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Contábil Tributário
Autores: Profa. Nair Moretti Baradel
Prof. Rubens Pardini
Colaboradores: Profa. Divane Alves da Silva
Prof. Maurício Felippe Manzalli
Professores conteudistas: Nair Moretti Baradel / Rubens Pardini
Possui mais de 30 anos experiência na área contábil tributária de grandes e médias indústrias, bem como de prestadores
de serviços. Tem graduação em Gestão Financeira pela Universidade Paulista (UNIP) e pós‑graduação em Controladoria de
Empresas pela mesma universidade. É professora do curso de Ciências Contábeis, nas disciplinas Contabilidade Tributária,
Planejamento Contábil e Tributário, Contabilidade Gerencial e Contabilidade Introdutória na UNIP. É professora conteudista
das disciplinas Contabilidade Tributária (curso de Ciências Contábeis) e Planejamento Tributário (curso de Gestão Financeira).
Atua ainda como colaboradora de EAD, participando da elaboração de livros‑textos, fazendo revisões e formulações de
exercícios para os cursos de Ciências Contábeis e Gestão Financeira.
Rubens Pardini
Mestre em Ciências Contábeis e Financeiras pela Pontifícia Universidade Católica – PUC-SP. Bacharel em Administração
de Empresas pela Faculdade de Administração e Estatística Paes de Barros e em Ciências Contábeis pela Faculdade de
Ciências Econômicas de São Paulo.
De 1984 a 1992, lecionou na Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo, Faculdade de Engenharia Industrial – FEI
e Escola Superior de Administração de Negócios – ESAN, em São Bernardo do Campo. Chefe do Departamento de Ciências
Contábeis da Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo de 1986 a 1988. Elaboração do Projeto Pedagógico para o
Curso de Ciências Contábeis da UNIESP, em 2007. Fundação Getúlio Vargas – Brasília é Professor MBA – Contabilidade para
Executivos. Professor Tutor da Fundação Getúlio Vargas nos cursos livres em EAD e Professor de Contabilidade do Senac,
em 2011.
Desde 1992 é docente do curso de Ciências Contábeis e Administração de Empresas da UNIP – Universidade Paulista,
curso presencial e EaD.
CDU 341.396
A-XVIII
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Michel Kahan Apt
Amanda Casale
Virgínia Bilatto
Sumário
Planejamento Contábil Tributário
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................9
Unidade I
1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO.......................................................................................................................11
1.1 Conceito.................................................................................................................................................... 14
1.2 Objetivos................................................................................................................................................... 15
1.3 Finalidade do planejamento tributário......................................................................................... 18
1.4 Condições necessárias para o planejamento tributário........................................................ 18
1.5 Distinção entre elisão e evasão....................................................................................................... 19
1.5.1 Elisão fiscal................................................................................................................................................. 19
1.5.2 Evasão fiscal............................................................................................................................................... 20
1.5.3 Diferença entre sonegação fiscal e elisão fiscal.......................................................................... 20
1.6 Processo de planejamento tributário............................................................................................ 21
1.7 A carga tributária dos países participantes da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento (OCDE).............................................................................................. 23
1.8 Impostos federais que impactam diretamente nos resultados.......................................... 24
1.8.1 Imposto de Renda Pessoa Jurídica................................................................................................... 25
2 TIPOS DE SOCIEDADES E ENQUADRAMENTO FISCAL DAS EMPRESAS....................................... 26
2.1 As sociedades simples.......................................................................................................................... 26
2.2 As sociedades organizadas como empresárias.......................................................................... 26
2.3 O enquadramento fiscal das empresas......................................................................................... 27
2.3.1 Microempresas (ME)............................................................................................................................... 27
2.3.2 Empresas de Pequeno Porte (EPP).................................................................................................... 27
2.3.3 Microempreendedor Individual (MEI).............................................................................................. 27
3 SIMPLES NACIONAL........................................................................................................................................ 28
3.1 Opção pelo Simples Nacional........................................................................................................... 28
3.2 Pessoas jurídicas excluídas da opção............................................................................................ 28
3.3 Pessoas jurídicas que podem optar pelo Simples.................................................................... 29
3.4 Abrangência dos impostos................................................................................................................ 30
3.5 Alíquotas aplicáveis.............................................................................................................................. 31
3.5.1 Determinação das alíquotas................................................................................................................ 34
3.6 PIS, Cofins e CSLL.................................................................................................................................. 45
3.7 INSS............................................................................................................................................................. 45
3.8 IRRF............................................................................................................................................................. 45
3.9 Receita de exportação......................................................................................................................... 45
3.10 Substituição tributária do PIS e da Cofins............................................................................... 45
3.11 Receitas não tributárias.................................................................................................................... 46
3.12 Recolhimento dos tributos devidos............................................................................................ 46
3.13 Imposto de Renda na fonte sobre serviços prestados......................................................... 46
3.14 Limite para exportação de serviço............................................................................................... 47
3.15 MEI – contratação por empresas................................................................................................. 47
4 RETENÇÕES NA FONTE................................................................................................................................... 47
4.1 Retenção exclusiva na fonte e por antecipação...................................................................... 47
4.2 Retenção na fonte de PIS, Cofins e CSLL (CSRF)...................................................................... 48
4.3 Não exigência das CSRF...................................................................................................................... 49
4.4 Base de cálculo e alíquota CSRF .................................................................................................... 49
4.5 Compensação dos Valores Retidos................................................................................................. 50
4.6 Imposto de renda retido na fonte sobre receitas..................................................................... 50
4.7 Retenção de tributos e contribuições por órgãos públicos federais,
estaduais, municipais e Distrito Federal.............................................................................................. 56
Unidade II
5 LUCRO ARBITRADO......................................................................................................................................... 62
5.1 Contribuição Social ............................................................................................................................. 64
5.1.1 Receita bruta conhecida....................................................................................................................... 64
5.1.2 Receita bruta não conhecida.............................................................................................................. 65
5.1.3 Exemplo de receita conhecida............................................................................................................ 65
6 LUCRO PRESUMIDO........................................................................................................................................ 66
6.1 A tributação pelo lucro presumido................................................................................................ 66
6.2 Opção pelo regime de lucro presumido....................................................................................... 66
6.3 Empresas vedadas da opção do lucro presumido.................................................................... 66
6.4 Limite de receita.................................................................................................................................... 67
6.5 Período de apuração............................................................................................................................ 68
6.6 Momento da opção.............................................................................................................................. 68
6.7 Redarf para mudança de forma de tributação......................................................................... 68
6.8 Regime de reconhecimento de receitas....................................................................................... 69
6.9 A determinação do lucro presumido............................................................................................. 70
6.10 Receitas financeiras no lucro presumido...................................................................................71
6.11 Receitas e rendimentos não tributáveis pelo lucro presumido.........................................71
6.12 Base de cálculo para apuração do Imposto de Renda sobre o lucro presumido................... 72
6.13 Alíquota do Imposto de Renda e adicional a que estão sujeitas as pessoas
jurídicas que optarem pelo lucro presumido..................................................................................... 73
6.14 Alíquotas de contribuição social sobre o lucro presumido................................................ 73
6.15 Exemplo de cálculo dos impostos................................................................................................ 73
6.15.1 Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)............................................. 73
6.15.2 Cálculo do Imposto de Renda sobre o lucro presumido....................................................... 74
6.15.3 Cálculo do PIS e Cofins no lucro presumido.............................................................................. 74
6.16 Necessidade de escrituração contábil........................................................................................ 74
6.17 Distribuição de lucros aos sócios................................................................................................. 75
6.18 Isenção de Imposto de Renda sobre lucros distribuídos pela pessoa jurídica......................75
6.19 Deduções do imposto de renda devido..................................................................................... 76
6.20 Tributação do PIS e da Cofins para empresas optantes pelo lucro presumido....................76
Unidade III
7 LUCRO REAL....................................................................................................................................................... 82
7.1 Determinação do lucro real.............................................................................................................. 82
7.2 Pessoas jurídicas obrigadas a apurarem o lucro real.............................................................. 82
7.3 Opção pelo lucro real........................................................................................................................... 83
7.4 Ajustes ao lucro líquido...................................................................................................................... 84
7.4.1 Lalur............................................................................................................................................................... 84
7.5 Alíquota do Imposto de Renda........................................................................................................ 89
7.5.1 Adicional do Imposto de Renda......................................................................................................... 89
7.6 Base de cálculo....................................................................................................................................... 89
7.7 Lucro real trimestral............................................................................................................................. 89
7.7.1 Momento da opção................................................................................................................................. 90
7.7.2 Apuração do Imposto............................................................................................................................. 90
7.7.3 Compensação dos prejuízos................................................................................................................ 90
7.8 Lucro real anual..................................................................................................................................... 91
7.8.1 Base de cálculo da estimativa mensal............................................................................................ 92
7.8.2 Conceito de receita bruta..................................................................................................................... 93
7.8.3 Compensação de prejuízos.................................................................................................................. 94
7.8.4 Alíquota do Imposto de Renda e do adicional............................................................................ 94
7.8.5 Suspensão ou redução do imposto.................................................................................................. 94
7.9 Forma de pagamento.......................................................................................................................... 95
8 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (CSLL)............................................................101
8.1 Alíquotas.................................................................................................................................................101
8.2 Base de cálculo.....................................................................................................................................102
8.2.1 Lucro real...................................................................................................................................................102
8.2.2 Lucro presumido.....................................................................................................................................103
8.2.3 Dedução da receita bruta...................................................................................................................104
8.2.4 Adições à base de cálculo...................................................................................................................104
8.3 Algumas alterações na legislação para o ano de 2015........................................................105
8.4 Estudo sobre utilização do controle e da informação contábil no
planejamento tributário...........................................................................................................................105
8.4.1 Estudo comparativo entre Simples, Lucro Real e Lucro Presumido..................................105
8.4.2 Exemplo do estudo comparativo entre Simples, Lucro Real e Lucro Presumido...................106
8.4.3 Dados do exemplo a ser aplicado para empresa optante pelo Lucro Presumido..................108
8.4.4 Comparação entre Simples Nacional e Lucro Presumido...................................................... 113
APRESENTAÇÃO
Caro aluno,
A alta carga tributária que incide sobre as empresas e a forte concorrência no mundo dos negócios
faz com que as empresas busquem alternativas que as coloquem à frente de seus concorrentes. O
planejamento tributário é uma ferramenta essencial para o melhor retorno financeiro de uma empresa,
Nesse contexto, nós, como profissionais da área contábil, devemos apresentar alternativas que
possibilitem às empresas escolherem, entre as formas de tributação, uma que resultará em benefícios
econômicos que as colocarão à frente de seus concorrentes.
