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Torrentes

de graça
(POEMAS)

Clávio J. Jacinto

1
2
(silencio)

Teu silencio é rio


Tão profundo e silencioso
Oceano de mistérios
Âmago da minha singela fé
Transportasse o vinho mais doce
Até o chão da minha alma
Na matriz da minha esperança
Tu és luz do meu espírito
Causa de minha inabalável alegria
Eu me tornei tão saciado!
Pois bebi das águas do rio
Que fluem eternamente de Teu Trono

3
(Doçura)

Na doce flagrância deste jardim


Que tão raras flores de outono
Desabrocham suavemente
Fortalece o meu coração
Do néctar do evangelho
As lâmpadas da gloria dele acenderam
Caminho de justiça perpetua
Fim da noite de meus pecados
Em Ti encontro descanso sempiterno
Nas tuas promessas está meu futuro
Pois quando o velho da tabernáculo
Da minha vida se romper
Quando a alma se romper no escoadouro
Ali mesmo me encontro firme
No mundo vindouro

4
(Nuvem)

Sou breve alma


Leve
Como nuvem nebulosa
No romper da aurora
Mas no hálito da Tua boca
Há perene imortalidade
Então me entrego a Ti
Pois os antigos te chamaram de:
“Pai da Eternidade”

5
(Mergulho)

Mergulho no rio da glória


Nos jardins floridos de tuas bênçãos
Espero em Ti e no Teu amor
Inabaláveis são Teus afetos
Ainda que o velho homem se corrompa
O homem interior se renova
A cada amanhecer

6
(Entrega)

Não entreguei meu coração


Aos abismos da vaidade
Nem ergui as minhas convicções
Encima de monturos vãos
Pois na escada da plenitude
Ainda reclamo perseverança
Como as montanhas que firmam
Os fundamentos das rochas
Para que os rios possam correr
Livremente...

7
(Doçura)

Preserva a minha alma


Em Teu bendito amor
Nunca deixe Senhor
Que o orvalho
Pare de descer sobre mim
Tu és refugio em dias obscuros
Vitória em todas as minhas batalhas
Sou eu como Jacó sou
Não poderei seguir a glória do novo dia
Sem ser marcado profundamente
Por tua transformação

8
(Afeição)

Quero apenas um motivo para te seguir


Amando-te de todo o coração
És minha fonte perene
Tu és a minha doce eternidade
Pois em Ti continuarei existindo
Para sempre

9
(Vida)

Não quero apenas ter


Vida na minha alma
Quero que Tu Senhor seja a alma
Da minha vida
Não quero ser apenas
Mais na existência de tudo
Quero que sejas
O tudo da minha existência

10
(Calmaria)

Acalma-te minha alma


Bebe do consolo divino
Porque todo homem
Que foi transformado pelo evangelho
Quando ferido no centro da sua alma
Deixa derramar pelas feridas
O bom perfume de Cristo

11
(Firmeza)

Tu és minha força
Meu escudo protetor
És minha bendita luz
O caminho e a direção
És minha rocha
Meu paraíso e jardim
Eu tenho a fé santíssima
Luto permaneço e insisto:
“O meu inimigo não triunfará
Sobre mim” (Sl 9:11)

12
(Montes)

As montanhas são esconderijos de minha alma


Os fundamentos do amor bendito
Em Ti estão os alicerces da minha fé
Vivo a esperança de Te encontrar
Oh! Deus Altíssimo
Pois peregrino sou
Neste mundo de tantas dores.

13
(Florescer)

Todas as arvores que não nascem


As margens do rio de Deus
Não pode florescer bênçãos
Nem frutificar virtudes
Devemos viver e ir além do mundo estéril
Deserto da nossa peregrinação

14
(Paz)

Sossegai todos os povos


O ruído da vossa ansiedade
Devora-vos
Como o fogo que consome
A própria brasa
Bebei-vos povos
Do cálice da misericórdia
Pois conhecer ao Senhor
é o único motivo verdadeiro
Da existência das criaturas.

