Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
\
..
d)
., 1
.... .-
li (
' ,.
. . . .
• l_•
- . '
~.a,, #y~
I
..._ ./~ A:;7"'~'--- ~ .._ ' .
0-;_4~w<-- · rt'~>U~· -../ -~-/
. .
'
.
•
.
ORDE-N A.G OENS
DO
D~- AFFONSO V . .
LIVRO I.
_______________
COIM .B. RÃ.
NA REAL IMPRENSA DA UNIVERSIDADE.
ANNO DE MÚCCLXXXXII.
:"' - ·- '. t~ '
,
,
Por Refolttçaõ de S. M11.GES'I'ADE de 2 de
Setembro de 1;;86.
a: 1
)
~ J . ~
.·~
-· ~
~ ;fr#jr-)dke,fa #' ~-
µ;M ~ /,,44~-~ ~/~t/J..
. 1(~". r;- /~ b "(?..//4 ~~~
~-· :~r: uL:i1uj4,.;J.A. /õ b :,,z.
/
COLLECÇAÕ ·
DA ·
LEGISLAÇA. Ô·
AN'TIGA E .MODERNA
DO
REINO DE PORTUGAL•
PARTE I.
DA L E G IS LAÇA õ ANTIGA~
•
f
,,
,.
/
·p REFAÇÃO:
-
Rey D. Affonfo V. o publica pela primeira vez impreífo na
· ·, ~ ~ . .~~""raw'~.Jll(d~•~""~ l
fua Officina. · Informar pois o"'""PüõrréQ'<"~á forma e ordem ,
que nii"'Ediçaõ_
'
fe guardou, he o objeéto principal deíl:a Pre-
façaõ ; mas como ' para fe faze~ conceito d~ que ácerca
diífo fe houver de dizer , feja pl'ecifo ter algurri conheci-
mento da obra, parececi conveniente dar della em primeiro
lugar uma .brev~ '~oticia . para. fubúdi.o dos Leitores , que
ainda o n:i5 tiv'er~m: tant'o mais, ·quanto P.o r ter fi.do mui.to
- ' 1' ;
* no,
II
lhes feguiaó.
ESTE magnanimo e generofo Príncipe, ta6 invenç:ivel
na guerra , como iipplicado na paz a promover a felicidade
de feus povos , entendendo quanto era juíl:o femelhante re.:.
querimento , houve por bem deferir-lhe , mandando con-
certar a primeira Com~ilaça6 , que tivemos de noífas Leis.
Da mefma Introducça6 coníl:a ter ella fido encarregada pri-
meiramente pelo dito Senhor D. Joa6 I. a Joaó Mendes ,
C avalleiro , e Corregedor em fua Corte , e depois pelo Se-
nhor D. Duarte feu Filho ao Doutor Ruy Fernandes do
feu Confelho , e ahi fe conta o progrefTo della, athé fer aca-
bad·a no tempo do Senhor D. Affonfo V. de quem veio a
tomar o nome , fendo Regente do Reino na fua minorida-
de o Senhor Infante D. Pedro feu Tio, o qual nomeou
certos Jurifconfultos , tambem ahi refe~idos , para a re\'e-
rem
VI
tes defia data mais que a notavel Carta de Foro dada pelo
.Senhor Rey D. Affonfo Henriques aos Mouros forros de
Lisboa, Almada, Palmela, e Alcacer, que vem no liv. 2 •.
tit. 99. II. os Capitulas das Cortes celebradas defde o
tempo do Senhor D. Affonfo lllI. por diante. III. o Di-
.reito Romano interpretado pelos Glolfadores antigos , e
adaptado pelos Compiladores em muitos titulas , que fi-
zeraó de novo , para completar o feu fyftema , e fuprir a
falta de legislaçaó propria em materias, a refpeito das quaes
lie provavel a naó houve!fe. Fazem tambem uma p:ute
,conftderavel da obra III I. as Concordatas dos Senhores
Reis D . Diniz, D. Pedrn I. e D. Joaó. I. com os Sum-
mos Pontífices, e Ecclefiafiicos do Reino, das quaes faó for-
mados os primeiros fete titulas do liv. 2. Além deílas·
quatro fontes, que concorreraô com mais cabedal , fubmi-
niíl:raraó tambem materia V . o Direito Canonico igual-
. ]Ilente interpretado pelos Gloíladores. VI. as Leis das Par-
tidas de Hefpanha. VII. os antigos Cofiumes, ou Alfento s
da Chancellaria. Ultímamente encontraô-fe tambem na
€lbra como fontes della VIII. algumas determinaçoens , que
vieraó ahi a ter força de leis geraes , tendo fido particula res
na fua origem: taes faó por exemplo o Efiilo , de que fe
faz mençaó no liv. 3. tit. 7r. §. 36. fobre o purgar das re-
velias na inítancia da appellaçaô: os Coíl:umes da Camara
de
VIII
.
ri.o na fo rma, em:·que depois paffou para os , Codigos pof-
. ·'
dos A-rtigos, que foram requeridos por parte dos Fidalgos o El-
Rey D. Joham, é:fc. os quaes títulos com as materias cor-
refpondentes fe achaó com effeito nefl:e ·Codigo no livro ci--
tado •.
N AÓ foi porem de longa duraçaó a fua obfervancia ,
pois vemos que o Senhor Rey D. Manoel mandou fazer no-
...va Compilaçaó polo achar confufo, que he a razaó, que de
a affim mandar fazer dá o Chronifia Ruy de Pina na Chro-
nica do Senhor D. Duarte cap. 7. E mefmo antes di{fo ha
noticia que o Senhor D. Joaó II. o mandara abreviar pelo
Licenciado Lourenço da Fonf~ca, que fora algum tempo
feu Corregedor da Corte. Mas qt1ando a fua obfervancia fe
ex.tendeffe athé o tempo da publicaçaó do Cocligo do Se-
nhor D. Manoel, dado que a primeira ediça6 defie Codigo
.
foffe do anno .de 1513, pois que na de Joaó Pedro de Bo-
nhomini , que he do anno de 1514, expreífamente fede-·
dara fer a fegunda , coníl:ando do mefmo Codigo do Se-
nhor D. Affonfo V. liv. 5. tit . tr9. §. 3r. que foi acabad() ./4///
- .
no anno de 1446, ve-fe bem que naó Dodia exceder o efpa-
ço de feffenta e fete a1111os. O que talvez concorreria muito
para que, naó obílante fer elle o Çodigo geral da Naçaõ ,
fe propagaífe tuó pouco, e vieffe ta6 facilmente a fer defco-
,nhec ido. Com effcito apenas entre os Interpretes das nolfas
Leis fe acha um ou outro , que delle f~ça mençaó , fendo
t~õ notavel o efquecimento, em que cahio , que os mefmos
Compiladores do Codigo Filippino , de que ufamos , por
ventura nem noticia delle tiveraó : ao menos parece fe pó-
I
de
XII
'fª ·
ExAMINANDO-SE eítes exemplares , que apenas he
precifo advertir faó manufcritos , em todos fe defiinguem
caraéleres claros de fua . grande antiguidade, mas em ne-
nhum fe defcobre final de autenticidade. Em todos fe achao
muitas faltas , e erros de Copifias ' ; mas defies defeitos uns
fa6 particulares a cada MS. , outros faó communs a todos:
donde parece poder in'ferir-fe ·que derivaraó uns e outros do
mef-
"X I!TI
- fua
/
XVI
*** :z
la primeira vez á luz publica trezen tos e quarenta e feis an-
nos depo is de fer ordenado .
SERI A para dezeja r que a Ediça6 fe deffe á viíl:a dos
antigos MSS. que <lelle exiftem ; mas na foa fal ta fe procu ...,
rou <lar a poffivel authoridade á obra , follicitando-fe uma
Copia ailinadamente para iflo do R eal Arqu ivo da Torre do
Tombo. Por fe rep~tar o MS . do Pc:_rto o meno s imperfei-
to em comparaçaó dos outros' fe declara ne!la iopi a ter fi~.
do tirada por elle , excepto a do Livro _III. que , por nelle
o naó haver, fe diz tirada pelo MS . do .A rqui vo; mas vie-
raó juntamente apontadas as faltas , e variantes, que nelles
fe achara6 a refp eito dõs outros MSS . Ainda que eíl:as fal-
tas , e .variantes parece naó foraô notadas com tanta exac-
çaó , que algumas na6 efrapaffem , quanto fe pôde obfervau .
pela compa:raçaó da copia com outras tiradas tambem no
mefmo Real Arquivo dos differc ntes MSS. fo ra6 ellas com
tudo de mui grande fubúdio para fe reíl:ituir a liçaó em in-
numeraveis lugares , porque a melhoria do MS. do Porto
em comparaçaó dos outros naõ tira que deixe de fer tam.,
bem elle muito errado e defeimofo.
Eis AQ,_.UI pois a o.rdem' com que pareceg convenien..
te proceder na Ediça6 , e que com effei to fe guardou. Cc--
rno nenlrum deíl:es MSS. feja au te nti co , nem tenha mais
authoridade extrirúeca que qualquer outro, fendo todas co-
pias,
pias, e copias depravada_s , e na6 fe tratando de_publicar o
Codigo do Senhor D. ~ffonfo V. fegundo a liçaõ deíle o~
daquelle MS. mas com a,mais inteira e correéla, que f?íle
poílivel fem offender as regras .da boa criti.ca , pareceo ra;:
zoado que fe confideraffem todos eftes MSS . como fubftdia~
:rios uns dos outros, vifio acontecer felizmente acharem - fe
muitos lugares , faltos e errados em um , inteiros e certos
em outro . Em quanto pois a liç-a6 fegundo a copia do . ~S.
do Porto fe achou corrente , e,{fa ordinariamente fe confer-
yo u ; mas onde era errada e defeituofa , fe fuprio pela de
.q ualquer outro, onde pareci-a certa . . '
Q_UANDO eíles erros qu defeitos era6 communs a to-
dos . os MSS . e na6 havia focorro qu~ efperai· de ne_nhum
delles , fe fe podia6 fuprir por outros monumentos antigos ,
onde os mefmos lugares fe açhafTem tranfcriptos e inteiros ,
na6 houve duv1da de fe fazer, e fc fez . Aíf.m faltando em
.todos os MSS. d_o Livro II. os artigos 17 , e 38 da primei-
.r a Concordata do Senhor D . Diniz dos 40 artigos de Ro-
ma, na6 houve duvida de fe reílituirem pela copia, que
della fe acha no livro das Leis Antigas, e que correfpon-
dem ao exemplar latino , donde a tranfcreveo Gabriel Pe-
reira de Caíl:ro. Pelo mefmo livro fe reíl:ituio a liça6 de
muitas Leis dos Senhores Reis D. Affonfo II. e III. D.
Diniz; e D. Affonfo UII. que nelle fe acha6 colligidas.
Igual-
•
:xxrr
lgualm:e nte fe reíl:ituio a de muitos lugares dos títulos do
R egimento da Guerra por diante pela copia , que 'fe acha
impreffa entre as Provas da Hiíl:oria Genealogica , de que
ãcima fallamos , porque fuppoíl:o eíl:a copia feja fobre todo
õ encarecimento depravada' por fortuna fe achou certa em
viaó
XXIII1
fultadas fobre iífo as. peffoas, que por fua intelligencia o dé-
viaõ fer, unjformemente pareceo convir mais, por livrar o
Leito·r de cori!inuos embaraífos , propor a !iça6 correéta ,
quanto fbífe poilivel nos tern:;os .da moderaça6 referida ,
ufando-fe da difcreta liberdade , de que ufara6 os Editores
antigos de obras efcritas em lingoas: mort~s , quanto mais
em uma lingoa viva, e ta6 pouco alterada como a noífa , da
qual liberdade,: vemos eíl:arem aéh1almente ufando de 'um
.modo na6 fó irreprehenfivel?. mas antes .muito louvavel os
fabios .E ditores ·dos antigos monumentos de Hefpanha :. e
,que era de efperar o na6 levaífem a mal os Criticas mais fe··
\•eras, e mais zelofos do refpeito ~ela veneranda antiguida-
de , principalmente a refpei.to de um efc,rito , já copia de
copias , cuja fortuna coíl:uma fer tanto mais fe depravarem:,
• por quanto maior. numero de mãos vaó palfai:ido. Más p.o·r
.~íl:e _ partido, que fe tomou, affim como procuramcs a maior
limpezà da obra, e a maior commodidade dos Leitores, af-
fim nos confiderarnos de al-gurna forte empenha·dos a dar a··
ma-is fiel e ~xaéta conta das alteraçocns , que fizemos , em
notas e obfervaçoens criticas , que fobre a obra parece ain-
·da indifpenfavel fazer á viíl:a dos antigos MSS. as-quaes' fe
publicará6 fendo ac~badas.
Is:ro pelo que, pertence ás faltas, que fe fupriraó ·, o
erros , que fe emendaraó. Mas ha ahi d 'uns e d'outros de
tál
)
'txvt
-tal natureza, que a fua reítituiçaó era impoffiveI, ao menos
'm 4i difficil. A réfpeito' defles naó 'houve outrà coiza que fa-
zer, fenaó deixalos no ~·ermo e!lado. Affim ficou no liv. 3.
o tit . 64. onde entre os §.§. I 7 , e 18 manife!lamétite fe vê,
~ue falta a' ultima par.te _da lei do Senhor D.· Fe;nando fo .J
·bre as provas, que fe devem fazer por efcrituras publicas ,
- e o l?rincipio da declaraçaó do Senhor D. Joaó I. á mefma
lei. Affin:i ficou. no .liv. I . tit. ult. .ó§. 13 , .que por mui
depravado
.
fe 'naó pode re!lÍtuir.
~ .
E affim ficaraó mui top er~
\~
**** 2. acha-
1-
XXVIII
. '
.
naõ havia, e·em
. outros naó eíl:avaó
. na deíl:ribuiçaô
. .. que con-
vinha. Sendo po_is eíl:a divifaó arbitraria em obra., que· pela
primeira vez fe publiça ,- e introduzida-para, comm~didade
da li<,:<iÕ , e facilidade d·as .citaçoens, procurou-fe que fof-
fem
~XVJfU.
xxx ·.J
,..,
'
TA-
-
·-
J
/
L t V R O I.
N
O TEMPO QYE O MUI ALTO,
e Mui Eixcellente Princepy E!Rey Doin
Jàham . Cla Gloriofa memoria pela graça
de DEOS .regnou em eíl:es Regnos , fci
requerido algumas vezes em Cortes pelos ·Fidalgos ,
-- e Povoas dos ditos Regnos , que por boõ regimento
delles manaaífe proveer as Leyx , e Hordena_çooés
feitas pelos Reyx, que ante elle forom , e acharia_,
que pela .multiplicaçom deJlas fe~ recreciaõ continua-
damente muitas duvidas, e contendas em tal guifa ,
.que os Julgadores dos feitos eraõ poílos em taõ gran-
. de trabalho , que gravemente ., e com gralJl dificul-
dade os podiaõ direitamente defembargar , e que as
rnandaífe reformar·em tal maneira , . que ceífaffem as
ditas duvidas, e contrariadades, e os Defembargado-
res da Juíl:iça pudeífern per ellàs livremente fazer di- _
reito aas partes ; o dito Senhor Rey movido a ello per
. Jeu requerimentQ, e zelo d~ jufüça, confüando prin-
Liv. 1. A · - c1-
cipal~hte ó Serviço de DEOS, e dês i bem de feu~
Regnos, per a vifamento , e acordo dos do feu .C9nfe-
lho, porque achou feu requerimento feer jufto , co-
metteo a reformaçom , e compilaçom dellas a Johã-
ne Meendes Caval1€.iro, e CorrecYedor
o
em a fua Co1;:..
te, e nom forõ acabadas .e m feus dias p~r alguús em-
pachos, que fe feguiromL
r E DESPOI& de feu ~alecimento regnou o Mui
Alto, e Mui Virtuofo Princepy ElRey Dom Eduaite
feu filho de femelhante memoria, 'o qual é'ncomendou
.il dita Obra aq. dito Corregedor, que continuaífe em ·
ella , affi comoJazia em -tempo d' ElRey, feu Padre ,
fentindo-o por ferviço de DEOS , e feu , e pem· de
feus Regnos ;_e porque fe o dito Corregedor logo fi..;
nou a poucos dias , nom as pôde acab,ar , e por tanto.
'odito Senhor Rey as encomendou ao Doutor Ruy Fer-
. _andes do feu Confelho, teendo gram defejo, que em
feus, dia:s. foífem acabadás; e porque a DEOS prou-·
ve regnar po~co, o mui Ei«cellente, e Poderofo Prin~
<:epy, ElRey Dom Affonfo feu filho feendo ao tempo,
que começoiJ de regnar , moço de idade de !ete an-·
nos , o Reigno todo juntamente em Cortes Geraes
enlegeo , e confirmou por feu Tet-0r, e Curador; ReJ.
'gedor , e Defenfor por elle ~m feus Regnos -0 Famo-
fo, e Virtuofo Prinéepy Infante . Dom Pedro Duque
lle Coimbra, e Senhor de Mcm.ttemoor feu muito a-
mado·, e pre.zado Tio, o-qual loge ·e meomeça de feu
Regimento rnaRd,ou, ao dito D,out0 r" que prnfeguiíf~ ·
í\
/
3
'
'-..a dita obra quanto bem ,P0deífe , e nom alçaífe àel-
) a maaõ por nenhuú caf.o , ataa que com a graça de
DEOS a pofeífe em boa perfeiçom, e o dito Doutor
~per (eu "11andado aceptou a ditf!. obra , e a compilou
;em efta forma, que fe-fegue; e defpois que polo dito
.fDout0rfoi compilad;;i ,ordenou (j) dito Senhor Regen-
:te , que .as ditas Hordenaçooés , e C0mpilaçom fof-
d"em rev:ifras·, e examinadas per elle .. dito Doutor, 1e
,.per o Doutor Lopo Vaafques .Corregedor da Cidade
,~de Lixboa, e per Luiz Martins, e Fernaõ Rodrigues ·
1~do Defemba:fgo .do dito Senhor Rey , as .quaees per
elles forom viíl:as, e exa.minadas, e em algumas par-
l1tes reformadas .pelo. rriodo, que fe_fegue.
\: 2 Tooo o pode-rio , e conforvaçoin da Republica
... pmcede princjpalmente .da raiz , .e v:it;tude de duas
,JZoufas , a faber , Armas ., e Leyx ; e per vigor dellas
·~mbas jumÚmente o Imperio Romaano foi nos tem-
. 11pos pafiàdos antre todalas Naçooés triunfante , e ferá
-com a gr.aça de DEOS ao diante fempre antepofto ;
. .-e per<;> que eíl:as coufas ambas jul'l:tamente fejam em :fi
•muit0 virtuofas., e de _grande valor ,, feendo porem
.. ambas apartadas húa da outra , nom podem autoal-
..mente durar per longo te.rnpo, pola grande, e cafi_in-
l dividua afeiçom , que antre ellas he ; a qual per ne-
1~ ceffidade de grande indigencia he taõ .conjunta antre
•. ellas, que neceífariamente faz huma confeguir a c;m-
. , tra , e efto fe vee claramente per evidente efperien-
r:cia : ca º·eíl:ado fy1illitar per bem da jufüça l!e collo-
1: A 2 , ca-
+
eado em boom affeffego, e a jufÜça per defendimen-
to das Armas lie confervada e'1t1 "feu ver:dadeiro feer ,.
é trazida a fim de bpa eixecuçorn : e por tanto confi-
. rando .os Emperadores o grande louvor, qU& o Efta_,
do Real confeg~e per bem da jufüça ,: diíforom: nas:
fuas Irnperiaaés compilaçooês, que norn he achada
antre todalas virtudes alguma taõ louvada, nem de
ta5 grande preço como a jufüça ; poi:que ella foo be
a que tolhe rodo peccado, e-maldade, e ainda con-1
fer-va cada huú em fou verdadeiro feer , dándo-1he ci
que feu he direitamente ; e conhecida coufa ftá , que '
,·ci p~focipal'bem , que fe re.quere pera miniftr~r jufü~
ça, affi he fabedoria, porque (cripto. he 1 que per ellà
regnam os Reyx, e fom Poderofos pera oufadamente
éom louvor, ; é eixalçamento do feu Ri::al Eftado re,7 ·
ger, e mini'íl:rar Juftiçà; e por efto fe diz, que fe po.o
de com juíl:a razorn dher, que bem av.e~turada he a
Terra , onde ha Rey Sabedor , p0rque a Sabedorià
o enfina como fojugue os apetitas mc:_ntaaes, e car-
naaes deíejos a jugo da razom , pera direitamente re-
ger fe;:u Regno , e Senhorio , e manteer feu Povoo em
direito, e jufiiça ;- em a qual Sabedoria fe requere ne-
ceffariamente- pera boo regimento do Regno a ver co-
nhecimento ~as Leyx PolitiCas, e pofitivas, que as
gentes funda~~s em r.azom natural antre fi ftabelece-
rom pera boa, e direita. difpofiç~m dos negocios uma-
nos , e cafos emergentes em cada huú dia·;· e por cdfo
differm:n qs Sabedôre_s·, que as. Leyx certas funda.das
em,
5
em juíl:a rafam enformaõ o Rey, como direitamente
poífa julgar , e comprir geeralmente juftiça ; e quan-
do pela graça do Nofio Senhor DEOS , na Peífoa do
Rey taaes virtudes concorrem , -eUe he feito aquelle
Rey jufto, e virtuofo ,,de que falfarom os Saibas anti-
gos, e differom, que fe. o Rey jufto eftever aífeentado
em feu· Alto Trono- pera fazer. juftiça , nom lhe po·
derá empeceer ne~húa coufa contraira·; e efto fe pro-
va ainda pela difl:inçom, que os Doutores. fezerom á
Ley, a qual nos enfina, que a eHa convem todollos
homeés. obedeecer por muitas defvairadas razoo.és, e
efpecialmente, porque toda a Ley he huma inven-.
çom , e dom de DEOS , he enfinança de todollos fa-
bedores, correiçom de todolos malfeitores volurnpta-
riofos comafpeito, e reguardamento c,ômunal do Reg-
no, ou Cidade, ande he ftabelecida, fegundo a qual.
todos·* aquel1€s (a) *·, que em aquelle *lugar (b) *',
Regno, ou Cidade forri, convem de viver. E pero
que -o Rey tenha principalmente o Regimento da:
e
.M aaõ de DEOS , e affi como feu Vigairo , Logo... .
teen-t e, feja abfolto da obfervancia de toda Ley uma..
na, e efto nõ embargante, por feer creatura ·raciona-
. vel-, e fobjuguada aa r.azom natural, fe one:íl:a , e fo-
mete fob goYernança, , e mandam<mto del:la-, affi CE>-
'mo coufa fanta, qt1e manda-, e hordena as coufas juf-
tas , e defende as coufas contra,irns. Ainda fe prova
efto per atithorida.de de Ley Imperial • bonde fe lee·,.
que·
(R) Falta. M. (ó) ~~ lta M,
....
6
que no começo da povoraçom dos Romaaõs come-
çou o Povoo a fe reger fem nenibtía certa Ley, e def-
pois pér tempo lhe conveeo pera boo regimento da
terr;r, eftabelecerem algúas Leyx ~ as quaes forom ro-
-tas , e quebrantadas quando Rey Turquino foi depof...
to do Regime1~to da Cidade de Roma , e per bem do
falecimentc:>'dellas o Povoo Romaão viveo longo tem-
·Pº fem certa Ley, honcle per grande indigencia della
foi-lhe ncceífaria coufa aver outras de novo, as quaees
·mandou requerer aos Gregos fentindq, que fem ellas.
fe nom podia direitamente reger , ca nom menos p~
.rece poder bem regido feer ho Povoo fem Ley , que
' º corpo fe~ alma.
3 PoR TANTO Nos Dom Affonfo Rey de Portugal,
.e do Algarve , e Senhor de Cepta confirando , como
.o s vertuofos Reyx , que foram deftes Regnos , de que
.Nos. defcendemos, cujas almas DEOS haja em fua
1fanta Gloria, ftabeleceraõ, e hordenarnm muitas Leyx
1
por boõ -Regimento de feu Povoo , as quaees pare-
.cem _feer .muito defufas , em algúa parte duvidozas ,
-e em outra contrúras húas aas outras; e porque Nof-
.fa teençom , e defejo he com a Graça do Mui Alto
Senhor DEOS, em quanto bem podérmos, tolher
Sempre todallas duvidas, e occaziooes, per que as de-
.mandas nom poífam feer perlodguadas , e ainda ãar
1
certa forma, e doutrina, per que ligeiramente.poífam
feer trazidas a boõ j uiw , e breve terminaçom o mais
fem cufta :das partes , que rafoadamente feer poífa.
A cor-
7
Acordamos per acordo· dos do No:ífo _Confelho fazer
huma geeral compilaçom dellas ' tirando algumas ,.
que nos pareceo fobejas, e fem proveito, e outras de-
clarando , e accrefcentando , e interpretando , fegun-
do per direito , e bôa razom achamos , que o deviao
feer, emmendando, e fazendo outras de novo, fegun-
do nos bem pafeceô' que a uzança da terra' e pratica
das gentes defeja : E porque obra bôa, e bem feita fe
nom .pode fazer fem efpecial Graça do Noífo Senhor
DÉOS, humildofamente pedirnos aa fua Clemencia, _
e Piedade , que nola outorgue , pera trazermos efta.
obra.a devida firri por ferviço íeu , e bôo regimento
de noffos fobditos , e todallas outràs peífoas , que per
Noífa Authoridade hajam de feer julgadas ; e porque
antre todallas creaturas, que DEOS fez, ftremou por
mais nobre, e.digna de bem a peífoa do homem, fa-
zendo-a foomente aa fua fimildoõ , e fobjugando aos
feus pees todalas outras creaturas ; e obras e fuas
rnaãos ; convit1havel coufa nos pareceo , que em co-
meço dê Noífa obra ajamos primeiramente de formar ·
·alguns titulas apropri~dos á fu~ peífoa ,,ef.ee.cialrnea-.
1te daqu.el!es , que primeiramente teem carreguo d~ ·
·reger , e miniRrar jufl:iça em N.oífa Corte , fem as.
quaees as Leyx feitas pouco *·apr.oveitariaõ (a)*, por-
que coufa conhecida he ,. que toda a principal virtu-
de das Leyx eftá na boa.pratica, e eixecuçom çiellas ;;
por tanto acoíl:umarorn íempre os Reyx, e Princepes .
da.
-------~-----....--.
'"{apaprovciçarom lrl. .
8 LIVRO PRIMl!IRO TITULO PRIMEIRO
----------·------------;-----------
TITULO I.
,.~
Do RtGEDoR, E ·GovERNADOll, ETC. II
.
bargo , que per e!le fod forLdefembarguado, e elle· fa-
rá .vir ·em cada huú dia todoll~s ditos Defembargua-
' . ' ..,
çlor~s ~. e Qffici~a_és <1,as M~fas , l?era quG faõ d~put,a-.
\
(los .~.-
/
,J
'·
Do REGEDOR, E GovERNADOR, ETC'. 13
__
b~rgue os ditos feitos ,_e e.íl:Q faça .aili nos_ feitos No1-
fos , .
~- -~-,___...,
T l TU LO II.
Do Chanceller M oor.
O,- '
CHANCELÍ.ER he o fegundo ~~~io. de Noffa Cà~
fa daquellcs .,. que teem Officio de Puridade; ca~_
-
serriaíli como o Capellam hé mediàneiro antre DEOS,,
e Nós em feito de No:ffa alma, bem affi ho'he oChan ..._
celler antre Nós-, e os home~s , quanto he em as cou-
ras temporaaes, e efto he -,,porque todalas coufa,s > que-
Nós livramos per cartas. -e m ,qüalque-r maneira, que
aj~m de fer feitas , con.firando elle as deve a veer ante
qú~ as feélle' ,,por guardar que nom fejam dadas con-
tra 9ireito de maneira , ·que· -eHe_receba dapno , nem.
vergonha ; e fe achar J que hi ha alguma J que noin', -
fóffe feita , c0mo de-via , deve-a * derifcar. (a) * com;
pena f que dizeI? em latim canceflare- ,_ e defta pala-.
vra tornou I'tome o Chan!j'. allêr, e efto deve 'ãffi fazer, ,
.quando ·cartas forem 'ãfilgnadas pelos Defernbarga-.
·dores, que quando as. Cartas forem affina.das per Nós,. -
nom as deve grafar , n€ car1cellar, mais deve-as de-
trnzer a Nós- pe~a_- nos dizer as duvidas., ,que em ellas.
__,__ ___s"-
(~) r~acar.
----------~~-.--. --
tem .
.·
'
· rn
,,
I TEI\f. Os, Tabelliaães , e. Efcripvaães todo~·
' \ .
"
Jrraõ_, de feer examinados pelo Chanceller ; fazendo-os -
·~tcrepver .perante fi ., éfe .vir que .~fcrepven1 berr~ , ~ · ~
..........----·-------------------~ ·
TITULO JII.
Liv. J. T I....
'·
Liv·Ro PRIMEIRO Tnuto ~ARTO _
liílT
--"'""""------~~-·""'"'_,, __________ ~
.
,.; "'\
- •"' '
;. .T ·I. T U L .O ~III. .·
..
. ,Dof Dejembargadoret do"Paafº· .
". , ·,
,Dos DEsr-MBARGADOREs oo PAA ço. 27
revogar, é loguo todos tres no dito feito final livra-
mento '; e fe éffe terceiro for defvairado dos outros
dous, ·e tever com a tençom dos Ouvidores , ou fo-
bre-juizi:s, ou Corregedor da Çorte outra nova ten-
çom , em tal cafo feja o feito trazi_do aa _Rolaçom pe-
rante o Regedor da Cafa, e outros Defe_mbargadores
pera a Mêfa principal, e fegundo per elles todos, ou
a maior parte delles for acordado , ü:j'a loguo defem-
barguado finalmente. 1
r hEM. Eíl:es dous ve_eraõ os Eíl:romentos d'ag-
gravos , que das Comarcas a elles vierem , que a fei-
tos civis. perteencerem , _e as petiço~es, que forem . da
Juíl:iça, e nom tenhaõ em fi graça, e mercee; e quan-
do forem ambos acordados , daraõ hi defe~barguo
.fegundo feu acordo ; e no cafo , que defacordarem ,
,;yeja eífes aggravos, e petiçoôes effe terceiro, que lhes
ferá dado, e fegundo o terceiro acordar , affi 'pafie o
defembargo cõ aqÜeHe , com que fe acordar ; e fe effe
terce-iro noin acordar com cada hum dos ditos Def-
•
~mbargadores principaaes , e ti ver outra nova ten-
çom , entaõ levem tal aggra vo , ou _petiçom aa Rola-
.ç om, e comb hi for acordado, affi paffe -0 feu defem-
·barguo. E porque a eíl:es Defembarguadores perteen-
ce defembargar as Cartas dos Perdoões , que fe daó
iaos omifiados - do Regno, veendo pi·imeiramente as
inquiriçoões devaffas., que forom tiradas fobre effes
.maieficios, de qu~ pedem os perdões, citando as par-
tes , a que .taaes accufaçoôes perteencem ; e ainda os
D 2 di- .
