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TEMA III.

ALINHAMENTO VERTICAL
CONFERENCIA No 10. PERFIL LONGITUDINAL. CURVAS VERTICAIS

I. DEFINIÇÃO.
II. CLASSIFICAÇÃO.
III. PROPRIEDADES.
IV. ORDENADAS EM C.V.P.
V. CÁLCULO E IMPLANTAÇÃO.

I. DEFINIÇÃO

As curvas verticais são aquelas curvas que se introduzem no perfil longitudinal da via,
nos lugares em que ocorrem mudanças da pendente da rasante do eixo da estrada;
seu objectivo é conseguir uma transição gradual e cómoda de uma pendente da
rasante à outra.

As curvas verticais podem ser parabólicas, circulares e até curvas como a clotoide.
Geralmente prefere-se a parábola que é muito aproximada a uma curva circular, sendo
mais fácil o cálculo e implantação.

A utilização de curvas parabólicas no Desenho Geométrico de Estradas não se limita


somente às curvas verticais; senão que também se utilizam no desenho de bombeos e
até inclusive se podem utilizar no caso de curvas horizontais curtas, sem a ajuda de um
instrumento de medição angular, já que sua implantação é possível realizar com fita
métrica.

II. CLASSIFICAÇÃO
O ponto onde se interceptam duas rasantes de diferente inclinação se designa com o
nome de ponto vertical (PIV); e segundo a longitude dos seus dois troços, as curvas
verticais parabólicas podem ser: simétricas e asimétricas.

Propõe-se que uma curva vertical parabólica é simétrica se a longitude para a


esquerda do ponto vertical é igual a longitude para a direita, ou seja que a linha vertical
que passa pelo ponto vertical, divide à curva parabólica à metade.

1
Na figura1 representa-se uma curva vertical parabólica simétrica:

Figura 1. Curva vertical parabólica simétrica.

Se a longitude para a esquerda do ponto vertical é maior que a longitude a direita do


PIV ou vice-versa, então a curva vertical parabólica é asimétrica. Na figura 2
representa-se uma curva vertical parabólica asimétrica.

Figura 2. Curva vertical parabólica asimétrica.

3. PROPRIEDADES DAS CURVAS PARABÓLICAS.

As propriedades mais importantes das curvas parabólicas são as seguintes:


 Todas as distâncias ao longo da curva se medem horizontalmente; e todas as
ordenadas desde a tangente se medem verticalmente.

Deste modo, pode-se propor que a longitude de uma curva vertical parabólica é sua
projecção horizontal. Como a curva parabólica é uma curva muito plana, o erro que a
proposta anterior implica pode se considerar como desprezível.
 A curva parabólica divide a linha que une o ponto médio da secante que une aos

2
pontos de tangencia e o ponto de intersecção entre as tangentes em duas partes
iguais.
 As ordenadas desde a tangente à curva variam com o quadrado da distância ao
longo da curva.

 Ademais, nas curvas parabólicas cumpre-se a propriedade de que a variação da


inclinação da tangente em qualquer ponto da curva é uma constante.

4. DETERMINAÇÃO DAS ORDENADAS e E ev EM CURVAS VERTICAIS


PARABÓLICAS.
A determinação das ordenadas e e ev das curvas verticais parabólicas é fundamental
para seu cálculo e implantação.

Figura 3. Elementos em uma curva vertical parabólica

PCV: ponto de começo da curva vertical parabólica.

PIV: ponto de inflexão das pendentes ou ponto vertical.

PM: ponto médio da curva vertical parabólica.

PTV: ponto de terminação da curva vertical parabólica.

P: ponto qualquer que pertence à curva.

ev: ordenada vertical entre o PIV e o PM.

3
e = e: ordenada vertical entre a tangente e o ponto P.

x: distância desde o PCV até o ponto P.

g1 e g2: pendentes das rasantes que se interceptam no PIV.

l1 e l2: semilongitudes da curva vertical parabólica.

L: longitude total da curva vertical parabólica. Mede-se desde o PCV até o PTV da
curva.

