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série AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

Implementação
de Equipamentos
e Dispositivos
série AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

Implementação
de Equipamentos
e Dispositivos
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente

Diretoria de Educação e Tecnologia


Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia

SENAI-DN – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional


Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor-Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
Série AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

Implementação
de Equipamentos
e Dispositivos
© 2012. SENAI – Departamento Nacional

© 2012. SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul

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SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional do Rio Grande do Sul


Unidade Estratégica de Desenvolvimento Educacional – UEDE/Núcleo de Educação a
Distância – NEAD

FICHA CATALOGRÁFICA

S491i
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional
Implementação de equipamentos e dispositivos / Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Regional do Rio Grande do Sul. Brasília:
SENAI/DN, 2012.
162 p.: il. (Série Automação Industrial)

ISBN 978-85-7519-623-6

1.Máquina 2. Funcionamento 3.Controle I. Serviço Nacional de


Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional do Rio Grande do Sul. IITítulo .III.Série
CDU- 62-5

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Serviço Nacional de Setor Bancário Norte . Quadra 1 . Bloco C . Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen . 70040-903 . Brasília – DF . Tel.: (0xx61)3317-9190
Departamento Nacional http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 -  Diagrama da central eletrônica................................................................................................................18
Figura 2 -  Forno industrial de cozimento.................................................................................................................19
Figura 3 -  a) Válvula solenoide para área classificada; b) Válvula solenoide para área não classificada.....20
Figura 4 -  Símbolo do quadrado de fogo.................................................................................................................21
Figura 5 -  Processo de reação em cadeia..................................................................................................................21
Figura 6 -  Exemplos de combustíveis........................................................................................................................22
Figura 7 -  Desenho de projeto de planta de extensão de áreas classificadas.............................................23
Figura 8 -  Exemplo de marcação “Ex”.........................................................................................................................24
Figura 9 -  Fluxograma de projeto conceitual de controladores utilizando redes de Petri.....................30
Figura 10 -  Diagrama de processo..............................................................................................................................31
Figura 11 -  Exemplo de tagname................................................................................................................................32
Figura 12 -  Típico de montagem.................................................................................................................................35
Figura 13 -  Diagrama de malha....................................................................................................................................37
Figura 14 -  Diagrama de intertravamento...............................................................................................................37
Figura 15 -  Folha de dados de transmissores de pressão diferencial.............................................................38
Figura 16 -  Folha de dados de transmissores de válvulas de controle..........................................................39
Figura 17 -  Certificado de calibração – folha 1/2...................................................................................................40
Figura 18 -  Certificado de calibração – folha 2/2...................................................................................................41
Figura 19 -  Multiteste digital e analógico.................................................................................................................42
Figura 20 -  Gerador 4 a 20ma.......................................................................................................................................42
Figura 21 -  Multicalibrador............................................................................................................................................42
Figura 22 -  Comunicador Hart & Fieldbus................................................................................................................43
Figura 23 -  Ferramentas mecânicas............................................................................................................................43
Figura 24 -  Não foi isso que eu pedi!!.........................................................................................................................49
Figura 25 -  Sequência de documentação de recebimento................................................................................51
Figura 26 -  Recebendo de forma inadequada dispositivos do projeto.........................................................52
Figura 27 -  Exemplos de etiquetas de recebimento (frente / verso)..............................................................53
Figura 28 -  Inspeção com gabarito.............................................................................................................................56
Figura 29 -  Inspeção com variáveis.............................................................................................................................56
Figura 30 -  Montagem de transmissores de vazao de acordo com o estado do fluido...........................62
Figura 31 -  Transmissores de vazão multivariáveis de fabricantes diferentes com distintas dimensões......62
Figura 32 -  Transmissor de vazão magnético devidamente identificado com o tag ...............................63
Figura 33 -  Transmissor de vazão magnético com identificação avariada...................................................64
Figura 34 -  Caixas de junção de sinais analógicos................................................................................................65
Figura 35 -  Caixas de junção para Fieldbus.............................................................................................................65
Figura 36 -  Caixas de junção de sinais analógicos................................................................................................65
Figura 37 -  Brick para sinais digitais...........................................................................................................................66
Figura 38 -  Caixa de junção de fieldbus em sala remota....................................................................................66
Figura 39 -  Exemplo de segregação de cabos de sinal e energia no campo...............................................67
Figura 40 -  Cabos de fieldbus – conexões no campo..........................................................................................67
Figura 41 -  Típico de montagem para manômetro com sifão..........................................................................69
Figura 42 -  Montagem realizada conforme típico de montagem...................................................................69
Figura 43 -  Típico de montagem para produtos criogênicos e evaporação a temperatura ambiente......69
Figura 44 -  Montagem de transmissor de pressão tipo Fieldbus....................................................................70
Figura 45 -  Transmissor de pressão tecnologia Hart............................................................................................70
Figura 46 -  Placa de orifício montada........................................................................................................................71
Figura 47 -  Típico de montagem para medição de gás.......................................................................................71
Figura 48 -  Típico de montagem para medição de líquidos..............................................................................72
Figura 49 -  Típico para vazão de vapor......................................................................................................................72
Figura 50 -  Medidor de pressão diferencial.............................................................................................................72
Figura 51 -  Medidor de pressão diferencial conectado ao processo .............................................................73
Figura 52 -  Técnico desconectando trasmissor multivariável de vazão para calibração ........................73
Figura 53 -  Medidor de tubo reto ...............................................................................................................................74
Figura 54 -  Medidor de vazão de tubo reto ............................................................................................................74
Figura 55 -  Instalação para medição de vazão de gás ........................................................................................74
Figura 56 -  Instalação para medição de líquidos ..................................................................................................75
Figura 57 -  Representação de um medidor eletromagnético ..........................................................................75
Figura 58 -  Instalação de um medidor no sentido vertical ...............................................................................76
Figura 59 -  Instalação de um medidor no sentido horizontal .........................................................................76
Figura 60 -  Formação de vórtices ...............................................................................................................................77
Figura 61 -  Medidor de vazão vortex ........................................................................................................................77
Figura 62 -  Formação de vórtices ...............................................................................................................................77
Figura 63 -  Funcionamento de uma turbina ..........................................................................................................78
Figura 64 -  Medidor instalado na planta .................................................................................................................78
Figura 65 -  Desenho típico de montagem para um indicador local ..............................................................79
Figura 66 -  Indicador de temperatura local instalado em vaso, em conjunto com indicador de nível
por vaso comunicante .....................................................................................................................................................79
Figura 67 -  Típico de montagem de um RTD .........................................................................................................80
Figura 68 -  Instalação de dois termopares (esquerda - poço roscado; direta - poço flangeado) ........80
Figura 69 -  Desenho típico de montagem para um visor local de nível LG.................................................81
Figura 70 -  instalações industriais de LG .................................................................................................................81
Figura 71 -  Típico de montagem para um transmissor de nível do tipo pressão diferencial................81
Figura 72 -  Instalação de um transmissor de nível ultrassônico......................................................................82
Figura 73 -  Tipos de terminais......................................................................................................................................83
Figura 74 -  Tipos de terminais......................................................................................................................................83
Figura 75 -  Identificadores de fiação..........................................................................................................................85
Figura 76 -  Porta-identificador.....................................................................................................................................87
Figura 77 -  Sistema de identificação..........................................................................................................................87
Figura 78 -  Funcionamento do sistema de identificação...................................................................................88
Figura 79 -  Esquema de ligação transmissores de dois fios com alimentação 24Vcc..............................88
Figura 80 -  Esquema de ligação transmissores de três fios com alimentação 24Vcc...............................89
Figura 81 -  Esquema de ligação transmissores de quatro fios com alimentação 24Vcc e 24Vac.........89
Figura 82 -  Esquema de ligação de posicionadores de dois fios com alimentação 24Vcc.....................89
Figura 83 -  Esquema de ligação de posicionadores de dois fios com alimentação 24Vcc.....................90
Figura 84 -  CLP modular.................................................................................................................................................91
Figura 85 -  CLP de caixa unica com IHM incorporada.........................................................................................92
Figura 86 -  Ciclo do CLP..................................................................................................................................................92
Figura 87 -  Módulos instalados em trilho DIN........................................................................................................94
Figura 88 -  CLP sobre trilho DIN...................................................................................................................................94
Figura 89 -  Localização das ligações e comandos.................................................................................................94
Figura 90 -  Edição de nível.............................................................................................................................................95
Figura 91 -  Diagrama de ligação..................................................................................................................................96
Figura 92 -  Programador utilizado para Hart e Fieldbus.....................................................................................97
Figura 93 -  Função do teclado e terminais...............................................................................................................98
Figura 94 -  Acessando o protocolo Hart...................................................................................................................99
Figura 95 -  Terminais de acesso Hart e Fieldus.......................................................................................................99
Figura 96 -  Conectando a um circuito Hart.......................................................................................................... 100
Figura 97 -  Conectando diretamente a um circuito Hart por meio das portas de comunicação de
instrumento....................................................................................................................................................................... 100
Figura 98 -  Conectando diretamente a um circuito Hart por meio de ligação série com malha...... 101
Figura 99 -  Conexão de dispositivos sem fio........................................................................................................ 101
Figura 100 -  Menu do dispositivo............................................................................................................................. 102
Figura 101 -  Modificação de parâmetro................................................................................................................. 104
Figura 102 -  Portas de acesso.................................................................................................................................... 105
Figura 103 -  Conexão de bancada........................................................................................................................... 106
Figura 104 -  Conexão de campo............................................................................................................................... 106
Figura 105 -  Exemplo de janela do tipo “Lista de dispositivos online”. ...................................................... 107
Figura 106 -  Opções do comando “Lista de dipositivos online”.................................................................... 107
Figura 107 -  Bloco de configuração avançada..................................................................................................... 108
Figura 108 -  Sala de controle com controladores individuais....................................................................... 109
Figura 109 -  Sala de controle com SDCD............................................................................................................... 110
Figura 110 -  Instrumentos em conexão com SDCD da sala de controle.................................................... 111
Figura 111 -  Sala de controle com SDCD............................................................................................................... 111
Figura 112 -  Exemplo de tela de operação........................................................................................................... 111
Figura 113 -  Arquitetura de SDCD............................................................................................................................ 112
Figura 114 -  Exemplos de rede.................................................................................................................................. 113
Figura 115 -  Exemplo de ligação wireless............................................................................................................. 115
Figura 116 -  Hierarquia do sistema metrológico................................................................................................ 125
Figura 117 -  Exemplo de certificado de calibração de um padrão.............................................................. 129
Figura 118 -  Balança de peso morto....................................................................................................................... 130
Figura 119 -  Princípio de funcionamento da balança de peso morto........................................................ 130
Figura 120 -  Bomba de comparação (timoneiro)............................................................................................... 131
Figura 121 -  Visão frontal do calibrador de pressão.......................................................................................... 131
Figura 122 -  Identificação das partes (painel frontal)....................................................................................... 132
Figura 123 -  Identificação das partes (lateral esquerdo / lateral direito)................................................... 132
Figura 124 -  Formas de utilização............................................................................................................................ 132
Figura 125 -  Como medir a pressão......................................................................................................................... 132
Figura 126 -  Exemplos de ligação para calibração............................................................................................. 133
Figura 127 -  Exemplo de ligação para calibração de conversor ................................................................... 133
Figura 128 -  Exemplo de ligação para calibração de pressostato................................................................ 133
Figura 129 -  Exemplo de ligação para calibração de I/P.................................................................................. 134
Figura 130 -  Visão frontal do calibrador de temperatura................................................................................. 134
Figura 131 -  Identificação das partes (painel frontal)....................................................................................... 134
Figura 132 -  Identificação das partes (lateral esquerdo/lateral direito)..................................................... 135
Figura 133 -  Formas de utilização............................................................................................................................ 135
Figura 134 -  Exemplos de ligação para calibração............................................................................................. 135
Figura 135 -  Banho térmico tipo bloco seco........................................................................................................ 136
Figura 136 -  Sensores de temperatura-padrão: termopares.......................................................................... 136
Figura 137 -  Sensores de temperatura-padrão: termorresistências............................................................ 137
Figura 138 -  Banho térmico (imersão em líquido).............................................................................................. 137
Figura 139 -  Rotâmetros.............................................................................................................................................. 138
Figura 140 -  Princípio de funcionamento do rotâmetro.................................................................................. 138
Figura 141 -  Calibrador digital de vazão de gás.................................................................................................. 138
Figura 142 -  Preparando um medidor de vazão multivariável para calibração....................................... 139
Figura 143 -  Identificando os terminais de ligações.......................................................................................... 139
Figura 144 -  Conectando cabo de temperatura................................................................................................. 140
Figura 145 -  Conectando terminais Fieldbus....................................................................................................... 140
Figura 146 -  Configurando instrumento para calibração................................................................................ 141
Figura 147 -  Técnico testando uma rede do sistema Delta V......................................................................... 145
Figura 148 -  Tela do programa de comissionamento(E); Gráfico representativo do processo(D).... 146

Quadro 1 - Documentos do Data Book.................................................................................................................................... 45


Quadro 2 - Sequência para decapagem dos fios....................................................................................................85
Quadro 3 - Significados de ícones............................................................................................................................. 102
Quadro 4 - Escrita correta de unidade composta................................................................................................ 121
Quadro 5 - Símbolos de unidades do SI.................................................................................................................. 122
Quadro 6 - Escrita correta de unidades do SI........................................................................................................ 122

Tabela 1: Técnico em Automação Industrial.............................................................................................................15


Tabela 2: Letras de identificação-ANSI/ISA 5.1 2009..............................................................................................32
Tabela 3: Símbolos e função dos dispositivos de instrumentação...................................................................33
Tabela 4: Simbolos e Função de processamento de sinais..................................................................................34
Tabela 5: Símbolos para sinais de transmissão........................................................................................................34
Tabela 6: Grau de proteção IP nos dispositivos.......................................................................................................44
Tabela 7: Referências comerciais de terminais........................................................................................................83
Tabela 8: Sequência de classificação dos códigos de identificação.................................................................85
Tabela 9: Características dos identificadores para porta-identificadores......................................................88
Tabela 10: Unidades básicas do SI............................................................................................................................. 120
Tabela 11: Unidades derivadas do SI........................................................................................................................ 120
Sumário
1  Introdução.......................................................................................................................................................................15

2  Histórico sobre a implementação de equipamentos e dispositivos...........................................................17


2.1 Conceitos de instrumentação em processos industriais...............................................................17
2.2 Projetos de instrumentação em instalações industriais................................................................20
2.2.1 Atmosferas potencialmente explosivas.............................................................................21

3  Plano de instalação de equipamentos e dispositivos industriais................................................................29