· 28 LrvRo PRIMEIRO 'TrTuLo ~AR ro
/ - 1
'""'
•
. Dos DEsEMBAllG!DOR.ES no PAAç.o. 29
..
fuça declarar os furtos quaees e quantos fom : e fe. a .
parte nom trouver eftromento de contentamento das
partes, a que os furtos foram feitos, nom ponha a pe-
tiçom no rool , e fe o trouver, faça-lhe as perguntas.
fofo ditas. .
9 1TEM. Se for petiçom de fogo , que fizeffe da--
pno a alguem , o Efcripvdm a veja , e faça declarar ,
e lhe fa~a. trazer eíl:romento · de contenta.menta , fa __
zen-:-:-
32 .LIVRO PRIMEIRO TITULO ~ARTO
'
vramen>to , que ·e m * ~lks (a) * he dado ; e quand01
Noffa mercee for "de relevarmos alguã pena, 9u min-1
guar, da que per elles for ac0rdada, Nós h(') efcrepve-·
r~rnos per Noffa' maão, e quando a r:nandannos acref-1
sentar_, efcrepvelo-ha o que afli aprcfeptar ()s ,rooles·i'
e todos viíl:os, e corregidos per Nós, affinaremos .per1
Noífa Maão em fundo de cada rool ; e d'hi _em dian-
te as partes a veraõ (eu livramento , porque as Ça~1ras1
fe farom per elle~; e quand'o fe ou verem de affinar', o·
Defembarguad.or as. veja, e o Chanceller as aífeelle.\
concert~ndo-a.s.. c::om os. ditos rooles. E qwalque'r Ef-
cripvaõ , que rooles fizer_, e llºm fizer as perguntas)
:(ufo-ditas "e pof.er petiçom fen1 as fazendo,. çm roen-J
do pe.tiçom duas. vezes, fem fazendo mençom do pri...l
meiro livramento, como dito he, por cada huma pe...1
tiçorp. Ma,n.dC1.mos'1 que pag!'.!e cem reaes brancos pe.,.,l
ra os prefos ..
1 8. E; POR quanto muitas vezes por cafo das an ...1
dada?, q'Ós. caminhos., e '.d;outras coufas femelhantes >
dta$ peti<;>ooés naó podem feer defemqargadas per os",
· tooles,, c;omo em eft~ Regin;1ento fofo fcripto he con-.
·tlheuclo "· Mãdamos 1 que fe defernharguem em efl:a ,
guifa ; .ª fabér, ellas fejam entregues a aquel,le , ou a '
a
aquelles, que a cífe tempo tal carrego per Nós for ·
*dado .(b) *, o qual as Veerá,. e defembargará corµ 1
aquelles , que per Nós pera ello forem affinados ; e '
qualquer defembarguo, que ácerca de cada huma pe-..
ti- i
-----~~~~--~~-
(~), ell;is S •.. ''(~) cometi~9 S..
Dos DESEMBARG •.t.nORtS no PAAÇO. 35
,. tiçom ac;ordarem ·, fazelo-ha efcrepver ao peé , ou
nas coftas della , o qual ailinarom todos por fuas
maãos, e aili aili nado, ferá ~moftrado a Nós pera o veer-
mos com aquelle, que o dito carreguo rever, e defem-
bargaremos , como acharmos que he direito , e nos
1bern parecer ; e o..que aili per Nós acordarmos , aili:.
naremos per Noifa Maaõ, pera defpois hi nom cahir
.,outra duvida. ·
19 ÜuTRo-sr nos dias , que fom ailinaàos pera
,averern de defembargar, levar~m aa Rolaçom as in-
quiriçoés dos que pedem perdom, e outras quaaefquer
1coufaii, que teverem .pera defembargar , em que per
li nom poifaõ dar livramento,. fenom em Rolaçom,
fegundo per Nós h~ ordenado de fe fazer; e como em
a dita Rolaçom for acordado, àffi paffarom os defem-
ibargos, fe.endo primeiram.ente per Nós viíl:os, e exa-
1minados aquelles , que fem Nó's nom poderem feer
'defembargados, cqmo dito. he no outro Capitulo.
20 ITEM. Darom geeralmente todallas Cartas de
todas as petiçooés de graças , ou direitas , que nom
fom d'aver Noffo, nem perteencem aa Noifa Fazen-
da , ou a Noífas rendas, ou tributos , nem a feitos cri-
mes, e a obras , e contas dos' Concelhos.
21 1TEM. As Cartas das Confirmaçooés das enJi-
çooés dos Juizes, e .das Alquaidarias dos Mouros, e
dos A.rrabis dos Judeus, e dos Juízes·, que Nós der-
mos a alguús de graça , ou per cõmiífom fobre feito_s
Civy$A
22
36 LIVRO PRIMEIRO TITU.LO QEARTO
.'
22 h&ivf. As Cartas, perque Nós pofei:mos Jui-
zp efpeciaaes em alguús lugares, ou J uizes dos Refi-
doos, ou dos Orfoõs, ou _d'outros quacfquer Juízes,
que Nós dermos ·em feitos Civys ·, que nom perteen...
,cem aa Fazenda No!fa' ,. _ou a Noffos Direüos.
2.3 . !TEM. Cartas de Mancébos pei:a os haver, ~
pera os no~ hayer.
24 !TEM. Cartas de guias aos* Caminheiros (a) ·*-.
2 5 lTEJ\I. Cartas de Pri vilegios, e-liberdades, que
norn fajom , ri.em tangam aqs I)ir.ejtos ~·. e rendas , e
Tr.ibutos Noffos.
de.
i•
-- TITULO
--
V•.
Do Corregedor da Corte.
'·
M,
ANDAMOS ao Corregedor da noifa Corte , que
tome conheciment() dos feitos, e defembargos "
onde que~ que Nós formos, ou onde a Cafa da Jufti-
ça, que cõnofco anda, eíl:iver, afli e pela guifa ,que
he mandado aos Corregedores ' das Comarcas , que
·ajam de tomar em fuas Cor-.eiçooés, (egundo he con-
theurjo no Regimento de feu.s Officios , que a cada
lhu_ú he dado ,em quanto nom contradiífer ao que em
efte Regimento a elle-.dado efpecialmente for cõtheu-.
do.
I · l'r·EM. Tomará conhecimento nos IUgares, on.:.: .
de _Nós formos , dos feitos da.s viuvas , ~Orfoõs , e
peífoas miferavees, que o efcolherem por Juiz, pai:.:..
que teem privilegio de perante elle demandarem, ou
fe defenderem quando perante elle quizerem letigar ; .
pero quando taaes peífoas miferavees, ou Viuvas, ou-
Orfoõs quizerern demandar alguãs outras peífoas pri- ·
vilegiádas de privilegios femelhantes aos .feus, em tat
.~afo o_s Reeos po~era~· efcolher Eºr Juiz o dito Corre--
ge,.,-
38 LIVRO PRIMEIRO TITULO -~INTO
' '
...
;.,.·
40 LrvRo PRIMEIRO Tnu.Lo ~·rnTo
.. ·.
1· .t... ,,
' '
Do CoRREGEDOR DA CoRTE~ 41
..
2 5 .E SE algllu malfei.t or de grave feito vier peran- -
'te o Corregedor ·, 1.ile que eHe aja tal enformaçom, per ·
evidentes indicias·, * e (a) * prefumpçooês , perque-
lhe
(~) . ou M ..
----------------
4-8 , LIV'RQ PRIMEIRO TITULO Q:'.INTO
.·
SQ LíV.tto PRIMZIRO. Tnu1ô · ~INTo_
..
' .. .. ~
. ~- .,
e Do CORREGEDOR ·oA CoR TE. 5'r,
- ,
bem parecer por boõ Regimento , e_governança dá
terra fob aquellas penas, que razoada mente fe coftu-.
inaõ poer em femelhanre·caio, dand0 carrego aos Al-
mota~ees do lugar, que o façam logo aili cumprir; os
quaees logo farom todo aili apregoar, fegundo o cof.J
t~me da terra ; e foendo os ditos Almotacees negri-
gentes *em o (a)* aili *fazer (b) .;~ comprir, o ·Cor
regedor deve de tornar a elto comprindo as ditas
Hordena~oões , e apenando os ditÓs Almotacees, fe-
gundo he contheudo no Capitulo fuf9 efcripto; e fe-
melhante maneira deve teer nos poços , e fontes , xa.;.
farizes , e canos.
· 29 'ITEM. Fomos enformado, que os Corregedo.1
res, que ante * Nos, (e)* forom , alguãs vezes leva- ·
vaõ * dinheiros (d) * dos 'Alvaraaes. ,, , que davam·
a:aquelles J que vinhaõ fervir com fuas bêíl:as J leyan-
tlo as carr.egàs ão tempo da partida Noffa, quando fe
tornavaÕ peras füas ca:fa.s·: o que naõ ll'\Temos por bem,
e ·Mand~mos , que fe tenha ácerca ?ello a maneira •
. que antiguamente foi coftumadà, a faber; o Efcripvaõ
· <las Malfeitorias, que tem em feu poder os rooles das
Vintenas dos que forem emprazados, e lhe fqrem da-
dos pelos Vintaneiros, que os empraza~orn, deve 'de
rifcar em cada hum rool aquelles ; que parecerem , e
vierem fervir J e os que forem revees, de've-os de lei-'
xar por rifcar, ailinando.;,os por revees , os quaees o
Corregedor deve de mandar penhorar , fegundo pelo
G 2 rool
[a) ao M. (.b) Falta M. (e) Falta. (d) dinheiro,
; .
'
}'li Lrv,,.,oyy,):MEIRO TITULO ~INTo .
- . '
.roo! dó Efcripvaõ achar pdr revécs, rn~ndãdo recado
.aos V~nr~neiros, q~e · os penhorem · por aquellas pe;-
n.a,s, que pq Nós. he-ordenado. ,'que fe ..ajam de pagar
'cm tal cafp; os cÍua~es mandados ,pera o.s ditos Vin-
"taneii;os deycrn de levar ..os horneés. do Meirinho , e
averem po~ feu trabalho ·º.que. fempre acoftl,!marprµ
d ~a.yer em tal cafQ; e í:\ffi fom efcufaqos os ditos A l-
·V<J.~qaes pcra-aq;1elles, q~e vietem fervi/, pois que fo o-
.mente ham de feer penhqra:dos aquelles , ' que ,forem.
,1
achadqs por revei;s polos roolles do ditq EfctipyaÕ_:~
cóma. çlito'.hç. . ,
· 30 · ÜIJTRO sY' Mandamos, que todos os Lavra-
<;'lorçs do ,T ermo de Lixboa-, , Cintra, /\lf!nqqer, Obi:--
. '
ç!ps, Torres.. Vedr~s , 9antarern , Ton~es Novas, Co.- ·
:i;uçhe , Salvaterra, Benavente ., Monte rnoor o Novo,
.Evora , ~rraiolos , Eftremôs , Evora Monte, o Vi-
mieiço , e. de quaeefqúer. ot:1tro.s luga11es ·~ a que efp~·
·c;ialm.e nte for rec~do de Noffo Correg.edor, que Nós.
" l}avern~s lá d'hir invernar, façaõ febs palheiros em
cada huú anno continuadarnénte de toda a paJha, que
ou verem , ainda que fe norn entençiaõ d 'aproveitar
d~algúa parte della, em tal guifa,"que indo Nós a ca-
c;fa hu.a das di tas. Comar~as ,, nos poffamos deHa ,fer•
vir, fern grande dapno dos ditos Lavradores; e qu,a l-.
quer Lav;a~or, que a leixar perder, nom a po~ndo;
tGda em palheiro bem guard<ida em ta~ guifa, que fe.
.Q.OlJl perca • pague de pena per çada huú anno que;
Q. affi fezer ,, d uzentos reis ~ dos q.uaees fejam a meeta-
de;.
Do CoRREGF.DOR DA CoRTE. 53
de pera a~uell~ , que g accufar , e a outra meetade
pera a .Arca da Piedade; e eíl:a pena de duzentos _reis
·fe entenda nos Lavradores , que la;vraré com fenhas
Charruas, ou d'hi pera cima, ou com fenhos arados "
ou com dous , fegundo o c~íl:ume d' Alemtejo ; e qs
· outros Lavradores, que lavrarem com trilhoada, ou
com huú finge! de bois , paguem cem reis .
. •JI E MANDAMOS que onde Nós eftevermos nom
féja nenhuã palha tomada , falvo per Alvaraaes do
Corregedor ,'ou do que feu logo tever , o qual nos Al- .)
. \
Do. CoRR.EGEDOR . DA CoR'l'E.
\
·t x
celho, pagtre - aquell~, em cujo poder for achada ,ón ...
co~pta !llÍl 'libras d.e pena, afü como fe ataaqui fem.-
pre levou.
35 E sE o pe(o' , ou medida for achado em po9er
· d'alguem fem marca, e nom juíl:a, nem coricordante·
com o padrom, em tal_cafo aquelle ~em: cujo pod.e'r
,, . for achada , -aja a pena, que he ordenado d'aver n0,
Regimento do dito _Corregedor , a faber , duzentos ·
reis , a qgal pague da Cadea ; nom 1ràlheoê10 porem
aalem feer ponido no. ~órpo , fegundo o dj reito , e o.
çafo, e cu:lpa, e.rri que for. .,: requerer ; e efio fe enten-
da affi em í:\quelle pefo, e me~ida, tque for maior qtie·
o padraõ J comóna que for mais pequena', poi·qn~ af.:
fy' fe .pode fal;er er.ro ,. e falfidadc , por fe~r .giaior·~
corno por feer mai~ pequena~ ·
~ 36- _E NOS pefos; e medidas: , que forem achados..
-
com marcas , ,e nom forem juíl:amente concordados.
(
'\
...
Lrv~o PRJMEIRO T1nrI;.o ~TNTo
(a) eíca: dadas S. eícadadas M. . (b) pague S. (e) pague .S. (d) peío de
v) reis s. (/J em M. .
Do CORREGEDOR DA CoRu. • 57
pague* cem (a)* reis, e por erro de dous graaõs pa-
gue * çluzentos (b) * , e aili d'hi pera cima , fegundo
for a mingua , e de graão pera fundo nom deve d'a-
.ver pena aili no pefo de nobre , como da dobra , e co'..
roa , &c. porque as balanças de tal pefo fo~ tam fo-
t'.ls, .que fe nom podê tanto afinar, perque fempre
eftem na fieira (e) •
-------------------------------
TITULO VI.
Do Juiz dos Nojfos Feitos.
<
•
..
'
58 LIVRO PRIMEIRO TÍTULO SEXTO
i :
r- Do Juiz nos Nossos FEITOS.
' .
60 LIVRO PRIMEIRO TITULO SEXTO
nenhuãs par.tes 'aí;! Corte de, fora pa.rte , ata a·que pr~
meiran1ente
.
nóm fejam viíl:as·
{ .
em Rolaçom as enfor.., ...
maçooés ,' ou Inquiriçooés , , perqu'e entendam que
devam feer citados , ~e quando afü fór acordado po1Z
todos, ou a maior parte dtjles, entom-dê cartas, per- -
q u~ os citem ) -fegupdo for. ac~:frdado antre elle$.
])os quvido.res~.
...,-------------·
(~) . fom S, _
Ou-
' ,6·2 LrvR!o· PRIMEIRO T1ru10 SETrMo
.
.:Ouvidor por terceiro' e com o que acordar .
fe dê· li-
vramento; e fe cada huíi delles for doente, ou occu-'
pado d'outra * ~aneira , e n~dri'dade (a.) *, -honde
·aja *de veer ( b) * o terceiro, veja effe feito, ou· feitos
1
o Noffo Procurador por terceiro.
3 E PORQYE muitas vezes aconteceo andarem os
fe itos de huu Ouvidor em ~utro em tal guifa, que ou
. per rningu.a d'alguú delles , ou dos Efcripvaaés , que
·os davaõ ,íe perdiam os feitos .,e que as partes os ~om
pod1aõ achar, e o Efcripvam fica.va em'-prigoo, e a
parte perdia fel!l direito: ~uti:o fy
fe o Ouvidor, que ·
-.Ia-
(R) nece1lidacfe, ou de cajom S~. (q) d'aver
1 . D,o s ·.o u v1 o o R E s.
laçom' >. honde eífe ÜLJvidor ouvér de livr~r q.s feitos, .
·e digua-o pera· o ·~epreen_der~m, e paguar logo' as·cuf- .
tas aas partes , as quaees lhes logo fejam pagadas.
A· E DESPors que o fei_to for viíl:o , cfcrepva efTe
: primeiro fua tençom largameilte no feito , afforcan- .
do-o ,"e decidindo- o fegundo elle entender; e em outí-o ,•
dia elle de fua maaõ o dê ao óutro Quvi.dor, que o-ha
~e veer por fegundo , prefente o Efcripv'aõ, que o ti're-
de fobre elle Jogo d"o livro_ ~ e ponha-o fobre o outro,
.·
1e nom lho eJuVÍe por outrem ,; e pera fe bem fazer ; e·
ferem 'guardados os feitos ·, Mandamos aos ditos Ou-
vidores, que cad<!. huú Ouvidor tragua· feu faco de li-.
:ino , Oll de c~iro , em que tragua ·os dito~ ' f ~itos. Bem·
.e nfinados devem feer os Ouvidoies, feg:undo a regra,.
1qu e l h~s atáa., ora foi dada, como ªJ. ani d(t veer, e af~. ·
-.
~
" .. ·- ~
fl
.
~ ..., ~~ .....
.1
6+ LIVRO PRIMEIR:O TITULO . SETIMà
' . .
. , teíler:nul1has ~ ou co.m tefl:emunhas , e fé juramen.to;
a:fü·'c> 1po~ha lia cotafalleçe tal coufa, figundo o feito
fo( ;, e d'hi hir 'cotãdo per o IÍbelld , e conclufom, e.
~onteíl:açõm, ~egundo for', e artig_os, fe dados forem,
poendo a cada* hii a nota (af* hum, dous, tru, qua-
tro, '&e. E [e hi ou ver ahigos contrairas, ou de r~pri- .
caçom, affi o' pàer; e fe ~hi ou ver confiífooés, ou d'e-
·poimento da parte , ~ffi o poer , e v eer a tonfiífom ,
.ou d'ep~fiçom c~m o at:tigo; e fobre o que confefiad0 ..
for nom dar aa pârte ericarreguo da prnva , e poello
·d<Z fora quandü' vir o feito , poendo em hui folha de
~papel , tal artiiofe prova pqr· con.fijJom, e fobre -ós que
negados forem \reja a inquiriçom , e em ha veendo,
vaa * ·é otándo ( b) * as tefl:_ern'unhas , a faber, hu°it, duas,
tres, &e. E honde a te:fl:emunha differ, ponha-lhe fi- .
nal , ·.porqtJe .quando fezer Rola.çom, po:íl'a logo hir a
dla ; e ~m .a folha de fora ponha, tal artigo Je prova
'. per tal teflemunha , ,&e. E qu~ndo vir feito, e inqüi.. o
riçom , veja os nomes .das' teíl:emunha·s , que forom
nqmeadas na querella, ou no feito , fe 'º feito he cri..
. :me·; e veja fe fom todas perguntadas., e quantas ~o
fom nomeadas , e fe algúas minguarem, falle com.h0
outro feu co~panhom, e vejam fe faz~m mingua àa
·prova, e fe mingua fezerem, mandem-nas pergun-:
·tar; ou fe p~r as teftemunhas virem, que forom ·per-
guntadas .como nom devia:õ,. ou eu~ lugar que norn
·d eviam por o feito tal feer, ou antre taaes peífoas ·?
- .
man-
~
..·
' \ . ., ,,-:: ' •..
,.
.,, ·- ,; ~ "~
...; • ? ç ... ~ ~-.... ' :.
Dos o u V I D o R !:: s.
mandem Cartas , que fe ·pergunté outra vez em ou- ,
tro lugar mais convinhavel, honde pofüm dizer a
.verçiade,,E fe 0 feito for no :lugar , honde Nos formos,_
ou atá cinc0 legoas , p~rguntem-nas dles , ou cada.
hum delles ·; e fe ma1s alonguado for te elle's .,e1w~ npe ':•
~
l'
• !•
rem, que compre de virem dar feus t<;,íl:en:ninhps aa ' · ·.~ .!. ~\
TITULO VIIL
:'.
'" , Do Oúvidor das ierràs da. Rainha•.
T I T U L O VIIIL
T 1 TU LO X.
Do E.fcripvao da Chance/laria.
_
cada vez que coiq.prir fobre as duvidas,_ que teve~, ou
quando as partes fe aggravarem das pagas, como di:-
----
to he.,.
_..._
TITULO XI.
·o
Meirinho Moor~
/'
7
,.
•·
.. ' . ,.
, '~I-
,_- ...
I .T.- V .l; q , ~II.
' ,,.. ~· 1 .. .. •
" , • _· ;> ~·
·-'
.. .r.: •. '
.·
~ ~ ·.~ ·~t •.
...
t ,.
.
: .. f:
~
Do M -EIRINHQ D:As CADEAS , E couskS, E'I'C. ·8'3
4Í.i tal provifom como.feja_m bem gúardados, e d'ou-
tr~ guifa tornar-nos-emos Nós aaquelles,. por cuja
negrigencia fe feguir alguú dapno aa juíl:iça ; e *de- ·
ve (a)* prender ,quando rhe for mandado, ou acban-
.
do os homeés, ou-mulheres .
no. m'aleficio defefo p! ht
Ordenaçom; e ha de coíl:ranger, e feer Juiz das man-
cebas folteiras , que andam, e dçvem andar 'r \ª Cor-
te, a faber , d'arr9idos , que ajam huãs com as ou-
tras, que foomente fejam de palavra , e levar dellas
,-em cadá. h~u· Sabado dous reàes "Qrancos , porqtie elle
ha de mandar v,arrer . as Audie;-icias do Corregedor ;
. que .ellas aviaõ de varrer,. e e!l:o foi,~afli 1:1fado d'ami-
.:guamente. ..
2 . !TEM. Ha d'aver dos homeês J ,·que ma;ridatp.
ldegolar, <>U enforcar ,ou morrer perJufüça do* µi(m,.
•te (b) * móor .húa carceragem, por cada huú, que affy
~l for juíl:iça:do, e os feos..home~s .da Juftiça: ham d-e le-
"vai.;. todas fu~s roupas ,. e tod~s as 0utras coufas , que
tever na Cadea, quando affi for julguado, e pera, e(-
-to., q'ue fobredito he, elle.ha, d'a:ver l!lantimento pera
1
fy , e p~ra oito homeés ; a Jaber, tres .pera fazer Ju(-
' tiça , e os outros pera com elle andarem , perà ê oi:n-
1.prir todo o que perteepce a feu Officio ; ·~ €4~s Carce- '
ragens ham de fazer dous quinhooés, e o Meirinho
Moor ha de levai') a meetade , e d<i outra meetade ie
· hain de f~zer treze quirih~oés, e o Meirinh~-,das Ça-
L 2 deas
\
,(a) ha de S, (b) morte M.
....
,S.4 .' . LrvRo PRIME,I RO 'l'rTULO TREZE
T I T U L O XIII.
--------
na-.
((1), levará. M •.
..
' .
Dos. PROCURADORES) . ETC. · s-5
·.Rados pelo Noífo Cbariceller Moor, e os das Cida:..-·
d~s, Villas ,.e Lug~r~s - fejam enlegidos Relos ÇJfficiae;s
,deífes Lugares,, e com eífa. _enl1çom venhaõ ao-Nofic»
Chancellei; Mo0r pera OS' examinar,. e os qµe achar-
1
'
.em alguus lugares.,.. a qµe api:ouve nom hav:er hi Pro--
a.urador.es, do-numero
.
, . mais.. q·.uantos-· quizeífe-m
.
(b) -:
~pro~urar, fal_vantç;a,qwelles", qµe foífem achados ,,que-
.nom eram. perte~naentes . ,; e lhes. foíle defezo., que,
nom . podeífem~ procurar , .ou ·teveffem .~aees ·Officios ,:_
que per-a.s Ordenaç.~és lhes fej_a defefo q~1e .n om 2of-
.f11õ procurar.. .
2 , hEM· Mand~_mos - a; eífes Procuradores , que fe '.
trabalhem de veerem .as-pofturai;; ,. e Leys , , e _O rdena-·
' '}90és, e as guardem ,. e ufem bem da 'vogari~, e nom:
fCJ.çom -perlonguas nos .preitos ,.nem os tr.autem ,,e per.- .
fonguem ·maleciofamente.. .
3 fa.EM .. Mandamos aos ..ditos Procuradores , .quci-:
nom tomem..carrego· pe,ra. P.rocurar , nem vogar (e ).l
ataa1
~ ..
.. ''
·..
,8'6 - Lrv'·RO PR1MEIRO ' Tr'l'ULO TREZE
··..:
Dos FROCURAE>ORES: , ETC{> · a'Z
f 5 ITEM. M-anqamos, qúe re.dous Pro<:;u_rad9.res,
roª;i:s ª'\ªlílteJé\dQ% fP.rre.m e.IJi) a; N~ffa Cqne ,• e-peroJ
qu_e 04tr0s,m .eor;eS:-.hi-feja.r.n-, í:e_húa da-s pa;rt~s~ fül].fl-t:·
~inbos ; q.u~ L}l~ nqrp. frj<1- coof.~*(do , ·~}a:is efç9ll}a;·
hu!ií-ddles q.tJal <H\lle q-qizer, e o~çu_i;r:o)eix.~ <!.l (<;,~~:ver-,
fai.ro, E àq.ueíh> , (az-~mos, geeraJ-IJle-nte· ef"1, tqdoll-os'.
fo. llos , a.ífy gra.nd.es, .como ptqp~nos por,ca_dq, hua.
da_s. parte.s no!J'.l• pér~ler feu çljr~i~o ,, ~or, dcdigualanç~
dos Proc::uradores. -
·. 6 ... bE.M •. Mandamos , q.ue ~ procuraçom, perq~1ei;
alg.uú faz Procurador, feja- feita per Taballiaõ, Q.U pe!j>
Carta fedlada · de ta.li, feeHo , que faça fé , e q'outra·
gl:J-í·fa na0: V!lll?a · Feio íie for fcri.pta , e aJfinada. per,
roaõ de Cava.llei110., ou D0u.tor ~ Ma.ndam.os, que.fa-
ça fé., c0mo ·fo fàffe feita per Tabalfü>m; e efto fo-
Mnlt ~ntenqa ·nas procur.aço~s " que fom. :feitas apu._d,:
afta., poiq.ue liaaes·' como; dta~- ' fie p,@dern faz~r pdo{
fcripvàõ que no feito fcrep.vei;.
· 7· hEM:•. S-era.õ a.v:ifados..çíles, ]jlrocuracloreS:; que-
n.0IQ defempare.m 'os preitos. , IU.em> fo vaaõ. da Corte ;,
eu d9:; out.i;os.. lu.garc€&., onde os llrautarem , fem li~'
t:ença. d@. B'reftclente , ou. dp J;ui'Zt, que. do. foto. CQB he-1
Ge·r ; e fazendo o, c:ontrairo.,,paguem as. cuíl'as aaquel--
i~s, cujos preitos teye_i;em, ;. e fo as Ra1:tes tomarem,
~utro_ f.!iocui;adou, ou VqguadG> por dinheil:o peir.cu!,...
pa ddlos, paguem-lh~s quanw dei;em aQS Voguados,.
~ Pl'om.~·rador.es ,_que aífy' füharem ;. e fe os l?r.ocura--
· ~ór:~s .,, q_ue fe. (orem ,,~:aceberem alguús. dínheiros. da-
q~el,....
..
...
• 1 S.8 LrvRo PRIME.mo TIT:ULO TR'E'ZB
.quelles , cujos pre'itos. leix~rem , que lhos torn~m em
ô obro.. E fe per .
mingua
. ' .
deífe Procurador derem Seri-
tie~1Ça definitiva, .ou outra qualquer contra . a parte.,
per ql.le fe lhe ·figa perda .~ eu dapno , ~ ·p;oc~rador ;
que o feito havia de demándar, ou 'defender, lhe .cor,.
i:Cgua todo de fua cafa ·; e fe nom -Quver per que cor-
regua os dapnos, .e pe-rdas, e 'cuftas, correga-as pelo
cqrpo .; ~ -efto fe nom entenda em alguú cafo de n-e- ".
-ceffidade .taõ grande , e taõ manife.fta., per que elle
.deva fe~r :rel_evado i;ie:fla pe.oa, poíl:o que em ella en-
.•coi:ra.~•
.8 'l TEM.. ·se a parte nom v.em aa Corte por fy , e·
-~~nda' :Proc;urador, contra o qual .he, p0fto alguú em.:. ,
barguo, que ·tolha a dita Prncuraçom aa-ve'r efeito~ per
.qualquer guifa, que feja , 1:oufa , ·que o .P rocurador_
· faça , ou digua no feit<;>., :~1om valha, ataá que feja jul- . -
guaçiq .por Erocurador, ·Ou a parte ,retefique expecifi-
. ,cadamente o que aili for feito.
· ·9 l:rEM. ·Se ~ pa-rte., que -cita, vem pet PrQ_cura..-
e
~or, -a -OUt·ra par~~ peoem contra aa. procu.raçaõ , OU '
,cqnfra a peífoa do. Procúrador, @~ outra rafom, p'er-
.que wlha a procurnçc:>m, o Juiz abfolva o ·citado,. e
fe o elle :mais citar , pague -a·s cuílas ante que refpon-
(la ªª feguada dtaç0m ; ·e 'affy per ó. contrair~"' fe o'
citado vem por Prócurador ~ e ó autor tolhe a procu-
r açoflil, julgua-lo-aõ ·por re".el _, ~ á fua r.evelia proce....
.deraõ no feito , como. fofo. (Í!ífemos no córrieço défte
tnuitado ·, e·efip fe nom· en~endá fé -~ Julgad.or dara..i ·
· ·.men...
..
Dos PROCURADORES , ETC.
~taõ.
16 !TEM. Homem, que feja dado por fiel antre1
,partes , que déve de dar teftemunho por huúa parte,.
~ por oul!'t aífy como he o CorreEor ; e eflo em a-
quelle feito , em que deve feer fiel.
~ 17 h :ÊM:. O Tabeliom fe fez proc~raçom per'. fua:i
rnaaõ, nom ferá Procurador em nenhum lugar.
' 1 s· ITEM. o
TabaHiom no lug~ar) honde he Ta~
àaUiom, n9m f~rá Procurador.
19 ~TEM •. t{om~m, que for condapnado per Sen.J
1 ,, '
\
LrvRo PiuMEIRO Tnuto TREZE
que ouverem de procurar o.*' feito '(a) *_, que ll~o fa-
' ·çaó todo córreger) e pagar pelo~ corpos • e a veres; e
·fe appellar , ou fopricar contra as Ordenações , a fa-
ber, que declarem hi noi::p. caber appellaçom, paguem .
. ·as C;ufias aa. pai:te' <;if Sua çafa.. . ..