Para obter esse resultado, várias formas de tributação devem ser analisadas. Utilizando‑se exemplos,
pode‑se demonstrar como efetivamente o planejamento tributário trará benefícios econômicos à
empresa. Nossas vidas pessoais também se aproveitam disso, pois, conhecendo nossos impostos de
pessoa física, também teremos retornos satisfatórios.
Serão analisados a incidência do imposto de renda das pessoas jurídicas e os impactos que podem
causar em outros impostos. Utilizaremos dados coletados por meio de pesquisa e análise da legislação
tributária brasileira.
O planejamento tributário não é simplesmente uma alternativa, mas sim uma obrigação do
bom administrador, que, dentro da legalidade, encontra meios de tornar menos onerosa a carga
tributária da empresa. Visa a uma administração baseada em resultados, deve ser estrategicamente
estudado e analisado antes de ser implantado. É uma ferramenta que está ao alcance de todos e
uma possibilidade real de redução de custos e melhoria da lucratividade das empresas, tornando‑as
mais competitivas. Num ambiente de elevada carga tributária como o Brasil, torna‑se indispensável
para qualquer tipo de negócio.
INTRODUÇÃO
A disciplina Planejamento Contábil Tributário serve para que o futuro profissional da área contábil
conheça as formas de tributação das empresas e possa mostrar que o planejamento tributário pode
diminuir a carga tributária, trazendo com isso um melhor resultado financeiro para a empresa, tudo em
conformidade com a lei, sem extrapolar o campo da licitude.
O Brasil é um dos países da América Latina e Caribe com a maior carga tributária; os brasileiros
pagam o equivalente a 33,4% do Produto Interno Bruto – PIB. O Brasil possui uma carga tributária
comparável com as economias mais desenvolvidas no mundo, onde a média dos impostos equivale a
34,4% do PIB.
Com a estabilidade econômica, isto é, estabilidade nos preços, taxas de juros baixas ou até mesmo
em épocas de crises econômicas, as empresas precisam estar conscientes dos impostos incidentes sobre
as suas transações de compras e vendas. Assim, o planejamento tributário é um conjunto de recursos
legais com o objetivo principal de reduzir ou retardar o pagamento dos impostos.
9
Unidade I
O objetivo desta disciplina também é dar subsídios para que o aluno possa optar, entre as formas de
tributação, qual terá a menor carga tributária de uma sociedade limitada, por meio de estudo de caso,
apresentando as alternativas de tributação pelo Simples Nacional, o lucro presumido, o lucro arbitrado e
o lucro real, e quanto isso irá refletir no resultado. A forma de tributação levará em conta outros tributos
que estão associados à forma de tributação, tais como o PIS (Programa de Integração Social) e a Cofins
(Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).
10
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Unidade I
1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
O peso dos impostos cresceu cinco pontos percentuais nos últimos 10 anos, passando de 30%
para 32,38% do PIB (Produto Interno Bruto, representado pela soma de todos os bens e serviços finais
produzidos numa determinada região ou país, medido num determinado período).
Quando foi implantado o Plano Real, em 1994, a carga tributária brasileira era de 29,8% do PIB,
a mais alta registrada no país, porém, conforme última divulgação no IBPT, no ano de 2016, a carga
tributária atingiu 32,38% do PIB1. Com a estabilização da economia, há preocupação cada vez maior
com o planejamento tributário como uma ferramenta importantíssima para se destacar da concorrência.
O livro‑texto pretende abranger os tributos federais incidentes sobre as empresas no Brasil, mais
especificamente o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), o PIS e a Cofins, mostrando que um
planejamento tributária bem elaborado, para qualquer tipo de empresa, pode trazer economia de impostos
visando à redução da carga tributária e tendo como consequência melhor resultado financeiro, isso sem
extrapolar o campo da licitude nem comprometer a qualidade e os resultados dos negócios, todas elas
suportadas por bases legais. Muitas vezes, por desconhecimento ou falta de recursos, o empresariado
brasileiro de pequeno e médio porte deixa de usufruir de diversos benefícios fiscais disponibilizados pelo
governo e que estão ao alcance de variados setores.
A carga tributária no Brasil é muito elevada quer para a pessoa física, quer para a pessoa jurídica
e vem crescendo constantemente, todos nós observamos isso constantemente na hora de fazermos
nossas compras. Todos os produtos que adquirimos, têm incidência de inúmeros impostos no preço pago
no caixa. Alguns desses produtos possuem carga tributária superior a 40%.
Como comprovação disso, o IBPT estimava que, para os últimos cinco anos, a carga tributária média
no Brasil atingiria mais de 32% do PIB, ou seja, de tudo que é produzido internamente no país, em
1
Dados disponíveis no site: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-
aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/carga-tributaria-no-brasil-capa>. Acesso em: 6 jan. 2018.
11
Unidade I
média 32% seriam destinados ao recolhimento de impostos. Entretanto, esse número ultrapassou a
expectativa do instituto e chegou a mais de 35% no último ano.
Figura 1
Até alguns anos atrás, tínhamos uma inflação galopante, próxima de 50% ao mês. Os preços mudavam
todos os dias, a população não conseguia comprar um produto com o mesmo preço em dois dias diferentes.
Na época, antes de 1994, era muito comum as empresas e a própria população fazerem estoques de
mercadorias, quer seja de suprimentos para subsistência, quer também estoques de produtos para a
fabricação, a fim de se obter um pouco de ganho, pois, se tivessem que adquirir mercadorias, por exemplo,
no dia 4 de um determinado mês, e depois fosse necessário adquirir mais uma quantidade dessa mesma
mercadoria no dia 20 do próprio mês, certamente o preço teria sofrido um acréscimo de cerca de 20%.
Com essa prática, as empresas ficavam com estoques gigantescos, muitos empresários aplicavam
todo seu capital de giro em estoques, mas mesmo assim o custo dos produtos subia dia após dia. A
especulação também era constante, pois os empresários já calculavam o preço baseado numa inflação
que iria acontecer.
Figura 2
12
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Porém, com a implantação do programa de estabilização econômica, um plano em longo prazo para o
controle da inflação, a economia do Brasil foi se estabilizando. Hoje há preocupação cada vez maior com
a lucratividade das empresas, e o planejamento tributário é usado como ferramenta importantíssima
para se destacar da concorrência, por meio da economia de impostos visando à redução da carga
tributária e tendo consequentemente melhor resultado financeiro, tudo isso sem extrapolar o campo da
licitude nem comprometer a qualidade e os resultados dos negócios.
da empresa. O planejamento tributário é uma ferramenta essencial para a gestão financeira de empresas
de todos os perfis e tamanhos.
O caráter preventivo do planejamento tributário decorre do fato de não se poder escolher alternativas
senão antes de se concretizar a situação. Após a concretização dos fatos, via de regra, somente se
apresentam duas alternativas para o sujeito passivo da relação jurídico‑tributária: pagar ou não pagar
o tributo decorrente da previsão legal descrita como fato gerador.
A alternativa de não pagar se caracterizará como prática ilícita, sujeitando‑se a empresa à ação
punitiva do Estado, caso este venha a tomar conhecimento de tal prática, que tem como principal
finalidade a redução do montante do tributo, no sentido de reduzir a base de cálculo ou alíquota, o que
resultará numa menor carga tributária.
