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GONÇALO FE~REIRA DA SILVA

CO-AUTORES:
APOLONIO ALVES DOS SANTOS l>
MANOEL SANTA MARIA
MARIO LUIZ
SEP ALO CAMPELO ~3:
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CICERO VIEIRA DA SILVA (MOCO) E
CANARIO DA PALMEIRA
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Há coisas na Natureza
que eu morro e não entendo,
também se eu entendesse
/-\ tal como entender pretendo
poeta não morreria,
portanto eu não' sofreria
do jeito que estou sofrendo.

Eu não acreditei que


Rodolfo tinha morrido
talvez fosse algum engano,
. alguém tivesse mentido,
ou Deus, do supremo posto
pra não nos causar desgosto
tivesse se arrempendido.

Mas uma voz me dizia


como quem tudo preside:
- Há muitos anos Rodolfo
junto com vocês reside .
agora é a vez de Hugolino,
de Leandro, de Silvino,
de Camelo, de Athàide ...

As palavras de Rodolfo .
tão fraternas e tão pu ras
tinham consigo a virtude
de prender as criaturas, /'

o seu coracão fraterno


será um eX:emplo eterno
para as gerações futuras.

Gonçalo Ferreira da Silva


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Permitam, caros poetas,
Maria do Livramento Que, na minha pequenez,
madrinha do trovador Eu também homenageie
mandou rezar, numa prova Aquele que tanto fez
de puro e fraterno amor Pela causa da Poesia,
missa de sétimo dia Pelos versos que escrevia
pela alma que subia E no exemplo da honradez!
aos pés de Nosso Senhor.
Quando um poeta se vai,
Foi um poeta inspirado, Seu trsjetodeixa um rastro
um declamador sem par, Gravado no firmamento!
incentivador dos jovens Eis o destino do astro:
em todo e qualquer lugar; Reluzir eternamente ...
essa cultural coluna Estrela sempre ascendente,
deixou enorme lacuna No seio de etéreo lastro" .
na poesia popular.
Fica um mistério no ar ...
Arauto de luz poética Ficam rimas de saudade!
nos iluminou até E Rodolfo Cavalcante,
se constituir no mundo Que versejava verdade.
naquilo que ninguém é: Nosso patrono fraterno;
base de grande esperança, Ele, que já era eterno,
pedestal de confiança, Foi morar na eternidade!
e alicerce de fé. ,
J
Rodolfo C. Cavalcante
A poesia rodolfina
é por todos aplaudida,
. \
Ficou leve ... viajou ...
Foi poetar láno céu.
I'
até pelos eruditos Não morreu ... desencantou!
é ela reconhecida, I!oi grande a sua labuta.
cada página, cada verso Continuar sua luta
são-nos imenso universo .. E dever de quem ficou!
de doces lições de vida.
Manoel Santa Maria

Gonçalo Ferreira da Silva


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A poesia perdeu .'
Rodolfo C. Cavalcante
um nosso amigo importante
Tinha um nobre coração,
que morreu em Salvador
Um verso pronto na mente,
num acidente inconstante
Erguido um cordel na mão.
nosso fiel companheiro
Era, de fato, um artista,
"0 Trovador Brasileiro"
Foi palhaço ... entrou na lista
Rodolfo C. Cavalcante
Dos que viram Lampião.
Uma roseira esrnaqada
Sobre a vida de Rodolfo,
no jardim da poesia
Pelo que Wanke escreveu,
a flor caiu e mu rchou
Vê-se que o Trovador
perdendo toda valia
Indolente não viveu
foi Rodolfo Cavalcante
Mas lutou com galhardia
uma estrela brilhante
Dia e noite, noite edia,
que se apaqou na Bahia
Até que, enfim, venceu.
Nosso poeta nasceu
Há poucos meses atrás
no ano de dezesseis
Numa carta me dizia:
no dia doze de março
.A medalha "Castro Alves"
e no ano oitenta
Recebi pelo meu dia ...
em outubro, na Bahia
Em comenda cultural
o filho da poesia
Não ex iste outra igual
morreu a 8 do mes .
No Estado da Bahia.
Deus te bote em bom lugar
Nasceu lá nas Alagoas
todo cercado de flores
O nosso Homenageado
ao lado dos arcanjos
E, na Bahia, tornou-se
e a Virgem Mãe das Dores
amigo de Jorge Amado.
receba lá seu troféu
Enquanto houver menestrel,
para decantar no Céu
Verso rimado e cordel "0 Hino dos Trovadores"
Seu nome será lembrado.
Apolônio. Alves dos Santos
Sepalo Carnpelo
I

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Toda poesia chora - Com a matéria tremendo
a morte de um trovador
quase sem poder falar
que morreu atropelado (

escrevo sobre Rodolfo


na capital Salvador
o poeta popular,
RODOLFO C. CAVALCANTE,
o escritor mais brilhante
bom artista e bom autor
t
iI
é triste o que a morte fez
levou ele duma vez
para nunca mais voltar.
f'
- Morreu' na porta de casa RocJolfo deixou a terra
no bairro da Liberdade
pois um veículoque vinha
em alta velocidade
~i foi viver com os imortais
cumprir as ordens de Deus

matou nosso velho amigo ., poderoso pai dos pais


deíxcuos seus lenitivos
que já está no Jasigo e para o mundo dos vivos
para toda eternidade deu adeus pra nunca mais.

Em folhetos populares
~
·1 A' ausência de Rodolfo
escreveupra mais de mil deixou imensa saudade
f"j ::I voz alta nas praças
enquanto vida eu tiver
sutil lamento sem vaidade
- mas te digo Cavalcante perdemos na profissão
~
foste estrela brilhante grande poeta e irmão
no Céu do nosso Brasil honesto sem falsidade.
- A tua morte Rodolfo Rodolfo está com Cristo
fez apagar meu sorriso ~,
lá na celeste mansão,
r pois "ate igualmente a tu no lugar onde só vai
não pisa mais neste piso, quem é bom de coração
fico junto com os teus " a virgem o cobriu com véu
dando o meu último adeus e Deus lhe deu um troféu
até d ia de ju ízo. o sfrnbolo da salvação.
Cicero Vieira da Silva (mocó) Mário Luiz

j
8
Outubro de 86
7 do 10 foi o dia, ,
recebi triste notícia
da capital da Bahia
que um infeliz-transporte
tinha provocade a morte
deum mestre da poesia.

Meu coração bateu forte,


minha matéria tremeu,
meu pensamento fugiu,
a tristeza apareceu,
meu sangue se agitou
quando a notícia chegou
que Rodolfo faleceu.

Rodolfodescanse em paz
Jesus estará contigo,
Deus guarde no paraíso
. para Ródolfo um abrigo
que vou levar pra Bahia
uma cruz de poesia
pra botar no teu jazigo.'

Rodolfo meu velho amigo


não esqueço teu sorriso,
teus poemas, tuas trovas,
teus versos de improviso,
eu vou ficando por cá
fica me esperando lá
àté dia de juizo.

Canário da Palmeira,
Colaboraram na Publicação
deste Trabalho:
Juracy Santiago
Maria do Livramento e os

POETAS:

Gonçalo Ferreira da Silva


Apolônio Alves
Mario Luiz
Sepalo Campelo
Cícero Vieira
Manoel Santa Maria e
Canario da Palmeira

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