3.1 Memorial descritivo....................................................................................................................................29
3.2 Fluxograma de engenharia e diagramação de processo..............................................................30
3.3 Típicos de montagem.................................................................................................................................35
3.4 Diagrama de malha.....................................................................................................................................36
3.5 Diagrama de intertravamento................................................................................................................37
3.6 Lista de instrumentos.................................................................................................................................38
3.7 Lista de materiais.........................................................................................................................................38
3.8 Lista de cabos................................................................................................................................................38
3.9 Folha de dados..............................................................................................................................................38
3.10 Certificado de calibração........................................................................................................................39
3.11 Identificações das ferramentas utilizadas no projeto..................................................................41
3.12 Grau de proteção ip nos dispositivos.................................................................................................43
3.13 Organização da documentação do projeto em data book........................................................45
3.14 Legislações vigentes para um projeto...............................................................................................45
3.15 Identificação do software e suas características............................................................................46

4  Recebimento dos equipamentos e dispositivos................................................................................................49


4.1 Aspectos gerais.............................................................................................................................................49
4.1.1 Qualificação profissional.........................................................................................................50
4.2 Documentação.............................................................................................................................................51
4.2.1 Procedimento de recebimento.............................................................................................51
4.2.2 Registro de inspeção................................................................................................................52
4.2.3 Ordem de compra.....................................................................................................................53
4.2.4 Folha de dados............................................................................................................................53
4.2.5 Projeto............................................................................................................................................54
4.2.6 Inspeção........................................................................................................................................54
4.2.7 Preservação..................................................................................................................................57
4.2.8 Armazenamento........................................................................................................................57
5  Montagem de equipamentos e dispositivos.......................................................................................................61
5.1 Documentação.............................................................................................................................................61
5.1.1 Confrontar o manual do fabricante com o desenho típico de montagem.............. 61
5.1.2 Verificar a compatibilidade dimensional entre a instalação e o projeto................62
5.1.3 Identificação do instrumento com a lista de projeto....................................................63
5.2 Montagem mecânica de equipamentos e dispositivos.................................................................64
5.2.1 Montagem de caixas de junção (jb juncion box)...........................................................64
5.2.2 Montagem de tubing...............................................................................................................66
5.2.3 Montagem de cabos, eletrodutos, bandejamento e painéis.....................................66
5.2.4 Montagem de indicadores e transmissores de pressão...............................................68
5.2.5 Montagem de transmissores de vazão..............................................................................70
5.2.6 Montagem de medidores de temperatura.......................................................................78
5.2.7 Montagem de indicadores de nível....................................................................................80
5.3 Montagem elétrica de equipamentos e dispositivos.....................................................................82
5.3.1 Alinhamento e prensamento de terminais......................................................................82
5.3.2 Pinça multifuncional.................................................................................................................84
5.3.3 Sistema de identificação para fios, cabos e bornes de conexão...............................85
5.3.4 Porta-identificadores................................................................................................................87
5.3.5 Esquema de ligação de transmissores...............................................................................88
5.3.6 Esquema de ligação de posicionadores............................................................................89
5.3.7 Sinais de transmissáo e tecnologias utilizadas................................................................89

6  Calibração de instrumentos e equipamentos.................................................................................................. 117


6.1 Conceitos gerais de metrologia........................................................................................................... 118
6.2 Sistema Internacional de Unidades (SI)............................................................................................ 119
6.2.1 Unidades básicas do SI.......................................................................................................... 120
6.2.2 Unidades derivadas do SI..................................................................................................... 120
6.2.3 Escrita correta de unidades do SI...................................................................................... 121
6.2.4 Regras de arredondamento para a numeração decimal (NBR 5891)................... 123
6.3 Padrões......................................................................................................................................................... 124
6.3.1 Tipos de padrão....................................................................................................................... 124
6.3.2 Rastreabilidade do padrão.................................................................................................. 125
6.3.3 Seleção do padrão de calibração...................................................................................... 125
6.3.4 Avaliação do certificado de calibração........................................................................... 126
6.4 Procedimento de calibração................................................................................................................. 129
6.4.1 Padrões e dispositivos de calibração (exemplos)........................................................ 130

7  Start-up de equipamentos e dispositivos......................................................................................................... 143


7.1 Comissionamento..................................................................................................................................... 143
7.1.1 Comissionamento eficaz...................................................................................................... 144
7.2 Condicionamento..................................................................................................................................... 145
7.3 O que é start-up?....................................................................................................................................... 146
7.4 Documentação.......................................................................................................................................... 147
Referências......................................................................................................................................................................... 151

Minicurrículo dos autores............................................................................................................................................ 154

Índice................................................................................................................................................................................... 155
Introdução

1
Esta unidade curricular “Implementação de Equipamentos e Dispositivos” tem o objetivo
de apresentar ao aluno os processos de implementação de equipamentos e dispositivos
em sistemas de controle e automação, respeitando procedimentos e normas técnicas, de
qualidade, de saúde e segurança e de meio ambiente.
O aluno conhecerá a importância da instrumentação industrial na área da automação, bem
como a documentação necessária para a informação, o recebimento e a correta instalação de
equipamentos. Essa documentação serve como um guia para a execução das tarefas diárias de
um técnico de manutenção.
Nesta Unidade Curricular, o aluno também aprenderá como fazer a montagem correta dos
dispositivos na planta industrial para que funcionem conforme o esperado, e a sequência lógica
da calibração de instrumentos. Esse conhecimento é fundamental para que o futuro técnico
possa vir a trabalhar na implementação de equipamentos e dispositivos em plantas industriais.
A seguir, são descritos a matriz curricular dos módulos, as unidades curriculares previstas e
suas respectivas cargas horarias. (Tabela 1)
Tabela 1: Técnico em Automação Industrial
Módulos Denominação Unidades Curriculares Carga Carga Horária
Horária Módulo
Módulo Básico Fundamentos técnicos e • Fundamentos da Comunicação 100h 340h
científicos • Fundamentos da Eletrotécnica 140h
• Fundamentos da Mecânica 100h
Módulo Fundamentos técnicos e • Acionamento de Dispositivos 160 h 340h
Introdutório científicos Atuadores
• Processamento de Sinais 180 h
Específico I Manutenção e Implemen- • Gestão da Manutenção 34h 340 h
tação de equipamentos e • Implementação de Equipamentos 136h
dispositivos Dispositivos
• Instrumentação e Controle
• Manutenção de Equipamentos e 102h
Dispositivos 68h
Específico II Desenvolvimento de • Desenvolvimento de Sistemas de 100h 340h
sistemas de controle e Controle
automação • Sistemas Lógicos Programáveis 160h
• Técnicas de Controle 80h
Fonte: SENAI
Histórico sobre a implementação de
equipamentos e dispositivos

O objetivo deste capítulo é expor a importância da instrumentação industrial na área da


automação. Apresentaremos, também, um demonstrativo de equipamentos que podem ser
instalados em áreas potencialmente perigosas.

2.1 Conceitos de instrumentação em processos industriais

Desde a Revolução Industrial o homem sempre buscou o controle dos processos


industriais. Por mais diversificados que sejam os produtos que fabricamos, manter a
uniformidade dos processos é essencial para garantir a qualidade do que produzimos.
Um exemplo bem simples sobre a importância da uniformidade encontramos em uma
situação bem corriqueira, quando vamos à padaria. Normalmente, preferimos que o
pão esteja sempre uniforme, isto é, com a mesma aparência, peso e características que
já conhecemos.
Hoje, o mercado exige que os produtos tenham qualidade e uniformidade para serem
competitivos, e a instrumentação industrial é uma grande aliada da produção, controlando e
protegendo equipamentos e dispositivos. A instrumentação está presente em todo os tipos
de indústria: Petróleo & Gás, Petroquímica, Papel e Celulose, Automobilística e outras. Em
todos esses processos, temos que controlar, de maneira adequada, variáveis como pressão,
vazão, nível, temperatura, Ph, umidade entre outras. O controle manual desses processos
seria muito difícil.
Para entender melhor o processo de controle, imagine um automóvel de qualquer
marca ou modelo. Nesse veículo, há várias malhas de controle de instrumentação,
conforme apresentado na Figura 1 que nos passam despercebidas, como a medição de
oxigênio localizada dentro do escapamento, que informa à central eletrônica o resultado
da queima de ar/combustível.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
18

Aterramento da U.C.E
ECOSPORT
direção hidráulica
Interruptor de carga da

de embreagem
Interruptor do pedal

Sensor de detonação

aquecida
Sonda lambda

da borboleta
Sensor de posição

da água
Sensor de temperatura
temperatura do ar
Sensor de
pressão absoluta
Sensor de

Sensor de fase

rotação e PMS
sensor de

de combustível
R03 - Relé da bomba

Sinal de ignição

R10 - Relé Principal

Alimentação da U.C.E.
Interruptor da
transmisssão
marcha a ré
Luzes de

CHAVE DE IGNIÇÃO
F30

F14

A15

F30
F28

+ 30
F28

F17

F14
F28

Mf8

Mf5
Mf8
F17
+15

+15
D
D
15A
15A
86
4

87

30

86

15A
03A
G2
G2

G1

G9
G9
G9
G9
G9
G2
3
2
1
0
30

87

85
85
2
1
A
B
2
3

2
1

2
3

2
1

3
4

1
2

2
1
1

1
2

30
G2
MR/VD ou MR
MR/VD ou MR

MR/VD ou MR
BR ou PT/AM

60A
60A
BR/VD ou

MR/VM

VD/AM
BR/VM

LR/AM

PT

PT
PT
PT
MR/AM

PT
VD/AM
VD/LR
PT/AZ
BR/AZ
BR/PT

MR/BR
BR/VI
VD/BR

BR/VD
VD/PT

BR/VI

AM

AM
AM
AM
AM

AM

AM
MR

BR
BR

MR
MR

BR
PT
BR

PT
B36+

B36+
A19

A33
A25

A33
A38

A33
A27
A28

A04
A15

A34

A40

A46
B40
B41
B29

B30
B37

B30
B38

B17
B30

B42

B26
B25

B28
B39
A21

A42
A29
A26
A23
A11
A10
C I C L O E N G E N H A R I A

Central de
eletrônica
injeção
A30
A30

A03
A08

A44
A22

A41

A41

A13
A20

A09

A05

B23

B35

B11

B44

B06

B05

B04

B03

B02

B24
A39
A37

A32
AZ/VM

PT/AZ

PT/AZ
CZ/VM

CZ/VM

PT/AM

PT/LR ou
CZ/LR
PT/AM

BR/VM

PT/BR

PT/AM

PT/AM

PT/BR
PT/LR

PT/LR

PT/LR
PT/VD ou
BR/VD

VD/AZ ou VD/AM
PT/VD

PT/AZ ou

BR/VD
AZ/VM

BR/AZ

MR/AZ
MR/VD
MR/AZ
A
01
12

24

35
14

36
25
02

S2
CAN-H

CAN-H
CAN-L
CAN-L

1
2

1
4

3
2

4
1

1
B

2-3

1-4
33
10

46 + 46 vias
22 23

45

3
11

34

46

04
03

06
13

A06
1

G6
85

32
31
14

04

A15
F30

F30
B

marcha-lenta
01
12

24

35

Eletroinjetor 3
Eletroinjetor 2
Eletroinjetor 1
Eletroinjetor 4
Corretor da
de partida
R06 - Relé inibidor
imobilizador
Módulo transceptor do

Painel de instrumentos

Tomada de diagnose

(alta velocidade)
R1b-Relé eletroventil.
(baixa velocidade)
R4b - Relé eletroventil.
carga do comp. de ar
R2b - Relé de plena

ar condicionado
contato do sistema de
Pressostato de duplo
interruptor do cíclico

Travamento cent.( BKE)

Sensor de velocidade

purga do canister
Eletro válvula de

Bomba de combustível
corte de combustível
Interruptor inercial para

Bobina de ignição
14

ECOSPORT
36

Válvula termotática
25
02

eletrônica
33
10

22 23

45
11

34

46

Figura 1 -  Diagrama da central eletrônica


Fonte: Ghlen, 2007

Há também outra malha importante, que é a medição da pressão atmosférica


para a adequação da quantidade de oxigênio disponibilizado na combustão. Para
entender melhor esse processo, vamos fazer uma comparação entre os modelos
de carros com carburadores e os com injeção eletrônica. Sabemos que a pressão
atmosférica diminui à medida que nos elevamos acima do nível do mar, reduzindo
a disponibilidade de oxigênio. Como nos modelos de carro com carburadores não
há medidores de pressão, a admissão de oxigênio é regulada mecanicamente. Essa
característica faz com que um carro que teha sido bem regulado ao nível do mar,
venha a apresentar falhas quando viaje para regiões de grande altitude, pois a mistura
fica “muito rica”, como se diz popularmente. Ora, essa situação ocorre porque há muito
“combustível” e pouco “ar”.
Outro exemplo de controle ocorre no intertravamento. O processo de controle
no intertravamento é bem mais fácil de identificar, pois, se faltar óleo no motor,
antes que ele “tranque”, acenderá uma luz no painel e, provavelmente, o carro
deixará de funcionar para proteger o motor.
O controle de processos também está presente em nossas casas. Normalmente só
percebemos o controle do processo quando acontece algo errado, como, por exemplo,
quando a caixa d’água seca ou transborda sem dar nenhum aviso. Nesse caso, foi
exatamente o controle do processo relativo ao nível de água da caixa que falhou.

