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Anodização
1. Introdução ..................................................................................................... 3
2. Curvas de polarização de metais passiváveis [2,3]....................................... 3
3. Mecanismo de crescimento de óxidos [4] .................................................... 5
3.1 Relação de Pilling–Bedworth................................................................................. 5
3.2 Equações de oxidação ............................................................................................ 6
4. Processo de anodização ................................................................................ 8
5. Anodização barreira e porosa........................................................................ 9
5.1 Óxidos barreira ....................................................................................................... 9
5.2 Óxidos porosos ....................................................................................................... 9
6. Selagem..................................................................................................... 11
7. Breakdown e sparking................................................................................. 11
7.1 Características do breakdown e sparking ............................................................. 12
7.2 Modelos de breakdown e sparking....................................................................... 13
8. Anodização em metais ................................................................................ 14
8.1 Anodização porosa de AA2024-T3 ...................................................................... 14
8.2 Anodização barreira de Nb ................................................................................... 16
8.3 Anodização porosa de Nb..................................................................................... 19
9. Referências bibliográficas........................................................................... 22
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1. Introdução
A anodização é um processo eletroquímico em que o metal a ser protegido é o ânodo.
Este processo é realizado principalmente em metais válvula, os quais formam óxido em
contato com o oxigênio do ar.
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estabilidade de íons, óxidos e hidróxidos. Estes mapas informam sobre o campo eletroquímico
medido por meio do potencial e da acidez da solução.
De acordo com o diagrama de Pourbaix, fig. 1, podem-se identificar três regiões
distintas em que o metal pode estar submetido.
Região de imunidade: a espécie estável é o metal
Região de corrosão: a espécie estável é o cátion do metal, submetido à corrosão e
Região de passividade: a espécie estável é o óxido ou o hidróxido do metal.
E (potencial)
E (potencial)
Região de
passivação
Região de Região de
corrosão passivação
M+z MxOz ou Região de
M(OH)z corrosão Região de
M+z imunidade Região
E M/M+z E M/M+z ativa
Região de
imunidade Região de
M imunidade
pH log i
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3. Mecanismo de crescimento de óxidos [4]
O crescimento dos óxidos depende das características que estes apresentam. Sendo
assim, é importante estudar como essa película de óxido se forma no metal base e como ela
cresce em função do meio corrosivo em que se encontra e do tempo de exposição.
Existem três processos distintos que ocorrem enquanto o metal está em contato com o
oxigênio:
- adsorção de oxigênio atômico na superfície do metal;
- absorção de oxigênio molecular na superfície do metal e
- reação de oxidação originando um filme de óxido.
Quando se forma um filme de óxido compacto na superfície do metal, é necessário que
haja um fenômeno de difusão através desse filme para que haja crescimento do mesmo. A
oxidação vai prosseguir com uma velocidade que será função da velocidade com que os
reagentes difundem através da película.
O processo de oxidação envolve o transporte de íons e de elétrons através do óxido,
isto é, a oxidação vai depender das conduções iônica e eletrônica.
A condução iônica pode ser dada da seguinte maneira:
- difusão de ânion (O-2) através do óxido no sentido do metal;
- difusão de cátion metálico (Mn+) através do óxido no sentido do oxigênio e
- difusão simultânea do ânion e cátion.
As zonas de crescimento dos óxidos, segundo o sentido da difusão, aparecem da
seguinte forma:
- difusão simultânea: os íons se encontram em qualquer parte da massa da película;
- difusão através do metal: o óxido cresce na superfície de separação metal-óxido e
- difusão através do óxido: o crescimento da película ocorre na interface óxido-ar.
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M = massa molecular do óxido
Vóxido Md D = massa específica do óxido
= m = massa atômica do metal
Vmetal nmD n = número de átomos metálicos na fórmula molecular do óxido
d = massa específica do metal
Vóxido
1 Óxidos não porosos e metais mais resistentes,
Vmetal > óxido sofre compressão.
Vóxido
1 Óxidos porosos e metais mais rapidamente oxidados,
Vmetal < óxido sofre tração.
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Y linear
parabólica
Espessura do óxido
logarítmica
tempo t
Figura 2 – Curvas de oxidação
- Equação linear
Y = Kt + A K = constante
É a equação seguida geralmente pelos metais cuja relação Pilling-Bedworth é menor que um.
Isto é, a película é muito porosa e não impede a difusão.
- Equação parabólica
Y2 = Kt + A
É a equação seguida geralmente pelos metais cuja relação Pilling-Bedworth é maior que um.
Isto é, a película é pouco porosa e tem caráter protetor, dificultando a difusão iônica e
eletrônica.
- Equação logarítmica
Y = K ln ( t/A + 1)
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Ocorre, geralmente, na oxidação de inicial de muitos metais que se oxidam rapidamente no
início e depois lentamente, param de aumentar sua espessura.