Expressões para determinar as ordenadas entre a tangente e a curva.


2
 x
e    eV
l

Esta expressão permite calcular as ordenadas desde qualquer ponto da tangente à


curva. Esta expressão é a demonstração da terceira propriedade das curvas
parabólicas enunciadas anteriormente.

 g  g1 
eV   2 L
 8 

A expressão anterior permite calcular o valor ev no ponto vértice da curva e seu sinal
está em dependência da mudança de pendente, seja cume ou depressão.

Segundo pode-se inferir do parágrafo anterior, existem duas formas na aplicação de


curvas verticais. Consideram-se positivas (+) as rampas e negativas (-) as
pendentes/depressões; tem-se que a percentagem de mudança das pendentes da
rasante, ou seja, a diferença algebrica, pode ser obtida por:

Em crista:

rampa e pendente: (+g1) - (-g2)

rampa e rampa ........... (+g1) - (+g2)

4
pendente e pendente ... (-g1) - (-g2)

Em vale:

pendente e rampa ....... (-g1) - (+g2)

pendente e pendente ... (-g1) - (-g2)

rampa e rampa ........... (+g1) - (+g2)

Figura 4. Formas de aplicação das curvas verticais.

As curvas verticais só utilizar-se-ão quando a diferença algebrica entre as pendentes


da rasante, que se interceptam seja maior de 0,005 m/m ou seja 0,5%, nos casos em
que esta diferença é menor as curvas verticais são desnecessárias.

5. OUTRA FORMA DE DETERMINAR e E eV.


5
X2 KV g 2
e eV 
. 200 K V 800

Onde:
X: distância horizontal a qualquer ponto P pertencente à curva (m).

g: diferença algebrica das pendentes da rasante que se interceptam no PIV; %.

Kv: parámetro da curva vertical; em metros. Representa a longitude da curva por


unidade de variação de pendente ou seja:

L L
KV  
 g 2  g1 100 g %
L: longitude da curva vertical parabólica; em metros.

É um problema da geometría elementar achar a circunferencia que passa por três


pontos dados. O método consiste em construir as mediatrizes de dois quaisquer dos
lados do triángulo que formam estes três pontos, o ponto de união das mediatrizes,
será o centro e a distância a qualquer dos pontos será a raio. Do anterior se conclui
que existe uma circunferencia que passa pelo PCV, PM e PTV de qualquer curva
vertical parabólica.
As parábolas que se utilizam nas curvas verticais são parábolas abertas portanto a
diferença que pode existir entre o arco da circunferencia e a longitude da parábola que
unem ao PCV, PM e PTV, se pode considerar desprezível. Apoiados na proposta
anterior analisar-se-á a relação que existe entre o parámetro Kv e a raio da
circunferencia que passa pelos três pontos da parábola mencionados no parágrafo
anterior.

R
KV 
100

O parámetro Kv serve para designar às curvas verticais parabólicas.

6. DETERMINAÇÃO DAS COTAS DE RASANTE EM CURVAS VERTICAIS


PARABÓLICAS.

6
Mediante a aplicação das expressões de e é possível determinar as ordenadas e de
qualquer ponto da curva vertical parabólica; e mediante as expressões de e v, as
ordenadas no ponto médio da curva vertical parabólica simétrica.

Com os valores das ordenadas procede-se a obter a cota de rasante dos pontos
pertencentes à curva vertical parabólica.

Os valores das ordenadas e e ev são positivos quando a curva vertical é em depressão


e negativos quando a curva vertical é em cume.

De forma geral é possível propor que a altura de um ponto P, pertencente a uma curva
vertical, se pode determinar quando esta à esquerda do PIV pela expressão:

ElevP = ElevPCV + g1.xp +e

E para os pontos à direita do PIV pela expressão:

ElevP = ElevPTV +g2.xp +e

Quando XP=l1 ou l2 então e=ev

ElevP = ElevPCV + g1.l1 +ev

ElevP =ElevPTV +g2.l2 +ev

7. FACTORES QUE DETERMINAM A LONGITUDE DAS CURVAS VERTICAIS


PARABÓLICAS.
Quando se vai eleger a longitude das curvas verticais parabólicas, estejam estas em
cume ou em depressão, a diferença algebrica de pendentes da rasante intervém nos
cálculos de forma directa. No caso de estradas os factores que determinam a longitude
de curva vertical parabólica são a visibilidade, a comodidade e o aspecto.

