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Governo do Estado do Rio de Janeiro

Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação


Fundação de Apoio à Escola Técnica

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇAO PROFESSOR ALDO MUYLAERT

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

DESAFIOS DE APRENDIZAGEM ENFRENTADOS POR UM ALUNO


SURDO NA REDE PÚBLICA

FRANSUELLEN CARVALHO CAETANO

Campos dos Goytacazes - RJ


2021
SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO.........................................................................3

2- JUSTIFICATIVA.......................................................................4

3- OBJETIVOS..............................................................................4

4- REVISÃO TEÓRICA.................................................................5

5- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................9

6- CRONOGRAMA.......................................................................9

7- REFERÊNCIAS.......................................................................10
1- INTRODUÇÃO

Desde a antiguidade a história do surdo é marcada por superações, afinal


de contas, desde quando a criança nascia e os pais descobriam sua deficiência, ela
era tratada como incompetente e anormal. Naquela época existia o pensamento de
que a linguagem falada seria a única maneira possível para o desenvolvimento da
aprendizagem, portanto necessário a audição, e quem não ouvisse então era tido
como um imbecil e miserável.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE)
divulgados em 2020, mais de 10 milhões de pessoas tem algum problema relacionado
a surdez, ou seja, 5% da população é surda.
Com esses dados é necessário repensar sobre a inclusão dessas pessoas
no âmbito social, principalmente no escolar, e prioritariamente de crianças surdas na
sala de aula. É de suma importância uma aprendizagem eficaz. Analisa-se que,
atualmente, muitos alunos surdos enfrentam dificuldades ao ingressarem numa
instituição de ensino, devido à falta de condições necessárias para receber esses
alunos, como a infraestrutura, e principalmente a falta de capacitação dos
profissionais. Segundo Fernandes (2006), o movimento inclusivo tem como objetivo
resgatar todos os alunos excluídos, com a argumentação de que a diversidade na
escola é um fator potencializador da aprendizagem no sentido acadêmico, relacional
e humano.
São muitas as dificuldades e desafios que a criança surda encontra ao
engajar-se no ambiente escolar, pois não ocorre a inserção das experiências prévias
e as peculiaridades de cada criança.
A seleção das práticas pedagógicos requerem estudos e conhecimentos
tanto teóricos quanto práticos para atender o perfil e as necessidades individuais e
coletivas de cada educando. O professor tem ali o papel primordial de conhecer seu
público antes de montar um plano que dure por todo o ano letivo, afinal de contas
imprevistos surgem no meio do processo e o professor precisa estar apto a resolvê-
los, a mudança precisa ser pensada não como algo a desestabilizar o professor com
o novo, mas um meio de se recriar para formação do bom resultado para com seu
aluno.
Segundo Mantoan (2002), analisando pela perspectiva inclusiva, o ato de
ensinar expressa a ideia de ressignificar, a saber:
O papel do professor, da escola, da educação e de práticas
pedagógicas que são usuais no contexto excludente do novo ensino,
em todos os seus níveis [...] a inclusão não cabe em um paradigma
tradicional de educação e, assim sendo, uma preparação do professor
nessa direção requer um design diferente das propostas de
profissionalização existentes e de uma formação em serviço que
também muda, porque as escolas não serão mais as mesmas, se
abraçarem esse novo projeto educacional (MANTOAN, 2002, p. 81).