Para deixar o carro com um barulho mais alto, muitos jovens


“abrem o escapamento” dos seus automóveis, retirando
uma parte importante do escapamento, exatamente onde
está localizada a sonda do controle de injeção eletrônica.
VOCÊ O problema é que essa sonda é responsável pela análise do
SABIA? consumo de combustível, pois envia informações para o
sistema de injeção eletrônica. Assim, por desconhecimento,
muitas pessoas querem ter um carro “sinistro”, mas que
acaba consumindo mais combustível.
2 Histórico sobre a implementação de equipamentos e dispositivos
19

De acordo com os exemplos que vimos, controlar um processo é manter as


variáveis pressão, vazão e outras dentro dos valores desejados (setpoint).
Retornando ao nosso exemplo da padaria, sabemos que os pães são cozidos
em fornos industriais que têm controle de temperatura. Analisando somente a
temperatura, temos que quanto menor for a diferença (erro ou offset) entre o
valor desejado (valor desejado ou setpoint ) e a variável medida, melhor será a
qualidade do produto. Isso quer dizer que, se a temperatura do forno for 2000C
(valor desejado ou setpoint), o ideal será mantê-la o mais próximo desse nível
durante todo o processo de cozimento. (Figura 2)

0 1

Figura 2 -  Forno industrial de cozimento


Fonte: Autor

Assim, cabe ao controlador (instrumento instalado no forno) fazer as correções


necessárias para que a diferença (erro ou offset) entre a temperatura medida e o valor
desejado (setpoint) fique o mais próximo possível, sem a intervenção do operador.
A tendência atual da indústria é centralizar em uma única sala (sala de controle)
todas as indicações e os controles necessários para a operação de uma planta
industrial. A centralização permite que as informações de todas as variáveis do
processo sejam analisadas de forma mais ágil, facilitando a tomada de decisões
e a redução da quantidade de funcionários envolvidos no controle da produção.
Imagine, por exemplo, um navio de grande porte que não tivesse todos os
controles da embarcação centralizados em sua cabine de comando. A quantidade
necessária de tripulantes para controlar o navio, de forma eficiente, seria bem
maior do que a utilizada atualmente. Por isso, houve uma grande evolução quando
passamos da fase de instalação local de controles manuais para a de instalação de
controles automáticos centralizados, facilitando a rápida comunicação entre os
instrumentos de medição e a central de comando.
A utilização de câmeras na central de produção é outra medida que permitiu um
grande avanço, pois esses equipamentos registram tudo o que está acontecendo
em todos os setores de uma planta; o mesmo trabalho era feito por diversos
funcionários, que observavam presencialmente os eventos que ocorriam.
Não há como deixar de mencionar o grande investimento que os fabricantes estão
fazendo no desenvolvimento de sistemas supervisórios cada vez mais complexos e
autônomos no controle dos processos industriais. O sistema supervisório funciona
como o piloto automático de uma aeronave: quando há uma tendência de desvio,
o próprio equipamento faz a correção de maneira preditiva.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
20

2.2 Projetos de instrumentação em instalações industriais

antes de iniciar o estudo das fases de um projeto de implementação de


equipamentos e dispositivos, precisaremos fazer uma distinção entre as
instalações industriais que ocasionalmente apresentam a existência de áreas
classificadas das instalações que não dispõem dessa classificação. É importante
que a distinção fique bem definida, pois terá um impacto financeiro considerável
no projeto. As instalações que normalmente apresentam a existência de
atmosferas potencialmente explosivas são as seguintes:
• plataformas offshore para prospecção de petróleo;
• refinarias de petróleo;
• indústrias petroquímicas;
• indústrias químicas;
• gasodutos;
• aeroportos;
• terminais de armazenamento de petróleo e derivados;
• indústrias alcooleiras;
• estações de carregamento de caminhões para líquidos ou gases inflamáveis;
• indústrias farmacêuticas;
• postos de abastecimento de combustíveis.
Tanto as indústrias automotivas como as demais instituições que não
trabalham com produtos inflamáveis são menos rigorosas quanto às exigências
relativas à segurança de seus dispositivos industriais. Entretanto, as indústrias
da área de petróleo & gás e as petroquímicas têm um papel fundamental no
desenvolvimento de cursos de instrumentação industrial, devido à necessidade
de formar técnicos especializados em processos de instalação e manutenção de
equipamentos em atmosferas potencialmente explosivas. Por esse motivo, os
exemplos que citaremos consideram a existência de atmosferas potencialmente
explosivas. (Figura 3)

Figura 3 -  a) Válvula solenoide para área classificada; b) Válvula solenoide para área não classificada
Fonte: Autor
2 Histórico sobre a implementação de equipamentos e dispositivos
21

2.2.1 Atmosferas potencialmente explosivas

em alguns cursos de NR10 e NR33, aprendemos a simbologia do triângulo de


fogo. Contudo, atualmente, já é utilizada a simbologia do quadrado de fogo, ou
tetraedro de fogo. O quadrado de fogo inclui um elemento muito importante em
processos que envolvem atmosferas potencialmente explosivas, que é reação em
cadeia. (Figura 4)

REAÇÃO EM CADEIA
FONTE DE IGNIÇÃO

COMBURENTE

MATERIAL COMBUSTÍVEL

Figura 4 -  Símbolo do quadrado de fogo


Fonte: Autor

O combustível é representado pelos líquidos, gases, vapores e poeiras


que existem no ambiente industrial. O comburente é o oxigênio do ar que
está sempre presente em nossa atmosfera. A fonte de ignição pode ser
qualquer fonte de energia, desde que em quantidade suficiente para iniciar
uma combustão. Há reação em cadeia quando a combustão se sustenta
pela presença de radicais livres, que são formados durante a queima do
combustível, como podemos ver na Figura 5.

Presença de Liberação de
combustível vapores

Produção de mais energia Presença de


sobre o combustível comburentes

Reação em cadeia

Liberação de Presença de
radicais livres fonte de
ignição

Geração da
combustão

Figura 5 -  Processo de reação em cadeia


Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
22

Por definição da ABNT NBR/IEC 60079-10-1(2009), atmosfera explosiva é a


mistura de substâncias inflamáveis com o ar, sob condições atmosféricas, na forma
de gás, vapor, névoa ou poeira, na qual, após ignição, se inicia uma combustão
autossustentada através da mistura remanescente. (Figura 6)

GA
SO
GAS LI
N
A

T
N
PA I
CLE A NIN G
S O LV ENT

Figura 6 -  Exemplos de combustíveis


Fonte: Autor

Áreas classificadas

Área classificada é qualquer local onde possam estar presentes o


combustível e o oxigênio em quantidades tais que possibilitem a formação de
uma atmosfera explosiva. A classificação de áreas deve ser elaborada por uma
equipe multidisciplinar, com base nas características do processo, seguindo a
normalização vigente. Antigamente, essa tarefa se restringia à área de engenharia
elétrica, pois a preocupação maior era com os motores como fonte de ignição.
O plano de classificação de áreas deve levar em conta as características do
processo e das substâncias envolvidas; por isso, necessitamos de profissionais das
diversas áreas, como:
• Operação;
• Manutenção;
• Projeto (caldeiraria, mecânica, elétrica e instrumentação);
• Inspeção; e
• Segurança.
O estudo da classificação de áreas deve ser realizado pelos profissionais
mencionados, que seguirão a normalização vigente: NBR IEC serie 60079 e outras
aplicáveis. Não é nosso objetivo descrever todo o processo de classificação de
áreas, mas é importante que o futuro técnico de manutenção ou de projeto
saiba interpretar a documentação gerada pelos especialistas, e saiba selecionar
2 Histórico sobre a implementação de equipamentos e dispositivos
23

os equipamentos e dispositivos que podem ser utilizados de acordo com o


mapeamento das zonas.
Entre os vários documentos gerados pela equipe multidisciplinar, o principal
instrumento para o técnico de projeto/manutenção é o mapa da planta com
a classificação das áreas e suas extensões. Trata-se de desenhos da planta
(com depressões e elevações) que mostram em escala o arranjo completo das
instalações industriais com as respectivas zonas, devidamente codificadas
conforme o desenho da Figura 7.

SIMBOLOGIA
ÁREAS CLASSIFICADAS COMO ZONA O
CLASSE DE TEMPERATURA T3
VALVULA DE ALIVIO

VENT DRENO PARA DH ÁREAS CLASSIFICADAS COMO ZONA 1 - GRUPO IIA


CLASSE DE TEMPERATURA T3
ÁREAS CLASSIFICADAS COMO ZONA 1 - GRUPO IIB
CLASSE DE TEMPERATURA T3
ÁREAS CLASSIFICADAS COMO ZONA 1 - GRUPO IIC
165 - TQ -01
CLASSE DE TEMPERATURA T3
00 ÁREAS CLASSIFICADAS COMO ZONA 2 - GRUPO IIA
15 CLASSE DE TEMPERATURA T3
ÁREAS CLASSIFICADAS COMO ZONA 2 - GRUPO IIB
CLASSE DE TEMPERATURA T3
ÁREAS CLASSIFICADAS COMO ZONA 2 - GRUPO IIC
165 - TQ -02 CLASSE DE TEMPERATURA T3
00 ÁREAS CLASSIFICADAS COMO ZONA 2 ADICIONAL - GRUPO IIA
15 CLASSE DE TEMPERATURA T3
ÁREAS CLASSIFICADAS COMO ZONA 2 ADICIONAL - GRUPO IIB
CLASSE DE TEMPERATURA T3
CAIXA DE VALVULAS

ÁREA NÃO CLASSIFICADA, DESDE QUE MANTIDA COM PRESSÃO POSITIVA


165 - TQ -03

P ÁREA CUJA CLASSIFICAÇÃO APENAS É VÁLIDA COM USO DE


00 PRESSURIZAÇÃP NEGATIVA
15
ÁREA NÃO CLASSIFICADA
.......... .. ..
..........
..........
.......... ..
.......... .. .. CONDIÇÃO ESPECÍFICA - VER PLANO CONFORME INDUCADO EM PLANTA

ÁREAS CLASSIFICADAS COMO ZONA 20

ÁREAS CLASSIFICADAS COMO ZONA 21

ÁREAS CLASSIFICADAS COMO ZONA 22

Figura 7 -  Desenho de projeto de planta de extensão de áreas classificadas


Fonte: Autor

A seguir, temos algumas definições, baseadas na normalização NBR-IEC 60079.


• Zona: as áreas classificadas são divididas em zonas, com base na frequência
de ocorrência e duração de uma atmosfera explosiva de gás.
• Zona0: área na qual uma atmosfera explosiva de gás consiste em uma
mistura com ar e substâncias inflamáveis em forma de gás, vapor ou névoa
continuamente presente, ou por longos períodos, ou frequentemente.
• Zona1: área na qual uma atmosfera explosiva de gás consiste em uma
mistura com ar e substâncias inflamáveis em forma de gás, vapor ou névoa
que pode ocorrer ocasionalmente em condições normais de operação.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
24

1
grisu • Zona2: área na qual uma atmosfera explosiva de gás consiste em uma
É uma mistura do CH4 mistura com ar e substâncias inflamáveis em forma de gás, vapor ou névoa
(metano-gás natural) com
o O2 (oxigênio) do ar que
cuja ocorrência não é prevista em condições normais de operação, mas, se
forma uma atmosfera explo- ocorrer, persistirá somente por curto período.
siva de fácil detonação, em
ambiente fechados.

Marcação “Ex”

Cada equipamento elétrico deve ser marcado legivelmente em sua parte


principal de acordo com as normas da IEC 60079-0 e 60079-26 como mostra
a Figura 8.

[ BR Ex ia] IIC T6 + Nº Certif. + Nome


do OCP
CERTIFICAÇÃO TEMPERATURA
Indica a classe de temperatura
Indica que a certificação é
de supedicie do instrumento
Brasileira
T1 (450ºC), T2 (300ºC)
T3 (200ºC), T4 (135ºC)
T5 (100ºC), T6 (85ºC)

PROTEÇÃO GRUPO
Indica o equipamento Indica o grupo para qual o
possui algum tipo equipamento foi construido.
de proteção para GRUPO IIC
almosfera potencialmente GRUPO IIB
explosiva GRUPO IIA

TIPO DE PROTEÇÃO
Indica o tipo de proteção que o equipamento possui:
“d” - a prova de explosão
“p” - pressurizado
“m” - encapsulado
“o” - imerso em óleo
“q” - imerso em áreia
“e” - segurança aumentada
“la” - segurança instrinseca na categoria “a”
“lb” - segurança instrinseca na categoria “b”
“n” - não ascendives
“s” - proteção especial

Figura 8 -  Exemplo de marcação “Ex”


Fonte: Autor
2 Histórico sobre a implementação de equipamentos e dispositivos
25

Nos equipamentos associados adequados para instalações em uma área


classificada, os símbolos do tipo de proteção devem ser colocados entre colchetes.
Por exemplo: Ex d[ia] IIC T4. Nos equipamentos associados não adequados para
instalação em uma área classificada, o símbolo “Ex” e o símbolo de cada tipo de
proteção devem ser colocados entre o mesmo colchete. Por exemplo: [Ex ia] IIC.
Em relação ao símbolo do grupo, temos:
• I em equipamentos elétricos para minas suscetíveis a grisu1;
• II, IIA, IIB ou IIC em equipamentos elétricos para locais com uma atmosfera
explosiva de gás em instalação de superfície;
• III,
IIIA, IIIB ou IIIC em equipamentos elétricos para locais com atmosfera
explosiva de fibras ou pós combustíveis.
Quando o equipamento elétrico for apenas para uso em um gás especial,
o símbolo II deve ser seguido pela fórmula química ou o nome do gás entre
parênteses, e quando for utilizado em um gás especial a ser adequado para uso
no grupo específico do equipamento elétrico, a fórmula química deverá seguir o
grupo e estar separada com o símbolo “+”.
Em equipamentos do grupo II e III o símbolo “T” indica a classe de temperatura.
Para especificar a máxima temperatura de superfície entre duas classes de
temperatura, basta que o fabricante marque a temperatura máxima de superfície
em graus Celsius, entre parênteses, e a seguir a mais alta classe de temperatura.
Por exemplo: T1 ou 350°C ou 350°C(T1).
Equipamentos elétricos do grupo II e III, possuindo uma temperatura máxima
de superfície maior do que 450°C, devem ser marcados somente com a máxima
temperatura de superfície em graus Celsius. Por exemplo, 600°C. Equipamentos
elétricos do grupo II, marcados para uso em um gás especial, não necessitam
da marca da classe de temperatura ou da máxima temperatura de superfície. A
marcação deve incluir, no local apropriado, os símbolos Ta ou Tamb, junto à faixa de
temperatura ambiente, ou o símbolo “X” para indicar essa condição especial de uso.
Prensa-cabos não precisam ser marcados com a classe de temperatura ou a
temperatura máxima de superfície em graus Celsius.
Deve ser incluído um número de série, exceto para:
• acessórios para conexões (entradas para cabos e eletrodutos, placas cegas,
placas adaptadoras e buchas);
• equipamento elétrico muito pequeno no qual o espaço é limitado.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
26

Devem ser incluídos o nome ou a marca do emissor do certificado e a referência


do certificado na seguinte forma: os dois últimos dígitos do ano do certificado,
seguidos pelo número de série do certificado naquele ano. Se for necessário indicar
condições especiais para uso seguro, o símbolo “X” deve ser colocado depois da
referência do certificado. Uma marcação de advertência pode ser marcada no
equipamento como uma alternativa para a exigência da marcação “X”.
Vejamos alguns exemplos:
1 – Equipamento elétrico à prova de explosão para uso em minas suscetíveis
a grisu:
BEDELLE S.A.
TIPO A B 5
Ex d I
No. 325
ABC 02.12345
2 – Equipamento elétrico, utilizando tipos de proteção de segurança
aumentada e invólucro pressurizado “px”, temperatura máxima de superfície de
125°C, para atmosferas potencialmente explosivas de gás diferentes de minas
suscetíveis a grisu, com temperatura de ignição do gás maior do que 125°C e com
condições especiais para uso seguro indicadas no certificado.
H. ATHERINGTON Ltd
TIPO 250 JG 1
Ex epx II 125°C (T4)
No. 56732
GHI 02.076 X
2 Histórico sobre a implementação de equipamentos e dispositivos
27

Recapitulando

Até agora, estudamos o que é instrumentação e qual seu objetivo nas instalações
industriais. Vimos que a instrumentação serve para controlar e proteger os processos
industriais de equipamentos simples, como um forno de padaria, até sistemas
complexos, como o refino de petróleo. Entendemos que, caso configurássemos
a saída a relé do controlador de um forno, por exemplo, para desligá-lo quando
ultrapassasse uma determinada temperatura máxima, ocorreria o intertravamento,
pois evitaria a queima do produto. Portanto, esse forno teria uma malha de controle
e outra de intertravamento no mesmo dispositivo.
Ressaltamos, também, a importância que deve ser dada à instalação de
dispositivos em atmosferas potencialmente explosivas, uma vez que os técnicos
que trabalham em indústrias que não utilizam produtos inflamáveis simplesmente
desconhecem esse importante procedimento de segurança.
Plano de instalação de equipamentos e
dispositivos industriais

Neste capítulo, trataremos do mesmo modo um projeto de instalação de uma nova planta
petroquímica e uma pequena modificação em uma máquina para aumentarmos sua eficiência.
O importante, nos dois casos, é que todo o processo fique bem documentado, seguindo a
padronização vigente: ANSI/ISA 5.1; ANSI/ISA 5.2; ANSI/ISA 51.1; ANSI/ISA 5.3; ANSI/ISA 5.4;
ANSI/ISA 5.5; ISA 20; NBR 10.300.