'I
30 ITE M.-. M_andamos que n.om faça nenhuú Pro_,..-
€urador·a-vee nça com a·parte, que ~ja certa coufa ven-
cendo-lhe a demanda ; e aquelle que o contraira fe::--
zer, feja privado de procurar por huu anno, e pague
1a1s duzentos reaes pera a Arca da Pi_e dade , e n.un~ '
ca lhe fejam qu.ites. ' ./
3 r ITEM. Mandamos que o follairo , que haó·de
' levar dús fe'itos, fej'a a ~uarentena da conthia., que
_' for âemandada ; e eíl:o fe entenda em qtiant0 a dita
quarentena nem. chegar ataa v~nt_e libras de moeda
''1ntigua, q.ue fom p~r ·a Orden·açorp ora novamente..
fei-
Íf) preit?
---...,...--.-. --- - --
' '.
Dos PRocuRADORES, ETC. 93
feita fobre a.s moedas com acrefcentamento ., quatro-
centos reaes, e fe mais montar, nor:n leve mais ; e nos
feitos crimes· de morte poffaõ levai: ataa a dita con-
thia de vinte. libras de moeda antigua ; e nos ot.JtI:os
feitos, onde caiba emmenda , e cai-regimento, levem
am corno nos outros feiras' ao* meos (a) *) haven-
do refpeito ao que he demandado por emmenda , e
corregimento ; e os. ditos Procuradores naõ. façam
companhia antre fy fobre o faltairn,. e fe a fderem ' ·
fejam privados d.os Offic.io~.
32 A Nós he dito, que na Noffa terra, e em os
i1oílos Regnos fe faúaõ muitas * perlongas , e 01ui:"'
.tas (b) * malícias·nos feitos. , porque os Procuradores
levaõ das partes muitâs do·as , e grandes ferviços de
pam, e vinho, e carnes,, e d'omras coufas, e que nom
Jeixaõ porém de. leva,r todos feus follairos ;, e veendo
.Nós, ·e confirando p.er razom das coufas, que affy re-
.cebiaõ , que era muito mais do que nos feus follairos ,
montava, e faziaõ as ditas perlonguas por razom de.
ferem. affy fervidos, e querendo Nós efqúivar todas .
eíl:as ma·licias , e perlonguas , e çàtando Nós como.
taes coufas nom. fezeffem, e que os feitos foffem cedo
defembarguados . com direito , e como dev.iaõ , e que .·
as gentes fe nom andaffem ílragando, e veendo co-.
mo efto já fora defefo por E! Rey Dom Dcniz per hua
Ley, que fobre eíl:õ fez. Teerno~ por bem, e ·Man-
damos~ e poemas por Ley pera fempre, que nenhuú·
Pro-
(~ l. ll!Cnos M ! (b ) I'.crlong.adas s ..
' i
'
94- LrvR© PRrMEiRo , T1ruLO TREZt:-
·~
Dos PROCURADORES , ETC. 95.
tt: ÜLJvidores, e Corrégedores , e-quaefquer outl.ios_De-
fembargad<?res, Juiz_e s, .e .Contádo·r es, Thewureiros >
Ve~~.d.ores, Almuxarifes ~ Sacadores., Enque11edores,
q'ue filharem pam , vinho , carne, ou out.lfas qúaeef-.
quer coufas daqueUes, qü-e perante ~lles, 9u veffem fei-
tos, ou que ou veffem de fazer em feú~ Officios algu- -
m as coufas, qu~ ajam a pena .pofta ein_eíl:a Ley con-i
tra os. Procuradores , ou- na. primeira parte; a faber ,.
. por a primeira vez fufpenf6 por_dous mezes, e pela
fegm1da quatro, e pola terc~irà perca6 o Officio, e
rtunca o mats aja6 em alguú temp_o :·e eíl:a pena Man..,,
damos, que ajam os T~l;>alliaf!s, e ~é:ripvaaiés. , que :fi....
1-h..arem as ditas çoufas daquelle~ , cujo~ feitos tevé-
~e-rn , ou daquelles , que com elles ouv'Úem de fazer
·algúas coufas em feus Offi.cios; e ~íl:o fe entenda taro ..._
bem nos E fcripvaães das Audiencias, como. nos E_f-..
CJ: ripvaães dos Noffos Offie íos, quaefquer que fejaõ, e.:.
· outro fy nos Efcripvaães dos Co~cel~os. ·
T I T U L O XIIII..
Do Sc,ripvttô dos ·Feitos . d' El R~y.
1M
~
ANDAMOS ao Efcripvaõ dos Noffos feitos,, que~
ponha: bõa diligencia em guardar os ·F eitos;
Noífos, ~ pera eíl:o tra gua Mia·arca fechada, em que:
t.i:agua os feitos,_e faç_a delks rôol ,_e dalõ-ha ao N of....
ío, '
96 LIVRO PRIMEIRO TITULO ~ATORZE
______ ______
jaõ regiftos em ell'es feitos , e guarda em elles poíl:a, ~
eomo dito be , fob pena do-Officio , .e de. lho Nós ef-
tranhar-m.os gravemente ,-Como for Noífa mercê.
_.;.....
' .
TITULO XV• .
\,
Do Efiripvaõ das Malfeitorias.
.
\, '
:
... • ''f'
. · ·' 1
. ' ..
!l>.
r. f
r. Do' EscR,tP.VAÕ' nÀs MAL.FEITORIAS•. 99
ás poer em recadaçom ; e pera efio o·que fobrn ello
prdenar o Corregedor, ho Efc,ripvam ~as malfeito-
~ias o efçrepva.
1 .7 ITEM~ Todalas Inquiriçooes devaffas de 'mortes;
ql!e os Juizes devem mandar a:a Corte ', fegundo He
ordenado, haõ d'hir ao Efcr'ipvaõ das malfeitoriaSi, e
elle as ha· de trazer , e outro Efcripvaõ as bom d~ve
tomar; pero fetal_lnquir~çom vém aa Corte per:,cat'ta
pera alguús -0mizi:ados aver~m livram.ento per via de"
perdõ , deve ·v.!r aos Defembargadores , e os Efcrip~
vaaés do Defembargo devem fcrep:ver os l.ivtamen- '
tos , que fe em elles deretn.
- T i 'l' U L O x:vi.
' • ·I
E
~ •
,. r ,
.. :
roo LrvRó fRIMEIRO · TrTuLo DEZAsE1s
ffja .feita per .tal manêira >qlrle ~nde per giro ·ei:n ·cada1
. huu mei antre·etles; e nom frrá oufado nenhum Scrip-
..hõ ·de' :Íllhâ:r ~~guú feiro, ou fazer Ca.rta, ou qual-
quer outro defembargo·, falvo.quando, e como lhe
fo_r'dito, e c:;ncam.inlpdo pélo d.ito Deftribuidor' ; e
faiendo alg'uú 'delles a· contrairo, pagu~ pala primei ..
.tà v·ez duzemos rea-es bral1rns ,., e pola fegunda feja
. fofpenfo d~· Officio por fe\.s mezes ; e poia terceira fe-
os
\ ja pri vadô do Officio ~ e dinhe~ros :fejaõ ·pera .~ Ar-
ca da Piedade. .. . ' · .
6 ÜuTR? sr Mandamás, qu~ todolos fobr~ditos
.Scripvaaés ponhaõ as pagas per fuas maaõs,, affy nas
- 1
\
""
. J.G:>.j. LivR,o PRIMEIRO TITULO Dtz:Asns
--------------
hum
_Vt) fobre ditoi S,
Dos1EscRIPV. DANTE os DEsEMBARG.,, ETC. io5
hum . dos· outros Scrípvaaés ;·, e enforrnaçom em .tal
guifa ,-que nom fejam as partes detheudas por efta ra-
~om; e fe o aífy nom fezerem, que paguem aas par-
çes todas ~s cuftas, e perdá:s; e dapnos ,:e rnafcabos,
qüe pela dita razom fézerem. ·
i3 E POR nom feer .duvida no numero dos Ef.,.
cripvaaés qúantos devem feer, Mandamos que no .O f-
\ ficio do Paaço dos Aggravos , que aa Noífa Corte vie-
i:em da Cafa do Cível, que nom aja hi mais qu~ huú, .
Efcripvaõ ; e os outros aggravos, que vier~m d'ante
o Corregedor da Corte, e Noífos Ouvidores; e o da.
Rainha ,'que i:aaes aggravos fejam deftribuidos pdos·
~fcripvaaés do Officio do Paaço; e que ho Officio dor
Paaço nom aja hi mais de cinquo Efcripvaaés , con-.
tando hí aquelle Scripv~õ ', que ha de fcrepvér osig-
gravos , 9.ue .veem d 'ante os Sobre- Juizes , como di~ ,
to he..
14 ITEM. No Officio do. Juiz dos Noífos feitos , '.
que' aja hi dous Scripvaaés, e. que em Officio do . Cor~
regedor da ·cone nom aja mais de.quatro' Scripvdaés. .,...:
15 ITEM. ~e no. Officio d':a~te o Ouvidor da'. ·
Rainha nom aja hi mais·de huú .
.16 ITEM. ~e no Officio dos Noífos Ouvidores
f.iom aja hi mais de tres Efcripvaa~s. , : ,
· i7 ITEM. ~e em todalas correiçooés de .Purtu-
gual ; e do »AJg1rve nom aja hy mai's em, cada hii.a .
correíçom de quatro _Efcripvaaés.
:{ 8 OuTRo SY Mandamos·, que nenhrt dos ditos
d
·"-
Liv. L Scri ... ·
. :
·Jo6 ·LrY_Ro P~rMEIRO TrruLô D!lZAsEr~
------------------
guifa nom. ·
_________
,
T .I T U L O X VII.
(o
Do-Porteiro da Chancellària •
. 1:
•'
' ro3 ' LIVRO rRIMEIRÕ . TITULO DEZASETE
T 1 T U L O XVIII.
Do Porteiro da Rollarom.
---------------------------------
T I T . U L O · XVIIII.
TI..,
Do PREGoirno DA CoR TE. II 3
-------------------.-------....~·
'
TI TV LO XX.
Do Pregoeiro da Corte.
/
O PREGOEIRO da Çorte per Direito , e per cuftu- .
me ha d'eftar nas A,udiencias preftes pera apre-
goar qualquer , que mandarem * degradar com pre-
gém~; e fazer (a)* outras to_ufas, que lhe forem man-
dadas pelo Corregedor fobre alguuã eixecuçom , qu~.
,.J eja neceífaria ,.ou compridoura per~ bem de Jufiiça; e ·
.elle ha d'eftar fempre preíl:es pera chamar os outros
Pregoeiros. <;ada vez qu·e fe ou ver de fazér júíl::iça~ ef-:
tando aa porta da 'Rollaçor~ continuadamente .aa
quarta, e aa feft~ feira , que fom dias efpecial~erite
depút ados · pera fe fazer juftiça, por ta-1 que a~ fua
-mingua.a juftiça nom feja retardada.
r " ITEM. Hade fazer todalas remataçooês d~s dx- .
<Çcuçooés das f~ntenças do Correged~r da Corte., e
"_}\
____
. 2 !TEM· Há d'aver de feu Officio palas eixecu-
çooês, que fezer , fegundo ht: contheudo no1titulb das
·-
Liv. I. P cou- ___,.
•. .{a) apr~~oar per degre<ló , e pera S. ;'
. \iINTE E ' DOUS '
couíàs···, que f>erteecem ao OfE.óo êlo Co~bdor . das-
cuíl:as. ,_
.:
" ' r
~
· T 1 ,T U O . XXI. ·
' 11 ' ' ' . • ., . ..
A.
. .
O _OFFiêIO qos Porteiro~ d:Os. Ouvidores.., aff~
. Noffos , como o da Rarnha ,_ perteence _. fazer·
· ~q-ü~llas coufas perànt~ ·c.»s-ditos.Ouvidores·, e _foas Sen-
t'enç~~ , que"perteence fazer a9 -~or.tdrQ do Correge_. 1
....----.............._..__________.......
:;)'
"
.~ T Í TU .LO XXlI..
') ·- .
])ó .qzt.e·pf_!teence aos Carcereiros da ·Càdêa ;- do Córregedól
. • . dq,;Nqjf-a Çor:te , e dà. C{ldê.a dóS Ou'iJt'dores. »
O.CAR~~REIRo·
' :" I ' '
1
r
\~ ·
_Do··QYE PER1'tNÇE AOS CAReEREIROS, ~Te. : ·~ r9.1
·r
a ndem pelos caminhos; per bonde quer que:Nó~' an-
darmos, pera os que prendetem, e com elles ha d'hit
"buú homem do Meirinho das Cadêas.
I T ITEM. H a de guardar mui bem fuas prifoões. ,
e os prefos\ e aprifoa-los, e requerer cada pia duas
:vezes os p;efos das prifoões pera veer fe foro '.Prefos ,
. e.recadados J e fe tem feita algu~a maneia per~ fe ~.a ..
verem de faltar; e qüando achar alg... QltÍc1. mal fei- ·
·t~ , -noÚficala-a )og1,10 a gram prdfa .a orregedor, e
ao l\1~irinho das ~ádêa~ ., para.hi·tornarem, e pfovee-
. rem com JufüÇa; e levalos-hain ~·~verternugua o Car- .
ceré~r-0. , ' e o M.eiri.nhà com feus homeés duas V z'es· .
"' . ' - ..
no, dia', .S, hã de fazei: toda-las coufas ,, que ~ lhes·ho
Meirinho das Cadêas ·mandar ·fazer por -Noífo Ser-
viço.
2 · E - QYANDo· os prefos \n.clare~ camiohQ, ham_
.de feer entregues aos Cóneelhos , honde cheglfarem ,
~ affy de E:oncelho em Concelho; e o C~rcqeirõ nom
lia de_teer outro carrego delles , quando andarem ca-
minho ., falvo aprifoa-los ªª noute h.onc!~ que.r que
c hegârnm'> ataa ferem ehtregues honde·a Çadea. ou ~er
de (é~r· él'afeífego"; e nom ha de confentir-;'.. que ne-
nhuú· prêfo tragua ferros_de beíl:a, que fe feichem ~ e
·quê fe desfeichef!l com c~_ave ; ~ qualquer," a 'lue os
. ·t nàndar trazer, ou confentir , que Ós tragua ., ham de
:fe~r · do Meirínlfo das ·c;_~deas, que ihos t 1a:loguo cfo"
mandãr fi.lhar (a) -• - ...
- =--=--- ..:;. .- - ~-------
(aj os dito> fe rros , fe os mais t~v~r S.
I 16 · :LrvRo Pf{uniTRo TrruLo VürrÉ E TRES
., • .. ,. • • 1 ••• • \ ~ " ti ·'
'·
! '
~om:r~
. ca· em · aquella·terra; em qmi ha, de con:eger,-j _ '
~ tambem no feito da Jufüça, com~. Í,lÓ * úfan;~nto ·(d) -~'
~ da terra. Primeiramente
,( .
desq~e for·efi! .fua. ó:>rreÍçom ;' '
/ '
.,
\
• .1 .....
.
! ~' ,. •• •
-.... :.~
'
.
,\
' "" r J
.ot~.
·' ·. ' .' e'mo~rgue'fu. 'lom direito ;' juftiça:~ e' de çonio. os_
~ 'l; ' • - ~
gedor~.
; ou·a Nos.~ 1, ~
. . · .... , :16~ . .~ ., .
~; 3, · .E sE º ·G_or~"<tgedor ~c;:,hár-. , ·que . nom ~ pr~ndem
- ·"' - '
1
deve
. rnànàar·apregdar
~ ... )... que,.,.venhaõ. .,. 2ei( }
. rante
.. Dos·Con.REGEi?ORES DAS CoM ~\RCAS ~ ETC. r r9
.Fante elle . todos aquelles ; qqe ou verem qµerellas de
Alquaides , e de J1.üzes, ou Taballiaaê.s , ou de pode-
e
:wfos ',ou d'ou~i:os quaeefqtier, que 1has ·fará corre-
ger; e qu~ ·outro fy.venhaõ peranté eli_e todos os q~1e
ouverem demandas ,_,e qi:ie lhas fai;á d,efemhargar; e
•(:) pr'~go'm aíty aàâ'o ; devtt chamar os, Juízes daqué)le
lugar~ e poe-los a par de fy, e - ~azer-lhcs ·pergunt~,
~uando veerem as partes , que feitos teern perante os
.Juiús; porque os'-n~1~J defpachám, mandando-Íhes, .
que Ieguo defombarguem feo.s feitos.. _
5 E nu ne>~ deye tomã·r em fy p1~eito c.rimil}al·;
nem civil, falvo 'd;Àlquaide : ou de Juiz , ou dos que
forem .Viogàdos, ·ou Procuradores ,, ou Tàrbal.li~aés: ,
eÚ''qúUllroS· quaeefquer pqdernfos ., ,, e ©S preitÔs de:ftes
poderofos fi.l:he'tiFl. em fy :quarrd_e os Juizes. diif.e<I"em.,,
que Í1:_om podem por á1gúa ~·ire-ita: razo-m f~zer direi-
to,. aern jufü9a d:dles. ~ oa for.em fofp~ i.tos , ~ . entorní
maça €fl'.~s feitos €m qil!lanto hi ·e.ftever) e deífémbar--
gue-QS, fe ~©filter; efe ~S 'h i HO.O~" 'pode.r defembairgar t•
cortreta .elfes. fekos aos Juízes ,. que f©.r.:om. a:nt;,e-ell:es·~.
1 '
1
que :for~m. fer.n fo.fipeÍ>l!a, ©Ü a algu.ú homem no@deff.ai.
ViUa , fe "'e·fI'Cl's1@urrµos. Jui:zds for.e·mi. ,ffO,flpeitm;: ,.. c©!~o.·
por :JN'.ós 'he r.:i.anda.ão ;' e 1i.0do... I:os outros feÚo~ faitai ou-1-
vir, e de:femba.rg·a r pelos Ju•i"ões ,.tambem em quaH•lío:.
hy for , €:Qmo a·efpoi-s ; ·e, .te -~kCpo.~s quantà'o- hi. tor--\
RÚ, ~.çhar que al:g:l!lús.'daq1!1€l1l·es feitos noFW fom ~h~f..:.
ftm0a.rga<lo31 per culpa· Qaquelles. }u·i.zes·,, ou por 0u-.
tra maneira, 'como qito. ~e ,. <leve.-lho.d'eíl:r.anhar , ,
~
. a.íf*.
1 ·~ •
I.20 LrvRo PR·IMEIRO TrTuto VINTE E TRES-
------.....--.---
.
(·a) em que cahirem
Q_2
Jj!
. fa- ·
z4 . LIVRO PRIMEIRO TITULO VINTE E TRE~
1 faber , a deHes pei;~ palavra ,. e ·a delles per obra , ou a
todÓs por ofüa ; e fe fe nom quizerem cáfüguar , ·de-
grade-os da terra , fe vir que compre, ou dando-lhes
outra pena , fegurrdo o feito. demandar ; · e fe achar ,
que o Alcaide, ou· Jtúzes ; que -entom forem, ou ou~
· tros guaefquer, ,que. ajam de fazer direito, e Ju!l:iça,
l'!am parte em. eífes bandos , e que por effo léixarom
~ de fazer direito e Jufl;iça, e aqueUo que devem, de-
·. v.em-.lqei dar muito maior 'pena, que a cada huú dos
outro~ , ca_quanto eU~f' foro .maiores em_honra, e em
eftaqo , quántà -maiori p><:;µa merecei:n ' confentit:1do ,
e ha~endo pane· n'os maaos feitos •; , e defafefeguo da
tcrr~-~h·u elles honra_, e. ftado t~verem. '
e '14 ITEM. Deve a faber fe os dagtielle lugar, em
que ha de .c<'n:reger, i:ecepem ággra·v~mentos dos Al-.
.·mox_é).rif~s: e S_c'ripvaa~s-, -~ ou dos Porteiros , e Saca-
dor~s ~ou' d '.o_utros qu~efqu~r Officiaaes, que,ajam ae'
,tirar, e. próc~1:ar rn~ífos· din:;itos : . aggravando o Povo
.c:omo nom ~~_vem ~ e fe for_ per razom. de feu Officio'
deffes O{ficiaa~s , diga-lhes , que· o nom façam ; e fo
o fazer nom .quizererp, faça-lho correger , e de como
o fezer correger, faça- o faber a Nós ; e efio fe enten-
da quanpo no)ugar . onde, eíl'o aco11tecer , •nom fór.
Vee~01: ·aa Fazenda ~ _ ou ~ontad?r , _a que efto per-
teemc_e correger, ca: fe hi ou ver , deye;;-lhe de notificar
· efto '· qu.e ·fe affy faz, que proveja~ ~ ello ., comQ.
feja ernr:n~_ndádo. ·, -,-
. 1..5 OuTi)o sy; 9.eve de ,falJer·fe alguus poderozos,
,.. ~ ~ - 1
>'·
.
Jurdiçooés ·teverem, que ham d'aprefentar os Tabal- •
liaães a Nós, Nos confirma-los; que e nlegarn taaes·,
. R
,
Lt'v. I. qué
-'!....._
- -.----------',
('.zf as c9µ.f~ fuas ~~l
- ., . ~---------........
elle. maµ_:i9u_S~
-
Íu-
Dos CORREGEDORES. DAS COMARCAS J ETC.. Ij'l
'.
'.
.
.;; ,.,..... ,
i:-
...,
'" .
Dos- CoRREGEDORES DAS CoMARCAS, ETC. r33
"
.,
13 4 L,nmo .-P1uMEIR-0 TITULO VrNT·E · E ~TRES '
\_
' . .
i3.6 L Mr:Rd .
P.RIM.I!rno'
1
TITuio YINTE • E ' TRES. .
· .pei-a Jiui 1.eis -, ' affim ,Fiàalgos ~ como Cid<l;daa5s ; e_em
., ' . i '
:Gutro titw1o dei-m ·quaees fo.m pertreecentes pe:ra,Ve- _
xeador~s .; e e:rij1>utrn titu'l'o lhe d~~ 'quaees , fom pçr.;; '7'
' 1
, . 44 LoGuõ tanto·que o jur~_mento fot rl<1:do_, re19
'
'··
138 LIVRO -PRIMEIRO TITlJLO VI:NTE E TR·ES
...
l 40 .fulVRO fRIMEiltO ,TITULO' VINTE E T'RES
.ma~
)
i 1p Lrv1w " PRrMErno · Trru~o-. VrnTE E TRlis
.•
144 L1vRo PRIMEIRO T1Tuto VINTE E TRES
, >
';
J
.
ém outra coufa, fãlvo em o nom. noteficarem áasl'
juíl:iÇ:as , fabendo onde eíl:avaõ , qu,e nóm ajam
. -
por
~llo pen~ algúa; . ·
" 63 Ou:_rRo sY eíl:eJ., qu.e fufo dito he, de pagu~r1
a-dita pena, haja lugar em aquellas·,peífoas , que en-
t:obrirom, ou ·com figo trnuxer~m, e já ~om teem fa-
euld~de de o entregarªª~ Juíl:iças; ca [e o ainda te-
v:eífem e-m fua cafa ; ou com:íig0 trnuxdfem , . foendo •
·r equeridos, e o nom ootregando, Mandamos que af-l
1 fy
~~) dem s ... ~· -J • -
Dos CorrnEGEDORES DAS CoMARc'A s, ETÇ. 147
''
1(48 LIVRO PRrMEIRO TrTu10 VrN·TE E TREI?
__ ___
que vallem, nem lhes feja tQ{llada : palha ; nem Je...
',(a) el~o s,
..
.
,.
Dos "CORREGEDORES DAS t.:oMARCAS,
2
ª" · .
fua voontade. "'
67 E ASSY Mandamos, e defendemos, que fiom
.t omem beftas d'alb.~m;Ia pera·fuàs, carregas ·' nem :def-
fes. Officiaes , nen)' pera outras nenhuãs pefioas ; - ~ ~ .., 1:
que as meíl:er ouy.erem ) bufquem-nas . aas vontade·~ .
de f~os don~s porfeu aluguer. , •
,. 68 . E FAÇAM pobricar eíl:as· Hordênaçooés emas
Çidad~s, e Vtpas , e Lugu~res mai~res , bonde Jot~f9. ~
Càrregeaores ; e o Efcripvaõ, qu'e for ·da Camara JilOS .
Lugares, honde aífy po~rica~em; tfelade-âs no tivro
d_o Co1)celho , e lea-:as cada~ ~ez aos Jt.ti,zes, e yerea..,. _
dores na Camara, e quando ~íl:ev.erem na Audiencia,
fob '.Pena abpagar por cada vez que as nom poblicar,
m_il reis 'pera as obras do Concdho; e eftas Hordena..:
çooés afiy pobliéadas ponhaõ-n~s na Arca da Cli.an~
·cellaria
.. de cada húa CorreiçomL. .
~· '( \.
. ,''\
...
..' J ·...
..
r 5<Y LIVRO PRIMEIRO T-iTui:.o VINTE E TRES
..
T I T .u L o ,x;xnn.
' '
Em que mpdo hao de enquererfobre o Corregedor da lo-
.- marca, quando aca~ar ~o tempo dejeu Ojjicio.
.
"E <STE he q Regimento,
) ..
qué (b) Mandamos, que ·
tenhaaes_ em tirardes Inquir~çom fobre o Corre. ·
g~dor ae- tal Comarca, pera,f~rm9s em ·conhecimen-
to -de como úf~ etn feu·Offieio , per'a. lhe gualardoar..:\"
mós feu s boõs ~1ericimen~os , q 'h e darmos pena; fe
o mal fez per~ todos havere · 'xemplo. Primeira_...
. mente COf!leçareis no prim . ado da dita Cbr...'
reiçam, -,qu·e pafiar de cem o pera riba, 'e tantd
que_
.
~~--~~~~--~-,__....
(a), o requeira· (b) vos S, :NÓ~ ./V.(,
(.
-.
/
'.
.,
J 52 . LIVRO. PRIMEIRO TITULO VINTE E QYATRO
E
~
.
. ·"
"' · .'l
156 LIVRO PRIMEIRO TITULO VINTE E CINCO
. '
0 •' '
ÚA M•AN·EIRA, Q!JE H.AtÓ·DltTEER OS }UIZES 1ETC : J57 -
f'
.
~·
...
..
.,. ' '/\
.
'
·-
.
'
I sS LIVRO PRIMEIRO TITU.LO Vr~TE E 'crnco
...
". •.
/
(a) a ello (h) de feus J ulgados S 1 ddfes Julg_ados M. (e) l.'alta eíl:c ~-
Codigos de Santarem , e Men;eana.
1 60 LIVRO PRIMEIRO TITULO VINTE! C!NCO
•
162 LíV:R:O PRIMEIRO TITULO VINTE' E CINCO
' .
64 LIVRO PRIMEIRO TITULO VINTE E CIN€0
.......-~-,------·--
T I T U L O XXVI.
O
S JurzEs devem . feer cuidofos, e trabalhar~
que na Cidade ;ou Villa, bonde for Juiz, e. em
feos-term~s fe nom façam mal~eficios, nem alfeit9"'1
~ Fias, e fe forem feitas, ou outr9s alguús dãpnos ~ tor... ·
.n arem aos que . os fazem com grande dilige1'Cia , e
fem tardança.
'· 1 E POREM ,Mandamos aos Juízes , que fÕm , e
pelo tempo forem, que em cada huú· anno húa yez
vaa hüú delles por os termos da Cidade, ou Villa fa..,
·b er, e enquerer , e fazer geeral Gorreiçom fobre ef_.·
tas coufas.
2 - ITEM. ·Se acentencerem hi mortes d'homeés ;
qu de molheres, ou furtos , ou rnubos , ou forças de
tµolheres cafadas , ou virgeés' , fol.t eiras, . ou viuvas• .
e-.:
(.
/
(~J..P?ftas 1!'f•:.
:i:6'61 Lrv.Ro .P1~1ME[R'0' TnuL'0 1
.VrN'TE ·i 1sErs
...~ . . .
,~uaidé de,.fob fua 'maaó •em algµús lúgareã , .honde .
·f e nom d.eve de poer. · ·.
' 1 2 · I Ti~. Se~fazem. pedidas.de pàm , .e vl.~hç> , e
guados, e d'outras c!Oufas. ' '
. I3 hEM. Se prendem, ou foltam alguiÚs fem
mapÇado da juftiça, ou' fe os f~ixam de pr:ender por
peitas, que recehám.
. 14. ITEM. Se allugam geiras ·, ou ferviços.
I 5 f TIE:.M. ~e OS Juizies dn rumo paifado t1farom
./,. ~ feuis Offi~ios c~mo deviaõ ,, ou·fe fezerom .aggra--
, \ros algµiís. ..
· 16 I TE.fyr.' Se leixarom ~kfazer.·dfreito , . e JufüÇa
pe~r medo,·ou t!emor , ou por peita , ou por amoc ~ oui
. . . . . ~
p0r · negngen~1a.
17(' ITEM. Se levarom ·fervi.ç os, otrg~iras 1. e dei
qu~m.
\
Dos JurzEs HORD~NAIRos, ETC.
TI-
.{a). a faber os 'lue ufarom d 'an~e ·Sf .
' .
Dos V EREAPORES DAS CrnADES, E V ILLAS, ET~ •. I 73
·... . .
J,'
T. 1 T . U LO XXVII . . \ · ··
. '
r_ Dos Vereadores das Cidades, 'e Vi/las, e coufa.s., que
. ajeu Qffecio perteencem.
. " .
.Q S VEREADORES ham de feer feitos, fegundo he
colitheudo no titulo dos Corregedores das Co-
marcas. .. ·:::.,,
r ITEM. Os Vei'eadQres' ham de veer, e faber, e
requerer todollos beés do Concelho, , affy propriedá-
des , e h€rdades , caz;;is , foros , (e Jgm aproveitad<;>s,;
corno devem , e os que acharem mal -aproveitados ;
* fazellos (a) * adubar , e çorreger. . -·
2 - ITEM. Fazer meter todallas rendas do Concelho
en::i pr~gom, - e as que virem , que he bem de fere-
~a~arem , f~~ellas remata'r , e fazer ·os contrautos
com os Rendeiros , e receber as·fianças ; e as qJ.Je vi-
rem, que nom he prol do Cortcelhd de fe rematarem ~
mandall~s correger, e colher para o Concelho , e poer .
em ellas boõs requeredores~ e recadadores , e fazellas
vi.ir a boa arrecadaçaõ.
3 ITEM. Saber fê algúas poffeffooés ,. ou cami-
nhos , ou reilios, ?U fervidooés do Concelho andaõ
enalheadas , e tirarlas pera o Concelho.
· 4 ITEM .·. $aber fe tomam , ou trazem algúas jur-~
di- .
.(çt façaõ-no3
r.
\
___
.e as outras coufas , cha.m em os homeés. boõs , que
pe-
---------·---~-·--_,..
(a) o que fº"lpre S , .
.
/. L r
>!'.
