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Centro de Estudos

Baianos
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FERNANDO DA ROCHA PERES

A FAMÍLIA MATTOS
NA BAHIA
DO SÉCULO XVII

PUBLICAÇÃO DA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DA BAHIA
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>ondência deve ser enviada à Direção do Centro de


nos da Universidade Federal da Bahia antigo prédio da
Medicina do Terreiro de Jesus - Térreo - Distrito da Sé -
- ihia - 40.000
FERNANDO DA ROCHA PERES

A FAMÍLIA MATTOS
NA BAHIA
DO SÉCULO XVII

Universidade Federal da Bahia


Centro de Estudos Baianos
1988
Professor GERMANO TABACOF
Reitor da Universidade Federal da Bahia
Professora ELIANE ELISA DE' SOUZA E AZEVEDO
Vice-Reitora da UFBA.

Professor FERNANDO DA ROCHA PERES


Diretor do Centro de Estudos Baianos da UFBA.

A VITAE
Apoio à Cultura, Educação ePromoção Social

Peres, Fernando da Rocha.


A família Mattos na Bahia do século
XVII / Fernando da Rocha Peres. Sal
vador, Centro de Estudos Baianos da
Universidade Federal da Bahia, .1988.
62p. ; 22 cm. (Universidade Fede
ral da Bahia. Centro de Estudos Baia
nos, Publicação ; 132)
1. Genealogia. 2. Família — Bahia.
I. Titulo. II. Serie

CDU - 929 (814.2)

(Preparada pelo Centro de Estudos Baianos da UFBA)


Ao Professor Thales de Azevedo,
mestre e amigo,
um exemplo de trabalhador intelectual.
!

A Humas Freyras que mandaram perguntar por oci


osidade ao poeta a definição do priapo e elle lhes
mandou definindo, e, explicando nestas

DÉCIMAS

12 Ê pincel, que cem mil vezes


mais que os outros pincéis vai,
porque dura sempre a cal,
com que caia, nove meses
este faz haver Meneses,
Almadas, e Vasconcelos,
Rochas, Fatias, e Teles,
Coelhos, Britos, Pereiras,
Sousas, e Castros, e Meiras,
Lançastros, Coutinhos, Meios.

Mattos, Gregório de, Ob/uu Compl&taé, Salvador, Ed.


Janaína, 1968, v. 5, P- 1198 (Edição Jame.4 Amado).
SUMÁRIO

NOTA EXPLICATIVA 09
AS PESSOAS E SEUS "STATUS" 11
AS FONTES DE UMA GENEALOGIA 29
UM CERTO JOÃO DE MATINHOS 33
TÓPICOS FINAIS: O ClRCULO DE GIZ 40
NOTAS E FONTES BIBLIOGRÁFICAS... 43
nota explicativa

"Chaque fois que la mise généalogique


pour un sujet est perdue, la v.ce ne
paò ". {i n Legendre, Pierre . L 'lno.6
tímable. objzt dz la tuanimlaion, Pa
ris, Fayard, 1985, p. 10)

A presente edição, revista e aumentada, de


mais um trabalho referente ao poeta Gregõrio de
Mattos e Guerra, justifica-se, em verdade,pela im
portancia do personagem na cena do Brasil colônia,
e da necessidade do conhecimento, mesmo parcial,
da sua genealogia.

Reconhecemos a pretensão da pesquisa - incom


pleta - e da escrita realizada, mas queremos ex
plicar - nao justificar - que o texto agora divul
gado estã inserto em dissertação de mestrado nao
publicada, na integra, mas condensada em livrinho
intitulado: "Gregõrio de Mattos e Guerra - uma re
-visão biográfica", Salvador, Edições Macunaíma,
1983.

Parte de um Capitulo ?nlme.lfio, da referida


dissertação (datada de 1971), o* texto agora divul
gado, é uma tentativa de reconstituição familiar
- pelo lado patrilinear/ oó Mattcò e de demons
tração do òtatuò de uma família com datas limites
e lacunas que vão de 1618 a 1719.

Esperamos ter conseguido o nosso intento no


sentido de revelar, documentadamente, como o poe

9
ta Gregõrio de Mattos e Guerra foi bem nascido nes
ta terra - Salvador - e cidade da Bahia 'de Todos
os Santos.

20 de Janeiro de 1988

10
A FAMÍLIA MATTOS NA BAHIA DO SÉCULO XVII*

Fernando da Rocha Peres**

Á4 p<L6*0<XÒ £ Ò£UÒ "òtatVLò"

Em 1638 Pedro Gonçalves de Mattos, o avo pa


terno de Gregõrio de Mattos e Guerra, encontrava-
se no Recôncavo baiano, no engenho de Sergipe do
Conde1, que arrematou e deteve a posse durante as
safras de 1638/9 a 1642/3. Esse conhecido engenho
de açúcar, " . . . . que entre todos os da Bahia é o
mais afamado... ii 2 , chegou até as mios de PGM por
ele haver adquirido a terça da Santa Casa de Mise
ricõrdia da Bahia, correspondente a um legado do
Governador item de Sã3, que deixou os seus bens do
Brasil para o Colégio da Bahia, a Santa Casa e os
órfãos e pobres da cidade, caso os seus filhos

* Texto inédito revisto e aumentado de uma disser


taçao de mestrado na UFBA (Historia Social), no
seu capitulo primeiro (fragmento), do ano de
1971, cuja banca examinadora foi composta dos
docentes Alceu de Amoroso Lima(Tristio de Athay_
de), José Calasans Brandão da Silva e Luiz Vija
na Filho. A dissertação com o titulo de GA.£go_
Mio d£ M attoò £ Gu£A>ia; uma az-v-ÍAcio blog^afaca,
foi publicada, em forma condensada, no ano de
1983, com PtiZ^acZo de Antonio Houaiss, pelas e
diçoes Macunaima, e mereceu o Pa.£mX.o Jcagu^Lm Na
buco da Academia Brasileira de Letras.
** Professor Adjunto do Departamento de Historia
da Universidade Federal da Bahia e Diretor do
Centro de Estudos Baianos.
11
seus legítimos her
Francisco de Sa e Felipa de Sa,
tivessem filhos, como aconteceu. D. Fe
deiros, nao
lipa de Sã, contrariando as disposições testamentã
seus bens , inclusi
rias do seu pai legou todos os
ve os do Brasil, e dentre estes o engenho de Sergi
pe do Conde, para o Colégio de Santo Antão de Lis
boa. Iniciou-se uma demanda judiciária prolongadís
sima, e dentre os vários interessados (Jesuítas de
Lisboa, Jesuítas da Bahia, Santa Casa de Miseri
córdia da Bahia, órfãos e pobres da cidade) vamos
encontrar os herdeiros de Pedro Gonçalves de Mat
tos4).
Homem de posses e de muitos negócios e afazes
res, como veremos adiante, PGM não foi feliz com
a lavoura da cana no Sergipe do Conde, como nos in
forma a documentação coeva:
perdas que P9 Giz deu no engenho e
muitos negros que lhe morrerão e fugirão bar
cas que nao entregou , moenda pí moer o
asuquar, ferramenta que faltou, cobres que
p^ moer o engenho foy neçessario empenhar
se. . . ii s ) .
Apesar desse insucesso com o negócio dos açü
cares, no qual estã presente a terra, o braço es
cravo, o engenho, os barcos para transportar o ou
ro-doce do Recôncavo até a capital da Bahia de To
dos os Santos, vemos estabelecida, pela linha pa
terna do poeta, uma relação de dominação dos bens
de produção no século XVII, fator determinante pa
ra a ascensão social na colônia, ao lado do título
de nobreza e da instrução.

Encontramos notícias sobre PGM que remontam


a 1627, quando exercia na cidade do Salvador o tra
balho de ". ... mestre de obras de Pedreiro ii 6

12
e fizera várias arrematações para a execução de
obras publicas:
a) " efazer o quartel, que seteme orde
nado, sefassa para agazalho dos Soldados
do Prezidio, equetinhão ordenado,que elle
Pedro Gonçalves de Mattos corresse comraan
dar fazer adita obra, por ter para isso
Officiaes, efabrica; ........."7 . |4.12.1627 |
b) " elogo apareseo Pedro Gonçalves de
Mattos, elançou no concerto da dita Fonte
oito mil, reis; ii 8
. 119.1.1628|
"......... elogo o dito Porteiro meteo o ramo
namão ao dito Pedro Gonçalves de Mattos,
que asseitou; eseobrigou afazer adita o
bra dentro emoito dias, ".V 119.1.1628]
c) ".........por haver dois mezes, que anda em
pregão os pedassos das Calçadas desta Ci
dade, com dêo fé oPorteiro Manoel Gonçal
ves Raposo, enão haver, que nellas lanças
se mais, que Pedro Gonçalves de Mattos,
que lançou emcada braça de quartada, que
fizer nesta Cidade, atréz patacas eos di
tos Officiaes da Camara mandarão, que se
arrematase no dito lanço detrêz patacas
ii i o
porbraça, .... . 11.4.1628 |
d) " elogo aparesseo Pedro Gonçalves de
Mattos Pedreiro,-edisse, que lançava nadi
ta fonte conforme atraça trinta mil reis,
•i li
pondo .tudo asua custa; ........... . |6.5.1628 [
e) " certas obras que sefizerão na Cama
ra por não constardelles que andace empre
gão; | elogo pelos ditos offioi
aes da Camara foi mandado chamar ao dito
13
Porteiro, epor elle foi dito que elle
trouxera erapregão humas grades de ferro
que searrematarão a Domingos Rodrigues,
ferreiro, e a Pedro Gonçalves de Mattos
hum Portal depedraria........... ". | 7.11.1629 |
f) " econfessou ter recebido tresentos
oitenta esete mil novecentos evinte
. reis, com que se dava por pago esatisfei
to detoda obra que tinhafeitono Quartel;
assim madeiras, telhas, parede, efeitio
de Oficiaes n12
. |1.12.1629 |
Esses e outros exemplos tão evidentes, encon
trados em termos de arremataçio inseridos nas Ataò
da Câmana da Cidade, do Salvado*. ( 1 625- 1 64 1), forne
cem a prova documental de que o varão dos Mattos
da Bahia, PGM, foi um abastado e dinâmico colono
que iniciou a sua vida no Brasil exercendo uma fun
ção extremamente útil e especializada - a constru
çio civil com a qual pode fazer fortuna e en
veredar por outros negócios.

Figura verdadeiramente empreendedora e desta


cada na cidade entre " as pesoas nob(res) da
go(ver)nansa dé major autoridade he os homens de
nego-/ssio de major cabedal ii 1 3
PGM foi po£
suidor, na cidade do Salvador, de um "Guindaste no
vo li 1 % , em 1632, para o transporte de mercadorias
da cidade baixa para a alta, e vice-versa, foi fa
zendeiro de gado em Inhambuppe15, nas portas do
sertão baiano do século XVII, e mais de uma vez
concorreu com empréstimos em dinheiro ao Governo
local.de quantias vultuosas; tres mil cruzados, em
16 38, cinquenta mil réis em 1639 16 .
Esse português do norte que nao sabia assi

14
nar o nome, conforme documentos da
Vereação da Ci
dade do Salvador17,
chegou ao Brasil no início do
século XVII, rcomo veremos adiante, e
presumimos
que viúvo de Margarida
Alvarez, acompanhado do seu
filho Gregõrio de Mattos,
natural da vila de Guima
rães, pai do poeta.

Estabelecido na Bahia PGM casou com uma Ma


ria da Guerra (a primeira), viúva de Tomé Fernan
des da Gosta,e Gregõrio de Mattos casa com a outra
Maria da Guerra (filha da primeira).
Aqui está re
velada documentalmente a aliança dos Mattos
com os
Guerra, a origem de uma í[a.mÁ.Z.Á.a. -t-cpo do século
XVII com todos os seus elementos caracterizadores;
os ofícios nobres na república, o engenho de cana,
a fazenda de gado, o filho padre (Eusébio), o fi
bacharel e poeta (Grègõrio) e a parentada toda mui
to bem situada socialmente, como veremos em segui
da.

