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Culto Cristão -
CULTO CRISTÃO – ER
Preâmbulo Olá! Alunos! Eu sou Erlane Silva Martins Neris, membro da Igreja Batista da
Esplanada, em Montes Claros –MG. Atualmente, sou Ministra de Música na igreja e
Coordenadora do Polo SEC EaD em Moc-MG.
Sou ex aluna do SEC graduada em Musica Sacra e pós-graduada em Administração da
Música na Igreja; Licenciada em Música pela UFPE.
Estaremos iniciando uma disciplina que, como as demais requererá de cada um de vocês
dedicação e atenção para o desenvolvimento do seu aprendizado, para que possa conhecer e
cumprir todas as atividades que lhes serão propostas. Tenho certeza que vocês no decorrer
do curso serão edificados e ao final desta disciplina serão capazes de planejar cultos
celebrativos e inspirativos nos ministérios das suas Igrejas. Como você deve ter visto no
programa de disciplina, há muito para ler e praticar. Que Deus os abençoe nesta caminhada.
Unidade 1
BLOCO 1 - AULA 1
Culto Cristão: No estudo sobre o culto cristão, serão abordados fundamentos bíblico-
teológicos e históricos, buscando o conhecimento sobre o desenvolvimento do culto no Antigo
e Novo Testamentos, bem como, nas diversas épocas e religiões, Vamos refletir sobre culto
e liturgia dentro da visão bíblica conforme Isaías 6:1-8; compreender a essência do culto
cristão, segundo os ensinos de Jesus, conforme João 4:23-24, com o objetivo de vivenciar na
pratica a sua verdadeira essência – a adoração.
Não há como falar em culto cristão, sem falar de adoração. Sem refletir, no que abrange o ato
de cultuar. Dr. Russel Shedd em seu livro “Adoração Bíblica”, faz a seguinte pergunta:
“Qual seria o objetivo principal das reuniões na igreja? Adorar ou evangelizar e aprender?
Creio que muitos pensam que tudo o que acontece nos cultos é ato de cultuar, de modo que
não há necessidade de nos preocuparmos a respeito da adoração.” (1).
Dr. Russel Shedd, afirma: “Mas a verdade e bem outra. Deus e perfeito em
santidade (Mt 5.48), Criador e Juiz do universo (Tg 4.12). Devemos-Lhe tudo o que
exalta a Sua dignidade. No céu, onde o pecado nao existe e a influencia da rebelião
do homem não se aproxima, os seres viventes dão incessante "gloria, honra e
ações de graças" (Ap 4.9). Os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante dAquele
que se encontra assentado no trono. Adorarão ao que vive... proclamando: "Tu és
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digno, Senhor e Deus nosso, de receber a gloria, a honra e o poder..." (Ap 4.11). Se
nossa adoração não incentiva os membros da comunidade crista a reconhecerem a
dignidade de Deus e do Cordeiro (Ap 5.9,12), ela falha em principio. Jesus Cristo e
digno de receber o "poder, e riqueza, e sabedoria, e forca, e honra, e gloria e
louvor" (v.12). (3)
Embora cada época e cultura tenham formas diferentes de cultuar, não podemos fugir dos
princípios bíblicos para o culto cristão que perpassam por todas as épocas e culturas. A
Bíblia é a nossa regra de fé e ordem e é por ela que nos regemos.
Após assistir o vídeo, cite os quatro Princípios Para o Culto Cristão e o significado de
cada um, conforme exposto pelo Rev. Augustus Nicodemus. Usar referências bíblica.
1.___________________________________________________________________
2. ___________________________________________________________________
3. ___________________________________________________________________
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BLOCO 1 - AULA 3
Conforme descrição em Levítico, Deus forneceu instruções específicas para a adoração que lhe
era agradável, demonstrando que apesar da espontaneidade que se espera do adorador, é o Deus
adorado quem define os padrões do culto (Jo 4.23,24).
Estas instruções de Levíticos nos ajudam a conhecer um pouco mais do zelo do Senhor, da sua
santidade e da reverência que ele exige de seus adoradores.
Desde os filhos de Adão vemos os homens oferecendo culto a Deus, ainda que sem as
formalidades que seriam comuns a partir da regulamentação do culto nos dias de Moisés.
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Como se pode perceber, a base do culto no Antigo Testamento era o sacrifício, desde os dias
mais remotos quando nem mesmo os patriarcas de Israel existiam. Tanto o sacrifício animal
como as ofertas em alimentos eram comuns desde os primeiros seres humanos. Caim ofertou a
Deus as primícias de sua lavoura, e não fosse seu coração cheio de maldade, a sua oferta teria
sido recebida de bom grado por Deus (Gn 4.6,7).
Uma nota aqui merece destaque: enquanto nas religiões pagãs o sacrifício animal ou a oferenda
de alimentos servia para alimentar as divindades veneradas, no culto judaico tais ofertas ou
sacrifícios nunca tiveram como objetivo alimentar a divindade adorada. N. Kiuchi explica:
“O material das ofertas consiste no alimento comum dos israelitas. Deus não precisa ser
alimentado (cf. Sl 50.8-13); pelo contrário, uma oferta expressa a crença de que os israelitas é
que precisam ser alimentados (e assim recebem a vida) por Deus” [2].
No Novo Testamento, o sacrifício oferecido pelos cristãos é a entrega do próprio ser (espírito,
alma e corpo) a Deus, para servi-lo, renunciando ao mundo e consagrando-se ao Senhor (Rm
12.1-2).
Aliás, mesmo no Antigo Testamento, as ofertas e sacrifícios não seriam agradáveis a Deus sem
antes haver no adorador a contrição de espírito e quebrantamento do coração (Sl 51.16-19).
Elementos do culto levítico
A exposição da Lei mosaica feita pelos sacerdotes, como Esdras, ganha destaque especialmente
a partir do retorno dos judeus, após o exílio babilônico (Ne 8.1-8). Jejuns, orações e confissões
de pecados também encontravam espaço no culto do Antigo Testamento, sobretudo em grandes
despertamentos espirituais (por exemplo, nos dias de Josias, ou Nemias e Esdras).
Antes de sua morte, Moisés havia orientado ao povo: “Quando todo o Israel vier a comparecer
perante o Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher, lerás esta lei diante de todo o Israel aos
seus ouvidos” (Dt 31.11).
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Nos dias de Moisés e Arão – que é o foco do livro de Levítico – o culto levita estava bastante
centralizado nas ofertas e sacrifícios que os recém fugitivos ofereciam a Deus regularmente,
quer para demonstração de gratidão, quer para expiação de pecados. Através dos sacrifícios,
aprendemos sobre a seriedade do pecado e a importância de estar em comunhão com Deus.
Holocausto (Levítico 1)
Sacrifício voluntário para expiar pecados, demonstrava devoção à Deus. Apontava para o
sacrifício perfeito de Jesus, que remove o pecado daquele que se achega a ele com fé. Como
disse Isaías, “ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas
iniquidades” (Is 53.5)
desde que humildemente peçamos ao irmão e a Deus perdão pelo erro e demonstremos sincera
disposição para mudar (Pv 28.13; Mt 5.23-25)
Além dos cultos diários, havia entre os judeus sete festas que assinalavam os feriados nacionais
e religiosos, e que costumavam ser celebradas em família. A Lei de Moisés regulamentava a
realização de cada uma destas festas: período, lugar e liturgia.
As regras de Deus quanto à adoração estabeleciam um padrão regular de comunhão com Deus
e de celebração, garantindo que Deus seria adorado na beleza de sua santidade, com reverência
e temor (1Cr 16.29; Sl 29.2; 96.9). Infelizmente, não raro, os judeus cumpriam as regras, mas
não se aproximavam de Deus com um coração sincero – suas festas acabavam se tornando
meros ritos desprovidos da beleza do culto divino, chegando a serem enfadonhas para o Senhor
(Is 29.13; Am 5.21-23). Deus deseja que nossa adoração seja sincera e contínua: “Quem dera
que eles tivessem tal coração que me temessem, e guardassem todos os meus mandamentos
todos os dias, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos para sempre” (Dt 5.29).
