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Gesticulação e Coreografia

por

Rev. Cleónimes A. de Figueiredo

Muito propriamente ligado ao ritmo, está a questão da palmas, gesticulação e


danças. O que fazer? Não será isto apenas uma questão cultural?

Na verdade ao evangelizarmos os povos não vamos impor uma carga cultural em


nome do Cristianismo que nada tem a ver com o Evangelho de fato. Mas parece-
me estamos indo longe demais. Um eminente escritor evangélico chega quase a
defender o nudismo, como expressão cultural, crendo que não importa o tipo de
roupa que veste o cristão, até no serviço adorativo. Ora bem sabemos que Deus
vestiu o homem, e a vestimenta é sinal de honra: Gênesis 3:21 ?Fez o SENHOR
Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.? Lucas 15.22 ?O
pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti ?o?
(Parábola do Filho Pródigo). O nudismo não pode ser visto como apenas uma
questão de cultura, é uma questão de atraso cultural, proveniente do pecado.
Roupa é proteção, honra: 1 Coríntios 12:23 ?e os (membros do nosso corpo) que
nos parecem menos dignos, a estes damos muito maior honra; também os que em
nós não são decorosos revestimos de especial honra?

Crentes na dispensação da graça geral sabemos ser a cultura uma bênção de


Deus, entretanto, como todas as bênçãos após a queda, a cultura também não se
isentou da contaminação do pecado. Assim de novo é necessário lembrar o lugar
da Palavra de Deus para tudo dirigir no que concerne ao culto e seus elementos.
Ai se levantam os que defendem esta ou aquela inovação e citam versículos
bíblicos tomados aqui e ali sem exame criterioso ou exegese legítima. E resolvem
adicionar ao culto isto ou aquilo achado na sociedade ou na cultura.

Não se pode esquecer que para o Novo Testamento, o Culto foi espiritualizado,
tendo sido à luz de Cristo, despojado de cerimonialismo. Mas pontuou alguém que
toda vez que a Igreja perde o poder aumenta a pompa... É o que estamos
assistindo de novo: muito aparato, muito movimento, muita celebração, mas vida
mesmo, nenhuma. O sal da terra está sem sabor. Cada dia a Igreja mais parecida
com o mundo e sem poder de confrontá-lo. Imitando-o, copiando-o e sendo
influenciada ao invés de influenciar.

Se você examinar os textos que os defensores das inovações usam verá que o uso
destes elementos coreográficos são tomados de textos onde nada é prescritivo, e
sim descritivo. Por exemplo o uso de palmas. Em 14 textos da Escritura em que a
Palavra ocorre, em nenhum pode se aplicar ao culto. São na vasta maioria uso
absolutamente contrário à recomendação, palmas são usadas como vaias, em
quase todas as vezes e em apenas duas como figuras de linguagem ou simbolismo
(as arvores batem palmas... etc.).

Quanto às danças, exceto nas festas onde o espírito era dançarino e solto, no
Velho testamento as danças são mencionadas sempre em cultos idolátricos: 1. O
culto do bezerro de ouro: Êxodo 32:19? Logo que se aproximou do arraial, viu ele o
bezerro e as danças; então, acendendo-se-lhe a ira, arrojou das mãos as tábuas e
quebrou-as ao pé do monte;? 2. O culto de Baal:

1 Reis 18.26: ?então pulavam ao redor do altar que tinham feito? As


danças de Mirian, Davi, e outros não foram em momentos cúlticos, mas em épocas
de vitórias e festivas.

O culto no Novo Testamento desconhece formalismo. Ele é feito em espírito e em


verdade. Seguir alguns padrões do Velho Testamento para o culto pode nos levar
de novo ao culto católico com unções, águas bentas, cinzas na cabeça, prostração
de rosto em terra, confissões auriculares... e outras. Se alguém crê que pode servir
a Deus com estas coisas, nós que conhecemos as Escrituras procuraremos servi-lo
de acordo não com o que achamos mas seguindo a Palavra.