Todos os ascendentes de Gregõrio de Mattos e


Guerra são naturais de Guimarães, do norte de Por
tugal, região que, assim supomos, forneceu os maio
res contingentes de colonos durante várias décadas,
conforme reza a tradiçao. 0 documento que nos per
mite divulgar o nome e a naturalidade dos avoengos
de GMG é o Le.Á.£ufia de. Bacha/ieZò (Arquivo Nacional
da Torre do Tombo, HablLitaçÕe.6 patia LzltuKa de, Ba
cka.A.e.1, Maço 2, Número 6, Letra "G") , o qual con
tém uma inquirição sobre a vida do poeta e sua fa
mília, para que ele pudesse ser nomeado servidor
do reino, em 1663, na condição de Juiz de Fora de
Alcácer do Sal (Peres, Fernando da Rocha. Grego
rio de Mattos e Guerra: uma re-visão biográfica,
Salvador, Edições Macunaíma,- 19 8 3) . Neste momento
nos interessa o conhecimento da família do poeta e

15
a opinião sobre seus membros, na pessoa dos avós,
paternos e maternos, externada por um dos habitan
tes inquiridos na Villa de Guimarães em 7 março de
1662, " Luis teixeira fidalgo da caza de sua
mages-/tade e morador na sua quinta de oleiros da/
freguesia de Santa Cristina de Longos no/termo des
ta Villa de Guimarães ", que testemunhou pe
rante os santos evangelhos:

"...... que elle testemunha não Conhesia ao


bacharel Gregório de Mattos E guerra porem /
disem de serto que .he filho legitimo de Gre
gòrio / de Mattos natural desta ditta villa
o qual / he netto por parte de seu paj de
pero Gon/salves de Matos E de sua mulher Mar
garida / Alvrz E por parte de sua Maj Ma
ria / da guerra he netto de thome fernandes/
da Costa E de maria da guerra / todos natu
raes desta ditta Villa de Gui-/maraes os qua
es elle testemunha bem / conheçeo ... ii 1 a

Como percebemos essa peça documental e, de


fato, uma quase certidão do poeta, sõ
faltando a
data de nascimento, pois todas as testemunhas di
zem que o bacharel teve tais e tais ascendentes,
todos nascidos em Guimarães, inclusive o pai, e
nao em Arcos de Valdevez, como pretendeu noticiar
Manuel Pereira Rabelo no seu relato biográfico so
bre GMG19.

Em 1659 Pedro Gonçalves de Mattos e Maria da


Guerra (a primeira) jã faleceram20 e os seus descen
dentes e herdeiros estão fazendo um acordo
com os
Jesuítas de Lisboa (do Colégio de Santo Antão) so
bre a demanda judicial<do Engenho
de Sergipe do
Conde, na qual estão envolvidos os
Mattos e os
16
Guerra, o Colégio da Bahia, a Santa Casa de Miseri
cõrdia da Bahia, os órfãos e pobres da Cidade do
Salvador. Essa documentação sobre a querela do en
genho21 ê bastante rica de informes a respeito da
família do poeta, fornecendo pistas para a tentati
va de fixaçao de um cipoal genealógico, se bem que
ainda precário, de GMG.

Nesta fonte do século XVII, de 1659, apare


cem os herdeiros de Pedro Gonçalves de Mattos e Ma
ria da Guerra já defuntos:

a) Maria da Guerra (a segunda), filha de Ma


ria da Guerra (a primeira), casada com
Gregõrio de Mattos (filho de PGM), e seus
filhos Euzêbio de Mattos e Pedro de Mat
tos22 . £ curioso mas, Gregõrio de Mattos
e Guerra não aparece referido nesta fonte
documental.
b) Margarida da Guerra, neta de Maria da
Guerra (a primeira) " defunta sua
avo ", casada cora o alferes reforma
do Manuel Botelho Carneiro 2 3
c) Dona Luiza da Guerra, filha de Maria da
Guerra (a primeira), casada com Dom Pedro
de Sã e Melo 2 4
d) Luiz e Henrique filhos de Izabel de Mat
tos (filha de PGM e Maria da Guerra), já
defunta, que foi casada com os capitães
Domingos Soares de Brito e João Figueira
Delgado 2 5
e) João de Mattos de Aguiar " adminis
trador e herdeiro que ê da terça do defun
n26
to Pedro Gonçalves de Mattos

17
Além de revelar o nome de vários parentes do
poeta GMG (tios, tias, primos,, etc.)-, até agora ig
norados, esse documento nos permite ficar conhecen
do um dado bastante interessante para comprovação
do que já dissemos, quanto ao òtatuò dos Mattos e
Guerra na Bahia seiscentista; casamentos na fanú
lia com figuras de destaque na sociedade do tempo,
militares e até um nobre.
ê curioso como a documentação citada, princi.
palmente porque se trata da composição de um lití
gio no qual estão vários sujeitos habilitando—se a
uma herança, não faz a mínima referência a Grego
rio de Mattos e Guerra, o que leva Wanderley Pinho
a concluir que a omissão do poeta ocorre por estar
"Gregõrio de Mattos, porventura então ausente
em Portugal ii 2 7 . Porventura nao, mas
é esta a razão do seu nome não constar pois GMG
encontrava-se em Coimbra como estudante da Univer
sidade em 1659.

Uma investigação nas Ata-ò da CàmaKa da Cida


de do Salvador, precioso' repositório de História
do Brasil, nos deu condiçoes de saber que os paren
tes e herdeiros de PGM e Maria da Guerra também
exerceram funções nobres na A.£pub£-íc<z e também pos
suíram bens. Desta pesquisa colhemos informes so
bre o pai de GMG, Gregõrio de Mattos, o qual sera
enfocado adiante, sobre Dom Pedro de Sã e Melo, ca
sado com Dona Luisa da Guerra, e de Manoel Botelho
Carneiro, casado com Margarida da Guerra, os quais
também foram figuras de prestígio na política e ad
ministração da Colônia, como vemos:

a) Dom Pedro de Sã e Melo:

18
al) Aos sete dias do mez de ianeiro de
mil e seiscentos e / sincoenta e hum
annos nesta Cidade do Salvador Bahia/
de Todos os Santos nas cazas da Cama
ra estando pre-/zente o iviz ordinário
Iorgue de Araüjo de Gois apa-reserao
os vereadores o capitão Dom Pedro dAr
sa e / Melo e Sebastião da Rocha Pita
que sairão per vereadores n2 8

17.1.1651 |
a2) " , trataram de eleger. / peçoas
que corressem com o cunho das patacas
que estavão / (Fl. 138) Por marcar, e
iogo por parecer de todos ellegeram
ao Vreador o Capitão Dom / Pedro Daça
e Mello «i 2 9
. | 2.11.16511
a3) " mandarão chamar ao / Capitam
Dom Pedro Daça de melo que Saio per /
iuis na pauta que se fez da peçoa que
ouvesse de / Exerser o cargo de Iuis
En Lugar do Lisenciado / Ioão Leitão
i.3 0
arnozo . |16.10.1654

b) Manoel Botelho Carneiro:


bl) " E sairão nelle per aLmota- /
seis pera servirem os mezes de septem
bro E outubro ocapitam / Manoel bote
i>3 1
lho Carneiro . 12.9.1672|
b2) "E logo aberto odito Cofre mandou odi
to ouvi-/dor geral do Sivel |.......... -..I
do |para| vereadores juzeph daAraujo
degoes NiColau / Caravalho pinheiro
i. 3 2
emanoel Botelho Carnejro
11.1.1685|
19
b3) " fazer / eleição dehu juis
enlugar do Capitão francisco da-/raujo
dazevedo durante o seu erapedimento /
ehum vereador foraver faleCido o Capi
ii 3 3
tão Manoel Botelho Carnejro
|19.1.1685|
E o pai do poeta? Ele também irã gozar de
muito * prestígio na sociedade baiana do século
XVII, também irã exercer cargos importantes na ad
ministração, também irã ter uma situação econômica
definida.
fi a documentação da época que nos facilitará
a comprovação do que afirmamos acima sobre o Gregô
rio de Mattos, natural da Vila de Guimarães, e mo
rador na Bahia jã em 162634, o qual na cidade do
Salvador da Bahia de Todos os Santos " tem
servido / oficios públicos nobres da Republica des
ta / cidade e irmão da Misericórdia no nume/ro dos
ii 3 5
nobres / , os quais passamos a enunciar:
a) "Aos vinte e sete dias do mes de Junho de
mil seissentos / he corenta e dous anos
nesta Cidade do Salvador he / |ca| zas da
Camera estando prezentes os ofisiais de-/
| la | abayxo asinados em cumprimento do
asento a-/tras nesta folha se mandou cha
mar Gaspar Vaz he Gregorio de |Matos| no
meados pera administrarem / o estanco dos
ii 3 S
vinhos (27.6.1642|
b) " se fez elejsão dos / almotaseis
que hão de servir estes seis / mezes se
guintes que fal|t| ão do anno pre-/|zen|
te e por voto de todos forão elejtos /
|Ma| rcos de Bitencor Francisco Velho

20
dAraujo /\Francisco B|arreto he Sebastião
Barboza Gre-/ |gorio| de Matos he Balta
zar Gomes de / |Medina e de| ii 3 7

I28.6.1642|
c) "Aos vinte - dias do mes d[e|
No!u1 embro
de mil seis / sentos he corenta e dous
annos nesta Cidade / do |Sal| vador he ca
zas da |c amera estando em mez
a! os ofi
siaes da Camera abajxo asina-/dos se tra
tou de dar a yzecusão he de eleger/ a pes
soa que auia de servir de tizoureiro das
vinte /nas tratando por mujtas vezes des
te nego-/ssio antes deste dia se !vej |o|
averigoar/ he eleger pera servir de tizou
reiro a Grego-/rio de Matos cidadão desta
Cidade / (Fls. 34) por t!e!r as partes
que comvem ao dito cargo he ser pesoa de
ii 3 8
satisfação . 120.11.1642|
d) " requereo o Juiz dos Órfãos a este
Senado consultassem / pessoa benemerita,
e abonada e das da Gover-/nança desta Ci
dade pera se lhe aver de en-/tregar a cai
xa dos orfios que estava em caza/ de Fran
cisco de Crastro jã defunto e todos vota
rão / e asentarão que Gregõrio de Matos
hera pessoa / nobre e de confiança que se
lhe mandasse entregar a dita Caixa .. ii 3 9
Ill.12.1645 |
e) "Aos quoatro dias do mes de fevereiro de
mil e seis seu-/tos |qua|renta e nove
annos n|es|ta cidade do Salvador Bahia /
de todos os santos nas cazas da Camera es
tando pre-/zente o iuiz ordinário Fernam
Pereira do Lago apareçeo / Gregõrio de Ma
21
tos que saio no pilouro que no dia| /
|de| ianeiro se tirou dos officiais que
auiao de |ser|vir em / o qual saio dito
Gregório de Matos per procurador /do C|on
selho| para ser I vir este prezente
anno "4C. |4.2.1649 |
Para todas as funções públicas exercidas por
Gregõrio de Mattos, pai do poeta, dentre aquelas
que conseguimos documentar, adminiAisiadoti do e-òtan
c.0 doz> vinho-ò, aZmotace.Z, d&poòitãsiZo do Juiz de.
ÒA-iÇcLoá , ocunadoU do ConòeZko, eram eleitas pes^
soas nobres, no sentido de importantes, abastadas
e honradas, e que fossem economicamente significa
tivas dentro do quadro social da colônia.
Como Pedro Gonçalves de Mattos o foi, tam
bem Gregório de Mattos serã um colono poderoso e
sempre pronto a atender aos reclamos e apelos da
administração nos momentos de contribuição e em
préstimo em dinheiro para solucionar assuntos mili.
tares referentes ao pagamento da soldadesca que lu
tava contra o invasor estrangeiro:
a) "Gregório de Mattoz, quarenta mil reis
40$000 H 1
b) "Gregõrio de Mattoz imprestou cem mil reis
para se lhe haveremde pagar dodinheiro do
Donativo na Conformidade do assento asi
ma. Hoje vinte equatro de Outubro de mil
seis centos e trinta enove annos.................
100$000 42.
c) "Gregõrio de Matos dous mil reis
2U000 4 3

Quando em 1659 Gregõrio de Mattos, passa Pro


curação, juntamente com sua mulher Maria da Guer
22
ra, para seu filho Eusébio de Mattos,
padre jesul
ta do Colégio da Bahia,
principalmente em
especial para fazer o concerto e
composição com os
Padres da Companhia de Jesus
e com a Santa Casa de
Misericórdia desta cidade
sobre o Engenho de Sergi
pe do Conde "44
a situação da família Ma£
toò (e Guerra) era muito boa do ponto de vista eco
nômico, como podemos depreender da
documentação in
vestigada. 0 velho Gregõrio de Mattos além de fi
car cora a sua parte dos "dezessete mil cruzados ii 4 5
que os herdeiros de Pedro Gonçalves de Mattos e Ma
ria da Guerra (a primeira) recebem da
transação
com os Jesuítas de Lisboa, do -Colégio de Santo An
tao, ve se liberado de fornecer cana para o enge
nho de Sergipe do Coride, como possuidor de uma fa
zenda na Patatlba e obrigado que era " de dar
as canas dela ao engenho de que se trata que ficou
do Governador Mendo Sã .. 4 6

Aqui outra vez aparece nitidamente caracteri


zada a relaçao da família de Gregório de Mattos e
Guerra com a propriedade rural, com as atividades
agrícolas da cana no Recôncavo baiano. Família e£
ta que â luz fria das fontes consultadas estava
dentre as principais do século XVII, na capital da
colônia portuguesa americana, nao so no que diz
respeito aos misteres exercidos na governança da
cidade, mas também por sua vinculação com a produ
ção econômica básica: o açúcar.