Comunhão
A Tenda do Encontro (Ex 40) ou Tabernáculo era o lugar costumeiro onde Deus se encontrava
com Moisés e seu povo para o culto diário. Desde cedo o povo de Deus aprendeu que é preciso
unir-se e reunir-se para o culto ao Senhor. Ali a Lei do Senhor era transmitida aos judeus, ali a
nuvem da presença de Deus manifestava-se, ali os judeus deveriam comparecer levando suas
ofertas de gratidão ou animais para o sacrifício, quando o ofertante devia colocar a mão sobre a
cabeça do animal simbolizando a transferência de culpa para o animal que morreria devido o
pecado do ofertante.
Todavia, a adoração a Deus não se restringia ao Tabernáculo. Desde a instituição da Páscoa, na
noite que antecedeu a fuga do Egito, os judeus aprenderam também a adorar a Deus no
ambiente doméstico (Ex 12.1-20). A Lei do Senhor deveria ser ensinada pelos pais aos filhos
no lar (Dt 6.4-7).
Tais considerações devem nos estimular ao culto público bem como ao culto doméstico. Não
podemos nos contentar com cultos congregacionais três ou quatro vezes por semana, enquanto
ficamos sem cultuar a Deus em casa nos demais dias da semana. Nem podemos usar a capa da
santidade nos dias de culto público, mas viver em pecado ou displicência quando longe desses
encontros com a igreja. Já dizia o pregador George Campbell Morgan, “Nenhum culto a Deus
tem valor, se entra em contradição com a vida no lar”. Deus é digno de ser adorado
publicamente (At 1.13,14; Hb 10.25), mas também particular e secretamente (Mt 6.6). Que
nosso lar seja um santuário perpétuo do Senhor!
Reafirmar as alianças e professar a doutrina
Antes de sua morte, a exortação de Moisés foi: “Ajunta o povo, os homens e as mulheres, os
meninos e os estrangeiros que estão dentro das tuas portas, para que ouçam e aprendam e
temam ao Senhor vosso Deus, e tenham cuidado de fazer todas as palavras desta lei” (Dt
31.12). Enquanto hoje muitos buscam se espalhar e se desigrejar, Moisés orientou o povo de
Israel a que se juntasse para ouvir e aprender a doutrina do Senhor. Assim devemos fazer hoje:
juntar o povo, reafirmar o nosso compromisso com o Evangelho de Cristo e proclamar a sã
doutrina!
Conclusão
Não ministramos mais culto no modelo como os levitas o faziam, pois “chegou a hora em que
os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade” (Jo 4.23).
O nosso culto racional é a entrega de nosso ser por inteiro a Deus como sacrifício vivo, santo e
agradável; e nosso culto público, para o qual a igreja do Senhor se reúne periodicamente e
convida os pecadores para ouvirem, é o culto para adoração ao Senhor, comunhão entre irmãos,
evangelização dos perdidos e edificação dos salvos (1Co 14.26).
Este culto já não é ministrado por uma classe distinta no meio do povo de Deus, mas por todos
os que foram salvos por Cristo Jesus, já que “quando vos reunis, cada um de vós tendes…”,
dizia Paulo (1Co 14.26).
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Referências
[1] Dicionário Wycliffe, CPAD, p. 506
[2] Novo Dicionário de Teologia Bíblica, Vida, p. 220
[3] O resumo das ofertas e sacrifícios foi extraído e adaptado da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p.
141.
https://youtu.be/8cpxc8D7EZw
Vídeo complementar:
https://youtu.be/DflhB8NY1bg -
Pof. Luiz Sayão e o Culto no Antigo Testamento
Num descontraído bate-papo, o professor Luiz Sayão fala acerca de como era o culto no
Antigo Testamento, em quais aspectos há elementos de continuidade e descontinuidade?
Será que podemos usar os seus símbolos para o nosso culto, hoje? Tudo isso e muito
mais!
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BLOCO 1 - AULA 4
https://youtu.be/0MMAIMKRL7A -
O culto da sinagoga foi de grande influência na adoração dos primeiros cristãos. Eles, que na
verdade eram judeus, não inauguraram um novo sistema de adoração. Jesus e seus discípulos adoraram
em ambos os lugares, no Templo e na Sinagoga. As formas foram se alterando através dos anos e é
justamente aqui onde notamos a ausência de fontes que nos esclareçam o desenvolvimento dessas
mudanças.
As sinagogas foram centros de estudo da Palavra e oração para o povo judeu (Atos 6:9).
Funcionavam como uma instituição laica, onde não se fazia necessária a presença de sacerdotes para
oficiar, mas qualquer pessoa podia participar (Lc 4:16-20, At 9:20, 18:4). Não era assim no Templo,
onde, por causa da realização de sacrifícios, era necessária a presença de quem os oficiasse.
Os primeiros cristãos tiveram que desenvolver uma nova forma de adoração, tendo como marco
de referência a liturgia da sinagoga, os rituais e liturgias do templo e o cumprimento das Escrituras por
meio da presença e obra redentora do Jesus. É possível que isto os tenha levado, nos primeiros tempos, a
adorar não apenas nas casas, mas também nas sinagogas (Atos 2:46, 3:1). Com o aumento do número de
gentios, passaram-se a se reunir somente nas casas.
A comunidade partiu do modelo da sinagoga, pondo ênfase no ensino da Palavra e na oração. O
ensino chegou a ser sua maior característica na medida em que se criava uma separação entre os
judaizantes e os cristãos da graça (Atos 21:20-21).
A adoração dos primeiros cristãos baseava-se no AT, como se explica na carta aos hebreus.
Somente há uma adaptação dos elementos a realidade do Messias e da sua obra redentora. Os elementos
da adoração que não refletiam a Cristo (como o Shema que enfatizava a Unidade de Deus e não sua
trindade) foram tirados. Eles convidavam ao arrependimento e fé e a sua demonstração por meio do
batismo; sinal externo de algo estabelecido no coração (At 2.38). Lucas nos demonstra que a Igreja
distinguia a grande mudança que Cristo tinha operado nela (At 2.46). A Igreja primitiva, no entanto, não
formulou um padrão a partir da adoração no Templo, da adoração na sinagoga e da adoração
semiprivada nos lares e outros lugares.
Jesus não veio para destruir o sistema de adoração do AT. Lucas registra que Ele ia
regularmente à sinagoga para ensinar e adorar (Lucas 4:16-21). Também pelos evangelhos sabemos que
Jesus participou das festas do povo judeu (João 7:2; 10:22). Outros detalhes, por exemplo, de como
celebrou a última ceia, são uma clara evidência de que Jesus conhecia e apreciava a maior festa do Israel
e suas formas (Mt 26:1-30; Mc 14:1-26. Lc 22:1-23; Jo 13:1-30). Não houve descontinuidade radical
entre a adoração do Antigo Testamento e a que começou no Novo. Mas Jesus apresentou uma nova
opção que destruiu alguns de seus elementos com a sua morte na cruz (Mateus 12:6). Ele reinterpretou
os costumes de adoração judaicos, abrindo caminho para um progresso na adoração na história da igreja.
A experiência de celebração do Cristo vitorioso e ressuscitado não podia ser contida em um
único sistema litúrgico realizado em um lugar específico. (Mt 18:20). A adoração, pois, não é só um
sistema ou uma experiência. É em realidade uma profunda experiência espiritual, a qual nós
sistematizamos parcialmente com elementos que nos ajudam a revitalizar continuamente essa
experiência.
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De um cristianismo simples como vemos na Igreja primitiva (At 2.46, 47) a igreja passou a ter
cultos mais elaborados visando uma identidade visual, tornar a fé mais palpável e visível. A princípio
eles iam ao templo de Jerusalém e às sinagogas e em casa realizavam duas reuniões: a pública (ágape) e
a privada (a ceia do Senhor).
Das epístolas de Paulo deduzimos que havia duas classes de reuniões para adoração: uma
consistia em oração, louvor e pregação; a outra era um culto de adoração, conhecido como a “Festa de
Amor” (“Ágape”, em língua grega). O primeiro era culto público; o segundo era um culto particular ao
qual eram admitidos somente os cristãos.
O culto público, segundo o historiador Robert Hastings Nichols, era “realizado pelo povo
conforme o Espírito movesse as pessoas”. Citamos um trecho dos escritos desse historiador: Oravam a
Deus e davam testemunhos e instruções espirituais. Cantavam os Salmos e também os hinos cristãos, os
quais começaram a ser escritos no primeiro século. Eram lidas e explicadas as Escrituras do Antigo
Testamento, e havia leitura ou recitação decorada dos relatos das palavras e dos atos de Jesus.
