher hinos de tipo lento e meditativo em conjunção com
outros de carácter vivo e ligeiro. Os hinos para o culto evangelístico normalmente diferem dos
que se destinam aos cultos devocionais. Aqueles são geralmente cânticos vivos, alegres e
testemunho; e estes são hinos lentos, dirigidos à Trindade, profundos. No entanto, o Espírito
pode dirigir no sentido de haver um serviço alegre e vitorioso no domingo de manhã, ou um
culto grave e tocante de evangelismo à noite. As notas de um coro vivo podem transportar os
participantes de uma reunião de oração ao terceiro céu.

Num serviço devocional, fica bem o primeiro canto versar sobre algum atributo de Deus,
como hino de adoração ou louvor; o segundo ser um cântico considerando um tema de
salvação, como o amor, a paz, o céu; e o terceiro conter um testemunho ou desafio à igreja.
Um número espacial, antes ou no fim do sermão, é efectivo, assim como a doxologia no fim do
serviço.

Nem sempre, porém, se pretende ter um serviço meditativo de adoração no culto de


domingo de manhã. Ás vezes o pastor quer um serviço vivo, de louvor e desafio à igreja, ou de
testemunho de vitória. Neste caso, é claro, devemos escolher hinos de experiência e de vitória.

Para os cultos evangelísticos estão indicados hinos entusiásticos e de testemunho, com


melodia fácil e atraente. Alguns coros, entremeados ou apresentados no começo, podem criar
uma atmosfera propícia, de gozo e de vitória. Se for possível colocar no acetato para que todos
possam cantar.

Na selecção dos hinos podemos seguir dois métodos diferentes. Podemos escolher
hinos com um só modo especial ou tema, como fé, céu, cruz, sangue; ou podemos escolher
hinos que, apresentados a seguir, desenvolvem um pensamento evangélico. Neste caso serão
apresentados com algumas palavras, poucas mas escolhidas, mostrando a sequência que
apresentam. Um exemplo: Depois de dirigir num hino sobre o mar teve a sua máxima
expressão na cruz de Cristo e canta um hino sobre a cruz. Lembrando que nos apropriamos da
obra redentora da cruz pela fé, toma um hino sobre a paz, dizendo que tal apropriação traz
descanso ao coração. E assim por diante. O primeiro método apresenta o inconveniente de
limitar o canto a um pequeno número de hinos, mas concentra o pensamento num tema. O
segundo, quando bem feito, é efectivo e permite o uso de uma boa variedade de hinos, mas
maça se o dirigente é muito verboso ou tem um palavreado pouco sugestivo ou fatigante.
Também se faz artificial e forçado quando muito repetido.

Quando a congregação, de abençoada, repetir algumas estrofes de um hino, ou quando


o dirigente propositadamente o fizer, para cristalizar na mente e no coração dos presentes uma
verdade ou doutrina expressa por um hino, convém encurtar o tempo reservado ao sermão ou
retardar o fim do culto. De igual modo procederá quando qualquer imprevisto, como um
testemunho longo ou coisa assim, preencher o tempo do canto.

O CANTO CONGREGACIONAL

Deve merecer a melhor atenção do dirigente, pois pode constituir o maior auxílio ou embaraço
do pastor.

É o elemento criador da atmosfera, tanto para a adoração como para as decisões. Portanto, os
hinos e os coros devem ser escolhidos de forma a conduzirem o pensamento e o coração
numa dada direcção. Hinos com mensagens desconexas, com modos diferentes, vivos e
lentos, não devem regra, ser escolhidos para o mesmo culto, ou pelo menos a seguir, salvo se
para mudar a atmosfera, de exaltação para calma, quando se vai orar.

Todos têm o dever de participar no canto, e todos devem fazê-lo sem gritos, mas de
todo o coração e a plena voz, porque, como diz o Dr. Benner: « No canto congregacional há
uma espécie de alquimia musical misteriosa que transforma a mediocridade individual em
qualidade de grupo».

Todos devem dar cuidadosamente atenção às verdades expressas no hino ou no coro,


para que haja uma participação consciente e real no serviço. “Cantarei com o entendimento”
diz Paulo.

Como já foi mencionado, o canto é um meio para se alcançar um fim e não o fim em si.
Deve, pois, ser regulado de forma a não encurtar o tempo destinado ao sermão ou atrasar
demasiadamente o fim do culto, o que às vezes destrói por completo a atmosfera já criada pelo
Espírito.
Repetir um coro ou algumas estrofes, ou hino que de forma especial esteja tocando o
coração dos presentes, será de mais valor e bênção do que cantar rotineiramente uma série de
hinos ou coros. Mas quando se fizer tal repetição, tenha-se o cuidado de cortar um ou mais
hinos do programa para não prejudicar o tempo reservado ao sermão.