SAIBA Consulte as normas de padronização citadas no site www.inmetro.gov.br


MAIS

Em um projeto, encontramos alguns tipos de documentação fundamentais para informação


e correta instalação de equipamentos. Essa documentação é utilizada como guia na execução
das tarefas diárias de um técnico de manutenção ou projeto. A seguir, veremos exemplos de
alguns desses documentos.

As empresas petroquímicas estão constantemente necessitando de


projetos para alcançar ou superar suas metas. O gerenciamento de
projetos é um dos assuntos mais importantes na realização de qualquer
VOCÊ empreendimento, tanto para novas fábricas como para ampliações.
SABIA? As principais justificativas para a implementação de um projeto são
as ferramentas disponíveis para a estimativa de custos e os principais
pontos de controle, para um bom gerenciamento de projetos durante
sua implementação.

3.1 Memorial descritivo

Trata-se de um documento de detalhamento do projeto realizado. O memorial é elaborado


entre o término da elaboração do projeto e o início da execução e tem por principal função
auxiliar toda a compreensão do projeto para todos os interessados no produto. Alterações
neste documento deve ter a ciência de todos os envolvidos.
O memorial descritivo é elaborado pelos projetistas, com base em atas de reuniões entre
Operação/Engenharia/Manutenção nas quais tenha sido definido o objetivo do projeto.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
30

3.2 Fluxograma de engenharia e diagramação de processo

Tanto na área da automação industrial como da engenharia em geral o uso de


fluxogramas é fundamental para que o técnico consiga visualizar, de forma rápida
e sintética, processos simples e complexos. Um fluxograma é um tipo de diagrama.
Assim, para que você consiga interpretá-lo de forma correta, tem que compreender
o significado da simbologia aplicada aos esquemas apresentados. A imagem Y
apresenta um fluxograma de projeto conceitual de controladores utilizando redes.

Descrição da planta
(inclui sensores e RPP RPPS Verificação algébrica e
atuadores ) simulação
e eventos extermos

NÃO Desempenho
Descrição do sistema satisfatório?
automático
desejado =
especificação SIM

NÃO Robustez a
entrada?

SIM

NÃO Desempenho
estatístico
satisfatório?

Resulta RPC RPS = Projeto


Programação Projeto Exclusão de
Conceitual de RPP conceitual do
do CLP
Controladores sistema

Figura 9 -  Fluxograma de projeto conceitual de controladores utilizando redes de Petri


Fonte: Moraes, Castrucci, 2001

Conhecido internacionalmente como P&I Diagrams (Piping and Instrumentation


or Process and Instrumentation Diagrams), trata-se de uma forma utilizada para
documentar e obter informações, como: identificar quais dispositivos/instrumentos
de medição estão instalados; onde esses dispositivos/instrumentos estão instalados;
qual a funcionalidade desses instrumentos/dispositivos; e quais instrumentos estão
relacionados entre si compondo uma malha de controle.
Provavelmente, esse será o principal documento que o instrumentista utilizará
desde a definição do projeto até sua implementação. Para que possamos compreender
esse documento, é necessário entender a simbologia e a identificação (tagname)
utilizada na instrumentação (ANSI/ISA 5.1). A norma ABNT correspondente é a NBR
8190, mas essa norma está cancelada, pois se encontra em processo de atualização. A
seguir, temos um exemplo de um Diagrama de Processo. (Figura 10)
3 Plano de instalação de equipamentos e dispositivos industriais
31

NON DEGAS ON NON DEGAS ON


HS F1 HS HS F1 HS
ON / OFF 2104 GALICE ON / OFF 2114 GALICE
210 2108 211 2118
ON / OFF ON / OFF

ON ON
FUUL FUUL
DOOR PT RANCE RANCE
PT
210 CONB 2111 CONB
POS GALICE GALICE
244
PE PE PE PE
OVERPRESS. 2104 2108 2114 2118
PL RELIEF
244

HCY - 201

P - 15
2,75 CF RGA
P10 (6º IPS) TEE XX
P - 14 P-B P2 P3 P4 P9 P-20 P23 SEE SHT 3
(6º CF)
SPARE BOTTOM (2º ASA) (10° ASA) (6º ASA) (2,75º CF)
THERMAL (10° ASA) (10º ASA) (2,75º CF)
(2.75” CF) SCAVENGER ION /CONV. LN2 PORT
FLUID P - 16
PANEL /1 HCV - 202
3/4º VCR (6º IPS)
SEE SHT 3
FEMALE SEE SHT 3

P-1
(20º ASA)
PI
208
P -11
(3 3/8º CF) P - 19 P - 17
P-13 (6º IPS)
3/ 8º (4º ASA) (2.75º CF) 21 HS OPEN DN
ISOLATED P22 P -21 RTD SEE SHT 3 203 203 CLOSE
P -12 P7 ICN / CONV./ RGA
FEEDTHRU (3º ASA) P5 P6 (2° ASA) FEEDTHRU
/2
PIT
(NW 16) ROUGH (10 ASA) (10º ASA) (10° ASA) P -18 208 MINI
STUD BACKFILL SEE SHT.3 SV
( 6º IPS ) GP
203
PE 275
SEE SHT 3
208
250 RV ZSC 21 HS OPEN
SV PSV CLOSE
I 203 203 203 208 206
2098 ROOM AIR 01
FILTER I
X1 XLA SV
209 208 GN2 (5 PSIG)
206 5 PSIG
Z1 HS OPEN PRV - 206
201 201 CLOSE HCV - 204 HCV - 205
21 HS OPEN HEATER GN2 CRYOPUMP
202
S HV - 206
202 CLOSE CRY0PUMP / 1 1KW PURGE
CP - 208
ZI
250 204 204 204 205 205 205
209 201 CLOSE
250 RV 250 250 RV 250 SV TT TE
OPEN 202 2088 2088
PSV - 208 HCV - 203
ZSC 250 RV 250 204 204 204 205 205 205 CLOSE DIOCE 2
209 201 201 201 HS Z1 SV SV 21 HS OPEN RV ZSC
SET 202 202 TE TT TI TAH
700 TORR PE
SV RV CHAMBER 208A 208A 208 208
RISING OPEN HS Z1
209A 209 ROUCHING XXX
PI CLOSE 215 215 DV - GM DIODE 1
VS 207 SV CRYOPUWP
209 215 ROLIGHING
HEUUM
DN FILTER COMP.
LEAK ZI HS OPEN FROM TCU
CHECK 40 CC - 208
214 214 CLOSE JL HS START
PIT PORT MICRON 1/4
XIT SV 208 208 STOP HV - 208
209 207 MIN 214 120 VAC
O2 JL HS START
XX FC GP
XXXX XXXX STOP
OXYGEN 275
PE FILTER ROUGHING PUMP COOLING
MONITORING 207 ( 3/4HP)
40 HV - 209 SUPPLY
HV - XXX MCRON MP -208
1/4
120 VAC
COOLING
JL HS START TO AMBIENT VENT FAL RETURN
207 207 STOP 208
FAL
ROUGHING PUMP 207
( 5 HP ) P
HV -210 1 / 2 FPT
MP - 207

5GPM 50V
F5 207 COOLING WATER
TO AMBIENT VENT
COOUNG WATER SUPPLY
HV - 211 INSTALLED ON MECHANCAL PUMP
RETURN

Figura 10 -  Diagrama de processo


Fonte: Autor

De acordo com a ANSI/ISA 5.1, equipamentos são dispositivos integrantes


de um processo que normalmente realizam uma tarefa, tais como: torres de
destilação, bombas, vasos, tanques, reatores, trocadores de calor, clarificadores
etc. Ainda segundo a ANSI/ISA 5.1, instrumentos são todos os dispositivos
utilizados para medir, registrar, monitorar e/ou controlar as variáveis de processo
de uma determinada planta industrial; ou seja, são os transmissores, sensores,
indicadores, controladores, atuadores, válvulas, etc.

A norma ANSI ISA 5.5 regulamenta a simbologia para os


VOCÊ equipamentos do fluxograma de engenharia e a norma
SABIA? ANSI ISA 5.1 os dispositivos instalados nos equipamentos
ou linhas de processo

Como gerar um tagname

Tagname é um conjunto alfanumérico que identifica a variável medida, a função do


instrumento, a área onde ele está localizado e a malha a que pertence. Assim, o tagname
é o registro de nascimento do instrumento. Veja o exemplo na Figura 11 a seguir:
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
32

FT-21001 Transmissor de vazão localizado na área 210 malha 01


x xx - x x x xx - x

sufixo (opcional)
número do instrumento
grupo
setor
área

letras de modificação
identificação funcional

• Identificação funcional: é a variável que estamos medindo.


• Letras de modificação: é a função do instrumento.
• Área de atividade do instrumento
• Número da malha
Figura 11 -  Exemplo de tagname
Fonte: Autor

Na Tabela 2, temos as letras de identificação conforme a ANSI/ISA 5.1 2009.


Tabela 2: Letras de identificação-ANSI/ISA 5.1 2009
1ª Letra Letras Sucessivas
Variável Letra de Função Função Letra de
medida modificação de leitura de saída modificação
passiva
A Análise Alarme Alarme
B Chama, Escolha do Escolha do Escolha do
Combustão usuário usuário usuário
C Escolha do Controlador Fechado
usuário
D Escolha do Diferencial Desvio
usuário
E Tensão (fem) Elemento
Primário
F Vazão Razão
G Escolha do Visor / Vidro
usuário
H Manual Alto
I Corrente elétrica Indicação ou
indicador
J Potência Varredura
K Tempo ou Tempo de Estação de
programa computação controle
L Nível Lâmpada piloto Baixo
M Escolha do Médio ou
usuário intermediário
N Escolha do Escolha do Escolha do Escolha do
usuário usuário usuário usuário
3 Plano de instalação de equipamentos e dispositivos industriais
33

1ª Letra Letras Sucessivas


Variável Letra de Função Função Letra de
medida modificação de leitura de saída modificação
passiva
O Escolha do Restrição, Aberto
usuário orfício
P Pressão Ponto de teste
Q Quantidade Integração, Integração,
Totalização Totalização
R Radiação Registrador Rodando
S Velocidade ou Segurança Interruptor Parado
Frequência ou chave
T Temperatura Transmissão,
transmissor
U Multivariável Multifunção Multifunção Multifunção
V Vibração Válvula
mecânica damper
W Peso ou força Poço, Probe
Y Presença / Posi Axial Dispositivo
auxiliar
Z Posição Axial Elemento
Fonte: American National Standard, 2009

Localização do instrumento

A Tabela 3 mostra as localizações e os tipos de instrumentos possíveis de serem


representados.
Tabela 3: Símbolos e função dos dispositivos de instrumentação
Localização
Normalmente

Normalmente

Normalmente
não acessível
ao operador

auxiliar não
Montado no
acessível Ao

acessível ao
operador

operador

operador
visível ao
principal
Locação

Locação

Locação

Locação
auxiliar

auxiliar

Tipo
campo

Instrumentos
discretos
Instrumentos
compartilhados
Computador de
processo
Controlador
programável
Fonte: American National Standard, 2009
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
34

2
Mainfold A Tabela 4 mostra funções associadas a controladores, reles/computadores e/
Tubos com várias ligações ou conversores possíveis de serem representados.
Tabela 4: Simbolos e Função de processamento de sinais
SÍMBOLO FUNÇÃO SÍMBOLO FUNÇÃO
SOMA MULTIPLICAÇÃO
Σ OU + X
MÉDIA DIVISÃO
Σ X :
SUBTRAÇÃO EXTRAÇÃO DE RAIZ QUADRADA
OU

PROPORCIONAL N EXTRAÇÃO DE RAIZ


K OU P
INTEGRAL N EXPONENCIAÇÃO
OU I X
d OU D DERIVATIVO FUNÇÃO NÃO LINEAR
dt f(X)
> SELETOR DE SINAL ALTO
> LIMITE SUPERIOR

< SELETOR DE SINAL BAIXO


> LIMITE INFERIOR

+ POLARIZAÇÃO
>>
LIMITADOR DE SINAL

FUNÇÃO TEMPO n CONVERSÃO DE SINAL


f (t) n
Fonte: American National Standard, 2009

Letras utilizadas para identificar os conversores de sinal

I = corrente mV = milivoltagem (FEM)


P = pressão A = analógico
E = tensão D = digital

Símbolos para linhas de instrumentos

Tabela 5: Símbolos para sinais de transmissão


SUPRIMENTO OU IMPLUSO SINAL NÃO DEFINIDO

SINAL PNEUMÁTICO SINAL ELÉTRICO

SINAL HIDRÁULICO TUBO CAPILAR


3 Plano de instalação de equipamentos e dispositivos industriais
35

SINAL ELETROMAGNÉTICO OU SINAL ELETROMAGNÉTICO OU


SÔNICO (TRANSMISSÃO GUIADA) SÔNICO (TRANSMISSÃO NÃO
GUIADA)
LIGAÇÃO CONFIGURADA INTER- LIGAÇÃO MECÂNICA
NAMENTE AO SISTEMA (LIGAÇÃO
POR SOFTWARE)
SINAL BINÁRIO PNEUMÁTICO SINAL BINÁRIO ELÉTRICO

Fonte: Autor

As abreviações a seguir são sugeridas para denotar o tipo de alimentação. Essas


designações também podem ser aplicadas para alimentação de fluido de purga.
AS Ar de alimentação HS Alimentação hidráulica
IA Ar de instrumento (opcional) NS Alimentação de nitrogênio
PA Ar da planta (opcional) SS Alimentação de vapor
ES Alimentação elétrica WS Alimentação de água
GS Alimentação de gás

3.3 Típicos de montagem

São desenhos que mostram os vários detalhes da instalação de instrumentos e


acessórios. Nessa fase, devemos conferir os desenhos isométricos de montagens
dos dispositivos e confrontar com o manual do fabricante para ver se estão de
acordo. Os desenhos deverão conter todos os detalhes da instalação e contemplar
as instalações elétricas e as montagens mecânicas em tubulações ou dispositivos.
A fixação de instrumentos e acessórios deve ser um guia para o montador,
inclusive no que se refere aos materiais que deverão ser utilizados nesta fase do
projeto (suportes, caixas de junção, borneiras, tubulações de ar, etc.).
Na Figura 12, temos um exemplo de típico de montagem.