A longitude de curva vertical parabólica deve ser tal que permita manter o grau de
mudança de pendente em um mínimo, o que faz que a rasante facilite uma condução
normal e com um aspecto agradável.

Nas estradas, a comodidade para o condutor exige que se conserve o grau de


mudança de pendente dentro de limites aceitáveis. Isto é o mais importante nas curvas
verticais parabólicas em depressão, em que a força centrífuga e a força de gravidade
actuam na mesma direcção.

7
Uma curva vertical parabólica longa garante mais comodidade para o condutor, além
de um aspecto mais agradável. É preferível para os condutores uma pendente da
rasante suave, com mudanças graduais, que uma com numerosas mudanças de
pendentes da rasante e longitude de rampa curtas.

A visibilidade é outro dos factores que intervêm de maneira determinante na longitude


de uma curva vertical.

Em conclusão pode-se propor que para satisfazer as necessidades de visibilidade


mínima de frenagem, comodidade e aspecto se recomenda que a longitude de curva
vertical parabólica mínima deve ser:

L =Kv.g%

Na tabela 1 mostram-se os parámetros Kv para longitudes mínimas desejáveis,


longitudes mínimas absolutas, longitudes de adiantamento, em curvas verticais
parabólicas em cume e para longitudes mínimas desejaveis e mínimas absolutas em
depressão.

As longitudes mínimas recomendáveis são aproximadas por excesso a múltiplos de 40


metros, com o objectivo de que ao situar o PIV em uma estação par do traçado o PCV
e o PTV estejam situados também em estações pares do traçado. A colocação do PIV
em uma estação par, sempre é possível salvo casos muito críticos no traçado.

Tabela 1. Parâmetros KV para longitudes mínimas desejaveis e absolutas

Velocidad de desenho (Km / h) 30 40 50 60 80 100


valor máximo de diferenca algebrica de pendente ; % 24 20 18 16 10 6
longitudes mínimas desejavel 4 6 12 18 48 100
Em Cume longitudes mínimas absolutas 3 4 7 10 24 57
longitudes de adiantamento 48 86 134 193 344 537
Em depressão longitudes mínimas desejavel 5 8 14 18 36 54
longitudes mínimas absolutas 3 4 7 10 22 47
As longitudes mínimas absolutas aproximam-se a múltiplos de 20 metros; com o
objectivo de que ao situar o PIV em uma estação que seja múltiplo de 10 metros, o
PCV e o PTV também estejam situados em estações múltiplos de 10 metros.

8
Em algumas ocasiões, estes valores de longitude mínima absoluta e mínima
recomendavel podem coincidir.

Não obstante, na hora de desenhar uma estrada, para uma velocidade de desenho
determinada é recomendavel utilizar as longitudes maiores de curva vertical parabólica
que seja possível, para que o grau de mudança de pendente não seja maior de 3% em
curvas verticais em cume e de 1,5% em curvas verticais em depressão.

No anexo I encontram-se as longitudes mínimas absolutas e mínimas recomendavel de


curvas verticais parabólicas, Geralmente o aumentar a longitude de curva vertical
parabólica acima das mínimas desejavel justifica-se quando:

 As curvas verticais adaptem-se bem à topografía do terreno e não implica um


aumento do movimento de terra.

 Quando se tem rasantes muito próximas.

 Para manter a harmonia de um traçado com características gerais suaves.

Em geral, independentemente das recomendações fundamentadas por análises que se


ofereceram para a determinação da longitude das curvas verticais parabólicas,
depende do engenheiro o critério a seguir em função das condicionais do projecto.

Exemplo de cálculo de curva vertical parabólica simétrica.