1.1 Conceito
Oliveira (2006) conceitua o planejamento tributário como uma forma lícita de reduzir a carga fiscal,
que exige alta dose de conhecimento técnico e bom senso dos responsáveis pelas decisões estratégicas
no ambiente corporativo. Trata‑se do estudo prévio à concretização dos fatos administrativos, dos
efeitos jurídicos, fiscais e econômicos de determinada decisão gerencial, com o objetivo de encontrar a
alternativa legal menos onerosa para o contribuinte.
Para Shingaki:
Segundo Borges, as seguintes regras devem ser observadas para a elaboração de um planejamento:
14
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Portanto, temos diversos conceitos que irão resultar sempre no mesmo objetivo: obtenção de menor
carga tributária, dentro da legalidade.
1.2 Objetivos
Segundo Zanluca ([s.d.]), “o planejamento tributário é uma conjunto de sistemas legais com o
objetivo de diminuir o pagamento dos tributos”.
O contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio de tal forma a minimizar os custos gerais,
entres eles o impacto da carga tributária. Sua intenção deve ser ganhar cada vez mais competitividade,
principalmente quando da formação de seus preços de vendas e de seus bens e serviços.
Além dos diversos itens que compõem o custo dos produtos e serviços, um componente principal
são os diversos impostos que incidem sobre os preços de vendas, ainda que em nosso sistema tributário
nacional os impostos recaiam sobre o consumidor final.
Apesar de a carga tributária do Brasil estar em 32,38%, há maneiras de evitar tributação. Por meio
de pesquisas em leis específicas e técnicas de cálculos, serão apresentadas alternativas de planejamento
que, quando bem elaboradas, resultarão em economia de impostos, contribuindo para a redução do
montante a ser recolhido.
O princípio constitucional não deixa dúvidas de que, dentro da lei, o contribuinte pode agir segundo
o seu interesse. Planejar tributos é um direito tão essencial quanto planejar o fluxo de caixa, fazer
investimentos etc. A forma legal de planejamento tributário é chamada elisão.
Diante da carga tributária tão alta, e tendo as empresas que passar por um período tão complicado
em virtude da crise financeira mundial, que se estende desde 2008 até os dias atuais, pode uma sociedade
por quotas de capital limitada optar por uma melhor forma de tributação com o intuito de minimizar
a carga tributária e trazer melhor resultado financeiro, dentro da lei e obtendo resultados positivos que
garantam a continuidade de seus negócios?
15
Unidade I
Por meio de um planejamento tributário bem elaborado e de práticas legais disponíveis, abrangendo
não só a forma de tributação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), mas também o PIS e
a Cofins, que são impactados pela forma de tributação escolhida, há dispositivos e práticas legais
totalmente aceitas para que se tenha uma redução da carga tributária dentro dos ditames legais e,
consequentemente, melhor resultado financeiro.
Lembrete
O assunto é complexo e constantemente sofre alterações, portanto, cabe à nós, profissionais da área,
ficarmos atentos às alterações da legislação, pois qualquer mudança nas alíquotas, forma de cálculo,
bases de cálculos etc. afeta diretamente as finanças das organizações. No caso de aumento de alguma
alíquota de imposto, isso irá refletir na margem de lucros da empresa e, por extensão, refletirá também
no consumidor, uma vez que, se há aumento na carga tributária, muito provavelmente o consumidor
pagará esse aumento por meio da alteração de preços de todos os produtos. Por exemplo, no caso de o
governo resolver aumentar as alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) das geladeiras,
automaticamente os fabricantes repassarão esse aumento para a população. Esse reflexo também pode
ocorrer caso a empresa seja autuada em valores significativos por causa de alguma obrigação que tenha
deixado de ser cumprida em virtude do desconhecimento do profissional envolvido na área contábil.
Nesse sentido, cresce sensivelmente a responsabilidade de todos os gestores de uma empresa, principalmente
das áreas de controladoria e contabilidade, pois as empresas e os responsáveis que, por desconhecimento,
emitirem declarações errôneas ou em desacordo com as normas e a legislação vigentes poderão vir a ser
autuados, processados e até condenados em determinados casos de comprovação de evasão fiscal.
Figura 3
16
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
O intuito deste material é estimular a todos a pesquisar a legislação vigente e se inteirar das
normas e procedimentos tributários que as empresas estão obrigadas a cumprir, procurando
informações por meio de outras fontes de conhecimentos, em especial a própria legislação
tributária, tomando‑se o devido cuidado quanto à veracidade e ao embasamento legal da
informação obtida.
A maioria das empresas de médio e pequeno porte, por sua própria condição societária, não tem
estrutura suficiente para manter uma equipe preocupada em se especializar na legislação tributária e
tampouco investir na capacitação de pessoas para atendimento das exigências legais. Todo benefício
concedido pelo governo acaba tendo, em contrapartida, a obrigação da prestação de contas. De forma
complexa e burocrática, esses procedimentos acabam desestimulando as empresas numa busca por
benefícios fiscais, uma vez que se sentem incapazes de cumprir as obrigações por não possuírem recursos
humanos suficientes para tal. Mas essa posição pode ser mudada e nós, profissionais da área, podemos
instruir essas empresas a buscarem seus direitos e usufruirem dos benefícios que o governo concede,
objetivando assim uma redução da carga tributária.
A carga tributária brasileira começou a ser medida em 1947, quando o percentual apurado foi de
13,8% do PIB. A carga tributária nada mais é do que a medição do volume de recursos financeiros que o
Estado arrecada na forma de tributos comparado com a geração de riquezas em geral. O índice é obtido
por meio da divisão de todas as receitas tributárias pelo valor do PIB. No conceito de carga tributária
estão inclusos também contribuições sociais, intervenção do domínio econômico e de interesse das
categorias profissionais e econômicas, e FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Segundo
estudo oficial realizado pela Receita Federal2, temos as seguintes informações, conforme visualizado na
tabela a seguir:
Observação
2
ESTUDOS TRIBUTÁRIOS. Carga Tributária no Brasil. n. 21. CTB‑2009. IBPT. Disponível em: <http://www.receita.
fazenda.gov.br/Publico/estudoTributarios/estatisticas/CTB2009.pdf>. Acesso em: 2 abr. 2011.
3
Dados disponíveis no site: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-aduaneiros/
estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/carga-tributaria-no-brasil-capa>. Acesso em: 6 jan. 2018.
17
Unidade I
A partir da apresentação desses dados, pode ser verificado que houve um crescimento constante da
carga tributária. Em relação à primeira medição, o aumento foi de 149,42%.
Para Amaral (apud PEREIRA et al., [s.d.]), “esse resultado é a prova inequívoca de que a não
cumulatividade da Cofins provoca aumento da carga tributária e traz danos fortíssimos ao mercado
nacional”. Ainda segundo o autor, “[...] o Ministério da Fazenda se equivocou na análise de que a
mudança da sistemática da Cofins não provocaria aumento da carga tributária. O resultado demonstra
que aquelas afirmações não eram verdadeiras”.
a) Evitar a incidência do tributo – para este caso, adotam‑se medidas e procedimentos com o fim de
evitar a ocorrência do fato gerador.
b) Reduzir o montante do tributo – as providências para atender este item serão no sentido de
reduzir a base de cálculo ou alíquota do tributo.
c) Retardar o pagamento do tributo – o contribuinte opta por medidas que terão o fim de postergar
o pagamento do tributo, sem ocorrência da multa, tudo dentro da legislação.
Oliveira et al. (2007) estabelecem que qualquer que seja a forma de tributação escolhida pela
empresa, pode‑se verificar que a falta de planejamento estratégico tributário pode deixar a empresa
mal‑preparada para os investimentos futuros, devido a uma possível insuficiência de caixa, gerando um
desgaste desnecessário de investimentos forçados para cobertura de gastos que não estavam previstos.
Os autores afirmam ainda que, para a correta execução das tarefas inerentes ao planejamento tributário,
precisam ser aplicados todos os conhecimentos sobre a legislação do tributo a ser reduzido, para que, a
18
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
partir desses cenários, se possa planejar com bastante antecedência a melhor alternativa para a empresa
executar suas operações comerciais. Por fim, dizem que a finalidade principal de um bom planejamento
tributário é, sem dúvida, a economia de impostos, sem infringir a legislação, tratando‑se de um conceito
bastante utilizados pelos norte‑americanos, denominado tax saving.
Assim, para alcançar êxito nessas atividades, o gestor precisa, com profundidade, entre outras coisas:
• conhecer todas as situações em que é possível o crédito tributário, principalmente com relação
aos chamados impostos não cumulativos – ICMS e IPI;
• conhecer todas as situações em que é possível o diferimento (postergação) dos recolhimentos dos
impostos, permitindo melhor gerenciamento do fluxo de caixa;
• ser oportuno e aproveitar as lacunas deixadas pela legislação, para tanto ficando atento às
mudanças nas normas e aos impactos nos resultados da empresa.
Em síntese, para se fazer um planejamento tributário adequado, é necessário que o gestor tenha
conhecimento profundos para lidar com a complexidade da legislação brasileira, aproveitando ao
máximo os créditos tributários e as brechas existentes no sistema.