Esta fazenda de cana que fornecia matéria


prima ao mais importante e maior engenho do Recôn
cavo, o de Sergipe do Conde, estava situada em um
ponto qualquer do sítio ou região da Pata£Ã.ba que
foi descrito por F. Borges de Barros em seus diver
sos aspectos (históricos, geográficos), dentre os

23
quais destacamos:
a) "Ella é a immensa faixa de terra que se
prolonga de sudoeste a noroeste do munici^
pio de Santo Amaro desde o arraial de S.
Braz até os engenhos Brejo, Gloria, Victo
ria e Pedra, dahi seguindo para o noroes
te até as mattas seculares que bordam as
margens das cabeceiras dos rios Sergimi
rim e Paraüna ii *» 7
b) "Pelos annos de 1584 foi visitada pelos
Jesuitas, alguns do que acompanharam o 19
Governador Geral do Brazil, Thomê de Sou
za" 4 8

c) "A região, a contar das margem do rio Tra


ripe até as encostas da serra que através
sa a oéste, a região prolongando-se para
o norte e noroéste, foi habitada pelos in
dios "Abatirãs", que, a principio, se sub
metteram aos Jesuitas que em 1600 funda
ram a capella de N. S. do Rosário, a meia
legoa do local onde corria o rio Suba
hê"“9.

A Patatiba ê área jã registrada no Liv/io Que.


Vã Razão Ao Betado Vo B/lcl&H, em cópia apogrãfica
de 1626 pertencente ao Instituto Geográfico e His
tõrico Brasileiro, s o onde podemos ler claramente o
topônimo Patatiba e vemos as Tq./ulolò do Conde, de. Li
nha/ie,ò, local onde erguia-se o célebre engenho de
Sergipe do Conde que pertenceu aos herdeiros de
PGM, avó do poeta GMG.
A "Freguezia" da Patatiba foi,dentre as doze
que existiam no Recôncavo baiano por volta de 1642,
com "duzentos he corenta brassas ii 5 1 , sem duvida ne

24
nhuma, a região ou sitio
onde os UattoA fixaram-se
durante muitas décadas, com engenhos e
canaviais
bastante operosos e prósperos. E o pesquisador Bus
sell-Wood quem vai nos dizer da existência de um
João de Mattos (vide
nossa nota n9 66)proprietário
de uma "
sugar plantation in Patatiba,...........
Este João de Mattos, segundo o mesmo Russell
-Wood, será um dos últimos baianos a fazer fortuna
com o açúcar, e "At the time of his death in 1685
he was the owner of extensive
sugar plantations in
Patatiba and employed fifty five slaves *'5 3
Manuel Pereira Rabelo na sua biografia de
GMG, vai afirmar que os seus pais "Eram estes de
tal maneira ricos que possuíam com outras fazendas
um soberbo canavial na Patatiba fabricado com per
to de cento e trinta escravos de serviço, que re
partia a safra por dous engenhos .... ii 5 4 . Não sabe
mos e nao foi possível até o momento localizar qual
a fonte que MPR teve em maos para apresentar a pq
pulação agrícola escrava da propriedade do velho
Gregório de Mattos. Em todo caso o número de 130
(cento e trinta) escravos no campo é bastante gran
de para o século XVII, o que demonstra o quanto
eram ricos os pais de GMG.
Feito este rastreamento nas fontes para uma
descrição do 6tatu4 familiar do poeta GMG, seus as
cendentes e parentes, resta-nos dizer que da rela
ção do casamento, entre o português Gregório de
Mattos e Maria da Guerra (a segunda), se tem notí
cia do nascimento de três filhos: 1) Pedro de Mat
tos de Vasconcellos, que leva esse nome certamente
como uma homenagem de seu pai a um amigo ou paren
te, fato que era comum no*século XVII; 2) Eusébio
de Mattos; 3) Gregório de Mattos e Guerra.São três

25
sociedade colo
figuras que irão destacar-se na
nobilitan
nial, exercendo misteres ou atividades
Últimos farão parte da gale
tes, sendo que os dois
ria dos primeiros letrados e literatos do Brasil
colônia.
Ê Francisco Adolfo Varnhagen que em nota do
seu rion.lllqlo, (ao escrever sobre Eusébio de Mat
tos) nos dá uma suscinta informação, toda ela pes
cada em Manuel Pereira Rabelo, dizendo que Pedro
de Mattos de Vasconcellos foi “. - . • grande solphis
ta, foi expulso da Companhia, nao proseguiu os es
tudos que comecãra em Coimbra, e destinando-se a
lavrador, falleceu em 1686"55. Esqueceu o Visconde
poe
de Porto Seguro de acrescentar que o irmão do
ta GMG veio a morrer em consequência da grande pes
te, chamada bicha, que assolou a Bahia, principal
mente na Cidade do Salvador e seu Recôncavo,no ano
de 1686 5 6

Mas nao foi sô na lavoura, certamente da ca


na-de-açúcar, como uma tradição dentro da família,
que Pedro de Mattos de Vasconcellos contribuiu pa
linha
ra a tarefa da colonização; ele, seguindo a
dos seus maiores, vai também participar da politi
ca e da gerência dos assuntos administrativos da
capital da colônia portuguesa, conforme nos assegu
ra a documentação do seu tempo:
a) "(Fl- 85" Termo deComo Se abrio oPillouro
enelle Sahirão os offeciais que / este
Anno de 1676 an de Servir nesta Carne
ra". |...........|
"epera Vereadores Luis de meirelles este
vao gomes de Escobar Pedro dema / tos de
Vasconcellos ii 5 7 . 111-1.1676 |

26
b) ( Fl.123) Termo deposse ejuramento que se
deu a Baltasar digo ao Licenciado / Pedro
de matos de VasConcellos que sahio por
vereador este Anno nopelouro quesefes
eabrio aos seis di-/as domes de janejro
de 1676 eSe Confirmou per aCordão / da re
lação aos 9 de majo de 1678 ii 5 8

Este Vereador da Câmara da Bahia em 1676-


1678, provavelmente "Licenciado" em Artes no Colé
gio dos Jesuítas baianos, ê de fato irmão do poe
ta GMG - agora podemos afirmar sem repetir a "bio
grafia" de MPR - pois conhecemos um documento de
junho de 1673 que é concludente a este respeito
quando nomeia: . tome.'i ao Ltcenctado Pe.dAo de.
Mattoó de. Va&conò e.Z£o6 pA.oc.mia.doti lAmdo do dtto
Gacqoa.Zo de. Matoò GaeAAa II s 9

E o Padre Eusébio de Mattos, o outro irmão


do poeta GMG? Este é mais conhecido do que Pedro,
evidentemente, pois ficou para a posteridade como
orador sacro de nomeada, com obras publicadas60, e
poeta. É também um outro caso da literatura brasi^
leira, pois figura em quase todos os manuais, his
tõrias e antologias, e até o presente ainda não se
fez um estudo, uma investigação sistemática da sua
obra e uma pesquisa em profundidade sobre a sua vi_
da. As notícias que temos sobre Eusébio de Mattos
estão em MPR, na "biografia" de GMG, e todos os au
tores que se seguiram nada mais fizeram que repe
tir a matriz rabeliana. Sabe-se que foi jesuíta.
amigo do Padre Antonio Vieira, talvez seu aluno,
que o admirava como orador sacro, tendo se desen
tendido na Companhia de Jesus e emigrado para os
Carmelitas, na Bahia.
Varnhagen diz no seu FIoaZIcqIo que "Eusébio

27
de Mattos viu a luz na Bahia em 1629, e ahi morreu
■i 6 1
em 1692, sem jamais ter visitado outra terra
Na Companhia de Jesus onde ingressou em 16 44 6 2 , es
tudou filosofia e humanidades, se destacando como
músico instrumentista - parece que um dom de faml
lia - e desenhista, " .. e que fazia estampas tão
ii 6 S
perfeitas que pareciam gravadas
0 Padre Serafim Leite 6 * traça um rápido per
fil de Eusébio de Mattos, e nos fornece sua biblio
grafia, dizendo dentre outros fatos que o referido
Padre ensinou Letras Humanas, Filosofia e Teologia
e que em 1669 o rei de Portugal quis nomeá-lo seu
pregador.
Sobre o terceiro filho de Gregário de Mattos
e Maria da Guerra, exatamente aquele que está sen
do objeto central de nossa atenção, durante tantos
anos, o poeta GMG, sua vida em Portugal e na Bahia,
seus casamentos, filhos, etc. já discorremos em li^
vro publicado em 1983 e que foi uma re-visio da
sua biografia, cuja cronologia agora apresentamos:

GREGÕRIO DE MATTOS E GUERRA

1636 -
Nascimento na Bahia
1642 -
Estudos com os Jesuítas na Bahia
1650 -
Viagem para Portugal
1652 -
Matrícula na Universidade de Coimbra
1660 -
Exame de Bacharel na Universidade de, Coimbra
1661 Formatura em Cânone.* na Universidade de Coimbra
-
1662 Habilitação Ide g&neKe) para leitura de Bacharel
-
1663 -
Nomeação para Juiz de Fora de Alcãcer do Sal-D. Afonso -VI
1665 1666 - Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Alcãcer
do Sal
1668 - Representante da Bahia, nas "Cortes", Lisboa, 27- de janeiro
1671 1672 - Juiz de Órfãos e Juiz do Cível era Lisboa

28
1672 - Procurador da Bahia (Senado
da Câmara) em Lisboa
1674 - Representante da Bahia,
nas Cortes ", Lisboa, 20 janeiro
1674 - Destituição da Procuradoria
1674 - Batismo de uma filha natural em Lisboa
1678 - Viuvez em Lisboa
1679 - Nomeaçao para Desembargador da Relação Eclesiástica
da Bahia
1681 - Clérigo tonsurado: ordens menores
1682 - Sentenças publicadas em E. Alvarez Pegas
1682 - 1683 - Volta ao Brasil / Bahia
1682 Desembargador da Relação Eclesiástica e Tesoureiro-Mor
da Sê baiana
1684 - Destituição da Prebenda de Desembargador e Tesoureiro
-Mõr da Sé
1685 - Denunciado ao Tribunal do Santo Ofício de Lisboa/Inqui
sição
168?.- Casamento na Bahia
1691 - Admissão como Irmão da Santa Casa de Misericórdia da
Bahia
1692 - Pagamento de uma dívida em dinheiro ã Santa Casa de
Lisboa
1694 - Viagem (exílio?) para Angola
1694 - Envolvimento em rebelião de militares em Angola
1695 - Volta ao Brasil / Recife
1695 - Morte em Recife

Como vemos o poeta, magistrado e clérigo GMG


foi o rebento mais ilustre doò Matto* bacano*, com
a sua carreira em Portugal, com a sua participação
nas "Cortes" representando "os povos da Bahia" —
homens bons e honrados com a sua benesse de Pao
cusiadoA dos interesses dos plantadores de cana, com
a sua "vida de homem solto, sem modo de Cristão"
(trecho da denúncia ao San^o OfiZcZo /vide nota n9
113) , com a sua cambalhota poética que vai tornã-
lo o grande sátiro da língua portuguesa.