' .
iJosl'.VE~EADOREs o~s tIDÁD'ES, E VILLA:s, E'ic. 17;,.
pera a Rolaçom, e Regimento da Cidade fom apar;...
t~dos, ·é digam...,lb.es aquello , que virom , e. confira:'·
.niõ, e o que com e'lles acordarem , .fe coufa leve, e ·
boa for ., façam-~a log~ poer em efcripto, e' guardar;
e em n.as cmufas gra.ndç:s,1
e graves, defpois que per
todos for acordado, ou per a maior parte del'les , fa-
çam chamar o Concelho, e diguam-lhe as coufas ·
quaees fom , e o proveito, ou dãpno, que fe lhes po- ''
de recrecer, affy como fe ouveffem demanda fobre
fua j urdiçom , O\:l fe lhes filham, ou lhes vaaõ .c ontra .
foc;is foros, ·e cuíl:umes de g~ifa, que ª~ nom poffaõ ,ef-
cufar; e o que"por todos , O\:l a maiór parte delles _for
,acordado , affy o façam logo poer ·em efcriptà no li•
• vro da vereaçom, e dem 'feu acôrdo á execuçom. E as
poíl:uras , _e vereaçooés , que affy fore.m feitas , e ou-
torguadas, o Corregedor da Çornarca nom lhas ,p offa
revog~r, ante as faça comprir, .e guaFdar: , ·e faber fo ..
,.
dam a boa eixecuçom quando polla Cidade ·"ºu Villa_,
' .
•rvier.'
9 ITEM. Corno entrairem) tomaram a conta aos
riPron1radores., e Thefoureiros do Co~celho , que fo..
róm o anno pafiado, e affy dos outros ann0s, fe lhes.
,tomadas nom forem.
10 ITEM. Poerom * vereaçooés (a)* fobre os mef-. ·
iteiraaes , e jornaleiros, e mancebos, e m~ncebas de·
foldadas ) e fobre todalas outras coufas) - que. fe com ....
.,
praõ , e v:ndetn ; e eíl:o nos l~gares, hçmde ~e borde-:·
na-
(qJ. vereaçaõ
T76_ LIVRO PRIMEIRO TITULO VINTE E SETB
~---,~~~~~~~--------
(a) illber S_._ (b) faber M, (e) laça6-no S.
Dos VEREADORES DAS CIDADES, E VcLLAS, ETC. 179.
•' 21 ITEM. Qs Vereadores haõ de fazer aveenças
polos jornaaes·, e empreitadas com os que fezerem a~
obras , e as outras coufas, que comprem ao Conce-
lho, e talhar foldadas com os Porteiros , e com os ou-
~ros, que ham 'de fervir o Col 1celho, e por frus man-
pad~s ham de feer pagados, e ·d'outra guifa nom.
2I !TEM. Ham . de dar Carniceiros , e *-paatei-
}"as (a) ·* , e Almocreves , quedem os mantimentos
~ mandar talhar aos Carniceiros •. e amaffar aas paa-
teiras, e lhes dar, e talhar guaanhos aguifaçlos, e cof-
,tranger, que fervaõ , e ufem de feus meíl:eres, e aífy
ps outros me~eiraaes.
22 . !TEM. Ham de dar os homeês ao Anadel pe-
ta Beíl:dros do Conto, fazendo-os primeirarpente vii!'.'
_pe1'ante fy) ouvindo fuas efcufaçooés i [e a's teverem •
.fegundo he conte_udo' na Hordenaçom • .
- . . . : - - - - - - - - - - - - - - - .. 1
('
T I T U L O XX.VIII.
-·
Dos AJmótacees , e coefas , que a jeus Ojfiâos
perteencem.
"- - -·-
( a ) paadeiras -
.,
fl.2
·, . .ter-~·
1
!_ _ __ ' .
Í 80 LIVRO PRIMEIRO TITULO VINTE É OITO!
.,.
'Dos A1 MOT ACEES
- J E COUSAS J ETC., I 81,
-
huu dos outros, que fom fu-ip_!os ; e fe algu,fí quife~
' '
leixar de f ua vontade per lhe fazer honra, em feu lo..,
guo entre o, que aífy novamente cafar , e f~ o lei.xar
norn quifer J ento~ lancem antrãbos forte J . qual fica-,
rá, e com dle o feja. ·
3 !TEM. Os Almotacees fej.am -bem av!fados.:
- que o primeiro ataa o fegundo ,dia, como entrarem ,
a mais tardar , mandem logo ·apregoar , q_ue os car..,
piceiros , e paateiras, e regateiras , e almocreves , al ..
fayates, e çapateiros ,·e outros Meileiraaés tod_os ufem
cáda huú de feus meíl:eres , e dem os mantimentos a: j
' ...
,par:~ .
-. ..
' ·
r81 LrvRo".PRIMEIRO . TFuLo VINTE E OITO
partes , e com os dapnadores. _; e (e achare~ que as
fau~, prendam-nos-logo pera fe delles fazer direito.
7 ITEM· Como .entrarem , dem * pefa aas paatei-
ras (a) , * e aas candieiras, e depois faibam fe ven-
dem per* effa pefa (b) *,que lhes foi *_dada (e)*, e
fe acharem menos , pola primeira vez pague · trinta
reis , e pola fegunda cincoenta , e pofa terceirà frjft
poíl:a na picota ; e eíl:a nl.eefma pena aja a candieira,
fe menos fezer as candeas do pefo, que lhe for dado;
e o carniceiro' fe pefar mal a carne, e a regateira, que
nom guardar a Almotaçaria , q.ue lhe. for
poíl:a , e os
,que mal pefarem, ·ou ~edi.rem. E fe o carniceiro pe-
f<1:r per falfo pêfo, ou a medideira , ou medidor me ..
,d ir por fa![a med_ida, fejarn prefos, e. faça~fe delles
direito , e juíl:iça, e aalem dello ajam as penas ,. que ·
[Qm contheudas no titulo de Corregedor da Corte :
8 . ÜuTRO sY os çapateiros" alfayates, e ferreiros,
e ferrado.res , e todoll~s outros Meíl:eiraaes, a que he
poíl:a taixa fobre feus lavores , e obras ,-fe as poíl:uras
J lQm guardarem , pola primeira vez paguem_ trinta
reis brancos, e pola fegunda cincoenta J e pola tercei-
. ra cento; e fe mais -forem achados em .culpa, feja-
lhes defefo-, que nom ufe mais defre meíler, e. fe mais
ufar, feja prefo , e norri feja folto ·aiàa Noíla mercee.
9 l TEM. Os Almotacees fejam bem avifados ~ e
áiligei:ites em fe.us Officios , e os dias, qu_e o pefcádo
:vier, cheguem logo aà praça_, e pónhaõ em elle AI-
mo- ,
'"') pefo aas paadeiras S. [q) eífe pefo
·---·-"-----·-
S. · S,
(e) dado
. '
.·~ --
-18+ LIVRO PRIMEIRO TIT-ULO V+NTE E OITO
que1-
Dos ALMOTACEES, E couS.As , ETC.
'.
.. :r.8·6 LIVRO PRJMEIRO TITULO VINTE ' E OITO
-
a parte apellar·, ou agravar , elles lhe dem apellaçom,
e agravo pera 'os Juizes , fazendo-lhe rolaçom do fei-
to por palavra ; ~ logo hi feja por elles viíl:a a apella..:
çom , e agravo, e julguado, í.egundo entenderem por
d1re.ito , que forem ataa contli.ia de dez mil -libras ; e
de hi acima defembarg'u,em os J.uizes effes aggra\\os ,
e apellaçooés 'com os Ve~eadores da Camara. ·
20 ITEM. Se os Almotaceês forem negrígentes , ci _
nom fezerêm as c~ufas f ufoditas , e cada huã dellas ,
"_ per cada huma vez paguem as coimas, e penas, que
.. pagarfam os que !-s ham de fazer, . e as nom fazem ;
e os Juizes ,coftrangam-nos pelos beés ,- e pelos co,r-
pos, quando, é cada vez que virem, que compre ; e
fê os juizes.a ello nom *.forem bem deligentes (a ) *,
o
pàgu~m-nas. el~es : e Efcrípvaõ da Almotaçaría ef-·
crepva todo,. e o dê ao Efçripvaô da Camara, que as
efcrepva .fobre o.Pro.curador, fob as penas fµfo ditas.
· . 21 !TEM._N o feito da Almotaçarià os carniceiros,
e paateira~ defpois., qµe fe obrigarem ao Concelho pe- ,
.ra fazer feu ,Offi cio ; . aquelle., que fe delle quizer fa-
hír , e nom fervir ataa huú anno, que o coíl:ranguan'i
pelo corpo , e pelo haver.;, q~e o faça ataa que eífe..
anno feja comprido.-
22 hEM ; O Efcrlp-vaõ da Alrnotaçaria efcrepve-- ~
·,
e Dos ALMOTACEES, E
.
cotJsAs., ETC.
....
:~-- ---·-----------·--~
xxvnn.
TITULO
' .
Do Procurador do Concelho , e coefas. , que. a ftu_ ·
1
<:. · - · ' • Ojficio pfrteencem: .
•
I
, :
r '
' "
1'88 LIVRO' P~IMEIRO TITULO VJNT.E E . NOVE
T I- T U L 0 XXX.
'
o
,Mandamos , que que cada húa das fobreditas cou ... -
•·: -
fas nom fezer , e for negrigente por_a primeira vez
perca o mantimento de oito .dias,€ por a 'fegunda de
q~inze dias' e pôr ~ terceira d; huú mez' e pola qu~r,,.
<ta fêja prezo , e nom feja falto fem Noifo ma·nc,fado ;
1fal ~o mo_íhando tal i-azom, ·porque a efto liam fej.a"
____________
,dito ·a tmazem; e qutro fy ~jci· armas·o. dit~ Efcripvaõ , ·
' ' fe e
.....,_ ......___~~-_;.,,- -.
1
(~l) . co;pps de. f~lhas S. .
- .
·1 '92 LIVRO .PRI.MEIRO Tr.Tu;Lo -TRINTA
' ..
·'
·.
1
. COfregir:nento atguÚ. O A-Jqua·ide .~· O~! ~qHelle que O
'.·
-.... '
. ,.
.' .
-w.·••
.,, ..
• r. •
<
.. .·
.
. '
, '
. -
qüaide, f~jam aprefenta~os per~nte os Jqizes ·, e 'O f- 1
ficiaes, ,e dem.,lhes j uramep.to na Camai:a , e fcriptos· .
.·
no livro da Vereaçom ·peraJerem .conhecido~.. ; e:,os N,
1
\.
·.
\ '
.. . . ,,
IJJ6 LIVRO PRIMillRO TITULO TRINTA .
~-. ~~-~~------------------~-----... -
. ,. dos .
(~ l • no.. feito· couber S,
Lr_vR:o •PJúMErRO TIT~to TRINTA
'
e
uvas ' as tmzein contra voontaq~ de"'feus donos·,.
-
Mandamos abs;Juizes /que fe trabalhem ~qpe íaibam1
.parte quaeês eíl:o fazem , e mandem logo requerer o
Alquaide, qu.e corregua o dãpno; e ·pagt..ie a ç_oÓi°ma'
~· .em dobro por qs feos homees , ou lhos CI].tíeguem ; ~
fe l·hos entregarem, faça~ delles direito ; e no~ lhos
entregando: pelos beés deffe Alquaide façam logo pa..::,
·gar -..o dãpno aa parte , e. a .<:coima ao Concelho , cm
·H endeíro em dóbro, fob p~na de a pagarem por feos
•1 bees. ~ , ,.;,. .
.,, ., .
rnapda~ ·a-os olivaae.s - alh~os . pbr os ~ip~s.. J . qu~ )ir
. 't·." . . . "
-~--:i. lr.-
i.y .~
.. " .T I T ; u ::.L . o ;.txxL -:"t··
ti' \'- : Das A1~mas· ~om~ Je ham. de'ji.lhar~· - ~ .
l~ ,,
. > . < 4 .
~~
,[a) c.Se11b.orio S,
~~~~--~~~~~,,__...----
(b) 11oip. entenlleinoi .•
ros, , "
-·
.·
y/ •.
..
..
DAs ARMAS coMoSE ,HAM ;DE
. . Flir-..........
riR. 2ot
ros, .que trouverem facas àefpon~adas, ';porque taais .
fa~as podera~ em tódo o tempo livr~m~nte trazeli
fem algúa pena. : " • •
3 ·A Q!JAL Ley affy feita pelo dito lfante, Man- .
damos que fe guarde eÓ1 quanto Noífa me:Cee for , .
aíly como pó~ e!le em Nolfo .Nome;. foi horde~ado; E '
porque P<?derá acontecer, que defpois "q_~e;- com a' gra- .
ça de DEQS viermos a tal hidad:e, que bem poffamos
a ver o Regimento qe Nóífos R~gnos, acordemos por
Noífo Ser~iç~- de confirma; a dita Hordenaçom feita
per o dit~ Rey Noffo A voo, i~~ndamola e'ncqrporar·
-·~· em ·efta 90.va ref~mnaçom .da-s Hói'denaçooés por tal,
.
'
.'
2'D2 LIVRO PRIMEIRO ' TITULO TRINTA E HUM \
__
~
tcdremunhas. · ··
_S: · E o_ Dl TO Noflõ homem vaa logo , e/orno. dito
be, com a dita arma,_ que tomar, bufcar o -dito Ef-.
, . ' ~- ,
,__,,........,.,,...
en-
e mais
DAS ARMAS COMO SE . HAM DE FILUAR. 203
)
r
204•. LIVRO PRIMEIRO TrTU·LO TRINTA E HUM
das armas, que no~ feja nephuú taõ oufado de q11al- '
.quer eftado, e condiçom que feja, que tragua _armá
'a lgúa ·grande, ou pequena ; falvo fe forem ~av.ü_lej
~os , e Cidadaãos honrados ·da Cidad~ de Lisbo~; e o
que· o-ontrairo fe?-tt ,, perca as·armas, .qu~ trouver,
e feja"'m'' pera o Alquaide da .f üdade, ou }'illa, onde
·~fio acontecer, ·ou 'feHs homeés , que lhas coutarem , •..
oll tomarem1·0~1 os Noffos Meirinhos, ou da_s Corr~i
çooés ) porque àquel!as armas, que cada huú' delles
cqutar , ou tomar , ferom fuas ; pero eíl:o fe ii'om e1t.
tenda ern aquelles ·, que àndarem cam111ho, quando•
per elle forem , nem aqu~l-le~, que forem ve.er _fuas
lavras , e~herdades , p9rq ue faaes , como eftes, a& po- . .
deraõ le\rar, e trazer livremente, em quanto pera el-.
las. forem, e dellas vieré.
_14 1TEM.-:1-lorde11ou !Dais, que todo aqueUe, que
for _a chado traz_e ndo arma, perca a di·ta arma, e mais
p~gue quinhentas liq_ras da ·Cadea, fe for piam , e fe
for Vafü~llo; ou àconthiado em ·Ca "Vallo ,. ou Meeftre
- 4~ Nªªº ... ou de femelhante condiçorn-, a tal,. corno
çíl:e, feja-lhe coutada ã·dita arma·,. e pague a dita _pe-,
1
~a fem indo por eUo aa Cadea ;. a q_ual. arma; ,. ~ p,~na;
'· .(erá dos Álquaides, ou Meirinhos , ou feos honteés ;. ·
que lha CO.Uta~em , _QU tomarem ,. COlTIO fofo. d.jto he ;.
ç fe lha outrem cÓütar, que nom feja dos fobreàito~,:
"
y
• are, que a aff coutar, averá ·ª meetaâe da. dita arma::-.
. .
f pena,. e a õt1tt:a méetade ferã do Alquaide da
.
q~a-
de); ou ViUa ,. honde efto acoütece}'.~
•
T I T U L O XXXII.
Dos Carc;reiros da Corte : e do que a Jeus Officios
perteence•
.p R .IMEIRAMENTE' oCarcereir-0 da Corte'h~ de teer. 1
- -
quatro homeés. · ·/
ITEM. O Carcereiro dos Ouvidores dous home~s '
1
I
pera encadear , e defencadear os·.prefos , . e os guar-·~
dar; e o Carcereiro d9 Corregedor ha de dar huã ca-
. dea de monte, e dous homees * pera (a) * os cami-
- nhos, per honde- quer que Nos andarmos, pera os
que prenderem, e 'com elles ha d'hir huú horI).em do
11éirinho das Cadêas.
2 heM. Haõ de g~ardar mui bem íuas p~ifooés •.
e '
(d) que -------~--~--
andem per S.
·Dos Cú:cEREI"ROS ·nA 'toRTE, nc. 'lOT ·
,.
LIV!t~ PRIMEIRO TITULO TRÍNTA E ....DdIS
. "···1 -· .... -
(;l) volunta.rio
Dos CARCEREIROS DA CoR TE, ETC. 109
T I T U L O XXXIII.
Das carcerageens da Corte , e como fe haõ de leuar.
•• J
1.. T I T U L O XXXIIII.
Das carcerageens das Cidades, e Vil!as, .e corno fe ham
de re.cadar.
,.
, Dos TABALIAAENS, E EscRIPVAAENS El:c. 2I.5;
-----------------------------·
TITULO xxxv.
Dos Cf'abaliaaés, te E]<:ripvaaés, do que ham de levar
dejeu Jolairo.
.
P
R1MEIRAM~NTE em todalas Efcripturas , que fe
ham de contar per regras, affy como inquiriçoo-
~s , apellaçooés , trelados , termos de proceffos , em
eftes aja defferença antre o Taballiam , e Efcripvam;.
a fabcr ; que o Taballiam leve de nove regras huum
real branco, e o Eícripvam leve de dez regras huu .'
'
)
per bem da pen[om, que pagua a Nós em cada huú:
anno.
1 E POSTO que alguú Efcripvam feja pruvico em
alguús luguares , que poffa fazer Efcriprura pruvica;.
como Taballiam, tal, como efte, fe nom pagar a Nos.
penfom, como pruvico Taballiarn, nõ leve, falvo de
dez reg ras huú (a} branco, como outro Efcripvam.
Pero fe alguú Taballiaõ for. privilegiado per Nos, qué
nom pague penfom , nom leixe porem de levar de
nove regras huú branco , porque fem razmn feria:
feu privilegio fazer a elle l?rejuizo~ E em todolos ou-
tros autos , que ao- Officio d' Efcripvam ,, ou. Taballi-
am perteence , nom aja outra algifa d~ferença ..
2 ITEM ~ D"húa cõmiffom fc~·ipta. no proceffo .,
per que Nos, ou aquel ,.que noffo lugar tever, come-
ta·
(a ) ml
\
a16 LrvRo PRIMEIRO T1Tu10 TRtNTA ! crnco
'
.-
r Dos·TABÀLÜAENS; ·E EscRIPVA.A,E-N'S ·ETC. '.iI-9'
.'
t .'~
.-~ . ' ~
i 20.
·.
,, 14 , E sz ~ parte penhorad~ quifer ·pag;:ir, e lhe fo-
·~ein tor~ado~ e!fes p~nhores , le·var~ '! Taballiam , ou·
"Efcr.ipvam a efcriptura, q~e ~obre eUo efcrepver,-CTin-;o
"' rada aas regras ) e m~~s de{fa entregua · quatrn reaes
·pranco~; e efto fe entenda quando a penhor; for "fei~
(
' ta na Villa, Qu .arravàlde do.. Lugar, h\;m & 9 Tab<!.J.li- ·,.
· ~in ftev~.r, .porque, fe .p ais 19nge f?r,'}ev;irá m.a~or fo~ · ·~
1.
Jairo , cor~o fe adi~?te di.r4.~ .
. .,.~ . ·~,
,.
"
., . X I T U L Q XXXVI.
' , .. . \ .
· Do que ham de lévar os 'l'aballiaães, e ~crip'f!aães ~as ·
.. _., . . ..,._
· ·. Cartas , e das Sentenças, e Alvar:aa_es, quef~z~(m. -
E.
,.. , .
' ')
ª''
.Eíl:roinento, q~e fe faz per tre.Ja,do .d'ol.}ttas efcri'ptn~
f ªs, nom leve de tal pelle eh.d feilom quar~rita '(
. branco~ , e de 'f rea pelle .vinte bra.ncc;)s , ~ de quárt.o
. ' ~e pelle dez brancos:·e efto com.ta~to) que eftas pel:..;: .
-les, qu meas J?ell~s,, ou quartos fojam ~nteiros, .e bem
efcriptos. de todo, que~lhes norn tirém, fenbm os cer.. ,.
~· ·~ · · · .: "· · \ .,. " ·cillws :- _·
~~ .- ·--------~~i-r---~~-
~ ~~). ICil~I M, ' :. : ' . ('
. \
-'
.·
Dct QY-E RAM DE. L~Alt ds. TllB,A;I.IAA~NS ETC. 223J
.-
• l
',.
' .
~24 L_iv.ao PRrMEIRo 'FrTuLo TRINTA E SETI
--- r- - : - - -.
. · T I T U ·L O XXXVII.
. ~
1
)
.
pitas efcripturas, e mais qtJafro branços da hida. ·
'2··. • I T -E·M. ·o~s ~fcr,fptur.as~ 'que effe~ 'Tilballiaaês d~ ·.
P~taçÓ fezére~ ~m ~ p~per ," Íe for rnl efcriptura ., qu.~ ·
1
'.*encha (a) *·hiia foljia d papel ; le;varom dtllFt doze
t ' "1!'. ~ . ' (~
1 .
brancos , e de fua nota dezefeis r~aes, ·que he mais í1 -
. .. . . . . . ~ ' - ·~
terça parte ; e da mea fo~ha leyarom fe1s reae~ ·, e âa ·
-
.,.·
fua ·nota oito reaes, e d,.hi a jufo ·per eíf~ refpeit0: e
fa for fora. d~ Piíaço· faz~r 0
.tal ~fcript~1ra, leve ; hidi
•
..
\"
como dito he. .- . .
.
,· ·3 · E SE os Taba'lliaa~s fezere;m outras 'efcripturas; _
• 1 "" "'
.affy como inventairos, ou outros autos femelha_nt'€ s,
· --~ ferorn,-lhe _(b~. f con~a~s .aa~ regras; á faber, novy . ..... .
.r~gi;as por h,úum bra,nco, affy cÇ)mo levam õs outros
'Si .. . -~ - -· 1 . ~
--..-----------------·----------
, +·
..'· , :r J
p _,; -
T U L_O '
XXX.VUI.
~ . . . "{ "" .... . "
; ~ JJo qu-e kam (i.d Úvar os 1 d~~zÍ!içz(ies , e EfcriJ!vaaés
·· . das-· vijia,s dos feitos~ '.-
.J"TE~~ qoT~b~lli~i:O
. ·.t.
'
»~
o
·.tO ,terço de qµanto . .'hontar _qa efcrip~ura da, .inquid:-
·çom deffe feito , atee hon'de a ~vifta foi pedid~ , con~
_
'taodo-a tod~ aas-regras , affY e.orno dito he ; e pofto --
"que a yifta feja pedida i;nuitas vez.e ;, 'n~m ·ieve efre -...
.- -(R) • tenha
Liv. ~L '1. f F~f Ta- .'
__._,:__
.
---
----~___:.._
.
',, (bJ ~ fejam-lhe , . • ••
'
-
~·26 CrvRo PRIMErR~ TITULo.TRlNTA E o-ITÓ - ~
ra·balliàm , ou Efcripv.am vifta., fenom huã vez. Pe.!
'o f~ defp.ois- que ª.· v.ifta foi~ p.edida huã ve_z , o fei~~
~recer mais per inquiriçom, oµ per. efcl'i ptura qual~
quer ; fej~-Ihc Conbda -~t viíl:a do que' mais · ê receo,
~al e t}.1 _donde a ouua vifta foi pedida; e eíl:o'_ com tan,..
to que ·the nom c9ntem vifta donde lhe contarem 0
'trelado.
I · ITEM'. Perante o Jniz da apellaçom levará o
Efc_ripvam da vifta deffa apellaço~ hum branco de
cada folha~ e ~fto porque antiguamente levárom o
,q uinto do qu ~ montava em .a ·dita ap'ellaçom. -E por.li
'que a ·maior parte de toclolos feitos em _cada }úa. fo:,.
e
Aha ·mczata d'efcriptui·a1quatro ·:re_aes, e quatró meid,
.ie 'c inqub reaes' ) ·e dellas fei~ reaes ) ç * tomando (a} *
~ defto o meyo , que eram ciQquo 'reae.s, porem levem
de cada folha huú real , que he o quinto, coino dito
e
' he, como ha gr.ande temp~ que leva~. _ Ert~perp fç·_
&!:Contecer , que o -Juiz .da apellaçorn- mande tira~ al-
~uãs l;:nquiriçooens .em effe feito, defpois que peran- ·.
te elle p·e nder, ora fe ;ti ; em na Corte , ou em outra
parte, e foi dellas pedida a vifra »leve hà Efcri_i)vam
~a vifia.
.
dçl!as .o ~erç'O, affy como fe o~ féito'. fofre: co-
:\
·meçado perante effé Juiz- da apellaçom; como fufQ
__ -dito -he no .Capitulo proxiino. , ·
:2 ITEM. Seacontecer, que huú feito feja livré per:
-Sente1w1, e deípoi~ for per aiguma parte dado em
àjud~ íua em outro feito , ~ fur del pedida a vifta pe.r
algúa .
~--
(:z>) coiltan~
Do QY'E. HAM BE LEVArt os TÃBALLlAAENS ETC. 22.1
T 1 Tu Lo· xxxvnn.
Do que ham de· le_var dá~ hufcas ·dos fei~os , ·e. âas·
' . {fcrijturas. , , < ""'
/·.
.,·
'·•
~2 8 LrvRo PR..rMEIRÔ TrT'u to TRINi'A E Nón :
a·m da -bufCa de·ral feíto(a) de c~dn_ mez . cinquo bran-
cos ; e eftq ataa o primeirõ anno~ mprido , aífy qu~
fom por a'nno.fe!fenta ' re'aes brancos : ·e fe for mais
temp9, que .paífe o anno, levúá' no fegurido anno
cada mez dous·brancos e ·ffieio, affy que ºIeram t;io fe-
,.
e:
gundo annb trint; reaes : fe paffar dé dous·an_:.iQ.(~ .",
leve ·pelo terceiro ànno dez brancos : e fe ·paffar ae .
,,
tres annos , ·d'hi en dfante no.rri le~e da bufca ·âeffe
feito nehhuã coura, (alvo, dos ditos !:i:es aúnos, em que
lhe montam cem reaes. E «~fia' bufca l'ne feja dada a
eíf~ ÍabaUiam, ou· Efcripvam, · nom tar).1 foomentc
polo fral;>alho» que leva em bukar .o feito, mais por;..
que .he theudo de.'o guar~ar· ataa ~inte annõs Ôs _cri-:
• 1 •
e
./
Do Q.YE HAM DE LEVAR DA.S BUSCAS !TC. 2:29
vo a meetade ªº
bufca d~, ta·l efcriptura, quepe bufcada em iivro, ~al
que lev~ria dos pr~ceffos: e das ?U-
tras _efcriptu~as·rure ditas, avendo respeito) corno fu-
fo dito he : e outrà•,ranto le~e o dito_Taballiam p~r
J:>úfcar ·o eft~rmentô, que tirou da 1~ofa, e nom foi
.reg4eripo pela p~rte ., a que perteenciâ d~ ·o
dar. ~ e .
affy )1óm efteve per clle. . . .
, 4 E l;'ORQyE os Efcripvaaés ·aos·
Horfoõs forn the-
udos .çie-fal.er enventairos
.... .,., i. " ~
dos -beé~ , ·que ' ficam pei:
• . • •
ies aas regras , affy, e pela guifa , qu~ fe· contaõ aos~
outros E(cripvaaés., que* fazem (a)* efcripturas"' em
prócetfo; a fabei , ~ nove . regra~ por huú real. ·-
5 ·E ESI' o rn ecfmo lhe f~jam_ Cém~adas ~s bidas 1 A
. .
rosas ditas despezas, e .receptas ·a? s, ditos Tetores, .
/ ave- ..-·
'IP J- fezerem.
Do 'Q'yE ·HAM DE .LiVAR. DAS Busc.Ás n _c'. ·2j:r-
'.
)
qu~
(a) coufa de: '
''
J ~ ,
.,
z3.2
;.
_Liv1rn ·FRI~~m~..T1:r.t;L-O TUNTÁ EJ~on
que fom pór_. tr~s ~nilod:e~~enta fe..aes br"~n~~~-. e.. le:.
·-.; vei;i *; da ~faiptúra, tjµe ~cier~:n · tpn!ada (a) *.;..~aa~
.•f,~g~~·S·,; Fº~no 9it~- l1e:-~" ~ Ô' :ue ~ con:,ra~i-~ ~e.Ze~·-P.,~!' ... ?: ~. ·~
Cacfa (b) vez, que ma1~l evarHpêgue -os~ dgihe!fOS, que , ·
. -·~aífy .rnais levar an~vea'dos 'aa parte, :e"'f~ja. ffiJl=>enfo': do
offi.cio at~~· Noífa me·~cee''~ ·e fe mais deÚe·'q fàr, du- ·..
. . ""k ' ,'
:i- i;ant:e ~a dita fofpenfo rn..: pt:rcá-o de todo··, e nuµca o
,. ,, ... • ... •
xxxx·. _,·.. _fo(' ' .. ~ \,... ...1;.
f {. ,,,,~{ • • .... •
f º ~e ham de !êvar polos. carretos do~/eitos. ·
V ' ' ! '~
. . · -
I .~ T~ripva
4
.;"( ..._ . - ' 1 1~
r,
,-·- J
·'
Do Q!!E HAM DE LEVAR PELOS CAltRETOS ETC . 2JJ
de ·e.ada parte.
T 1 T U L O XXXXI.
Do que bam de levar os Enquereáores.
------=-=~ ~----·
TI TU LO XX:XXII.
Do que levm·om os 'l'é!bal!iaaes, e E/mpvaaes, e Err-
q!terédores por fett ti-abalho, quando forem fora do,
Lugarfaier alg;úa efcripttmr. ,
Q.
'
U AN oo alguú_Efcripvaô , ou Taballiarn, ou
Enqueredor for fora tirar inquiriçoiil, ou fazer
1 ' .
outro auto , fe levar befta_fua, e moço ,.levará pera fy/ ·
e pera mantiime nto da befta, e moço quarenta bran-
cos por huú dia, e aífy d'hi em diante,. fe mais dias
em ello and::rr fora de: fua ca-fa:.
I
1 E AVERA' mais effe Ta-balliam, ou Efcripvam
de fua efcriptura , e aífeentad::l·S de tefremunhas ,. ou ·
penhora , fe a fezer.
· 2 - E o ENQ!J E REDOR fev.ará as affeentadas do dite>:
-
fal vo ,quinze r.eacs. _
T I .T- U L O XXXXIII.
Do que ham de levar os Porteiros , t ·_ Pregoeiros das
penhr!ras, e remataçooes, e citaçooes . .
I
r_
; .
~38 LrvRo P1uMEIRO Trru10 ~ARENTA \QJJATR.o
T I T U L O XXXXIIlI.
Do Contador das cu.fias, e de como as ha de contar.
. '
. -~
,4~ L1vRo p~·1MEffio!J'.fruw~*F,i~T:A°1: Q.:gATRo
' , ~ . ~. ! l ' • '
,
~ 1 --ir-
'" (ir)b lhe rcçrcccr .S.
- · 1• • ·' '
.....----....--:-
. .....
.. ·.
'
...
r •
,pito he. . · ·
(( 12 I TE.M. Se alguú Vaífallo ~ ou aconthiado for- ' •
peífoa honra~a, que tragua c.omfigo parc;eíro de bef.,.
ta, ou de pee, que com elle viva continuadamente,
a tal como efte ·aja cuftas pera fy, e pera o parceiro;
a:faber, o da befta leve cuftas, como de befta, e o de .'
p~e ~ como piam ; e cfias medês cuftas lev~m as mo,. ..
