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Introdução ................................................................................................................................... 2
a) Os principais expoentes................................................................................................... 5
Período Gótico................................................................................................................... 13
Conclusão ................................................................................................................................. 15
Bibliografia ............................................................................................................................... 16
1
Introdução
Na baixa Idade Média a cultura superior continua a ser dirigida e controlada pela
Igreja. Pois, de início, permaneceram invariadas também as formas do ensino.
Contudo, juntamente com a elevação geral do nível cultural e científico, não tarda-
ram a introduzir-se mudanças significativas na organização dos estudos.
Neste entretanto, como nenhum outro período da história, a baixa Idade Média está
sob a influência determinante do espírito cristão, que imbuiu a totalidade de vida pública e
privada, política e social, cultural e artística, e despertou grande número de energias surpreen-
dentes e de forças criadoras.
2
1. A Cultura e Arte no Apogeu da Cristandade Medieval
Os séculos que vão de Gregório Magno a Gregório VII constituem um caso à parte na
história da cultura e das letras na Europa, distinto dos períodos anterior e posterior.
Estes séculos “marcam a extinção definitiva da corrente contínua do pensamento e da
educação que se tinha originado na Grécia mil anos antes, e o primeiro renascimento, ainda
bruxoleante, que deveria evoluir para a civilização europeia de Idade Média”1.
Desta feita, “de 600 a 1050, a história cultural da Europa ocidental consiste em uma
série de tentativas, separadas no tempo e no espaço, de ressuscitar as glórias do passado, con-
servando e imitando suas produções intelectuais e literárias”2.
Entretanto, quando se aproximava o terceiro ano que sucedia ao ano mil, viu-se em
quase toda a terra, mas sobretudo na Itália e na Gália, a reedificação do fundamento das igrejas,
muito embora a maioria fosse muito bem construída e disso não tivesse necessidade, uma ver-
dadeira emulação impelia cada comunidade cristã a possuir uma igreja mais sumptuosa que a
das vizinhas3. Podia-se dizer que o próprio mundo se sacudia para se despojar de sua vetustez
e se revestia, por todos lados, de um branco manto de igreja.
Nesse momento, quase todas as igrejas das sés episcopais, dos mosteiros, consagradas
a todos os tipos de santos, e até mesmo as pequenas capelas das aldeias foram reconstruídas
pelos fiéis, tornando-se ainda mais belas.
1
D. KNOWLES e D. OBOLENSKY, Nova história da igreja: idade média, pág.167.
2
Ibidem
3
Jean COMBY, Para ler a história da Igreja: das origens ao séculoXV, pág.151.
4
Evangelista VILANOVA, Historia de la Teología Cristiana, pág.524.
5
Ibidem
3
3º - “Finalmente como prorrogação do anterior, um sentido científico e polémico: con-
tentiosas scholasticorum questiones”6.
Como todos os grandes movimentos da história, a Escolástica desenvolveu-se em três
períodos:
1º Escolástica incipiente (séc. XI-XII);
2º Apogeu da Escolástica (séc. XIII);
3º Decadência escolástica (séc. XIV-XV).
A escolástica que se viera formando no curso do século XI, alcançou no século XIII o
seu apogeu. Esse incremento, intimamente unido com a fundação das universidades e com a
intervenção dos medicantes no campo dos estudos, foi particularmente favorecido também pela
introdução, no Ocidente, de novas apreciáveis contribuições culturais.
Até então os filósofos cristãos ocidentais conheciam de Aristóteles apenas os tratados
de lógica, especialmente mediante traduções e comentários de romano Boécio.
A partir da segunda metade do século XIII chegaram a eles pouco a pouco, sobretudo
da Espanha moura, também as obras que o genial Estagirita havia dedicado à física, à metafí-
sica, à psicologia, à ética e à política.
Numa primeira fase, não certamente de forma pura, pois as traduções latinas extraídas
do árabe pelo arcediago de Segóvia, Domingos Gundissalino e por outros tradutores, como
também as explicações de comentadores maomentanos e judeus, as tinham adulterado com
ideias racionalistas e panteístas. Sobre este motivo, os escritos físicos e metafísicos de Aristó-
teles foram proibidos sob diversas penas, na universidade de Paris por um concílio provincial
aí reunido em 1210 e pelo legado papal Roberto de Courçon (1215) e mais tarde, enfim, também
por Gregório IX (1231).
Nesta época, “graças a Alberto Magno e Tomás de Aquino, Aristóteles, purificado e
interpretado em sentido cristão tornou-se realmente a autoridade decisiva, o «filósofo da esco-
lástica» ”.7 Por outro lado, “o realismo aristotélico moderado tornou-se a conceção filosófica
dominante do século XIII e isto teve enorme importância não somente para a filosofia e a teo-
logia, e sim também as ciências naturais e políticas”8.