Aó faonte.6 de. ama ge.ne.alogZa


Infelizmente a documentação do século XVII,
principalmente os livros de registro de batismo,

29
casamento e óbito na Bahia, é quase nenhuma, e tam
bém os livros notariais, fato esse que nos impede
de realizar uma sondagem maior e nos cria obstãcu
los para apresentação de um resultado mais exten
no BrasiL65.
si vo sobre a família do poeta GMG,
Valemo-nos para a feitura deste texto de fontes
muito ricas para a História do Brasil e da Bahia,
de um modo geral, mas auxiliares e secundarias pa
ra a fixação de uma genealogia. Apesar destas fon
tes serem impressas, o que nos deixa muito temero
sos quanto a leitura e transcrição dos documentos,
nao nos furtamos de pinçar uma relaçao de indiví
duos que podem ser - e aqui falamos em termos de
hipótese - parentes de GMG, e fora desta relação
pedimos destaque para a figura de João de Mattos
de Aguiar, herdeiro do avô (PGM) do poeta.
Ao fazermos este levantamento de nomes, esta
exumaçao de figuras obscuras e perdidas em uma do
cumentação anciã, porém quase virgem, apesar de pu
blicada, pretendemos demonstrar o largo prestígio
dos Moitto&, dentre outras famílias, através dos
tempos, desde 1618 até 1719, na sociedade baiana,
sua marcante vigência no governo da "república",
sua importância econômica e sua contribuição no
"processo civilizatõrio" do território brasileiro
e de dominação brutal da sua gente nativa, negra.
mestiça: escrava!
Dentro de tal propósito remeteremos o leitor
a constantes fiugcLÁ pa/ia a.& not&ò que dirão qual o
papel representado pelos Ma-t-to-ó no rol que se se
gue:
- João de Mattos 6 6
- Gaspar de Mattos 6 7

- Diogo de Mattos 6 a

30
Domingos Gonçalvez de Mattos 6 9
- Ignacio de Mattos70
- Flavio de Mattos71
- Ilãrio de Mattos72
- Álvaro de Mattos 7 3
- Doutor Manoel de Mattos-711
“ Manoel de Mattos de Vasconcellos75
- Gaspar de Mattos 76
- Izabel de Mattos77

Após esta listagem de nomes que destacamos


como p*e.6umZve,lA parentes de GMG, queremos ainda
fazer menção a outros Matto* que localizamos nos
seis volumes das Ataò da Câma/ia, do Município de
Salvador, de 1625 a 1700: Antonio de Mattoz Couti
nho (Ibid,,V.l. p. 455), Antonio Munis de Mattos
(1626, V.1. p. 58); Gonçalo Rodrigues e Mattoz
(Ibid., 1639, V.l, p. 406); Joam Botelho de Mattoz
(Ibid., 1639, V.l. p. 416, e V.2. p. 395), contri
buindo um lançamento com a quantia de trezentos e
vinte reis (U320), em lista na qual aparecem Grego
rio de Mattos,/(Ibid., V.l, P- 395) e João de Mat
tos,/(Ibid., V.l, p. 401); Manoel Godinho de Matos
(Ibid., 1647, V.2. p. 348) ; Alferes Joao Bautista
de Matos (Ibid • / 1650, V.3. p. 123);Joao de Mattos
Aranha,7 8 [tintado*, Ibid • t 1659, V.3. p. 410; Klmo_
tacz, Ibid., 1665, V.4. P* 222; lIfLKtadoti, Ibid.,
1670, V.5. p. 277; l!<L*2.ado*, Ibid • t 1680,V.5,p.262
e p. 264); Manoel da Silva Mattos,(Almotacé,Ibid.,
1676, V.5. p. 181; Procurador do Conselho, Ibid.,
1679, V.5, pp. 244, 246, 269) ; Balthazar Pereira
de Mattos (Ibid., 1669, V.5, p. 271); Philipe Soa
res de Matos (Ibid., 1679, V.5, p. 256); Carlos de

31
|Matos| (Ibid • r 1685, V.6. p. 36) ; Carlos Antunes
de Matos (Ibid., 1658, V.6, p. 358); João |de Ma
tos de Gama| (Ibid., 1699, V.6, p. 372); João de
Mattos de Goes (Ibid., 1697, V.6, p. 335); Manoel
de Mattos de Üzeda (Ibid., 1697, V.6, p. 339) em
"Termo" que se elegeu o poeta Manoel Botelho de O
liveira "para fazer preCo aoaSugre" (Ibid., 1697,
V.6, pp. 338/341)

Üm ddKto João da MatÃ.nkoÁ


Qual a razão de havermos pedido destaque pa
ra uma noticia longa sobre João de Mattos de Agui
ar? Jã vimos, em referência anterior, que JMA é
"............. administrador e herdeiro que ê da terca
i. 7 9
do defunto Pedro Gonçalves de Mattos........... , avo
de GMG,o que nos leva â evidência de um parentesco
com o poeta. Esta nossa afirmação fica reforçada
quando vemos João de Mattos de Aguiar nas "pousa
das"' de uma tia do poeta GMG, D. Luiza da Guerra
(filha de Thome Fernandes da Costa e Maria da Guer
ra), casada com D. Pedro de Sã e Mello, assinando,
uma procuração a rôgo desta (Vocu.mdnto-& Há.6£oJu,coa ,
Rio, Bibl. Nac. 62, p. 162, 1943). Ainda para maior
segurança do que afirmamos, quanto ao parentesco
de JMA e GMG, fomos encontrar em Antonio Joaquim
Damazio a noticia que desejavamos; ê João de Mat
tos de Aguiar, no seu testamento, a respeito de
umas terras da rua do Genipapeiro que diz "Na rua
por detrãs da Poeira, junto â trincheira,tenho uns
chãos que rematei em praça aos herdeiros de Simão
de Faria ha muitos annos, de que tenho titulos que
se acharão em meus papéis: estes se poderão ven
'der, os quaes nelles estão de renda algumas pes
soas, onde entre uma dellas Monica Soares; esta não

32
me paga renda dos chãos de
suas casas post 4 e e/U
a.A. em ca-óa. de mea tÁ.o Ped/LO Gono.atve.4
de
(o grifo ê nosso) 8
E porque este interesse em JMA, em estabele
cer uma relaçao ou grau de
parentesco com os Mat
tos do poeta GMG?. Acontece que João de Mattos de
Aguiar foi, nos fins do século XVII, uma das figu
ras mais ricas e importantes da Cidade do Salvador
da Bahia de Todos os Santos. Ê Russell-Wood no seu
interessante trabalho sobre a Santa Casa da Miseri
cordia da Bahia que vai nos dizer em breves pala
vras quem foi JMA:

"The most successful story of financial spe


culation concerned Joao de Mattos de Aguiar,
the financial leviathan of Colonial Bahia.
Little is known about his life. Born in Pon
te de Lima in the north of Portugal, he had
emigrated to Bahia where he had married but
had no offspring. Possibly he had originally
come out to Bahia to help his uncle, João de
Mattos, in the administration of his sugar
plantations in Patatiba. Whether this had
been the case or not, João de Mattos de Agui
ar, was already a rich man in his own right
at the time of the death of his uncle in 1685
because the latter‘s will offered his nep
hew the option on purchase of these plantati^
ons for 30.000 cruzados. João de Mattos de
Aguiar die in 1700, leaving enormous be
quests to be administered by the Misericór
dia"01.

Não sabemos porque razão Russell-Wood omitiu


certos-dados da vida de JMA, jã que "little is Jknown
about his life", como a sua filiação (Gaspar Mar
33
tins de Mattos e Maria de Mattos), a sua condição
de Cavalheiro professo do Hábito de Santiago, a da
ta de seu compromisso com a Santa Casa de Miseri
córdia da Bahia (1668), conforme manuscrito do ar
quivo desta instituição82.
Para o enriquecimento da biografia de JMA,
importante figura da Bahia seiscentista, podemos a
crescentar alguns informes encontrados nas leitu
ras que fizemos das Ataò da Câma/ta do Senado da Ba
hia, e outras fontes, a saber: 1) JMA como criador
de gado e 3 ; 2) JMA como tesoureiro do dinheiro pa
ra a jornada do sertão 8 4 ; 3) JMA como Almotacé 05 ;
4) JMA como Procurador86,* 5) JMA como Provedor da
Misericórdia e como Cavalheiro da Ordem de Cris
to 8 7 ; 6) JMA como Procurador da Vila de Camamu 8 8 ;
7)"JMA como irmão da Ordem Terceira de São Francis
co da Bahia 8 9
Quem nos fornece uma breve referência histõ
rica sobre JMA é o cronista coevo Sebastião da Ro
cha Pitta ao dizer que João do. tÁa££Ã.nhoÁ, como era
chamado, " de humilde e pobre fortuna chegou
a ter cabedal opulento, adquirido pela sua indus
tria, e conservado com a sua parcimônia, nimiamen
te rigorosa no sustento e trato da sua pessoa". Tu
do que possuia (excepto duas moradas de casas. e
poucos mais curraes de gado), tinha a razão de jü
ro, sendo já tantos os caldos, que nem elle pró
prio sabia o computo do seu cabedal; .... i« 9 o
Como vemos esta figura de "usurãrio seiscen
tista"que foi JMA, marcou a sua passagem na socie
dade baiana do período colonial ao ponto de ser no
minado no livro do seu contemporâneo Rocha Pitta.
Este JMA foi, sem duvida alguma, dentre os Mattos,
aquele que mais se destacou como homem de largas

34
posses, tendo mantido o prestígio social do
nome
desta família até bem depois da sua morte,em 1700,
com a doação ou legado que fêz à Santa Casa de Mi
sericõrdia da Bahia: "7. João de Mattos de Aguiar
(1700). The philantropic leviathan of colonial Ba
hia, he left houses and 135,470$280 for thirty-ei
ght dowries each year of 100$000 each"?1.
J°ao de Mattos de Aguiar também possuiu pro
priedades na PaX.aiX.ba, sítio jã referido, em nosso
trabalho,como sendo aquele preferido pelos M cuttoò
para fixação de suas bases latifundiárias no culti
vo da cana-de-açúcar. É Antonio Joaquim Damazio em
1862, ao fazer o tombo das propriedades da Santa
Casa de Misericórdia da Bahia, quem vai nos con
tar92:

"No logar desta provincia chamado Patati


ba -, pertencente â Comarca de Santo Amaro,
possue a Santa Casa da Misericórdia seis fa
zendas de plantação de canas, que se acham a
foradas e arrendadas a diversos".
"Quatro dessas fazendas pertencerão ao fina
do benfeitor João de Mattos e Aguiar, como
vê-se do seguinte extrato do seu testamento:
"Tenho quatro fazendas de :cannas na Patatiba,
que duas as traz arrendadas o Alferes João
da Cunha, e em uma lavro eu, e na outra a te
nho dado de meias seu rendimento, pagos os
gastos, a um sobrinho meu etc.".

As quatro fazendas na Pai.aXX.ba, que per


tenceram ao benfeitor João de Mattos e Aguiar e
que foram doadas â Santa Casa, são a "Faze.nda
chamada da Misericórdia (ánnexa ao enge
nho S. Braz) " e as, Fazandaó, uma denominada
35
GA.cLn.de., e duas denominadas Pe.que.na6 (anne
xas ao engenho - Novo)", conforme o livro de Dama
z.io9S'.
É deveras lamentável que Antonio Joaquim Da
9H
mazio, no trecho acima citado do seu livro , tt_
nha tnte.AA.ompt do a tAan6cAtçao do te.6ta.m2.nto de.
JMA exatamente no ponto que mais nos interessaria
r , a um sobrinho meu etc."), pois te
ríamos o nome de um sobrinho do testador, lavrador
de canas no Recôncavo.
Não é necessário dizer que procuramos locali.
zar o original do testamento de JMA no Arquivo da
Santa Casa da Misericórdia da Bahia, e só encontra
mos um LtvAo conte.ndo a.6 ve.Aba6 de. dt6po6tçõe.6 te.6_
tame.nta.Ata6 de. João de. Matto6 e. AgutaA, Livro .199,
Estante B, Prateleira 2a (conforme Livro Índice do
Arquivo), em estado lamentável de conservação, se
parado com um monte de outros livros para uma ten
tativa de restauro ou salvação. Este LtvAo 199 foi
consultado (ou arrolado) por Carlos Ott95 e Rus
sell-Wood/96, conforme consta da relação de fontes
utilizadas por estes autores em suas obras sobre a
Santa Casa da Misericórdia da Bahia, e aparece re
ferido no primeiro â pagina 233 como "Testamento
de João de Mattos de Aguiar, Vol. 199", e no segun
do ã página 387 com a numeração "199 Livro das dis
posições das verbas do Testamento do defunto João
de Mattos de Aguiar, 1700".

De qualquer modo não nos foi possível locali


zar e/ou consultar o livro do Te.6tame.nto de JMA,
citado por Damazio em sua nota n9 14497, .sem remis
são a' qualquer cota ou numeração. Ê ainda Carlos
Ott quem vai anotar que em.julho de 1844, encon
trou-se "o original testamento do benemerito João
. 36
de Mattos de Aguiar, Thesoureiro, Escrivão e Prove
dor que foi desta Caza da Misericórdia e seo Bem
feitor, no qual a instituiu por sua testamenteira,
e lhe legou a somma de 228:000$000 ii 9 8

Até agora apresentamos os resultados parci


ais de nossa investigação sobre a família do poe
ta, numa tentativa de reconstituição de Atatuò, e
somente atentamos para os Mattos, não dando qual
quer sinal sobre os Guerra", seus ascendentes e
/ou parentes pelo lado materno.
Evidentemente que esta ênfase em um ramo da
úamZlla con^aguZn&a do poeta foi ditada pela impo£
sibilidade de reconstituição da linha matdKna ten
do em vistas a precariedade das fontes.
0 historiador.Pedro Calmon ao escrever sobre
o poeta diz textualmente sobre prováveis parentes
de Maria da Guerra, em única notícia que conhece
mos, até o momento, sobre esse ramo familiar de
GMG:
"Uma D. Ana Fernandes da Guerra, casada com
Pedro Fernandes Barbosa, foi mãe de João Ve
lho Gondim, que desposou em Pernambuco a Bea
triz da Rocha Pita, em 1660 (Frei Jaboatão,
..100
Catalogo Ganzaloglco, p. 56, nota)
E Pedro Calmon tanto não está seguro do Pa
rentesco que diz em sua nota, interrogando, a de
n9 1, do trabalho citado, "Seriam parentes de Ma
ria da Guerra", remetendo o leitor para Jaboatão.