Calcular a curva vertical parabólica simétrica. Se têm-se como dados:

9
EST PIV= 56+0.00 ; g1=0.02m/m ; g2=-0.03m/m ; VD= 60Km/h ; Elev PIV= 34,25 m

a) Utilizando a tabela de longitudes desejavel do ANEXO I:

Com:

VD = 60 km/h

g = g2 - g1 = -3 – (+2) = - 5%;

Obtém-se a longitude desejavel de curva vertical parabólica em cume:


Ldes = 120,00 m; então:
l1 = l2 = 60,00 m por ser a curva simétrica.

b) Cálculo das estações notáveis:

EST PIV = 56+0,00


-l1= 6+0.00
EST PCV =50+0.00
+Ldes = 12+0.00
EST PTV= 62+0.00

EST PCV = 50+0.00


+l1 = 6+0.00
EST PM = 56+0.00
Cálculo das ordenadas à curva desde a tangente.

 g  g1 
eV   2 L
 8 

10
eV 
   0,03    0,02  .120,00  0,75m
8
Para as estações pares compreendidas na primeira metade da curva:
2
 x
e    eV
l

e (PCV)= (0/60)2. (-0,75) = 0,00m

e (52)= (20/60)2. (-0,75) = - 0,08m

e (54)= (40/60)2. (-0,75) = - 0,33m

e (56)= (60/60)2. (-0,75) = - 0,75m

Para as estações pares compreendidas na segunda metade da curva:

e (PTV)= (0/60)2. (-0,75) = 0,00m

e (60)= (20/60)2. (-0,75) = - 0,08m

e (58)= (40/60)2. (-0,75) = - 0,33m

e (56)= (60/60)2. (-0,75) = - 0,75m

Observa-se que as ordenadas são iguais, isso resulta do facto da curva vertical
parabólica ser simétrica. Na tabela 2 colocaram-se os resultados em forma de registo:

Tabela 2. Registo de implantação

ESTAÇÃO Distancia (x/l)² e (m) Elev Elev


(m) tangente (m)
(m)
PCV=50 +0,00 0,00 0,00 0,00 33,05 33,05
52 + 0.00 20,00 0,1111 -0,08 33,45 33,37
54 + 0.00 40,00 0,4444 -0,33 33,85 33,52
PM=56 + .00 60,00 1,0000 -0,75 34,25 33,50
58 + 0.00 40,00 0,4444 -0,33 33,65 33,32
60 + 0.00 20,00 0,1111 -0,08 33,05 32,97
PTV=62+0,00 0,00 0,00 -0,00 32,45 32,45

Na coluna correspondente a cota de rasante colocam-se os resultados obtidos no perfil


longitudinal da rasante da via.

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Para achar a cota da curva; da cota de tangente somam-se as ordenadas calculadas
anteriormente (neste caso e é negativo por estar a curva em cume).

8. CURVAS VERTICAIS PARABÓLICAS ASIMÉTRICAS.

As curvas verticais parabólicas asimétricas são aquelas que suas longitudes à


esquerda e à direita do PIV são desiguais. Sua utilização justifica-se quando é capaz
de resolver certas exigências impostas, que as curvas simétricas não são capazes de
satisfazer. Entre estas podemos assinalar as seguintes:

 Adaptar a curva o maximo possível às características topográficas do terreno.


Poupando desta forma volume de movimento de terra.

 Quando existem problemas na coordenação entre a planta e o perfil da rasante.

l1 .l 2
eV 
200 K V

A expressão anterior permite calcular a ordenada no PV das curvas verticais


parabólicas asimétricas, em função do parámetro Kv.

 g  g1 
eV   2 l1 .l 2
 2L 

Esta expressão permite calcular a ordenada no PIV das curvas verticais parabólicas
asimétricas.

12
Figura 5. Curva vertical parabólica asimétrica.

Para calcular as ordenadas (e) nas estações da curva vertical parabólica asimétrica
usam-se as expressões vista em epígrafes anteriores, já demonstradas; mas o ev que
se utiliza é o correspondente ao determinado pelas expressões deste epigráfe.

