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DOMÍNIO

REAÇÕES EM SISTEMAS AQUOSOS


REAÇÕES ÁCIDO-BASE
SUBDOMÍNIO
7.

REAÇÕES DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO
SUBDOMÍNIO

8.

SOLUÇÕES E EQUILÍBRIO DE SOLUBILIDADE


SUBDOMÍNIO

9.

2.1 CARACTERIZAÇÃO DAS REAÇÕES DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO

Oxidantes e redutores
Inicialmente, o termo oxidação significava “combinação com o oxigénio” e o termo redução signifi-
cava “remoção do oxigénio”. Após a descoberta dos eletrões, concluiu-se que o que está em causa é a
perda e o ganho de eletrões. Assim:
• a oxidação corresponde a um processo no qual uma espécie química cede eletrões;
• a redução corresponde a um processo no qual uma espécie química ganha eletrões.

Uma oxidação é sempre acompanhada de uma redução, uma vez que uma espécie química só pode
captar eletrões se existir outra que os ceda. Por isso, uma reação de oxidação-redução ou, mais sim-
plesmente, reação redox, pode ser definida como uma reação de transferência de eletrões de uma
espécie para outra.

Durante uma reação de oxidação-redução:


• a espécie que tem tendência para ganhar eletrões sofrendo redução designa-se espécie química
reduzida. Ao captar esses eletrões à outra espécie, provocando a sua oxidação, a espécie reduzida
atua como agente oxidante;
• a espécie que tem tendência para ceder eletrões, sofrendo oxidação, é a espécie química oxidada
que, provocando a redução da outra espécie, funciona como agente redutor.

EXEMPLO
Redução
Reação entre o zinco e o cloro com formação
de cloreto de zinco. reduzido a
Pares de oxidação-redução:
(Cℓ2/Cℓ–) e (Zn2+/Zn). Zn(s) + C’2(g) Zn2+(aq) + 2 C’–(aq)
Semiequação de redução:
Cℓ2(g) + 2 e– → 2 Cℓ–(aq) oxidado a
Semiequação de oxidação:
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Zn(s)  → Zn2+(aq) + 2 e– Oxidação

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A semiequação de oxidação e a semiequação de redução apresentam, de forma explícita, os eletrões
envolvidos. As semirreações ocorrem em simultâneo durante o processo e a sua soma é igual à rea-
ção global.
Cada uma das semiequações evidencia também um par conjugado de oxidação-redução, represen-
tado na forma oxidante/redutor.

Números de oxidação
O estado de oxidação é uma medida do grau de oxidação de um átomo de um elemento químico
numa substância, quantificado pelo número de oxidação desse átomo na referida substância.
O número de oxidação (n.o) é um número inteiro, positivo ou negativo, atribuído a um elemento de
uma molécula ou ião e que representa a carga que o átomo desse elemento teria se os seus eletrões
compartilhados fossem atribuídos ao átomo que os atrai mais fortemente.

Regras para atribuição do número de oxidação:

Regras Gerais Exemplo

1. Para os elementos em substâncias elementares n.o. = 0 Zn → n.o.(Zn) = 0;


O2 → n.o.(O) = 0;
Cℓ2 → n.o.(Cℓ) = 0;
P4 → n.o.(P) = 0
2. P ara os elementos em iões monoatómicos n.o. = z, em que z é a carga Li+ → n.o.(Li) = + 1;
do ião. Ba2+ → n.o.(Ba) = + 2;
Aℓ3+ → n.o.(Aℓ) = + 3;
Br- → n.o.(Br) = - 1;
3. A
 soma dos números de oxidação dos átomos de uma molécula ou H2S → n.o.(H) = + 1
qualquer unidade estrutural neutra é igual a zero. n.o.(S) = - 2
2 × n.o.(H) + n.o.(S) = 0