&eres de cada huú dos fobreditos, fe com figo trou ..
,yerem .os femelhall'(es parê.eiros ,'e ·companhe_iros, ou
companheiras : e efto fe 'entenda , que eftes compa ..
aheiros, que _aífytrouverem, fejam de hidadé de dez-
oitó annos. à cimà·; · e nom~ lhe cohtem, falvo·huú ".
companheiro, ou càmpanheira, pofto que mais tra..
gua, falv:o .fe for Fiaalgo, oú. Cavalleiro, feglindo a..
diante mais compridamente ferá declarado • .
Hh 2 . 13
.C") aprelfa(j . · .V
·'-'4.4 LivRo P.arMErno TrT'u:wQEAREN.TA ~ ,QYATRo
! ' . .
..
embai-gados , fará pergunta a dfa parte veerl:cedor,
que efcolha de qual defies feitos quer levar as cuftas
de fua peíf~a, e deífe feito, que efcolher, defie Ih~
fej~µi contadas.' E fe eífes feitos forem com defvail:a-
1da~ partes, e em huú tempo forem defembargl:Jados,
. fejaõ a eífa patt~ vencedor repartidos eífes dias da
pefioa, fe alguu tempo vierom; e fe nom vierom jun-
tamente, do prime.iro lhas contetn em cheo, fe julga-
~ai; forem, ataa qu~ os outros feit~s viérom, ou cada
~uúm ~elles, e d' hi endiante os repartir como dito
he; por .quanto poderia acontecer muitasJ vezes que
_ç~da huú levaria ..cuíl:as de peífoa ~nteiramente feen-
do aífy defenbargados per partes, e aífy levaria as cuf-
~as peífoaaes multiplicadas , o que nom feria coufa
rafoada : e o Contador n~m feria avifado fe lhe con-
tara já outras cuíl:as, fe nom, por o trefpaífamento
dos tempos, ou por eífe Contador hir a alguma parte,
.~ elle requerer eífes feitos juntamente em húa audi-
~ncia, e levar de cada huú os dias da peífoa em cheo.
.
I 5 ITEM. Muitas vezes acontece molheres, que
-
nom fom de Vaífallos, 'nem da& peífoas , que cuftas
de Vaífa!Jos devem de levar, e eífo rneefmo homées
'velhos , mancos , e doentes, que norn podem viir de
>pee, e trazem beíl:as allugadas, em que veem; quando
taaes pefioas forem veencedores em cuftas-., contartt
lhe-am os alugueres., que fez eré certo, que derom a
Fífas be!las,. em que aífy vieram aa Corte: e. e~a pro;-
va
'
·'·' ~ .; k
<;.·. : .:\.. . ~
.~4<6 LrvRo'P"R:t~l!t<J, T.cit:r~'~'AR.R~'D~ ~~ ~Ra ~ .~~<.
1vá dem ·per teitemü'n:hag;, "~. ~~F efeript~ ~;· : : ~ :fe-Qi:r.;i ~ .: .~";~~·
f{l'rem, que rtom tee)h reftemunhas, fique ~µ:k feu jú.::.· .: .. :t .·:
ranientõ, ~0m ta11~o:~~e efro, qué aJfr J.9~rarem i; n~Iilw, ~~·:;,, _
~affe de' ce·m , reaes a: cimã. - . \. . ,,_ ' ~-.! •• ~ ~
..
• t.
16 ITEM:. Todo o horn~fu, ou plófher ; que foi: '
..
:~m·,ra:J *.donta't(~).* ~e'-1Q~~ :ha i;nefter i<d"ifcripÇ,óm'
pcirqqe . pouco~ . éb'ntadçll;eir a~ fabem confar~- dir.ei,,.
it-àr-bern.te. ·iE.~rem * cleelara.ndo Nos (,b ) * ..o mQ®,
..: ·~- ·-:~qµe ·düyem . :tc::~r :ero :as contâ:r, por as partes ~i~
. :_: '"· - ~e'it~r'J<'l:Jilte .ga:d~ JhJia:.av~r fou .giróto; p_i::imeii:.~~~n,.
-. ·:.._' .r:e ·.'~!'to'Iítader · d.~;v~ .ve.~r a ,au'y_~m po 'a1ft9r qQa.n"l"
po. h~'º ~ 51u~ d<;~o.da, ; e. entq~jl' :v~j~ ;à_çóp,thia ~ .em,
H'lt~·. 'C~nd~RQ:~Õ : o..F.~~o ·, <;)u .Jl[c:>J\,l~·t;l1~ e·· egi ·ªque\-:-
lo' .en} ,qu~ ~ reeo for condãphado ' '~çni ;ta11io ,qe 9
flll;th?~·:V·~-~~9c::d~r ;-e::.em ,aqudlp,, <;.rri ..q~e o re~o. for
;tbfplto·,_:e.m ·tf!,hfo :h@·o reeo -veçQçec;i9r; ~ .vift_o -toçio,
fará du~·s .iÇ'~~~í\s · ~-e Çuff<!s ., ~ffoJD~~-as ,as ~Gufiª~ 99
,êutor .á, fqa '~l\>flf~e,;.=~;.i~ ~á.o ;ee.o _à, fua i·e. .des ~qlJe .fq:-
1J~m fo~~d~~ / p_ro~ej;a:qµàntas pa·r~d N~e-né~ç :o a;µ,.
· tor .daquâlo , 'q-1;!.~_:he: ~<i>-~,..tb~~çlp. ti~ fµa ,aµc;,qro ; ~e
1 '
,g.u(\nto no1m .V.<f~f}G'e.P , i·~e ~:~ q.4!PWlS RªJfte~ aQP,jr ~
g4e oVcten~egJ(_t~itf!.~: P,a.1:~és, lh~: de,m Q.!lfü Ç-~flas da;i(IJ~
fçqia do ~mto~ ,,--e-:a,'s ·"mais ·CUÜ~S la_oce *~a ( l') * f9~a;
0
'
Santa Cruz contaram nove hom€es de befias°, e d'hi
a fundo, fegundo de feito t.rouverem, e ainda que
'"' mais ,tragam, nom lhes contaram mais: e per feme-
lhante cóntarom aos .outros Abades Beentos quatro.
e d'hi perá furido, e mais nom. ,
. I~·
26 ITEM. A Ifailçoões, Comendador Moor, Fi-
claJguo, ·ou Cavalleiro de grande eH:ado, fern~lhaa
ve.es ao dito Commendad'~·r, e de femelhante fiado,
·ou' maior, fete de beftas, e d'hi a fundo os que ,trou- '
, verem feus proprios , e éJ.lhéos nom ; e fe mais trou-
verem J que os ditos fete J nom lhos contem.
27 . ITEM. A <_mtros Cavalleiros, e Efcudeiros
mais fomenos quatrf de beíl:as, e d'hi a fundo, co-
. mo dito he; e fe i;nais trouyerern, nom lhes contem
mais.
28 ITEM. Aas molher'es dé cad·a huú dos fobre-
ditos outros tantos hornées, e rnolheres por todos,
como aos maridos , fe os trouverem frus , e alheos· ·
lJOm: e efl:o (e entenda tambem em as molhei·es def-
tes fobreditos', fe Viuvas forem; e fe mais trou:verem,
nom lhes contem mais.
29 ITE~~ Em todos eftes capitulas, que fallam
das encavalgaduras, que ham de feer contadas aos
Cond~s , e Arcebispos , B[spos , Meefhes, Priol do
"'
Spital, Abade d' Alcobaça , ç ao Pdol de Santa Cruz,
e Comendador Moor &c. nom fe entendã aas ' fuas
pefioas principaaes, p~,rque aallem das ditas caval"'.'
guaduras , lhes. contaram as fuas peífoas.
Liv. I li T J...
2JO' LrvRoPRIMEIRO TITuLO~ARENTA E CINCO
T 1T u L o xxxxv.~
.lairo.
3 ITEM. Se effa parte de tal efcriptura p,ede o .,
·t relado, e vem a ella · com enbargos, e os enbargos .
fom ' taaes, que procedem, e for fobre ello filbada
prova de teíl:emunhas : e fobre eifa prova for dada
Sentença, entom aja o Procurador, que vem:er, OJ.I
.defender, o folairo enteiro, fe chegar.effe vencimen-
.to á conthia, p erque o deva de levar, fegundo adi-
ante ferá declarado.
4 · ITEM. Effo rpeefrno aqueece per vezes h0rde-
1mar-fe hlJÚ feito fobre muito pequena oonthia, a!fy
'fobre herança, como fobre coufa movel, e dura per
longo tempo, e o Procurador leva em · elle grand.e
.trabalho aas vezes , per fer em ponto de direito, e
ilhe convem fiudar fobre ello,, ou vor ferem muitas
'..efcripturas, que haja de proveer, ·e fe ~queece de tal
..feito ·nom montar a eífe Pro_s:urador de quarentena
..de feu folairo de dez ataa vinte reaes, fem razom
:feria nom aver gualardom de feu trabalho. :Porerri
iquando fcme.lhames feitos contarem, teerorh a regra
J upra pro_xima, ai vidrando-lhe die folairo, que lhe
parecer, que razoadamente .me-;ecé, com tanto, que
.nom chegue ao folairo enteiro : e fe duvidarem, fal-
Jem-no com o Chanceller, como dito he·: e eíl:es fo-
.lairos fe entendam nos feitos , que eHes Procurado-
·i-es novamente criam, e procuram ataa difinitiva.
li 2 - 5
252 LIVRO PRIMEIRO TITULO ~.HENTA E CINCO
--------"--... __\~
DE COMO SE HA DE CONTAR o SOLA IRO ETC. 2 51
''
5s LIVRO PRLlyfEIRO TITULO ~AREN-TA E CINCO
TI"'!
(4 } e aceíforio
...
Do _OJJE HA DE LEVAR o Co,NTADOll ETC. 259
,,
T I T U L O XXXXVI•
. Do.qt# ha_de levar o Omtador das cujlas_ polas contar.
.. ,
1
260 L1vRo PR1MErno T1ruLo QuARENTA E. sE1s
~.:.. .. '
a cada hfÍa .das 'p artes ·eÍn cada huum frito duas con.::
r<\s de ·cuíl:as , hui ·.das·. cuíta& cl_i!. Corte,__e outra da~.
·çuftas da~te o Çorregedor a, cad_a. h\i~ das;partes [obre
.fy ?' que'. fom affy qúatte<Ó~t·as a amba's-as partes ém
bda h_u.u feito, a faq.e r) duas dó autor) e ·~ufr~s 'du~.
do' reeo, de taaes cuftas, como eftas , porque he tra.:
' b alho de proveer bem todo o feito , l~vará o dito
'·Contador de a~ contar de cada hua das partes ein ca-
da, huum feito, que affy viet dahte o Corregedor, vin'.:.
:te r'eaes br~·~ cos, gue monta a amb~lâs ditàs partes
autor, e reeo ~ quarynta reaes brancóS em cada huú
d9s ditos feitos: qué _he. tamanho trabalho como tirar
·h ua fentença d"huú proceffo , que leve · búa pelle de
_ L • w
TI T p·LO XXXXVIÍ.
.. Do que perteence ao Officio dos Taballiaaés, e artigos, .
que ham de levar com as cartas dos Ojficios.
p-
ÜRQYE achamos, que os Taballiaé).és dos noffos
Regnos quando de Nos ham os ditos officios
· fom acerca delles muito ignorantes,, do que fe a Nos '
*
·podia feguir, e Úgueria (a) * defferviço , e aó po-
voo dampno, e perda, fe nom prÓve,effemos a ello em
. algúa m·aneira: por-e m · confiramos de lhe.s fazer Re-
gimento, e Hordenança, per que fe ajaõ de reger em
,tal guifa, que querendo elles feer bem diligentes e~
feus. officios, ligeiramente .os poffam bem fervir fem
· feu
262 LIVRO PRIMEIRO TITUJ'..Ó ~ARENTA E SllTE '
nom
~ '
daai·lho
. .
com minha repojla, digua logo o Juiz a tepof..;;
ta, e fe a logo nom der, o Taballiam nom leixe de dar
o efüomento ao que lho pedir : e deíl:a guifa o façii
antre as outras partes, que pedirem eílormento, e lhe
algtía das outras partes ~om quiíer dar logo a repof-
ta, ca he certo que fe o Juiz , ou parte , com que ha
à contenda, noip da a repofta, e lha de!Óngua, que o
.mom fazem , fai vo por lhe perlonguarem fuâ deman.?.
da, e por nom * percalçar (a) * direito.
7 · ' ITEM:. Os Taballiaaés levarbm das efc,ripturas,
que notarem , a- m~etade do dinheiro, que em ellàs
montar, aos vizm~.os dõ lugtiar, })onde morarem ~
tanto que notadas forem, e -a outra meetade lhe pa-
garam, feitas as efcripturas; e fo as partes hi nom fo-
rem ínoradorés , que lhe paguem logo todo o que em
ellas montar, ou lhes dem penhor por ellas: e os Ta-
baliiaaés dem as ditas efcripturas ao tempo fofo dito,
fegundo lhes he devifado.
8 ITEM. Os ditos Tabaliiaaés feram mui dilltgen-
tes, e a vífados de bem -guardar os ditos livros de por_.
tacollo, e.m guifa que quando forem requiridos pera
moíl:rar as -notas, que as mofireih faãs, e limpas: e
por fe'u trabalho de bufcar, haveram aquello,que lhes
per Nos he taixado fem pedindo, nem levando por
ello outras peitas ; e fejam certos, que fe as ditas no-
tas nom moftrarem boas , e -faãs fem duvida algúa ,
/'
que todo dampno, óu phda , que fe aas µartes dello
' - fe-
r
])o Q!!E PERTÉENCE AO órFICIO DOS
' .
T AB. ETC • . 26 5
fegulr, elles ferem theudos de a pagar por feus beés:
e norn tolhendo porem de elles haverem as outras pe.:
nas, que per direito , .e Leix do noífo Regno em tal
cafo devem d'haver.
9 hEM. Mandamos aos ditos 'Taballiaaés, que
alguas efcripturas, ou appellaçooés, Off trellad~s, que
houverem de dar, que primeiramente_as concertem,
prefe~te as partes, em guifa que a~ d~fpois nom pof-
fam dizer, onde taaes efctipturas mofirarem; que fom
minguadas, ou enadidas.
Io 1TEM. Os Taballiaaés das audiencias nom ef-
crepverôm algúas efcripturas, que perteencem aos
· Taballiaaés do Pàaço, e bem a:ffy os Taball_iaaés do
Paaço nom efcrepverôm alguas efcripturas '·que per- ·
teençam aos Taballiaaés das audiençias: e quem quer
que o coritrairo fezer, haja àquella pena, que per
Nos h.e hordenada no título da repartiçom dos Ta-
balliaaés. -
1I ITEM. Todolos Taballiê-aés, que fezerem -
efcripturas per cedullas ~ que lhes dem as pa~tes, fe-
jam avifados que tanto que as ditas cedullas forem
notadas , que perante as ditas partes féjam leu das,
pera fe loguo veer fe_ fom concertadas com as ditas
cedull~s, ç .em outra guifa nom, qem os eftormentos
'1ªs partes per nenhua maneira.
12 ITEM. Tanto que em cada húa Villa ,.ou Lu-
. guar .os Taballiaaés do Paaço forem dous , ou dhi
Liv. L LI pera
· ~266 brv Ro PRIME.IRO Trruto ~AR~NH E sETE. ,
( - '
pera 'cin1á, façam em guifa corno:·frr:npre' "( t7) fiem)
em cafa apart~da , que lhe pera ello for -hordenada
JD~lo Concejho _, por t~l -que as partes , que os meíl:er
houverem, pera fazer algúas.efci:ipturas, 0s poífam1
. 1igo,i~aínente ac11a1' erh
a: ·dica: caf~) que ·lhes. aífy for
affinada. :-";
13 1TEM. ~anclo'. notarern algúas eÇcriJ?turas ,.
que perteençam, e.devam fc;.er dadas a. ambalas par-
~es, fe ~a,dà Mia dellas pedirfua efcr-ipt~.ira , feja:lhe
9ada , ainda ql}e a outra, Pª!·te hom peça a: fua. ,
" 14 · ITEM. ~e nom fcjam Juizes ~m nenhuum
tempo,
. '
que foren~ Tab~lliaaês
. .
,.hem voauem
o
em Jui~·)
_z0 por fllgúa peíf0a, falvo por fe~s. feitos, ou daquel-
fos, que vivem com elles continuadamente e:m fuas ·
cafas . .
. ' I5 ITEM·. ~e nom arre1;d~m os moordomàdos ,. '
ne~ ·Outras · aJgúas .Fenda~ do Çoncelho. , de que ha-'
jain de fàhir coritendas, que devam feer defembar-J
guadas pelos Juiies, perante que elles efcrepverem.
r6 I T~M.' ~e fejam bem diHige-nt.es cadé\·V€Z 1
que f-0rem éhatnados ,pera hirem fazer alguús. cqri-_
tra.u•t0s, ou * eítormenfos (b) *a aiguas peffoas hon...:', ·
,radas, ou enfer mas ~ q~e arrazoá:damente no~ pof-
fam, ou devam vSr , ao dito Paaço, que vaaõ logo a·
fuas . cafas, ou moradas daquelles , a ~uj0 requeri-J
J;ne.mo forem chamados.. ' .
·J 7 ·IT EM. Seja~ · avifadüs , q~ando hot1~erem de)
:fazer
( >$.) conti1rnad;imente. (,b) teftamel)tos. S••
IDo QYE PERTEENc:E Ao 'oFFICIO Dos TAB. ETÇ. 267 ·
·'
. . '
··~ 68 LivRoPÍlÍMEIRO TITULO ~AR~NTA E SE.TE-!
I 9· ITEM •. Mandamos, que em ·todolos contt'au-
, - ".
\ ' .
.tos d'obrigaçooés; e. .affora~ent0s ,. e ·arrendameni:.
tos ,e compras , e· ven,d as; e apenhárnentos', ;.o:e ou-
~
.. ~
......
-....----~~-.,..,..,,. -~~-
~
'.
)DA I)ECI;ARAÇOiI FEITA ANTRE OS 'fA~. ETC.
T I T li L O XXXXVIfI. -
D_a declaraçoin feita a;itrt;. os Cf'abá!liaaes do ..Eaaço ,.
e os Tabal!t'aaés fias audiencias Johre as efcriptu_-
ras, que a cada kuuin deites perteence fazer.o.
N
,.
Osso h.-voo ElRey Dom Jopám, cuj'a Alma:
DEOS haja, .fez. húa Horden~çom das efcri-
pturas , que d_evem de fazer os Taballiaaés do Paaço,..
_e as ~ciue devem de fazer o,s Taballiaaés das . audien:-
çias, a qual Nos hfivemos por boa,, e Mandámos que
Je g,uarde : e pore·m a fazemos. efcreJ?y.er~ em efte li-
vro' a qual he efta' que fe adiante fégt.Je.. :. - ~
I DoM Jo_h am pela gi:aça de DEóS Rey de-Pur.,.
tugual >:e . do Alg?-rve ... A v~s Fulan0 Correged~r por
,, Nos-em .tal Luguar ~e a ou:tros quaeefqu.er ~que -de~"'.
pois --vos vierem por Corregedores, e efto houverem
de veer, faude. Sabede., que os ·noífos. Taballiaaés dos
'noffos Regn?S ' que foro pofr0s) e ;pat~ados nos .Paa-
_Ços' pera f~zerem a~fcripturas publicas, fegundo fé
eontem,em a noffa Horsi11_na.Çom ,, que- {obre efto h~
feita,, nos en,vi~ro~, djz~r, que antré os ..outros Tabal- -
.l:iaaés, que e_fcrepvem perante os Juiz~s na·s, audiên-
<::ia!) --'·e Efcripvaaé1> dos, h.q.r.foõs, ha ~ia , e era. &riga, e
' contend~ fobre .a)gúas ekr:iptura~, que cada hutls deI~
,l-es dizem que pei"teencem a elle.s de as hav.erem de
aífy
'f.'!.zel'.: e .eola-,brig;.a_,_ e co.nt~nda , q~e - he antre:,
dleS; '
270 LIVROPRIMÊÍRdTITULb 0EARÊN'I'A E OITO
',
DA Ii>ECLAl\.AÇO~ _ .FEFA ANTRE os TAB. ETC. 27~
rnnte
, \j
elles. 1. ;{
1
,1 ••. .,., ·' ' 1 •
•
contrautos '. d.e firmidqoem' an,ti-e 'Chriíl:aa"õs, e Ju-
',J - ••
Taba!-.-
' L • •
· _DA .DE~LARAçc:M 'FEITA. .ANTRE o:S TAB. F.'t~. 273 '
Taballi~a·és das audierkias efcrep~em· as receptas ,\e
de(pefas., e .fazem a& cartas. das vendas, ·e remataçoo:..
és dos beés.dos finados ,, que [e fazem pe.r n,iand,ado
dos .feus tefrai:nent~iros , pera bs ·darem'"'-e· difüibui-
i:ém ppr fo~s· ~lmas ;~ 'fq~tmdo ·pelos ·te·fraêiores h~
mandado ; · e efro fazem , p9rque o·s tefiamenteiros
vaaõ aos Juízes, que U1ies de:m pe~a eÍies Taballiaà-
·és, que lhes efro. façarri :.e pediro;.n-nos , que lhes d~-.
claraífemos qyem .lhes .efto h~uyeífe de fazer; E 'Nos.,
vifto feu dizer, ~ pedir, aç-0,rdarr:ios que os ditos Ta-: ·
ba'lliaaés
.
do i>aaço efcrepv»~
. •
as d.itas reteptas
1
.: e' def:. ·.
l .
..
-
' ' .-
~
74 LrvKp_PilrMEI~o T1Tu10 ~A.RENTA E _or'io
~ -
. 8 OuTRo·sy nõs enviaram dizer, que os Taballi-
.· ·•·
aaes . fazem emprazamentos, e arrendãmentos, e o- ·
briguaç~oés' e ~lugueres de cafa~, e -outros rnuiÍ:os
contr;utàs de vinhas, e herdades, é de dinheiros ~e
·mercadores,. ed'outras muitas couf~s' que' alg úas pef-
foas fazem a outras .' e fe.itos os dito$.'coút1'aÚto; antre
as part~s de feos prazeres, e voontades, vaaõ perahte
os·Juizes, e lhes dizem," que lhes julguem .per fenten~
ça os·ditos contr~utos pela guifa, que foro feitos, e os
ditos] s, vifio feu dizer ,;e -pedir, aífy lh~j~Jgam ··
per fontençàJem havendô hí outro Juízo: e pedirom-
.hos, que lhes declaraffemos quem-as houveífe de fa- ,
zer. E Nos, vifto feu dizer, e pedir, ~cord,<!,mos que
· todolos ditos contrautos façam os ditos Taballiaaês
do Paaço per fua deftribi.:içom, por q~anto as fen-
tença~, que em ell.es fom poftas ~ nom ~ fom, falvo de
prazímento de partes, e por os co~trauto~ haverem
j}l_í!.ior _ilutor:~dade, e fir:meú •., : 9
,' . .. . ~-
l' DA !>ECLA"llAÇO}.°I FRITA ANTRE, OS TÃB. ETC. 275
. ·_g. ÜuTRo~ sv nos enviaram d:ize_r~ que os .Efcrít
pvaaés dos- Horfoõs fazem .cartas de ~endas, e com-
pras,, e fcaímbos, e eíl:or-mentos d'arrendamentos. e
d'afforamentos, e d'obriguaçooés dos béês dos ditos_
· ho~·foõs, ·e out~os muitos coi1t1:autos, .e efcriptura~
· publicas. de frn;tlídom ~ pedindo-nos que lhes decla ..
..!aífemos ·quem as houveífe d~ fazei~. E Nos , viíl:o f ea
pizer, e pedir, acordamos que na ·par~e dos eftormen..
tos dos conhicimentós, que alguús tetàres dos ditos
1horfoõs derem a ·outr_os, ou áqüelles, que os beés dÔs
ditos orphoõs trouverem arr~ndados, que os faç~~ os .
. " )
•" · · · · Mm·
ptd~r, e porque poderia_acontecer , qu_e qu_a ndo al-
2 · --, · · :g·4âs-
, -
2'J-6 LIVRO ~RIMEI~O TITULO ~ARENTÀ ifOI~O
-·--- - _ peE
l"-1 l'era_;s, (_ó.)_ iilfmar s: (e) o. req~er.il!lentos. S. (d.) do .Paat,o.S,. ' - -
' 1
"
. '•
-.
DA DECLARAÇOM FEITA ANTRE OS TAB. ETé. 277
.per nóífas ~artas, e al varaaes, e- máÍ1dado, ou os m~n
daõ lançar ás J t,Jfliy~s per razom d 'alguãs coufas, que
mandam fazer: Outro fy fazem outros eftormentos ,
·aífy como q~ando os Bifpos , e·feos Vigarios rr:iandam
poer-ca_rtas, ou <r!varaaes nas portas prinêipaaes.das
<Igrejas, e~ que· mai:idã.m, que vaaõ acufar, e deman-
dar alguús Clerigos ~ que fom prefos em .fuas prifoo- ~·
·é~ por eiceifos, e .maleficios, em que fa_m culpados :
· pedindo-nos, que füe d~ê:laraífemos quem houveffe ,
de fazer os ditos ~íl:ormentos.
.
E Nos, vifto feu ,
diúi,
r
. e pedir., acor~amos que quaaefquer TCJ.balliaaés, que
. as par~~S· mais pre_Hes acharem, aífy ~:hPaaçÓ. , com0
das .audiêhcias , poffatn fazer raaes eílbi:ment.os,-,.
13 OutRo:sy nos envia.rorn dizer, .que os d!t0_s
Taballiaaés fazem eftormentosqtrnndo algúas peffoà-s
vaaõ perante os Jtiizes.,. ·e t~em noffas cárt.as, e alguús
ou·
1 • . • '.)
. .
''
LT~·Ro PR.rMEIRd.
-,
Tnu~o ·- ~AREN~A E·oI'fo
. ' ;
'' las· >. ~ per eUes harn de feer dadas as repóíl:as dando .
;. • •• 1 \, .
:Apoíl:olos-xefütatórios, ou re~erenciã'aes~ . .,
1 5 Ôtn:~o· sy ~os errvi~rom dizer, que faz~m car~
tas a~ vendas, (a), e de t~ma'taçàoés çie .l;)iés:. atfy ffio..;;
·~eis, como ·de raiz; affy e 0 mo qüan~?~~Jgúas pdfo'is-.
pur:n demanda Gom outras, -~ venc;e l~µÍ:na, d'a;s ·p~rtes;
~ kva fobr:e ello ~offas frntenças de.Jinitivas, ~ por'
·poder ,dellas, efcrepveqi, e r~ínata~ 'os ditós .beés: .~
. peclirotn-iios: ~que lhe decI,arairem~s quem a:~ ho_uvef-
:fÇ de faZ:tlr. ·E ' Nos;: vifto feu dizet, arntdamos que
ps· Tab~lliaaês ~ que efrl:~pvern nas- audierrcia$ p~.:.
'rante os:. Juizes, façàm as ditas cartas de venâas ,.'e
~ ~ ' '
·. ' '
1::. DA D~CLA!C~Ç.OM ll'EITA ,ANTRE~OS TAB~ ETC~ 21<!J ,,
Nos·,€ todalas outras ca-rtas d~ venda, e rema-taço~~s.
que per feu mandado forem feitas per virrndc·de f uàs
fentenças~· como .dito he, ou per outras qú\eefquer
• ... ~ ç
Ju iças; ··
16 · E P,ORQYE~ noffa t~ençom foi, e he ôe a dita
no1Ta Hordenaçom, que fobre e.f t; he feita , foe_r bem
to~ prida'' ~ .guardada;-• . é as deciaraçoóés aqui em
efta nofia carta ora per Nos novamente feitas: T-eemós
por bem, e ·Mandamos-vos, qué ·em "e:ffa Cidade-, Qú
:Villa , n~m em leus térmos ~on1 confentaaes a nen.:.
·h~1um do,s &tos Taballiaaés das .audie,ncias ~ , ~em d<;>
_Paaço, n~m Efcripvaaés dos horfoõs que façam · ne..: · '
nhuãs efcripturas,~ falvo ague!las, que_Ih•es a cada huúS'
na npífa Bordet:ia_çom,-e em e:íla noffâ declaraçom he
o
rnal)d~do . qu~ faÇa ~- e fazenào alguum ddks con-
trai ró, vós -deferídée.,.lhe dà noífa parte,que ·nom -ufem
mais 9os ofhcios;, -~as efcripturas, que affy ·feze1:errt
_.con~ra noífa: defef<.l; e :Mandado, q~e feja~ nenhÚéJ.S;
e. mais ' m~n<l,arnQs' qu~ ~agu~m ·ias parte~ . tcdolos
darnrn?s, e p~rdas ,-.e intereífes; que fe lhe, pêr ra-
zom dos ditüs coritrautos affy feitos nom valer~m •.
rec~ce~em' ou vierem j- e rriais fej~m prefos. e nom'
fol~os ataí;J. .noífa inerc~e: -he al n~m façad,es.
~-·
r:.· )
)
T
_._
.• \ ' .
Lry~o PRIMEI~<!> TrTuto Q'.:AREN-TA' E_1'.'civ~
~~~-....---~-~~--~~
'
.
' I • . '
TITULO
1 '
- . XXXXVIUI. \ (
. 1 . - ,
T l'.T U L O L. ·
..
•
• DAS . .CITAÇOOENS, PER.GOOENSJ ETC • . : · 283
da.las citaçooés, p~gooés, procuraçooés·, e inquiri- ·
• çooés ' de que ha:vemos d: aver os- noítos direitos' fa_
zendo defto livro em· cada huum anno, e façám com~ ·
·pridamente efto reéeber aos Porteiros , que ftam pe"'.'
rante os noffos Juízes dos ditos feitos, e pera,nte· o
Corregedor_ da n~ffa Corte, que de Nos ham· manti-
méto, aos . quaees ·Porteiros défenderpos, que nom
i:ecebam couza algúa dos ditos noffos direitos'· f~lvo
· perante os diws Efcripvaaés.
2 'ÜuTRo sY Mandamos, qu.e efta tneeima~ regra
· fe tenha perante os do noífo Defembarguo, e 01,1v i- _
dores , e efcrepvendo t~d efto aql!elks Efcripvaaés »
·a que dermos carreguo·; e andamos, e defendemos
· a todolos . outros Efcripvaaés, que fiihjlrein ,fnquiri-
çooés_, que ·ante que as levem aos Defembarguadores
façam poer as pagu~s em ellas pelos ditos 1101f9s Ef...
criP.vaaés, que defto teverem carreguo, daquello, .q ue
'ª Nos perteence .d'aver _de cada dito de tefte~unfia·;
ç os ditos Pott:eiros, prefente elles; recebam os ditos
direitos, e os Efcripvaa~s, que o contraíro defto fe.,.
zerem, hajam a pena adiante efcripta,.
3 OurRo sy d~fendeh'los aos dit9s Defernbárgua-
dor~s , que feendo-l~e levadas taaês inquiriçooés ferri_
pagas, que nom derri em ellàs liv.ramento átaa lhes
mandàrem poer ·as ditas pagúas·. .