De igual modo, para as curvas verticais parabólicas asimétricas a elevação de um


ponto sobre a curva responde às expressões:

ElevP = ElevPCV + g1.xp +e

E para os pontos à direita do PV pela expressão:

ElevP =ElevPTV +g2.xp +e

Exemplo de cálculo de curva vertical parabólica asimétrica.

Calcular a curva vertical parabólica asimétrica. Se têm-se como dados

EST PIV = 630 + 0,00

g1 = + 0,03 m/m

g2 = - 0,025 m/m

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VD = 80 km/h

Elev PIV = 148,00 m

a) Utilizando a tabela de longitudes desejavel do ANEXO II:

Com VD = 80 km/h e

g = g2 - g1 = - 2,5 - (+3) = - 5,5% ≈ 6%,

Obtém-se a longitude desejavel de curva vertical parabólica em cume:

Ldes = 320,00 m

Segundo a análise de projecto as semilongitudes que se consideram óptimas são:

l1 = 200,00 m

l2 = 120,00 m

Cálculo das estações notáveis:

EST PIV = 630 + 0,00


-l1 = 20+0,00
EST PCV = 610+0,00
+Ldes = 32+0,00
EST PTV = 642+0,00

EST PCV = 610+0,00


-l1 = 20+0,00
EST PM = 630+0,00

Cálculo das ordenadas à curva desde a tangente pela expressão:

 g  g1 
eV   2 l1 .l 2
 2L 

  0,025  (0,03) 
eV    200,00.120,00  2,06m
 2.320

14
Para a primeira metade da curva
2
x
e    eV
 l1 

E para a segunda metade da curva:


2
 x 
e    eV
 l2 

considerando a primeira metade como uma curva vertical parabólica de longitude


L = 400,00 m e l = 200,00 m, se tem que:

e(PCV)= 0,000 (-2,06) = 0,00m


e(612)= (20/200)2 (-2,06) = -0,02m
e(614)= (40/200)2 (-2,06) = -0,08m
e(616)= (60/200)2 (-2,06) = -0,19m
e(618)= (80/200)2 (-2,06) = -0,33m
e(620)= (100/200)2 (-2,06) = -0,52m
e(622)= (120/200)2 (-2,06) = -0,74m
e(624)= (140/200)2 (-2,06) = -1,01m
e(626)= (160/200)2 (-2,06) = -1,32m
e(628)= (180/200)2 (-2,06) = -1,67m
e(630)= (200/200)2 (-2,06) = -2,06m

considerando a segunda metade como uma curva vertical parabólica de longitude


L = 240,00 m e l = 120,00 m, se tem:

e(PTV) =0,000.(−2,06) =0,00m


e(640) = (20/120)2.(−2,06) =−0,06m
e(638) = (40/120)2.(−2,06) =−0,23m
e(636) = (60/120)2.(−2,06) =−0,52m
e(634) = (80/120)2.(−2,06) =−092m
e(632) = (100/120)2.(−2,06) =−1,43m
e(630) =(120/120)2.(−2,06) =−2,06m
Tabla 3. Registo de implantação

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ESTAÇÃO Distancia (x/l)² e (m) Elev Elev
626 + 0.00 (m)
160,00 0,6400 -1,32 tangente
146,80 curva
145,48
628 + 0.00 180,00 0,8100 -1,67 (m)
147,40 (m)
145,73
PCV=610+0.00
PM=630 + 0.00 0,00
200,00 0,00
1,0000 0,00
-2,06 142,00
148,00 142,00
145,94
612+0.00
PM=630 + 0.00 20,00
120,00 0,0100
1,0000 -0,02
-2,06 142,60
148,00 142,58
145,94
614
632 + 0.00 40,00
100,00 0,0400
0,6944 -0,08
-1,43 143,20
147,50 143,12
146,07
616
634 + 0.00 60,00
80,00 0,0900
0,4445 -0,19
-0,92 143,80
147,00 143,61
146,08
618
636 + 0.00 80,00
60,00 0,1600
0,2500 -0,33
-0,52 144,44
146,50 144,07
145,98
620
638 + 0.00 100,00
40,00 0,2500
0,1111 -0,52
-0,23 145,00
146,00 144,48
145,77
622
640 + 0.00 120,00
20,00 0,3600
0,0278 -0,74
-0,06 145,60
145,50 144,86
145,44
624 + 0.00
PTV=642 140,00
0,00 0,4900
0,00 -1,01
0,00 146,20
145,00 145,19
145,00