4. Processo de anodização
A oxidação ao ar de alguns metais válvula forma óxidos de espessura muito fina que
dependendo da aplicação a que são submetidos, esta espessura não é suficiente para proteção
efetiva contra corrosão. Por meio do processo de anodização é possível controlar o
crescimento do óxido, obtendo-se óxidos com espessuras de 20 a 40 µm ou mais, dependendo
das condições de anodização. O óxido formado apresenta boa aderência e pouca elasticidade,
sendo portanto frágil. Além disso, a camada de óxido permite a absorção de pigmentos
corantes a fim de torná-la decorativa.
Na anodização o metal base a ser anodizado é o ânodo e o cátodo pode ser de chumbo,
aço inoxidável, níquel, ou qualquer condutor eletrônico que seja inerte no banho de
anodização.
Neste processo, ânodo e cátodo são conectados a um retificador que fornece energia
para o processo. O metal a ser anodizado perde elétrons passando a Mn+ e combina-se com o
oxigênio do eletrólito O-2 originando o óxido do metal MO, com conseqüente liberação de H2
no cátodo. Para a anodização em alumínio, as seguintes reações acontecem durante a
anodização:
2Al → 2Al3+ + 6e-
2Al3+ + 3H2O →Al2O3 + 6H+
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A anodização pode ser feita por aplicação de potencial constante (método
potenciostático) ou corrente constante (método galvanostático), produzindo óxidos dos tipos
barreira e poroso.
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Célula hexagonal
Camada
porosa
Óxido
Camada
barreira
Metal
Óxido
Alumínio
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6. Selagem
A selagem consiste no fechamento dos poros formados no óxido, conforme fig. 5. Por
meio da selagem é possível aumentar a resistência à corrosão de metais anodizados. A
selagem consiste na hidratação do óxido amorfo, o qual é transformado em uma nova fase.
Para o alumínio a fase formada chama-se boemita, e se origina de acordo com a seguinte
reação: Al2O3 → Al2O3.H2O.
O processo de selagem afeta principalmente as propriedades da camada porosa, pois
faz com que as paredes dos poros aumentem de volume, tornando a camada mais resistente à
corrosão atmosférica e aos agentes químicos como, por exemplo, em testes utilizando névoa
salina.
Filmes porosos podem ser selados em água quente, em solução de H2CrO4 diluída ou
em solução de acetato de níquel.
Camada
óxido
selada
metal
7. Breakdown e sparking
Os óxidos de metais válvula, obtidos por anodização, crescem amorfos até atingirem o
potencial em que ocorre quebra do dielétrico (breakdown) e conseqüentemente faiscamento
(sparking) ou também conhecido por centelhamento. O potencial em que estes fenômenos
acontecem é conhecido como potencial de breakdown (Vb). Segundo Bulhões et al. [6] o
potencial de breakdown depende da concentração do eletrólito e da densidade de corrente
aplicada durante a formação do filme.
- tensão no óxido, causada pelo aumento de espessura, superior à espessura limitada pelo
potencial aplicado;
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- aumento da temperatura em pontos localizados do óxido, devido provavelmente à corrente
localizada na superfície do mesmo e
- defeitos no óxido.
O mesmo autor descreveu que a quebra do dielétrico se manifesta como uma cadeia de
centelhas individuais. Estes viajam sobre a superfície do óxido deixando uma trilha de óxido
espesso e cristalino no filme amorfo tentando encobri-lo completamente. Isto pode ser
explicado pela rápida formação de um filme anódico espesso no lugar do filme em que houve
uma ruptura provocada pela quebra do dielétrico, no qual o campo elétrico é baixo.
Consequentemente, a probabilidade de uma segunda quebra do dielétrico no mesmo lugar é
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muito baixa. O filme sobre a superfície remanescente continua crescendo após ter iniciado o
quebra do dielétrico, com ∂V/∂t menor do que o medido antes da quebra do dielétrico,
provocando uma trilha de faíscas [9].
Em adição a este modelo, Albella et al. [12] sugeriram que os elétrons injetados dentro
da banda de condução do óxido provêm de íons do eletrólito injetados no óxido durante o
processo de anodização. Estes se comportam como centro de impurezas, os quais, devido ao
alto campo elétrico criado no óxido, podem ser ionizados. Isto faria com que uma corrente de
elétrons fosse injetada dentro da banda de condução do óxido, provocando uma avalanche.
O modelo de avalanche pode ser melhor explicado por Klein et al. [13-15], no qual
sucessivas avalanches conduzem a quebra do dielétrico. Os primeiros elétrons injetados no
óxido produzem avalanche por ionização e impacto deixando cargas positivas no óxido, as
quais concentram-se em clusters (grupos), fig. 6. A maioria destes clusters deixa o óxido sem
nenhum efeito. No entanto, há uma chance de um elétron ser injetado em um cluster antes que
ele deixe o óxido. Então, uma segunda avalanche começa, com aumento local do campo
elétrico, aumentando a chance para injeção de um terceiro elétron, etc. Com isso, sucessivas
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avalanches, em um ponto localizado, conduzem à fuga da corrente e ao breakdown, sempre
que um elétron adicional é injetado antes do cluster deixar o óxido.