Suprimento de
ar de intrumentação

BY PIPING

Ar de instrumentação
2
para o manifold
montagem do conversor I/P
na tubulação
IP
Filtro regulador para
conversor I/P
Figura 12 -  Típico de montagem
Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
36

3.4 Diagrama de malha

Trata-se de um documento que contempla todas as malhas de uma planta,


com definição das funções envolvidas e as interligações entre elas, fazendo-se a
representação de acordo com a localização física de cada instrumento ou função.
O diagrama de malha deverá ser elaborado com base na norma ISA-5.4, que tem como
objetivo estabelecer as informações necessárias e também os detalhes opcionais para
os diagramas. As indústrias automobilísticas e as demais indústrias da área de robótica
não são contempladas pela norma, mas podem utilizá-la para sua documentação.
Assim como o P&I, o diagrama de malha é utilizado largamente pelo técnico em
vários momentos, principalmente no momento das conexões elétricas e do looptest.
O diagrama de malhas deve conter as seguintes informações:
• função da malha;
• identificação de todas as conexões elétricas em caixas de passagem e em
painéis auxiliares;
• ligações junto ao instrumento;
• identificações dos cabos;
• identificação da localização dos instrumentos;
• identificação do nível de tensão das fontes de suprimento;
• ligação às fontes de energia mostrando os valores de tensão e/ou pressão;
• linhas de suprimento pneumático (se houver);
• ações e posições de segurança em caso de falha (eletrônica, pneumática ou
ambas) dos vários dispositivos de controle, tais como: controladores, chaves,
válvulas de controle, válvulas solenóides e transmissores (se ação reversa);
• interligação com outras malhas;
• informações de alarmes (se houver);
• demais informações que auxiliem na compreensão dos objetivos da malha:
ranges, setpoint, alarmes, etc.
A seguir, na Figura 13, temos um exemplo de diagrama de malha.
3 Plano de instalação de equipamentos e dispositivos industriais
37

Campo área do processo Sala de rearranjo Gabinete Console de operação


FROM
TIC - 300

JB JB SP
30 40 cabo
FE FT +
FT 301 -1
FT 301 -2
1
cabo- 10
PR - 1
11 cabo - 30
PR - 14
CTB 1
A8
XJA
50 - 1 - 1 FAL
J100
FIC
2 12 A9
301 301 3 13 51 301
REV

J110
FV
301 CTB 2 cabo
FY + FY 301 - 1
FY 301 - 2
6
PR - 2
14
PR - 15
A8
UJA
50 - 1 - 2
7 15 A9
301 Blindagem
o s Termorretrátil

AS 20 PSI

No. dado revisão por Apr.


Controle de vazão da unidade 3

Diagrama de malha
trabalho. No. desenho No. Rev.

Figura 13 -  Diagrama de malha


Fonte: ANSI ISA 5.4

3.5 Diagrama de intertravamento

O diagrama de intertravamento é um documento que demonstra o


equipamento e suas ligações com um ou mais equipamentos que têm a finalidade
de proteger um sistema/processo. O diagrama lógico ou de intertravamento deve
ser definido confome ANSI ISA 5.2.
A seguir, na Figura 14, temos um exemplo de diagrama de intertravamento.
LLH
3
LSH Tanque A
3 nível alto Enchimento tanque A
Tanque A permitido
HS HV
início do LS Válvula
Aberta
Figura 2B
1 R 1
enchimento ZSH Válvula
1 Aberta
HS Tanque A
1 fim do
HV
enchimento Válvula
Aberta 2
ZSL Válvula
Tanque B 2 Fechada
HS início do LS
2 R
enchimento Válvula HV
Aberta
2
HS Tanque B
ZSH Válvula
2 fim do 2 Aberta
enchimento
Enchimento tanque B
Válvula HV permitido
Aberta
1 Figura 2B
ZSL Válvula
Fechada
1
LSH Tanque B
nível alto
4
LLH
4

Figura 14 -  Diagrama de intertravamento


Fonte: ANSI ISA 5.2
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
38

3.6 Lista de instrumentos


Trata-se de uma relação de todos os instrumentos contemplados no projeto
(existentes e novos) que reúne seus principais dados e funções, definindo o tipo,
a locação física e o serviço de cada instrumento.

3.7 Lista de materiais


A lista de materiais relaciona todos os materiais necessários para a montagem
da instalação, definindo o tipo e a especificação técnica do material, a unidade de
medida/contagem e a quantidade.

3.8 Lista de cabos


A lista de cabos relaciona todos os cabos de interligação entre equipamentos,
instrumentos, caixas de junção, CCM, painéis e outros elementos de campo.

3.9 Folha de dados


Trata-se de um documento relativo ao instrumento em que estão especificadas
detalhadamente as informações e as características técnicas necessárias. A norma
ISA S20 devera ser utilizada para formalização dos conteúdos da folha de dados.
A seguir, na Figura 15, temos um exemplo de folha de dados de transmissores
de pressão diferencial.

Figura 15 -  Folha de dados de transmissores de pressão diferencial


Fonte: Autor
3 Plano de instalação de equipamentos e dispositivos industriais
39

A seguir, Figura 16, temos um exemplo de folha de dados de válvulas de


controle.

Figura 16 -  Folha de dados de transmissores de válvulas de controle


Fonte: Autor

3.10 Certificado de calibração

O certificado de calibração é um documento que expressa os resultados


obtidos em uma calibração.
A seguir, na Figura 17 e na Figura 18 temos um exemplo de certificado de
calibração.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
40

Figura 17 -  Certificado de calibração – folha 1/2


Fonte: Autor
3 Plano de instalação de equipamentos e dispositivos industriais
41

Figura 18 -  Certificado de calibração – folha 2/2.


Fonte: Autor

3.11 Identificações das ferramentas utilizadas no projeto

É muito importante saber quais são as ferramentas adequadas para a execução


correta das tarefas em um projeto. Veremos, a seguir, as principais ferramentas.
Multímetro ou multiteste: aparelho destinado a medir e avaliar grandezas
elétricas. Existem modelos de ponteiro com mostrador analógico e modelos com
mostrador digital. (Figura 19)
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
42

30 20
10
90
0 5
10

0
50 0
AC
V

POWER PK HOLD B/L DC / AC

AUTO POWER OFF

ET - 3021

DCV . . . OFF ACV

+
- + AVΩ
CAT ll

DC 10A
20A mA COM VΩHz COM

DCA . . . BATT

Figura 19 -  Multiteste digital e analógico.


Fonte: Minipa, 2012; Pluke, 2012

Gerador de corrente (4 a 20mA): equipamento utilizado para gerar corrente


elétrica a fim de testar diversos instrumentos e malhas verificando suas condições.
Os multitestes mais complexos também geram 4 a 20ma. (Figura 20)

4-2
0m
A
4m
A
12
m
20 A
m
A
LO
W
OU BA
VE TT
R

Im
LO
AD

pa
c

Figura 20 -  Gerador 4 a 20ma


Fonte: IMPAC, 2012

Calibrador: instrumento de medição padrão destinado a definir, realizar,


conservar ou reproduzir uma unidade ou um ou mais valores de uma grandeza
para servir como referência. (Figura 21)
Pressure
Calibrat

0 0000
or PC - 50
7 V
mA
IN =
Pres +
su re ( PS
1 2 1) ON
3 4 OFF IN
5 IN
-
C/CE

GND
+
6 7 8 9 0 OUT
-
ENTER

Figura 21 -  Multicalibrador
Fonte: PRESYS, 2012

Comunicador HART: equipamento utilizado para acesso às informações do


instrumento através de protocolo de comunicação Hart. É bastante utilizado para
a parametrização de range e set point, entre outros.
3 Plano de instalação de equipamentos e dispositivos industriais
43

Comunicador Fieldbus: equipamento utilizado para acesso às informações do


instrumento através de protocolo de comunicação Fieldbus. É bastante utilizado
para parametrização de range, set point, entre outros.
A Figura 22 mostra um programador que tanto pode se comunicar via Hart
como via Fieldbus.

**
** **

** ** **
** ** **
** ** **
** ** **

Figura 22 -  Comunicador Hart & Fieldbus


Fonte: EMERSON, 2012

Ferramentas mecânicas: alicates, chaves de fenda, chaves de boca e todas


as que se façam necessárias para a montagem e a fixação mecânica dos
instrumentos. (Figura 23)

3m

Figura 23 -  Ferramentas mecânicas


Fonte: Casa do Mecanico, 2012

Softwares de calibração e parametrização HART / Fieldbus Foundation: software


utilizado para a parametrização dos instrumentos. É muito importante verificar a
compatibilidade do software com o dispositivo que iremos parametrizar.

3.12 Grau de proteção ip nos dispositivos

Assim como a certificação Ex da IEC Ex Scheme, que já estudamos, há o nível de


proteção do invólucro, também normalizado pela NBR IEC 60529 revisada recentemente.
O objetivo dessa normalização está na proteção provida por invólucros, principalmente
quanto à proteção de pessoas contra o contato acidental em pontos energizados ou
superfícies quentes até a proteção do instrumento contra imersão prolongada.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
44

Essa classificação é codificada pelas letras IP (Index of Protection) seguidas de dois


algarismos, conforme apresentado na Tabela 6. O primeiro algarismo significa o grau de
proteção de pessoas, contra contato a partes energizadas ou móveis no interior do invólucro,
e penetração de sólidos ou poeiras, e o segundo algarismo significa o grau de proteção
contra a penetração de água em condições estabelecidas na norma NBR IEC-60529.
Tabela 6: Grau de proteção IP nos dispositivos
1º Numeral 2º NUMERAL CARACTERÍSTICO
Característico
Grau de proteção com respeito a ingresso prejudicial de água
Grau de proteção 0 1 2 3 4 5 6 7 8
com respeito

da de um ângulo de +/- 69 graus


Protegido contra quedas vertic-

ticais de gotas d’água para uma

Protegido contra água Aspergi-

Protegido contra ondas do mar


Protegido contra jatos de água
ao contato

Protegido contra quedas ver-

Protegido contra submersão


Protegido contra projeções
acidental de

inclinação máxima de 15°

Protegido contra imersão


pessoas a partes
ais de gotas d’água
energizadas e

ou jatos potentes
proteção contra
Não protegido

ingresso de

de água
corpos sólidos

Não protegido 0 IP 00 IP 01 IP 02
Protegido contra 1 IP 10 IP 11 IP 12 IP 13
contato acidental
do corpo(ex: mão) e
contra corpos com
diâmetro> 50mm
Protegido contra 2 IP 20 IP 21 IP 22 IP 23
contato acidental
do corpo(ex: dedo)
e contra corpos com
diâmetro> 12mm;
comprimento
>50mm
Protegido contra 3 IP 30 IP 31 IP 32 IP 33 IP 34
contatos com
ferramentas,fios,etc
>2,5mm e corpos
pequenos
Protegido contra 4 IP 40 IP 41 IP 42 IP 43 IP 44 IP 45 IP 46
contatos com
ferramentas, fios,
etc>1,0mm e corpos
pequenos
Completamente 5 IP 54 IP 55 IP 56
protegido contra
contato;a prova
de pó,mas não
estanque
Completamente 6 IP 65 IP 66 IP 67 IP 68
protegido contra
contato; estanque
a pó
Fonte: Autor
3 Plano de instalação de equipamentos e dispositivos industriais
45

SAIBA Consulte a IEC 60529 e veja que outras tabelas suplementares


MAIS foram criadas.

3.13 Organização da documentação do projeto em data book

O data book é um conjunto de desenhos, certificados, relatórios e outros elementos


que compõem o conjunto de documentos de uma determinada obra. Quando
aplicável, os documentos relacionados a seguir devem fazer parte do data book:
DOCUMENTOS DO DATA BOOK
Listas e planilhas lista de documentos do projeto; lista de aplicação; lista de instrumentos; lista
de materiais; lista de motores; lista de ranges e sets; lista de cabos; check-list de
montagem; planilhas de calibração; folha de testes; folha de dados.
Diagramas, plantas diagrama de malhas; diagrama de intertravamento; diagrama funcional;
e fluxogramas diagrama unifilar; fluxograma de engenharia; planta de locação; planta baixa;
detalhe típico.
Demais foto, nome e numero do projeto e/ou empreendimento; folha índice contendo
documentos todos os documentos do data book; copia da ART do projeto; memorial descri-
tivo; memorial de cálculo; manual do fabricante; certificados de calibração.
Quadro 1 - Documentos do Data Book
Fonte: Autor

3.14 Legislações vigentes para um projeto

O órgão responsável pela normalização técnica em nosso país é a ABNT -


Associação Brasileira de Normas Técnicas, fundada em 1940, como entidade
privada sem fins lucrativos. As normas técnicas têm o caráter de lei, o que serve
para balizar se um serviço ou produto está dentro de certos critérios de qualidade,
que podem ser aferidos pela indústria e pela sociedade em geral, através das leis
do consumidor. Por meio da normalização brasileira pela ABNT, encerrou-se um
ciclo de barreiras técnicas aos produtos brasileiros.
A ABNT é membro fundador da ISO-International Organization for Standardization
e também a representante do Brasil na IEC-International Eletrotechnical Commission.
Existem muitos benefícios quando um produto ou serviço é regularizado por lei, e
também muitas obrigações a cumprir para que ele esteja em conformidade com a
norma. Entre os muitos benefícios poderíamos citar:
• uniformidade de produtos;
• transparência para o consumidor, estabelecida pelos procedimentos da
norma;
• facilidade de intercâmbio dos produtos entre países;
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
46

• proteção das pessoas e dos ativos das empresas por meio da lei.
Dentre as responsabilidades, a principal é se fazer cumprir a norma, o que é muito
importante, pois em caso de acidente pessoal, ambiental ou patrimonial, haverá
responsabilidades amparadas pela lei. Cabe lembrar que as seguradoras patrimoniais
estão cada vez mais se valendo de especialistas para aferir o cumprimento das normas.
Portanto, temos milhares de normas técnicas em vigor no país e é importante que
haja total conhecimento por parte dos fornecedores, para que não aconteçam erros
resultantes da falta de conhecimento. A seguir, temos alguns exemplos de NBRs:
• NBR 5418 – Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas
• NBR 5471 – Condutores Elétricos
• NBR10300 – Cabos de Instrumentação com Isolação Extrudada de PE ou PVC
para até 300V
• NBR 8190 – Simbologia de Instrumentação
• NBRIEC 60079-0 – Equipamentos para Atmosferas Explosivas-Requisitos
Gerais
• NBR 14105 – Manômetro com Sensor de Elemento Elástico-Recomendações
de fabricação e uso
• NBR IEC 60529 – Invólucros para Equipamentos Elétricos - Graus de proteção (IP)
• NBR 10861 – Prensa - Cabos
• NBR 9198 – Embalagens e Acondicionamento
• NBR 13225 – Medição de Vazão em Condutos Forçados
• NBR 8369 – Marcação de Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas
• NBR 6880 – Condutores de Cobre para Cabos Isolados.
• NBR 5410 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão.
• NR10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.
• NR12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.