9. PONTO DE MUDANÇA DE PENDENTE DA RASANTE EM UMA CURVA


VERTICAL PARABÓLICA.

Geralmente o ponto de mudança de sinal da pendente da rasante em uma curva


vertical parabólica não coincide em coordenada x com a do PIV, senão que se encontra
na semilongitude direita ou esquerda da curva. O ponto de mudança é o ponto mais
alto ou mais baixo de uma curva vertical parabólica, conforme encontre-se esta em
cume ou depressão.
Os pontos baixos estão associados geralmente com problemas de drenagem, e em
certas ocasiões com altura mínima de estruturas (é importante recordar que as
ordenadas (e) em curvas verticais parabólicas em depressão são somadas à cota pela
tangente à curva, o que faz que o valor de cota de rasante de um ponto na curva seja
maior que o correspondente na tangente).

16
Anteriormente realizou-se a análise de como determinar a cota de rasante de um ponto
P pertencente a uma curva vertical parabólica. Na figura 6 representa-se uma curva
vertical parabólica em cume e o ponto P é o ponto mais alto da curva.

Figura 6. Ponto de mudança de pendente.

Para determinar a posição do ponto P na curva podem-se empregar as expressões


vistas em epígrafes anteriores, se fizer a análise desde o PCV;

ElevP = ElevPCV + g1.xp +e


2
x
e    eV
 l1 

2
g1l1
XP 
2.eV

e se quer fazer a análise desde o PTV.

ElevP =ElevPTV +g2.xp +e


2
x 
e    eV
 l2 

17
2
g 2l2
XP 
2.eV

No caso de curvas verticais parabólicas asimétricas avaliam-se as expressões para


calcula XP de igual forma que pára curvas simétricas, mas e v tem que ser calculado
pelas expressões correspondentes à cada tipo de curva, simétricas ou asimétrica.

Para curvas verticais parabólicas em cume g é negativo e o e v é negativo; para curvas


em depressão g é positivo e e v é positivo. Portanto, o valor de X p sempre será um valor
positivo em todos os casos. Com o valor de X p, pode-se determinar a cota de rasante
na curva no ponto máximo ou mínimo.

Exemplo de determinação do ponto mais baixo em uma curva vertical parabólica


vertical simétrica.

Calcular o ponto mais baixo na curva vertical parabólica simétrica em depressão, cujos
dados são:

EST PIV = 58 + 0,00

EST PCV = 44 + 0,00

Elev PCV= 137,00 m

L = 280,00 m

g1= - 0,05 m/m

g2= + 0,03 m/m

a) Determina-se a ordenada no vértice pela expressão:

 g  g1 
eV   2 L
 8 

eV 
  0,03    0,05  .280,00  2,80m
8

b) Para determinar a distância à que se encontra o ponto mais baixo em relação ao


PCV, se utiliza a expressão:

18
2
g1l1
c) X P 
2.eV

0,05(140) 2
d) X P  175,00m
2.2,80

Ou seja, o ponto baixo da curva vertical parabólica se encontra a 175,00 metros do


PCV da curva.

De igual forma, pode-se calcular a posição do ponto mínimo desde o PTV, da seguinte
forma:
2
g l
XP  2 2
2.eV

0,03(140) 2
X P  105,00m
2.2,80

Ou seja, o ponto baixo está a 105,00 metros do PT da curva.

Exemplo de determinação do ponto mais baixo em uma curva vertical parabólica


vertical asimétrica.