Alguns justificam estes usos mais porque o povo gosta... e aí caímos na


condenação dos profetas falando pelo Senhor: fazei os vossos cultos? por que disto
gostais...? (Amós 4.4,5).

A música que agrada ao Senhor dentro do parâmetro da Escritura, deve vir de um


discernimento espiritual, produzida numa dimensão de santidade, na motivação
exclusiva da Glória de Deus, resultado de um aperfeiçoamento que busca o
excelente para o Senhor, em expressões e ritmos que sirvam a Palavra e o espírito
do Culto que é de solenidade, reverência e temor; por causa do espírito do Novo
Testamento onde o culto é mais introspectivo, espiritual, a música deve ser
despida de marcação exagerada que conduz a coreografias e cerimonialismos dos
quais o culto cristão fugiu desde
o início; deve ainda a música de Deus ser dissociada da mundana sensualidade, e
saudável no que concerne a sua sonoridade, não agressiva.

É preciso que se busque a diferença entre o templo e o teatro, que os servos do


Senhor o adorem em Espirito e em verdade. Já viu num tribunal um juiz vestido
de palhaço e gritando, em estilo de zombaria, brincadeira: agora, tadinho dele!
Bem vamos à pena: ele está... ele está.... adivinhem...ah, ah...condenado à...? Isto
seria um absurdo! Há lugar de brincar, lugar de adorar, lugar de trabalhar.

Profanar é não saber fazer as distinções... Nunca prescindiremos de nossa cultura.


Ela nos é essencial para expressarmos o nosso louvor, mas deve ser a cultura
vista como graça que Deus nos deu, bem como também contaminada pela queda.

Deste modo, procuraremos aperfeiçoar nossos ritmos alegres, (Que o nosso culto
seja de imensa alegria espiritual, e não confundir entusiasmo com louvor...) de
sorte que possam exprimir um louvor que agrade ao Senhor e que seja diferente
daquele que procura agradar a si mesmo e ao Diabo.

Possa o Senhor nos conduzir em graça e glória até ao dia de sua Vinda. Pois
estejamos certos: a verdadeira Igreja muito sofrerá na iminência da volta de nosso
Senhor, pois sendo Satanás solto, conforme diz a Bíblia, quase seriam enganados
os escolhidos.

Nos últimos dias os homens serão: “egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes,


blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes,...” 2 Timóteo 3.2
“Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual
sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor” Hebreus
12:28.

Trecho de um artigo do Rev. Cleómines Figueiredo, intitulado: LITURGIA E MÚSICA


NO CULTO CRISTÃO.

Dança Litúrgica

Dança Litúrgica

"No meio de uma babel cúltica e manifestações ruidosas desconexas, palmas e danças e forte
expressão corporal que encontramos no culto chamado "contemporâneo", que vai tomando espaço
em nossa Igreja Presbiteriana do Brasil, seria bom observarmos os nossos Princípios de Liturgia, as
considerações seguras da Confissão de Fé da Igreja e Que "... O modo aceitável de adorar o
verdadeiro Deus é instituído por Ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve
ser adorado segundo imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer
outra maneira não prescrita na Santa Escritura." Veja decisão do Supremo Concílio da Igreja
Presbiteriana do Brasil sobre esta matéria ao final da página."

DANÇA LITÚRGICA
Rev. Ludgero Bonilha Morais

É nosso dever debater aqueles assuntos que versam sobre a vida de nossa Igreja, quanto à sua
doutrina, prática e liturgia. É fato sobejamente experimentado em nossos dias, que há uma inclinação
acentuada para a novidade e ênfase na criatividade humana como expressão litúrgica e teológica .
Nosso tempo é de um exacerbado humanismo e subjetivismo e, aquilo que nos parecia impossível
acontecer anos atrás, hoje nosso “espírito de boa convivência” já não luta, aceita e começamos a
achar que tudo está bem. Corremos sempre o risco de, tal como aconteceu com os coríntios, nos unir
em torno daquilo que deveria nos separar, e nos separar em torno do que deveria nos unir.

