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Prof.

: Tatiana Souza
Estoma ou ostoma significa boca ou abertura utilizada para indicar a exteriorização
de qualquer víscera oca no corpo. A técnica da ostomia é a abertura de um órgão
por meio cirúrgico, resultando na comunicação com o meio externo, para a
finalidade de eliminação de efluente como secreções, urina ou fezes.
O estoma é uma forma de tratamento temporário ou definitivo em várias condições,
como traumas, Câncer, anomalias congênitas entre outros.
Os estomas temporários são realizados para proteger uma anastomose, tendo em
vista seu fechamento em espaço de tempo curto.
Os estomas definitivos, são realizados quando não há possibilidade de reconstrução
do trânsito intestinal, geralmente em caso de câncer.
Contudo o impacto de um estoma na vida de qualquer pessoa, acarreta em
conseqüências que se refletem nos diferentes aspectos: Biológicos, psicológicos,
social e espiritual, sendo a alteração da autoestima a mais importante.
COLOSTOMIA
É um procedimento cirúrgico de exteriorização do cólon na parede abdominal, que
proporciona um novo trajeto para eliminação de material fecal (ânus artificial).
Uma colostomia pode ser posicionada em qualquer segmento do intestino grosso,
que influencia a natureza da eliminação fecal.
ILEOSTOMIA
É uma abertura criada cirurgicamente para a exteriorização do íleo a fim de
permitir a eliminação do efluente do intestino.

UROSTOMIA
É uma abertura que permite trajeto para drenagem ou armazenamento de urina.
O estoma deve ser observado de acordo com os seguintes aspectos: Cor, forma,
tamanho em milímetros, protusão, umidade e integridade da mucosa. Assim, as
características do estoma normal são: Róseo-avermelhado, úmido, de formato
regular, nenhuma sensação de dor ao toque, ausência de alterações em sua
superfície, eliminação fecal involuntária e diminuição gradual do edema no pós-
operatório no transcorrer de vários meses.
O tipo de dispositivo a ser selecionado dependerá das características das
eliminações, superfície da pele que circunda o estoma, destreza manual e custo.
Além disso, essa escolha envolve a avaliação de aspectos que tragam benefícios
como conforto, segurança e praticidade, além da adaptação adequada, proteção da
pele e permanência na região periostoma.
Características gerais dos dispositivos:
Material: Plástico antiodor, hipoalérgico, transparente ou opaco não tóxico.
Adesivo: Hipoalérgico de alta adesividade.
Barreira protetora da pele: Resina mista ou sintética que impede que os adesivos
ou efluentes irritem a pele, resultando em lesões, ardor e coceira.
Bolsa Fechada: Geralmente é mais flexível e adaptável. É usada para fezes
formadas ou semi – formadas, possui filtro para gases e odores e protetor de pele
periestomal. Normalmente, a troca é realizada duas vezes ao dia.
Bolsa Drenável: Usada para fezes líquidas e freqüentes ou urina. Possui abertura
na parte inferior, facilitando sua higienização sem retirá-la. A troca é realizada em
média entre três dias e seis dias.
Bolsa de duas Peças: Composta de placa que adere à pele e bolsa que encaixa na
placa (fechada ou drenável). A placa pode permanecer até três dias, embora a bolsa
seja trocada com maior freqüência em função do tipo de estoma. O limite para
recorte da placa deve respeitar uma distância de pelo menos 3 a 5mm em relação ao
aro ou flange.
Bolsa de Urostomia: Também possui barreira de proteção de pele. Deve ser
transparente e possui válvulas antirreflexo, as quais evitam que a urina volte ao
estoma. Além disso, possui válvula de drenagem na parte inferior da bolsa, para
que possa ser esvaziada sempre que necessário.
Bolsa Sistema Fechado Placa para Estoma Bolsa para Urostomia