Calcular o ponto mais baixo na curva vertical parabólica asimétrica em depressão,


cujos dados são:

EST PIV = 18 + 0,00

EST PCV = 4 + 0,00

Elev PCV= 156,00 m

l1= 140,00 m

g1= - 0,05 m/m

l2= 110,00 m

g2= + 0,03 m/m

a) Determina-se a ordenada no vértice pela expressão:

 g 2  g1 
b) eV   l1 .l 2
 2L 

19
 0,03  ( 0,05) 
c) eV   140,00.110,00  2,464m
 2.(140  110 ) 

Para determinar a distância à que se encontra o ponto mais baixo em relação ao


PCV, se utiliza a expressão:
2
g1l1
XP 
2.eV

0,05(140) 2
X P  198,86m
2.2,464

Ou seja, o ponto baixo da curva vertical parabólica não pertence ao primeiro ramo
da curva, pelo que há que calcular desde o PTV, utilizando para isso a expressão:
2
gl
XP  2 2
2.eV

0,03(110 ) 2
X P  73,66m
2.2,464

Ou seja, o ponto baixo da curva vertical parabólica asimétrica se encontra a 73,66


metros do PTV. Portanto, o ponto baixo encontra-se a: 140,00+ (110,00 - 73,66) =
176,34 m, do PCV da curva.

ANEXO I
LONGITUDES MÍNIMAS ABSOLUTAS E MÍNIMAS DESEJAVEIS DE CURVAS
VERTICAIS

Longitudes mínimas absolutas de curvas verticais parabólicas

20
Dif. alg. Velocidade de desenho
de pend. 30 40 50 60 80 100
(%) C D C D C D C C D C D
1 20 20 20 20 20 20 20 60 40 100 80
2 20 20 20 20 40 40 40 D 100 80 200 120
20
3 20 20 20 40 40 40 40 140 100 280 160
40
4 20 20 20 40 40 60 80 180 140 320 220
40
5 20 20 40 40 60 80 100 200 160 340 260
80
6 20 20 40 60 80 80 100 220 180 360 280
100 200
7 20 40 40 60 80 100 120 120 240 220
120 240
8 20 40 40 60 80 100 120
120
9 20 40 60 80 100 100 140 140 240 220
140
240 220
10 20 40 60 80 100 100 140 140
11 40 60 60 80 100 120 140
12 40 60 60 80 100 120 140
140

13 40 60 60 80 120 120 160 160


14 40 60 80 80 120 120 160 160
15 40 60 80 80 120 120 160 160
16 40 60 80 80 120 120 160 160

17 40 60 80 80 120 120

18 40 60 80 80 120 120

19 60 60 80 80
20 60 60 80 80

21 60 60

22 60 60

23 60 60

24 60 60

21
Longitudes mínimas desejáveis de curvas verticais parabólicas
Dif. alg. Velocidade de desenho
de 30 40 50 60 80 100
pend(%) C D C D C D C D C D C D
1 40 40 40 40 40 40 40 40 80 40 120 80
2 40 40 40 40 40 40 40 40 120 80 200 120
3 40 40 40 40 40 40 80 80 160 120 320 160
4 40 40 40 40 80 80 80 80 200 160 400 240
5 40 40 40 80 80 80 120 120 240 200 520 280
6 40 40 40 80 80 80 120 120 320 240 360 320
160 280
7 40 40 40 80 80 120 160 360
160 280
400
8 40 40 80 80 120 120 160 200
200
9 40 40 80 80 120 120 200 480 320
200
10 40 40 80 120 120 160 200 240 240 360

11 40 80 80 120 120 160 240

12 40 80 80 120 160 160 240


13 240
40 80 80 120 160 200 160
14 40 80 80 120 160 200 280 280
15 40 80 80 120 160 200 280 280
16 40 80 120 120 200 240 280 280
17 40 80 120 160 200 240

18 40 80 120 160 200 240

19 80 80 120 160

20 80 120 120 160


21 80 120
22 80 120
23 80 120

24 80 120

22

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