Muitas vezes, nos deparamos com essas duas palavras, que nos trazem dúvidas quanto ao seu
significado. Mas o que isso tem a ver com o planejamento tributário? Pois bem, uma palavra é justamente
o oposto da outra em termos de legalidade. vamos esclarecer.
Significa a economia tributária lícita, realizada mediante toda e qualquer ação prevista antes da
ocorrência do fato gerador que, sem violar a lei, evita, reduz ou posterga o imposto. É a forma legalmente
aceita para economia de impostos, porém temos dois tipos de elisão:
No caso da elisão decorrente da lei, o próprio dispositivo legal permite ou até mesmo induz a
economia de tributos.
Contempla a hipótese por meio da qual o contribuinte opta por configurar seus negócios de
tal forma que se harmonizem com um menor ônus tributário, utilizando‑se de elementos que a
lei não proíbe ou que possibilitem evitar o fato gerador de determinado tributo com elementos da
própria lei.
É o caso, por exemplo, de uma empresa de serviços que decide mudar sua sede para determinado
município, visando pagar o ISS (Imposto Sobre Serviços) com uma alíquota mais baixa. A lei não proíbe
que os estabelecimentos escolham o lugar onde exercerão atividades, pois os contribuintes possuem
liberdade de optar por daqueles mais convenientes a si mesmos, se a definição do local for exclusivamente
com objetivos de planejamento fiscal.
A fraude ou sonegação fiscal é a utilização de práticas que violem e/ou ferem diretamente
a lei fiscal ou o regulamento fiscal. A fraude é imperdoável, ou dificilmente perdoável porque,
além de ser flagrante, o contribuinte acaba se opondo de forma consciente e intencional à lei.
No planejamento tributário, não se tem relação alguma com fraude. Os contribuintes têm direito
de recorrer aos seus procedimentos preferidos ou mais adequados à sua realidade, autorizados
ou não proibidos pela lei, ainda que, por uma escolha mais adequada de tributação, venham a
prejudicar o Tesouro.
20
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Figura 4
Podemos dizer que o planejamento tributário é uma obrigação dos administradores. Na Lei nº
6.404/76 – Lei das Sociedades Anônimas está a obrigatoriedade do planejamento tributário por
parte dos administradores de qualquer companhia, considerando a interpretação do artigo 153,
que diz:
O que vai servir de base para o planejamento tributário é a existência de dados confiáveis, sendo
que a contabilidade é o sistema de registros permanentes das operações, é a base desse planejamento.
Conforme definição de Zanluca (s.d), por contabilidade entende‑se um conjunto de escrituração das
receitas, custos e despesas, bem como de controle patrimonial (ativos e passivos), representado por
diversos livros, entre os quais:
a) Livro Diário.
21
Unidade I
e) Apuração do ICMS.
f) Apuração do IPI.
O histórico da empresa está registrado nas escriturações e é a fonte de busca para se fazer o
planejamento tributário. É a partir de todas essas informações e sistemas que serão gerados dados
preliminares para análise tributária, pois, se desejamos reduzir tributos, temos que saber quanto estamos
gastando com eles atualmente.
Após a aplicação do planejamento pretendido, sua execução necessita ser avaliada quanto aos
critérios e objetivos, se foram atingidos, se houve realmente economia de impostos. Aí então, novamente,
precisaremos utilizar dados contábeis para termos evidenciado se o planejamento trouxe redução de
impostos, quanto, como, se houve custos adicionais ou não na implantação, enfim, precisa ser verificado
o resultado final do planejamento tributário, se atendeu o objetivo e trouxe ganhos e redução da carga
tributária. Afinal, é esse o nosso objetivo principal, não é?
Figura 5
22
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Por esses motivos, o planejamento tributário como ferramenta de gestão é uma programação
que deve ser adotada por todos os tipos de empresas pequenas, médias e grandes, a partir do
conhecimento de todos os processos produtivos, das aquisições de matéria‑prima e insumos, da
venda da produção, entre outros, para que, com base nessas informações, as estruturas possam
passar por mudanças legítimas e eficazes à economia e racionalização dos procedimentos
fiscais.
Um exemplo prático de economia de impostos é o simples fato de se optar por adquirir mercadorias
de empresas que apuram o Imposto de Renda com base na sistemática do lucro presumido e lucro
real, e não pelo Simples, tendo em vista os créditos do IPI e ICMS que o adquirente poderá tomar.
Mas, por quê?
Melhor explicando, uma empresa comercial ou industrial, quando adquire mercadorias para revenda
ou produção, pode compensar por meio do crédito dos impostos, o ICMS, o IPI, e, em alguns casos, o
PIS e a Cofins, dependendo do sistema de tributação, que a empresa vendedora destacou na nota fiscal.
Porém, se essa empresa vendedora for tributada pelo Simples Nacional, a parcela correspondente ao
ICMS e ao IPI é muito menor. Por exemplo, dentro de São Paulo, a alíquota é de 18% para o ICMS, porém,
no caso do Simples, esse percentual pode ser de 1,25%, ou seja, uma perda muito grande no crédito dos
impostos.
Assim, tal análise deve ser muito bem feita, pois, caso não se analise o crédito desses impostos, as
empresas industriais e comerciais poderão estar pagando mais caro pela mercadoria.
Se formos analisar estaticamente, a carga tributária do Brasil está abaixo da média dos países
participantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), porém
ainda é muito elevada. É importante esclarecer que bens e serviços consumidos e gerados por
consumidores e empresários têm um percentual entre 46,6% e 32,3% de carga tributária, uma das
mais elevadas do mundo.
Conforme publicações de 2009 a 2016 da Receita Federal do Brasil relativas à carga tributária
brasileira e analisando apenas o ano de 2016, pode-se constatar que o Brasil ocupa o 23º lugar
num rol de 33 países da OCDE, ou seja, a carga tributária em 2016 correspondeu a 32,1% do PIB.
Nessa análise, os países que se destacam com índices superiores a 40% do PIB são: Dinamarca
(46,6%), França (45,5%), Bélgica (44,8%), Finlândia (44,0) Áustria (43,5%), Itália (43,3%) e
Suécia (43,3%). Ainda que estes índices sejam bem superiores aos índices do Brasil, o que se
conclui favoravelmente é que a qualidade dos serviços públicos desses mesmos países é também
infinitamente superior. O mesmo não podemos falar do Brasil: há décadas os principais serviços
ofertados à população brasileira, principalmente os ligados à saúde, educação, segurança e ao
transporte são extremamente precários. Não vislumbramos em um curto prazo que tais situações
possam ser revertidas em benefício da população brasileira.
23
Unidade I
Todos esses dados poderão ser verificados no gráfico 1 a seguir, onde são apresentados os percentuais
de carga tributária dos países da OCDE de 2015 (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2016).
24
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
As pessoas jurídicas em geral com fins econômicos estão sujeitas ao pagamento do imposto de
renda pelo regime de lucro real, presumido, arbitrado ou simples. Qualquer pessoa jurídica, por menor
que seja, pode optar pela tributação com base no lucro real. A tributação com base no lucro presumido
ou a opção pelo Simples nem sempre é possível em razão do montante da receita bruta, atividade ou
condição da pessoa jurídica.
Figura 7
A tributação com base no lucro real pode ser por opção ou por obrigação. As pessoas jurídicas não
enquadradas no art. 14 da Lei nº 9.718/98 terão a possibilidade de optar pela tributação com base no
lucro presumido. O impedimento leva em conta: receita bruta total, tipos de atividades, procedência de
rendimentos, entre outros.
A tributação pelo lucro real, seja por opção ou obrigação, requer a manutenção da escrituração de
livros comerciais e fiscais na forma determinada por lei. Não basta, todavia, simplesmente a manutenção
da escrituração na forma das leis comerciais e fiscais se a pessoa jurídica não mantiver a documentação
que embasou a escrituração. O art. 47 da Lei nº 8.981/95 enumera as hipóteses em que o lucro da pessoa
jurídica será arbitrado.
25
Unidade I
Nem sempre a opção pelo Simples é mais vantajosa que a tributação pelo lucro presumido ou
lucro real. Nos cálculos comparativos, devem ser levados em conta o IRPJ, a CSLL, o PIS, a Cofins e a
contribuição para o INSS.
De acordo com o novo Código Civil, as empresas podem ser constituídas como sociedades simples e
sociedades empresárias. Quanto à natureza jurídica, elas podem constituir‑se em sociedades simples limitada,
sociedade empresária limitada e sociedade anônima. Existem, ainda, as sociedades em nome coletivo,
sociedade em comandita simples e sociedade em comandita por ações. Estas, em razão da complexidade e
atribuição de maior responsabilidade aos seus sócios, estão em extinção. Há também a Sociedade em Conta
de Participação (SCP) e sua constituição não está sujeita às formalidades legais prescritas para as demais
sociedades, não sendo necessário o registro de seu contrato social na Junta Comercial.