4 E PORQJ!E mu.itas '{ezes aconte<!t, que os Def- . -
embarguadores , efpecialmente o dito Corregedor ,
,manda penhórar algúas peffoas p~r feos alvaraaes, de
...~. ·"' Nn 2. que
' ..
LrvR.l'> PRIMEIRO TrTuLo CrNCOENTA .
-
.que- a nõffa Cliancellaria levaria a dizima, fe per car..:
ta .patfaífem, a qual dizjma fe nom arrecada por aífy
paífar -per alváraa : Porem Mandamos , e· defende~
mos, q~e os elitas Defen~barguadores, e Corregedor
nom paíferrí. taaes al varaaes, fal vo em aquelles cafos,
e em aqudla conth~a ' que he horqcnado: que em tat
cafo os Efçripvaaés, qu,e taaes alvaraaes efcrepver'e.tri,:
que os norn entreguem aa parte, a que pertencer ,
nem ao Porteiro', .n em a outra algúa pe:ffoa, que per
e_ ~s haja de faúr a eixecuçorn , que primeiramente ~"
os nom moftrem aos ditos noífos Efcripvaaés, que
defto teven;m carregüo, efente os ditos Porteiros >
pera fe delles recadar , e var todo noífo direito .: e
es Efcripvaaés , que o cQntr~iro d~fto fezerem , e nof- ·\
fo mand.ado nom comprirem, fejam fofpe.nfos dos of-
ficios ataa noífa mercee; honde al nomJaçades. Fei-
ta em a Cidade de Coimbra p.uftumeiro. dia d~ .Se-
.tembro: per autoridad.e do Senhor lfante Dom Pedro
!fetor, e Curador dQ dito Senhor Rey :e- Rege.doF, e
COIµ a ·ajuda de DEOS Defenfor por elle de feus Re-
gnos, e Senhorio. Diego Alvares a fez anno do Naf- .
cim~n!ó: de no!l'o S~nhor Jizus. CHRISTO .de mi.l. e.
q.uatroce.J1.tos e q_uàrenta e dous ~nl)os •.
-~· '~
\ .
....
Do REGIMENTO o':A QuERRA~
·,
-----~--·---·---·-----
!JI .
.:T f ~ U L O ·LI.
... Do. R egimmto da Guerra. '
F
iM L1vRo 1>RIMEIRO TrruLo Srncoil'J·TA 'E HUM ...
de ban~os, ou em o Regno por defacordô, que ha a .·
gente anfre fy.
3 Ij-EM. M@ver guerra be coufa, que devem pa-
, ··raf muito mentes ·os .q~e a quiferem fazer, ante·q11e
a comecem,,
• t> e: •
que a façam com razom, e com direito.;
ca d~íl:o veem , ·e procedem grandes t.res be~s : o pri-
:me~ro, que ajuda DEOS mais os que a aífy fazem: o
fegundo_, porq~e'- elles fe esforçam mais em fy meef-
.. mos por feus feitos profperarein polo direito que tem:~
o terceiro., p~rque aquelles, que os Óuvirem', os aju-
dem d~ melhor voçmtade ,- e os inmigos os recéarem
mais, e os ·teme'rem. . .
4 ITEM. Qya!ldo Nós., ou ~utro alguum Capitam
do ·noffó Regno com a ·graça de DEOS co~1eçarmos ·
algúa guerra, pera ryoífa tençom, e propofito vir a boa
fim, antre tàdalas outras coufirs ; que lhe-cornpre de
fazer, pera boa Regiq'lento, e gov~rnalfça della, afI:v·
he que primeiramente· deve~os d'encomendar-n9s,
€ noífos feitos a DEOS, e des y poer ef~ança em el,
e
porque' f~m fua graça' ajuda nom fe pode coufa
boa·fazer:.e des y, ante.que abalemos com noífa hoíl:e
pera algua parte , devemos de falla-F com noífo con-,
-feífor, e co~ aqueiles--, que teverem carrego das Aí...
mas de·confeffar, que faT~em com todo os cavallei-
. · ros, e fidalgos, qu_e façam ,metilfeftar toda a0íl_'a gen-
te; e fo foub'erem alguús , que 1e nom -fallam, e eftam
-em 'oGlio, fazellos recohcifü\r, e ·p1'eftar,, •e perdoar ; e
·re alguús for-em negi:igentes-, <le ·poer ·aqueUa pena:,
de
' . ' .
de , que· ciâa. htturn for rrierecedo - ~ CJ;taa feer. feito ;i :~
comprido . todo nofià mandapp.
5 . -E TANIO que Nós revermos junta·toda noír~
gente, Õu a maior parte âell~, com que'!:>erl! poffa"I'
. mos aoallar noíf<). hoíte) devemos. 9 ·..Óii\ .da ., partida
mand~r d\.z~r hüma Milfa·f~kpniz~da em: lugar cer- ~
ro pe r,~ós aíllnaâo ,.e maridaremos hí levar 119Ífa ban,,.
deira metida na fünd;:l , ç recolh~re.rnos, hi naifa gen~ ·r
te.,: e :~abada a dita Miífa, e rç.colhida a ·gentt::', par-
tiremos tor:n a graça de DEOS, .
. . , 6 'ITEM. Dev,emo~ d'encomendar noífo corpo
·efpeciaÍmente a vinte ca valleiros, ou e.(cudeiros ,' qne
f~jam bem fieeis / e.' da çriaÇoqi. nÓífa, os quaees te-
~am efpecial guaraa ·do noíÍo c(')rpo güardándo-o.
feguindo-o fempre conti1:madameri.te aífy .de noite ,
r
~ado.
• . . ' .. )-.. •.
- ·r • •
.
~. Do REGIMENTO DA GuERRA.
tinuadamente polo arraiaLcom certos .homeés , q4e
. lhe pera. elló feram dados, e que ·a cudam aos arruidos,
e voltas, ·que fe fezerem, e levantar.em em elle ~ e a
qua.aefquer outras coufas, em qu · eja"meíl:er provi- ;
.t·
pee, e [e fervem delles", e quando os havemos meíl:er
pe'r a alguús feitos, nom os achamos tam aginha .co-
rno he compr.idsiro.
· · ' .r.2 hEM. Devemos de levar meeíl:eiraaes de to-
dolos mefieres, e dar carrego clelles a algúa peíl~ai
f}el , qqe os haj.~ , de requerer , e e11camirihar, 'perai
quando os houverem meíl:er por ferviç<? da hçíl:e, que
poffam haver ligeirame~te, e mandar fazer as coufas
neceífc'lrias.
" 13 ITEM. Devemos de"'-encomendar noffos artifi-
.,
cios a homeés de n;Ífa cafa, que tenham encarreguà
. Liv. l Oo de
Jt.
. .
·~90 LIVR0 PRIMEIRO TITULO CINCOENTA E HUM
..
•
..
~
.· '
i:z92 L1vRo Pu.MEIRO T1T&to _CrntoENi'A E ~.u"'M
19 ITEM. Deve'mos no tempo da guerra , fecr
a~1fado dç qual palite do arraial pode ~azoada~nente -
. recrecer gente de inmigos, por tal que da outra p~,r
te faça poer a carriagem, por eH:ar mais fegura , • e
Nós ficarmos-na partemais prigofa, e p·oerhi as gen-
tes d'ai:mas, que pera ello compre, as quaees poffam·
defpachadaménte pelejar fern torva da carriagem , ~e
t:al caufo avier.
20 I TE111: ~ando abal'lar à hofte no~ de~e :- -
,. . avanguarda li.ir mais ~afaftada da reguarda, que huur1:l
I "
...
C·
~
Do RECIMENTO DA GuERRA. 29_3
ao tempo.. de pelei)ar: e qu~n.to aos balt6oes, eíks po...:
dem fempre hir eítcnaidos, porque tal foi fempre a ~
ufança da guerra:
~3 ITEM. Nom fe deve tanger tromb~ta no arrai-
al, falvo quando a nós mandarmos tanger, p'q rque <1 -
foom .d a trombeta figaifica novidade , e l_ogo traz.
· comfigo alvoroço no arraial. - ,.
..: -24 ITEM. Devem feer defefos no ai;raial dados. , e
fl.pelidos, e mólheres pera carna» . p;rqtle fom Ci:oufas
que trazem comfigo geer4lrnente a'rrbidos,. e revoltas.,
· e grandes perigoos em todo ajuntamento- de gentes';
e jara\i'onteceo muitas vezes poraazo· das ditas cou_-
fa.§.~ e cada húa dellas ,º . arraial recebei: grande peti-
goo, e darnpno -, e fe nom podia defpois remediar
, fern grande trabalho.
.. 25 ITEM. ~ando houve.rmós d'á:ballar ·co~ ~of.-.
0
.•·
,..
1 .
,, ..i
294 LrvRoPRIMEIRO Til'l1LcrCrncoENTK E F-luM:
'.
. '
, .
Do REGIMENTO DA GurnRA. 301
'.··-.T I T U L O LII.-
.o .
• ' ., 1,
' '
.)
Do CoNDE-ESTABRE, nc •. 3If
.roes como civis, que a elle vierem , principalment~
per auçom nova , ou per appellaçom , ou aggravo
.<lante o Marichal, ou fcu Ouvidor; e qualquer def-
ernbarguo, que o Conde-eíl:abre, ou fen Ouvidor com
authoridade delle der em alguú feito, logo · poderá
mandar compridamente eixecutar; pero fe elle ví'.r
que alguu feito he tam pefado per razom da peffoa ,.
ou pú bem da coufa feer em -fy muito grave , deve
fallar cornnofco , e com noífo acordo dar em elle de-
terminaçorn, como for achado per direito : e deve fi-
'Car em fua difcripçom á cerca do feito foei: leve~ ou
pefado, como dito he.
15 ITEM. Se o Marichat per. fy ,,ou per feu Ou--
' vidor defembarg1:1ar alguú feito crime,. em que haj:a-
pena de fangu-e, nom mandará eixecutal' feu defem-
' bargo a menos de _fallar com o Conde-eílabre; falvo-
fe o defembarguo-for. defembarguado-com acor.do, c-
1._autoridade d() Conde-eíl:abre~
r~ InM .. Todolos füitos- civis,.que ao Conde.-
'eíl:abre, ou <f feu Ouvidor. vierem per auçom novas
ou appellaçom , ou aggra-v0-, ou· qualquer outra·_ma-
neira,. e per elle ,. eu per feu Ouvidor. eom: fua auto~
ridad~ forem defembarguados ,-farnm e~ elle: fim em~
ii:al guifa , qpe de feu clef'embarguo nom haverá hi
appella-çom ,.nem aggra~-o ,.nem fu pricaçom pera ou-
_tra nenhúa ·parte.
q fTu1. Todos aquell'es·, que· quiferem move~
aJ~uãs. dema~as em todo cafo civil,, ou crime, po;-
'~ deram
'3º LIVRO ·P RIMEIRO TITULO CINCO:&NTA E DOIS
.."
r
'
Do MAIHCHAL, E cousAs, !Te. 3I 5
T I T U L O LIIT.
j
<
T 1-
Do ALMIRA_NTE, E DO Q.UE PER TEE N CE ET C. 3 r 9,,.
T 1T U L O L1III.
'
324 L.rvR~PRIME.IRo T1Tu10· CrncoENTA J> Q!!ATRo
·t aato .que feja.leigo, e tal que nos poffa fervir, fegun ...
do mais compridamente lie conthe'udo na doaçom ,
e conveença feita antre o dito Rey Dom Donis., e o
dito Mice Manuel; o qual deve jurar quand_o lhe fo.r·
oul'.o'rguado o Almirantado per Nóft, que nos ferva
,bem , e lealmente per mar ~ ou nas noftas guallees :~
quando comprir a noífo ferviço, que nom fejam me.:i
.nos de tres guaÚees; e que ferva contr~ todoios ho1rieés
do mundo de qualquer. eíl:ado, e condiçom· que fe,,.
jam, affy Chriftaaõs como Mouros; e que aguarde,,e
chego.e fempre no!fo fe!viço, e prol, e honra nofià, e
lb nqfro Senhorio per i:odolos lugares, que elle po•
qer, e .fÓüber; e que defvie todo noffo dampno, e;._
defférviço em ·todo tempo. a t0do feu leal--, 'e verda-
deiro po~er; e que nos dê hoo confelho cada vez que
.lho demandar-mos , e guarde noffos fegredos, ·que
lhe _differmos, ou mandarmos dizer; e que no~ ~eja
fempre em todalas coufas leal, e verdàcdeii:o va!fatloi>.
e be1:i affy .a todolos no!fos fot:effores ; que defpoi
nós vi.erem ..
I i l'nM-.' Se Nós, ou noffos foc~ffotes, que des ..1
·pos nós vierem., formos em hofte per terra:, aguei ~ ._j
que for Almirante em efl:es R~gnos, nos hade fervir
1
em eÍJa, affy como homé de feH eíl:ado, .fe Ü1e Nós
mandarmos , e doutra guifa nom deve de fervir a
. Nós per terra; e fo pela ventura o que for Almirante
~doecer, ou-houver alguu outro embargo lidiino ta~ ..
q_ue IW~ n.om i:o!fa' fervir per feu corpo, em tal caf<>.
· . · · efü:..:
''· Do A:LMI'RANTE E DO cuJE PERTEENCE :ETC, · 3'.l.5
1clle deve
. f~r
__,
efcufado
. '
do dit~
,.
fer-yiço ~ nem perderá
'
po· r e!lo nada: do que lhe havemos: dado. .
Ge- :
1
e'
TITULO LV. .•
p ERA
' •.
Nos feermos em verdádeiro cémhecimen~o
do poderio , que antigtrnmente foi dado per os
Rcyx noffos anteceffores aos Capitaaés Màiores do
mar :,m eftes Regnos, mandamos, perante Nós vir a
carta do officio da Capitania, que per ElRey Dorn
Joham meu Avoo foi dada a Alvaro Vaasques d'Al-
madaa, Rico-homem ·, e Cio noífo Confelho, que ago-
. ra he em os ditos Regnos noífo , Capitam Moor , e
bem affy a ·carta da confirmaçom de ElRey m~u Se-• ·
" nhor,
'·
D<> CAPITAM MoÔR no MAR. 329
·R.hor, e Padre , cujas Almas DEOS haja, das quaees
e:> theor, fe adiante .fegue.
r DoMEduarte per graça de DEOS Rey dé Pur-
tugual, e do A.lgarve, e Senhor de Cepta .. A quan-
tos efta carta virem fa'zemos faber, que AlvarQ Vaaf-
ques d" Almadaa n0 Capitam · Moor , e do noffo
Confelho nos moftrou húa carta do muito virtuofo , .
e de grandes virtudes ~lRey Dom Joham meu Se-
nhor, ·e Padre da mui gloriofa merporia , cuja Alma
_QEOS haja , da qual o t·heor·tal he. . ' .
2 DoM Joham pe1a graça de DEOS Rey de Pur-
tugu a}"", e do Alg arve ; Senhor de Cepta. A quantos
eíl:a carta virem fazem os faber, que N ós querendo fa_
~er graça, e mercee a Alvaro Vaafques d' Alrnadaa.
Càvalleiro nbífo Vaífallo por ferviço, que del recebe~
n10s, e entendemos ae receber a:o diante , teemos
por bem, e clamollb por hoífo Capitam Moor da nof..:.. -
fa Fr~t:a pela guifa, que o era Gonçalo Tenreiro etn .
tempo d;E!Rey Dom Fernando 'noífo Irmaaõ, a que '"
o
--neos perdoe, e per a .guifà> que foi Affon(o Furta..:
do em noífo tempo.
3 E POREM mandamos ·aos patrooés, alqualdes , e
irraez~s , e petintaes, e comitres, beefteiros, gualli..,.
ates, ~mareantes ,-e marinheiros, e -a todolos outros ;
a que efta carta for moftrada, que o hajam.por noífo
Capitam Moor, c~mo ·dito he, e lhe, ob~deeçam , e
façam todalas coufas, que lhes elle mandar fazer por
noff-0 ferviço, affy como fariaõ a Nós ,fe Nós. per peí-'
l iv. J. , Tt .fo:i.
. \
<.
. '
~ 3 o; L1vR.o P!lIMqRo'T1'fuLo C1NéOENTA E crnco
..,
3{32 LIVRO PRIMEIR,O TITULO CJNCOENTA E CINCO
(~nten'ç_as, e ma)ld~dos._
Do ALFERES MooR ·n'ÊLRn-:.
T .I T U L O L VI.'
-. . , •' , '• I •
Do Alferes
t
Moor d'
.
E!Rey..
'.
T I ,T U L O L VIL ;Y·
tar
' ' '
3j6 L1vli.0 PRI:t11Ern:o·Tâu10 CrneoENTA E SEU
----
T 1 T U L O L VIII. .
Do Camareiro Moor.
'.
"g38 L1vRo PRarnrno'TrTu10 CrncoEN~TA E. orTo
'
-340 LrvRo Í'RIME;IRO TITULo .CrNcoE.NTÃ E orTo
T I T U L O LY.IIII'..
;
LrvRo PRIMEIRO Tr:r'uilo SESSENTA ,
Do Meirinho Moor•.
1 -
•• .l;
Do MEIRINHO MooR.
1
347
a feu officio perteence mandar prender quaeefquer '
pe!foas, que aos ·oUtros :Meirinhos , e Alquaides pe:...
quenos co 'em de .fazei:, fegundo em·as Hordena-
çooés do. . Regno he·contheudo. .,. · . ' ··
.2 . !TEM. O ,q ue for Meirinho Moor perufança, an-
tigua:deve de poer de Ü.iá ma~õ huú Meirinho_, que:
. 1ande continuadain.ente na Corte pera levantar" ~s for-
'ças, e fem razooé~·, gue'em eUa forem feitas, e.pren-
der os malfeitores., e fizh as outras coufas ; que fom
cbntheudas e~ o Regi.1:pe~to feito da~ coufas, que a
feu officio perteencém. E efte tal deve de feer ~fcu
deiro.de boo Ürihagem,, e co~he·cido por boo' e põf-
ít@ por authofidade .nóífa, que hajamos ·ddl~ ccinhicL
rnento, pera o aprovar por perteencent~ perw íervir
no dito officio; o qual haverá em quanto o feryir to-·
~alas proees, e direitos acuftumados de levar aptigâ-
menté o Meirinho .d.a ~orte, fegundo he cont~_eudo ·
• 1nõ titulo do feu officio.,
t•
.1. Xx 2
r °;!·
348' LrvRo'PRTMiEIR.O T.l'TULO SEss.E NTA E HUM.
'f. I T U L O LXI.
Do Apoujentador ÀÍoor•.
..
,_
Do. A.PousENT.ADOR: MooR •. 3-49
2· hrnM~. Nom darpm. as poufadas dos Vaffallos ,.
rpem das viuvas , que fo~om .x:nolheres dos Vaífallos ·,,
que fiam em fuas honrai) , nem outro f y daquelles ,,
que rnoíl:rarem privilegios n'.offos ; e fe o lugar he
ta..rrr pequeno,. que guardando-fe 91> ditos privilegios,
Nós com a noffa. companha n~m pofiamos feer bem
apoufentado, em çal cazo façanollo faber o dito Apou-
fentador, pera fobre· ello pr.oveermos como for noífa_.
mercee ; e eífo. im:dês faça ,' pofio qµe o luguar feja:
grande, [e aigente for tanta. por cafo alguú que acor--
ra·-, que con.ve!1ha. de. p.oufar. com. ~lguús privilegia-
dos~ '
3 I 7:,EM. Nom daram pouíadas d'adeguas de vi..:
nhos , nem. d'az.eites , nem dç celleiros de pam , e·
nem de lojas de pannos , . nem doutras· mercadorias ,,
nem Efpritaaes ,. nem albarguarias, que fejam mo-·
radas·, e povoradas.: nem. tirarom o Senhor da cafa.
da Íl,la camara', erri que dormir.,.falvo feendo-lhe .da ...
do por hofpede alguú Prelado, ou Cavãlleiró de gràn-
de eíl:adef:: ou qualquer outro de femelhante condi--
~om ,. e nom houver e1J1 eífas cafas outra camara ,
em que razoadamente poífa feer apoufentado, ca por ·
taaes peifoas , como. as fobreditás, hohefiamente po-
derá o Senhor da -cafa leixar fua camara, e alojàr-fe·
em cada húa das outras cafas, onde lhe mais aprou-
ver: e todo eíl:o deve fempre ficar em alvidro do Pou-
fentador ,,que fegundo as cafas forem, e a condiçom
eo:Senhor dellas ,_e bem aífy do qÚe ·lhe for. dado.
pon·
~5Ó' :L1viu» ·PRr~~rn0Tr.TuLO, SES$,ENTA E nors
'·1 ,.
' ).il9r hofpede ,' confüa1_1d.0 toi;lo. cc:ún bõó e.fgu<!r.do, ~dê , ,
aquella- determinaçom, .que mais ~ fer:n ~gravamento
das partes ·b.é m podér. ' _· , ·
•• t .
. T l ·T u :L O ..LXII. ' 1
T:·
• -Y ·• • •
".
~
.~
1 Dos AL.Q11AIDES MooREs oos CASTELLOS. 351
"'
-gue o deJTl~ -ca ' fe Ql fezeffe .cahiriá em ,cafo de .trei-
~om-, cerno aque11e que traa~·caíl:ello de feu Senhór.
· 4. lTEM. Efou-Ía1~ n~m pode o Alqu~ide, que nom
vaa .a)guãs vezes ·do Caftello ,1 q~e tiem ~ .a_ outra par~
t e por ·coufas , que thç: aqueeceífem ; perp eflo nom
' d~ve fazer em tempo , _que entendeífe , que p Caftel ..
1o fe poderia perder-per fua hida. Mas quando deft~
·guifa, que di~0 he, '-hou~eífe d'hír .·a algll'Ú Jligar, d:e~ ·
· .ve fegurido foro d'Efpanh~ , .J.eixar hi-.outro ei;n feu
lugàr por Alquai_d~, que feja fi,dalgo direitàmente de
-' padre , ·e mad~e; e que ·nórri haja feita treiçom, nem
·aleive, nem venha d'ho!l"leé~, que a-houveífem feita,
e que fej~ ho~éln , com- qtte haja divido ' de ,p ai k,Q.-·
t efco, e d,e amor grande de guifa,. .que haja razom de
fiar del o Caíl:ello , a:ffy éomo de 'fy meéfmo. E -tal ,
como efre, deve de le.i,:iç_ar ~m feu lugar ,:' e dar~lhe as
- cha_.
. . ' .
'·
-
Dos ALQgAIDES MuoRE:S nos CASTnLLos. - 353
'chaves do Caíl:eUo, e fazer que lhe façam menagem
quantos hi forem, affy como a elle meefmo haviam
feita pera guar?ar. o Caíl:ello bem , e lealmente .em
todalas coufas ataa que elle venha.
5. ITEM. Eílando- o Alquaide no Caftello, fe a-
q~eeceífe, que morreífe fem. faUa, de guifa que .nom
podeífe leix~r outro âe fua maaõ , deve de ficar o
mais propinco parente, que t.ever, em o Caíl:ello, fe ·
for de idade , e tal homem , que feja pera eíl:o ; ·e fc
tal homem hi nom ach~rem, devem fazer os que hi ,
eíl:ev.erem no Caíl:ello Alquaide o melhor homem ,
que no Caíl:ello for. ; pera o teer; e devem logo d'ef-
crepver a ElRey fobre ·~llo, que proveja d' Alquaide
como for fua mercee: pero toda via devem ~atar mui
leal, e amigo do Senhor do Caílello. E tal Alquaide,
como eíl:e ,_he theudo de fazer, e guardar·, e comprir
todalas coufas ém guarda do C_aílello , aífy como di-
·. tas fom de fufo • e fe erraífe em alguã de~las , cahiria
no afo fobredito.
6 E ESTE . Alqua_ide ha de fazer dtJas coufas nos
Caíl:ell'os; a huma dêfendellos com ardimento, e com
esforço, e a outra com fabedorià, e cordura. E .a que
,.
· ha de feer com ardimento , e com esforço , h~ , qüe
devem defender o Caftello mui ardidamente ferindo,
e matando os inmigos, e o mais ~e rijo que poder de
maneira , que os nom leixe .chegar a ell~, ca em eíl:o
nom deve poupar padre., nem filho, 1;em Senhor •·
que ante houveffe, nem outr:o homem alguii do mun-
1:
Liv. Yy do, .
j
3 5( l.tvRd-PiUivIEIRO 'frTuio'. S·ESSE_NT.í\ Epous"'
~ -
<fo, que doutr.a ,parte foffe ,; que~ Caíl:dlo lhe'.quifef- :'
· f~m ·fazer .perde11, porque muito í:eüa coufà fe~ ra-
ziom, e 'c:.-e11tr:ií: direito de _guard~ home·m àqudles ,,
que ~ quifeffem fai·er treeclor•. '
r •
· 1•'.'7 ~Ô um.o 's'Y -devem h'!ver grande esforço em fof-
frer· todo medo, e todb· tr.abalho ; qi.:e lhes venha
·tambem em v.dar, ê~mo em .fofti·~ndo fede , e fome ,.
e frio, e todq óutrçJ trabalho, que hi pr~nder; ca pois
nor9
que ó Caíl ello, harn de da'r, Íenom ~ feu Senhor, .
mc(ler ha que tomem ~sforço ' em f:y ,. pá que o pof-
fam fazer ,: e nom ~ayam per foa culpa em erro de
.
::-' treiçom ~E porem morte,.nem .perigoo ,. que he páffa-,
elo; nom no d~vem tanto temer , .como a maa fama.,:
que he coufa, ,q~e ficàrá' pera·fehipre a elles, e a_feU:
linh~gerri,. frn0m feze'í lêm o que dev:effem em guar.;...
. da -dó dite €aHello ..
. 8 E ACHAMOS " pe.r ·H ordenaçooês amiguas , que:
aos' Alquaides Maiores. perteence haver eíl:es direitos,,
€ · coufas, que fe ~d iante fegucm: Primeirament~. di-
zemos, que ao, Al:quàide Moor perteence haver toda-
·. las .cârcer.a geés dos prefos , e t0çlalas arm·as ,. que fo_
rem julguadas aa dita Alquaidaria\ e as penas dellas ,,
cque fom cinq1~0 mil libras deíl:a moeda; da pena das
· quaees cinquêi' m il libra-s a meerade he pera ·o Alquai-.
de Moor, e. a outra· meetade pera quem as acufar ..
9 h ffM ... Ha d'a"\ler o· Alqtia:id€ Moor pera fi to-"
, ' <;falas _p enas·dos barregueiros cafados, e das foas bªr-:
reg_aãs ,_as q~a1es . penas fom por cada. quarenta, mii~
li,....
Dos ALQ1TA1DES MooRES oos CASTEu,os. 35 S
libras , que tever~ pague mil lib~as, e a düa fua ' bar- _
regaã pague a meetade de quanto a el montar de pa- .
gar~ e haja a b.1~rega:ã aquella pena;no,.o.rpo, que. a
naifa Borcienaçom manda. .
, 10 ITEM. O Alquaid(': Moor, ha d'aver as duas ·
partes das ,penas'·, que ham de pág-ar as bai-regaãs dos
· <2lerigos , e·'Frades , e Religiofos ·, que fom -cinquo
mil libras deíl:a moedà; gue ora corre, por a .primei"...
rn vez; e outro tanto pola fegµnda '; e a terça par,te
ha d' aver qu~lquer .do povoo, que as accuiàr ~ _é ellas
hajam nos :corp<;s aquella~ penas ·, que a I-:i:ordena- _
-·.ç:om manda. <
- ,,
V
_ 3Ç~ ~JV'JtO ?.RIMEIRO TITULO- SESSENTA E DOUS
~
..
:ou uüw1ça ;iqtiguamente ern contrairo acuJtumada. ·
T I T ..U L O LXIII.:
.'
. 362 LIVRO PrtIMITTRO TITULO SESSENTA E TRllS
•'
'
3G4 LIVRO PRIMEIRO- TrTu10 SESSENTA E TRES. •
' . mais,
' .
, ·~·
', .
Do-s-: CA vA LLEIROS, co~
l:.ncm1 ham'~ comprimento de fei~o pera fazellas ; e a
outra, <fue vem per direito, he quãdo.noiu ham ra-
•zoin, porque as devam fazer. E como quer que efto
..
avenha: em todas coufas, affinadàmente caae muito -
-em feito de Ca vallaria. Porem bem affy_a razom to-
~lhe, que Dona nom pôde fazer Cavalleiro, nem ho-
·rnem de Religiõm, porque nom h;:t de m~ter a-s maaõs
-·em naS'-lides ·; nem o~ tro fy ..o que he louco, nem o
.•ferii hidade , porque nom ham comprimento de fiJo
pera entender o que fezerem: outro.fy tolhe ' que
"-norn feja Cavalleiro homem mui pobre., fe lhe nora
rder primeiramente o que o faz perque poffa bem vi- _
..ver; carn.;Jm teverom os antigos ,"que er~ coufa di .i.:
reita, nem aguifada, que a honra da CavaJlari:i ~ que
he eíl:abelecid_a pera dar, e fazer.. bem,_foffe pofta em ...
homem , que houvefie de pedir com ella, nem ía:feli
vida desh_o nrada; nem outro fy que hoi!veífe de fur-
it"ar., _nem fazer coufa, perque mereceife a receber pe~
1na,, que he pofta contra os vilaaõs malfeitores. Oú..,
«tro (y nom deve feer Cavalleiro o que for minguad
ide foa p~ffoa, ou de. feus ne111bros ,. que fe nom po. .
1
1peffe ein guerra ajuçlar de fuas maõs.
~ J 6 . E AINDA dizemos ' que nom pode 'reer ca~·
éWall_eiro homem , que pe1~ .fua peífoa andaffe fa'.z endo1 ...
merchandjas. E nom deve outro fy feer- Cavalleiro p;
que foífe conhi~idamente,treédor,'bu aleiv-ofo, ou da-
.d o em Juízo por tal; ~em o que foífe julgado a·penaJ
ide morte por en:o ,. q_ue houve1!'e feito ,,fe primeira-J
. .
,lTULO SissENTA E TRES
.
ria por efcarnho ; ca pero aquelle , .que
)
lha deffe ,
houveffe poder de p fazer, nom o poderia feer o que
a.affy receb~ffe, porque a receberia como nb,m de-
v.1a.
·. 1 8 E POREM foi efta.belecido da.'ntiguamente per
- direito, que o que quifeffe efcarnecer tam nobre cou-
fa 'corpo a Câvallaria , ql!le ficaffe efcarnido -della de
manefra, que nunca a podeífe ·haver; E poferom~· q~e
nenhuú nom recebeffe' I;Iorde:n rd·e Cavallaria po11
preço d'haver, nem de coufa, que deffe por ella, que
foffe rnmo maneira de €0Íllpra; ca bem affy como_a
finl:iagem fe nom pode comprar., outro fy a honra,'
' qtje veem per nobreza, nom a podeª-peffóa haver)
fe ella nom for . tsi.l, que a mereça por
" \ .
linhagem, ou
por fifo, ou bondade algua, que haja em fy:. . ·.