15
(Peregrinação)

Há um amplo espaço na vida


Um vislumbre
Uma visão
O amor de Deus
Que sempre está coberto
Com a Sua santa justiça
E coroado com a gloria da Sua misericórdia
Regido com o cetro
Da mais pura santidade

16
(Fé)

A fé irrigada
Com orvalhos celestiais
Faz desabrochar a esperança
Dentro da minha alma
O rio de Deus desce
Sobre meu coração: Um fluir
Eu apenas choro de alegria
Pois é o outono na minha vida

17
(Libertação)

O homem almeja uma aventura espiritual


A experiência da libertação do coração
A leitura da voz da consciência livre
Os fundamentos do intelecto virtuoso
Um caminho onde a alma inteira se disponha
A andar totalmente livre
A revelação da nossa essência absoluta
Amando e tendo profunda afeição ao Criador

18
(Flores)

Aprendi coma ternura das flores


Com a beleza singela das pétalas
Como a vivacidade da orquestra das flores
Aprendi a viver em silencio
Pois as mais lindas Rosas desabrocham
Enquanto o mundo dorme na loucura
De experimentar as coisas vãs da vaidade.

19
(Restauração)

Teu fluir é meu consolo


Por entre as fendas da minha alma
Restauras-me
Como arvore em ribeiros
Florescem os campos da minha paz
O fruto da justiça do Teu nome
Entre a santidade de Tuas obras
As grandiosas afeições de Tuas Misericórdias
Por causa de Teu eterno amor
Meu coração todos os dias
Encontra tranqüilidade.

20
(Velejar)

Navego nas águas tranqüilas


Onde estão Tuas preciosas promessas
Teu rosto glorioso
Ilumina meu pobre coração
Tuas palavras dirigem o leme da minha vida
Teu Trono é o meu eterno porto seguro

21
(Manancial)

Tu és manancial de águas vivas


Não te deixarei
Tu és minha rocha
Nos desertos da vida és minha salvação
Em Ti esperarei
Pois pequeno é meu coração
Sou como criança
Espaço perfeito dentro de mim
Para repousar a bendita esperança

22
(Fonte Eterna)

Tens sede?
Venha e beba
Da fonte verdadeira
Pura e cristalina
Venha ao rio infinito
Da graça preciosa
Saciado será todo aquele
Que vai a Cristo
Sem reservas

23
(Rendição)

Alva é tua veste


Honra e glória em Tua face
Tu és pão suficiente
Sou Teu, Cristo Salvador
És tudo para mim
E, nesta ampla bendita comunhão
Somos unidos em laços de redenção
Pois o que se ajunta com o Senhor
É um só espírito com Ele.

24
(Refrigério)

Além do monte Hermon


Acima das estrelas
Em Teu Trono
Verdadeira água e refrigério
Meu coração sedento
Mergulha na Tua presença
Desejo beber incansavelmente
De todas as Tuas promessas.

25
(Santidade)

Venham, todos os que admiram


A perfeita beleza
Venham, as tranqüilas águas
Do Trono da Graça infinita
Que refletem a glória do Senhor
Pois neste mundo
Tudo parece tão artificial
A beleza supérflua é sustentada
Pela vaidade
E a beleza divina pela santidade.

26
(Videira)

Videira frutífera quero ser


Descansando no ribeiro fluente
De todas as Tuas misericórdias
Assim, no deserto da vida
Serás eternamente meu Senhor;
O meu Oasis

27
(Mar Revolto)

Esse mundo é intenso mar


Oceano de todas as tempestades
Almas sem ancoras
Cruzam o limiar da dor
Choram, sofrem e lamentam
Mas Tu és Rocha e Abrigo
Aurora de eterna luz
Aqueles que estão sustentados por Ti
Passam por esse mundo
Jubilando em Tuas santas promessas

28
(Ancora)

Tu és Senhor da minha vida


A vida da minha existência
És a existência de meu ser
És o Ser maior da minha fé
Tu és tudo meu SENHOR
Ancora da minha eternidade

29
(Pulsar)

Meu coração pulsa


Uma eterna oração
És o respirar de minha alma
Em teus braços me alegro
Pois está a minha lâmpada acesa
A glória do Teu Evangelho
Resplandece sobre mim

30
(Afeição)

És poente em meu entardecer


Do santíssimo amor me aconchego
Perene aurora de toda a minha esperança
De eternidade a eternidade Tu és Deus
E eu apenas um adorador.