Esse tão decantado Catálogo Go.ne.alõglc.0 do


Frei Jaboatão101 de nada nos ajudou para o estabele
cimento de uma genealogia do poeta baiano, Em Ja
boatão a barafunda de nomes e de famílias é imensa
e para o pbjetivo deste nosso trabalho que ê a de
37
monstração do 6ta.tu.-6 familiar de GMG, o Catalogo
Gtmaloglco nao nos empresta nenhum serviço.
Consultamos para desencargo de consciência
um texto de Afonso Costa, intitulado Ache.ga.6 Genea
ZÕgtca.6, 6zgundo Jaboatão e ou.tA.o6 livi\nagiòta6 e
docume.nto6 &tzt6, para ver se localizavamos alguma
pista preciosa, mas somente encontramos uma rela
ção "Dos casais que se formaram", e dentre estes
10 2
inúmeros lã estão nominados vãrios !katto6 que
uniram-se pelo matrimônio com os Pinto de Carva
lho, Teles de Menezes, Albuquerque, Argolo, Ca£
tro, etc.
Ja em 1983 o mestre Pedro Calmon faz menção
a uma irmã de GMG, chamada "...Justa Fernandez,des
posada pelo "rico e discreto" Domingos Dias, mãe
de Domingos Dias de Mattos... i> 1 0 3
Não poderemos concluir este nosso trabalho'
sem aflorar, mesmo de leve, a questão do judaismo
na Bahia do século XVII 1 0 4 , e procurarmos estabele
cer uma relação, mesmo remota, entre os cristãos-
novos do Recôncavo baiano, plantadores de cana e
proprietários de engenhos, e os Matto6, que aí se
e s tabele ce ram 1 o 5 . Nao estaremos com isto querendo
afirmar que os Matto6 de PGM eram cAj.6tao6-yio\jo6
ou judalzante.6, mesmo porque nos faltariam elemen
tos de comprovação, mas também queremos deixar bem
claro que os Processos de HabllltaçÕ2.6 de Gene/te
(inquirição sobre pureza étnica, religião, compor
tamento moral, inexistência de oficial mecânico na
família, etc. de candidato a cargo público, etc.),
em muitos casos não fizeram prova cabal do CAt6tt
ant6mo oo.lko de muitas famílias ibéricas, Nos re
portamos âs Habllltaçõe.6 de Gene/ie porque sobre o
poeta GMG existe uma, na qual varias testemunhas

38
em Guimarães (Portugal) e Salvador (Bahia),
respon
dem sobre os itens acima referidos,
e dentre estas
destacamos as respostas de
"Luis da Rocha tabel
lião do / judicial nesta villa de Guimarães /",106,
que vai jurar sobre os Santos Evangelhos
que o poe
ta" / nao tem Raça de judeu /" no primeiro item da
inquirição, e que "/ não tem Raça de Cristão no
vo/", no segundo item^07.

TÕpZcoó IrZviaZò: o cZn.c.ulo de. qâ.z

0 magistrado Gregõrio de Mattos e Guerra


(Juiz de Fora de Alcãcer do Sal em 1663 e Juiz do
Cível e de Õrfãos, em Lisboa, em 1671-72), vai ca
sar com D. Michaela de Andrade, filha de um desem
bargador, na Corte, no ano de 1661, com quem acre
ditamos não teve filhos. Em 1674 GMG, ainda casa
do, vai batizar uma filha natural, chamada Francis
ca, na Freguesia de S. Sebastião da Pedreira, em
Lisboa. Nao localizamos qualquer rastro deste re
bento "ilegítimo" do poeta, que teve a ombridade
de registrá-lo com a competente certidão de batis
mo i o b'
Ja na Bahia o poeta GMG, destituído das suas
funções clericais (Desembargador da Relação Eclesi
ãstica e Tesoureiro-mõr da Sê),vai casar, em 168?,
com Maria de Povoas; deste casamento temos notícia
de um seu filho chamado Gonçalo 10 9

Um documento 110 da Biblioteca Nacional do Rio


de Janeiro (Secção de Manuscritos, II, 30, 20, 22),
vem comprovar como a família 'de GMG, no século
XVIII, ainda realizava ligações ou contratos, atra
vês do casamento, com pessoas influentes: é o caso
de Josefa_Ramos._da...Guerra, filha de_ Maria da Guer
ra (a terceira) e Botelho (marido desconhecido),
39
casada com D. José de Miralles - autor da História
Militar do Brasil 11 que tem uma filha chamada
Josefa de Miralles (1719), trineta de Maria da
Guerra e de Gregório de Mattos, pais do poeta. A
Josefa Ramos da Guerra vai ser a neta de Margarida
da Guerra, que foi casada com o "alferes reforma
do" Manuel Botelho Carneiro 12 2
Poeta melhor que muitos da literatura portu
guesa no século XVII, Gregório de Mattos e Guerra,
de família rica e poderosa vai marcar a sua traje
tõria como um "ateísta" - dilacerado por suas con
tradições interiores - que serã denunciado ao San.
to Ofício, em 1685, por Antonio Roiz da Costa 1 1 3
A denúncia, em verdade, não atingiu o poeta satíri
co - demolidor da hipocrisia católica na Bahia do
século XVII - pois o mesmo vai continuar, em Sal
vador, no seu Recôncavo da Bahia de Todos os San
tos, vivo e jogralesco, até o seu "exílio" para An
gola em 1694 e morte em Recife em 1695. Em verdade
a sua impunidade advêm, dentre outros fatores, do
fato do seu avô, vanao ZÍUibtfie dob Mcuttob da BahZa,
Pedro Gonçalves de Mattos,ter sido familiar do San
to Ofício da Inquisição, em 1618, nomeado pelo Vi
sitador Marcos Teixeira, e ter participado da Gran
de Inquirição, na Bahia, em 1646 1 1 4 . Deste modo es
tã fechada dentro de um cZ/icuZo de gZz uma família
com muito btatu.6 na Bahia do século XVII. Aos gene
alogistas cabe a tarefa de romper a limitação do
presente trabalho, de apagar o eZn.eu.Zo transforman
do-o em árvore frondosa.

40
!

NOTAS AO TEXTO
E
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
NOTAS AO TEXTO
E
FONTES BIBLIOGRÁFICAS

1. As terras deste engenho, fundado na margem


do rio Sergipe, estão situadas no atual município
de São Francisco do Conde, Estado da Bahia. 0 Cem
de. de Linhares, casado com D. Felipa de Sã, Condes
sa de Linhares, deu o nome ao engenho de Sergipe
do Conde, herdado por sua mulher dentre ós bens
deixados em testamento pelo ex-Governador Geral do
Brasil (Mem de Sa).
As terras do engenho de Sergipe do Conde es
tão registradas: MORENO, Diogo de Campos, LXv-tO Que,
Vã Razão do Bòtado do 8fta&ll, Rio,INL, 1968. p-45,
como as Terras do Conde de Linhares, CanXa da Ba
kla de. Todoò oò Santo6.
2. ANTONIL, André Joao (João Antonio Andreoni,
SJ) . Cultuna e. opule.nc.Za do Bsiaàll. São Paulo,Cia,
Ed. Nacional, 1967. p. 182.
3. PINHO, José Wanderley de. Testamento de Mem
de Sã. Separata do CONGRESSO DE HISTÓRIA NACIONAL,
3. Rio de Janeiro, 1938. Analò... Rio de Janeiro,
IHGB, 1941. V. 3, p. 161.
4. Para este assunto a documentação por nõs
consultada está publicada em: a) Vocumentoò Hl6to
/iZcoa, Rio de Janeiro, Ministério da Educaçao e
Saúde, Biblioteca Nacional, 1944, V. 63, pp. 141-
169; b) Vocume.ntoA Hlt>tonlc.ob, Rio de Janeiro,V.62,
159-188, 1943; c) Vide também o Annae.6 do Mu4eu da
Bahia, 1929, V. XVII, p 218; d) Vide :Damazio, An
I mmove.16 da
tonio Joaquim - Tombame.nto& doò Be.n.6
MiiiUc.dx.cUa da BaftXa.Typographia de
Santa Caòa Va
Camillo de Lellis Masson & c., 1862, especialmente
c) Vide também Serafim Leite
as páginas 75 e 76.

43
em HlòtÕAla da Companhia de Je4aA no Baa&ll, Rio
de Janeiro, Impr. Nac. 1945, Vol. V, pp. 243/260,
no Capítulo XII-"Engenhos do Recôncavo da Bahia".
5. ENGENHO Sergipe do Conde, livro de contas,
1622-1653. In: INSTITUTO DO AÇÜCAR E DO ÁLCOOL.
Serviço Especial de Documentação HistóricarVocume,n
toé paAa a hlòtoAla do AçucaA. Rio de Janeiro, 19?
V. 2, p. 4.
6. DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL,
ATAS DA CÂMARA, Salvador, Pref. Mun., 7: 79, 1944.
7. Ibld. p. 79.
8. Ibld. p. 85.
9. Ibld. p. 85.
10. Ibld. p. 91.
11. Ibld. p. 92.
12. Ibld. p. 137 e 140.
13. op. o.lz. acima nota 6, 2: 176, 1949.
14. Mosteiro de São Bento. Salvador. Llvao \/e.lho
dò Tombo do Moòto.ln.0 de São Bznlo da Cidade, do Sal
wadoA. Salvador, Tipografia Beneditina,1945,p.181.
- Ainda em 1643 Pedro Gonçalves de Mattos era
possuidor de um "Gindaste" na Cidade do Salvador
conforme nos informa um "Term(o) que fe|s Pedro
Gonçalvez de Matos sobre a |obra| /do seu|gindas­
te | nã|o p |asar| maes para a Prasa / |que dos pi_
lares| que |fes| de pedra he cal he so- / bre nam
lans |ar maes| f |ora| os telha- / d|os| que falm |
o| e meio". (DOCUMENTOS HISTÕRICOS DO ARQUIVO MU
NICIPAL. ATAS DA CÂMARA, Salvador, Pref. Mun., 2:
200-1, 1949).
15. Em uma "Memória do gado que se manda vir pe

44
Ia / falta que ha nesta Cidade, çm 11 de Mayo 645",
vemos Pedro Gonçalves de Mattos arrolado entre os
criadores, os fazendeiros de Inhambuppe, e
contri
buindo com 20 c. |vinte cabeças| de gado (Salvador.
Câmara Municipal. Ibtd. p. 276-77).
Ainda sobre ogado temos uma "Repartissão
de seis sentos he tantas cabe- /asas de gado que
em sete de Majo se repar- /tirio pela Camera dando
cumprimento a huma / Portaria feita em dous do di
to mes pelos / senhores gouernadores que eu noti
fiquej aos / ofisiaes da Camera per ser mandado/ he
registej termos dos registos a folha"., na qual Pe
dro Gonçalves de Matos também contribuiu com vinte
cabeças (Salvador. Câmara Municipal. Jbtd. p. 86).
16. Em um "Asento que sefez sobre o imprestimo
quefaz este povo para alnfantaria deste Prezidio",
em 1638, vemos Pedro Gonçalves de Mattos eiprestanao
Tres mil cruzados | .. . ...|" de que selhedeu escri^
to 1.200$000 (Op. clt. nota 6, p. 358 e p. 362) e
em 1639 empresta dinheiro ........... .............. que os mo
radores deram para as Crenas dos Galioens . "na
quantia de "cincoenta mil rêis".0p. Cit. llota 6, p. 422.

17. O que nos leva a supor que Pedro Gonçalves


de Mattos fosse analfabeto (ou estaria incapacitado
física e temporariamente para escrever?; é que por
duas vezes, em dois documentos diferentes,logo após
o seu nome aparece uma cruz de Pedro Gonçal
ves de Mattos uma cruz conforme: (Salva
dor. Câmara Municipal, Op. Ctt. nota 14 p. 178 e
201.
18. Manuscrito. Arquivo Nacional da Torre do Tom
bo, HabZ-tttaçõe.4 pa.no. LeJ.-tu.nd de. Bachanet, Maço 2,
Numero 6, Letra G, fólio 2.

