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O culto no Novo Testamento

Textos Básicos: Atos 2.42-47 – Romanos 12:1 e 2

Passagens fundamentais: Colossenses 3.16

“Habite ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e


aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a
Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão,
em vosso coração.”

João 4:23 a 25 “Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o


que sabemos por que a salvação vem dos judeus. Mas a hora
vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o
Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que
assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o
adoram o adorem em espírito e em verdade.”

Nas religiões vimos que os cultos são realizados com elementos


estranhos as paginas do Novo testamento, os apóstolos não
usavam colarinho clerical, seus lideres não eram chamados de
sacerdotes, não havia altares para a pregação, não havia
ostensórios, incensos, sinos, água benta, água fluídica, sessões
mediúnicas, vestes clericais que distinguia os lideres dos
demais, não havia nem sequer uma classe de elites sacerdotais
e leigos, não havia essa divisão, a advertência de Paulo parece
que foi esquecida: “Mas temo que, assim como a serpente
enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de
alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da
simplicidade que há em Cristo” (II Corintios 11:3)
Há princípios no Novo Testamento que regulam o culto, muitos
cultos evangélicos que ocorrem hoje estão fora dos padrões da
nova aliança, cultos contemporâneos com liturgias estranhas,
elementos pagãos, humanistas, pragmáticos, romanistas,
espíritas e da Nova Era podem ser encontrados.

Assim como na antiga aliança, o Senhor através de Moisés


estabeleceu um culto com suas ordenanças e princípios que
deveriam ser observados, mas por causa da influencia pagã ao
redor, colocaram elementos pagãos e abomináveis do templo e
contaminaram o culto com a adoração aos demônios.

Exemplo: Ezequiel 8: 5 A 16 e Êxodo 32:1 a 8

Dessas duas passagens descobrimos que o culto foi corrompido


por causa da introdução de elementos abomináveis, o
paganismo influenciado pelas outras nações, os reinos do diabo
e o mundo dos homens caídos.

No Novo Testamento temos algumas igrejas com problemas


graves por causa do sincretismo;

Tiatira (Apocalipse 2:19 e 20) o problema da permissividade,


uma mulher chamada jezabel estava ensinando, pregando e
induzindo os crentes a fornicação espiritual.

Pergamo (Apocalipse 2:17 e 18) seguidores da doutrina de


Balaão e dos Nicolaitas.

Laodicéia: (Apocalipse 3:14 a 22) sofriam de mornidão


espiritual, orgulho, sensualidade e auto-suficiência.
Encontramos problemas também na Igreja dos Colossenses,
Paulo escreveu uma carta de correção, o Pr Marcos Graconatto
assim descreve o problema em Colosso: “A epístola deixa
transparecer quais eram os desvios religiosos que estavam se
infiltrando na igreja. Parece que se tratava de uma mistura do
velho judaísmo com o gnosticismo nascente. De fato, em 2.8
Paulo se refere a uma falsa filosofia, certamente uma forma
embrionária de gnosticismo que defendia uma forte antítese
entre o mundo material e o espiritual e cujos proponentes se
jactavam de ter conhecimentos secretos (2.2-4). O
cerimonialismo e o ascetismo estavam presentes como
resultado da fusão dos ensinos judaicos com a falsa filosofia
(2.11, 16-17, 21-23; 3.11).

Historicamente vamos ver isso acontecendo e de alguma forma


vai interferir no culto, monges e monastérios são introduzidos
na igreja antiga, Pseudo Dionísio Aeropagita vai introduzir o
neoplatonismo, em nossos dias, o pragmatismo, a psicologia, o
racionalismo, o maquiavelismo, o pós-modernismo tem feito
estragos enormes na liturgia cultual.

Na revelação progressiva entendemos que a idolatria pagã está


associada com a adoração de demônios.

“Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o


sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Antes digo que as coisas
que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a
Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios.” (I
Coríntios 10:19 e 20)

A crença comum na antiguidade é que os sacerdotes pagãos ou


hierofantes assumiam uma espécie de mediunidade, o ídolo era
apenas o receptáculo onde a divindade se incorporava para se
comunicar com os homens, em especial os sacerdotes.

O Pr. Silas Arbolato da Cunha num estudo sobre o assunto


comenta: “Não há limites no que se refere a quão longe
algumas igrejas avançarão no propósito de se tornarem
relevantes e modernas em seus cultos. Qual a verdadeira
adoração? Quais os elementos do culto neo-testamentário?
Culto é uma questão de forma ou de essência?” e então
concluir: “A verdadeira adoração sugerida na frase de Jesus à
mulher samaritana (João 4.23) envolve tanto o intelecto quanto
as emoções e salienta sua centralidade em Deus, não no
adorador. Cada aspecto do culto tem de ser agradável a Deus e
estar em harmonia com a Sua Palavra. Embora o critério
adequado para avaliação do culto seja esse, o culto pode
também ser agradável ao adorador.”

O Culto na perspectiva da Nova Aliança:

Assim como no Antigo Testamento, a igreja na Nova Aliança


continuou olhando para o culto como uma forma de adoração e
uma atividade que marcava a vida dos cristãos. Em Atos 2.46 e
47 vimos o exercício do culto como algo constante, em
Romanos 12:1 e 2 como uma expressão de equilíbrio e
sobriedade cito novamente o Pr. Silas Arbolato da Cunha que
conclui: “ No Novo Testamento encontramos as três dimensões
do culto: pessoal, familiar e público. Não é um episódio apenas.
Ao terminar a liturgia do templo, deve começar a liturgia da
vida.”

