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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciências Exatas e da Terra


Instituto de Química
Disciplina: Ensino de Química I

Curso de Licenciatura em Química


Professores: Carlos Neco da Silva Júnior, Patrícia Flávia, Márcia Gorette Lima da
Silva e Melquesedeque da Silva Freire e Luiz Seixas Neves.

Aluno(a): ___________________________________________________________

Aula 2: Normas de segurança em laboratório, medidas e


pesagem

Apresentação

O êxito de um trabalho no laboratório de química depende de alguns


fatores importantes. Sejam eles relacionados aos conhecimentos, por parte dos
professores e estudantes, acerca das características dos materiais aí
existentes, da aparelhagem e seu manuseio e ainda, de questões de
segurança pessoal e coletiva.
Considerando que os materiais manipulados nesse espaço, podem ser
tóxicos, corrosivos ou inflamáveis, é importante se discutir orientações e
normas para um trabalho seguro. Essas diretrizes de segurança requerem uma
atitude de responsabilidade de todos. Nesse sentido, é importante atentar para
algumas recomendações de como se portar em um laboratório para um
trabalho eficiente e proveitoso.

Objetivos

 Associar o nome dos materiais, equipamentos e vidrarias a suas


finalidades específicas nas atividades de laboratório.
 Identificar os cuidados e as recomendações de segurança para a
realização das atividades experimentais.
 Reconhecer as técnicas associadas aos procedimentos envolvendo
medidas volumétricas e pesagem no laboratório de química.
VIDRARIAS

A atividade no laboratório de química requer que os professores e os


estudantes conheçam não apenas a denominação de cada material ou vidraria,
mas também, em que situações essa aparelhagem deve ser empregada.
Abaixo estão apresentadas algumas das principais vidrarias utilizadas nos
laboratórios juntamente com a função específica de cada uma delas:

Tubo de ensaio: utilizado para reações em pequena escala e testes


em geral. Pode ser aquecido diretamente sob chama com
movimentos circulares e com cuidado.

Béquer: é de uso geral em laboratório. Serve para realizar


reações entre soluções, dissolver substâncias sólidas,
efetuar reações de precipitação e aquecer líquidos. Pode
ser aquecido sobre a tela de amianto.

Erlenmeyer: utilizado em titulações, aquecimento de líquidos e


para dissolver substâncias, e para realizar reações entre
soluções.

Pipeta graduada: Utilizada para medir pequenos volumes. Mede


volumes variáveis e não pode ser aquecida.

Pipeta volumétrica: Usada para


medir e transferir volume de
líquidos. Não pode ser aquecida,
pois possui grande precisão de
medida.

Proveta ou Cilindro graduado: Serve para medir e


transferir volumes de líquidos. Não pode ser
aquecida.
Bureta: Aparelho utilizado em análises volumétricas.

Funil de vidro: Usado para a transferência de líquidos,


na filtração e para retenção de partículas sólidas.

Funil de decantação: Utilizado na separação de líquidos


não miscíveis e na extração líquido/líquido.

Balão volumétrico: é utilizado para o preparo


e diluição de soluções. Possui volume definido.

Balão de fundo chato: Utilizado como recipiente para conter


líquidos ou soluções, ou mesmo, fazer reações com desprendimento
de gases. Pode ser aquecido sobre o tripé com tela de amianto.

Balão de fundo redondo: usado para


aquecimento de líquidos e reações com
desprendimento de gases.

Balão de destilação: usado em procedimentos de destilação.


Possui uma saída lateral para a condensação de vapores.
Kitassato e funil de buchner: utilizados em filtrações a vácuo (veja a
ilustração).

Vidro de relógio: usado para cobrir beckers contendo líquido em


evaporação, pesagens, etc.

Placa de petri: utilizada para fins diversos.

Bagueta ou bastão de vidro: usada para agitar


soluções, transporte de líquidos nas filtrações, etc.

Condensador: Utilizado na destilação, tem


como finalidade condensar vapores gerados pelo
aquecimento de líquidos.

Picnômetro: utilizado para determinar a densidade de


líquidos.
Tubo em “U”: usado geralmente em processos de eletrólise.

Termômetro: utilizado para medidas de


temperatura.

OUTROS EQUIPAMENTOS

Pinça de madeira: utilizada para segurar tubos de


ensaio durante aquecimentos diversos.

Estante para tubos de ensaio: suporte de tubos de ensaio.

Espátulas: usadas para transferir substâncias sólidas.


Pinça metálica: usada para o transporte de cadinhos e outros fins.

Garras metálicas: utilizadas para sustentação de peças, tais como


condensador, funil de decantação, em processos de destilação, etc.

Bico de Bunsen: usado para aquecimentos.

Tela de amianto: utilizada para distribuir uniformemente o


calor em aquecimentos.

Tripé de ferro: usado para sustentar a tela de amianto.

Cadinho de porcelana:
usado para aquecimentos a
seco no bico de bunsen.
Pisseta: utilizada para lavagens, remoção de precipitados e outros
fins.