45
19. Rabelo, Manuel Pereira: a) "Vida do Dr. Gre
gõrio de Mattos Guerra" (in Guerra, Gregõrio de
Mattos: 0ò/ia.4 Vo&tíc.ab* Rio de Janeiro. Typographia
Nacional, 1882, p. 4; b) "Vida e Morte / do / Dou
tor Gregõrio de Mattos Guerra / Escripta Pelo Li
cenceado Manuel Pereira Rabelo, / E Mais Apurada
Depois Por Outro Engenho"' (in Mattos, Gregõrio de.
Ob/ia.6: Sclcacl. Rio de Janeiro, Academia Brasileira,
1929, V. 1, p. 40); c) "Vida do Excelente Poeta Li
rico, o Doutor Gregõrio de Matos Guerra" (in Ma
tosy Gregõrio de. ObsicU» Compl&taA, Bahia. Editora Ja
naína. 1968, Vol. VII, p. 1690). Estas são três
versões ou variantes da "biografia" de GMG escri.
ta pelo Rabelo, editadas respectivamente por Alfre
do do Vale Cabral (em 1882), Afrânio Peixoto (em
1929) e James Amado (1968). Ainda na edição da Aca
demia, sob a responsabilidade de Afrânio Peixoto
aparece; d) uma "Vida do Grande Poeta Americano Gre
gõrio de Mattos Guerra (in Matos Gregõrio de -
Obras: Oltima. Rio. Academia Brasileira, 1933.
20. Um documento de 1659 diz " os herdei
ros de Pedro Gonçalves de Mattos e de sua mulher
Maria da Guerra, do.^untoà” • * (o grifo ê nosso), in
DOCUMENTOS HISTÓRICOS, Rio de Janeiro, 62: 160,
1943.

21. Para este assunto remetemos para: a) I bí,d.


P- 159-87, onde achamos [dòtd e o teAmo) uma "Escri
tura de composição transação que fizeram os colê
gios desta Baia de Santo Antão |sic| com a Santa
Casa da Misericórdia e herdeiros de Pedro Gonçal
ves de Matos; b) DOCUMENTOS HISTÓRICOS, Ibld. 63:
141-69, 1944, onde s lê uma "Escritura que figu
ram o Padre Reitor do Colégio da Bahia e o de San
to Antão de Lisboa a João de Souza Pereira", na

46
qual aparecem referidos os herdeiros de Pedro Gon
çalves de Mattos e Maria da Guerra em procurações
passadas.
22. DOCUMENTOS HISTÓRICOS, Rio de Janeiro,Bibl.
Nac. 62: 178-81, 1943.

23. DOCUMENTOS HISTÓRICOS, Rio de Janeiro,Bibl.


Nac. 62: 161-2, 1943.
( Encontramos o "Registro do Alvara de Refor
:
maçao do Alferes Manoel Botelho Carneiro, ocorrido
i na Bahia, Cidade do Salvador, em 6 de setembro de
1657 (DOCUMENTOS HISTÓRICOS, Rio de Janeiro, Bibl.
Nac. 79: 242-3, 1939.

i
! 24. Op. alt. nota 23, P- 162.
25. Ibld.
26 Jbld.
I
27. PINHO, Wanderley "Prefácio". In: MOSTEIRO
f
DE SÃO BENTO, Salvador. Liv*o Vdlho do Tombo do
Mo&te.l*o de São Bdnto da Cidade, do Salvado*. Salva
dor, Tip. Beneditina, 1945, p. XXXVI.

28. DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQ. MUN. ATAS DA


CÂMARA, Salvador, Pref. Mun., 3: 117, 1949.

29. IbXd. P- 187.

30 7bld. P- 271.

31. DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQ. MUNIC. ATAS


DA CÂMARA, 7669 - 16 84; Salvador, Pref. Munic.5: 71,
1950.

32. Ibld. 6; p. 9.

33. Ibld. P- 12.

47
34. DOCUMENTOS HISTÕRICOS DO ARQ. MUNIC. Ata&
da Câmara, 1625-1641; Salvador, Pref. Munic. 1: p.
50, 1944.
35. Depoimento de Diogo-de Aragão Pereira, con
temporâneo do pai do poeta na Bahia, atestando em
inquirição sobre os antecedentes e pureza étnica
(brancura) da família Mattos e Guerra (ARQUIVO NA
CIONAL DA TORRE DO TOMBO), Lisboa. Habllltaçbe.6 pa
/ia Le.l£un.a de. Bacharel, Maço 2, Número 6, Letra G.
(Manuscrito).
36. DOC. HIST. DO ARQ. MUNIC. Ataò da Câmatia,
1641-1649, Salvador, Pref. Munic., 2: p. 94, 1949.
37. Ibld. p. 99.
38. lJUd, p. 141.
- Gregõrio de Mattos foi impedido de servir
como Tesoureiro das vintenas por ordem do Governa
dor Antonio Telles da Silva, conforme o "Termo da
Elejsão que se fes Ide Thezoureiro d(as)vintenas /
ná pessoa de Jacome Coelho por o Senhor Governador
|or| denar nao servisse Gr|e|gorio |de[ Matos he
que a Camera nomeasse outro em seu lu/gar" Vocume.n
toò kÁ,6toA.Ã.c.oò do ^fiqiuívo Mun£c£pal. Ataò da Cama
H.a, 1641- 1649; 2, p. 143-144. Salvador, Prefeitura
Municipal.
39. íb£d. P- 292.
Em 1649 o mesmo Gregõrio de Mattos é ainda
depositário do Juiz de Orfaos, " e os di
tos Sento e sincoenta e sinco mil reis meteu, e man
dou meter o dito juis dos orfaos no cofre dos or
fios, e defeito se meterão em minha prezensa, e se
emtregarão ao depozitário delXe Gregorio de Mat
tos em sua caza..." (in: MOSTEIRO DE SÃO BENTO,Sal

48
vador. Uva.0 Velho do Tombo do
Moòtelno de Sao Ben
to do. Cidade do Salvado*.
Salvador, Tip. Benediti
na, 1945. p. 184).

40. DOCUMENTOS HISTÓRICOS


DO ARQ. MUNIC. A tal
da Cãma/ia, 1649-1659; Salvador,
Pref. Munic. 3: 9,
1949.

41. DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQ. MUNIC. Ataò


da Cama*at 1625- 1641 ; Salvador, Pref.
Munic. 1 :361,
1944. Esse documento é um "Asento que sefez
sobre
o imprestimo que faz este povo
para alnfantaria
deste Prezidio”.|23.4.1638|
42. Ibld. p. 418.
43. ôp. elt. nota 38. p. 395.
44. DOCUMENTOS HISTÓRICOS, Rio de Janeiro, Bibl.
Nac. 63: 153, 1944.
45. Ibld. 62: 167, 1943.
46. Ibld. p. 166.

47. Borges de Barros, F. A PcUaUba; d&tcUpçio


hUtõUca, giogfiapUca, comm&Ac-íal e &conomtca In
Annaes do Archivo Publico da Bahia, Salvador, 1
(1); 154, 1917.

48. Borges de Barros, F. Op. Clt. p. 154.


49. Borges de Barros, F. Op. Cit. p. 154.
50. MORENO, Diogo de Campos. Llv*o que dá Razão
do Eòtado do 8fiaòll. Rio de Janeiro, INL, 1968 p.
45.

51. DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQ. MUNIC. Ata6


da CãmaKa, 1641-1649; Salvador, Pref. Munic. 1949,
V. 2, p. 65.

52. RUSSELL-WOOD, A.J.R. Fldalgoó and Phllantk

49
Kopiòtò; The Santa Caòa da MíaefiicoKdia Bahia,
V550-1755, Berkley and Los Angeles, Univ. of Cali
fornia Pr., 1968, p. 63.
Hã uma edição traduzida deste livro:Russell
-Wood, A.J.R., Fidalgos e Filantropos, Brasília,
UNB, 1981.
53. RUSSELL-WOOD, A.J.R. Op. cit. p. 150. Reme
te o autor para livros çlo Arquivo da Santa Casa da
Misericórdia da Bahia (ASCMB), Vol. 41, ff. 18-23.
54. RABELO, Manoel Pereira. "Vida do Dr. Grego
rio de Mattos Guerra". In: GUERRA, Gregõrio de Mat
tos. Obfiaò poéticas. Rio de Janeiro. Typ. Nac.1882,
P- 4-5.
55. VARNHAGEN, F.A. Elofiilégio da Poeòia Bn.azi_
ieina. Rio de Janeiro, Acad. Bras., 194 6, t. 1, P-
62.
56. Esta peste denominada bicha para Fernando
S. Paulo, em Linguagem Medica PoputaK do Bfiaòil,
Rio de Janeiro, Barreto & Cia, 1936, p.150/52 foi
a febre amarela.
57. DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQ. MUNIC. Ataò
da Câmasia, 1669- 16 84; Salvador, Pref. Munic. 1950 ,
V. 5, p. 177-78.
58. íbid. p. 228.
59. Jbid. p. 109.
60. VARNHAGEN, F.A. Op. cit. p. 61.
61. VARHHAGEN, F.A. Op. cit. p. 62.
62. VARNHAGEN, F.A. 0p. cit. p. 63.
63. Sobre Eusêbio de Mattos omesmo Varnhagen
publicou a biografia ha REVISTA V0 INSTITUTO HISTÕ
RICO E GE0GRAPHIC0 BRASILEIRO, Rio de Janeiro, 8:
540-2, 1846.
50
.Eusébio de Mattos
como músico foi menciona
do também por BARBOSA MACHADO,
Luóitana, Lisboa, Antonio Diogo. tBZbUothtia
Isidoro da Fonseca,1741,
V. Ir p.766.b) e
recentemente, em 1968,segundo fon
te e indicação que me foi fornecida
pelo pesquisa
dor da música brasileira
o Padre Jaime Diniz, pelo
estudioso Robert Stevenson
em seu artigo Somo,
PoA.tugae.0Q. Soua.cqí Foa.
Ea/ily BA.azilian Maiic Hiz>to_
(in "Anuário", do Instituto Inter-Americano de
Pesquisa Musical. Tulane Univ. New Orleans, 4:
2,
1968.

64. LEITE, Serafim,


S.J. HtòtÕfita da Companhia
dQ Jqòuz, no 8A.az>il. Rio de Janeiro, INL, 1949,V.8,
p. 360. É bastante curioso como o Padre Serafim
Leite não dã a filiação de Eusébio de Matos.
Neste livro de Serafim Leite vemos um outro
Eusebio de Matos, missionário, nascido em Cachoei
ra (Bahia) no ano de 1703. Também um Francisco de
Matos, nascido em 1636 em Lisboa. Admitido na Or
dem dos Jesuítas em Lisboa, veio para o Brasil aos
16 anos, tendo entrado no Noviciado da Bahia em
1652. Também um Luís de Matos, nascido na Bahia em
1677. Todos da Companhia de Jesus.
Também em Serafim Leite, Õp. cit. T.V. Apên
dice D, p. 583, no Catalogai, Ptilmai, PA.ovinc.iaQ 8A.a
òilicaQ (1701), dentre os CoadjatoKQò SpiAltaalQi,
FoA.mati, encontramos um P. Joannes de Mattoò, nas
cido na Bahia (BakiQnóiò), formado em 1694.
65. Em Portugal acreditamos que será possível
uma investigação genealógica mais objetiva (demora
da e penosa)sobre os ascendentes de GMG, e seus pa
rentes, que vieram para a Colônia, consultando-se
o AA.quivo doò PQgii>tA,oi> PaA.oquiaii>, anexo ao AA.q ai
vo Nacional da T0A.A.Q do Tombo, Lisboa.

51
66. João de Mattos: EòcJuLvão em 16 37 DOCUMENTOS
histOricos do arq. munic. Ataò da Camada, 1625 -
1641; Salvador. Pref. Munic. 1 •* 335, 1944, MetAÁ.
nko em 1640 [Jbld. p. 476); Contribuindo com "meja
pataca" (Ibid. V. 2, p. 401) em lançamento feito
pelo governo; FtntadoA em 1659 (Ib-cd.V.3, p. 409);
Tet ouA.etA.o do co{±A.e doò oA^ãoò em 1659 [Jbtd. V. 4,
p. 17); AImotací em 1661 {íbtd. V. 4, p. 90); VeA.e
ado A, em lugar de Vasco Marinho Falcão, em 1666
(íbtd. V. 4, pp. 243/244); PA.ocuA.adoA. em 1669
(Ibid. V. 4, p. 396, eleição, V. 4, P- 398, posse
e juramento).
Diz Russell-Wood, AJR, (in Fidaigoò and
Phtlanthoptòtò; The Santa Cata da \U*eA.tcondia oi
" Bahta, 1550-1755, Berkley and Los Angeles, Univ.
of Califórnia Pr.,1968, p. 63) que João de Mattos
era proprietário de uma sugar plantation in
Patatiba Também Gregõrio de Mattos, o pai
do poeta, era proprietário de uma fazenda de canas
na Patatiba.
Ainda Russell-Wood (in Op. ctt. p. 167) nos
informa sobre JM: "The costs of the funeral of the
wealthy João de Mattos in 1685 carne to a sum in
the region of 1.000$000.
Vale a pena lembrar, para que não haja con
fusão de pessoas, que este João de Mattos não é o
mesmo (João de Mattos) que veio deportado para o
Brasil em 1662, juntamente com Antonio de Conti,
João de Conti e Bernardo Taveira (Documento* Hiòto_
A.tcoò, V. 66, p. 196; VOC. H1ST., V. 7, p. 92/93;
VÕC. HÍST., V. 7, p. 100/101; VÕC. H1ST., V. 21,
p. 8/9), assassinado em Pernambuco em 1663, confor
me "Carta de sua Magestade sobre a morte de Joao
de Matos, "e remeter preso com a devassa o mata
dor" (Vocumentoò HÍ6toA.lcoÁ, V. 66-r p. 289). Sobre

52
este João de Mattos ,os Anna<u da BibUotica
Nacio
nai. do Rio de Janeiro, 7: 391-2,
1877/79, p.391/
392, ainda indicam sob os n9s.
116 e 125,dois do
cumentos: a) "Carta de S. Mag?
sobre a morte de
João de Matos"; b) "Carta de S.Magd? sobre- a morte
de Joio de Matos,
e remeter prezo com a Devassa o
matador".