Quando se trata do culto, vimos como elementos não


autorizados, contaminam uma religião, no caso dos fariseus, a
tradição que foi introduzida no judaísmo acabou por violar os
mandamentos Jesus fez essa pergunta aos fariseus em Mateus
15:3 “Por que transgredis vós, também, o mandamento
de Deus pela vossa tradição?” Cerimonialmente os fariseus
estavam dando ênfase a tradição dos homens, a doutrina de
homens, era algo que não constava nos mandamentos. Cristo
então acusa os fariseus “E assim invalidastes, pela vossa
tradição, o mandamento de Deus. Hipócritas, bem
profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo se
aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus
lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me
adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.
(Mateus 15:7 a 9) Ainda há outro fato interessante, a infiltração
de elementos da antiga aliança nos cultos do Novo Testamento,
Paulo escreve uma carta aos Gálatas, pois eles estavam
introduzindo a lei no ambiente santificado da graça, a
introdução de elementos judaicos da antiga aliança na Nova,
promovendo uma confusão e um nova forma de culto eclético
judaísmo com cristianismo.

Assim podemos observar que:

Tradições e preceitos de homens adulteram a vida espiritual e


corrompem as ordens divinas quanto as coisas santas

Que o paganismo e as vãs filosofias podem infiltrar seus


elementos perniciosos no lugar sagrado sejam em forma de
liturgias, tradições, costumes, idolatrias.

Que a não observação quanto aos princípios que norteiam um


culto bíblico da Nova Aliança, levam a idolatria e a apostasia.

A introdução de elementos do antigo testamento, ritos,


símbolos e ordenanças na igreja cristã do Novo Testamento
produziram o Galacianismo ou legalismo
Quanto as qualificações do culto, nunca deve se perder o
equilíbrio da compreensão e da importância.

O culto é solene, relevante para o cristão, não se trata de um


ritual mecânico, de estética humanista de retórica egoista ,
vamos citar novamente Colossenses 3:16 e observar
atentamente o versículo: “Habite ricamente, em vós a palavra
de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutualmente em toda a
sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos
espirituais, com gratidão, em vosso coração.”

Podemos observar então alguns elementos do culto


neotestamentario:

Instrução ou seja ensino

Com sabedoria, ou seja, com lucidez e equilibrio

Louvando a Deus

O tipo de musica; salmos, hinos e canticos espirituais

Com expressões profundas gratidão e conselho mutuo numa


comunhão com toda a congregação

A Palavra de Cristo habitando na congregação “Por meio de


Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor,
que é o fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15

Orações E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na


comunhão, e no partir do pão, e nas orações.(Atos 2:42)
Agora vamos um pouco além, duas coisas são fundamentais
num culto e foi exatamente a instrução de Paulo para uma
igreja caótica e bagunçada: Mas faça-se tudo decentemente e
com ordem.(I Coríntios 14:40)

Ordem e decência, significa, equilíbrio, sensatez, sobriedade,


organização, reverencia. Ou seja, o culto racional de Romanos
12:1 a 2!

A ordem divina é transparência, ordem e sensatez, não bagunça


pois Paulo também diz: “Porque Deus não é Deus de confusão”
(I Coríntios 14:33) O espírito Santo não promove desordem,
desequilíbrio e bagunça, muito menos aprova ou inspira
comportamentos bizarros e excêntricos e muito menos aprova
elementos obscuros, pagãos e ritualismo morto, doutrinas de
homens e elementos esotéricos, símbolos ocultistas e
espiritualistas, hoje em dia vimos certos cultos que se parecem
com terreiros espiritualistas de religiões afro, ou ambientes
parecidos com danceterias e boates, ambientes de cultos á
personalidade como Paulo acusou os membros da igreja de
Corinto, uns eram partidários de Paulo, outros de Pedro e
outros de Apolo.

Desejo citar novamente o Pr. Silas Arbolato da Cunha que


escreveu: “A compreensão do cristão, que cultua a Deus e
pratica serviços religiosos, deve estar indissoluvelmente ligada
à manutenção de cuidados com os mais necessitados. Isto faz
da vida daqueles que servem a Deus expressão e reflexo
daquilo que é apregoado e vivenciado pelo cultuante. O
cultuante deve fazer para os outros o que crê que Deus faz
consigo. Essa é uma afirmação importante de verdadeiro
cristianismo, que acaba atribuindo expressão e sinceridade
para as ofertas e demais atos de dedicação. Os atos cúlticos são
expressões de gratidão por tudo o que Deus proporciona,
manifestações de arrependimento pelos atos pecaminosos
cometidos, expressões de fé e fidelidade, além de testemunhos
eloqüentes da busca da vontade de Deus. Isto é gerador de
progresso, já que provoca a inclusão daqueles que, outrora
excluídos por sua condição, encontram no fiel o cuidado e a
proteção.”

Está claro pelas Escrituras que devemos seguir princípios


bíblicos de adoração e culto, Jesus falou sobre os verdadeiros
adoradores, isso significa que existem os falsos. A igreja segue
os passos dos apóstolos, esse é o significado de perseverar na
doutrina dos apóstolos, eles ensinavam e proclamavam a
mensagem da cruz, explicavam as verdades fundamentais da
fé, consolavam e ajudavam uns aos outros, cantavam e
exortavam e viviam em comunhão.

“A Palavra e a adoração pertencem indissoluvelmente uma à


outra. Toda a adoração é uma resposta inteligente e amável à
revelação de Deus, porque é a adoração do seu nome.
Portanto, a adoração aceitável é impossível sem a pregação.
Pregar é tornar conhecido o nome de Deus, e adorar é louvar o
nome do Senhor sobre o qual fomos informados. Ao invés de
ser uma intrusão alienígena à adoração, o ler e o pregar a
Palavra são realmente indispensáveis à adoração.” John Stott

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