Conforme preceitua o Código Civil, geralmente as sociedades em nome coletivo são constituídas
por um prazo determinado, com o objetivo de explorar um projeto específico. Após o cumprimento do
objetivo, a sociedade se desfaz e a sua formação pode ocorrer quando duas ou mais pessoas, pelo menos
uma delas sendo comerciante, se reúnem sem firma social, para obter lucro comum, em uma ou mais
operações de comércio determinadas, trabalhando um, alguns ou todos em seu nome individual para o
fim social, em que a associação assume o nome de sociedade em conta de participação, sendo regulada,
a partir do Novo Código Civil, pelos artigos 991 a 996 do referido código (Lei nº 10.406/2002).
As sociedades simples são um tipo societário introduzido pelo Código Civil de 2002, vindo, de certa
forma, a substituir a antiga sociedade civil. Com a vigência do atual diploma civil, que diminuiu a
flexibilidade da sociedade limitada, observou‑se uma crescente adoção da forma típica de sociedade
simples nos pequenos negócios. A sociedade simples, caracterizada como personificada e não empresária,
quer dizer que é constituída como uma pessoa jurídica, com fins econômicos, e o termo “não empresária”
identifica que as sociedades simples são de caráter pessoal, ou seja, existe uma estreita relação entre
as atividades desenvolvidas e a especialidade de seus sócios. Nessa condição estão as sociedades de
dentistas, médicos, advogados, engenheiros etc. Os objetivos sociais são realizados pelo atrelamento e
pela supervisão de seus sócios. É importante ainda mencionar que o surgimento da sociedade simples
reduziu a flexibilidade quando ela se organizava no antigo conceito de sociedade civil limitada, pois
agora a responsabilidade de seus sócios podem se caracterizar como “responsabilidade ilimitada”, ou
seja, os sócios podem responder ilimitadamente pelo saldo devedor na proporção de suas participações.
Esse tipo de sociedade determina que o caráter econômico ou o objetivo social é impessoal, ou
seja, as atividades que são desenvolvidas estão apartadas da figura dos seus sócios. A sociedade
empresária adquire vida própria independentemente de seus sócios. Nessa condição estão as
26
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
empresas comerciais, cujos registros constitutivos são feitos nas Juntas Comerciais dos seus
respectivos estados.
De acordo com os objetivos sociais, as empresas podem enquadrar‑se para fins tributários em
microempresas, empresas de pequeno porte e demais empresas que podem ser tributadas pelo
lucro presumido, quando não obrigadas à tributação pelo lucro real, e em lucro real por opção ou
quando obrigadas.
Por ser uma lei complementar, abrange não só o regime tributário diferenciado, estabelecido
em Lei e denominado Simples Nacional, bem como todos os aspectos relacionados às licitações
públicas, relações trabalhistas, estímulo ao crédito, à capitalização de recursos, à inovação, entre
outros mais.
Existe ainda o Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN), criado pelo Decreto nº 6.038, de 7 de
fevereiro de 2007, e ligado ao Ministério da Fazenda, sendo formado por representantes da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios.
É classificado como MEI o empresário individual que tenha obtido receita bruta, no ano‑calendário
anterior, no valor de até R$ 81.000,00, optante pelo Simples Nacional (Redação dada pela Lei
Complementar 155 de 27 de outubro de 2016 e Resolução do CGSN nº 135 de 22 de agosto de 2017).
27
Unidade I
3 SIMPLES NACIONAL
Lembrete
Como poderemos fazer essa opção? Ela só poderá ser feita, pela internet, no portal do Simples
Nacional, não podendo ser anulada para todo o ano‑calendário e somente no mês de janeiro, até o seu
último dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do ano‑calendário da opção.
Não são todas as empresas que podem optar pelo Simples Nacional, existem restrições. Para isso, veja a
seguir quais pessoas jurídicas não podem optar, de acordo com o §4º, artigo 3º, da LC nº 123/06 (BRASIL, 2006):
A LC nº 123/06 também relaciona as vedações ao Simples Nacional, conforme preceitua a lei (BRASIL,
2006): empresas que tenham pessoas jurídicas em sua composição do capital social; empresas que sejam
filiais, sucursais, agências ou representação no país de pessoa jurídica cuja sede é no exterior; empresas
que tenham como sócio pessoa física que participe de outra empresa que não esteja tributada com base
nos termos da LC nº 123/06, desde que a receita ultrapasse o limite de R$ 4.800.000,00; empresa cujo
28
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
sócio ou titular participe com mais de 10% do capital social de outra empresa não beneficiada pela LC
nº 123/06, desde que a receita bruta seja superior a R$ 4.800.000,00; empresa constituída com atividade
de cooperativas, exceto as de consumo.
Não poderão optar pelo Simples Nacional as ME e as EPP que, embora exerçam diversas atividades
permitidas, também exerçam pelo menos uma atividade vedada, independentemente da relevância da
atividade impeditiva.
Pode optar pelo Simples Nacional a firma individual ou sociedade que não se enquadre em nenhuma
das vedações da LC 123 de 2006 elencados no item anterior.
O § 1o. do art. 17 da LC nº 123, de 2006, expressamente permite optar pelo SIMPLES Nacional as
empresas que tenham por atividades (BRASIL, 2006): creches, pré‑escolas, estabelecimentos de ensino
fundamental, técnicas, profissionais e de ensino médio escolas de línguas estrangeiras, escolas de artes,
técnicas de pilotagem, preparatório para concursos, gerenciais e escolas livres; agências de correios
que sejam terceirizadas, agências de viagens e turismo; centro de formação de condutores; transporte
municipal de passageiros; agências lotéricas; instalação, reparo e manutenção em geral, bem como
usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais.
29
Unidade I
No Simples Nacional, diversos impostos são abrangidos e recolhidos por meio de um único
documento, denominado DAS (Documento de Arrecadação do Simples). A lista é bastante extensa,
porém destacamos os principais (BRASIL, 2006):
• IRPJ;
• CSLL;
• Cofins;
• ISS.
Não são abrangidos pelo Simples Nacional e, portanto, deverão ser recolhidos em conformidade com
as demais empresas (BRASIL, 2006):
• II (Imposto de Importação);
• Imposto de Renda sobre os ganhos de capital auferidos na alienação de bens do ativo permanente;
30
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Saiba mais
Desde 2006, quando foi criado o Simples Nacional, até 2017, as alíquotas eram fixas por faixas de
faturamento e enquadramento das atividades em comércio, indústria e serviços.
A partir do exercício de 2018, há uma mudança substancial na forma de obtenção das alíquotas para
cada faixa de enquadramento, ou seja, comércio, indústria e serviços.
As alíquotas agora são progressivas e com desconto fixo; sua obtenção leva em consideração a
receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao período de apuração.
Para um faturamento acumulado dos últimos 12 meses de R$ 500.000,00, a alíquota aplicável sobre
o faturamento no mês de R$ 20.000,00 era de 6,84%, e valor do imposto a recolher de R$ 1.368,00.
Cálculo obtido conforme Anexo I – Comércio.
Receita Bruta
em 12 meses Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ICMS
(em R$)
De 360.000,01
a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%
31
Unidade I
Receita bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a deduzir (em R$)
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% 13.860,00
Receita bruta nos 12 meses anteriores ao período de apuração de R$ 500.000,00 e cuja receita
do mês de R$ 20.000,00:
A nova sistemática de cálculo exige muita atenção para as atividades de serviços que estão
estabelecidas nas tabelas ou Anexos III, IV e V, observando os diversos tipos de serviços.
Por exemplo, uma empresa de serviço de Fisioterapia, que é tributada pelo Anexo V e cujo anexo
possui uma carga tributária elevada, poderá valer-se da Tabela ou Anexo III com uma tributação menor,
desde que o fator “r” que a relação da folha de pagamento acumulada dos 12 meses anteriores ao
período de apuração e o Faturamento Bruto acumulado dos 12 meses anteriores ao período de apuração
sejam iguais ou superiores a 28%.
O objetivo do governo é privilegiar com alíquotas menores as empresas que têm um maior número
de funcionários registrados.
Empresa A – Fisioterapia
32
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Enquadramento: Anexo V
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)
Receita Bruta nos 12 meses anteriores ao período de apuração de R$ 400.000,00 e cuja receita
do mês de janeiro é de R$ 25.000,00:
Empresa B – Fisioterapia
• Folha de Salários Acumulada dos 12 meses anteriores ao período de apuração igual a R$ 115.000,00.
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 13,50% 17.640,00
33
Unidade I
• Receita Bruta nos 12 meses anteriores ao período de apuração de R$ 400.000,00 e cuja receita do
mês de janeiro de R$ 25.000,00.
Concluindo, a empresa cuja razão entre a folha de salários e faturamento dos 12 meses
anteriores ao período de apuração é igual ou superior a 28% tem uma tributação favorecida,
conforme exemplo acima citado.