Quando os apóstolos enviavam cartas às igrejas, estas também eram lidas.
Esse singelo culto podia ser interrompido a qualquer momento pela manifestação do
Espírito na forma de profecia, línguas e interpretações, ou por alguma iluminação inspirada sobre as
Escrituras. Pela leitura de 1 Co 14.24, 25 sabemos que essa adoração inspirada pelo Espírito era um
meio poderoso de atrair e evangelizar os não-convertidos.
Os princípios básicos acerca das práticas da Adoração na igreja primitiva, que estão
contidos no Novo Testamento, nos leva a perceber que a Igreja é, na verdade, um templo
espiritual, construído para a glória de Deus e para adorá-lo, uma comunidade adoradora,
participante de uma nova aliança, e tudo isto traduzido em forma de culto.
O fato mais significativo sobre o culto no Novo Testamento, segundo John Frame, é que o
culto é centralizado em Jesus:
“Cristo traz para o seu povo um maior livramento que a libertação da escravidão egípcia no
Antigo Testamento. Ele liberta seu povo dos pecados e transforma-o num povo de Deus,
judeus e gentios, juntos num único corpo e para prestar-lhe culto”.
A partir desta perspectiva do Novo Testamento, vamos discorrer sobre as práticas do culto
cristão que são os aspectos principais da adoração cristã primitiva.
A CENTRALIDADE EM CRISTO:
No Novo Testamento percebemos que o fato mais significativo sobre o culto é que ele está
centralizado em Jesus:
O apóstolo Paulo nos faz várias referências a respeito da obra de Cristo como motivo para
louvarmos com alegria ao Senhor (Rm.9.5; 11.33-36; Ef.1.15-23; 3.14-21).
Assim, põe-se um fim às ofertas de animais que deveriam ser feitas continuamente no A.T.
Sendo o sacrifício de Jesus suficiente para tornar santo o seu povo, de uma vez por todas
(Hb.10.10).3.
Sendo ao mesmo tempo Deus e homem, ele é o mediador final entre Deus e os homens. Um
sacerdote não segundo a ordem de Arão, mas segundo a ordem de Melquisedeque (que aparece do nada na
narrativa de Gn.14.18- 20 e oferece “pão e vinho” a Abraão, sem genealogia e sem qualquer
referência anterior.
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Referência bibliográfica:
https://youtu.be/fqRGf_9iAJQ
Quais são os elementos básicos e fundamentais presentes nos diversos rituais litúrgicos de
todas as épocas? Como identificá-los e qual a sua importância no culto?
Conforme, Donaldo P. Hustad, em seu livro Jubilate - A Música na Igreja,(p.106 ss) - Toda
a adoração litúrgica é concebida como a representação do drama da auto revelação de Deus
ao homem. Na liturgia divina da igreja ortodoxa Oriental e na missa da igreja católica romana,
Deus é revelado através da escritura e do sermão no culto da palavra e através do
sacramento da Eucaristia (chamado culto da mesa).
De acordo com cada período e cada dia do ano eclesiástico em particular, as leituras da
escritura, as orações e os sermões são diferentes para combinar com a ênfase teológica
daquela época ou dia. As partes mutáveis da missa romana são chamadas de pontos; o resto
é basicamente constante do dia de dia em dia, no decorrer do ano e é chamado de parte
Ordinária.
Depois do ano 400, o Império romano foi permanentemente dividido em impérios oriental e
ocidental. A corte imperial em Bizâncio esse exerceu grande influência na direção da
conformidade de doutrina e das formas de adoração sobre a igreja às igrejas orientais a fim
de fortalecer os laços políticos daquele Império. Por volta do século VII, este controle havia se
tornado quase completo e duas liturgias bizantinas se haviam tornado padrão por todo
império:
A liturgia de São Basílio (usada durante parte da Quaresma, no Natal e Epifania, e no dia de
São Basílio) e a liturgia de São Crisóstomo, uma forma abreviada usada mais comumente.
As liturgias ortodoxas não mudaram essencialmente desde aquela época é certo que não
houve hesitação em traduzir lá do grego para as línguas vernáculas. A liturgia ortodoxa é
sempre cantada, parte em cantochão e parte em formas musicais mais contemporâneas. Por
se originarem diretamente da igreja ocidental as tradições evangélica reformada não dão
11
No Ocidente, Roma tornou-se o centro da igreja, e o rito Romano (Gregoriano) mais tarde se
tornou a liturgia universal. Assim mesmo, havia muitos costumes diferentes durante toda a
idade média até o Concílio de Trento (1562) e o resultante Missale Romanum, em 1570
(Missale Romano) estabeleceu uniformidade litúrgica.
O segundo seguinte quadro é um esboço da “ missa alta” com um asterisco isso as. As
sessões que são inaudíveis para o auditório são marcadas como “secretamente“. À direita, O
correspondente na adoração evangélica moderna ajudar as pessoas não-iniciadas a
identificar parte do material. O termo “ coletas” tem a ver com tem haver com “ orações
Liturgia da Palavra
* Introito e
* Kyrie eleison (nove vozes)
Entrada dos ministros
Preparação particular dos ministros (secretamente)
Invocação
Salmo 43, com o Glória Patri
Salmos 124:8
Confiteor e Misereatur (entre os ministros e celebrante)
Versículos e responsos dos salmos
Coletas (orações)
Benção do incenso e incensamento do altar,etc.
Historicamente, antes do Vaticano II (1962) havia três formas de celebração da missa: (1) A
Missa Baixa (Missa lecta) era apenas falada, e se tornou mais popular durante a idade
média, quando era tradicional todos os sacerdotes celebrarem-na pelo menos uma vez por
dia, e também muitas pessoas se lembravam-na na mesma igreja (em diferentes altares) ao
mesmo tempo; (2) a Missa cantada (Missa Cantata) era a principal celebração do domingo
ou dia santo e uma paróquia; e (3) Missa Alta (Missa Solemnis), algumas vezes chamada
de Missa Festiva, que incluía celebrantes assistentes e freqüentemente um coro.
cântico foi confiado um coro de sacerdotes. Para todos os propósitos práticos a voz da
congregação foi silenciada por mil anos de história cristã.
Tem sido notado freqüentemente que, embora se permitisse a pregação na missa medieval,
ela raramente era incluída. Ocasionalmente, no decorrer da história, pregava-se um sermão
no Ofício das Laudas. Além do mais, “missões de pregação” foram comuns durante toda
história. A partir desta tradição desenvolveu-se uma forma de adoração basicamente
vernácula, conhecida como Prone, primeiramente inserida como parte da missa, e mais tarde
executada como cerimônia separada. Ela é importante porque se parece com a forma de
adoração adotada por João Calvino, no século XVI, que foi trazida a nós na adoração
evangélica comum. A seguir temos uma forma avançada do Prone, que era usada em
Basiléia, na Suiça:
O Pr. Maurício Bezerra Santos Silva em sua pesquisa, LITURGIA, pela FACETEN –
Faculdade de Ciências Educação e Teologia do Norte do Brasil, no capítulo II, descreve sobre
o desenvolvimento humano e a corrupção católica romana.
Logo que nasceu, a igreja procurou harmonizar o culto com o Antigo Testamento. Com o
crescimento dos gentios na igreja, a ênfase foi a simplicidade. A igreja medieval tomou o lado
oposto com a riqueza material da igreja. Os cultos viraram missa, formais e pomposos, cheios
de santos, procissões e idolatria. E sem a presença de Deus.
As liturgias bizantinas (atribuídas a Crisóstomo e Basílio) são usadas hoje por todos os
ortodoxos em comunhão com Constantinopla.
As liturgias ocidentais são a romana e a gálica. A única liturgia galicana ainda em uso é o
rito ambrosiano de Milão, apesar da mozarábica, da celta e das liturgias galicanas franco-
germânicas terem sido amplamente seguidas até o século VIII.
fit missa catechumenis, manebunt fideles" - depois do sermão, faça-se a despedida dos
catecúmenos, e fiquem os fiéis.
A missa é um todo organizado e pomposo. As roupas são padronizadas. As falas são
decoradas, e, com exceção da homilia, são lidas. As cores das roupas e o modo de celebrar
muda segundo o calendário católico. É grande o rigor.