67. Gaspar de Mattos: Faz empréstimo em 1638 de


"quarenta mil reis • 40$000, para o governo
pagar aos soldados (DOCUMENTOS HISTÓRICOS
DO ARQ.
MUNIC. Ataò da Câmara, 1625-1641;
Salvador, Pref.
Munic. 1: 360, 1944) • e na mesma ocasião. e na mes
ma lista dos Contribuintes aparecem Pedro Gonçal
ves de Mattos [Ibid., V. 1, p. 362) e Gregõrio de
Mattos (Ibid., V. 1/ p. 361), respectivamente, avo
e pai do poeta GMG; Em 1639 encontramos documento
no qual "A Viuva que ficou de Gaspar de Mattos,deu
quatorze mil reis do seu Donativo 14$000,
(Ibid., V. 1, p. 426).

68. Diogo de Mattos: Em 1642 ao rol


das pessoas que forio chamadas / para fazerem o
lansamento das vintenas / ........."/ sendo proprietã
rio de "Barcos de fretes" (DOCUMENTOS HISTÓRICOS
DO ARQ. MUNIC. 1641-1649; Pref. Munic. 2: 133,
1949) ; Contribuindo com "mil e seis sentos reis"
( 7 bid. , P- 404) , no mesmo lançamento feito pelo
governo e na mesma relação de pessoas dentre as
quais aparecem Gregõrio de Mattos,"dous mil reis",
(Ibid., p. 395), e Joao de Mattos (Vide nota n9
66) "meja pataca", (Ibid., V. 2, p. 401); Assina
tura em "assento" do Senado da Câmara da Bahia, em
1639 (Ibid.f V. 1, p. 416).
69. Domingos Gonçalves de Mattos: Assinatura em
"Asento que se fes s|obre| a juncta de se alevan

53
tar a mo|e(da p;ela grande falta que hia / fazen
do no povo per s |e | levar / per|a| o "Rejno", em
1643, para o qual foram mandadas ".. chamar
as pessoas nob |res | he da go|ver|nansa de major
autoridade he os homens de nego-/ssio de major ca
bedal ", e dentre elas compareceram Domingos
Gonçalvez de Mattos e também Pedro Gonçalvez de
Mattos DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQ. MUNIC. A to.6
da Cãmatia, 1641-1649; Salvador. Prefeitura Munici
pal, 2 : 178, 1949. Presumimos que este cidadão, Do
mingos Gonçalvez de Mattos, seja tio-avô de GMG.

70. Ignacio de Mattos: Rep-ie-6 antando os homens


de negocio da Bahia, em um "Termo doaSento que se
fes dopReSso que ha de ter / oaSucar nesta pRaSsa
este anno de 1683" DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQ.
MUNIC. Ateu da CimaKCL, 1669- 16S4; Salvador. Prefei
tura Municipal, 1950; 5: 349-50. "Inácio de Mat
tos", assinatura em "Termo que se fez sobre o sair
armada a fazer opposiçao, |etc|" (Ibld., V. 4, p.
104), no qual também aparece assinando João de Mat
tos [Ibtd., V. 4, p. 103); Kòòínatana em documen
to de 1648 (?) no qual ".. se deu juramento a
Gaspar / Vaz e a |............... Grigorio de Matos
[íbld., V. 2, p. 371), que não acreditamos ser de
Ignãcio de Mattos, maò da Gn.agÕaÃ.0, tendo provável
mente havido, neste caso, erro de leitura e trans
crição da fonte.

71. Flavio de Mattos: kòòÍYiataKa em ata de reu


nião que assistiu o "Povo e nobreza d|es|ta cida
de", em 1677 (DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQ. MUNIC.
Ataò da Câsiama, 1659- 1 669; Salvador. Pref. munic.
4: 290, 1950) Neste documento também aparece a as
natura de um Nicolau Natos (?) .

54
72. Ilario de Matos:
kà&sinat ana "Termo de Rezu
lução que Setomòu Sobre /
opreco dos asucar, em
1669. Op. CÀ.£.
nota 71, p. 406.Neste documento tam
bém aparece a assinatura de
Joao de Mattos [Ibíd.,
p. 405). Não seria
° mesmo Ignacio de Mattos (vide
nossa nota n9 70) que teriam lido
com Ilario?
73. Álvaro de Mattos,
Aò^ZnatuAa em "Asento que
se fez sobre par-/ticular
dos gastos feitos na
I dor|- / nada do sertão
contra o gentio / bravo"
1658, (DOCUMENTOS HISTOrxcos DO ARQ.MUNIC. Ata, da
Camada, 1649-1659; Salvador. Pref. Munic.
3: 370,
1940) ;Aóólnatu/ia em "Iunta que
se fes sobr|e| hir
/ procurador desta cidade / a corte
de Lixboa",
1662, (íò>id., V. 4, p. 130);
A6ói.na£u/ia em "Termo
de Rezei|oção| que se tomou
pere ouver de continu
ar o Doutor Ioão de Gois de
Araújo por procurador
desta Cidade", 1665, iíb£d., p. 209); &4A'ina£u.sia
em "Termo de Postura |
| abaixo assinados,
No|breza| / Povo e Cr|i|adores e |home|ns bons eda
governansa des-/ ta Cidade", 1682, (I bíd., V. 5,
p. 335) ; AóóZncUufia em um |Termo| de Requejrfi
men
to que opovo eos h | orne | ns denegocio /
1678 [Ibíd., p. 240), no qual vem a assinatura
de
Pedro de Mattos e Vasconcellos, irmão de GMG, na
qualidade de Vereador, (lb£d., p. 239), e no qual
aparece a assinatura de "Manoel da Silva da Guer
ra" (Ibld., p. 240).

74. Doutor Manoel de Mattos: Re.p/ie.6 e ntando os


senhores de engenho e lavradores da Bahia em um
"Termo doaSento que sefes dopReSso que ha de ter /
oaSucar nesta pReaSsa este anno de 1683" (DOCUMEN
TpS HISTÓRICOS DO ARQ. MUNIC. Uaò da Câma/ia, 1669-
1684; Salvador. Pref. Munic., 5: 349-35, 1950),no
qual aparece também Ignacio de Mattos representan

55
do os homens de negocio (vide nota n9 70).
Durante nossa investigação encontramos um
outro Doutor, também Manoel, também Mattos, porém
de Viveiros, "omediquo doprezidio desta/ Cida
de", em 1685 (Jbtd., V. 6, p. 23) , Ve.ne.adon em 1694
(Ibtd., V. 6, p. 233), Ve.ne.adon e Contadon do Sena
do da Câmara em 1693; (Ibtd., V. 6, P- 198-99),
"Medico / |da/| Sidade", em 169 4, (Jbtd., V. 6, P*
238), o qual não temos dúvida ser o mesmo Doutor
4
Manoel de Mattos, acima referido, pois em 1698,vol
ta o mesmo Doutor, agora Mattos de Viveiros, a n&
pne.6e.ntan "daprate dos senhores de Engenhos efazen
das /", em um "Termo daRezulução que tomarão os
Eleitos / enomeados para fazer PreSo aos Suquares"
(Ibld., P- 358-59).
75. Manoel de Mattos de Vasconcellos: kó6tnatu.
na em um "Termo da Rezulução quesetomou sobre Sefa
zer / eaplicar effeitos Sertos para Cobrar das
R|e|ligiosas / e Seu Sustento oqual ordena Sua Al
teza sefassa epara /efeito deseconseguir",em 1678
(DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQ. MUNIC. Ataò da Cama
na, 1669- 1684; Salvador. Pref. Munic. 5: 232,1950)
no qual aparece também a assinatura de Pedro de
Mattos de Vasconcellos, como vereador. Aòótnatuna
em um "Termo de Rezulução que tomou este Povo So
bre aResposta que havia defa-/zer ao Senhor Gover
nador " (Jbtd., p. 243), no qual vem de novo
a assinatura de Pedro de Mattos de Vasconcellos.
Seria Manoel de Mattos de Vasconcellos o parente
que GM (pai) homenageou ao dar o nome Vaó conce.£loó
ao seu filho Pedro?
76. Gaspar de Mattos: AtmotacÃ. em 1687 (DOCUMEN
TOS HISTÓRICOS DO ARQ. MUNIC. ktaò da Câmana,1641 -
1649; Salvador. Pref. Munic. 6: 93) . Este Gaspar de
Mattos será o mesmo da nota 67?
56
77. Izabel de Matos: Proprietária de
terras no
Recôncavo baiano, na zona de Santo Amaro, conforme
" RegtÇ da Ca.rta de Sesmaria e Foro em fatuozim fei
to ao Cap.m Silvestre Camello da Lomba" (Livro do
Tombo da Prefeitura Municipal da Cidade do Sa.£v<x
dor. Salvador, pref . do Salvador. 1953, p. 114-17).
É necessário acentuar que a data da Carta de Sesraa
ria, acima aludida, ê 23/8/1678, para não haver
confusão com a Isabel de Mattos, filha de PGM e Ma
ria da Guerra, (vide nossa nota n9 20) , já defunta
em 1659.

78. O leitor mais atento já deve ter observado


que fizemos menção a João de Mattos (vide nossas no
tas n9s 66, 79), João de Mattos de Aguiar(vide nos
sa nota n9 26), e a João de Mattos Aranha.Tudo nos
leva a crer que sao três figuras distintas, três
personalidades influentes na política da colônia.
O João de Mattos era irmão, provavelmente de PGM;
e ambos tios de JM de Aguiar (vide nota n9 81) .

79. DOCUMENTOS HISTÓRICOS. Rio de Janeiro. 62:


162, 1943. Ainda neste documento aparece um João
de Mattos como tutor dos menores Luiz e Henrique
(vide nossas notas n9s 25 e 66).
80. DAMAZIO, Antonio Joaquim. TombamentoS dos
Bens Immoveis da Santa Casa da M/4ericordia da/ Ba
kia em 1862. Bahia, Typ. de Camillo de Lellis Mas
son & C., 1862, p.. 170.
DOCUMENTOS HISTÓRICOS. Rio de Janeiro,Bibl.
Nac. Doc. Hist. 63: 157-8, 1944.
81. RUSSELL-WOOD, AJR. fidalgos and Philanthro^
pists; The Santa Casa da Misericórdia o 6 Bahia,
1550-1755, Berkley and Los Angeles, Univ. of Cali
fornia Pr., 1968, p. 63.

57
82. ARQUIVO DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DA BA
HlA.r LIvko 29 de TcKmoA de IKmãoA. Estante A, Pra
teleirá 1?, Numeração 2, pp. 125/128.
£ necessário salientar que trabalhamos com
uma copia do LIvko 2 o dc TÍKmoò de IKmao*, pois co
mo nos informa uma observação do LlvKO índice, do
anti
kKqulvo este LIvko 29 "£ um dos livros mais
gos da Caza; estando muito estragado pelas traças,
foi copiado, tendo a sua cópia que esta junto a
elle a mesma numeração. 0 19 livro desta coleção

nao foi encontrado desde 1897, conforme carta do


antigo indice, parecendo que foi extraviado por o
casião de ser copiado".