Elétrons injetados
óxido
metal
8. Anodização em metais
8.1 Anodização porosa de AA2024-T3 [16]
14
Durante a anodização, observa-se que para cada salto de potencial ocorre também um
salto de corrente, o que indica o ataque e início de formação de poros, fig.7.
2 0
1 6
1 2
E (V)
0
0 1 2 3 4 5 6 7
t (m in )
20
16 Cr
i (mA/cm )
12
2
8 Nb
4
0
0 60 120 180 240 300 360 420 480
t (s)
Figura 7 – Transientes de potencial e de corrente de alumínio anodizado em ácido
crômico e em oxalato de niobila, 20V por 40min.
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A) B)
C) D)
Figura 8 – Anodização de alumínio em ácido crômico (a) sem selagem e (B) com selagem
e anodização de alumínio em oxalato de niobila (C) sem selagem e (D) com selagem.
Industrialmente, as ligas de alumínio são anodizadas até 40V, no entanto, certas ligas
de alumínio, tipicamente da série 7xxx, como 7075, devem ser anodizadas até 22V
produzindo resultados aceitáveis. Ligas de alumínio fundidas também devem ser anodizadas a
22 ± 2V, como especificado na norma MIL-A-8625, tipo 18. Por causa da estrutura porosa
das ligas fundidas, anodizá-las em altas voltagens pode causar excessiva densidade de
corrente que pode ser extremamente prejudicial à liga. Quando se emprega o processo a 22V,
o tempo deve ser aumentado de 40 para 60min. No final da anodização, a corrente deve ser
gradualmente reduzida a zero, e as peças devem ser removidas do banho dentro de 15s,
enxaguadas e seladas.
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tântalo, além de baixo custo. Por ser o Brasil detentor das maiores reservas mundiais deste
metal, o Nb anodizado tornou-se forte candidato em substituição ao tântalo anodizado.
As anodizações em capacitores eletrolíticos são feitas basicamente em ácido fosfórico.
A fim de obter-se um estudo comparativo da anodização do nióbio com outros eletrólitos, o
nióbio puro (99,8%, fornecido pela CBMM) foi anodizado nas seguintes condições para
anodização barreira:
- 1M de ácido sulfúrico (H2SO4);
- 0,5M NbO-oxalato, [NH4.H2.NbO(C2O4)3]xH2O (fornecido pela CBMM)
- 1M de ácido fosfórico (H3PO4)
- 1M de ácido oxálico (H2C2O4).
A B
V (V) i (mA/cm2) V (V) i (mA/cm2)
Potencial Potencial
de corte de corte
7 7
t (s) t (s)
t1 t1
17
250
200
V (V)
150
100
1M H2SO4
0,5M NbO_Oxalato
50 1M H2C2O4
1M H3PO4
0
0 50 100 150 200 250 300
t (s)
Figura 10 - Transientes de potencial e de corrente em função do tempo, medidos durante
as anodizações de Nb em 7mA/cm2 em 1M H2SO4, 0,5M NbO-Oxalato, 1M H2C2O4 e 1M
H3PO4
Pelos valores da tab. 2, observa-se que a anodização em que obteve-se maior potencial
de breakdown foi em ácido fosfórico. Apesar do H2SO4 e H3PO4 apresentarem a mesma taxa
de formação (∂V/∂t), a incorporação de fósforo durante a anodização em H3PO4, deu-se
preferencialmente nos defeitos do óxido preenchendo-o, tornando-o com características mais
protetoras.
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Figura 11 – Óxido de Nb formado por anodização em NbO-Oxalato, a 100V, 7mA/cm2.
Figura 12 – Micrografias obtidas por MEV da morfologia (A) e por MET da seção
transversal (B) de Nb2O5 obtido por anodização em 1M H2SO4, a 7mA/cm2.
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Os óxidos porosos podem crescer em eletrólitos que atacam o óxido e também podem
crescer em eletrólitos que formam filmes barreira, quando as condições de anodização
promovem a dissolução do óxido. Isto significa que estes óxidos podem crescer em condições
em que o ânion do metal forma um complexo e em condições de elevada temperatura [19].
20
120 8
100
6
H2C2O4
i (mA cm )
80
H2C2O4 + 1v% HF
V(V)
60 4
-2
40
2
20
0 0
0 50 100 150 200 250 300
t (s)
Além disso, observa-se também na fig. 13 que a densidade de corrente final após a
anodização é de aproximadamente 1,2mA/cm2, o que indica que parte da corrente utilizada no
processo está sendo usada na formação de poros.
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9. Referências bibliográficas
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