Bolsa Sistema Aberto


(Drenável) Clamp
A equipe de enfermagem cuida da colostomia até que o cliente possa realizar seu
autocuidado. A colostomia começa a funcionar com três a seis dias após a cirurgia.
Material para troca:
Bolsa coletora.
Dispositivo para fechamento (Clamp).
Tesoura Curva.
Compressa ou toalha.
Sabão Neutro.
Saco plástico para descarte de material (se possível à prova de odor).
Luvas de procedimento e máscara descartável.
Recipiente para água.
Produtos e acessórios prescritos para o cliente.
Procedimento:
Lavar as mãos.
Preparar o material.
Explicar o procedimento ao cliente.
Manter a privacidade do cliente (fechar portas ou utilizar o biombo)
Fazer com que o cliente assuma a posição confortável para realizar o procedimento.
A melhor posição pode ser sentada, reclinada ou em pé.
Calçar luvas de procedimento e máscara.
Remover bolsa coletora com movimentos delicados, iniciando pelo descolamento
do adesivo microporoso a partir da lingueta lateral.
Segurar a pele do abdome com a outra mão, enquanto descola o adesivo da pele,
descartar a bolsa e a placa suja em saco plástico à prova de odor.
Guardar o clamp para reutilizá-lo.
Remover as fezes do estoma e da pele com o uso de papel higiênico.
Limpar o estoma e a pele (periestoma) com compressa ou tecido de algodão limpo
e macio. Realizar higiene delicadamente com água e sabão neutro. O cliente pode
realizar banho de aspersão com ou sem a bolsa coletora.
Remover resíduos de fezes e sabão tanto da pele quanto da borda do estoma, sem
friccionar, enxaguando-os para evitar dermatite química.
Caso haja pelos perioestomais, retirá-los com uso de tesoura (existência de pelos ou sua
depilação com lâmina contribuiu para ocorrência de foliculite).
Secar a pele por completo.
Realizar avaliação do estoma e da pele do estoma.
Utilizar escala de medição para determinar tamanho do estoma.
Marcar tamanho correto sobre a parte posterior da placa e cortar tamanho do estoma. É
aceitável cortar cerca de 0,3 cm maior do que o estoma.
Aplicar protetor de pele periostoma de acordo com a prescrição médica.
Remover cobertura de papel da placa, centralizar abertura sobre o estoma e pressionar a
placa sobre a pele periostoma durante 30seg. Evitar formação de rugas no adesivo.
Em caso de bolsa de duas peças, fixar a bolsa sobre os bordos da placa (aro ou flange).
Aplicar dispositivo de fechamento (Clamp), virando a extremidade da bolsa na parte
posterior.
Deixar o cliente confortável e unidade em ordem.
Desprezar o material descartável de acordo com o protocolo hospitalar.
Lavar as mãos e realizar as anotações de enfermagem.
A irrigação da colostomia é um método mecânico para estabelecer um padrão
regular de eliminação intestinal, possibilitando à pessoa sua reinserção nas
atividades sociais. Consiste em um enema, cujo fluido enviado ao intestino grosso
através do estoma e distende o intestino, estimulando a peristalse assim,
favorecendo o esvaziamento do conteúdo fecal, gases e odor.
Dermatites: As dermatites perioestomais envolvem todas as lesões de pele ao redor
do estoma, com ou sem ruptura da integridade externa do tegumento. As dermatites
englobam erosões, hiperemia e úlceras decorrentes da irritação cutânea causada
pelo fluido intestinal, alergias a produtos específicos para estomas, traumas
mecânicos e, secundariamente infecção.
Hérnias: A hérnia periestomal consiste na saída do conteúdo abdominal pelo
trajeto do estoma abaulando a região periestomal. Fatores gerais descrevem-se
obesidade, envelhecimento, aumento da pressão abdominal, vida sedentária,
redução do tônus muscular, cirurgias mal sucedidas, problemas no pós operatório.
Prolapsos: Os prolapsos decorre da exteriorização de segmento intestinal móvel,
distante das fixações anatômicas, e geralmente está associado a hérnias
paracolostômicas. Fatores que propiciam o surgimento de prolapsos são: fixação do
meso do segmento exteriorizado, grandes aberturas do trajeto abdominal, aumento
da pressão abdominal e outros.
Retrações: A retração é a penetração total ou parcial da alça intestinal na cavidade
abdominal, decorrendo geralmente de um segmento intestinal curto, pouco
dissecado, ou exteriorizado sob tensão. As retrações podem ocorrer como
complicações imediatas ou tardias. Já as retrações no pós-operatório imediato,
podem vir acompanhadas de necrose ou isquemia.
Dermatite Química Infecção

Prolapso Estoma Dermatite Química

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