Chamo a atenção dos irmãos, desta feita, para um tema em particular, qual seja, a “dança como
expressão litúrgica”. Muito comum em grupos carismáticos, o uso deste recurso em seus cultos;
dança de louvor, ou melhor, o requebro, o meneio, o trejeito. Recorrem aos textos do Velho
Testamento, onde supostamente encontram suporte bíblico para esta prática.

Sem pretender esgotar este assunto, apresento as considerações que se seguem.

O vocábulo “dança” é uma das possíveis traduções da palavra grega paizo e seus correlatos, bem
como da palavra shireh da língua hebraica. São elas comumente traduzidas por: “agir como criança”,
“brincar”, “dançar”, “gesticular”, “zombar”, “imitar”. É relacionada com o substantivo paidía ou
paidiá trazendo sempre a idéia de “jogos eróticos”.

Paizo tal como foi usada pelos gregos, muito comumente denota este verbo, “falta de seriedade com
alguma coisa em termos de atitude ou conduta”. Significa também, “saga levianamente tratada ou
inventada”, “gesticular”, “zombar”, “ridicularizar”, “lascívia”, “libertinagem”, “licenciosidade”,
“tolice” e “estupidez”.
No contexto do Velho Testamento e da Septuaginta, a brincadeira encontra expressão na natureza
religiosa e cúltica dos jogos de danças no mundo oriental primitivo e antigo. Os deuses eram
venerados por meio de jogos e danças. No culto do mundo ao redor do Velho Testamento e do Novo
Testamento encontramos muitos jogos e danças como meio de expressar a piedade.

Encontramos também no Velho Testamento danças por ocasião das celebrações de vitória (Ex.
15:20; Jz 11:34). Duas razões juntas, para a manifestação pela dança . A primeira, a demonstração da
alegria pela vitória alcançada. A Segunda, uma tremenda zombaria pelo inimigo derrotado. Dançar
como expressão de escárnio era algo que, de fato, ofendia os brios do inimigo. Quanto a isso tem
muito a dizer o Dr. W. O. E. Oesterday em seu elucidativo livro “The Sacred Dance”(1923). Estas
celebrações são encontradas especialmente nos contextos de guerra, tal como, por exemplo, I
Crônicas 13:8; 15:29; e II Samuel 6: 14. De acordo com o articulista no dicionário teológico de
Kithel, a manifestação “mais orgiástica foi a dança diante da arca, relatada em II Samuel 6:14-16”,
também num contexto de vitória de guerra.

Por ocasião da festas da colheita haviam manifestações de dança, como registra Juizes 21:21. Estas
manifestações eram sempre de uma dança harmoniosamente desenvolvida por um grupo, a qual
narrava uma história. Eram manifestações legítimas do folclore. Há que se fazer uma distinção entre
a dança como expressão artística e o requebro sem arte, que tem como intenção carnal, dar evidência
às curvas do corpo e destaque às suas partes eróticas.

Nos Salmos cúlticos (26:6; 42:4; 149:3; 150:4) aparece a palavra shireh. Estes contextos nos fazem
lembrar as procissões promovida pelo povo, rumo ao templo. No templo, o culto era o mais
impeditivo possível. Os que entravam no átrio eram somente os sacerdotes, dentre esses somente o
sumo-sacerdote adentrava ao santo dos santos. Do “auditório” não se ouvia nenhum som de louvor.
Os cantores, ministros do canto, entoavam os louvores (estes eram também sacerdotes). Ao povo em
geral não se lhe era dado o direito de pisar o átrio. Os homens tinham o seu espaço, as mulheres
outro mais atrás, os gentios atrás do muro. (Jesus revela sua indignação no templo, pois, o lugar dos
gentios estava ocupado pelos vendedores. Jesus afirma, então, que aquela casa será chamada “casa de
oração para todos os povos”). Sendo assim, se o povo não participava da “cerimônia” propriamente,
encontraram eles uma maneira de expressão, e esta foi no “caminhar para o templo. Ajuntando a
multidão, engrossando a procissão, cantavam salmos. Os salmos cúlticos se reportam a isso, e a
palavra acima mencionada é assim traduzida “andarei”, “passava eu com a multidão do povo”, “com
adufes e harpa”, “com adufes e danças”. Somente o Salmo 150:4, em algumas versões, a palavra
shireh e traduzida por dança.