Escovas de limpeza: usada para limpeza de tubos de ensaio e outros


materiais.

Suporte universal: utilizado para a montagem


de sistemas diversos.

Almofariz e pistilo: utilizados para


trituração e pulverização de sólidos.

Dessecador: Usado para guardar substâncias em atmosfera


com baixo índice de umidade.

Estufa: utilizada para a secagem de materiais (até 200º C)


MEDIDAS E PESAGEM

Frequentemente se realizam medidas de massa e


volumes nas atividades de laboratório. Alguns
equipamentos para medidas precisas de volume mais
comuns são a pipeta, a bureta e o balão volumétrico.
As medidas de volume de um líquido com esses
instrumentos são feitas comparando-se o nível do mesmo com os traços
marcados na parede do recipiente. Na leitura do volume de um líquido usando-
se um destes instrumentos, ocorre uma concavidade que recebe a
denominação de menisco.
O volume deve ser ajustado, com o
solvente, até ao traço. As leituras devem ser
efetuadas tendo em conta a posição do menisco,
considerando que o volume é o correspondente à
sua base, tal como indicado na figura ao lado:

Pipetas.

As pipetas permitem a transferência, de um recipiente a outro, de


volumes conhecidos, com precisão.

Como usar a pipeta:

O líquido é levado até a pipeta através da


aplicação de um pequeno vácuo. Para isto, se faz uso
de uma pêra de borracha ou um tubo de borracha
conectado a uma seringa descartável, como ilustrado
na figura ao lado. Nunca use a boca para sucção já
que há possibilidade de ingerir acidentalmente o
líquido sendo pipetado.
Dependendo do tipo de pipeta utilizada a
indicação do volume será diferente para cada caso:
 Volumétricas - têm uma só marca
indicadora do nível a que o líquido se deve ajustar de modo a que
o valor vazado seja o valor fixo indicado na pipeta (mais
rigorosas).
 Graduadas – têm uma escala que permite o vazamento de
quantidades variáveis de líquido (menos rigorosas).
Buretas.

Assim como as pipetas, as buretas são capazes de medir qualquer


volume, até sua capacidade máxima. Alcança-se uma maior precisão com uma
medida em uma bureta do que em uma pipeta.
Uma bureta consiste de um tubo calibrado
usado para conter um titulante mais um sistema de
válvula (torneira da bureta), pela qual é possível
controlar o fluxo e a quantidade de líquido vazado. O
volume é lido na escala da bureta.
Geralmente a bureta é equipada com uma
torneira de vidro colocada dentro de um cilindro de
vidro esmerilhado. Um lubrificante é colocado entre
as paredes para selar a passagem de líquido.
Algumas soluções, em especial as bases, provocam o travamento da torneira.
Portanto, uma cuidadosa limpeza deve ser feita após cada uso. Torneiras de
Teflon são comuns, pois não são afetadas pela maioria dos reagentes e não
necessitam de lubrificação.

Balões volumétricos.

São fabricados com capacidades máximas de 5 mL a 5 L e são


geralmente calibrados para conter um volume específico de líquido quando
preenchido até sua marca de
calibração (no “pescoço” do Evitando a paralaxe. A superfície de um
balão). Eles são usados para a líquido confinado num tubo estreito exibe
preparação de soluções-padrão uma curvatura marcante, ou menisco. É
e para diluição de amostras a comum utilizar a parte inferior do menisco
um volume fixo, antes de se como ponto de referência na calibração e
tomarem alíquotas com uma no uso de equipamento volumétrico. Este
pipeta. ponto mínimo pode ser melhor visualizado
segurando-se um cartão de papel opaco
Ao se ler volumes, seu
atrás da coluna graduada.
olho deve estar no nível da
superfície do líquido para assim
evitar um erro devido à paralaxe. Paralaxe é um fenômeno que provoca a
sensação: (a) do volume ser menor que seu valor real se o menisco for
"olhado" por cima da superfície e (b) do volume ser maior se o menisco for
"olhado" abaixo da superfície do líquido.
Medição de massas:

Uma operação muito frequente em um laboratório de química é a


pesagem. Uma balança de laboratório é utilizada para se medir massas de
reagentes e, eventualmente, algum tipo de equipamento de laboratório, uma
vidraria, por exemplo. O grau de exatidão e precisão que é necessário
satisfazer numa pesagem depende da sua finalidade. As balanças eletrônicas
existem em vários graus de precisão, dependendo do tipo de uso que se
pretende.
A maioria das balanças encontradas em um laboratório didático de
química podem ser classificadas como ANALÍTICAS ou de PRATO. As
analíticas são sempre utilizadas quando se requer um alto grau de precisão na
medida das massas, as de Prato, ou mesmo as de contrapeso, geralmente
fornecem medidas menos precisas.
Abaixo relacionamos alguns cuidados importantes a serem tomados
durante as pesagens:

 A balança deve ser mantida sempre limpa, ou seja, não se devem


colocar reagentes diretamente no prato, mas sim sobre uma cápsula de
pesagem (por exemplo, um vidro de relógio). Para os casos de
substâncias voláteis ou corrosivas devem ser pesadas em recipientes
fechados.
 O operador não deve se apoiar na mesa em que a balança está
colocada durante a pesagem.
 O objeto a pesar deve ser cuidadosamente colocado no centro do prato
da balança, para evitar erros de excentricidade.