2- JUSTIFICATIVA

A escolha desse tema se deu, pois, a aprendizagem inclusiva de alunos


surdos em uma escola, pois, a educação especial é um assunto que necessita de
mais luz e relevância, que representa hoje uma das grandes preocupações dos meios
educacionais e dos educadores. Analisando os desafios da educação especial
brasileira, onde há necessidade da implantação de uma educação de qualidade e
organização de escolas e profissionais que atendam a todos os alunos sem nenhum
tipo de discriminação e que reconheçam as diferenças como fator de enriquecimento
no processo educacional, portanto, faz-se necessário o estudo do mesmo.
Na LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 1996) diz que
o atendimento dos alunos com necessidades especiais deve ser, preferencialmente,
em classes comuns das escolas, inclusive em todos os níveis de educação.
O processo de aprendizagem do aluno surdo no ensino fundamental,
aborda o desafio que a criança surda encontra ao ingressar na escola, ressaltando
que grande é o quantitativo da população surda, as práticas pedagógicas inclusivas
no processo de aprendizagem explicam a necessidade da implantação de práticas
inclusivas para atendimento aos alunos especiais, ressaltando a importância do
professor para a ressignificação de todo o processo, além dos desafios e intervenções
que são necessárias de se utilizar nas práticas pedagógicas com alunos surdos.

3- OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL
Esse trabalho tem como objetivo geral, investigar o processo de ensino
aprendizagem dos alunos surdos na escola pública, para formação proficiente e
autônoma.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Caracterizar o processo de ensino aprendizagem do aluno com surdez;


 Apresentar o processo de ensino aprendizagem dos alunos surdos;
 Identificar as estratégias metodológicas que professores utilizam ao se depararem
com um aluno surdo.

4- REVISÃO TEÓRICA

O assunto sobre a educação especial representa hoje uma das grandes


preocupações dos meios educacionais e dos educadores. Analisando os desafios da
educação especial brasileira, onde há necessidade da implantação de uma educação
de qualidade e organização de escolas e profissionais que atendam a todos os alunos
sem nenhum tipo de discriminação e que reconheçam as diferenças como fator de
enriquecimento no processo educacional.
Os anos iniciais no ensino de uma criança é uma das etapas mais
importantes na vida da mesma, cujo processo consiste no ingresso em uma nova
etapa do ensino e que os conhecimentos obtidos, influenciarão para o restante de sua
vida acadêmica.
Nessa fase, se faz necessário, uma atenção redobrada aos estudantes,
para que o aprendizado aconteça, porém grande parte das escolas não possuem
projetos de inclusão para surdos, e esses alunos acabam sendo prejudicados, pois
não recebem um atendimento especializado e que estejam de acordo com a sua
realidade.
No sistema educacional do Brasil as crianças surdas encontram outro
desafio, pois as escolas não possibilitam as mesmas condições pedagógicas para
alunos surdos comparadas com os alunos ouvintes, visto que não falam a mesma
língua, ou seja, grande parte dos professores não dominam LIBRAS (Língua Brasileira
de Sinais), que seria a linguagem materna da criança surda.
De forma errônea ainda hoje alguns autores declaram que, a língua de
sinais é utilizada em termos como meio para ensino da leitura e escrita, não
considerando o verdadeiro direito da criança surda de usar sua própria língua. Ainda
afirmam que a língua visual- espacial é executada como apenas um método adicional
e não considerando devidamente sua totalidade linguística. Diante esta situação a
exclusão do surdo se agrava ainda mais, podendo ser tratado como desqualificados
a compreender a língua portuguesa em sua organização. A audição de qualidade é
um diferencial significativo para o processo de aprendizagem na aquisição de
informação e forma sequencial. Portanto, como aborda Vygotsky:

Nesse convívio, os surdos autoproduzem significados que lhes permitem


entender de que é diferente. Essa diferença, contraditoriamente, só pode ser
afirmada e vivida como tal, ao supor igualdade e reciprocidade. Daí a
importância de preservar o direito da pessoa surda de se desenvolver, através
de sua inserção em experiências condizentes com a heterogeneidade dos
processos humanos. (VYGOTSKY 1993, p. 33).