Nas passagens escatológicas encontramos as seguintes traduções para a mesma palavra: Jeremias
31:4 “dança”; 30:19 “júbilo”; e Zacarias 8:5 “brincarão”.

Outras passagens são encontradas, a saber: I Reis 18:26; onde lemos a referência ao “manquejar”
dos profetas ao redor do altar de Baal. Em Juizes 16:25-27 que narra o infortúnio de Sansão, quando
é trazido para o palácio. Ali a palavra é traduzida por “divertir”, “escárnio”. Em Êxodo 32:6, o povo
de Israel, recém liberto do cativeiro egípcio, dança diante do bezerro de ouro. Ilustrativas são as
passagens de Gênesis 21:9 e 26:8. A primeira fala de Ismael que “caçoava” (ridicularizava) de
Isaque, o que provoca em Sarah uma profunda indignação. A passagem seguinte ilustra o porque
desta indignação, pois em 26:8 esta palavra é traduzida por “acariciava”. É Isaque, agora casado,
acariciando Rebeca. O motivo da indignação, portanto, estava no fato de Ismael ridicularizar Isaque
com meneios, trejeitos, passando-lhe a mão, dançando ao seu derredor. No livro do profeta Isaías
este sentido vem ainda mais à luz. No capitulo 3, verso 16 há uma descrição daquelas mulheres que
com disposição frívola “andam a passos curtos” (a mesma palavra é aqui usada). Seus meneios e
trejeitos, passos afetados, com intenção de minar a moral do povo.

No Novo Testamento a palavra paízo ocorre somente em I coríntios 10:7, fazendo citação do Velho
Testamento em Êxodo 32:6. É o repudiar de todo culto pagão. Aqui está relacionado com a idolatria.
O texto de Êxodo se refere a uma dança cúltica. Como em Gênesis 26:8; 39:14-17, a palavra que ali
aparece tem um sentido erótico . Assim pode ela denotar, tanto idolatria como licenciosidade
cúltica: freqüentemente com ela associada. Tertuliano em De Jejunio, fala seis vezes do Lusus
Impudidus, se referindo ao acontecimento narrado em Êxodo 32:6, descrevendo aquela
manifestação, portanto, como danças vergonhosas. Para os crente de coríntios, também, a diversão
das festas sacrificiais era uma grande tentação à idolatria.

Se a palavra paizo é encontrada uma única vez, sua correlata empaizo é encontrada mais vezes. Seus
significados são: “jogar”, “dançar ao redor”, “caçoar”, “ridicularizar”, “iludir”, “defraudar”. Esta
palavra pertence ao grupo das usadas para “depreciação” ou “ridicularizar”, “levantar o nariz”,
“balançar a cabeça”, “bater as mãos como sinal de insulto ou escárnio”, “fazer brincadeiras”. Deriva
de “arrogância”, “mostrar superioridade”, “hostilidade” e “aversão” (Gn. 19:14; Is. 28:7 e seguintes).

O Verbo empaizein ocorre somente nos evangelhos sinóticos. Sua primeira ocorrência se dá em
Mateus 2:16, quando Herodes é enganado pelos sábios, que ao invés de voltarem por Jerusalém ,
deixam-no a esperar. Em Lucas 14:29, encontramos a parábola do construtor imprudente que é
ridicularizado por seus circunstantes pelo fato de não poder levar a cabo o término da construção.