3.15 Identificação do software e suas características

Projetos novos, ou mesmo pequenas alterações em equipamentos que já estão


operando, passam pela análise e o conhecimento do software que está sendo utilizado.
Nessa fase do Plano de Instalação de Equipamentos e Dispositivos, é de fundamental
importância que o fornecedor dos equipamentos promova treinamento para o
pessoal de projeto e manutenção. Devemos dar atenção especial aos fornecedores de
equipamentos que ainda se utilizam de protocolos proprietários, pois ficaremos reféns
3 Plano de instalação de equipamentos e dispositivos industriais
47

deles. Atualmente, as indústrias já fazem uso da tecnologia Fieldbus, e no ano de 2000


foi aprovado, a norma IEC61158. Foram escolhidos os padrões Fieldbus Foundation H1
e Profibus PA, ambos utilizados na instrumentação para controle de processos.

Recapitulando

Neste capítulo, nos familiarizamos com a documentação e as ferramentas


utilizadas nos projetos industriais, conhecimentos fundamentais para o futuro
técnico que pretende atuar no mercado. A utilização dos documentos e das
ferramentas apresentadas não é mandatória, mas serve como orientação
importante, pois devemos nos lembrar de que um projeto bem sucedido passa
obrigatoriamente por seu bom gerenciamento e o planejamento de todas as etapas.
Recebimento dos
equipamentos e dispositivos

Neste capítulo, estudaremos a fase de recebimento dos equipamentos. Nosso objetivo é


orientar o técnico quanto à documentação, à inspeção, à preservação e ao armazenamento
dos equipamentos e dispositivos. A seguir, estabeleceremos os principais critérios que devem
ser observados para que tudo transcorra de maneira progressiva e tranquila na fase de
recebimento dos equipamentos.

4.1 Aspectos gerais

Agora que já conhecemos os documentos que devem fazer parte de um projeto, vamos
nos preparar para receber os equipamentos e os dispositivos que foram adquiridos. Esta
fase do projeto é tão importante quanto as demais, porém, muitas vezes, é negligenciada.
Normalmente, o recebimento só se torna importante quando algo de grave surge no momento
da instalação, o que acarreta aumento nos custos ou atrasos da obra.
Mesmo que o projeto no qual estivermos envolvidos seja de pequeno porte, a metodologia
e a organização serão fundamentais para que tudo saia como o programado. Com o objetivo de
não enfrentarmos problemas no recebimento dos equipamentos e dispositivos, deveremos seguir
algumas etapas para que não haja surpresas na hora de receber determinado material. (Figura 24)

Figura 24 -  Não foi isso que eu pedi!!


Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
50

4.1.1 Qualificação profissional

As pessoas envolvidas no recebimento dos equipamentos devem ser


qualificadas ou, ao menos, treinadas para realizar de modo eficiente essa função.
Os documentos que serão utilizados na fase de recebimento devem ser entendidos
pelos responsáveis nesta etapa. Desse modo, sugerimos que o setor responsável
pelo recebimento tenha um procedimento, para que todos os envolvidos adotem
a mesma metodologia. Como, normalmente, não temos condições de escalar
especialistas para as tarefas de recebimento, é importante que um treinamento
seja bem elaborado, pois teremos dispositivos eletroeletrônicos, tubulações,
máquinas rotativas e outras que requerem tratamento bem diferenciado.

FIQUE Não escale um mecânico para inspecionar cartões


eletrônicos, a menos que este profissional seja treinado
ALERTA para a função.

CASOS E RELATOS

Falta de planejamento danifica equipamentos


Em uma empresa do ramo siderúrgico, estavam todos animados com
um grande projeto de automação no setor de laminação, que traria vários
benefícios aos operários e, obviamente, ao processo de trabalho. Quando
o material começou a chegar, os locais de acondicionamento não estavam
preparados, de modo que as bombas mecânicas e os instrumentos eletrônicos
foram acondicionados juntos, sem distinção.
Por causa desse acondicionamento sem planejamento, resolveu-se iniciar a
identificação e a separação do material sem um método adequado que definisse
as pessoas responsáveis por essa função. Separou-se o material por categorias,
como tubulações, máquinas, eletroeletrônicos, flanges e outros. Como esse
processo envolveu vários funcionários, não se soube ao certo quais pessoas
tinham manuseado “aqueles cartões eletrônicos tão bonitos”. O fato foi que
as pessoas que manusearam os cartões não utilizaram a pulseira antiestática,
como deveria ser feito, o que ocasionou a danificação das memórias RAM.
Felizmente, o técnico responsável notou a violação das embalagens e
comunicou à equipe, que enviou os cartões para que o fabricante fizesse um
novo teste nesses cartões. Devido à acertada decisão do técnico, foi possível a
substituição das memórias RAM pelo fabricante em decorrência de incorreto
manuseio dos cartões eletrônicos.
4 Recebimento dos Equipamentos e Dispositivos
51

4.2 Documentação

Quando levamos o carro para a revisão dentro do prazo de garantia,


normalmente nos entregam um formulário identificando tudo o que foi
inspecionado no veículo. Esse documento é um check-list, assinado pelo cliente,
que tem o objetivo de lembrar ao responsável pela revisão a necessidade de
checar todos os itens especificados. O documento, assinado pelo cliente, é sua
concordância com a conformidade do serviço.
Os itens que estão nessa planilha fazem parte do manual do carro produzido
pelo fabricante, que se compromete, legalmente, a inspecionar todas as partes
especificadas. É baseado na documentação do recebimento do material, que
faremos as inspeções de conformidade dos produtos adquiridos. Por isso, o
nível de detalhamento da documentação dos produtos é o que nos garante sua
conformidade com o projeto. Podemos detalhar a sequência da documentação
da seguinte forma: (Figura 25)

PROJETO

FOLHA DE DADOS

ORDEM DE COMPRA

REGISTRO DE INSPEÇÃO

PROCEDIMENTO DE RECEBIMENTO

Figura 25 -  Sequência de documentação de recebimento.


Fonte: Autor

4.2.1 Procedimento de recebimento

Os padrões de procedimentos são particularidades de cada empresa.


Desse modo, o técnico deve conhecer os requisitos mínimos que devem
constar no procedimento, para que utilize os métodos corretos e não
cometa ações proibidas nesta fase do projeto, como, por exemplo, utilizar
maçarico para desembalar determinadas caixas de equipamentos, como
computadores. (Figura 26)
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
52

Figura 26 -  Recebendo de forma inadequada dispositivos do projeto.


Fonte: Autor

O procedimento de recebimento deve ter orientações sobre:


• como desembalar um produto;
• qual ação será tomada em caso de equipamento danificado;
• como a inspeção deverá ser realizada;
• como e qual o local de armazenamento do dispositivo até o momento da
montagem, em conformidade com o manual do fabricante;
• como preservar até o momento da montagem (aplicação óleos, graxas,
antioxidante, proteção das roscas, furações, etc.);
• como identificar os metais utilizados nos equipamentos (sede de válvulas,
placas de orifício, conexões, tubing);
• como identificar se o produto está aprovado/reprovado (etiqueta).

4.2.2 Registro de inspeção

Uma vez definido que tipo de inspeção é aplicável, devemos registrar nossas
inspeções em formulários que devem conter:
• assinatura do inspetor;
• método de inspeção;
• número do relatório de inspeção do fabricante (anexar uma cópia junto ao
nosso formulário);
• status da inspeção (aprovado/reprovado);
• data da inspeção;
• normas utilizadas na inspeção.
A seguir, na Figura 27, temos exemplos de etiquetas de recebimento de
material, com status da inspeção.
4 Recebimento dos Equipamentos e Dispositivos
53

SENAI Relatório de Inspecção n°:


Fornecedor:
N° da ordem de compra:

APROVADO Descrição do item:

Responsável:
Data:

SENAI Relatório de Inspecção n°:


Fornecedor:
N° da ordem de compra:
Descrição do item:

REPROVADO Motivo da reprovação:

Responsável:
Data:

Figura 27 -  Exemplos de etiquetas de recebimento (frente / verso)


Fonte: Autor

4.2.3 Ordem de compra

Normalmente, a ordem de compra só é consultada em caso de dúvida sobre


o fornecimento de algum dispositivo. O comprador não é um especialista de
projetos, e podem ocorrer sérios problemas de fornecimento se este documento
não for preenchido com informações precisas e detalhadas dos dispositivos. As
responsabilidades pela aquisição dos novos equipamentos e dispositivos são
dos departamentos de Compras e de Engenharia do Projeto. A sintonia entre
o comprador e o projetista deve ser total para que não haja dúvidas sobre as
especificações dos equipamentos e dispositivos.

4.2.4 Folha de dados

A folha de dados, que foi estudada no capítulo anterior ao especificarmos


o plano de instalação de equipamentos e dispositivos, é um dos documentos
mais importantes para diversas fases do projeto. No momento do recebimento,
confrontamos os dados dos equipamentos e dispositivos com a folha de dados
fornecida pelo projeto. Normalmente, as principais informações sobre os
equipamentos e dispositivos estão fixadas em plaquetas no corpo do dispositivo,
e as demais informações estão no manual do fabricante que, normalmente,
acompanha a embalagem do dispositivo (meio eletrônico ou papel).
Como todas as informações necessárias estão na folha de dados, esse
documento passa a ser um dos mais importantes nesta fase do projeto.
Se analisarmos a folha de dados detalhadamente, teremos uma ideia da
quantidade de itens que deveremos inspecionar em nosso check-list:
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
54

3
Não destrutivo • características do hardware;
O ensaio não destrutivo,
não provoca danos aos ma-
• conexões elétricas;
teriais. O ensaio destrutivo,
ao contrário, inutiliza o ma- • conexões ao processo;
terial inspecionado, produ-
zindo alterações permanen- • materiais utilizados;
tes em suas propriedades
dimensionais, mecânicas, • classificação de área;
físicas ou químicas.
• classificação do invólucro;
• condições operacionais (temperatura, pressão, densidade, viscosidade, peso
molecular).

4.2.5 Projeto

O projeto é o conjunto de documentos que deverá estar acessível a todas


as pessoas envolvidas com qualquer fase do projeto. Dúvidas e alterações
realizadas em qualquer fase do projeto devem ser de conhecimento dos
responsáveis pelo projeto.

4.2.6 Inspeção

Conforme a ABNT-NBR 5425, inspeção é o processo de medir, ensaiar ou


examinar a unidade de produto para verificar se suas características estão de acordo
com as especificações técnicas e contratuais. A inspeção visa, principalmente, a:
• separar as unidades de produto aceitáveis das não aceitáveis;
• avaliar
o grau de conformidade ou não conformidade com os requisitos
estabelecidos;
• assegurar que os requisitos desejados de qualidade foram atendidos;
• fazer chegar o mais breve possível aos responsáveis (chefias de produção,
diretoria, etc.) relatórios que apontem as deficiências observadas.

A norma regulamentadora NR13 regulamenta a


VOCÊ obrigatoriedade das empresas fazerem testes periódicos de
SABIA? pressão em vasos industriais.

Critérios de Inspeção

O critério que adotaremos para uma inspeção quantitativa vai depender de


alguns fatores, como:
• quantidade de produtos a serem inspecionados;
4 Recebimento dos Equipamentos e Dispositivos
55

• custos envolvidos na inspeção;


• histórico de qualidade do fornecedor;
• características de qualidade a serem avaliadas;
• tipo de produto a ser inspecionado.
Uma vez avaliados esse fatores, devemos optar pelo tipo de inspeção
quantitativa a ser adotada. A seguir, veremos os tipos de inspeções quantitativas.

Inspeção 100%

Este tipo de inspeção considera que todos os produtos serão avaliados


individualmente, o que garante a conformidade em relação aos requisitos de
qualidade. Desse modo, seria óbvio que toda inspeção deveria ser 100%, mas,
frequentemente, a inspeção 100% é excessivamente cara ou destrutiva. Desse
modo, os ensaios não destrutivos3 devem ser os preferidos pelos responsáveis,
apesar de, algumas vezes, esse tipo de ensaio ter um alto custo.