31
(Vento)

O Teu vento sopra em meu rosto


Sou como a erva passageira
Mas Tu conduzes minha alma e amor
Pelos recônditos suaves da esperança
Serei na morte do corpo
A semente de ressurreição imortal
Pois soprarás sobre mim
O hálito vital
Para que eu possa entrar completo
Nos átrios da eternidade

32
(Rio)

O rio da alegria transborda


Como cerejas que amadurecem no outono
Rosas que desabrocham nos campos
O mar incansável que movimenta as águas
Meu Senhor!
Que o rio da vida que passa pelo Teu Trono
Possa transbordar meu coração de amor
Por Ti

33
(Campinas)

Como campos de flores azuis


Que revelam na natureza celestial
Assim são meus sonhos
Quando minha alma
Descansa em Ti

34
(Expectativa)

Estou Te esperando Senhor


Com vigílias incandescentes
Aguardo Teu bendito retorno
Minha alegria é esta expectativa
Creio no teu retorno
Em voz calma clamo suplicante
Por Teu retorno triunfante
Pois estarei para sempre contigo
Serás mais que meu amado Salvador
Mas também meu eterno amigo

35
(Consolação)

Vivo a esperança como a relva


Que recebe a chuva depois da estiagem
Descanso nas sombras de Teu amor
A pureza da tua misericórdia
Me consola a todo o momento

36
(Trono)

Tu vives eternamente
Teu Trono se firma no infinito
Para todo sempre
Tu envias do Teu rio
Águas de refrigério
Por isso mesmo não sou
Um coração desolado
Pela aridez espiritual

37
(Inverno)

Não deixe minha alma presa


Ao inverno das aflições
Nem permitas que minha alma
Permaneça ressequida nesse vale
Onde as tribulações assolam
Não deixes que minha alma adormeça
Nas noites escuras das incertezas
Mas manda o orvalho precioso
Pois preciso chorar orações
Para sentir a fecundidade
Da minha esperança

38
(Peregrino Cristão)

Se secas são as vidas lá fora


Num mundo moribundo
Andas com a vida abundante de Cristo
Não carregas restolhos de respiros
Mas aspirações benditas de eternidade
Não carregas em pesos angustiados
Os grilhões das falsas esperanças
Nem a sutileza das cargas do vil pecado
Ou dos prazeres de doces malignidades
Mas andas com Cristo em comunhão
Com o Pai e com o Filho
Cheio do Espírito Santo
Se trevas são os caminhos do mundo
Num sistema obscuro que jaz no maligno
Andas com Cristo a luz do mundo
Não em desertos estéreis
Mas á sombra do terceiro céu
Com um fogo das Escrituras
Que aquecem o coração nesses glaciais
E as tormentas dos demônios
Nas alturas em tantas batalhas espirituais
Segues com Cristo
Em santa e bendita afeição por Ele
Pois contigo está o Príncipe da Paz

39
(Rio)

Que as águas de Teu rio


Corram para irrigar minha alma
Meu pobre coração sedento
Anseia por tuas benditas águas
Pois dentro de mim precisa
Germinar a justiça de Cristo
Os frutos da justiça
Que haja dentro de mim
Orvalho silencioso
Para que o refrigério celeste
Seja a minha experiência diária
Na minha peregrinação cristã

40
(Luz)

Vou caminhando em direção segura


Tua luz é sempre meu consolo
Desejo mais do orvalho celeste
Tu és Senhor do meu caminho
Na proteção da Tua presença
Prossigo
Até que a alva resplandeça
Definitivamente dentro do meu coração

41
(Raízes)