Todas aos outras passagens se referem a Jesus Cristo. Na predição de sua paixão a encontramos
Mateus 20:19; Marcos 10:34 e Lucas 18:32. Ali esta palavra é sempre traduzida por “escarnecer”.
Também na história de sua paixão, cumprindo suas próprias predições – Marcos 15:16-20,e Mateus
27:27-31. O ato dos soldados colocando uma coroa de espinhos, um manto de púrpura, saudando-o,
golpeando-o com um caniço, cuspindo e curvando-se diante dele – constitui o escárnio. O texto de
João 19:1-3, usa esta palavra para descrever o incidente como um todo. É o espetáculo. Mateus
26:67-68, Marcos 14:65 e Lucas 22:63-65 tem sua contra partida em Jeremias 51:18, pois os ídolos
são objetos de escárnio “obra ridícula”. Assim tratavam a Cristo, representando um macabro bailado
ao seu derredor. Este Jesus que arroga ser Deus, não é outra coisa nesta sanha diabólica senão “obra
ridícula”. É o inferno que se levanta contra o Ungido de Deus. Cristo em sua agonia é a ridícula
personagem da coreografia satânica.

Mas ali, quem de fato, estava sendo exposto ao vexame, era a “antiga serpente”. Três dias depois o
drama se conclui e os bailarinos do “dragão” perdem o ritmo. A “cabeça da serpente” está esmagada.

Outros textos onde a palavra aparece são os seguintes: Hebreus 11:36 (escárnio); 11:26 (prazeres
transitórios); Judas 18 (escarnecedores - andando) e II Pedro 3:3 (escarnecedores ... com
escárnios ....andando).

Concluímos, afirmando que, não há uma referência sequer que no culto do Novo Testamento tenha
havido manifestação da dança cúltica. Nem mesmo na Igreja dos Pais Apostólicos, e nem ainda na
Reforma Protestante do Século XVI. Interessante! Por que não? Pelo menos por quatro razões:

Primeiro, a dança era um costume pagão e procurou-se na Igreja Apostólica evitar qualquer
associação. O princípio da associação deveria ser levado em conta. Não somente aquilo que era mal,
mas também tudo aquilo que pudesse se parecer com o mal. Se fizesse o povo lembrar dos cultos
pagãos dos quais muitos crentes eram egressos, evitar-se-ia!

Em segundo lugar, pelo fato, que foi deixado em relevo por Paulo aos Coríntios. A dança tentava-
lhes a idolatria, abria-lhes as portas à licenciosidade e dava vazão ao erotismo. Nada de dança, a
Igreja de Jesus é uma comunidade de separados, chamados à pureza e à santidade!

Em terceiro lugar, porque o culto do Novo Testamento é adjetivado como “Logikem Latria”(culto
racional), ou melhor, supre-sensual. Não necessitamos mais dos recursos visuais externos. Nosso
culto é em espírito e em verdade. A palavra usada por Jesus Cristo em sua conversa com a mulher
samaritana é significativa. Várias são as palavras que poderiam ser traduzidas pelo vocábulo
“verdade” na língua grega. A palavra, no entanto, usada por Jesus, não se contrapõe a idéia de
“mentira”. A palavra é contraposta, sim, a “símbolo”, “tipo”, “figura”; recursos estes usados no culto
do Velho Testamento. Arrependimento era o “por cinzas na cabeça, vergonha era simbolizada pelo
“rasgar das vestes”, submissão era o “orar com o rosto em terra”, a remissão dos pecados se dava
pelo “derramar do sangue de animais”, etc. Nosso culto hoje não necessita destas figuras, pois, é um
culto supra sensual, a “verdade” anteriormente apresentada por símbolos encontra sua expressão.
Jesus! Quem tem Cristo adora “em espírito e em verdade”.