A participação pertence ao celebrante, o restante somente repete a ladainha até ser
mandado embora pelo celebrante. As pessoas falando juntas buscam a unidade exterior. As
melodias visam ter uma festa que de tão formal não é espontânea. Guardam-se dias e festas
em um calendário afogado em símbolos, cerceando a liberdade do Espírito.
A) RITOS INICIAIS: São para preparar o povo para a leitura da Palavra. A intenção é
boa, porém ao invés de se celebrar a presença do Senhor, saúda-se o altar. As pessoas
cantam para perdão dos pecados no ato penitencial, esquecendo-se do Redentor. Os
cânticos como o Glória, são antiqüíssimos.
O padre busca conscientizar que a igreja está na presença de Deus através da oração
da coleta. Nela também ele declara o propósito da missa e espera um amém seco do povo.
C) LITURGIA EUCARÍSTICA: (a Santa Ceia deles). Faz parte disso a preparação das
oferendas que são levadas ao altar para virarem corpo e sangue de Jesus literalmente. Daí o
padre sacrifica Jesus de novo, apresentando como sacerdote o Cordeiro de Deus. O padre
faz a oração eucarística onde todo o povo deve guardar silêncio.
O povo se prepara para receber a hóstia fazendo o Pai Nosso, pede a paz e a unidade
para a igreja e o mundo. O oficiante molha a hóstia no vinho, participa e convida as pessoas
para participar. O povo deve ir recitando "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha
casa, mas dizei uma só palavra e serei salvo". Enquanto isso há um canto que vai até que o
último participe da hóstia. Após a distribuição da comunhão o sacerdote e os fiéis rezam um
pouco para interiorizar a Palavra. Depois podem recitar um salmo ou cantar em ação de
graças. Encerra o ministrante pedindo que Deus receba e abençoe aquele momento e o povo
aclama com o Amém.
BLOCO 2 - AULA 2
REVISÃO 1
Hóstia
Escritura
Sermão
Sacramento da Eucaristia
Espírito Santo
Batismo
Credo
2. De acordo com cada período e cada dia do ano eclesiástico em particular, as leituras
da escritura, as orações e os sermões eram diferentes para combinar com a ênfase
teológica daquela época ou dia.
( ) Falso
( ) Verdadeiro
Respostas: a) F, b) F, c) V d) V e) F
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Responda:
a) 7,5,1,3,4,6,2
a) 5,4,3,2,1,7,6
b) 6,3,7,1,2,4,5
c) 4,6,7,3,2,5,1
d) 6,7,3,2,1,5,4
17
BLOCO 2 - AULA 3
CONTINAÇÃO:
https://youtu.be/aT7dDapbf_8
(Transcritos de: Júlio Cézar Adam. A Reforma da Missa por Martin Lutero:
princípios para o fazer litúrgico no contexto brasileiro 500 anos depois. São Leopoldo / RS
– Brasil, 2018)
A Reforma Protestante iniciada a exatamente 500 anos atrás revolucionou a Igreja e o mundo
da sua época e o culto foi um dos palcos principais onde as idéias da Reforma ganharam
expressão. A questão das indulgências, a compreensão de obra e de sacrifício, o papel da
pregação como expressão da viva vox Evangelii, as mudanças no entendimento da
Eucaristia, a função do sacerdote, o canto e a música, entre tantos outros elementos e
aspectos, tudo estava de alguma maneira relacionado ao culto, uma vez que é no culto onde
essas mudanças hermenêuticas e teológicas ganham expressão.
Mesmo assim, não é possível dizer que a Reforma Luterana significou uma revolução no
âmbito do culto e da liturgia. Em termos litúrgicos, a concepção de culto luterana é
conservadora e uma das que mais manteve a continuidade com a grande tradição litúrgica da
Igreja, como irá dizer Lethrop, com base em outros estudos. A Reforma Luterana é a “reforma
conservadora” (Krauth), a “rebelião obediente” (Pelikan) e a “catolicidade evangélica”
(Wiggermann).(8 ).
Sem sombra de dúvidas, pode-se afirmar que a compreensão de culto do luteranismo é
marcada pelo conservadorismo e pela crítica, como tão bem descreve Lathrop.
Sabe-se que Teologia e Liturgia sempre se influenciam mutuamente, de modo que toda
teologia desemboca em uma determinada liturgia e viceversa. No caso da Reforma não foi
diferente. Pode-se dizer que a dinâmica “lex orandi e lex credendi”, ou seja, a maneira como
oramos e rendemos culto terá efeito na maneira como cremos, é importante para entender o
movimento desencadeado por Lutero e suas consequências no culto .(10) No caso do legado
de Lutero em relação ao culto, talvez pode-se dizer, que muito mais a lex credendi irá
influenciar a lex orandi, ou seja, a mudança hermenêutica de Lutero, principalmente sua
compreensão da Palavra, do Evangelho desde a perspectiva paradigmática da justificação
por graça e fé, como algo dinâmico na vida da pessoa e da comunidade definirá a reforma do
culto. Este princípio protestante irá trazer mudanças sobre a maneira de entender e reformar
a missa católica e o culto evangélico, como veremos a seguir. Ou seja, o culto refletirá, como
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Pensemos um pouco mais o contexto mais amplo da Reforma. Sabe-se que a Reforma não
surge isoladamente com Lutero. Ela é resultado de um amplo processo que envolveu pessoas
de diferentes tempos e locais, como bem conhecido é o caso de João Huss (1373-1415),
alguns séculos antes do movimento da Alemanha. A Reforma é resultado de um amplo e
dinâmico movimento que envolveu homens e mulheres, a exemplo de Katarina Von Bora,
conhecidos e anônimos. Quando Lutero prega as 95 teses na porta do castelo de Wittenberg,
as insatisfações e críticas à igreja, bem como às autoridades seculares, se intensificaram. No
âmbito econômico e social havia tensões, com o crescimento da população e uma clara
divisão entre campo e cidade. Segundo Martini,
[...] até o Final do século 15, a sociedade da Saxônia dividia-se em três categorias
básicas: a maioria dos agricultores, uma pequena camada de nobres e uns poucos
príncipes. Porém, com a efervescência econômica, essa divisão se alterou. Assim
como nas cidades surgiu a classe dos burgueses, no campo, respectivamente, nas
vilas, a antiga categoria dos agricultores também sofreu uma divisão. Enquanto
algumas famílias ampliaram sua base econômica – trabalhavam na terra e na
tecelagem, alugavam parte da sua casa para outros operários –, a grande parte delas
empobreceu e caiu na dependência econômica.11
A Igreja Medieval agrava ainda mais esta situação, com sua teologia demasiadamente
amparada na ameaça da punição de Deus e na culpa das pessoas, bem como na
necessidade de comprar a salvação. De um culto marcado pela ação de graças da Igreja
Primitiva anterior à institucionalização de Constantino, no séc. IV (313 d.C.), o que temos na
Igreja Medieval tardia é um culto baseado na penitência.
O culto da Igreja Medieval estava amparado no princípio escolástico de que seria possível ao
ser humano conquistar o amor de Deus e a vida eterna através de um número
suficientemente grande de boas obras. A venda de indulgências e a vida monástica se
enquadram, pois, dentro desta compreensão. A vida monástica significava o melhor caminho
para aquilo que a Igreja considerava o caminho de salvação, caminho que o próprio Lutero
seguiu. As demais pessoas que não seguiam o ideal monástico cumpriam as exigências da
Igreja e grande parte disso ocorria no e em torno do culto.(12)
A justificação por graça e fé reverte o foco da ação. Não é mais a Igreja, o sacerdote e o
crente que faz algo em direção a Deus, para conquistar a salvação, mas é tão somente Deus
que em Jesus Cristo alcança o ser humano e o redime do pecado, tornando-o, assim,
justificado, por meio da sua fé. Este princípio leva à doutrina da liberdade cristã, uma vez que,
na economia da salvação, não são os ritos, as obras, os sacrifícios, o clero e as ordens, nem
mesmo o próprio culto, os elementos relevantes, mas tão somente a fé em Jesus Cristo. No
caso da liturgia, Lutero insiste na liberdade da comunidade para celebrar seu culto e evita
transformar as ordens litúrgicas ou os próprios princípios da Reforma em lei. No que se refere
à compreensão de Palavra de Deus, Lutero a entende como algo vivo, que escapa às letras
da Escritura. A Palavra é Cristo e seu Evangelho. Esta está encarnada nas Escrituras, por
assim dizer e torna-se palavra viva, viva voz, no momento em que é pregada. Jesus Cristo é,
portanto, o centro e o critério de toda a Palavra. Como diz N. Kirst, “Jesus Cristo é tudo o que
Deus tem a dizer, e tudo o que Deus tem a dizer se articula em Jesus Cristo.”13
19
Deus efetua tudo por meio desta sua palavra: “Sem a Palavra, o Espírito Santo não opera a
santidade dos cristãos, da igreja, da communio sanctorum; sem a Palavra não há unidade,
sem a Palavra a Igreja fraqueja, sem a Palavra a igreja não pode servir de orientadora, pois a
igreja é gerada pela Palavra, é alimentada pala Palavra, é fortalecida pela Palavra.” (14). É
por meio da Palavra, Cristo, que o ser humano pecador é justificado. Tudo isto acontece por
meio da pregação e do culto.