A função "tare" vai recolocar o display da balança no zero, mesmo


que exista um frasco no prato da balança. Assim, o display vai indicar
somente a massa de qualquer novo material colocado na balança depois
que o botão "tare" tenha sido apertado.

 Ao introduzir a amostra do material na cápsula de pesagem, não se


deve tocar com a espátula em qualquer parte da balança.
 Cada passo na pesagem (taragem, colocação do objeto no prato, leitura)
deve ser feito lentamente, dando tempo suficiente à balança para atingir
o equilíbrio. Quando se fizer a leitura da massa no display, todos os
dígitos devem ser anotados.
 Terminada a pesagem, a balança deve ser limpa, se necessário, as
janelas fechadas e desligada se não for utilizada de imediato.

Algumas recomendações e precauções importantes para o


trabalho no laboratório:

SEGURANÇA é um assunto de extrema importância e


deve ser dada especial atenção às medidas de
segurança pessoal e coletiva em laboratório. Embora
não seja possível enumerar aqui todas as causas de
possíveis acidentes num laboratório, existem certos
cuidados básicos, decorrentes do uso de bom senso,
que devem ser observados:

1- Considerando que o laboratório é um espaço para o trabalho com alguns


materiais e substâncias tóxicas, não faça brincadeiras durante as
atividades.

2- Não é permitido deixar nas bancadas qualquer material que não será
utilizado na atividade experimental, tais como, livros, mochilas, bolsas,
alimentos, sendo que é inadequado alimentar-se no laboratório.

3- Quando você estiver trabalhando no laboratório, procure dispor de grande


mobilidade porque isto ajuda a perfeita execução de suas experiências.
Nunca trabalhe com materiais muito próximos do seu rosto.

4- Sempre que estiver no laboratório deverá estar vestido com jaleco (avental
ou bata) devidamente abotoado, de preferência confeccionado com
algodão, pois, tecidos sintéticos são facilmente inflamáveis.

5- Use sempre calçados fechados e calça comprida; caso tenha cabelo


comprido, mantenha-o preso durante a realização dos experimentos.

6- Antes de utilizar qualquer reagente verifique cuidadosamente o rótulo do


produto.

7- Rotular imediatamente as soluções preparadas (com informações de


identificação da solução, data de preparação e nome do responsável).
8- Evite o contato de qualquer substância com a pele. Não levar as mãos à
boca e aos olhos quando estiver no laboratório.

9- Quando estiver aquecendo um material, principalmente um líquido, não


apontar um tubo de ensaio para você ou para o seu colega.

10- Qualquer experiência onde possa ocorrer desprendimento de vapores


tóxicos ou corrosivos deve ser realizada em uma capela.

11- Quando diluir ácido sulfúrico, ácido nítrico, ácido clorídrico, ou outro ácido
forte, faça o seguinte procedimento: ponha o ácido lentamente e com
cuidado na água. Nunca adicione água ao ácido porque pode provocar uma
intensa liberação de calor.

12- Não aqueça um líquido inflamável com chama direta. Faça o aquecimento
por meio de um banho de vapor. A chama pode provocar a inflamação do
líquido, seguida de explosão.

13- Se houver contato de ácido ou base forte com a pele, o que pode ocasionar
queimaduras lave imediatamente o local afetado com bastante água
corrente.

14- As bancadas e pias devem ser mantidas sempre limpas durante toda a
aula. Os resíduos deverão ser colocados em reservatórios específicos.
Para saber mais:

CAVACO, I. e GARCIA, A. R. Manual de laboratório e tratamento de erros


em técnicas laboratoriais de análise. Universidade do Algarve, 2003/2004.
Disponível em: <http://w3.ualg.pt/~jpinhei/qa%201%2004-
05/Tratamento%20de%20dados%20QA%20I%202004-05.PDF> acessado em
04/08/2010.

PERREIRA, M. M.; ESTRONCA, T. M. R. e NUNES, R. M. D. R. Guia de


segurança no laboratório de química. Faculdade de Ciências e Tecnologia
da Universidade de Coimbra, 2006. Disponível em:
<https://woc.uc.pt/quimica/genericpagefiles/GUIA_Seguranca.pdf> acessado
em 04/08/2010.

Outros sites:
http://www2.fc.unesp.br/lvq/prexp02.htm
http://www.uff.br/gcm/GCM/atividades/fuly/izabel.htm
http://inorgan221.iq.unesp.br/quimgeral/experimental1/consideracoes_da_balan
ca.html

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