Em quarto lugar, e mais importante que tudo mais, o culto no Novo Testamento não permita a
manifestação de “dança sagrada” pelo fato de que toda dança, meneio de corpos, requebros, fazia
lembrar o escárnio de Cristo. O Dicionário Teológico do Novo Testamento de Kithel afirma: “Seja
o fato dos soldados aqui estarem observando um costume (religioso), específico, ou seguindo
práticas do sacrifício persa, por exemplo, ou estarem simplesmente expondo o suposto rei dos judeus
ao ridículo, é muito difícil ter qualquer certeza . Contudo, é certo de que este escárnio se dava num
contexto de dança e drama. Um show, um espetáculo, um ato público civil e religioso. A dança
cúltica fazia os crentes da Igreja Apostólica lembrarem-se da horripilante coreografia desenhada a
derredor do Salvador.

Hoje, vemos em alguma Igreja Presbiterianas não propriamente a dança artística, ainda assim
condenável no culto. Pior que isso, vemos o requebro sensual, expressão de carnalidade com ares de
piedade.

Sendo assim, irmãos, creio eu, que devemos orientar os irmãos. Todos nós juntos não permitiremos
que o produto da “criatividade” de alguns crentes inadvertidos e outros mal intencionados, vá
tomando fôlego em nosso meio.
SC-IPB/98 - DOC. CXIII - Quanto ao Doc. N.º 180 - do Presbitério de Magé, Sínodo Leste
Fluminense, referente ao "bater palmas" e "forte expressão corporal" nos cultos, O SC/IPB-98, em
Sua XXXIV Reunião Ordinária, Considerando: 1) Que os Princípios de Liturgia da IPB prescrevem
no Capítulo III, Arts. 7 e 8, que "O Culto público é um ato religioso, através do qual o povo de Deus
adora o Senhor, entrando em comunhão com Ele, fazendo-lhe confissão de pecados e buscando pela
mediação de Jesus Cristo, o perdão, a santificação da vida e o crescimento espiritual....", constando
"ordinariamente de leitura da Palavra de Deus, pregação, cânticos sagrados, orações e ofertas...."; 2)
Que a vida cristã em todas as suas facetas é integral, e o culto a Deus como manifestação responsiva
do seu povo, envolve a emoção, a vontade e a razão; 3) Que dentro da compreensão Reformada do
Novo Testamento, no culto além da sinceridade do adorador e obediência aos preceitos bíblicos, no
que concerne ao participante deve predominar a inteligibilidade da adoração (Rm 12.1-2); 4) Que "...
O modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por Ele mesmo e tão limitado pela sua
vontade revelada, que não deve ser adorado segundo imaginações e invenções dos homens ou
sugestões de Satanás nem sob qualquer outra maneira não prescrita na Santa Escritura." (Confissão
de Westminster, 21.1). 5) Que o Culto é a nossa mais nobre atividade, colocando o espírito humano
em comunicação com Deus eterno. 6) Que a ênfase acentuada no movimento físico durante o culto,
além de não se constitutir em praxe presbiteriana, não contribui para a sua inteligibilidade, antes,
propicia desvios do sentido mais profundamente bíblico da adoração cristã. 7) A urgência de um
posicionamento da Igreja no que se refere às variadas e até mesmo contraditórias manifestações
litúrgicas em nossa Igreja. Resolve: 1 - Lembrar que entre as funções privativas do Pastor, está:
"orientar e supervisionar a liturgia na igreja de que é pastor" (CI/IPB. Art 31, "d"), tendo este no ato
de sua Ordenação ao Sagrado Ministério reafirmado "sua crença nas Escrituras Sagradas como a
Palavra de Deus, bem como a sua lealdade à Confissão de Fé, aos Catecismos e à Constituição da
Igreja Presbiteriana do Brasil". (Princípios de Liturgia, Cap. XIV, Art 33). 2 - Determinar que os
Sínodos e Presbitérios cumpram o que prescrevem os Princípios de Liturgia/IPB, Cap. III, Arts. 7 e
8, e zelem para que façam o mesmo os Pastores e Igrejas por eles jurisdicionadas, 3 - Recomendar
que os Sínodos e Presbitérios promovam simpósios regionais sobre os Princípios Bíblicos-
Reformados da Adoração Cristã.