Lutero pensava em três tipos de culto. A missa latina, reformulada na Formula Missae,
deveria continuar existindo. Sua argumentação parte de pressupostos pedagógico e
ecumênico. A juventude estudiosa teria a oportunidade de exercitar seu latim e
participar do ofício divino em outros países. A Missa Alemã destinava-se à gente
simples. Muitos dos participantes da missa não eram crentes, mas meros assistentes.
Oficiada em língua alemã, deveria promover a fé e conquistar para a fé. Além
dessas duas formas de culto, Lutero pensava ainda em uma terceira, “a autêntica
ordem evangélica”, destinada “àqueles que querem ser cristãos sinceramente e
confessam o Evangelho em palavras e ações”.18
As propostas mais importantes, porém, para visualizar como Lutero vislumbrou o princípio
evangélico em propostas litúrgicas, advém da Formula Missae e da Missa Alemã. Aqui
descobrimos que Lutero é conservador. Não é um revolucionário litúrgico, mas um
20
reformador. De modo algum ele teve interesse de eliminar a missa romana, mas buscou
reforma-la. “Partindo do princípio da justificação por graça e fé, distingue em sua análise da
missa romana três grupos de partes litúrgicas. Uma é eliminada, outra é tolerada e a terceira,
aceita sem restrições. Tudo o que está relacionado com a concepção sacrificial é eliminado.
Tolera, porém, o que não é produto do espírito evangélico, mas também não se lhe opõe,
devendo, contudo, sofrer correções na pregação. Finalmente, mantém tudo o que procede
de espírito cristão e que foi transmitido sem deturpações”. 21 Importante para ele é que não
se transforme o culto e a liturgia em lei, algo que contradizia frontalmente o princípio
evangélico.
Lutero pretendia com a manutenção da missa latina não só preservar o vínculo com a
tradição da Igreja Antiga, mas propiciar que os jovens conhecessem e praticassem o latim. 27
O mais importante da Formula Missae é que os elementos sacrificiais foram eliminados.
Mesmo assim, cresce o apelo de pastores e do próprio príncipe-eleito da Saxônia por uma
liturgia em alemão. Já desde 1522, cidades e regiões estavam celebrando a Santa Ceia ou a
missa em língua alemã, sem uma uniformidade litúrgica.28 Lutero dizia não se sentir
competente para tal empreendimento, uma vez que precisava de bons conhecimentos
musicais para que texto e música estivessem em sintonia. Em 1525 Lutero se lança à tarefa
de tentar uniformizar as celebrações litúrgicas, da qual surge uma primeira proposta
litúrgica. Conrado Ruppsch e Johann Walter irão auxiliá-lo a musicar a Missa Alemã.29 Lutero
tinha uma concepção muito clara de que missa ele queria. Para ele “a música tem que
centrar todas as suas notas e seus cantos no texto. A música evangélica tinha que estar a
serviço do texto, tinha que ‘carregar’ o texto”. 30 Além disso, as palavras de Cristo deveriam
ter destaque na composição.
21
Com a Formula Missae, temos, então, uma missa em latim depurada dos elementos
sacrificiais, como proposta de culto, em Wittenberg, em 1523. Mesmo assim, havia anseio
por um pouco mais de reforma na forma, não só de pastores e comunidades, mas,
inclusive, também do príncipe-eleito da saxônia.31 A Missa alemã foi definitivamente
introduzida em Wittenberg no natal de 1525 e o texto foi precedido por um prefácio no qual
Lutero acentua que a ordem não podia ser vista como lei, mas sim usada a partir do
princípio da liberdade cristã, zelosa para com as pessoas simples e a juventude.32
Não defende a ideia de que toda a Alemanha deve assumir a ordem de Wittenberg; sua
intenção é a de que haja uniformidade dentro dos diversos territórios. Essa uniformidade
é necessária por causa do povo simples e da juventude. A ordem de culto é importante
para o exercício e para a instrução a Palavra de Deus; é funcional, não é lei nem deve
ser usada para se conseguir mérito diante de Deus.33
No prefácio, na terceira linha, Lutero dirá: “de modo algum, façam dela uma lei
compulsória, nem comprometam ou prendam a consciência de ninguém, mas façam uso da
liberdade cristã segundo o seu agrado, como, onde, quando e por quanto tempo as
circunstâncias o reclamem e exijam”. 34 Lutero tinha consciência de que a Missa Alemã se
destinava a gente de pouca fé, gente muito simples que assistia ao culto, mas pouco ou nada
entendiam do Evangelho. Isso o convenceu da necessidade do uso da língua alemã, como
forma de promover a fé e conquistar pessoas para a fé evangélica.
Isso, porém, está sendo feito principalmente por causa da gente simples e da
juventude, que deve e precisa ser treinada e educada diariamente na Escritura e na
Palavra de Deus, para que se habituem com a Escritura, saibam manuseá-la, sejam
versados e instruídos nela, para que saibam defender sua fé e, com o tempo, possam
ensinar os outros e contribuir para o avanço do Reino de Cristo; por causa dessas
pessoas é preciso ler, cantar, pregar, escrever e compor [versos], e se para esse fim
fosse necessário e adiantasse alguma coisa, eu mandaria bater todos os sinos e tocar
todos os órgãos e fazer soar tudo que possa soar.35
Interessante que Lutero não entende a Missa Alemã como uma substituição da Formula Missae
“esta eu não quero ter revogado nem modificado como presente [escrito]”,36 e que tem a
função de preservar o latim e a tradição da Igreja. A Missa Alemã tem a função de falar mais
próximo dos leigos sem instrução: “a maioria fica assistindo sem entender”.37
Já na descrição sobre a missa, Lutero ressalta o que ele entende como essencial no culto:
A concepção da Missa Alemã, como o próprio nome diz, é eucarística. Ou seja, Lutero
restaura a celebração da Ceia do Senhor em todos os cultos principais. Dentro do princípio da
liberdade, ele preserva as vestes e os espaços litúrgicos, com mudanças discretas, mas de
significado profundo, como, por exemplo, a posição do celebrante:
22
Como podemos perceber, Lutero, mesmo tendo proposto duas ordens litúrgicas, a Formula
missae et communionis (Formulário da missa e da comunhão) de 1523 e a Deutsche
Messe (Missa Alemã) de 1526, estava muito mais preocupado em conservar a missa, fazendo
as mudanças litúrgicas necessárias e oferecendo princípios para a confecção e validade de
ordens litúrgicas, sendo que a doutrina da justificação funcionava como base principal.
Quais seriam estes princípios? (1) a liberdade evangélica (“não façam da ordem litúrgica
uma lei compulsória, nem comprometam ou prendam a consciência de ningTuém”), que
encontra seu limite (2) no amor (“nos casos, portanto, em que as pessoas se escandalizam
ou ficam confusas com toda a diversidade de práticas, temos efetivamente o dever de
restringir a liberdade”). Acrescentam-se a estes (3) a unidade (“mas seria muito recomendável
que em cada região o culto fosse celebrado de modo uniforme, e que os lugarejos e as
aldeias circunvizinhos procedessem da mesma forma como a cidade mais próxima”) e (4)
ordem (“é algo exterior”, “nenhuma ordem vale ou vigora por si mesma, (...) mas a vida, o
mérito, a força e a virtude de todas as ordens está no uso adequado”).40 Liberdade, amor,
unidade e ordem são, pois, princípios para o culto evangélico.