, 19 Lu1:PEZA faz bem parécer as coufas a_os que
as veem , beµi affy como a p.oíl:ura as faz feer ãpof- ·
~ada~ente cada h~~ª ) ~ fe$1:lndo _foa razom·. E porern ·
. ;:) . teve..
.'
Dos C A V ALLEIROS ,
~ •
COMO, E JiER QgEM ETC.
1
36_9
teverom por bem-os ãntigos , que os Cavà.lleiros fof-
fem feitos lirp.pamente ; ca Çem atfy cômo limpi-
dooem d~vem haver em fy meefmos, e em fuas ·voo~ "
tades, e em fe~s cuftumes ·em ~aneira , que have-
m0~ dito, bem affy a deve!_? d'haver de fora ' ~m fuas -· '
veíl:iduras, e em âs armas, que trouverem_; ca pero. o
- feu -mef!er-he ·forte ~ ·e crd-u ,.-affy · como de ferit ~ e
matar , coµi -toâo efto ãs fuàs voontades
.• .
·nom podem
-
/
·•
..,,·..,
•.
1'
,,.
'
•.
Dos CAVAL~EJ Ros, coMo, 'E ·PER QYEM ETC. -37r
~ . ~ .
leiro, que lhas' ca:lce' .: e e.fto ha ~ fec:'.,~ fegurtdo qual : ;·
homem. for, çm o lugar, que te.ver. E fazem-no dêlta
gujfa .p·o·r r:nollrar, que affy ~como ao cavallo po0em.
as efporas de dà~rô' e de feeíl:ro per~ fazello correr ..
direito ·, que affy .o' deve el!~ faz~r em feus feitos en--' .-.
<lerençadamente•
em.
guifa •
,.;que n~~
f
torça 'a nenhija· .
parté ·:.. e des i ha ' de cinge~:..füe . a efpada ·~ob~e ·o ,
brial, que veftir, affy que a cinta· nom feja muitô fu:.
..J'•i -•• • • • \?
,xa , 'filas que fe cheg.1:1e ao co,~po. ·- ·- , ~
. ~-2· PErtO antiguamente êftabelecerom que. os "no-
·bres homeês os fezeffem· Cavalleiros fe~odo armados
de rodas Juas armas, bem affy ·rnmo quando bouvef.i.:,
fem de lidar' mas as'cabeças nom teverom por bem\
·que flS teveffem cubertas ; porque os que as affy tra-.
zeni. , fazem-no por algúa: de duàs.. razoens: a •prir:oei-
. (ra , por ~ob;ir algua coufa'., qué em ell~s houveffe ,
que· lhes. pareceffe mal, e·:por ph_coufa bem as.p9- .
1
<lem cohrir: a outra razorn ·,·1,,orque ·cobrem a cabe-~" '" ·,,
'"'Ça , e quando homem faz algum~ eoufa .defaguif<~-
1'Cla , de que hâ vergonÇGI; , e efio. DOII)°' tOllVem em. .
menhuma maneira ·aos no.~~eS , _éà"pôis ~ue elles Ham-
·de receber tam nobre , e ·tam honrada COUfa:, C0,IDO
a Cavallar!a , nom· he direito. que ~ ~nt~e~ ém' ella
1
Córn maa. vergonça ) nem com medo. .T, V ·' ...
23 . E DES q1:1e lhe a efpada houver cingida, deve--
'!. lha de facar .d a bainha·, e meter-lha na 't;naqÕ deeíl:ra,. ' .
e faz~r..::lhe J1:1ra,r e-ftas tre~ c0uías : a pri~e'lra ~ qu~
nom i'ecee .tporte por foa Ley , _fcfl.eíler for : a fe-
.,
\. Aaa 2.
.. · ~ gun:~
. ~.: ''
..
,
"~' -"-.. • , cà n tod ~ aqu ell'e rume füJ. quer qué elle. v.enha nova-
" .. "''· ~- ... • ...... • lo.,.
meiramente.:
24 - DEcfNGER a efpada he a pri'meira cõufa, que
de_v.e:m a' fázer_ despoi~ ·que 0 °Cavalleiro novel for fei-
tó-~ e. potem ha de feer m~j ê:atad© qual he o que lha
· ha ·ae defcinger~ ·J;'.fto nom. deve feer feito feno per
· maaõ d'homem; qü · haja ~alguma ds:.fras.duas cotÍfas;
- ou que feja feu ~atura.}, , que Ih~ façà pol9. divido.,
A. • . ~
· que •ham de fuutn ;. ou que f~J.a homem m'u ito·Iwn,..
' . ' l ,
·~~do, qtÍe
o;. fàça·:p er fua bondade.· E a efte , que Ih.e
' decinge a efpada· , chamam.)he padrinho , 'ca bem
á.ífy CQmo _os padrinhos ao bauüzado ajudam .ª c~n- ·
:6rm~r. feu a.fi.~hàdo ~ c0mo (eja- cliú)lam , btf~ aify o
que he.:pad.rÍnho' do Cavalleiro desci'ngind9-lh~ a -ef""
~ . p~da confirma,, e outorgua a .Cavallaci~ ,_ qµé ha r.e-
• C.eli>ida,, .~
- T 2t
;J_
-1
:b~s CAvAL,Í.ElRos,.co·Mo,.E_PER QlJEM ~Te-.- .173
. ?-5· ·AssrnAnÃs coufas fi.zerrdt! os .Saibàs:_~n~ig_?s,
. q~é guardaífew os Ca~ãlleiros de ma_neira, q!Je aom
·e;raífem em ellas ') em . as -que dita~ hàv~môs , nem
qúe deverp j ur_aii .quan.M.o recebe!_P ~ordem de Caval-
laria; <_!fry c~mo..nom fe efcufa'r d.<i: .temª·r. tnor5e p·oi:
· • -fa r.ey , fe mefter f~r ·, nem feer em · co1~felno per
·.• · ·nenhu~ maneira em _!fl1.nguailla ·' mas íi!CCrefcer,i.~alla Çl
,.:· _o' ' maL s que poder-: _o,utro;Jj quê nom du':!·darom ' mor-
·-.rer por feu ·fenhor _nat~hl, J)em~ tam ioornent~ dez.<;-
j.ando feu mal,, ou feu ·aampno, mais ·accrefc<:ntando.
fui
..
terra, e f ~a: honra quãto
~ e.
mais
•
poderem",
- .
-~ fo~be- .~
·~
Dos CAV~LLEI&os, COMO, E PER Q!J E?-I ETC, .375 ·
direito' efio poder~a aco1~tecer ~em~ duas maneiras; .~ . '
huma ~ quan'do. lhes tolh~em '.E:-Iord~m ·de Ci vnllaria ·
t-am fala.mente, e nom· lhes dam outra pena-eJ;i: ô.S
, ,corp...~s ; e a oüÚc.i, quando fazem' t~aes erros ,~ jJel'qué'.
. me'l'ecem mo~te' ca
entGm ame lhes hám de tolher · ~
. Horde~n·,da Cav~Úaria, que os matem. ' · . :
/ o, r>
.
30 .E .As razooés, c:rque lh.es' tolher podem"a Ca-
• <I ' ...
vallaria fçm 'e íl:as: aífy como quando o. CavaUeiro ef- ·
teveífe per mandado de feu fenli§'r em hofie , . ou em ·
frontaria , e· vend~.ffe, ou mal meteífe ~ ~a-vallo, ou <t> ··
. as ar~as , ou.,as perdeífoà~s d~dos .,:.ou~ as. deffe aa~ '
m áa·s rrfolh;res., ou as ape'i~.l'laffe ·~as · tavernas , ou fur-
taífe, õu fezeífe fof tar a (~us c~mpanl1eir'os ~s foãs; ·~
· ·ou fe aC'ínte fe.ztÚte'; Cavalleiro ,h9rn~1n , ( ,que... o nom
dev~ífe feer -;. ou íe d Íe uzaffe pubfic;men.te de,.mer-
,chandia, ou obraffe de alguu vil meíl:er de ma·a:.õs p~.:..
ra gaanhar di·nhei.ros., nom fe\:ndp cati v.b ·~ •
•
i(
•
31· . E .AS ·oufras razqoés, por q~ê ham qe perdêr .
,.1-
1 '
''
- 3j8 .. J,ivRo P.RIM'ÚÍlo .T1Tu10 SÉssE~TA n TRÉs
'• .... .
,• ~ . ~ ~
';
' :_-,. . ( .
. -1>aaa·, e lhe .corte com hu·u cuitéHo as ·cint~s de.!la _da
.
ar.te da~# efpadoas, ; e outrR fy que )he .co~te ª: correa
.. . ._
.
·~ " _' as efparas V~J derras- teendoãs
~ . .
elle' calçada§; ' e de(:. · _
.· pois ê1ue· lh~ eíl:Ô hóuverem' fe" , 1'1-0m deve fee1• cha-
- • ,• • "1, .Jr> • •• • •
· mado Cavalle1.rn '., e perde ª '!1.ópi:a: da Cavallana , e
-_ -os privilegi~s~ e d'e r~ais norri :de~.e . f~er recebido em . -
ne5huú offiçio 'noflo~, ri~~ cdo .-Co~fe,Íh_o , _ ~em p6t:le" · "'.
• ,,.. f, a,~cufar ; nem fc:::.er. fece~l.üo feú tefl:e'mun11<;>'.. · ·, *
· '-'.33 ~, PERo qu~ pelo que fofo dito_he pare<fa.., _que
. '~~-ú ' Ca~aJ.kiro 'p;deri f~zer~ outr~: e.íl:o .e·1~tendeJ.?~s
:__ - ~fa ve-l-.- li.1gar no tempo . da g.µerra) ~ faber ,' em_tçmpo- •\ •..
qç ba~allia. , ou d' 'efç.ãramuça,_;~ou . ~erco. d-algrta :v\L _ ·
~ ' .
,' ta, -ou Caíl:el1lo ~ ..oLt""quaJquer oútro aLito d_e guerra,
.. oi;d~ Nós "ou ·rioír0~·filho- pri,mogerr;·ço he~déiio ~º~
J ::a ·:fe~nqo _Nós
· 'noifos
.... . . . n6m "foífe~o1
Regnos pr.ç fentes· . ':---,;_
. · .ou elle -preferite, a Nós, -ou a ·elle tam foómente per-
- -'re~eeri:à de füzer Cavalleiro, pu a-quem .Nós pera el-
f
.J.o _deífeJ,Uos: .J.loít1. '-a.uthoridâde pit1at :_:e n~ tempo de
/'>,. paz i;ióm .poc:lerá_outrpn fazer Cav.alleiro errí alguú '~
. _"'.$!:<;tfÓ, falvo Nó.s;. ou o .ditp rnoffó filho p1·i'.11ôg~1üto, _ou
~quem parà ~llo tever:'. de 1'!-ós efpi<::iaLau.thorid_ade. E _ ...:
-feen'do ãlguu feito;C~\c~llerro Ci!-l ~U,t•ra maneira ·dá CO-
. _._ mo fofo ài~o he~ i::.prr\ havér* ho;1ra, ne:m pi<ivikgio de.
, Cav~ll!'liro; p0rq~e a~hamos, que àfry foi ·ant~u~men-
J:i: hordc:::1Jado, 'e .ufado 'âtaa, ~ prefoR!te. ~ - · •
-• T I-. ~"
Dos RETOS, E E~ Q1TE CASOS DEVEM SUR ETÇ. 377
TI T U L -0 LXIIII.
RETO
I
,1,
38ó LrvRo PrUMEIRO·TITULO SssSENTA E Q1JATRO
.
.382 LiiVRO PRIMEIItO TITULO SESSENTA E QYATRO
. ''
384 - LIVROPRIMEIRO TITULO SESSENTA E .ClYATRO
' .
'Dos RETOS J E EM QlTE CASOS DEVEM SEER ETC. 3 8)'.
17 · ITEM. Se o retador nom for igual 'ao retadó
em eíl:ado, e dignidade', podC'.-fe pqer eixemplo :_fe
/
o ret~do foffe Conde, ou Meefl:re, de·Caval.laria, ou
de fangue Re~l aaquem do quarto graao per linha
traveífa, ou defigual a el em força per grande defigua-·
lança : em cada hu'ú defies cafos poderá-o retado dar
por fi outro de feu li.nhagem, ou criaçom, que feja i-
gual ao retador per julguamento noffo, aify em ef-
tru:!o, como em iinhagem_, e força; e féendolhe tal ..
aify dado' nom o poderá reçufar o retador. '
• 1 8 . ITEM. Se foffe o retado alguú velho, que paf-
.
·~AEES DEVEM SE!R OS ADAYS, E COMO ETC. ·3871
TI T U L _O LXV.
•
· 392 LrvRo PRIMEIRO TrTOLo SESSENTA E c1Nco
..
1
T I T U L O LXVI..
A..
LM:oCADENS chan:iam agora aos que foyam ena-.
m~r antiguamente Coudees das -pi_oadas, e eftes.
fom mui proveitofos nas guerras, ca em lugar podem
ent:rar os pi<la~s, e coufas cometter , que as nom po~
deram fazer os de.cavallo.
1 E PORENDE ·quando-alguum piam quer feer Al-
mocadem, ha de fazei· deíl:a·guifa._Ha de vir primei-.
i;amente aos. Adays ., e moftrar-lhes. quaees razooé$
~eem, perque o mer.eç.a de feer, e eftonce devem cha-.
mar doze Almocadeés , e fazellos jurar , que digam
a verdade;fe aquel, que quer feer Alrriocadem, he
homem, que haja .em fy eíl:as quatro coufas : a-pri-.
rpeira, que :Ceja·fabedor de guerra , ·e de guiar os que ·
- com ellç forem : a feg~nda , que feja esforçãdo pera
<;ometer os feitos, e esforçar os feus : a terceira_, que
feja ligeiro., ca eíl:a ·coufa convem muito ao piam pe-
ra.J?:.oder alcançar o que_de tomar houveife, .e outro ,
fy ·
. 1
Dos ALMOCADENS' cOMO HAM DE JUR:AR ETC. 39 5 .
fy pera íaber guarecer qu~ndo foífe mefter : a quar•
frer
. ta he, que .deve amigo de feu fenhor, e das com-
panhas, que com ~elle;andarem; ca efto convem, que
.haja em todas guifas .o .que for coude~ de piooés. E
danc:lo elles tcíl:etnunho , que ha em fy eftas quatro -
· cm1fas , deverri-no de levar a Nós., ou ao outro capi-
fam , que for na-hofle , ou na cavalguada, dizendó
como he boo pera feer Al.mocadern ; e des que ou-o
troguarem, hqm:..Jhe de dar que viíl:a de novo fegun- '.
dó coíl:ume. da terra , e hã-lhe d~ dár hiía lança com
pendÓm pequeri.o : ·e. eíl:e pendam ha .de feer daquel
:fignal, que elle quifer, porque feja per el conhicido,
<e melhor aguardado. de feus com_panhooés : outro 'fy
pera faberem -quando faz bem_, ou mal. _
' 2- J URAbo havendo os doze Almocadeés , quan-·
do houverem de fazer alguú Almócadem, aífy como
fe contem na - Ley ·ante defta, bm elles rrieéf~os
de tomar quas lanças, e fazello fobir em ellas .de pee
fobre as,aíles, tomando-as de maneira, que feno~
· quebrem , ne.m c·aya e1, e alçaló quatro vezes alto da
terra .aas quatro partes do mundo, e ha de dizer a i
_cada húa dellas aquellas palavras. fofo ditas·, que çle-
?/e dizer o Aq~yl ; e em rnentre que as diífer, ha de ·
teer fua lança com feu pendom na maaõ fempre , e
enderençando o ferrõ della contra a parte, donde te ..
:ver o roftro~ E pero alguú foífe tal , que rnereceffe
feer Adayl , nom o deve feer em nenhuu tempo , fe
1pri~1eiro nom fÓr Ãlmoguavare de cavallo , ca fe..·
Ddd '.2 . gundG
396 · . LIVRO PRIMEIRO Ti::ruLo SESSENTA E SEIS
'J ·,. .
' -
'.
/
. DP$ ALMOCADENS' CO,M9 ·HÚI IDE)URAR ETc:_. 397
·foifem ', norrí poderiam longo tempo viver,faaõs, pe-
ro foffem ~rdidos , e v~lentes. E porem os Adays, e
os Almocadeês devem muito catar, qu'e levem com-
figo piaaens ·nas cful.guadas , ·e em outros feitos de
guerrá taaes, que fejam qfados da terra~ e deíl:as cou-
fas que fufo dito havemos ; e mais que fejam I.i gei- ,')
ros , -e ardidos ' ·e bem feitos de feus nernbros 'pera
foffrer a··affo_n: da 'guerra; e que andem ·fempre be_m .
guifados de boas lanças , ·-e dardos, e cuitell0s ~ e·pu-
. .nha~es; e outro fy devem comfigo trazer piaaés, q.ue .
faibam bem tirar com beeíl:as , e que tragam os gu_i,..
. :famentos ; que p~rteençem a fefro de beeftaiia, ca ef- ·
'tes homeés iaaes comprem muito a feito de guerra.
E ·quando taaes forem, devem~nos muito os Adays,
e
e Almocadeés de amar, e honrar de dito, de feito,
partindo bem com _elles as gaanças , que fezerem de
conruú , affy como fe ao diante . moíl:rará. E fe pda
_ventura taaes piaaes , cõm0 dito he ., nom poderem
·h aver, ante elles devem e~trat .e m term dos inmigos .
'com pou.cos piaaés boô§, que com muitos , e maaos •.
1 1
...
. (
.398 Lr_vRo P1HMEIRQ ·T1Tu10 SESSENTA E SETE
- TITULO LXVII.
.. ..--·
''
Do MoNTEI.R:o' MooR , ETC. 4-or
, i Nós ElRey fazemos faber a vós Vicente Efl:e_...
:ves noffo Monteiro Moor das matas noff.as do termo
da Villa de 'San"tarem, que fobre o que nos efcrepvef-
tes, que Nós declar~lfemos a maneira , que ha_viees
de teer em guarda dellas, por qua'nt~ agora deramas
/
-·
,.
"- ~o#; LIVRC>.~RIMÚRo T1'TuLO SE~sÉNTA E-SETE ' '
-·--.,- -
T, I T l.J_L O
~
LXVIII.
.. /
. ~06, LIVR<? PR:l'MEIR'O TITULO SESSENTA. E ?ITO
- .
z.t:s. e JuffiÇas ~ e peffoas ?e t0dâl,as, Cidades , e Vil~ ·
las. e lugúa-res , ejulguados , e honra~,· e terra:s de.
rneos filhos , e doConde-fl:abre , e das Hordeés , e
Meeíhes , e de todalà:s outras jurdiçooés , _e terras
chaãs ·d.os 1:ioffos Regnos, e a ·outros quaeesquer., que
eíl:o ·ou verem ~e :veei." per qualqÚer 'gµifÇJ.' que feja , a
que e{la Garta for moftrada, faude. Sabede que ·Nós
entendemos pôr noífo ferviço e bem da noíf~ terra
darmos encarreg~ a VafCÓ Fernandes de Tavoranof- ,
fo vã'.fiallõ ,.; e fobrin.l10 d'Affonfo Furtado noffo Ca.: '
pitam, e Anadel ~oor, e a Joham ·de Baffo feu Ef.. i
cripvam , e dos nofi'os·conto~, e lhe~ mandarn~s, que
.elles vejam', e apurem 'tOdoios 'beei):eiros do·conto d~
todo noffo fenhorio ·, com~ fl:am ·apoíl:ados, e ?:de-.
rençados, e façai:n Ol!tros de ;J1ovo; . e efi'o meefrno ve-
jam, e apurem todolos horheés das vintenas do mar,
e ponham em ellas de no~o homàs, que fejam pe~,
,teentef.ltes pe1:a eUo : e façàm vintaneiros ; e offi_ci ...
aae& , fegundo virem·que compre a nofio ferviço ; ~
façam -todalas outr_as coufas, que perteençam ao dito
officip d'apuraço'rrL, ·e eoufas ' füfo ditas , fegundo fe
~ontem em duas Hordenaçooés n~B:'as, que pera dlo
le.vam finadas ;ei· noÍfa rnaaõ, a fàber, húa dos beef-
tdros ,:e outra dos gualliotes, e homeés do mar.
3 E PORE~ Nós .mandamos, que lhe 1eixees affi
fa~er, e os ajades por Apurador ~ ~ Efçripv~m dos
beelteiros do conto; e homeê~ do mar, e coufas; que
a ello~ p~rÍ:êencem , e o~ aj udees a ello, e cÚmprade}i
. fo-
. ' -'
• _. Do AN ÀDAL ·MooR 1 ne.
~ '
· fobrn ello todalas· Cartas , e AI v'araa,ees finados -·per
eUes, e fe~llados do feello do nofio Capitam, e Anadal
Moor por rtoífo ferviço fem outro nenh.~ú embar-
güo ; e que veendo fobre .ello feos recad~s, façadeii'
vir .perante elles todolos homeé~ ceeirns de· meíkres ,.
qu~ ouverem eífes luguares , ·e em cada huú delles ,
e
pera elles delles fazerém' escolhétem os que ' acha~
retn que fom perteencentes pera os fazerem- noífos .
béefteiros clo coritd pera noílo ferviço; e eífo rneefmo'
façades vir perante elles todolos vintaneiros dos ho-
ineés do,mar .c om todolos home·és de fuas vintenas~
e 'toçlolos outros , que em ellas. devem feer poftos,
pera os elles ve_er_e m, e ' apurarem , e poerem em vin.:;.
tenas de novo , fegundo nà~ ditas noífas H~dena
çooés he contheudo : e feede a efto bem dilligentes ,
e mandados , ca he coufa , que perteence muito a:
noíl'o ferviço.
- 4 0uTRo SY mandamos , que o ~ito noffo Capi.ij
t-aõ, e· Anadal Moor aja, e leve·do dito officio toda-
las :proees , e direitos ; outr'o fy toda.las' beeíla~ das
luitofàs ·dQs beefteiros do conto , que fe rnorrerom ,.
_ou morrer.em , <: de todalas outras coufas , que ao di-
to officio perteencem , afry , e pela guifa, que o elle
fempré levou , e levarom os Anadees Moores, que
ante dle for9m : e nom lhe ponhades fobr~ elio ou-'
tro .nenhuum embarguo em nenh"\fa guifa ; e ,fazee
dar e entreguar as ditas beeflas "ªº dito nofip Capi-
- ~ªm. , e A.nadal Moo.r . , ou a quem vos elle .mandar ,
·íem.
í4º~ LrvRo PRIMEIRO TrTuto . SEs'SENTA E 01To
,, "
.
r,_,
/.
'#
IP'
\
•/
'
1
J
-
'
Do ANADAL MooR ETC. ..pj
e dos outros, que vos ja dei:om, efcolherdes aquelles,
qué conprem pera comprimento do dito numero, e
dos beefteiros do conto, que vós achardes, que em
efie 'luguar devia d'aver.
18 E Qy AN no' virdes: que os Juizes, e Offici.aaes
o fazeIP1 mali,ciofament~ , .e os nom quiferem dar ,
ou i:om fazem aquello, qtre lhis per vós da naifa
parte for reguir.ido; e mandado, e achardes ·, que
fom a eli0 negrigentes, e mal mandados, e vos que-.
. rem deteer, e poer pedongua ·a os nom dar, r.ecorree
vós a huú Tabeliaõ da noífa: pàrte 1 que _os cit<;, que
do dia, que· citados forem tt dia ,certo convinhavel
pareçam per peffoa·perante Nós a dizer qual,he a ra~
zom, porque vos nom dam l~go compdme~1t_o d.os
ditos beefl:eiro~ ,,e aquelles, que milhares, ~ e -ma1s .·
pe~teencentés fom 'pera noffo ferviço. É ,. mandamos . ..
aos no~9s Taballiaaés, e a cada huú delles, a . que o
vós req\l·e·rerdes, e '·!hes 11.9ífa.Hordenaçom for mof-
. tfadà, que citem os ditos Juízes, e Officiaaes do Con-
e
celho, feendo-lhe per vós requerido) vos dem , ef-
torinentos do dia. do p_a req:r fem dihh~iro, e e~via7
·de-.o a Nós pera .o Nós veerrnos, e vos mahdarmos
como fobre ello façades ; e em tanto' hiredes i ou-
/'
;_;Y,.,·
. '
Do ÀNAl:>AL MooR ETC.
·"' ello ataa .o ' numero ailtig.uo :; "e non:r achiuído hitan-
.t-Os ~ fazeâe aqdelle; , que
maiS' po1~tde9 .farú:'r. :
.2 8 E. <rir/\~ ~o aco~1. tecer, que em ~lgµÚs · 1,ug~a
res nom . achardes tantos meftei~aa;<';s ~ ou íer':i-çaa.es
pera -faierdes comprimento dos beeí'l'eiros, q~e ou.:.
Ver d·aver no ' lugu,F ) e, ª.ch~rdes algu.\Ís .outro_s ho-
• rrl.~és m~ncebos : que üfern de tirar com beeitas / ºl:l
' ' q ·ye fom perteencen.tes _pe.ra: fereryi n0ílo~ be.efte!ros
' l ' ' • ' . ' ·~.
'• . . '' .... . ' ·, '
.
.J<;
. _,_ .
4 1r8 · LrvR0
.
PRIMEIRO T1Tu10 SissENTA E 01To
' .
4 20 L 'rvRaPRrMEIRO TrTuLo 'SESSEN TA E oI To
-
Do ÁNADAL MooR ETC.
T I T U L O LXVIIII.
·,
"
DAs DUVIDAS, OJJE V Asco FERNANDES, ETC. 425
MANDA EIRey, que nenhuu do feu Defembar-
guo nom dê carta a nenhuú deftes taaes J perque aja
deíl:o conhecimento nenhuú Corregedor , nem Juiz,
nem Jufüça da terra , mas que lhas dem pera o Ca-
pitam , e que elle os ouça , e livre com feu direito.,
fegundo as Hordenaçooés, que fobre efto foro feitas.
8 ITEM. Alguús forn poftos 'nas vintenas do mar,
e allegam, que fervirom na guerra em campanha de
Johaõ Guallego, e forom regataaês da Corte, e por-
que ufarom do mar, e rio a pefcar, foram. poftos pe-:
los vintaneiros nas vintenas, e elles moftram voffas
cartas, per que os a vedes por efcufados dos encarre-.
~uos dos Concelhos, e agravan-fe ~e ferem poftos
por gualliotes. Mandade como fobre ello façamos.
Drz E!Rey, que os nom tirem da vintena, e os
leixem fiar affy quedas.
9 hEM. Alguús vintancitos dos homees do mar
~e Lixb9a, ·~ de Setuval , e dos outros luguares da
coíl:a ·do mar dantes feitos fezerom fuas vintenas de
vinte , fegundo em a voffa Hordenaçom he con-
theudo ; e porque dcíl:es homeés parte delles fom
mortos , e fogidos da t~rra , as vintenas ficam -min- -
guadfls, Seja voffa merct e de mandar-des fe o refa-
rom de vinte homeés , húas palas outras, [e os vin-
taneiros cada huú per fy nom p~der fazer c-0nprida
de vinte homeés conhecidos.
Drz EIRei, que nom .aja hi vintaneiros, falvo
de vinte homeés, e nom menos., e fe menos tever,
Liv. L Hhh nom
+2'6' LIVRO PRIMEIRO TITULO SES~ENTA E NOVE '
)
.p8 LIVRO PRIMEl~O TITULO SESSENTA E NOVE
r
UÀs DVVIDAS, Q!TE VAsco FERNANDES, ET e. "131
/
E Nos mandamos , que .e m qualquer t~mpo do
.an,no, que eHes'" derem as ditas maaõs_d'aguias , ·que
lhes .fejam recebidas , e .lhes feja·m g·li.a.Fdados féos
pri.vi.llegios, poíl:o que as nom dem aaqueU.es tem-
pos, qlle pçr n&? fom ailinados : e out.Fo fy manda-
.rn~s, .qu,~às becfte.iros, que forerri feitos novámente,
que ao dia, que affy forem poftos por beeíl:eiros ,ataa
huú anno deru as ditas :maaõs d'aguias , e que ante ,
· d'hull anno nom fejc;i~ pôr ellas conftrangidos. .
20 E AO q,ue nos ·dizer enviaí'tes, que Õs ditos
bee..f1:eiros-fe ' agravam contra PS Concelhos' porque
<.]uando vaõ fervir cpm prefos , ou com dinhei~os,
lhes nom querem dar por feu mantimento por dia a
cada huú ma1s de trinta foldos, que 'íorn cpntheudos
em feos privillegios, qudh.es forom <l~_ados na era de
mil e quatrocentos-e trinta e cinco arrnos, da moe-
da, que entom .corria. E que forre noffa mercee, que
déclaraffemos quanto agor;,l 4viam d'aver .
. ,, Nós M~NDA::-1os, e declaramos que clles ªJªm
cada huú dez libni.s por dia.
2I ITEM. Aó .que .d izees , que os ditos beefieiros
fe agravam , porque os Conce1_b.os m~ndam· ·co~ os
c:linheiros, ou com os prefus tr;es, ou quatro delles .,
e -outros tar;tos de piooês ,_e que defta guifa eram ef-
cufaçlo_s os ,piaaês, 'e ferviam,, elles. E que nos pediam
por mercee, que declaraffemos a quantos :piaa~s ferá
r ,
\ .
g//.._7 ..
'
-
ITEM. Setuval ha, Verde 12
d'aver...... " 65 ITEM.
. En
- Alvallade. 12
' ///J hEM. Alcacer. ·. . . . 30
!TEM.' Santiago de ,
ITEM. Em Aljuftre . . · I o
.. ITEM. Em Guar . .- . 18
l!?Jí ' .
' Cacem.. . . . 20 ITEM. En Almodaver. l I
31Z . ,b EM. Sines. , . . . . 10 ITEM. Beja de numero 80 •
ÚdS- ·ITEM. Odomira.. ~ . 12 ITEM. Serpa • .. . . 3 ~
ITEM. Aljazur. ... . . ro !TEM. Em Moura 1o'
·{J;TE·M. Lagos : .... 25 ITEM. Mourom. · . ·. 10
' 1 .
;];·TEM. Silves ...... 30 ITEM. Olivença . ·. : 4©
ITEM. A Albofeira • '. 10 ITEM. ~m Elvas . . 80
Í T.EM. Em Loul~ '. 20 !TEM. Campo Maior 20
_ .l uM. Em Faairom . 30 ITEM'. Em Ougella . ·. 2
'' ,h ÉM. Tavira . .: .. 30 ITEM. Em Arronches 2 s
ITEM. Clafto ·M arim. l 6 · hEM. En Allegrete .. 8
ITEM. Alcoutim . ; 20 ITEM. Em Portalegre J~
!TEM. Mertollà . ,i . 40 ITEM. Em Marvom . 25
ITEM. Em Ourique . l 8 ·ITEM. Caíl:el da Vlde 20
]TEM. Em Meífajana .I 2 ITEM. Em Nifa .•• 2$
hEM. Em Ferrára . 12 ITEM.NaVimieira • 6
l TEM. Em Crníto hEM. No Crato .. ~ ·20
Alo ·
.. ~
.,._
DAS DUVIDAS ' Q!!E- V ASCO FERNANDES ETC • . 439 .
hEM.,Alter do Chaaõ. 8 ITEM. As Alcaçovas • 10
lrEM. Em Avis . . • 30 ITEM. Viana de- par
lrEM. O Cano, •. ·• • I 2 d'Evora . . •
12
ITEM. Soufel . . . . 25 ITEM, Arrayolos. : · 15
h ,E M. Em Fronteira. ·20 !TEM. O Torram . . 1 g·
ITEM. Cabeça daVide. 1 8 h .H1. Alvito . . . . l 2.