A determinação das alíquotas ou percentuais aplicáveis sobre a receita bruta mensal a ser tributada
no Simples Nacional é feita tendo como base as tabelas progressivas por ramo de atividades contidas
nos Anexos de I a V, a seguir (BRASIL, 2017):
Tabela 6 – Anexo I da Resolução CGSN nº 94, de 2011. (art. 25-A, § 1º, inciso I)
(vigência: 01/01/2018) Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Comércio
Valor a Deduzir
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota (em R$)
1ª Faixa Até 180.000,00 4,00% -
34
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Tabela 7 – Anexo II da Resolução CGSN nº 94, de 2011. (art. 25-A, § 1º, inciso II)
(vigência: 01/01/2018) Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Indústria
Valor a deduzir
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota (em R$)
1ª Faixa Até 180.000,00 4,50% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,80% 5.940,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,00% 13.860,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 11,20% 22.500,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,70% 85.500,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,00% 720.000,00
Valor a deduzir
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota (em R$)
1ª Faixa Até 180.000,00 6,00% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 11,20% 9.360,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 13,50% 17.640,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 16,00% 35.640,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21,00% 125.640,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 648.000,00
5 - agência lotérica;
10- fisioterapia;
36
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Importante observar que, quando o fator “r” for inferior a 28%, a tributação será realizada pelo
Anexo V.
Valor a Deduzir
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota (em R$)
1ª Faixa Até 180.000,00 4,50% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 9,00% 8.100,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,20% 12.420,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 14,00% 39.780,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 22,00% 183.780,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 828.000,00
Tabela 10 – Anexo V da Resolução CGSN nº 94, de 2011. (art. 25-A, § 1º, inciso V)
(vigência: 01/01/2018) Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Receitas de prestação de
serviços descritos no inciso V do § 1º do art. 25-A, quando o fator “r” for inferior a 28%
Valor a Deduzir
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota (em R$)
1ª Faixa Até 180.000,00 15,50% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 18,00% 4.500,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 19,50% 9.900,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,50% 17.100,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23,00% 62.100,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,50% 540.000,00
1 - medicina veterinária;
7 - jornalismo e publicidade
Todos os serviços abrangidos pelo Anexo V estão sujeitos ao fator “r”, que representa o resultado da
divisão da massa salarial pelo faturamento nos últimos 12 meses. Quando for igual ou superior a 28%,
a tributação será também na forma do Anexo III da Lei Complementar 123/2006.
Quando o fator “r” for menor ou igual a 28%, então a tributação desses serviços fica sujeita às
alíquotas do Anexo V.
As tabelas progressivas Anexos I a V referem-se à receita bruta acumulada dos últimos 12 meses,
obedecendo ao regime de competência ou receita bruta dos últimos 12 meses pelo regime de caixa,
permitido desde 2009.
Quando uma empresa estiver em início de atividades no próprio ano-calendário da opção pelo
Simples Nacional, para efeito de determinação da receita bruta nos últimos 12 meses, a empresa deverá
tomar como receita acumulada a do próprio mês de início de suas atividades multiplicada por 12 meses.
Nos 11 meses posteriores ao do início da atividade, deverá ser utilizada a média aritmética da receita
bruta total dos meses anteriores ao do período de apuração, multiplicado por 12.
Exemplificando: uma microempresa comercial, no mês de janeiro de 2018, obteve a receita de vendas
de mercadorias no valor de R$ 20.000,00. Para determinar a alíquota que deverá ser aplicada sobre a
base de cálculo de R$ 20.000,00, deverá obedecer ao seguinte procedimento:
Valores a serem considerados:
Receita bruta nos 12 meses anteriores ao período de apuração de R$ 240.000,00 e cuja receita do
mês de janeiro de 2018 de R$ 20.000,00:
39
Unidade I
Observe que todos os serviços elencados no Anexo V estão sujeitos ao fator “r”, e, quando inferior a
28%, os percentuais do Anexo V é que devem ser aplicados.
Quando o fator “r” for igual ou superior a 28%, para esses mesmos serviços descritos no Anexo V,
devem ser então tomados os percentuais do Anexo III, cuja tributação é inferior.
Como afirmamos anteriormente, o governo incentiva ou reduz a carga tributária das empresas com
maior número de empregados.
Alguns serviços descritos no Anexo III estão também sujeitos ao fator “r”; procedimentos idênticos
devem ser observados se menor, igual ou maior que 28%: fisioterapia, arquitetura e urbanismo, medicina,
inclusive laboratorial, e enfermagem; odontologia e prótese dentária; psicologia, psicanálise, terapia
ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de
leite; administração e locação de imóveis de terceiros, academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes
marciais; academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes; elaboração de
programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento
do optante; planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, desde que
realizados em estabelecimento do optante; empresas montadoras de estandes para feiras; laboratórios
de análises clínicas ou de patologia clínica; serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem,
registros gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética.
Concluindo, quando o fator “r” for igual ou maior, aplica-se os percentuais do anexo III.
Quando inferior a 28%, para esses serviços, ainda que descritos no Anexo III, aplicar-se-ão os
percentuais do Anexo V.
As atividades especificadas no Anexo V também são beneficiadas pela redução da carga tributária
quando há um maior número de empregados.
40
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Exemplificando:
• Receita Bruta nos 12 meses anteriores ao período de apuração de R$ 800.000,00 e cuja receita do
mês de janeiro de R$ 50.000,00.
Empresa B
• Receita Bruta nos 12 meses anteriores ao período de apuração de R$ 800.000,00 e cuja receita do
mês de janeiro de R$ 50.000,00.
41
Unidade I
Outra situação especial que existe no Simples Nacional é o estabelecimento de “sublimites” para
fins de recolhimento de ICMS. Os sublimites são faixas diferenciadas de receita bruta que podem ser
adotadas pelos estados e Distrito Federal, para efeito de recolhimento de ICMS e ISS.
Quando estados e munícipios não adotam o novo teto do Simples Nacional, atualmente de R$
4.800.000,00, as empresas podem continuar aderindo ao Simples Nacional, no entanto, não podem
ultrapassar a receita bruta anual de R$ 3.600.000,00.
Quando ultrapassada a importância de R$ 3.600.000,00, terão que recolher o ICMS e ISS fora da
sistemática do Simples Nacional. Apesar de ultrapassado o sublimite de R$ 3.600.000,00, a EPP não será
excluída do Simples Nacional, mas não deve ultrapassar o limite de 20% de R$ 3.600.000,00, igual a
R$ 720.000,00, ou seja, não pode ultrapassar o valor de R$ 4.320.000,00, quando no exercício seguinte
os impostos de ICMS e ISS serão recolhidos fora do Simples Nacional.
Para o ano de 2018 são os seguintes sublimites, de acordo com a Lei Complementar 94/2011
e 137/2017:
Ainda quanto à aplicação das tabelas progressivas dos Anexo I a V, deve ser verificada a condição
da empresa participante do Simples Nacional, se as mercadorias comercializadas estão na condição de
substituição tributária.
Importante dizer que as empresas optantes do Simples Nacional se sujeitam integralmente às normas
da Substituição Tributária, não havendo benefícios pela sua condição de pequena empresa.
42
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Essa forma de tributação antecipada alcança as empresas do simples pelo fato de a Lei Complementar
123/06 não ter tratado as operações sujeitas ao regime de substituição tributária (LC 123/06, artigo 13,
Parágrafo 1º, inciso XIII, letras “a” e “g”).
Essa situação culminou numa carga tributária maior para os produtos abrangidos pela substituição
tributária, principalmente no que tange o ICMS. Somente através da Lei Complementar 128/08 e da
Resolução 61/2009 da CGSN – Comitê de Gestão do Simples Nacional é que foram permitidas alterações
a partir de 1º agosto de 2009 no cálculo do ICMS-ST, ou seja, descontar o ICMS sobre a operação própria.
Exemplificando: uma empresa situada em São Paulo e optante do Simples Nacional efetua vendas
de produtos sujeitos à Substituição Tributária – ST a contribuintes situados simultaneamente em São
Paulo e Paraná.
Tabela 11
Com relação ao credito de ICMS, as empresas que adquirem mercadorias de empresas optantes
pelo Simples Nacional podem creditar-se do ICMS calculado na Operação, conforme disposto na Lei
Complementar 123/06, entendendo-se que os percentuais de créditos são aqueles do Anexo I (Comércio)
e Anexo II (Indústria).
Para empresa submetida ao Simples Nacional e tributada pelo ICMS em valores fixos mensais, não
poderá ser aproveitado o crédito de ICMS.
43
Unidade I
A retenção do PIS/Cofins/CSLL por serviços prestados (Lei 10.833/2003) não será exigida na
hipótese de pagamentos efetuados a pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional em relação
às suas receitas próprias (IN RFB 765/2007).
As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional ficam dispensadas
do pagamento das demais contribuições instituídas pela União, ficando ainda dispensadas das
contribuições para as entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao
sistema sindical, de que trata o artigo 240 da Constituição Federal e demais entidades de serviço
social autônomo.
Caso tenha havido a retenção na fonte do ISS, ela será definitiva e deverá ser deduzida da
parcela do Simples Nacional correspondente, que será apurada, tomando-se por base as receitas
de prestação de serviços que sofreram tal retenção, não sendo o montante recolhido na forma do
Simples Nacional objeto de partilha com os municípios.