83. kòòlnatu.Ka em "Termo de Rezulução que / se


fes com os criadores |so|bre /a forma de destribui
sam dos talhos" em 1661 (DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO
ARQ. MUNIC. kta6 da. C3.ma.Ka, 1659-1669; Salvador.
Pref. Munic. 4: 79, 1949).
84 . kòòlnatuKa era "Termo de pose Eivramento que
/ sedeu a Ioão de matos daguiar tizoureiro / do di
nheiro consinado pera Iornada do / sertão que hão
defazer os mora-/ dores de Sam Paulo, em 1670 (DO
CUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQ. MUNIC. kta6 da CamaKa,
1669-1684; Salvador. Pref. Munic. 5: 42, 1950) . Ain
da sobre "Iornada do sertão" outro documento de
1661 (Xbld., V. 4, p. 91 a 93), no qual aparece
também a assinatura de "João de matto". Êste seria
o tio de JMA, conforme nos informa Russell - Wood
(0p. clt. p. 63).
85. "Termo de Juramento que se deu a João / de
matos dagiar que sahio por Almo-/tasel este anno
'de 669 pera servir / os dois mezes de novembro e
dezem-/ bro"/(DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQ. MUNIC.
kta& da CamaKa, 1669-1684; Salvador. Pref. Munic,
58
V. 5, p. 12). No final deste documento aparecem as
assinaturas de João de Mattos e João de Matos de A
guiar [Jbtd., p. 12).
86. "Termo de Abrimento dopellouro
/ que sefes
oprimeiro dia dejanejro de / 1685" (DOCUMENTOS HIS
TÕRICOS DO ARQ. MUNIC. Atah da Cãma/ia, 1684-1700;
V. 6, p. 9). Neste documento aparece Manoel Botelho
Carneiro, como Vereador (marido de Margarida da
Guerra,, neta de Maria da Guerra, avõ materna de
GMG), que vai aparecer como falecido em 19.01.85
{Jbtd., p. 11) .
87. "Termo deeleição que sefes / de juis duran
te em 1685, (Jbtd., p. 12) .Russell-Wood.,
(Op. ctt. 118) diz: "The greatest benefictor of the
Misericórdia was João de Mattos de Aguiar, Provedor
in 1684".

88. "Termo de | uerea,| çio digo doConhauo / quese


fes Comas (ilegível) das villas doCamamu / Cairu e
Bojpèb|a| .[Jbtd., p. 150).

89. ALVES, Marieta. Hthtõata da i/eneAãvet 0/idtm


3. da Penttencta do SeA.a^tco Pe. São FA.anci.-6co da
CongA.egação da Bahta. Salvador, Mesa Administrati
va [da Ordem| de 1940 a 1942, 1948. p. 14.
90. ROCHA PITTA, Sebastião da. HthtoAta da Ame
AÁ.ca PoA.£u.gueza |etc|, 2. ed. Lisboa, Editor
Francisco Arthur da Silva, 1880, p. 304.

91. RUSSELL-WOOD, AJR - 0p. clt. p. 187.


92. DAMAZIO, Antonio Joaquim.Tombamento do* Ben6
Immovo.t6 da Santa Caòa da WthCA.tcoA.dta da Bakta em
1862. Bahia, Typ. de Camillo de Lellis Masson,1862,
p. 172.
Neste mesmo livro vemos a referência a uma

59
"Fazenda denominada - Paulo da Matto* -(annexa ao
engenho - S. Cosme)", dos herdeiros do Capitão Pau
lo de Mattos Aranha.
Vale a pena mencionar q ae Luiz dos Santos
Vilhena, A Bahia no Sículo XVUI,Salvador, Itapuã,
1969. V. 1, p. 125-6, diz que a Santa Casa da Mise
ricórdia da Bahia possui "oito fazendas " sendo que
en
"Cinco destas fazendas sao na Patatiba? uma no
Santo
genho chamado do Cologi, termo da vila de
de D. Bri
Amaro da Purificação, um engenho d'agua
Bom Reti
tes, chamada esta a fazenda do Partido,ou
ro; e a oitava em extremo grande no Soubara, indo
entertar com o rio Pemaçu".
Este livro de Vilhena, com este título,de A
Bahia no Stculo Xl/IIX, é a mais recente ediçio das
célebres Caata-ò da [/llkana ou a Rzcopllação da No.
tlclaò SotaKopolltanaò a Bxaòlllc.aò Contldaò am XX
CanAaò letc|, conforme o título da ediçio de Braz
do Amaral baseada em Manuscrito da Biblioteca Naci^
onal do Rio de Janeiro.
93. DAMAZIO, Antonio Joaquim - Op. cIt. p. 173.
94. DAMAZIO, Antonio Joaquim - Op. alt. p. 172.

95. OTT, Carlos. A Santa Caòa da Míbaníaoadia


da Cldada do SalvadoK.Rio de Janeiro, DPHAN, 1960,
P* 233.
96. RUSSELL-WOOD, AJR. Op. CIt. p. 387 .
97. DAMAZIO, Antonio Joaquim. Op. alt. P- 78.
Nesta nota de n9 144, Damazio diz textualmente": ,kTes
tamento de Joio de Mattos, existente no archivo da
Santa Casa", sem indicar qual a quota.

98. OTT, Carlos. Op. clt. p. 124, nota 7.

60
99. Em nossa leitura das Ataò da Cãmana,
desta
camos, a saber 1) Sebastião
da Guerra, fazen
deiro de gado, 1645,.(DOCUMENTOS HISTÕRICOS DO ARQ.
MUNIC. Ata6 da Cãmana, 1641 - 1649;
Salvador; Pref.
Munic. 2: 277, 1949) em documento no qual também
aparece Pedro Gonçalves de Mattos avo do poeta,
GMG* 2) Diogo da Guerra, assinatura em documento -
(1649)no qual Gregõrio de Mattos, pai do poeta, é
Procurador do Conselho (Ibld., V. 2, p. 27 e 29).
2) Manoel da Silva da Guerra, assinatura em docu
mento (1678) no qual vemos também as assinaturas
de Pedro de Mattos e Vasconcellos, irmão do poeta,
e Álvaro de Mattos (vide nossa nota n? 73).
100. CALMON, Pedro. "A Vida Espantosa de Gregõ
rio de Matos; retrato histórico, In; Matos, Grego
rio de. Obnaò: VI - Oltima, Rio de Janeiro, Publi
caçoes da Academia Brasileira, 1933. p. 23,nota 1.
Nesta nota n9 1, do Prof. Pedro Calmon ve
mos a remissão para o "Catalogo Ganaaloglco p. 56,
nota", sem indicação de qual a edição. Na de 1950,
do Instituto Genealógico da Bahia, a remissão do
Prof. Calmon pode ser encontrada em Jaboatão a
P- 46, nota 3.
101. JABOATÃO, Antonio de Santa Maria, Frei.
Catalogo Ganaaloglco daò Vnlnclpalò famlllaò Que
? fio andariam de Albuqucnquc* e Caoalcantaò em Pannam
buco e CafiamufiiLó na Bahia. Salvador, Inst. Geneal.
da Bahia, 1950, 368 p.
102. COSTA, Afonso. Achaga* Ganaaloglca* 6 agan
do Jaboatão a oatfioò llnhaglótaó a documantoà t±
alò. Raol&ta do 1 nòt. Gaogfi. Hl6t. da Bahia, Salva
dor, (61); 69-460, 1935.
103. CALMON, Pedro. A llida tApantoòa da Gnagonlo

61
de Mato*. Rio, Jose Olympio, 1983, p. 6.
WIZNITZER, Ar
104. Remetemos para o livro de a)
Pio
nold. 06 Judeu.6 no B/laòll Colonial, são Paulo,
neira, 1966, 217 p.
105. WIZNITZER, Arnold, in 0p. clt. pp. 31, 32,
33, fêz referências a um Simão Nunes de Mattos 6e
nho/L de engenho na Bahia. Remete este autor para
as "Denunciações de 1618", no LIVRO das Denuncia
çoes que ee fizerão |etc.|. Anal6 da Biblioteca Na
clonal do Rio de Janel/io, 49: 94, 1927.
106. Manuscrito do ARQUIVO NACIONAL DA TORRE DO
TOMBO, Lisboa. HablUtaçõeó pa/ia Leltaaa de Bacha
>iel, Maço 2, Número 6, Letra G, fólio 3.

107. Sup/ia.
108. k/iq uivo do6 Ro.gl6tn.o6 Pan.oqu.lal6 .Arquivo Na
cional da Torre do Tombo, Freguesia de Sao Sebas
tião da Pedreira / Lisboa / Livro 2, Batismos, 1?
parte, fólio 48 verso.
109. Vide: Peres, Fernando da Rocha. 06 úllh.06
de Gaegoulo de Mattoò e Gaen.ua, Salvador,CEB/UFBA,
(64), 1969, Manuel Pereira Rabelo, 0p. clt., faz
referência ao filho Gonçalo, que também vai fazer
versos.
110. E um documento judicial - embargo de senten
ça: BNRJ, Secçio de Manuscritos, II, 30, 20 , 22 (co
ta), foi. 23 a 26. A presente fonte chegou ao meu
conhecimento através de cópia cedida pelo escritor
Darcy Damasceno. O documento informa que Maria da
Guerra, avó do poeta GMG já havia falecido em 1845.
Vide nota n9 20: em verdade no ano de 1659 os avós
PGM e. MG (a 1?) já haviam morrido.
.111. Miralles (D. José de). N. na Bahia, século

62
XVIX (Arthur Mota) ou em Xatira, Valência, na Espa
nha (Pedro Calmon) . Tenente de cavalos da Gue-i-ia
de Sece44Üo, aderira ao serviço de Portugal. Veio
moço para o Brasil. Casou-se, na Bahia, onde paci
entemente e, a espaços longos, galgou os postos mi
litares até o de Coronel do Regimento Velho, em
1751. Memb/io da Academia do4 E4qa.ecx.do4 e da Acade.
mia do4 Rew.a4cx.do4. F. a 19 de janeiro de 1770,
com 84 anos (Calmon) y in Dicionário Literário Brasi.
leiro, Rio, L.T.C.,1978, P- 447. D. José de Mi
ralles deixou manuscrita a sua Hiótõh.ia WX.Li.tah. do
Btiaril, de4de o ano de 1 549, am que -teve phÁ.nc.Zpio
a fundação da aidado. do Salvadoh., ato. o de 1 7 52 ,
que vai ser publicada, pela primeira vez, in Anais
da Biblioteca Nacional, vol. 22j 1900. Remetemos
para: Mota, Arthur., Hiòt. Lit. Bh.aò. V. 2, p.68 e
Calmon, Pedro., Hirt. Lit. Bahiana, p. 65,66, 128.
112. Vide nossas notas n9s 23, 31, 32, 33.
113. Inquirição de Lirboa. Arquivo Nacional da
Torre do Tombo, Cadernos do Promotor n9 B8, fol-
464-475. O meu trabalho sobre "Gregõrio de Mattos
e a Inquisição", apresentado no I Congresso Intera
cional sobre a Inquisição / Lisboa/S. Paulo, 1987,
trata especificamente da denuncia.
114. Ambas as informações sobre o avô do poeta,
PGM, estão contidas em: Novinsky, Anita, Ch.irtãor
Novo4 na Bahia, São Paulo, Editora Perspectiva,
1972, pãgs. 115, 138 e 178.

63
i.

Impresso na
Gráfica Universitária
Salvador - Bahia
121. AZEVEDO, Thales de. Um momento da vida inte.le.ctu.al na
Bahia. 1917-1938, a presença e influencia do Pe. Luiz
Gonzaga Cabral, S.J., Salvador, C.E.B., UFBA, 1986,
32p.

122. CALASANS, Josê. Qua*e biografia* de jagunço*: o *equito


de Antonio Con*elheià.o. Salvador, C.E.B. UF3A, 1986,
110p.

123. EDELWEISS, Frederico. Liçôe* de Etimologia Tupi. Salva


dor, C.E.B., UFBA, 1986, 40p .

124. VEIGA, Cláudio. Um retrato da Bahia em 1 904; 0 Papao.


Salvador, C.E.B., UFBA, 1986, 40p.

125. SCHWEBEL, Horst Karl. Banda*, Filarmônica* e me*tre* na


Bahia. Salvador, C.E.B., UFBA, 1987, 50p.

126. MATTOS, Waldemar. Pirajá, rclZquia do heroZ*mo baiano.


Salvador, C.E.B., UFBA, 1987, 42p.

127. Protesto Contra a Demolição da Se (1928);Edição facsimi


lada, Apresentação de Fernando da Rocha Peres.

128. PERES, Fernando da Rocha. Gregorio de lÁatto* e a In


qui*iç.ão. Salvador, C.E.B. UFBA, 1987, 52p .

129. BOAVENTURA, Edivaldo M. A perenidade de Ca*tro Alve*.


Salvador, C.E.B., UFBA, 1987, 16p.

130. Re 1ato rio/apresentado pelo/ Rev. Frei Joao Evangelis


ta de Monte Marciano/ao/Arcebispado da Bahia/sobre7
Antonio Conselheiro/e/ seu séquito no Arraial de
Canudos - 1895. Edição Facsimilada. Apresentação -Jo
sê Calasans. Salvador, CEB; UFBA, 1987, 20p.
131. MATTA, Joao^Eurico. Angulo* (A vigência de uma revista
universitária). Índice Geral de Colaboradores de Ân
gulos/Ângela Maria Pinho Souza Braga, Maria da Con
ceiçao Penalva da Silva, (Bibliotecárias do CEB)7
Salvador, CEB; UFBA, 1988, 76p.
132. PERES,1 Fernando da Rocha. A VamZlia Matto* na Bahia do
Século XI/11. Salvador, C.E.B. UFBA, 1988, 62p.

V/TAE
Apoio à Cultura, Educação ePromoção Social

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