Pode-se perceber que a escola não está totalmente preparada para incluir
e ressignificar o ato de ensinar que seria, dar um novo significado para coisas que
eram vistas como sem significâncias, é necessário então repensar a organização do
ensino e principalmente o seu planejamento, entendendo que não somos todos iguais
e nossas diferenças trazem conhecimentos.
A Língua é um conjunto organizados de elementos que possibilita a
comunicação de um determinado grupo. Dessa forma, podemos vincular a língua ao
idioma, uma vez que este também é um código, mas que facilita o entendimento da
mensagem transmitida. Já a Linguagem é o mecanismo usado para transmitir nossos
sentimentos, conceitos e ideias, e também para entender a língua e outras
manifestações. Podemos entender então que a Libras não é uma linguagem, e sim
uma língua, pois é falada por um povo, possui regras, estruturas, sintaxe, semântica
e pragmática próprias e bem definidas.
Logo, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), têm o status de língua
segundo a Lei Federal nº. 10.436, de 2002 que a reconhece, “[...] como forma de
comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora,
com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de
ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.” (BRASIL,
2002, p).
A educação inclusiva é um desafio, no qual a escola, por todos seus
componentes, é parte fundamental para o sucesso, assim sendo necessária a
modernização, a atualização do sistema tradicional e excludente.
Conforme Comenius (2012), qualquer escola que deseje seguir uma
Educação Inclusiva terá de desenvolver:

Políticas, práticas e culturas que respeitem a diferença e a


contribuição activa de cada aluno para a construção de um
conhecimento partilhado. Procura por esse meio alcançar, sem
discriminação, a qualidade acadêmica e contexto sociocultural de
todos os alunos (COMENIUS, 2012, p. 2).

É necessário levar em consideração também a importância da ajuda de


profissionais qualificados, tanto para as orientações quanto as implementações de
práticas inclusivas, contemplando o uso de recursos didáticos com informações
detalhadas quanto à adequação de ferramentas de caráter mais lúdico e interativo.
Segundo os autores Papim, Araújo, Paixão e Silva (2018) destacam que:

O professor deve ter as estratégias para realizar uma metodologia


satisfatória que seja inclusiva. Para isso, a instituição educativa deve
ser ativamente participante da construção de um currículo flexível e
adaptado à realidade dos estudantes, com diferentes tipos de ensino
e avaliação, segundo suas competências (PAPIM; ARAÚJO; PAIXÃO
E SILVA, 2018, p. 18).

Para os alunos surdos, que é o foco deste trabalho, é importante a


disponibilidade de práticas pedagógicas inovadoras as quais tenham relação com os
anseios dos mesmos, seus interesses devem ser observados para que ele tenha
prazer em aprender e transformar sua aprendizagem em significativa .Juntamente
com o aprimoramento de práticas educacionais que venham atender as suas
necessidades especificas , o professor precisa estar atento a todo momento no olhar
a esse aluno , pronto para adaptar suas propostas e materiais para um atendimento
qualificado.
Faz-se necessário a utilização de um Currículo flexível, estando dispostos
as mudanças que acontecem no processo, sendo o orientador/ mediador de todo
conhecimento, gerando no aluno autonomia e confiança.
Para Leite (1999):
[...] a “gestão flexível do currículo” tem subjacente o princípio da
importância da escola e dos professores na configuração curricular,
não implicando, portanto, uma estrutura organizacional única e
pressupondo, sim, uma ‘adequação do trabalho à diversidade dos
contextos e, simultaneamente, a promoção de um ensino de melhor
qualidade para todos “ 2 . Por esta e outras razões, expressei, na
altura, a minha adesão a esta forma de “fazer a escola” e de conceber
e viver o currículo. E é evidente que para essas outras razões
contribuíram os princípios em que se estrutura esta concepção
curricular e que se orientam na linha do que muitos de nós professores
há muito reclamávamos quando criticávamos a escola e a formação
que é oferecida.