As ME e EPP optantes pelo Simples Nacional não poderão segregar como receitas sujeitas à
retenção aquelas recebidas pela prestação de serviços que sofrerem retenção do ISS na fonte, na
forma da legislação do município, nas hipóteses em que não forem observadas as disposições do
artigo 3º da Lei Complementar 116/2003.
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PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Com relação aos tributos federais PIS, Cofins e CSLL, as empresas participantes do Simples Nacional
não as retêm e não são delas retidas.
3.7 INSS
A pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional que prestar serviço mediante cessão de mão de
obra ou empreitada está sujeita à retenção de 11% sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura, ou
do recibo de prestação de serviços (segundo a Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil nº
761/07) (BRASIL, 2007c).
No valor devido em cada mês a título de Simples Nacional apurado com os Anexos IV e V, não
está incluído o valor do INSS patronal que deverá ser recolhido de acordo com a legislação de
regência. Na aplicação do Anexo V, a empresa terá de apurar a relação percentual entre os salários
e encargos dos 12 meses com a receita bruta do mesmo período. De acordo com a relação obtida,
será aplicada a alíquota.
3.8 IRRF
O § 12 do art. 18 da LC nº 123 de 2006 dispõe que, na apuração do montante devido no mês relativo
a cada tributo, a empresa que apure receitas de exportação de mercadorias terá direito à redução do
valor a ser recolhido, calculada nos termos da lei (BRASIL, 2006).
A substituição tributária do PIS e da Cofins ocorre nas revendas de combustíveis, produtos fármacos,
perfumaria, cigarros, refrigerantes etc. A redução é feita por meio da aplicação das alíquotas de PIS e
Cofins sobre a receita com substituição tributária ou exportação ao exterior, da linha que corresponder
à receita bruta total. Assim, o comerciante que revende produtos farmacêuticos com substituição
tributária de PIS e Cofins e que esteja na alíquota de 8,45% aplicará esse percentual para a receita total
do mês e reduzirá o resultado da aplicação dos percentuais de 0,28% para o PIS e 1,17% para a Cofins
sobre a receita do mês com substituição tributária.
45
Unidade I
A Lei não permite excluir da tributação as receitas imunes, isentas, não tributadas ou
alíquota zero. As empresas industriais, ao aplicarem a tabela do Anexo II, pagam o IPI ainda
que a totalidade de suas receitas estejam classificadas como não tributadas. As milhares de
livrarias existentes no Brasil têm imunidade de ICMS e isenção de PIS e Cofins, mas no Simples
Nacional pagam esses tributos.
Como os anexos trazem as alíquotas de cada imposto ou contribuição, fica mais fácil questionar, no
Judiciário, a cobrança de ICMS, PIS e Cofins sobre a receita da venda de livros, o IPI sobre a receita de
produtos classificados como NT na legislação de IPI e assim por diante.
O Recolhimento dos tributos devidos em cada mês será feito em um único documento de arrecadação
instituído pelo Comitê Gestor, com códigos específicos para cada espécie de receita discriminada no §
4o do art. 18 da LC. Assim, se a empresa tiver receita de revenda de peças e acessórios para veículos e
receita de conserto de veículos, o documento único de arrecadação terá dois códigos (art. 21 da LC nº
123) (BRASIL, 2006).
As pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional, por recolherem os impostos e as contribuições
em único documento de arrecadação, não tem como compensar o imposto retido na fonte. Por essa
razão, não estão sujeitas à retenção do imposto de renda sobre as receitas decorrentes de serviços
prestados. A maioria das atividades cujas receitas de prestação de serviços tem incidência do imposto
na fonte está excluída da opção pelo regime.
Saiba mais
46
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
A partir de 2015, as empresas optantes pelo Simples Nacional que façam exportação de bens e
serviços poderão auferir receita bruta anual de até R$ 7,2 milhões, sendo R$ 3,6 milhões no mercado
interno e R$ 3,6 milhões no mercado externo.
A empresa que contrata MEI para prestar serviços diferentes de hidráulica, eletricidade, pintura,
alvenaria, carpintaria e de manutenção ou reparo de veículos, não está mais obrigada ao registro na
GFIP e ao recolhimento da cota patronal de 20% (o art. 12 da LC nº 147/2014 revogou retroativamente
essa obrigatoriedade).
Todavia, quando houver os elementos da relação de emprego, o MEI deverá ser considerado
empregado para todos os efeitos.
Adicionalmente, a resolução ratifica que o MEI não pode prestar serviços na modalidade de cessão
de mão de obra.
4 RETENÇÕES NA FONTE
Apresentaremos aqui as normas de Retenções na Fonte de Imposto de Renda Retido na Fonte, PIS,
Cofins E CSLL.
As retenções dos diversos impostos e tributos federais têm como objetivo antecipar os respectivos
recolhimentos, garantindo para o governo um melhor fluxo de arrecadação.
Existem diversas formas de cálculo e recolhimento que incidem sobre os mais variados tipos de serviços,
bens ou direitos; as empresas de serviços ou vendedoras de bens estão obrigadas a essas antecipações.
Com relação à retenção de Imposto de Renda, temos que distinguir dois regimes atuais existentes:
• Retenção exclusiva.
• Retenção por antecipação do imposto que será ajustado na Declaração de Rendimentos do Contribuinte.
No regime de retenção exclusiva na fonte, o imposto devido é retido pela fonte pagadora, que
entrega o valor líquido ao beneficiário.
Do ponto de vista legal, a fonte pagadora substitui o contribuinte no momento que surge a obrigação
tributária. A responsabilidade é exclusiva da fonte pagadora, embora o beneficiário receba o valor líquido
e, desta forma, arque com o ônus do imposto.
47
Unidade I
Um exemplo de retenção exclusiva é o IRRF sobre aplicações financeiras por empresas tributadas
pelo Simples Nacional.
A apuração definitiva do IR será efetuada pelo contribuinte pessoa física na declaração de ajuste
anual, e, pessoa jurídica, na data prevista para o encerramento do período de apuração em que o
rendimento for tributado, seja trimestral, mensal estimado ou anual.
As retenções de CSRF devem ser realizadas nos pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas e
outras pessoas jurídicas de direito privado pela prestação de serviços de:
• Serviços de limpeza.
• Conservação.
• Manutenção.
• Segurança.
• Vigilância.
• Factoring.
• Pela remuneração de serviços profissionais, conforme definição prevista no artigo 647 RIR /99.
A retenção incidirá sobre qualquer forma de pagamento, inclusive os pagamentos antecipados por
conta de prestação de serviços para entrega futura.
Os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas de direito privado pela
prestação de serviços de informações cadastrais para fins de crédito e que são utilizados para subsidiar
a concessão ou extensão de crédito, a realização de vendas a prazo ou outras transações comerciais e
48
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
empresariais que impliquem risco financeiro ao consulente ou para a execução de análise de risco de
crédito do cadastrado (Serasa e similares) sujeitam-se às retenções especificadas.
Conceito de serviços
III – de segurança e/ou vigilância os serviços que tenham por finalidade a garantia da integridade
física de pessoas ou a preservação de valores e de bens patrimoniais, inclusive escolta de veículos de
transporte de pessoas ou cargas.
O valor da retenção das CSRF será determinado mediante a aplicação, sobre o valor bruto da nota
ou documento fiscal, do percentual de 4,65%, que corresponde à soma das alíquotas de 1% para CSLL,
0,65% para o PIS, e 3% para a COFINS.
49
Unidade I
Os valores retidos serão considerados como antecipação do que for devido pelo prestador de serviço
que sofreu a retenção.
Regra geral, os valores retidos poderão ser compensados ou deduzidos das contribuições devidas da
mesma espécie, porém, de acordo com a Lei 11.727/08, é permitida quando não for possível a dedução
dos valores a pagar das respectivas contribuições, dos demais tributos administrados pela Secretaria da
Receita Federal. (Instrução Normativa RFB nº 1300/12).
Algumas receitas auferidas pelas pessoas jurídicas são recebidas com desconto de imposto de renda
retido pela fonte pagadora. São exemplos das receitas:
• De prestação de serviços de natureza profissional; Artigo 647 RIR /99, retenção de 1,5 % sobre as
importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas.
2. advocacia;
4. análises técnicas;
5. arquitetura;
7. assistência social;
8. auditoria;
9. avaliação e perícia;
50
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
12. consultoria;
13. contabilidade;
15. economia;
19. estatística;
20. fisioterapia;
21. fonoaudiologia;
22. geologia;
23. leilão;
24. medicina (exceto a prestada por ambulatório, banco de sangue, casa de saúde, casa de recuperação
ou repouso sob orientação médica, hospital e pronto-socorro);
26. odontologia;
29. planejamento;
30. programação;
31. prótese;
33. química;
51
Unidade I
39. urbanismo;
40. veterinária.
3. Distribuição de emissão de valores mobiliários, quando a pessoa jurídica atuar como agente da
companhia emissora.
4. Operações de câmbio.
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PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Exemplo:
Deve-se observar que a retenção sobre serviços de limpeza e conservação incidirá quando realizado
em bens imóveis.