És meu socorro eterno


Estou Senhor em teus braços
Assim como a raiz mergulha na terra
Para encontrar os fundamentos da existência
Também Tu és minha rocha
Lugar onde permanece enraizada
A minha esperança

42
(Almejo)

Ao gritar sem ser sufocado


O amor será liberto de dentro
Do meu coração
Não serão suficientes
Os brilhos de todas as estrelas
Como tintas de eternidade
Para escrever nas paginas da existência
O meu amor por Ti

43
(Choro)

Manda as águas ao meu coração


Um oceano em meio as aflições
Choro e sou bem aventurado
Nas minhas dores
Nascem as pérolas de Tuas Misericórdias

44
(Cristal)

Azul cristal são as águas desse rio


Puras como o coração do Redentor
Águas de amor santificado
Como as vestes da ressurreição
Transparentes e tão límpidas
Como a brisa celestial
Resplendor dourado da Santa Cidade
Maviosa mão da Vossa majestade
Oh! Maranata Vem Senhor Jesus
Das Tuas moradas tenho saudade

45
(Essencia)

Essencial é Tua presença


Toda a realidade está em TI
O fluxo da Tua misericórdia
É meu sustento eterno
Os que não têm essa esperança
Escoam a vida
Para o Abismo do desespero

46
(Aguas)

Rios e torrentes
Em teu perdão e tanto amor
Como posso viver sem isso?
Nada mais resta
Para um homem sem Deus
Do que abraçar a argila
Ser pisado pelas chuvas

47
(Plenitude)

Teu Rio é Plenitude


Que se derrama como orvalho
Beberei de Tuas bênçãos
Pois nela tenho viva esperança
Serei saciado por Tuas dádivas
Mesmo que fora de mim
M e assuste o ermo caustico
Todavia minha alma
Descansa em Teus átrios

48
(Relva)

Se entre a relva do destino


Irrigadas pelos meus prantos
Insisto em viver sem deus
Morrerei na sequidão
Pois as águas do Teu Trono
Bendito Salvador;
Não se derramam sobre
Corações mortos na incredulidade

49
(Poder)

Há força na graça
A justiça humana é débil
O amor fortalece a divina misericórdia
Alicerça as colunas da justiça do senhor
Resta apenas ao homem rude
Obscurecido pelo próprio pecado
Ser guiado pela gloria do evangelho
E encontrará perfeita paz
Em Jesus Cristo Salvador

50
(Desabrochar)

Onde nascem as flores do amor


O Coração dispara como brilhos estelares
No transcender da minha alma consagrada
Afeiçoes sinceras em teus altares
Oh semblante de glória celeste!
Em teus átrios meu coração oferece louvor
Pra bendizer eternamente o nome do Senhor

51
(Amado)

Tu és meu eterno amado


Coroastes a minha vida de esperança
Como a primavera de flores
Por este motivo meu coração singelo
Tornou-se o teu jardim
Pois sendo Tu mesmo tudo para mim
Da graça contemplo o amor mais belo
Quando alcançares a plenitude da vida
Compartilha o precioso dom da esperança
Não deixes que o egoísmo triunfe
Nem que o orgulho venha prevalecer
Pois a liberdade espiritual só é verdadeira
Quando o velho homem dorme na morte.

52
(Ermo)

O deserto da vida
Devastado pelo pecado
Arrastam corações secos
Escraviza espíritos atrofiados
Só a chuva da graça
As torrentes de Teu rio
Podem renovar a esperança
Ressuscitar o hálito da vida
Sem Tua bondade
O mundo jaz desesperado

53
(De Todo Coração)

Em Deus confio sempre


Meu porto seguro é
Nas noites clamo á Ele
Busco nEle consolação
Em tudo sempre espero
No meu bendito Redentor
Rendo a Ele mil louvores
Expressão do meu amor

54
Precisamos com uma medida de urgência, desenvolver um temor
ao Senhor, de modo que venhamos a amar e ter zelo pelas coisas
relacionadas ao Evangelho acima das coisas relacionadas aos
nossos interesses pessoais. (C. J. Jacinto)

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