​SO​  4​  ​​ → n.o.(O) = - 2


2-
4. A
 soma dos números de oxidação dos átomos de um ião poliatómico é
igual à carga do ião. n.o.(S) = + 6
n.o.(S) + 4 × n.o.(O) = - 2

Regras específicas para alguns elementos e grupos da Tabela Periódica

1. 
Para os elementos do grupo 1, excetuando o hidrogénio:
n.o. = + 1, em todas as substâncias compostas
2. Para os elementos do grupo 2: n.o. = + 2, em todas as substâncias compostas
3. Para os elementos do grupo 17 (à exceção do flúor):
n.o. = - 1, em todas as substâncias compostas, com exceção dos compostos onde se combinam com o oxigénio
ou com outros halogéneos de número atómico inferior
4. Para o flúor: n.o. = - 1, em todas as substâncias compostas
5. Para o hidrogénio:
n.o. = - 1, em combinação com metais e boro, formando hidretos
n.o. = + 1, nas restantes substâncias compostas
6. Para o oxigénio:
n.o. = - 1, nos peróxidos
n.o. = - 2, nas restantes substâncias compostas, com exceção dos compostos onde se combina com flúor

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O estado de oxidação e as reações de oxidação-redução


Uma reação química em que se observa uma variação dos estados de oxidação de um ou mais ele-
mentos é uma reação que envolve uma transferência de eletrões entre os reagentes, sendo designada
por reação de oxidação-redução.

EXEMPLO

• Agente redutor (elemento hidrogénio): Redução


o seu n.o aumenta → perde eletrões → sofre reduzido a
oxidação → é a espécie oxidada → provoca a
redução do agente oxidante.
• Agente oxidante (elemento oxigénio): 2 H2(g) + O2(g) 2 H2O(g)
o seu n.o diminui → ganha eletrões → sofre n.o. (0) (0) (+1) (–2)
redução → é a espécie reduzida → provoca a Agente Agente
oxidação do agente redutor. redutor oxidante

oxidado a

Oxidação

2.2 FORÇA RELATIVA DE OXIDANTES E REDUTORES

Série eletroquímica
Para que uma reação de oxidação-redução ocorra com uma extensão apreciável terão que estar presen-
tes, entre os reagentes, o redutor mais forte e o oxidante mais forte de dois pares oxidante/redutor.

EXEMPLO

Colocando fita de magnésio numa solução de


Redução
sulfato de cobre(II), ocorre uma reação que pode
ser traduzida por: reduzido a

Mg(s) + Cu2+(aq) Mg2+(aq) + Cu(s)


n.o. (0) (+2) (+2) (0)
Agente Agente
redutor oxidante

oxidado a

Oxidação

Conclui-se que:
• O catião Cu2+ é um oxidante mais forte do que o catião Mg2+, ou seja, o catião Cu2+ aceita mais facilmente
eletrões que o catião Mg2+.
• O Mg é um redutor mais forte do que o Cu, o que significa que o magnésio cede mais facilmente eletrões
do que o cobre.

Colocando fio de cobre numa solução de cloreto de magnésio, não se observam alterações - não ocorre reação.
Conclui-se que:
- O oxidante Mg2+ não tem força suficiente para oxidar espontaneamente o Cu.
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- O Cu não é um redutor capaz de reduzir espontaneamente o catião Mg2+.

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A série eletroquímica é uma tabela onde se encontram ordenadas diversas espécies químicas em
função do seu poder oxidante/redutor. É um instrumento útil pois permite prever se uma determi-
nada reação de oxidação-redução ocorre de forma espontânea sem ser necessário proceder à sua ob-
servação experimental.

Um redutor é mais forte quando apresenta


maior tendência para ceder eletrões.

Oxidante mais fraco Redutor mais forte

2e– + Sn2+ Sn

Quanto maior o
2e– + Pb2+ Pb
poder oxidante
menor é o poder
redutor do seu 2e– + 2 H+ H2
conjugado e
vice-versa.
2e– + Cu2+ Cu

Oxidante mais forte Redutor mais fraco

Um oxidante é mais forte quando tem


maior tendência para aceitar eletrões.