• Aplicações de Renda Fixa e Variável, temos que distinguir os seguintes tipos de aplicações financeiras:
- Títulos de renda fixa públicos: Notas do Tesouro Nacional (NTN); Bônus do Banco Central
(BBC); Títulos da Dívida Agrária (TDA); Títulos estaduais e municipais.
- Títulos de renda fixa privados (São emitidos por instituições ou empresas de direito privado: Letras
de Câmbio (LC); Letras Hipotecárias (LH); Certificados de Depósito Bancário (CDB); Recibos
de Depósito Bancário (RDB); Debêntures.
O IRRF incidente sobre os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa pago sobre
os ganhos líquidos mensais será deduzido do imposto devido no encerramento de cada período
53
Unidade I
Renda variável
Esses títulos são negociados em bolsas de valores, sendo que os mais comuns são:
• as ações;
Alíquotas aplicáveis
O IRRF incidente sobre os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa pago sobre
os ganhos líquidos mensais será deduzido do imposto devido no encerramento de cada período
de apuração do IRPJ ou na data da extinção da pessoa jurídica, no caso de empresas tributadas
com base no Lucro Real, Presumido ou Arbitrado. Nesta hipótese, o imposto será registrado em
conta do subgrupo de Impostos a Recuperar no grupo Ativo Circulante (AC), ou Não Circulante,
denominado IRRF a Recuperar (AC).
— Alíquota aplicável.
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PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
— Quando pago à pessoa física, pessoa jurídica isenta ou optante do simples nacional , o imposto
é considerado tributação definitiva ou exclusivamente na fonte, não sendo recuperável o valor
do imposto retido.
— Quando pago à pessoa jurídica tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado, o imposto
de renda retido será deduzido do valor apurado no encerramento do período de apuração
trimestral ou anual.
— As importâncias pagas às pessoas jurídicas a títulos de juros e indenizações por lucros cessantes,
decorrentes de sentença judicial, estão sujeitas a alíquota de 5%.
— A disposição está prevista na Solução de Consulta 372/14 da Cosit- Coordenação Geral de Tributação.
• Multas ou quaisquer outras vantagens pagas ou creditadas pela empresa, ainda que a titulo de
indenização, em virtude de rescisão de contrato:
Os órgãos públicos federais, estaduais, municipais e Distrito Federal são obrigados a efetuar
retenções na fonte do Imposto de Renda, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, da Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep sobre os
pagamentos efetuados às pessoas jurídicas, pelo fornecimento de bens ou prestação de serviços em
geral, inclusive obras.
Os seguintes órgãos e entidades da Administração Pública Federal que estão obrigadas a retenção
dos tributos:
• autarquias;
• fundações federais;
• empresas públicas;
• demais entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha maioria do capital social
sujeito a voto, e que recebam recursos do Tesouro Nacional e estejam obrigadas a registrar sua
execução orçamentária e financeira no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo
Federal – Siafi.
Os órgãos da administração pública do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios somente
poderão proceder à retenção das contribuições sociais (PIS/COFINS e CSLL) caso firmem convênio com
a Superintendência da Receita Federal.
O valor da retenção das CSRF será determinado mediante a aplicação, sobre o valor bruto da nota
ou documento fiscal, do percentual de 4,65%, que corresponde a soma das alíquotas de 1% para CSLL,
0,65% para o PIS, e 3% para a Cofins.
Quanto aos percentuais de 3,0 (Cofins) e 0,65 (PIS/Pasep), aplicam-se inclusive para as empresas
sujeitas ao regime não cumulativo ou regime de alíquotas diferenciadas.
Caso o pagamento se refira a contratos distintos de uma mesma pessoa jurídica pelo fornecimento
de bens ou serviços com percentuais diferenciados, aplicar-se-á o percentual correspondente a cada
fornecimento contratado.
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PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
A retenção será efetuada aplicando-se, sobre o valor que estiver sendo pago, o percentual constante
da tabela a seguir.
% A ser
Alíquotas aplicada
Natureza do bem fornecido ou do serviço prestado
(01) PIS/
IR CSLL COFINS PASEP (06)
(02) (03) (04) (05)
Alimentação;
Energia elétrica;
Serviços prestados com emprego de materiais;
Construção Civil por empreitada com emprego de materiais; 1,2 1,0 3,0 0,65 5,85
Serviços hospitalares;
Transporte de cargas, exceto os relacionados no código 8767;
Mercadorias e bens em geral.
Gasolina, óleo diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP) e querosene de
aviação (QAV) adquiridos de produtor ou importador;
Demais combustíveis derivados de petróleo e gás natural, e dos
demais produtos derivados de petróleo, adquiridos de produtor, 0,24 1,0 3,0 0,65 4,89
importador, distribuidor ou varejista;
Álcool etílico hidratado para fins carburantes, adquirido
diretamente do distribuidor.
Gasolina, exceto gasolina de aviação, óleo diesel e gás
liquefeito de petróleo (GLP) e querosene de aviação adquiridos
de distribuidores e comerciantes varejistas, e álcool para fins 0,24 1,0 0,0 0,0 1,24
carburantes quando adquirido, exclusivamente, de comerciante
varejista.
Transporte internacional de cargas efetuado por empresas
nacionais;
Estaleiros navais brasileiros nas atividades de Construção,
conservação, modernização, conversão e reparo de embarcações
pré-registradas ou registradas no REB, instituído pela Lei nº
9.432, de 08 de janeiro de 1997;
Aquisição de livros no mercado interno;
Medicamentos, produtos de perfumaria, de toucador e de
higiene pessoal a que se refere o art. 1º da Lei nº 10.147, de 2000,
com a redação dada pela Lei nº 10.548, de 2002, adquiridos de
atacadistas ou varejistas;
1,2 1,0 0,0 0,0 2,2
Pneus novos de borracha e Câmaras-de-ar de borracha,
classificados nas posições 40.11 e 40.13 da TIPI, adquiridos de
atacadistas e varejistas;
Máquinas, veículos e tratores de que trata o caput do art 20
desta IN e autopeças constantes do Anexo I e II, da Lei nº 10.485,
de 3 de julho de 2002, adquiridos de atacadistas e varejistas;
Água, refrigerante e cerveja sem álcool, classificados nos códigos
22.01 e 22.02 da TIPI, adquiridos de atacadistas e varejistas.
Outros produtos ou serviços beneficiados com isenção, não
incidência ou alíquotas zero da Cofins e da Contribuição para o
PIS/Pasep.
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Unidade I
Passagens aéreas, rodoviárias e demais serviços de transporte de 2,40 1,0 3,0 0,65 7,05
passageiros, exceto as relacionadas no código 8850.
Transporte internacional de passageiros efetuado por empresas 2,40 1,0 0,0 0,0 3,40
nacionais.
Serviços prestados por associações profissionais ou 0,0 1,0 3,0 0,65 4,65
assemelhadas.
Serviços prestados por bancos comerciais, bancos de investimento,
bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito,
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário,
e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas 2,40 1,0 3,0 0,65 7,05
de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de
seguros privados e de capitalização e entidades abertas de previdência
complementar.
Serviços de abastecimento de água;
Telefone;
Correio e telégrafos;
Vigilância;
Limpeza.
Locação de mão de obra; 4,80 1,0 3,0 0,65 9,45
Intermediação de negócios;
Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de
qualquer natureza;
Factoring;
Demais serviços.
Saiba mais
Resumo
Exercícios
B) Constitui procedimento dúbio que pode ser desqualificado e requalificado pela autoridade administrativa.
C) Constitui uma sucessão de atos ou negócios jurídicos realizados para dissimular a ocorrência do
fato gerador.
A) Alternativa correta.
Justificativa: elisão fiscal é a economia tributária lícita, realizada mediante toda e qualquer ação
prevista antes da ocorrência do fato gerador, que, sem violar a lei, reduz ou posterga impostos a pagar.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a elisão fiscal não gera dubiedade, desde que seja adotada em decorrência da própria
lei, que induz à economia de tributos, bem como pelo uso de lacunas e brechas existentes na própria lei.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: a elisão fiscal refere-se a atos contábeis e a sua forma de tratamento escritural é
anterior à ocorrência do fato gerador.
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PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: quanto à elisão fiscal, os contribuintes têm o direito de recorrer aos seus procedimentos
preferidos, ou aos mais adequados a sua realidade, autorizados ou não proibidos pela lei, ainda que, por
uma escolha mais adequada de tributação, venham a prejudicar o Tesouro.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: a elisão fiscal constitui mecanismo de economia fiscal tanto se permitida por lei quanto
quando o contribuinte opta por configurar seu negócio de tal forma que lhe recaia menor ônus tributário.
Questão 2. (CESGRANRIO 2011) A Comercial Lua e Meia Ltda., tributada pelo lucro presumido,
apresentou as seguintes informações ocorridas em suas atividades comerciais normais, em abril de 2010,
em reais:
A) 2.700,00.
B) 2.850,00.
C) 3.150,00.
D) 3.300,00.
E) 3.600,00.
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