Podemos, assim, concluir que para Lutero as suas propostas de reforma do culto e da liturgia
tinham uma coerência muito grande com sua teologia. A compreensão da doutrina da
justificação por graça, irá marcar o culto no sentido de dizer que é Deus, em Cristo,
que nos serve no culto. É Deus que, sempre de novo nos dá algo no culto, o que acaba com
a compreensão sacrificial da Eucaristia ou a compreensão de transubstanciação dos
elementos da ceia. Culto e Eucaristia não são algo que se faz para Deus, mas algo que se
recebe do próprio Deus. Da mesma forma, a compreensão que Lutero terá da fé, terá
profundas implicâncias para o culto. A função principal do culto é despertar e manter a fé das
pessoas no e a partir do Evangelho, no e a partir de Cristo. Fé não é algo que o ser humano faz,
mas, dentro da mesma dinâmica da justificação por graça, é algo que Deus opera em nós
através do Espírito Santo. Essa compreensão está profundamente marcada pela compreensão
de Palavra de Deus, uma vez que a fé só pode ser despertada por meio da proclamação da
Palavra. Esta proclamação ocorre no culto, através da pregação pura e correta ministração
dos sacramentos. A Palavra, que é Cristo, é sempre presença viva e real no culto, seja na
pregação, seja nos sacramentos. Nessa mesma frequência, a música assume para Lutero
papel fundamental no culto. A música propaga o Evangelho.
___________________________________________
23
Transcrição de: Pr. Maurício Bezerra Santos Silva, LITURGIA, pela FACETEN– Faculdade
de Ciências Educação e Teologia do Norte do Brasil.
a) o medieval, com o conceito de “sacramento” para obter graça divina. A igreja não se
reúne para obter graça porque ela já se encontra em Cristo. O sacramento deve ser para
celebrar a graça da salvação.
b) O dos anabatistas, que diziam que o culto é para proporcionar ânimo e conforto
espiritual ao indivíduo. Calvino contestou esta posição por ser uma inversão do
objetivo do culto, centralizando-o nos sentimentos do crente, ao invés de dirigi-los ao
criador. O culto reformado não é subjetivo, com ênfase nas emoções religiosas do
indivíduo. É a glória de Deus que buscamos no culto, e esta em primeiro lugar. O
nosso próprio benefício espiritual é um dos frutos que resulta da adoração a Deus. A
comunidade cristã se reúne para render ao Senhor “a glória devida ao Seu Nome”.
É na Palavra do Evangelho que Deus se revela a seu povo: a) nas leituras das Escrituras
Sagradas; b) no sermão; c) na Santa Ceia, em que a mesma Palavra é comunicada por
outra maneira.
3. Ênfase no sacramento da Santa Ceia – A ceia era celebrada todos os domingos e era
o ponto central do culto. Havia uma mesa central onde o pastor presidia. Nem púlpito tinha.
As pessoas participavam sentadas à mesa. Para Calvino, o ponto culminante da liturgia é o
Sacramento.
4. Continuidade com o passado (tradição): Não uma “reforma” feita na Missa; era o
reestabelecimento do culto da Igreja Primitiva, sem as perversões da Idade Média. Para
isso usou os salmos que foram versificados, junto com os credos dos primeiros séculos, o
decálogo, o cântico de Simeão e outros hinos do Novo Testamento. O culto Reformado
não era inovação baseada na invenção dos reformadores; tinha profundas raízes no
passado nas liturgias do antigo Israel e na Igreja Católica primitiva.
Onde aparece o asterisco (*) o povo deve observar esta parte de pé.
É bom afirmar que correu em paralelo com a reforma o grupo dos anabatistas, que ao
irem para os EUA deixaram cair o “ana” e ficaram somente batistas. O seu esquema
congregacional deu mais liberdade na pregação. A organização institucional rígida dos
católicos e os anciãos do presbitério deram lugar a uma junta de membros (que foram
batizados por imersão – outra evolução) que governa a igreja junto com o pastor.
O culto volta a girar mais em torno da pregação e menos em torno das ordenanças e
rituais. Surgem grandes pregadores. Nasce o apelo após a pregação com Charles Finney e a
ênfase na conversão, no nascer de novo.
Observe um culto na Igreja Batista Fictícia e você verá que a dinâmica é maior sem
perder a coerência em torno da Palavra. Já não há mais frases decoradas, mas sim uma
orientação sobre o que fazer.
Há uma limpeza de elementos no culto protestante, porém podemos notar que surge uma
luta de território. Como o oficiante não tem uma rígida organização por trás dele, a
congregação dos membros se fortalece e se departamentaliza. Surge uma agremiação de
obreiros voluntários no molde neotestamentário (diáconos, presbíteros, evangelistas) que têm
a tentação de ceder mais a o interesse local do que o da igreja como um todo, ou como
denominação, ou até mesmo a Palavra de Deus pode ficar em plano inferior. Esses
departamentos começam a exigir territórios do culto e o limitam. Departamento de senhoras,
departamento de mocidade, departamento de missões, coral, equipe de louvor, departamento
de escola dominical, departamento de crianças, etc. Se o ministrante for democrático e quiser
dar lugar para todas as instituições o tempo do culto se esvai e ele não tem tempo suficiente
para ministrar a Palavra. Se omite todos os departamentos, além de ter uma membresia triste,
terá um culto curto.
O ministrante precisa fazer uma diplomacia com os vários departamentos para estar tendo
uma participação importante da membresia. Essa troca de favores acaba sendo política
demais e irritando certos setores.
BLOCO 2 - AULA 5
REVISÃO (2):
1) A Reforma Protestante (...), revolucionou a Igreja e o mundo da sua época e o culto foi
um dos palcos principais onde as idéias da Reforma ganharam expressão. (...) Mesmo
assim, não é possível dizer que a Reforma Luterana significou uma revolução no âmbito do
culto e da liturgia. Com base nos estudos de Lethrop, sem sombra de dúvidas, pode-se
afirmar que a compreensão de culto do luteranismo é marcada
pelo............................................ e .................................:
a) Pode-se dizer que três grandes princípios da Reforma irão atingir diretamente a
reforma que será feita no culto: a compreensão de Deus oriunda da doutrina da
justificação por graça e fé; a compreensão de liberdade cristã e a compreensão da
Palavra de Deus.
( ) Falso
( ) Verdadeiro
d) No caso da liturgia, Lutero insiste na liberdade da comunidade para celebrar seu culto
e evita transformar as ordens litúrgicas ou os próprios princípios da Reforma em lei.
( ) Falso
( ) Verdadeiro
Lutero escreve explicitamente orientações para o culto ou propõe liturgias para o culto. São
recomendações litúrgicas da Formula Missae e da Missa Alemã. Em todo o processo de
mudanças e recomendações há um princípio pedagógico de mudanças graduais na vida
cúltica da comunidade. Primeiro ele pretendia livrar o povo da falsa fé em cerimônias e
esclarecer os corações por meio da pregação da Palavra. Depois propor mudanças na
forma de celebrar. Lutero pensava em três tipos de culto:
d) ( ) A Missa Alemã destinava-se à gente simples. Muitos dos participantes da missa não
eram crentes, mas meros assistentes. Oficiada em língua alemã, deveria promover a
28
Respostas:
1) V, V, F, F, F
2) V, F, F, V, V
3) F, V, V, V, F
4) V, F, V, F, V
5) F, V, F, F, V
4. Sobre os Princípios da Missa Alemã, estabelecidos por Lutero, complete com: Amor,
Unidade, Liberdade e Ordem.
1) A ________ (“não façam da ordem litúrgica uma lei compulsória, nem comprometam ou
prendam a consciência de ninguém”), que encontra seu limite;
2) O _________ (“nos casos, portanto, em que as pessoas se escandalizam ou ficam
confusas com toda a diversidade de práticas, temos efetivamente o dever de restringir a
liberdade”).
3) A ___________ (“mas seria muito recomendável que em cada região o culto fosse
celebrado de modo uniforme, e que os lugarejos e as aldeias circunvizinhos procedessem
da mesma forma como a cidade mais próxima”);
4) A__ __ ____(“é algo exterior”, “nenhuma ordem vale ou vigora por si mesma, (...)
mas a vida, o mérito, a força e a virtude de todas as ordens está no uso adequado”).