PRATICAS LITÚRGICAS
CE-SC/IPB-2007 – DOC. CLXXXVII – Quanto ao documento 198 – Ementa:
Quantoaos Docs. 116, 160 166 – Consulta, proposta e solicitação de posicionamento
quanto a práticas litúrgicas. Aprovado o Substitutivo - Considerando: 1. Que, segundo
as Escrituras, o culto a Deus é a razão principal da existência humana e que na história
do povo de Deus, nelas registradas, fica bem claro que as crises espirituais causam a
negligência na adoração e displicência quanto à forma de adorar, atitudes sempre
reprovadas pelo Senhor e que, por outro lado, tempos de reforma e reavivamentos
espirituais trazem como conseqüência a purificação do culto, tendo “a lei do Senhor”
como referência; 2. Que a Confissão de Fé de Westminster, fundamentada na Bíblia,
afirma ser a forma de celebrar o culto público, elemento determinante para que as
igrejas particulares sejam mais ou menos puras (CFW, Cap.XXV,4); 3. A diversidade
de opiniões teológicas quanto à matéria, mesmo dentro da ortodoxia reformada,
evidenciada pelo grande número de publicações existentes; a CE-SC/IPB-2007
RESOLVE:
1. Reafirmar o princípio reformado estabelecido pela Confissão de Fé de Westminster
de que: “O modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por Ele mesmo e
é tão limitado por sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as
imaginações dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação
visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas santas Escrituras” (CFW, Cap.
XXI,1); 2. Determinar que seja mantida e reforçada a tradição reformada que se reflete
em decisões anteriores do SC/IPB sobre a matéria que, sempre fundamentado nas
Escrituras, têm reconhecido e proclamado a santidade do culto que deve ser oferecido
a Deus, pela mediação única de Cristo, com reverência e santo temor, na exclusiva
dependência do Espírito Santo, para que haja também a verdadeira alegria espiritual
(Cf. Sl 51.12,15) e que são inconvenientes todas as formas que possam distanciar os
adoradores destes princípios, sendo que dentre essas formas inconvenientes, conforme
já declarado pelo SC/IPB-1998, encontram-se as expressões corporais acentuadas,
entre as quais estão incluídas práticas tais, como danças litúrgicas e coreografias; 3.
Determinar aos ministros (Cf. art. 31, alínea “d” da CI) e aos presbitérios (Cf. art. 88,
alínea “e” da CI), que sejam zelosos quanto ao santo culto do Senhor, repudiando todo
“fogo estranho”, não ordenado na Palavra, e que, conseqüentemente, provoca a sua
santa ira sobre os displicentes e infiéis (Cf. Levítico 10.1-7; Malaquias 1.6-14 e João
4.24).

http://solascriptura-tt.org/EclesiologiaEBatistas/21NaoPalmasNemDancejos-
Helio.htm

Origens danças
Várias são as hipóteses sobre quando e onde surgiu a Dança Oriental. A mais divulgada é a de que
ela originou-se no Antigo Egito praticada em rituais à Deusa da Fertilidade e tinha o nome de Raks el
Shark ou Dança do Leste, sendo que uma outra civilização, mais antiga que a egípcia, a dos
sumérios, já praticava um tipo de dança-ritual em homenagem a divindades femininas.
No entanto, foram encontrados registros que nos mostram sua existência na Grécia Clássica,
Índia, Pérsia e Turquia, o que confirma sua origem em diferentes lugares. Os gregos por exemplo,
adoravam a Deusa Artemis e jovens preparadas para servi-la, eram levadas ao seu templo onde
praticavam rituais de dança e música em sua honra. Na Índia as "devadasis", "servas de Deus",
dançavam nos templos e eram consideradas sagradas. Mais tarde, essas dançarinas ficaram
conhecidas como "bayaderes" e surgiram também em outros países.