ITEM. Monforte . . 25 1TEM. A Cidade de
!TEM. Em Vieiras . ,:_ 16 Evora . . . lOO.
hEfyf._Villa Viçozà • 30_ !TEM. Monte Moor 30
!TEM. No Landro~l . 1 2 !TEM. Almadaã 60
hur. Borba . . . • 20 ITEM. Zezimbra . . 20
!TEM. Eíl:remoz .· • 40 ITEM. Palmella •.• 25
!;'EM. :o Vimieiro . · l 5 h ,EM. Couna . . . • 13
}TEM. Evora Monte ._ 24. ITEM. O Lavradio . . 2 8
ITEM. O Redondo •. l 2. ITEM. Alhos Vedras __ 16
27::
J:/1-1
I TE ivr. A Atougui~
hEM. Obidos . . . 23
15 lTEM•Penella .
.·
!TEM. 0 Rabaçal .
ITEM. O Cadaval . . 7' ITEM. Miranda do
ITEM, O Couto d'Ai- numero • . • 8
cobaça . . . ·. 28 ITEM. Podentes . . 2
hEM. Porto -de Moos 15 lTE M. Pena Cova: . • .7
·ITEM. Leirea . . • 40 lrEJ.YI. Coimbra . . 100
ITEM. Villa Nova !TEM. Monte Mqor
d'anços . 2 o Velho . • 39 .
·'
ITEM. Soure . 20 ITEM. Buarcos • . 5
·ITEM. A Egua 4 ITEM. A Aveiro . 13 _
ITEM. A Radinha . • 5 ITEM. Çantanhede . IO
!TEM. Pombal de · ITEM'.. Avellaãs de
numero . . • 12 . Caminha . • · 11>
I'l'EM. Torres Vedras ITEM. Agueda, e
numero .. • • 30 ·Vo~gua . . • . 2
ITEM.' Alcanede_. e ITEM. A Arrifana de
Pernes . . . . I 5 Santa Maria . r J
ITEM. Santarem •. ·roo ITEM.' Villa Nova de
ITEM. Abrantes e ·. Gaya de nu- _.
Punhete ~ •· . 30 mero 15
<" .
.~
. _,!
DAS DUVIDAS J QYE VASCO FERNAN:OES ETC. 44!
., /80
-·
';'
. ' ' "
'.
•·
, ,.,
442 LIVRO, PRIMEIRO ,TITULO SESSENT,A E NOVE: !
, . I •, ~ i .··' f ~' ..., •· ··.\. ,' • ,_ 1 ' _,- --; ~
· Bai:remqe ,.. ~ ·· . - 6 · hEM. O Julguado de
• 4 " ' • . . •• ' •
ITEM'. Villa de Conde · · Sanfa Cfuz • · • 4
é a 'Po.vóa ·~ • l r '. I<r~ ~~ Cíthavefes .. ·~ ·19'·.
l:Í'!' M. Amarante ;· . . Ir.Ji.. i;E ·~~ Ce~ollico
' .~ '( ' '
de . l .
·.
hEM. Porto Caç-reirt>' 15 Bafto. . ; -; . ..~ 17:
'l ·h~ .:j\ J-J,:90,ra 1
" _Jr~!IÍ. Cabeceiras de
d "Unhom ; • ,. •' 8 '· :J '- •, Bail o ' •., ••• ·,. u ,.
lTE~r'. Felgut;iraS, -~ ~ . I'j.".'. ., .... :.: - .: · "~· fj
, " ·"< • . _-:- 6S . . . ~.
Dqs. beeflâros ·d0: Conto· da . Co1narca de .'rra!la'$,
• \• ;s
·- .
!TEM. '
De·Muniofo .. 4 d'.Anciaaés .. 2 5
, ITEM • .O Julguaclo de
•\
-'l~tJ-
])os hee.fieiros do conto da Comarca da Beira. '
-
Pinhel •• ·• • 30 Guarda .• _.
'~- -
DAS, DUVTDAS; Q!J'E VASCO FERNA_NDES ET C. 4 45:
.
!TEM. O Julguadó de ITEM. O Julguadà do
Belmonte. Ladaairo . . . z
ITEM. O Julguado de I TE·M. Ó Julguado d e
Vallelhas. .·3 9 Merool. . . .
ITEM. Penna Maior. 32 !TEM. · O Julguado de
ITEM. O Sabugual. 25 Felgofinh~~ . 3
ITEM. O Julguado !TEM~ · Taavares .. ~ 3
d' AJfayates.. 4 ITEM. Rio de .Moi- '
ITEM. Covilhaã de nu- nhos . . • . . 3
. mero. . .. . 30 ITEM. O Julguado de
ITEM. O J ulguado de · Çatom . • . . 4
~1anteiguas . . '6 !TEM. Gulfar. . . 5-
·ITEM. O Julguado de , I TE-M. A HonrCJ. _, do
Santa Cru~ .. I Silvaaõ . . . .
ITEM. Mortaaugua. l) l ,TEM. O Julguacfo de
ITEM. O·Cou.to de Carapito ..• . ,- r
· Guardom .. , 4 ITEM. O )ulguado de
" ITEM. Terra de Beef- .F erreira. . . r o
teiros . . . . 10 !TEM. LafoO"és. . . 30.
_ JTEM. A Cidade de ÍTEM. O Julguado
VifeÜ de nu- d'Ulveira .. 7
m~ro. 30' lTEM. O Julguado de
ITEM,. O JulgHado de Canes de
Raiahados. . r 7 Vifco. . . . 3'
ITEM. Sa~ta Oyaya. 3 ITEM. O J~lguado da
1TEM. Povga de. . . 3 Gurra. . . . I
ITEM. · Zurara. . . . IO . lpM. O Jülguado de
ITEM. Penalva de nu:. ' fürriaõ. . . • 3
:mero.~ . . • . 10 d ' ITEM
)'
Reefende ... 4 d 1A:rouca.· • I I
ITEM-. O Julguado de l TEM. Ü JuJt5U<\d'? d~
Cinfaaês . . . 4 Bargo. · . .
~TEM; Q Ju!guad·o de l::PEM, A Loufàã. .
S:u n . Martinho faEM: A PavÍft,
. ./
de Mouros., 3 e Sobrado. 6
hE.M. O Julguado
.
l TEM. F~gue1ro. ·'- 10
-d'Alvaren..
gua. • . • ~ -~. ; r
·--rr
·JTEM.
\
\
'
448 LIVRO PRIMEIRO TITULO SESSENTA E NOVB
'.
Lrvio
- .PRIMEIRO T1T.ULO' SESSENTA E,;;: Novi
vu d0us dias. .
36 !TEM. No d~to·allardo verees logo os beeíl:ei~
rns, que ficam.,.czomo forp preíl:es, e Gorregidos ;_e
fe acha'r;des, que alguiis delles nom te~m taa.es l;>eef-
"'-- tas~ que fejam de .receber, faberees d~ feu Anadal fe.
0
. "
nom ·ouve ~beefta nem a quiz tee'r, mandade logo aa
dito feu Anad~L qne prefente vós , tome fQg0 tam:os.
de feus beês, ·e os venda, perque fe ·poffa ~ver húa
beeíla, que fej;i bda, ra~oada , e recehondã , fegundo .
, ;... I ,;
. '
' DAS DUVIDAS, QYE ' VA'sco FERNANDES :BT,C.
' 453
Hordeés,, e primeiro nos farees faber · c;1ua~t.os fom os
'que .minguam em cada h~um I:ug~iar.
_. 41 '- I TEJ',1: Dire.es 'aos Offic;i.aaes da nõ,!fa part~,
- que os que elles mandarem ch'~mir aas Camàras pe-
ra vo..: los moftrarem , e darem por ·beefteiros-, e: elles
nom quiferem v}r .ao tempo, q!:le lh~s for _affinado, e
fe fazerem :r,evees, que elles vo~los p~dem ;dar- por
beefl:eiros, fe os elles antre fy ham por taaes , que fom
pera elÍo i-doneos, e perteenceQtes; e fe vÓ-los derem,
ailinen;i-vo~lo afiy- p~r. (uas ·maaõs em off9~ Üvres, e
elles, nem vós ttom os tirees por retados-, qúé vejaa-
es d'f-!Rey meu Senha~, ou rloffo, falvo fe vos log'?._
.c om eHes .fezer meêçom, que os tire'e s, poftó _que fof-
fem revees qu~ndó forom ~ha,piàd9s. -, . .
42 ÜuTRO sY porq4e avemos per certa .ihforrpa..: -
Çom, qu~ qú~do ~sJuizes,· e Officiá~es ~~m de apu.
rar,erles beefteir_os·,·e os.dar,, que os Ca valleiros, e Ef-
c·udeirós·, e outràs podei-ofos ·fe. ~-a~ô pera: ~l~es pera
os ràrvar , e fazer.efcufar aquelles; ~~que elles teem
carreguo, fazend9-lhes poer o,utr?s" -que .nom devern
feer poílos, por efcufarem os feus, o ' que a ,Nós nom . ,
- praz _,.e o a vemos-por mál feito i p0rem mandàrnos ,
que da.q ui en di<inte quªndo fe ,ou verem. de dá~· os
diétos ·beefl:eiros, e.: fazer de novo, q;1e nom ftem, <t
ello prefentes,. fal vo .os <lidos Officiaaes , a qll~ eíl:o
perteence, e vós Vaafquo Fernandes , e Armam Bo:;
- tim, : e_fe alguús dos fobreditàs ;y1erem :, e quifer~~
B:.af hi ~ requeirarn~lh~ os Juiie~ -dei .poifi parte, qv~
. . -. . - • . . . . fe. -
'. . . '
....... • • .. J
1 -
LIVRO PRIME-IRO TIT.ULQ SESSENTA E NOV~
.... é-
:DAs nuvrnAs , Q.171!: V Asco Fn~A.NDE' ETC. 457
·' '
''4-58 L1v~o PRIMEiltO TITULO SESSENTA x NOU
' -·
r '
DA~ DUVIDAS' Q1TE V ASCO FERN."iNDES, ETC. 4'65
teiros do conto, que dante fom feitos , e outros, que
vos foram dados pelos Concelhos , veem receber o
foldo, e pãno, que ElRey meu Senhor manda dar a
aquelles, que o ajam de fervir por remeiros; e que
Gonçalo Affonfo, que per mandado do dito Senhor
pagua o dito foi do, nom embargando que aify beef-
teiros fejam, lhes dá o dito foldo; e quando os vós·
coíl:rang.cdes, que vaaom fervir a alguus luguares ,
vos alleguam, qtJ-..e tem o foldo de rerneiros, e que
per efta guifa fallecem do conto' que mandarnõs á
Armada; e por quanto os beefteiros do conto, que
aify fo~n dados, e ailinados no livro do dito, Senhor,
forn obriguados a fervir corno beefteiros,. e pois obri-
, guados ~om , nom pe razom de fe mais obriguarerri
<:tn outro cabo: porem vós requerede da naifa parte
ao dito Gonçalo Affonfo, que elle a ne'nhuú beeftei-
ro, que feja aífeentado no livro do dito Senhor, nom
dê foldo nem huú, nem panno, ca aify he ·mercée
do dito Senhor , é aííy foi já defefo ao dito Gonçalo
Affonfo; e por tanto vos mandamos, que lho requei-
raaes; e fe alguús dós ditos beeíl:eiros allegarem, que
teem o dito foldo, e forerjl coílrangidos pera alguúa
fervidooem , vós nom lhes conheçades dello , ante os
coíl:rangede como beefieiros.
66 ITEM. Porque nos foi dito, que os homeés -
boos, e Officiaaes- vos dam alguús por beefteiros do
conto daquelles, que gualiotes eram, e andavá,rn 11as
-vintenas, porque delles pagavam o quinto, e delles
Li-v. 1. · Nnn nom ,
466 LIVRO PRIMEIR<>'T1TULO SESSENTA E NOVE
T I T U L O LXX.·
v·
AAsQyo Fen{andes, e Joham de Bafto_- Nós _El.J
~ Rey vos fazemos faber, que efta he a maneira>
que ha vedes de teer em veer, e apurar, e poer de no-
vo-n;is vintenas do mar todo~· os homeés, que a ellas-
. perteencer, e em ellas devem feer p~fios nas Cida-
des , e Villas, e Cofta do mar~ e do rio_, e em todo-
los outros luguares, em que os ouver ·, e fempre a-
. cuftumarom de poer em vintenas, honde vos Nós:
ora mandamos apurar os ditos bee'fteiros.
1 PRIMEIRAMENTE cheuuaree;, e faber~des po-
los vintaneiros dos homeés ºdo mar, que hi ou ver,,
quantas vintenas hi eram fe_itas; e veredes os· homeés,
que em ellas andam poíl:os per peífoa; e efcrepvede os
mancebos pQr mancébos, e os que forem de mea hi-
dade p9r mean.tes., e os velhos por velhos, e os mo-
ços
-.
-~
,
1
;;
"-
,, ·~
. ~t,
-Do Q!!E PE~RTEE.NCE A APURAÇOM nos GUAL. 471
'·
. Dos CouDJrns, E REGIMENTÓS,
-
nc. - 473
por ello maior autoridade daquello , que; teem per
Cartas 'dos Reix; que ·a nte Nós foram, ou por cuf-
tumes, que continuada_mente ata ora ufaífem : e pra-
zendo a DEOS Nos entendemos -ainda mandar poer .-
os ditos Regimentos na for_ma, que devem feer. '
) .
TI 1 U _-L O LXXI.
./
Dos CouDEEs ,"E REG.tMENTos ~ETC. 4-75'
prata, teeram beefl:a de guarrucha eom fua gpàrtu- ·
·c ha , e folhas , e bacinete de carnal , ou de b;ivéira ,
qual ante quifer , e hum cento de viratooés : e p0íl:o
que deíl:a conthia lhe falleçam duas. onças , 'nom lei-
xarom de·lhe lançár as ditas armas. E fe aquel , que
afly for aconthi.iâo em beefta de guarrucha', diífer ,
que quer, antes teer hum cavallo rafo, que a dita
beefta, e armas, nom lho façam'. .
3 E o QllE ouver conthia de dezafeis marcos de·
prata , coftrang.uan,l~rto , que tenha be,eíl:a de pollee
.com füa poÜec, e ~~0~ cincoenta viratooés , feµ1 o~
tras armas.
"' 4 E os QYE forem de mais pequeQa conthia def-
,"e
to manteverem per'fy caía ·, feram coníl:ran.gidos •.
_que tenham lança, e dardo .
. r: "5 - E No Regno do Algarve, e ·A.ntre Tejo, e Odi-
. ana teeram cavallo , e armas da meetade das con~ ..
thias , ·de q~e he éícripto, que í~ tenha na Eftrema-
dura : affy bonde declara , que na Eíl:remadura te-;
nham cavallos; e 'armas de valor de quarenta marcos
de pra ta ,. e teellos-ham _1~as ditas Comarcas de vin-
,. te; e aífy' n9s outros avaliamentos. E eíl:o m'andamós
..,.
affy, por quanto as ·- ditas terras' ftam mais ácerca do
ftrcmo , e he compridoi,rn ferem us gentes mil}lor
percebidas d;arrrias, e cayallos. _
· 6 E NA Comarca da Beira fe teerá ·efta maneira
d~ Algarve, e- A~,fre Tejo, e Odiana: falvo em La-
mego ,, e em todo Íeu termo, em que ham de lançar
Ooo 2 ca-
~p6 LIVRO PRJMEIRO TITULO SETENTA E HUM
'
Dos CouDEES, ~ REGIMENTOS, ETC :~ 47.7
e A p 1 T
'
u L 'o II.
..
.f 7':8 Lrvno PRIMEIRO TITULO SE;EN'.l'A ·~ H~-~
perque mereçam de teer beeftas de guarrucha, e dalH
pera diante, reqúeira~ aos Juizes que ponham out'r~s
/ .
beeíl:eiros do cont~ em feu loguo, e eítes conítra111ge;
rom, que tenham beeíl:as de guatruchà, ou o que per
feus beés merecerem de teer. ·
3 E AAHM defto , os ,petcadures ,' e mareantes ,
que nom teverem conthias pera teerem' beeftas de.
guarrucha: nom fejam cóftrangidos pera teerem o.u-?
tras armas ;-nem pareçam em_alardo ; e os qué teve- .
rem conthias pera teerem ~s .ditas .beeíl:as, ou caval-'
los fingellos, coftrangellos-ham que tenham beeíl:as
-de guarrucha com foa s armas; e os que teverem con..:
'i:hi~s pera teerem ca vali os , e armas, coft:rangam-nos,
que tenham do.us arnefes compridos : pero fe eítes1
pefcadores, ou mareàn~es teverem beés de raiz, que
fej a'm de tam grande·conthia, que mereçam de terem1
.· cavallos, coíl:tangam-nos' que os tenham. .
4 E Tooows õutro·s , que aífy manteverem cafas,
teram cavallos, e armas per as conthias, qu'e fom de-
clarad.as no capitulo ante·deíl:e ; e deíl:o no~ feram
efcufados os noífos Contadores , nem Efcripvaaés,
nem moradores , nem outros officia~es , nem peífoas
a fora o que em co~eço defte'capitulo faz mençom:i
fal vo fe teverem alguús privilegio~ geeraaes, OH efpi...
ciaaes noffos, ou dos Reix, que,ante•Nós forom ,'e
confirm:dos per Nós, porq~e os a vemos por efcufa-
dos. Pero quando ouverem de fazer alardos r
aos
,
nof-.
fos Moedeiros , fazello-am faber ~o Thefoureiró, e
AI-
, Dos Couous , E RtGIMENTos, "ETé. 4 79:
e A p r T u L o nr.
Como harn de fler .flremados os avaliadores, que ham
d' avaliar os bees aaquelles, que ouverem deJeer
aconthiados.
C A.;
.(
I
Dos CouDEES, E REGIMENTO~, ETC.
e A p 1 T u L o nn.
·Das a~Ujas, que bam defeer avaHcr.das .aos que pa111
de teá cav;,llos j e armas. : '
. "
'J~ Ooós os beê$ affy moyys, como de raiz, que te-
yerem' aquelles, que forem pefioas 1 ; a qu_\: per,..
teença de teerem cavallos_',ou '191T1as; Ih~ ferarn ava-
.
liados affim os- que te verem nos lubauares , bonde yi-
: vem, ou em quaaefquer oufras partes dÓ Regno, ou
_, "
'·
ainda fo1~a delle, tirando os' que adiante fe~am d~cla- ~
rados.
' ' ' . l ,.
I SE alguús t1:ouv.er~m vinhas, ou cifas , ou ou-
. . tros loeéfl afforados, Qll emprazados d'algúas ou_tras ~
· peífoas, ou per outra guifa ~ de qi.ie aja · pera fy ho . (
' ,
Dos CouoEEs, E REGIMENTOS, ETC. 483
-.
~ J;)a maneira, qutje ha. de !eer no avaliar dos beés.
·Q
1 •
\
. Dós Coun~Es j E RwifyIEN'fOS, 'Eirc . .
. ,
486 Lrv~o PRIMEIRO T .I TULO SETllNTA E Hu~ -
1 ~ - • '· • •
. . ' (
a
befl:a quiriz~ , e fe: forem de pee dez bra11COS Cáda
;.,
h uu.
C A P I . T U L O _\l_I.
,_
·nos CounEES , E REGIMENT.OS, ETc: 489
2 E SElhe -morrerelil feus cavallos , ou lh_e en-
manquecerem de tal manqu_eira , ou doar , que nom
fejam pera fervir, n~m acharem por elles preço., ain-
da· que os queiram vender , taaes como eíl:es a_,.v_e-
ram espaço d'huum anno .
pera comprarçm outros. ç
3 E sE forem mancos de ~al manqueira , ou doar, •
que os ,Coudees lhe · mandem , que tenham outros ,
pero fe os venderem , e acharem por elles preço , fai-
bam 'os Coudees, po:que preço affy_forerri vendidos, ,
e fegm:ido que o preço for , affy lhe encurtem do ef-
paço do anno,. que lhes ·he ~ordenado ~ affy como, fe
em a Comarcà valerem os cavaílos recebondos a tres
marcos de prata, e o aconthfado vender o feu caval-
lo manco por huú marco , encurtar-lhe-aro çlo dito
anno quatro mezes, e os oito lhe dem d'espaço a que
aja de comprar outro : e affy de mais ,.e menos, fe-
gundo .que o vender.
. 4. E SE a alguús aconthíados forem filhados feus
cavallos, ou armas, e aquelles , a que os filharern »
moíl:rarem -Alvaraaes noffos, per que lhes damos ef-
paÇo , guardar-lhe-ham o· Alvará, ou Alva.raaes em
forma, em que forem feitos; e acabado o efp~ço -em
elles contheudo ,'coíl:ranguam-nos, que pareçam com
os cavallós, ' .
" 5 E SE ·aquelles , que os filharem , nom .teverem
noffa authoridade, os Cou~ees coftrangu.arn os acon-
thiados ~ que tenham ca~allos , e elles demand.e m ,
aquelles , que . lhes fi.lharom perant~ os .Couqees : e
. Liv. 1. Qqq man-
I
490 LIVRO PRIMEIRO TITULO' SETENTA ~ --HUM
. .. ' ....
mandamos , que qualquer quê lhos· aífy ,,filhar··a e
qualqu~r condiç;Ôm, e _eftado que reja, qu~_ venha ref-
ponder. per fy ' ·oµ-per feu pro~urador pera~te os fo ...
br~ditos •
. 6 . E MANDAMOS ao :çnrregedor da noJfa Cpne, e"
aos Corregedores das Comarcas - ~ e a toda~-as o"utras
.. :p.offas·juíhças ., que c0mpram as féntenças -, que os
Ccmdées derem em eíl:-es _feitos , e que ·nas fent_ença:s
nnm aja appdlaçom, , ner:µ alça:da , falvo fe ailguús
' - quife~~ril ~~lles agg;<Ji~~r- , que aggra vem' péra, Nós:
e eftes -agg~av.o.s figu,am' a forma acuftumadá, que fe
. tem; nos outros aggra vos.
7_ E SE ~- Coudei vir. , qué o aconthiadp pooem
. ·boa dilicreni
b '_,,
1à)·em ·. d'emari"dar o dito· tavallo, ou ar.:.
mas, qu,e rn~·:aífy. .(oreiFÍ filhadas , em quanto andar
.e m.,de:n)lamda, e·n.om,.0uver. comprime""llto de jullíça,
· norn o coHrang~A · que tenha cavallo, ~t1 armas,-que,
ilhe. forom tbai:a das, ataa aver livramento ; ·e f~ vir,
qlJe-fe leqrn dar a vagar , por nom teer enca~reguo de
cavaÜo·: ou acrmas, c9fhangua·- o ,_que .toda '-yia o t.e...
nha, e em :efte ·ca f~ foo~<;nte tenham os· Co~dees au-
1toridade ~de J·wlguar: -.
. \ '
8 .: E .'Aos que .nevam.ente lanÇarem armas , -ou
beeftas; ~ lanças , e dardos , ou efc;udos , dar- lhes-
a
.ham efpa-ço de quatro rnezes que os_ajam & ·t eer, e
.parecer com relles·;. e fe deÍpÓis que ªs teverein., as
..: perderem. fe~ fua: ·~ulpa, dar-lh~-ham efpaço de huú,
·anno ·p era :a verem de comprar ~utras;-e .noin averallli'
" a tito-
Dos Counns, E REGIMENTOS, ET<'.'. ,..
.el º vir.
~· ~,
p r T u L
·,
,.... .
494 · Lt~Ro PRIMEIRO ';rrTULO SETENTA 1 HUM
\.
'·" de viverri, e fe v~orn pera 04tra parçe, por aazo de
··nor~ ter.em o que lhe _foi Iançido, fobre taaes c9mo
efte11,. mandamos; que .fe ten~a efl:a maneira.
. . ., r · .Qy ANDO os Cou_dees das Comarcas, donde os
fobreditos viverem,. fouberem_; -qu m pariidós P<:>r
eíl:a razom ;_fa berom parte honde · e foram ~i ver , .~
. . . .
r: •
,•
. '
... ' ';T'
e'
 'i'l"T ·li't7 ~
> ".
º v1ür. .
. _;,r. . . - '
- Corrio os aco11thiad~S,~hám de ·'fe~r penf.adÓs/eus cava/los.
. ... \. '.~- . ) ,
t.
496 L1vRo -PRIMEíR.o 'trn,rL~ SET_ENTA Ê HUM
f: .
:Cos Coun:rns, E REGIMÉNTos, ETC. 497
' '
' .
Dos CouoEES, E REGIMENtfOS, ETC. 499
CA p I Tu Lo "XI. .·.'
. -Ri:r"2" . . ~·
\
500 LrvRo PRIMEIRO TITULO SÊTENTA E HUM r
e A p 1 T u L º x1n1.
.
Da maneira , que os aconthiados em e.aval/os ,. e armaJ· }
h'!m de aparecer.nos alardos, e .da maneir4, que o
Coudel ha de fazer os· ditos alardos• ..
f
e ;DA ' ~
•
'' 504 LIVRO PRIM~lRO TI.TULO SETEN-T.A E HUM!i
. .
Dos CouDEES , E REGIMRNTOS, ETC. 505
l-ilria : e reeram maneira , que o dito roo1 lhe feja en-
viado deffe dia, .que o alardo for feítb ataa trinta di-
as.
9 E A ALEM deíl:e alardo geeral, que mandàrnos,
que fe faç:i em ·cada huum anno hu~a vez per ~odo
o Regno, os Coudees das coudelarias, honde ou ver t
Liv. 1: Sss
506 LIVRO PRIMEIRO TITULO SüENTA 'E HUM
'
eAp I T u L~o X V.
2 " •
.. ,r;
,.
Dos CouoErs-, E REGIMENTOS, ETC. 509
. 4 .
E o..y ANDO os Coudees mandarem aos acon-
'
thiados, que tenham armas, ou cavallos pelos .pri-
meiros avaliamentos de feus beés, ou por perderem,
ou vender~~ os que dantes tinham, lhe darom os
Coudees os efpaços, que fom eontheudos em efte nof-
.· fo
1
LIVRO PRIMEIRO TITULO SETENTA E 'HUM
e
... ~··
• .:r
eA p 1 T ·u L o .. xvn.
·Das penas, que ham d' aver os Coudees, e Efm'pvaa'és.
fi levarem_peit as, ou ftrviços por aa:?:,o de jeits ' (
,i , ·,
ojficios. "
• J Ç A- ·
Dos CouDEES, E REGIMF.NTos, ETC, 515,
eA r 1 -r u L o ·xvnn.
Da maneira, que ham de teer com alguüs., que.forem
beeflems .do conto, e qu.fferent' ."t!er cavallos mfos.
Dos
11
dfnheiros
\
, .que ham • ,,.4,e. levàr os Ejm:pvaaês .
das coudellp.rias. -
....
todolós aeonThiiêlbs'
"• r
, que tem. · errt feu
.
livro
..
' affy de
- cavai lo, e. armas , co_mo de· cavallo fem armas , e 'ar-
1
l ._, . .\. r _, ·• . ,
')
- · Dos CounEEs, E REGIMENTOS, J>Tc. 5r9
\ '
. .
Lr.vi:rn P1uMirttoT1Tuto SETENTA E HUM
rr·D...
"" ..
Do REGI~ENTO no CHANCELLER, ETC. 521
T 1 T U L O LXXII.
N
,
Os ELREY fazemos faber a quantos efte Regi-
mento virem , que per alguus noífos officiaaes
nos foi notificado, que as noJfas Chancellarias das
Comarcas dos noílos Regnos nom rendiam aquello,
que de direito devíamos daver, por algúas razooês
aqui declaradas; e nos moveram fobre as coufas, que
perteécem aa dita Chancellaria, algúas duvidas, as
quaaes Nós mandamos aos Defembarguadores da
naifa Rolaçom que as viífem , e acordaílem o que fe
per Dir~i to, e Hordenaçooês , e boas coftumes fe de-
via fobre ello fazer; os quaaes as viram, e efcrepve-
·rom , e determinaram , fegundo ao diante he efcri- ·
pto. A qual determinaçom Nós . mandamos que fe
guarde e compra pela guifa que fe fegue.
I 1TEM. Os Taballiaaês das Villas, e Luguares,
e Efcripvaaês , que efcrepvem perante as juíl:iças,
afsy Juizes como Almuxarifes , e Contadores da
dita correiçom,
1
e ainda• Efcripvaaés dante o Cor-
regedor, que nom querem dar em rool ao Chancel-
ler da dita ;correiçom as penas , e fentenças , que fe
rlam, e pobem pera a Chancellaria, norn embar-
Liv. 1. Uuu guan-
5n LrvR(!} PIUMEl'RO Tnu.to SET:&N'JA E no1s
/
Q1.JUM
LAUS TIBI SIT ' · CHRISTE ,,
) LIBER EXPLICIT ISTE. ETC..
'f·
fl'.. 1rÚ10 r. ·I)~ Reg.:ed~~-, .e GovernadÓr ' d~
' . ., . .
·
em a Corfe d'ElRey.-
.· .... Caía da
. . ...., "
Juíli~a
'
. Trr. ·•H. Do Chancelle'r Moor. ·
'r • 1'
1' '\
., · " .8_4 ·
· -.,TrT. '{{IIÍI.. Do··Scr;ipvaã dofF~itos d 1E!Rey • .95
.Tiy. x:y_.;; .Dq E.rt. ~i ~v~õ das MalfeitorÍas 97 1• • •
>· · ·-
mas Villas per feu ..ferviçô, e.do podei:
{
,, T · A
~ ~
V . o ; A• .
' t
\ . ·. ,.,./
•.
· bu(cas dos· feitos', ,e das. éfcripturas.. 227
'f,fr. XXXX: Do que)~a~ de ~evar polos
'• caFretos dos feitos: " .232
TrT. '.XXX. XL 'Qo que ham de . lçv~r . os En-
.. 1
. : queredores. . · , 233
·1.)T • .·. iocxxn. ·Do que levarom qs Taballi:.. -
. aaêns, e Efcripvaaens,, e Enqueredo-
~ ·res ' por feu trabalho , q~a,~1do forem
fora· do Lugar faze{~lguina :efcript~-
i.. .. .... - ·~
ra. .234
.xxxxin. Do que harr de levar os
Pôr_tei.ros, e Pregoeiros: ,das penhora.s ,
J...
__, ... • • • j
. 6 rel/'lata.çooens , e c1taçooen~. . · 23 5
.~ T. 1T~ " XXXXIIII . .Do Contador das cuíl:as, e · ' .
. -.. :~ ~ ' ; • {'! ·•. . ..._ I - .
/
"V ·À: V O A'
,, "';.
1
:·
..
'.
' r
..
W. 7
·"'
...
,,
~,.
. .