01 Continuidade com o passado A ceia era celebrada todos os domingos e era o ponto
(tradição): central do culto. Havia uma mesa central onde o pastor
presidia. Nem púlpito tinha. As pessoas participavam
sentadas à mesa. Para Calvino, o ponto culminante da
liturgia é o Sacramento.
02 “Faça-se tudo decentemente e É na Palavra do Evangelho que Deus se revela a seu povo:
com ordem” (I Co 14:40): a) nas leituras das Escrituras Sagradas; b) no sermão; c) na
Santa Ceia, em que a mesma Palavra é comunicada por
outra maneira.
05 Ênfase na Palavra do Evangelho É importante notar que para Calvino, dar glória a Deus
significava muito mais do que entoar louvores no templo
aos domingos. Para ele, significava permitir que o Espírito
Santo transformasse a vida individual e coletiva de tal
forma que atingisse todos os seus aspectos religiosos,
familiares, sociais, políticos, culturais, para se tornarem
um grande salmo de louvor a Deus. Isto o fez dirigente da
cidade de Genebra na Suíça, uma cidade que foi modelo e
ainda é.
Responda:
a) 7,5,1,3,4,6,2
e) 5,4,3,2,1,7,6
f) 4,5,1,7,6,2,3
g) 4,5,6,7,3,2,5,1
h) 6,7,3,2,1,5,4
BLOCO 2 - AULA 6
O Culto Contemporâneo:
https://youtu.be/Aok2E0_11S4
30
(Definições segundo, Pr. Kenneth Eagleton, Escola Teológica Batista Livre (ETBL), Campinas,
SP,2013.)
Culto:
Culto é a adoração ou veneração a uma divindade ou o conjunto de rituais que se usa nesta
adoração. O culto cristão é a adoração prestada pelos cristãos a Deus na sua trindade. Além da
adoração, o culto serve para edificar o cristão e anunciar a Palavra de Deus. Este culto pode ser
particular ou público. Neste curso concentramo-nos no culto público.
Liturgia:
Liturgia provém do grego clássico, leitourgía, que significa função ou obra pública prestada ao
estado, a um indivíduo ou a uma divindade. A liturgia tornou-se assim manifestação do culto
público, sancionado e codificado no conjunto das cerimônias, das fórmulas e dos ritos
necessários para expressá-lo. Esse significado permanece até hoje3.
O Novo Dicionário Aurélio define liturgia como o culto público e oficial instituído por uma igreja. O Dicionário
Aulete Digital a define como conjunto de práticas e elementos religiosos instituídos por uma igreja para se
prestar culto a Deus; RITUAL.
O que é cultuar?
Os principais termos que descrevem o ato/atitude de “culto” são o Hebraico, ָ( החָ שshachah) e o
Grego, προσκυνέω (proskuneo). Essas duas palavras e seus derivados correspondem a 80% do
uso cúltico bíblico. O primeiro vocábulo, shachah, significa “inclinar-se, prostrar-se”, como,
por exemplo: “E acontecerá que desde uma lua nova até a outra, e desde um sábado até o outro,
virá toda a carne a adorar [lit. “prostar”] perante mim, diz o Senhor” (Is. 66:22). A segunda
palavra, proskuneo, indica originalmente “abaixar-se para beijar”, vindo a indicar “prostrar-se
para adorar”, “reverenciar”, “homenagear”, etc. 3 O exemplo clássico sai da boca de Jesus:
“Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram [προσκυνοῦντας] o adorem [προσκυνεῖν]
em espírito e em verdade” (Jo. 4:24).
Há ainda dois importantes termos que expressam ideias de culto. O primeiro é ( ד ַב ָעabad),
“servir”, “trabalhar”. Por exemplo, Yaweh diz a Moisés: “Certamente eu serei contigo; e isto te
será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado do Egito o meu povo, servireis a
Deus neste monte” (Êx 3:12). A segunda palavra é λατρεία (latreia), “servir”, como visto no
31
diálogo de Cristo com o Diabo: “Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito:
Ao Senhor teu Deus adorarás [προσκυνήσεις], e só a ele servirás [λατρεύσεις]” (Mt 4:10). É
interessante notar que um dos locus classicus de adoração e culto utiliza este termo para
descrever a entrega do corpo a Deus como “culto racional” [λογικὴν λατρείαν] (Rm. 12:1).
O que se pode concluir deste rápido estudo etimológico? “Cultuar” envolve tanto a
‘homenagem ou reverência’ a Deus, quanto o ‘serviço’ a sua Pessoa!
(Transcrição de: Pr. Maurício Bezerra Santos Silva, LITURGIA, pela FACETEN–
Faculdade de Ciências Educação e Teologia do Norte do Brasil.)
O QUE É LITURGIA
Esta matéria trata de como organizar os recursos e as pessoas de uma igreja de modo a
que seja prestado o melhor culto comunitário a Deus. Uma compreensão adequada do termo
leva a desejar um culto equilibrado, solidamente fundamentado na Palavra, evitando os
extremos da extravagância ou da frieza.
NECESSIDADES DA LITURGIA
A parte audível e visível do culto não é tudo. O que determina o culto é a adoração em
espírito e em verdade. Cada igreja tem uma realidade e um estilo de liderança, de modo que
não podemos falar de um culto ou sistema litúrgico homogêneo. Cada igreja tem sua liturgia ou
forma, mas estas formas deveriam ser um fator de unidade na diversidade. No culto primitivo
existem fatores de unidade. Esses mesmos fatores dão a nossas celebrações litúrgicas o caráter
32
de homogeneidade: Santa Ceia, cantos, orações, leituras bíblicas, pregação, ofertas, etc. O culto
deve visar a unidade, eliminando as divisões produzidas por certas formas litúrgicas (Rm 12:4-
16, Ef 4:1-15). A padronização ou a imposição de formas litúrgicas “importadas” faz mal
porque abafa a expressão mais autêntica da adoração.
Enfim, a palavra liturgia vem de duas palavras gregas que significam povo e serviço e
se refere aos rituais de adoração pública (para os católicos a missa e para os evangélicos o
culto). É o conjunto de doutrinas e regras que definem e organizam as cerimônias de culto e
adoração da Igreja, nas suas mais diferentes expressões. A ordenação dos ritos da Igreja ao
longo do tempo. Entre os evangélicos designa uma forma fixa de adoração em contraste com
uma oração livre e espontânea. Frequentemente chama-se de liturgia o próprio culto ou missa,
já que eles são a expressão mais importante da adoração pública.
AULA 02
“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e
em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e
importa que os seus adoradores o adorem em espírito e verdade”.
João 4.23,24.
Adoração: Refere-se ao caráter de Deus, quem Ele é: Sua Santidade; Sua Soberania; Seu
Amor; Sua Justiça.
Na adoração focamos nossa mente com aquilo que Deus é, e sua natureza, santo, fiel e
justo. Na adoração, diante da santidade de Deus, já não olhamos mais para nós, nem para o
nosso próximo. Encontramo-nos exclusivamente com Deus. Tiramos nossos olhos do
terreno e focamos firmemente em Deus, no eterno. Buscamos encontrar a plenitude do
Espírito Santo dentro de nós. É a resposta do nosso amor ao amor do Pai.
A palavra hebraica para adoração no Velho Testamento é Traduzida como prostrar,
reverenciar, suplicar humildade.
É impossível entender adoração sem relacionar a uma atitude do corpo. Algumas vezes
refere-se a levantar as mãos a Deus. Outras vezes é curvar-se, dobrar os joelhos. Em
Levítico 9:24, as pessoas colocavam o rosto no chão diante do poder do Senhor.
A palavra grega mais usada para adoração no Novo Testamento, tem o significado de
“curvar-se para beijar”. O significado da palavra é perfeitamente expresso pela mulher que
33
1. A Bíblia diz que Deus está à procura de verdadeiros adoradores. . Se Deus está à procura de
verdadeiros adoradores é porque existem falsos adoradores. Leia João 4:23 e 24 e responda:
Como os verdadeiros adoradores adoram a Deus? __________________________________
_______________________________________________________________________
2. O que a Bíblia diz sobre falsos adoradores? Leia Isaias 1: 10- 17. ________________
________________________________________________________________________
4. Quando o ser humano vê a Deus, se vê a si mesmo. Leia Isaías 6: 1-5. Responda: Qual a
visão que Isaías teve de Deus? ______________________ Qual a visão que Isaías teve de si
mesmo? ___________________________________________.