Como o ministro é que é o pastor da Igreja, convém que a sua voz seja a primeira a ser
ouvida em cada culto. Portanto, quando não dirige nos hinos, pode estabelecer o “tom” do
serviço, fazendo antes de tudo um adequado convite à adoração, lendo um versículo próprio ou
dando uma breve exortação a que todos participem no canto.

NÚMEROS ESPECIAIS

“Qualquer número deve ultrapassar o nível de mera boa execução”. Esta é desejável, mas
muito além da exibição está o valor espiritual do canto, que deve tocar o coração e a mente
dos ouvintes. O Senhor muitas vezes se serve dos números especiais para poderosamente
estabelecer a atmosfera do culto. Portanto, que sejam o melhor que podemos obter, cantados
no espírito, por crentes de bom testemunho; que façam parte integrante do serviço e
contenham as verdades do tema da mensagem ou uma parte delas.

Não tenha o dirigente qualquer receio de usar números especiais, liberalmente. Além de solos,
duetos, trios e quartetos, sirva-se de grupos de rapazes, de meninas e mesmos de juniores.
Mais Deus se compraz em abençoar a sinceridade e o ardor espiritual dos menos experientes
do que o grande talento dos mornos ou mortos.

Use no começo do programa, mas não a iniciar, os menos experientes, os de menor talento e
os números novos que está ensinando ou vai ensinar. Reserve o melhor para antes do sermão.

Não coloque a seguir dois números especiais, principalmente se são iguais (solos, duetos,
etc.), para evitar desagradáveis paralelos.

Cantar com antífona, assim como alternar o coro com a congregação ou porções da
congregação entre si, torna-se estimulante.

Recordemos finalmente que o poder abençoador de um solo não reside apenas na


qualidade da voz senão também na unção do Espírito. Uma vida consagrada, uma voz clara e
doce e a bênção do Espírito podem tirar almas do inferno e encaminhá-las para a glória.

Dueto – Não basta que duas pessoas cantem bem para formarem um bom dueto.
Sendo todas sopranos, contralto, tenor ou baixo, ou tendo o mesmo timbre (metal de voz) tem-
se um dueto geralmente fraco.

Trio – Mais fácil de organizar e ensinar do que o quarteto, o trio é muito atractivo. Pode-
se variar com trio duplos, mistos de homens e de mulher ou só de mulher ou de homem. As
vozes devem estar equilibradas, mas com a melodia um pouco saliente.

Para decisão – Um solo ou um número do coro é, às vezes, muito efectivo. Mas o canto
da congregação, quando todos participam com alma, desenvolve e mantém uma atmosfera
quente, especialmente condutiva a decisões. O hino deve ser escolhido cuidadosamente, no
geral em harmonia com o tema da mensagem. O dirigente apenas conduz com a sua voz, sem
gestos.

O MÚSICO O DIRIGENTE DO CULTO

A música inspirada pelo Espírito, executada por músicos cheios do Espírito Santo, afasta
os demónios. A música por mais religiosa que seja, executada por músicos de vida impura, não
afastará a presença de espírito maligno.
Precisamos, com maior frequência, de músicos que toquem no Espírito; que, na hora do
culto a Deus, o Espírito Santo capacite uma pessoa a tocar uma música, algo novo, com
espontaneidade, com unção.

O músico e o dirigente dos cultos precisam da mesma medida de consagração e


preparo espiritual daquele que ministra a Palavra. A morte do eu, a vida ressuscitada em
Cristo, a comunhão diária com Deus, são requisitos necessários tanto ao pregador como ao
músico. Doutra sorte, a música, por mais “sacra” que seja, expressa por alguém profano, será,
consequentemente, profano.

CONCLUSÃO:

Este curso é apenas o meu contributo no tocante a ajuda que julgo necessário dar aqueles que
na verdade desejam ministrar na casa do Senhor. Certamente haverá muitas outras coisas que
poderiam ser ditas e outras talvez que foram ditas que não são tão importantes para ti. Mas
creia que este é apenas algum material de estudo que servirá como uma plataforma para os
teus futuros voos.

Estou certo que todos aqueles que desejam ser um bom dirigente vão fazer um bom uso deste
material.

Neste estudo você encontrará uma dimensão maior para a prática do louvor congregacional.
Também encontrará experiência de várias pessoas que durante os seus ministérios
aprenderam muito na Escola do Espírito Santo e partilharam as suas experiências com todos
nós.

Toda igreja deseja ter cultos onde haja muito louvor e uma verdadeira adoração ao Rei dos
Reis, para isso, caso venhas a ser um dirigente, tens desde logo essa responsabilidade de ser
um promotor desse evento.

Termino esta pequena apostila com votos de ricas bênçãos para tua vida e um ministério
coroado de sucesso e unção do Espírito Santo de Deus.

Do teu servo e amigo, com muito amor,

Rev. Danilo Soares de Carvalho

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