Com a invasão do Egito por outros povos, o surgimento do Cristianismo na Grécia, a


decadência do império hindu e conseqüente poder dos ingleses na Índia, as danças rituais foram
sendo aos poucos banidas para a periferia das grandes cidades, fosse por motivo religioso ou político.
Os povos ciganos foram os maiores responsáveis pela difusão da dança por outros países e povos,
levando-a a sofrer influências e perdendo seu caráter estritamente religioso.

No Ocidente foram os franceses que descobriram a dança oriental, e chamaram-na de "danse


du ventre" ou dança do estômago. Porém a Dança Oriental só ficou conhecida, e de maneira
desastrosa, em 1893 na famosa Feira Mundial de Chicago, nos Estados Unidos, quando foram
trazidas dançarinas do Extremo Oriente para se apresentarem. Naquele tempo em que a mulher se
cobria dos pés à cabeça, culturas étnicas de outros povos, eram consideradas "primitivas" e "não
civilizadas". Imaginem o que foi, ver dançarinas orientais no palco com roupas coloridas e
esvoaçantes, ondulando o corpo de forma lânguida e vibrando o quadril ao som de tambores,
movimentos naturais para elas. Os americanos puritanos, chocados, acharam a dança espalhafatosa e
lasciva. Um verdadeiro escândalo!

O nome Dança do Ventre viria a surgir mais tarde quando o nome foi traduzido do francês
para o inglês Belly Dance. Passou a ser divulgada, de maneira distorcida, na década de 20 através do
cinema americano em filmes fantasiosos sobre sheiks e haréns.

Hoje, a Dança do Ventre é praticada por muitas mulheres e vem conquistando cada vez mais
espaço e adeptas de todas as idades e nacionalidades.

Essa dança singular que evoca a beleza e a feminilidade da mulher, infelizmente ainda não
conquistou o respeito que merece.

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A História da dança
Dançar é definido como uma manifestação instintiva do ser humano. Antes de polir a pedra e
construir abrigos, os homens já se movimentavam ritmicamente para se aquecer e comunicar..
Considerado a mais antiga das artes, a dança é também a única que dispensa materiais e
ferramentas. Ela só depende do corpo e da vitalidade humana para cumprir sua função enquanto
instrumento de afirmação dos sentimentos e experiências subjetivas do homem.
Segundo certas correntes da antropologia, as primeiras danças humanas eram individuais e se
relacionavam à conquista amorosa. As danças coletivas também aparecem na origem da civilização e
sua função associava-se à adoração das forças superiores ou dos espíritos para obter êxito em
expedições guerreiras ou de caça ou ainda para solicitar bom tempo e chuva.
O desenvolvimento da sensibilidade artística determinou a configuração da dança como
manifestação estética. No antigo Egito, 20 séculos antes da era cristã, já se realizavam as chamadas
danças astroteológicas em homenagem ao deus Osíris. O caráter religioso foi comum às danças
clássicas dos povos asiáticos.
Na Grécia clássica, a dança era freqüentemente vinculada aos jogos, em especial aos olímpicos.
Com o Renascimento, a dança teatral, virtualmente extinta em séculos anteriores, reapareceu com
força nos cenários cortesãos e palacianos. Uma das danças cortesãs de execução mais complexa foi o
minueto, depois foi a valsa, considerada dança cortesã por excelência, e com ela se iniciou a
passagem da dança em grupo ao baile de pares.
A configuração de um gênero de dança circunscrito ao âmbito teatral determinou o
estabelecimento de uma disciplina artística que, em primeira instância, ocasionou o desenvolvimento
do ballét e, mais tarde, criou um universo dentro do qual se deu desenvolveram gêneros como os
executados no music – hall, como o sapateado e o swing. A divulgação da dança se deu também fora
do mundo do espetáculo, principalmente nas tradições populares.
Dança, em sentido geral, é a arte de mover o corpo segundo uma certa relação entre tempo e
espaço, estabelecida graças a um ritmo e a uma composição coreográfica.

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