Consulte o catálogo de normas ABNT e veja quais são as


SAIBA normas regulamentadoras aplicáveis à indústria:
MAIS www.abnt.org.br

Inspeção por amostragem

A inspeção por amostragem é mais econômica do que a inspeção 100%, pois


uma amostra é selecionada aleatoriamente e é avaliada em conformidade com
os requisitos da qualidade. Normalmente, utilizamos a inspeção por amostragem
quando temos um histórico de alta qualidade dos produtos de um determinado
fornecedor. Caso durante o processo de inspeção por amostragem seja percebido
que o produto não atende aos requisitos da qualidade, será necessário aumentar
a amostra, ou mesmo adotar a inspeção 100%.
Existem dois tipos de inspeção por amostragem:
• Inspeção por atributos: no ato de inspeção do produto é atribuída uma
característica que será avaliada em relação aos requisitos da qualidade,
fornecendo um resultado dos tipos “conforme / não conforme”, “passa / não
passa” ou “aceito não aceito”. A inspeção por atributos é mais simples do
que a inspeção por variáveis (que veremos a seguir), pois normalmente não
necessita de padrões específicos para a determinação de sua conformidade
com a qualidade especificada. Como não há medições específicas, os
resultados também são mais fáceis de registrar. Essa inspeção é feita,
frequentemente, de forma visual, apontando o defeito e rejeitando a peça
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
56

ou o lote. Vamos a um exemplo: imagine que seja necessária uma avaliação


dimensional de uma determinada peça (medição de espessura). Primeiro,
agruparemos as amostras ou lotes que serão inspecionados. Posteriormente,
fabricaremos um calibre com as dimensões mínimas e máximas esperadas.
Após essa etapa, submeteremos a peça ao gabarito, e o resultado será
“aprovado ou reprovado”. (Figura 28)

Figura 28 -  Inspeção com gabarito


Fonte: Autor

• Inspeção por variáveis: a inspeção por variáveis é realizada comparando


os resultados a uma escala de medição por pontos, sendo seu resultado
apresentado em valores numéricos. Os resultados são apresentados em
milímetros (dimensional) ou graus (temperatura); ou seja, a característica
de qualidade é determinada em termos de quantidades ou em termos
mensuráveis. Vamos utilizar o mesmo exemplo que citamos na inspeção por
atributos: precisamos fazer uma avaliação dimensional de uma determinada
peça (medição de espessura). Primeiramente, repetiremos o mesmo
processo anterior, isto é, agruparemos as peças que serão inspecionadas.
Após o agrupamento, utilizaremos um paquímetro padrão de medição.
Mediremos uma peça por vez, registrando os valores encontrados, por
exemplo, 42,7mm, 42,5mm, 42,5mm, 49mm. Como pudemos notar, esse tipo
de medição por variáveis é mais trabalhoso e, por isso é bem mais oneroso.
Todavia, traz muito mais informações do que a medição por atributos, como,
por exemplo, o grau de indicação de variação dentro de um lote. (Figura 29)

Figura 29 -  Inspeção com variáveis


Fonte: Autor
4 Recebimento dos Equipamentos e Dispositivos
57

4.2.7 Preservação

A preservação é utilizada exclusivamente em grandes projetos, pois desde o


início da fase do recebimento dos instrumentos até o começo do projeto podemos
ter um período muito longo. Caso não tenhamos cuidado com a integridade dos
materiais recebidos até o início da produção, esses ativos poderão não funcionar
como o esperado.
Nesta fase do projeto o manual do fabricante é essencial, pois, normalmente,
a preservação inicial fica a cargo do próprio fabricante, como a colocação de
sílica na embalagem (para combater a umidade) ou de graxa antioxidante em
componentes mecânicos (para evitar oxidação). Orifícios de instrumentos,
flanges, válvulas e eletrodutos deverão ser tamponados para evitar a entrada de
umidade e insetos. O manuseio de cartões eletrônicos só poderá ser feito com
a utilização da pulseira antiestética, e a embalagem dos cartões também deve
dissipar a energia estática. Um ponto que devemos ressaltar é que os cuidados
com a preservação podem mudar de uma região para outra, pois, dependendo da
região do país, há grandes diferenças entre umidade e temperatura.

4.2.8 Armazenamento

Esta é a última fase do recebimento dos equipamentos e dispositivos.


Sugerimos que os equipamentos sejam identificados e tenham uma etiqueta
que comprove sua conformidade com a qualidade. Se possível, os equipamentos
podem ser armazenados em suas embalagens de origem. Quando isso não
for possível, devemos providenciar o mesmo grau de proteção da embalagem
original. Existem equipamentos eletrônicos e outros materiais que deverão ser
armazenados em ambientes com temperatura e umidade controlados.

Podemos perder a garantia de um produto por mau


VOCÊ armazenamento. Imagine o custo de perda de garantia
SABIA? de equipamentos em um projeto de grandes proporções,
como uma hidrelétrica ou uma petroquímica.

Quanto ao local de armazenamento do produto, devemos seguir os requisitos


do manual do fabricante. Caso o manual não faça referência, devemos nos orientar
pelo bom senso. Veja algumas dicas importantes de armazenamento:
• Material eletroeletrônico: esses produtos foram feitos para estarem ligados
(aquecidos). Logo, mantenha-os em lugar seco (umidade controlada).
• Equipamentos rotativos: esses equipamentos (bombas, compressores,
moinhos etc.) requerem cuidados se vierem com acessórios, como sensores
de nível, de temperatura pressão, entre outros.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
58

• Acessórios: juntas, parafusos, flanges e tubing, entre outros, devem estar


separados por grupos, identificados quanto ao material e armazenados em
lugar abrigado.

O quilograma é a unidade de medida de massa (e não


VOCÊ de peso, nem de força); ele é igual à massa do protótipo
SABIA? internacional do quilograma guardado no Bureau
International des Poinds et Mésures - BIPM.

Recapitulando

Neste capítulo, mostramos uma metodologia de recebimento de equipamentos


de um projeto. Enfatizamos que a atenção não deve estar focada somente no
recebimento de grandes máquinas e equipamentos, pois todos os elementos são
fundamentais para a planta. Aprendemos que a documentação do recebimento
é fundamental para o controle do processo, e todos os envolvidos devem ser
qualificados ou treinados para exercer a função de forma eficiente.
4 Recebimento dos Equipamentos e Dispositivos
59

Anotações:
Montagem de equipamentos e dispositivos

O objetivo deste capítulo é reunir algumas informações relevantes para propiciar uma montagem
correta da instrumentação no campo. Trataremos do hardware e do software dos equipamentos
e dispositivos. A montagem correta dos dispositivos na planta industrial é fundamental para que
eles funcionem conforme o esperado. É prudente consultarmos ou envolvermos o fabricante do
dispositivo no processo de montagem, nem que isso cause alguns transtornos; caso contrário,
poderemos ter um equipamento que funcione com um índice de manutenção elevado.

5.1 Documentação

Nesta fase da execução do projeto, alguns documentos tornam-se mais relevantes do que
outros. Nunca é demais observar que o fluxo da documentação do projeto deve garantir que
todos os envolvidos na montagem estejam com as revisões atualizadas. Para a montagem
mecânica dos dispositivos no processo, utilizaremos os documentos típicos de montagem e os
manuais de fabricantes. Para a montagem elétrica dos dispositivos, utilizaremos o diagrama de
malhas e também o manual do fabricante.
A primeira impressão do técnico é que o típico de montagem bastaria para a correta
inserção dos dispositivos no campo, porém há um intervalo de tempo que deve ser levado em
conta entre o projeto e o recebimento dos instrumentos nas versões atualizadas, ou entre o
projeto e a mudança de fornecedores dos instrumentos. Isso quer dizer que o dimensional do
equipamento recebido pode não ser o mesmo do esperado pelo projetista. Por esse motivo, as
etapas a seguir deverão ser observadas com atenção.

5.1.1 Confrontar o manual do fabricante com o desenho típico de montagem

As informações contidas no manual do fabricante de cada equipamento são essenciais.


Por meio do manual, obtemos dados específicos e informações orientadoras que, ao serem
confrontados com o desenho típico de montagem, nos fornecem uma melhor dimensão da
correta instalação. Além disso, muitas dúvidas podem ser sanadas em uma rápida consulta ao
manual do fabricante. (Figura 30)
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
62

Existem diversos fabricantes com vários modelos de


VOCÊ instrumentos, e para cada um encontram-se características
SABIA? específicas. O manual serve como referência de informação
dessas peculiaridades.

GÁS LÍQUIDO VAPOR

Figura 30 -  Montagem de transmissores de vazao de acordo com o estado do fluido


Fonte: SMAR, 2012

5.1.2 Verificar a compatibilidade dimensional entre a


instalação e o projeto

Cada projeto tem seus padrões de instalação, conexões, engates, roscas, etc. Os
instrumentos também possuem seus padrões dimensionais de instalação que nem
sempre serão iguais aos padrões do projeto. É importante que todas as conexões
(elétricas, pneumáticas, hidráulicas, etc.), engates, roscas e outras tenham sua
compatibilidade verificada entre o processo e o instrumento/dispositivo. Quando
não há compatibilidade, utilizamos adaptadores, conectores e outros, de acordo
com a necessidade, e permitidos por normas/procedimentos relativos ao projeto.
Na Figura 31 podemos identificar três medidores de vazão de fabricantes
distintos com diferentes dimensões.

Figura 31 -  Transmissores de vazão multivariáveis de fabricantes diferentes com distintas dimensões


Fonte: Autor
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
63

Devemos dar atenção especial ao material de fabricação


FIQUE dos adaptadores utilizados para a instalação dos
ALERTA instrumentos e equipamentos, pois, se o material não for
adequado às características do processo, acarretará risco
operacional e acidentes.

Os instrumentos devem permitir fácil visualização e leitura. Identificar claramente


a localização dos instrumentos em um ambiente operacional facilita os trabalhos
cotidianos e auxilia nas possíveis intervenções em casos que exijam maior agilidade.
A visualização das indicações desses instrumentos, tanto para operadores como
para a equipe de manutenção, é de vital importância para a tomada de decisão e o
acompanhamento de manobras em um ambiente operacional. Por isso, é fundamental
que elas estejam bem visíveis para facilitar a identificação e a instalação do instrumento.
Outros dois pontos importantes devem ser lembrados. O primeiro aspecto é sobre a
posição do instrumento no momento da instalação, que não poderá gerar situações de
risco a pessoas ou equipamentos. O segundo ponto também diz respeito à localização
final dos instrumentos. Evite alocar instrumentos que não possuam grau elevado de
proteção (conforme vimos anteriormente), nem próximos a locais quentes, tão pouco a
lugares que possam acumular água/umidade ou que fiquem expostos a muita vibração.
Esses aspectos podem danificar o instrumento e/ou interferir nas medições realizadas.

5.1.3 Identificação do instrumento com a lista de projeto

Cada projeto possui sua padronização de identificação dos instrumentos. Assim,


você deve saber que a identificação do instrumento montado deve estar de acordo
com a lista de instrumentos de projeto. Essa identificação está demonstrada na lista
de instrumentos de projeto e é a identificação que será dada a cada instrumento
instalado. A identificação do instrumento define, entre outros aspectos, a área
operacional em que ele será instalado e a variável que será medida por ele. Na Figura
32, observaremos como um equipamento deve ser devidamente identificado, e na
Figura 33 mostraremos o mesmo equipamento com a identificação avariada.

Figura 32 -  Transmissor de vazão magnético devidamente identificado com o tag


Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
64

Figura 33 -  Transmissor de vazão magnético com identificação avariada


Fonte: Autor

5.2 Montagem mecânica de equipamentos e dispositivos

A montagem de um grande projeto passa por especialistas e trabalhadores das


áreas da calderaria, mecânica, montagem, elétrica e outras. Caberá aos profissionais
dessas áreas a executação das tarefas que estarão diretamente relacionadas com a
instrumentação. Mesmo que a instalação de alguns equipamentos, como válvulas,
medidores de vazão (inseridos na tubulação), etc., não fique sob a responsabilidade
do instrumentista, esse profissional não está isento de fiscalizar e orientar as demais
especialidades em relação aos seguintes fatores:
• alinhamento de flanges;
• pinturas;
• acabamentos;
• aterramentos;
• paralelismo de linhas e potes de selagem;
• declividade de tubings;
• eletrodutos;
• suportes de instrumentos e linhas de impulso;
• caixas de junção.
Uma montagem inadequada pode acarretar muitas horas de manutenção,
inviabilizando o bom funcionamento do equipamento. A seguir, veremos alguns
tópicos importantes que auxiliam a montagem de equipamentos e dispositivos.

5.2.1 Montagem de caixas de junção (jb juncion box)

É recomendado que o acesso de eletrodutos para a caixa de junção seja lateral


ou inferior. Na Figura 34 vemos as opções corretas e incorretas.
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
65

Figura 34 -  Caixas de junção de sinais analógicos


Fonte: Autor

No momento de instalação de caixas de junção, você deverá inspecionar a


vedação da tampa (borracha sem cortes e posição correta), identificar a caixa de
junção e as conexões internas de forma bem visível e ter na caixa de junção e
prensa-cabos adequados, a classificação de área. Todos essas recomendações
podem ser vistas nas Figura 35 até Figura 38.

Figura 35 -  Caixas de junção para Fieldbus


Fonte: Autor

Figura 36 -  Caixas de junção de sinais analógicos


Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
66

Figura 37 -  Brick para sinais digitais


Fonte: Autor

Figura 38 -  Caixa de junção de fieldbus em sala remota


Fonte: Autor

5.2.2 Montagem de tubing

Para a montagem de tubing, as linhas de impulso não devem ser suportadas nas
linhas de processo. Além disso, mantenha o paralelismo das linhas e a inclinação nas
linhas de impulso, de tal modo que não forme colunas de líquido em gases úmidos
e bolsões de gás em medições de líquidos. Outro ponto importante é que as linhas
de impulso devem ser submetidas a testes de resistência mecânica (hidrostática/
pneumática). Concluindo, as conexões e as suportações de materiais diferentes devem
ser isoladas (aço inox X aço carbono) para evitar a constituição de pilha galvânica.

5.2.3 Montagem de cabos, eletrodutos, bandejamento e painéis

Na montagem dos cabos deve ser verificada a correta instalação dos prensa-
cabos das unidades seladoras e das curvas no cabo, com o objetivo de evitar
entrada de água. Para trechos longos de eletrodutos deve ser instalado um
sistema que realize a drenagem satisfatória de possíveis condensações de água.
Cabos não podem ter cortes em seu encapamentos, oriundos de cantos-vivos,
de bandejas ou de ferramentas cortantes, pois penetrará água. Nas Figura 39 e
Figura 40 temos exemplos de segregação de cabos e conexões de campo.
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
67

Figura 39 -  Exemplo de segregação de cabos de sinal e energia no campo


Fonte: Autor

Figura 40 -  Cabos de fieldbus – conexões no campo


Fonte: Autor

CASOS E RELATOS

Um olhar atento faz toda a diferença


Uma determinada empresa do ramo petroquímico, que utilizava a tecnologia
SDCD, estava enfrentando vários distúrbios em seus processos devido à entrada
de água em caixas de junção e em instrumentos diversos. Desse modo, decidiu-se
iniciar a investigação dos prensa-cabos, dos ó-rings de tampa de instrumentos e das
borrachas de vedação de caixas de junção. Todavia, o problema continuava e o acesso
de água ao interior dos instrumentos e dos JBs não parava. Como a situação estava
bem crítica, começaram a utilizar sacos plásticos para envolver os instrumentos, mas
nem esta medida extrema adiantou. Após a chuva, sempre aparecia água no interior
dos instrumentos.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
68

Inconformado com essa situação, um técnico mais atento passou a observar


detalhadamente os instrumentos e como eles estavam instalados, e percebeu o que
ninguém tinha notado. O acesso da água ocorria pelo interior dos cabos que estavam
com suas capas cortadas junto ao bandejamento. Assim, o técnico conseguiu resolver
um problema crítico da empresa e constatou a importância de um processo eficiente
de montagem dos equipamentos, já que após o início da produção a troca dos cabos
fica inviável, o que prejudica todo o processo de trabalho.

5.2.4 Montagem de indicadores e transmissores de pressão

A medição de pressão é uma das variáveis mais usuais do meio industrial.