As setas coloridas sobre o extrato da série eletroquímica indicam o sentido em que se prevê a ocor-
rência espontânea da reação de oxidação-redução. Por exemplo, o estanho, Sn, sofrerá oxidação na
presença do catião cobre, Cu2+, que, simultaneamente, sofrerá redução.

Reação ácido-metal
Uma reação ácido-metal, é uma reação de oxidação-redução, em que o agente redutor é o metal e o
agente oxidante é o ião hidrogénio, H+, proveniente do ácido. Quando um metal é oxidado pelo H+,
há libertação de hidrogénio, H2.

A série eletroquímica permite identificar os elementos metálicos que podem ser oxidados pelo ião
H+ de um ácido. Apenas os metais que exibem um poder redutor superior ao do H2 são capazes de
reagir espontaneamente com os ácidos, reduzindo o H+ a H2 ao mesmo tempo que são oxidados ao
respetivo catião metálico.

Poder redutor aumenta

Reatividade aumenta

Au < Hg < Ag < Cu < H2 < Pb < Sn < Ni < Fe < Cr < Zn < Aℓ < Mg < Na < Ca < K < Li

Não reagem Reagem


com ácido com ácido

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EXEMPLO

Mergulhando um fio de cobre e uma fita de magnésio em dois tubos de ensaio diferentes, contendo cada
um uma solução aquosa de ácido clorídrico, verifica-se que apenas o magnésio reage com o ácido. Além da
corrosão do magnésio, que provoca o seu consumo, observa-se a formação de pequenas bolhas de hidrogé-
nio à superfície da fita.
Redução
reduzido a
Mg(s) + 2 H+(aq) Mg2+(aq) + H2(g)
n.o. (0) (+1) (+2) (0)
Agente Agente
redutor oxidante
oxidado a
Oxidação

Corrosão de metais
A oxidação dos metais, pela ação conjunta de diversas substâncias existentes no meio ambiente, é
vulgarmente conhecida por corrosão. Conforme se pode constatar através da série eletroquímica, são
poucos os metais que escapam à forte ação oxidante do oxigénio, a segunda substância mais abun-
dante na atmosfera terrestre. Além disso, como são vários os metais com um poder redutor superior
ao hidrogénio, também a chuva ácida favorece a corrosão dos metais, causando prejuízos incalculá-
veis em muitas estruturas metálicas.

EXEMPLO

A corrosão (enferrujamento) do ferro e das suas ligas é uma transformação química que depende das condi-
ções ambientais e que culmina na formação de um composto iónico com coloração castanho-avermelhado,
o óxido de ferro(III) hidratado, vulgarmente designado de ferrugem.
A formação de ferrugem só ocorre na presença do ar em meios húmidos, podendo ainda ser favorecida em
meios ácidos.
A equação química global que pode, de forma muito simplificada, representar a corrosão do ferro evidencia
o processo de oxidação-redução que ocorre:
Redução

reduzido a

4 Fe(s) + 3 O2(g) 2 Fe2O3(s)


n.o. (0) (0) (+3) (–2)
Agente Agente
redutor oxidante

oxidado a
Oxidação

São várias as técnicas que inibem ou previnem a corrosão:

Galvanoplastia Proteção anódica Proteção catódica


Consiste em revestir o metal a O metal é intencionalmente O metal é colocado em contacto
proteger com um filme metálico oxidado para que se forme uma com outro de maior poder redutor,
impenetrável, de outro metal com camada fina e aderente de óxido na que sofre a oxidação.
menos tendência para se oxidar. sua superfície, que vai impedir a
continuação da corrosão.
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Exemplo: Ferro em banho de ouro. Exemplo: Alumínio anodizado. Exemplo: Ferro coberto com zinco.

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