5. Quando estamos no templo cultuando a Deus devemos ter a mesma atitude de Isaías.
a) ______________ - Percepção de estar diante do trono de Deus, da sua santidade e da sua
glória.
b) ______________ - Reconhecer que somos pecadores e que precisamos do seu perdão.
c) ______________ - Abre os olhos para as necessidades do mundo perdido no pecado.
6. O que acontece com o adorador diante da percepção da presença divina? (Isaías 6:6-8)
_______________________________________________________________________
Adoração é uma resposta ao favor de Deus. Culto não é algo falado, cantado, é algo feito com
inteligência (1ª Cor. 14: 15b). Culto se relaciona com tudo que o adorador faz. A prioridade
34
dos adoradores no culto não é ser abençoado, mas elogiar, louvar a Deus pelos seus feitos no
passado e no presente, responder aos desafios da sua Palavra proclamada. No culto há
edificação com os demais presentes. Quando alguém vem ao templo, o principal motivo deve
ser adorar a Deus. Ele é o único a assistir ao culto. É a plateia de um só.
AULA 03
Para ler todo o conteúdo acesse a Biblioteca virtual, e veja o estudo sobre: A QUEM
CULTUAMOS? (Doc. Em Power point).
AULA 04
As igrejas batistas em sua maioria, tem usado a ordem de culto com base na visão que o
profeta Isaías experimentou, conforme declara Isaías no capítulo 6:1-9a.
Quando tinha cerca de 21 anos, Isaías entrou no templo consciente de que deveria
aproximar-se de Deus em um momento tão crítico pelo qual passava o povo, quando da morte
do rei Uzias. Ao adentrar ao templo Isaías percebeu a presença do Senhor, e, neste momento
teve a nítida consciência da presença, da santidade e da grandeza de Deus. E viu os serafins
clamavam, cantando:
“Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda terra está cheia da sua
glória”.(v.1,2)
O ministério destes seres celestiais era louvar e revelar a gloria divina incessantemente.
Isaías agora tinha vivenciado, experimentado a presença de Deus. O Senhor se revelara à Isaías
em um alto e sublime trono, símbolo da soberania de Deus. O templo se encheu de fumaça,
símbolo da presença de Deus. Isaías viu a glória do Senhor e os anjos adoraram a Deus por sua
majestade, pelo que Ele é, por seus atributos.
36
Isaías como homem, ao participar deste primeiro momento percebe a sua pequenez
falhas e os seus pecados. A presença reveladora de Deus o desnuda, e, ele reconhece o seu
pecado e responde:
“Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio dum povo
de impuros lábios e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos”. (v.5)
Ao perceber a presença de Deus, humilhado, Isaías confessa os seus pecados. Deus, que
justo e perdoador, não deseja que o o homem pereça e com uma brasa viva toca os seus lábios e
os purifica:
“Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foi tirada e perdoado o teu pecado.”
(v.6,7).
Neste momento Isaías recebe o perdão de Deus. A visão de Deus provoca nele a
consciência da sua indignidade e impureza, mas Deus, que é misericordioso, providencia os
meios para a sua purificação (v.7). Seguindo no v. 8ª, Deus apela ao coração do profeta e à sua
pergunta surge resposta ou reação do homem:
“Eis me aqui envia minha mim”.
Esta foi a resposta de um homem que, vendo Deus, sentiu-se pecador, recebeu o perdão
do Senhor, ouviu a Palavra, seu chamado e consagrou-se para uma missão. A resposta para a
missão está no verso 9.a:
“Vai dize a este povo..”.
Em resumo vamos apresentar essa experiência para uma aplicação prática em nossos
cultos:
ORAÇÃO – “Quando nós buscamos a face do Senhor em vez de sua mão, nós redescobrimos
a alegria da intimidade com Cristo.” (Sammy Tippit)
A oração é a base de tudo o que fazemos. Desde o planejar, o realizar e o avaliar, tudo precisa
ser feito com base na oração, na dependência do Espírito Santo.
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Interlúdio – momento musical instrumental neutro ou não que pode representar um tempo de
contrição. Pode ser utilizado para um momento de intercessão e oração.
Recessional – momento musical em estilo marcial ou de impacto que serve para a saída, tanto
dos dirigentes, pastor, ministros, equipes de música e a congregação.
_______________________________________________
( Leila Gusmão e Westh Ney, em “CULTO CRISTÃO” – Culto Cristão e Comunhão, Juerp,
Rio de Janeiro, 2003.
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Os elementos de uma ordem de culto são sempre os mesmos, porém, são várias as
formas de cultos que encontramos nas igrejas. Elas podem ser fixas onde os itens
permanecem os mesmos, somente substituindo-se os cânticos, hinos, a leitura bíblica e
as participações variáveis, onde o fator determinante é o tipo e o tema do sermão. Outra
forma são as ordens temáticas variáveis, com tema e subtemas entre as partes do culto.
Sejam, fixa ou variável, todas elas devem ter como base a Palavra de Deus. Sua
fundamentação para leitura, cânticos, hino e sermão estarão na Palavra de Deus, pois, o
culto nasce no coração de Deus, pelo Espírito Santo e volta para Ele em forma de
louvor, exaltação e adoração ao que é digno de toda honra e glória.
Referências Bibliográficas:
14
DREHER, M. N., Igreja, Ministério, Chamado e Ordenação, p. 28.
15
LUTERO, M., Sermões sobre os Sacramentos, p. 399-424.
16
LUTERO, M., Um Sermão a respeito do Novo Testamento, p. 253-275; LUTERO, M., Um Sermão sobre o
Venerabilíssimo Sacramento do Santo e Verdadeiro Corpo de Cristo e Sobre as Irmandades, p. 425-444;
LUTERO, M., Da Santa Ceia de Cristo – Confissão, p. 217-375; LUTERO, M., Exortação ao Sacramento do
Corpo e Sangue de Nosso Senhor, p. 222-254. 17 LUTERO, M., O Manual do Batismo Traduzido para o Alemão –
Revisado 1526, p. 209-221.
18
DREHER, M., Missa Alemã e Ordem do Culto 1526, p. 175-176. 19 LUTERO, M., A Ordem do Culto na
Comunidade 1523, p. 66-69. 20 DREHER, M., Culto, p. 153. 21 DREHER, M., Formulário da Missa e da Comunhão
para a Igreja de Wittenberg 1523, p. 155. 22 LUTERO, M., Ao em Cristo venerável Nicolau Hausmann, p. 157. 23
LUTERO, M., Ao em Cristo venerável Nicolau Hausmann, p. 157s. 24 LUTERO, M., Ao em Cristo venerável
Nicolau Hausmann, p. 158s. 25 LUTERO, M., Ao em Cristo venerável Nicolau Hausmann, p. 159. 26 LUTERO, M.,
Ao em Cristo venerável Nicolau Hausmann, p. 161. 27 LUTERO, M., Ao em Cristo venerável Nicolau Hausmann, p.
175-176. 28 LUTERO, M., Ao em Cristo venerável Nicolau Hausmann, p. 173. 29 DREHER, M., Missa Alemã e
Ordem do Culto 1526, p. 174.30 DREHER, M., Missa Alemã e Ordem do Culto 1526, p. 174. 31 DREHER, M., Missa
Alemã e Ordem do Culto 1526, p. 174. 32 DREHER, M., Missa Alemã e Ordem do Culto 1526, p. 175. 33 DREHER,
M., Missa Alemã e Ordem do Culto 1526, p. 175. 34 LUTERO, M., Missa Alemã e Ordem de Culto 1526, p. 177. 35
LUTERO, M., Missa Alemã e Ordem de Culto 1526, p. 178. 36 LUTERO, M., Missa Alemã e Ordem de Culto 1526,
p. 178. 37 LUTERO, M., Missa Alemã e Ordem de Culto 1526, p. 179.38 LUTERO, M., Missa Alemã e Ordem de
Culto 1526, p. 182. 39 LUTERO, M., Missa Alemã e Ordem de Culto 1526, p. 184.
( Leila Gusmão e Westh Ney, em “CULTO CRISTÃO” – Culto Cristão e Comunhão, Juerp,
Rio de Janeiro, 2003.