A escolástica é marcada pelo perigo do racionalismo e do panteísmo árabe que ainda
não estava completamente superado, o chamado averroísmo latino influenciado filósofo islâ-
mico Averróis (Ibn Roschd) de Córdova (1126-98), o famoso lente de filosofia de Paris, Sigier
6
Ibidem
7
K.BIHLMEYER e H. TUECHLE, História da Igreja: idade média, pág.330
8
Ibidem
4
de Brabante (†1282) e seu colega Boécio da Dácia (= Dinamarca ou Suécia) fizeram intérpretes
de doutrinas acerca da origem do mundo, a alma humana e o livre arbítrio, que são inconciliá-
veis com o dogma cristão.
a) Os principais expoentes
9
Idem, pág.332
5
Ainda criança recebeu a educação no mosteiro beneditino de Monte Cassino, depois a
formação humanística e filosófica na universidade de Nápoles, em seguida abraçou a Ordem
Domiciana contra a vontade da sua família.
Em Colónia, Tomás aperfeiçoou os seus estudos (1248-52) na escola de Alberto
Magno; exerceu então a própria atividade didáctica especialmente em Paris, Roma e Nápoles.
Morreu com apenas 48 anos durante a viagem para o Concílio de Lião, a 7 de março de 1274
no mosteiro cisterciense de Fossanova no Lácio.
O papa João XXII o canonizou em 1323, em 1567 Pio V o proclamou Doutor da Igreja
e Leão XIII o nomeou, em 1880, patrono das universidades Católicas.
“O Código do Direito Canónico (1366,2) prescreve que se cultive o estudo da filosofia
e da teologia «ad Angelici Doctoris rationem, doctrinam et principia» ”10.
Tomás levou a término feliz com sobriedade e método, a obra iniciada por Alberto
Magno: a elaboração de um aristotelismo cristão.
É o mais genial intermediário entre o Aristóteles e Agostinho; deu a ciência teológica
da idade média o seu desenvolvimento mais perfeito e a concepção católica do mundo do seu
tempo e seu fundamento mais vasto e mais profundo. Com razão, pois, “é considerado o «prín-
cipe da escolástica», por esta mesma razão no século XV se costumou honrá-lo Doctor Ange-
licus, ao passo que o título que antes lhe era atribuído, de «Doctor communis» define Tomás
como auto0ridade didáctica universalmente reconhecida e citada”11.
As suas principais obras: a Summa c. gentilis (1259-64), um manual de apologética
em oposição à filosofia árabe e a Summa theologiae (1266-73).
Santo Anselmo de Aosta
O considerado “Pai da escolástica”, nasceu de uma nobre família de lombarda resi-
dente em Aosta no Piemonte, foi monge, mestre e abade no célebre mosteiro de Bec na Nor-
mandia, foi arcebispo de Cantuária e primaz da Inglaterra, sucedendo assim a Lanfranco nos
anos (1093-1109).
Com um penetrante manejo dialético especulativo das mais importantes verdades da
fé, seguindo a guia de Platão e Santo Agostinho, ele abriu o caminho para a escolástica.
Seu método enuncia-se nas proposições: Fides quaerit entellectum; e Neque enim
quaero intelligere ut credam, sed credo ut intelligam12.
Dentre as suas mais famosas obras teológicas e literárias temos:
10
K. BIHLMEYER e H. TUECHLE, História da igreja: idade média, pág.334.
11
Idem, pág.335.
12
Idem, pág.257.
6
O Monológio onde desenvolve a doutrina de Deus Uno e Trino, tirando-a de argumen-
tos cosmológicos da existência de Deus. O Proslógio onde fala do conhecimento de Deus e da
experiência do divino, e propõe para tal fim o argumento ontológico, “ens perfectissimum, quo
maius cogitari nequit”. E por fim temos a sua mais importante obra, o tratado Cur Deus homo.
Divergindo assim, da opinião patrística muito difundida na Idade Média, segudo a qual a hu-
manidade perdida foi por Cristo recuperada da escravidão do demónio (teoria do resgate), An-
selmo, de modo mais digno e mais profundo, vê na obra da Encarnação o meio com que foi
dada a Deus uma reparação pela ofensa a ele causada pelo pecado13.
13
Ibidem.
14
Renan Victor Boy BACELAR, Direito Canônico: vivências históricas e teóricas da cultura jurídica ocidental, pág.
38.