Portando para a formação de um currículo flexível a participação de toda a


gestão escolar é fundamental para então assim gerar a mudança e a autonomia.
Para os autores anteriormente citados, a qualificação profissional é
imprescindível para identificar as dificuldades e limitações dos estudantes em sala de
aula, bem como propor alternativas inovadoras para a obtenção do conhecimento.
Entretanto, é corriqueiro os professores que atuam no ensino básico não receberem
incentivo à formação continuada, orientações pedagógicas, motivação, ou mesmo
disporem de tempo para planejar e desenvolver práticas pedagógicas dinâmicas e
diferenciadas em sala de aula.
Dentre as adaptações que cabem ao professor realizar em sua prática
educacional inclusiva. Garantindo o acesso e a permanência de todos os alunos na
escola: Alunos com necessidades educacionais especiais Adaptações Curriculares de
Pequeno Porte (2000, p. 10), produzido pelo Ministério da Educação e Secretaria da
Educação Especial, estão:

Criar condições físicas, ambientais e materiais para a participação do


aluno com necessidades especiais na sala de aula; Favorecer os
melhores níveis de comunicação interação do aluno com as pessoas
com as quais convive na comunidade escolar; Favorecer a
participação do aluno nas atividades escolares; Atuar para a aquisição
dos equipamentos e recursos materiais específicos necessários;
Adaptar materiais de uso comum em sala de aula; Adotar sistemas
alternativos de comunicação, para os alunos com impedidos de
comunicação oral, tanto no processo de ensino e aprendizagem como
no processo de avaliação; Favorecer a eliminação de sentimento de
inferioridade, de menos valia, ou de fracasso.

Nesse sentido, para que a inclusão dos alunos surdos na rede regular de
ensino aconteça respeitando os princípios de educar na diferença, modificações
devem ser pensadas.
5- PROCECDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia desse trabalho bibliográfico do ponto de vista da abordagem


caracteriza-se como qualitativa, pois busca a coleta de informações a partir de artigos
e conteúdos já publicados. Lakatos e Marconi (2003), confirmam os argumentos
anteriores ao declararem que a pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os
principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capazes de
fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema.

6- CRONOGRAMA

2021
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Escolha do
tema X
Leitura X X X X
Redação do
texto X X X
Orientação X X X X
Redação do
pré-projeto X X X
Entrega do
pré-projeto X
7- REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9.394, 20 de dezembro de


1996. Brasília, DF: Senado Federal. Planalto, 1996.

BRASIL. Ministério da Educação. Projeto Escola Viva: Garantindo o acesso e permanência


de todos os alunos na escola - Alunos com necessidades educacionais especiais adaptações
curriculares de grande porte. Brasília: Secretaria de Educação Especial, 2000.

COMENIUS, Estratégias e práticas em sala de aula inclusiva. 2012. Disponível em: . Acesso
em 15 de Julho de 2021.

FERNANDES, Sueli. Fundamentos para educação especial. Porto Alegre: Ibpex, 2006.

LAKATOS e MARCONI, Eva Maria e Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia


científica. 5. ed. - São Paulo: Atlas, 2003.

LEITE, Carlinda. A flexibilização curricular na construção de uma escola mais


democrática e mais inclusiva. Território Educativo, nº 7, Dez. 1999.

MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Produção de conhecimentos para a abertura das escolas
às diferenças: a contribuição do LEPED (Unicamp).In: ROSA, D.E.G;SOUZA,V.D. (orgs.).
Políticas organizativas e curriculares, educação inclusiva e formação de professores. (pp. 79-
93). Rio de Janeiro: DP&A. 2002.

PAPIM. Angelo Antonio Puzipe ;ARAÚJO. Mariane Andreuzzi; PAIXÃO. Kátia de Moura
Graça; SILVA. Glacielma de Fátima. Inclusão Escolar: perspectivas e práticas pedagógicas,
2018, p.18.

QUADROS, Dra. Ronice Müller de. O Tradutor e Intérprete de Língua Brasileira de Sinais
e Língua Portuguesa. Brasília: MEC, SEESP, 2005.

VYGOTSKY, L. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 33.

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