7
teologia geral. Pouco depois de 1140 ele recolheu o material canonístico disperso, ordenando-
-o, numa Concórdia, que mais tarde chamou-se de Decretum Gratiani.
Embora fosse esta compilação privada e feita com o objectivo de ensino escolástico,
graças a sua grande praticidade alcançou logo uma larga aceitação nas escolas dos ‘decretistas’
e dos ‘glossários’, bem como nos tribunais eclesiásticos, suplantando pouco a pouco as coleções
mais antigas. Sendo assim, Graciano tornou-se o pai da ciência canonista15.
No entanto, o Iuris Canonici tem o seu primórdio no célebre Dictatus Papae, de Gre-
gório VII, que contém o programa do seu governo, onde reafirma a norma do pseudo-Isidoro,
que as ‘causae maiores’ de todas as igrejas do orbe sejam submetidas à decisão da Sé apostólica.
Neste documento declara ainda: que o Romano Pontífice é o único a ter o direito de se chamar
“episcopus universalis”, que somente ele pode depor, mesmo sem o conhecimento de um sínodo, os
bispos, inclusive os ausentes; pode reintegrá-los em suas sedes, ou por graves motivos, tranferi-los;
pode emanar novas leis para toda a igreja, erigir abadias, dividir e fundir dioceses, presidir a sínodos
por meio dos seus legados, convocar concílios ecuménicos, sagra eclesiásticos para todas as igrejas do
orbe, aceitar causas em apelo de todas as regiões; que suas decisões irrefragáveis e definitivas; que ele
pode julgar todos e por sua vez não pode ser julgado por ningué; proposição, esta última, que gozara de
valor de direito eclesiástico já na antiguidade cristã16.
1.3. As Universidades
Na europa medieval, muito mais do que um qualquer época posterior, a vida intelectual
foi dominada pelas universidades. As outras únicas instituições que se dedicavam, até certo
ponto, ao ensino superior eram as escolas das ordens religiosas que eram em parte extensões do
sistema universitário, ao fornecer o mesmo tipo instruções de modo a aumentarem os níveis
15
Cfr: K. BIHLMEYER e H. TUECHLE, História da igreja: idade média, pág. 212
16
Cfr: Ibidem, pág.207-208.
17
Evangelista VILANOVA, Historia de la Teología Cristiana, pág.676.
8
intelectuais dos seus próprios membros. Se um homem queria adquirir instrução para dedicar-
se à filosofia, ciência, matemático ou teologia ou avançados conhecimentos especializados so-
bre as profissões liberais de Direito ou medicina tinha de frequentar uma universidade nos iní-
cios do século XIV os países do sul e oeste da europa estavam razoavelmente bem fornecidos
no que diz respeito as universidades.
É de salientar que “as universidades da Idade Média foram construídas pelo espírito
cristão comum sobre o fundamento de uma concepção unitária, universais em toda a sua acti-
vidade”18.
Pois, elas constituem uma das mais belas criações da cultura superior e uma expressão
visível do domínio inconcusso da Igreja sobre a vida da igreja.
b) As Primeiras Universidades
18
K. BIHLMEYER e H. TUECHLE, História da igreja: idade média, pág. 328.
9
c) Composição curricular das universidades medieval
19
Trivium significa o cruzamento e articulação de três ramos ou caminhos. Esse grupo de disciplina incluía a
Lógica (ou dialéctica), a Gramática e a Retórica. As artes do trivium teriam como objectivo desenvolver a ex-
pressão de linguagem.
20
Quadrivium significa o cruzamento de quatro ramos ou caminho. Está voltado para o estudo da matéria, por
meio do domínio das seguintes disciplinas: Aritmética (a teoria dos números), a Música (a aplicação da teoria
dos números), a Geometria (a teoria do do espaço) e a Astronomia (a aplicação da teoria do espaço).
21
George HOLMES, A Europa da idade média: hierarquia e revolta (1320-1450), pág.120.
10
Ockham foi essencialmente um lógico e um metafísico. Estudou as asserções dos seus
pressores e concluiu que a defesa racional da cristandade era insustentável. A prova da existên-
cia de Deus como um primeiro motor era «provável, isto é, mais provável do que o oposto, mas
não demonstrada».
Temos ainda, um outro pensador inglês que ilustra, de um ângulo diferente, o ruir do
mundo escolástico, John Wycliffe.
Wycliffe não era ockanista, pelo contrário, foi um crente apaixonado da realidade das
ideias abstractas. Utilizou a sua capacidade dialética nos anos de 1376 a 1384, ano em que
morreu, para defender a opinião de que a verdadeira Igreja era um corpo inteiramente espiritual
formado por aqueles que estavam em estado de graça.
Demoliu a validade teológica e filosófica da igreja visível e de toda a sua panóplia de
ordem religiosa e direito canónico, ao porem-se na posição das todo-poderosas autoridades lai-
cas.
Em sentido mais largo, a arte é uma actividade que sempre ocupou os homens em todas
as épocas e circunstância, e por sua natureza não entra no campo da história da igreja. Mas é
verdade que o homem sempre usou da arte para ilustrar e traduzir suas mais altas inspirações,
e para valorizar o objecto de seu culto.
Desta forma, a chamada arte sacra e utilização de diversas artes no culto público e
privado constituem uma faceta importante na história da religião em todas as épocas.
Quando a religião, especialmente a religião cristã participa apenas em parte da cultura
de um país, como é o caso das antigas civilizações e do mundo moderno, a arte religiosa repre-
senta uma parte pequena na história da arte, pois as principais correntes de inspiração e criati-
vidade derivam da sociedade.
Acontece que na idade média, digamos de 500 a 1400, na cristandade oriental, como
na ocidental, as belas-artes eram, de modo preponderante e até mesmo exclusivo em algumas
épocas, a expressão de sentimento religioso e da intuição religiosa, ou tinham por objecto a cons-
trução e embelezamento dos lugares de culto religioso. Por esta razão a história da igreja medi-
eval não pode excluir de seu campo um estudo da arte22.
Neste período é marcado pelo teocentrismo (Deus como centro do universo), a cultura
medieval foi a mais pura expressão da fé. A religião, o temor a Deus e o medo do Juízo Final,
permearam a história medieval na Europa.
22
D. KNOWLES e D. OBOLENSKY, Nova história da igreja: idade média, pág.295
11
Pois, durante a Idade Média, as pessoas mais instruídas pertenciam à Igreja Católica,
que controlava grande parte das atividades artísticas, literárias e intelectuais da época. Assim,
a Igreja detinha o controlo da leitura e da escrita como uma forma manter seu poder e impedir
que as pessoas pensassem diferente de seus dogmas.
“Em todo este período a arte mais difundida, imponente e característica, é sem dúvida
a arquitetura”23.
Esta época é marcada sobretudo pelas arquiteturas de estilo românica e gótica. Toda-
via, “a evolução da arquitetura ocidental segue um ritmo semelhante ao do pensamento e da
literatura, e suas mudanças e fases muitas vezes quase coincidem”24.
Pois, a grande mudança dá-se com a passagem do estilo românico do Mediterrâneo,
tradicional e imitativo, para o estilo gótico, original e variado, foi lenta, e verificou-se em tem-
pos diversos25.
Período Românico
23
Ibidem
24
Idem, pág.296.
25
Cfr. Ibidem
26
K. BIHLMEYER e H. TUECHLE, História da igreja: idade média, pág. 251.
12
os tetos foram substituídos por abóbadas. O uso de abóbadas fez com que se construísse paredes
mais espessas para sustentar o peso do teto.
Por outro lado, as construções de estilo românico tinham paredes grossas, poucas ja-
nelas e as suas plantas arquitetónicas eram em formato de cruz.
A partir do ano 1000, aproximadamente, houve uma verdadeira fúria de construções
que apoderou-se da Europa, pois,
“o traçado era o românico, com nave basilical e uma abside voltada para o oriente; as
igrejas maiores tinham um transepto em torno da abside, com capelas; a igreja era coroada ou
ladeada pelo conhecido campanário, com janelas arredondadas ou em forma de arcadas no alto,
como se pode ver ainda hoje na Lomardia, no sul da França e norte da Espanha 27.
Período Gótico
Origem e desenvolvimento
27
Idem, pág.297.
28
K. BIHLMEYER e H. TUECHLE, História da igreja: idade média, pág. 324.
29
Cfr: Ibidem
13
Os primeiros monumentos do severo e simples gótico primitivo em solo alemão são a
igreja de Santa Isabel em Marburgo (1235-83) e a igreja de Nossa Senhora em Tréveros (1242-
57).
Ainda no século XIII,
o gótico estendeu-se também pela Itália onde alcançou esplêndidas interpre-
tações nas catedrais de Sena, Orvieto, Florença em numerosas igrejas do Mendicantes.
Contudo, em confronto com as regiões nórdicas, o estilo sofre no sul notáveis variações
(o desenvolvimento horizontal predomina sobre o vertical, a projecção para o alto é
mitigada, as torres são independentes)30.
30
Ibidem
31
Cfr: Idem, pág. 325.
14
Conclusão
15
Bibliografia
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