Fazendo uma comparação com o corpo humano, sabemos que uma das primeiras
ações que o médico faz quando não estamos bem é medir nossa pressão e
temperatura. Na indústria não é muito diferente, pois a pressão fora de controle
em um vaso ou tubulação pode causar acidentes de proporções catastróficas.
Os medidores de pressão podem ser divididos em dois grupos:
• Eletrônicos – utilizam sensores piezoelétricos, células capacitivas e cristais
de quartzo.
• Mecânicos – utilizam princípios físicos como dilatação volumétrica de
líquidos, expansão de vapor, etc. Normalmente, são utilizados como
indicadores locais.
A seguir, mostraremos a montagem dos instrumentos mecânicos e,
posteriormente, os transmissores eletrônicos.

Montagem de Manômetros

Na montagem de dispositivos medidores de pressão, é importante que


tenhamos válvula(s) de bloqueio e também válvulas de alívio para despressurizar
o produto que ficou confinado entre o bloqueio e o instrumento. Na instalação
de manômetros com elemento elástico, devemos dar atenção a alguns itens para
aumentar a vida útil do instrumento:
• quando a pressão medida for pulsante, devemos utilizar manômetro com
mecanismo, imerso em óleo, para lubrificar e amortecer as partes móveis.
Em casos extremos podemos utilizar amortecedor de choque;
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
69

• o invólucro do manômetro não deverá estar aquecido; caso o fluído esteja a


temperaturas extremas, devemos instalar um sifão, de modo que possamos
tocar a caixa do instrumento;
• a pressão que o instrumento está medindo não deverá ultrapassar 2/3 do
valor máximo;
• caso a pressão medida seja pulsante, não ultrapassar a metade do valor máximo.
Na Figura 41 e Figura 42 são apresentados típicos de montagem.
40

SOLDA DE SELAGEM
(NOTA 2)

118
P/TUB. P/INSTR.

83 UER

64

Figura 41 -  Típico de montagem para manômetro com sifão Figura 42 -  Montagem realizada conforme típico de montagem
Fonte: Autor Fonte: Autor

Montagem de Transmissores de Pressão

Para a montagem de transmissores de pressão também são necessárias


válvulas de bloqueio e dreno, como ocorre com os manômetros. A instalação do
transmissor deve seguir rigorosamente o projeto, pois teremos medidores que
serão instalados acima do ponto de medição e outros, com diafragma e tubo
capilar, que estarão abaixo do ponto de medição (para produtos condensantes).
Da Figura 43 até Figura 45 vemos exemplos de típicos de montagem para
transmissores de pressão.
3
TA
NO

302
78
P/
TU
B.

54
P/
IN
ST
.

Figura 43 -  Típico de montagem para produtos criogênicos e evaporação a temperatura ambiente


Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
70

Figura 44 -  Montagem de transmissor de pressão tipo Fieldbus


Fonte: Autor

Figura 45 -  Transmissor de pressão tecnologia Hart


Fonte: Autor

5.2.5 Montagem de transmissores de vazão

A vazão é a que utiliza mais recursos tecnológicos para a fabricação de seus


instrumentos, desde o usual hidrômetro doméstico para a medição de água até
os medidores de vazão ultrassônicos a efeito doppler. Como a apresentação de
todos os tipos tornaria este tópico muito extenso, abordaremos a montagem dos
medidores de vazão mais utilizados pelas indústrias em seus processos.
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
71

Medição de Vazão por Placas de Orifício

Apesar de esse tipo de elemento primário de vazão ser bastante antigo, ele
ainda é o mais utilizado na indústria petroquímica. As placas de orifício são
medidores extremamente versáteis, pois a malha é composta por uma placa de
orifício (elemento primário de vazão) que estará em contato com o produto, e
um transmissor de pressão diferencial que enviará o sinal de vazão até o local
desejado. As normas ABNT NBR 13225 e ABNT ISO 5167-1 regulamentam todo
o projeto de fabricação, utilização e instalação de placas de orifício. Além dessas
normas, alguns detalhes importantes devem ser observados durante a montagem:
• a inscrição da placa deve estar a montante do fluxo;
• ainscrição deve conter, no mínimo, o tag, o diâmetro da tubulação, o
diâmetro do orifício e o material de fabricação.
Na Figura 46 vemos uma placa de orifício montada.

Figura 46 -  Placa de orifício montada


Fonte: Autor

A localização do medidor de pressão diferencial em relação à tubulação será


determinada pela fase do fluido de processo. Da Figura 47 até Figura 49, temos
alguns típicos de montagem clássicos.

NO
TA
1

19

78

19
P/INST.
P/TUB.

Figura 47 -  Típico de montagem para medição de gás


Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
72

UB.
P /T
NS T.
P/I

54

78 NO
TA
2

19

Figura 48 -  Típico de montagem para medição de líquidos


Fonte: Autor

113
12
4
TA
NO
83 83
UER
83
12 4
TA
NO 83
63

NO
TA
9

83

5
TA
NO

83 UER
UER
73 83

113
14

Figura 49 -  Típico para vazão de vapor


Fonte: Autor

A seguir, nas Figura 50 e Figura 51 apresentamos medidores de pressão


diferencial.

Figura 50 -  Medidor de pressão diferencial


Fonte: Autor
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
73

Figura 51 -  Medidor de pressão diferencial conectado ao processo


Fonte: Autor

Na Figura 52 apresentamos um técnico em operação com um transmissor


multivariável de vazão.

Figura 52 -  Técnico desconectando trasmissor multivariável de vazão para calibração


Fonte: Autor

Medição de Vazão a Efeito Coriolis

Este tipo de medidor de vazão está sendo utilizado cada vez mais nos projetos
de instrumentação, uma vez que sua precisão pode chegar a 0,1% para líquidos. A
instalação desses medidores requer atenção especial no que se refere às tensões
da tubulação sobre os flanges do instrumento. A montagem de um medidor
de vazão a efeito coriolis deve ser executada, ou ao menos acompanhada, pelo
técnico instrumentista, pois uma pequena tensão sobre o instrumento poderá
causar um pequeno desvio na medição de vazão, que ficará difícil de ser percebido
quando o processo estiver operando.
O típico de instalação e o manual do fabricante são indispensáveis para uma
boa instalação. As normas ANSI/ASME MFC-11-M e ISO DIS 10790 dão a base para a
utilização desses medidores na transferência de custódia. (Figura 53 até Figura 56)
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
74

k g / min

Figura 53 -  Medidor de tubo reto


Fonte: Autor

Figura 54 -  Medidor de vazão de tubo reto


Fonte: Autor

Figura 55 -  Instalação para medição de vazão de gás


Fonte: Autor
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
75

Figura 56 -  Instalação para medição de líquidos


Fonte: Autor

Medidores de Vazão Eletromagnéticos

Os medidores eletromagnéticos de vazão baseiam-se no princípio da lei de


Faraday, segundo a qual, quando um condutor móvel se desloca em um campo
magnético surge em suas extremidades uma força eletromotriz proporcional
à intensidade do campo magnético, ao seu comprimento e à velocidade de
deslocamento.
Na Figura 57 , temos a representação de um medidor eletromagnético.

Núcleo EXCITAÇÃO
Bobina EX1

Medidor EX2

A Transmissor de
vazão
B Campo
TCM magnético
Entrada
Velocidade de “B”
vazão “V” Força
eletromatriz “E”
Campo magnético
“B” Velocidade de
vazão “V”

Figura 57 -  Representação de um medidor eletromagnético


Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
76

O técnico montador deve ter atenção especial com o medidor eletromagnético,


pois o aterramento adequado é essencial para seu bom funcionamento. Quando
o instrumento é instalado em tubulações vitrificadas internamente ou em PVC
(materiais isolantes), devem ser instalados anéis de aterramento. Os anéis de
aterramento são fornecidos junto com o medidor.
Na Figura 58, temos a instalação de um medidor no sentido vertical.

Figura 58 -  Instalação de um medidor no sentido vertical


Fonte: Autor

A Figura 59 mostra a instalação de um medidor no sentido horizontal.

Figura 59 -  Instalação de um medidor no sentido horizontal


Fonte: Autor

Medidores de Vazão Vortex

O princípio de funcionamento desse medidor baseia-se na observação


do fenômeno físico de formação de vórtices, quando há um obstáculo não
aerodinâmico na corrente fluida. Os vórtices formam-se à jusante do obstáculo,
como na Figura 60.
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
77

Zona de Alta
velocidade

do medidor
Diâmetro
Vazão

Zona não
turbulenta Frequência de
vórtices

Zona de
transição

Figura 60 -  Formação de vórtices


Fonte: Autor

A Figura 61 mostra um medidor de vazão vortex, e a Figura 62 apresenta um


medidor instalado na planta.

0,000

Figura 61 -  Medidor de vazão vortex


Fonte: Autor

Figura 62 -  Formação de vórtices


Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
78

Medidores Tipo Turbina

O princípio desse medidor baseia-se em um rotor provido de palhetas que gira


quando há vazão. O movimento rotatório da turbina será medido mecânicamente
ou por sensores de pulso.
A Figura 63 apresenta o funcionamento de uma turbina, e na Figura 64 temos
um medidor instalado na planta.

Figura 63 -  Funcionamento de uma turbina


Fonte: Autor

Figura 64 -  Medidor instalado na planta


Fonte: Autor

5.2.6 Montagem de medidores de temperatura

Assim como em outras variáveis fundamentais, a medição de temperatura


pode se dar por vários princípios físicos. Podemos classificar os medidores de
temperatura em dois grupos:
• Grupo 1 – medidores que se baseiam em alterações físicas dos materiais,
como volume, pressão, dilatação, etc. Como exemplos temos os
termômetros de líquidos, os termômetros bimetálicos, os termômetros à
pressão de vapor e outros.
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
79

• Grupo 2 – medidores que se baseiam em propriedades termoelétricas,


como resistividade, diferença de potencial, etc. Como exemplos temos os
termopares, os termômetros de resistência e outros.

Montagem de Indicadores Locais Não Elétricos (Grupo 1)

A Figura 65 nos mostra um desenho típico de montagem para um indicador local.


Poço

Poço

Poço

Figura 65 -  Desenho típico de montagem para um indicador local


Fonte: Autor

A Figura 66 mostra um indicador de temperatura local.

Figura 66 -  Indicador de temperatura local instalado em vaso, em conjunto com indicador de nível por vaso comunicante
Fonte: Autor

Montagem de Transmissores de Temperatura Termoelétricos (Grupo 2)

A Figura 67 é um típico de montagem de um RTD (Resistence Temperature


Detector).
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
80

600MIN. (TIP. )

600MIN. (TIP. )
Poço
Poço

Figura 67 -  Típico de montagem de um RTD


Fonte: Autor

A seguir, temos a Figura 68 que nos mostra a instalação de dois termopares.


O termopar da esquerda é com poço roscado, e o da direta, com poço flangeado.

Figura 68 -  Instalação de dois termopares (esquerda - poço roscado; direta - poço flangeado)
Fonte: Autor

FIQUE Na montagem de termopares ou termorresistências em


ALERTA poços, é importante que o sensor toque o fundo do poço,
pois a transmissão do calor se dá por condução.

5.2.7 Montagem de indicadores de nível

O nível é uma das variáveis mais utilizadas nas instalações industriais. Podemos
ter visores locais de nível e, também, transmissores remotos de nível que levam
o sinal até uma sala de controle. Para transmissores de nível são aplicadas várias
tecnologias, como medição de pressão diferencial, radar, ultrassônico, empuxo
e outras. Cada tipo de medidor tem suas particularidades na instalação; por
isso, ressaltamos a necessidade de utilizar a documentação do fabricante e a
documentação do projeto.
A Figura 69 apresenta um desenho típico de montagem para um visor local de
nível LG.
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
81

P/TUB. P/INSTR.

Figura 69 -  Desenho típico de montagem para um visor local de nível LG


Fonte: Autor

Na Figura 70 temos instalações industriais de LG.

Figura 70 -  instalações industriais de LG


Fonte: Autor

Um típico de montagem para um transmissor de nível do tipo pressão


diferencial pode ser visto na Figura 71. Na Figura 72, temos a instalação de um
transmissor de nível ultrassônico.
T.
/INS
UB P
P/T

Figura 71 -  Típico de montagem para um transmissor de nível do tipo pressão diferencial


Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
82

Figura 72 -  Instalação de um transmissor de nível ultrassônico


Fonte: Autor

5.3 Montagem elétrica de equipamentos e dispositivos

Agora que já passamos pela montagem dos instrumentos no campo, vamos


para a fase das conexões elétricas dos instrumentos. Atualmente, dispomos de
várias tecnologias, como fibra ótica, fieldbus e wireless para a transmissão de
sinais provenientes do campo até a sala de controle. Para as conexões elétricas
de cada tecnologia, o manual do fabricante deverá ser consultado. A seguir,
teremos exemplos de conexões clássicas que são utilizadas na transmissão de
sinais elétricos do tipo 4 a 20ma e 4 a 20 Hart, pois as demais tecnologias utilizam
conexões próprias.

5.3.1 Alinhamento e prensamento de terminais

Inicialmente, vamos nos familiarizar com a utilização de terminais e ferramentas


associadas, pois é bem comum ocorrerem grandes transtornos de controle e de
indicação por causa de conexões mal feitas (soltas), após a partida de uma planta.
Quando iniciamos a investigação dos motivos pelos quais os terminais estão mal
fixados, descobrimos que o instalador não utilizou as ferramentas disponíveis de
forma correta.
A Figura 73, a seguir, mostra um conjunto de tipos de terminais utilizados para
a fixação de fios e cabos elétricos.
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
83

Figura 73 -  Tipos de terminais


Fonte: Autor

Os terminais contêm:
• parte ativa com cobre eletrolítico estanhado;
• capa isolante com poliamida 6/6;
• tira de 40 terminais até 2,5mm e 25 terminais para 4 e 6mm.
A apresentação unitária do terminal, para 10,16 e 25mm², é mostrada na Figura
74, a seguir.
B
C

A
Figura 74 -  Tipos de terminais
Fonte: Autor

A Tabela 7 mostra algumas referências comerciais dos terminais.


Tabela 7: Referências comerciais de terminais
Designação
Seção (mm2)

norma NR C

Decapagem
Referência

segundo

D (mm)
A (mm)

B (mm)

C (mm)
63.023
Cor

37661 0,5 Branco EC 0,5/8 7,6 14,1 1,5 3,4 11


37662 0,75 Azul EC 0,75/8 7,6 14,1 1,5 3,4 11
37663 1 Ver- EC 1/8 7,6 14,1 1,7 3,6 11
malho
37664 1,5 Preto EC 1,5/8 7,9 14,4 2 4,1 11,5
37666 2,5 Cinza EC 2,5/8 7,9 15,4 2,6 4,8 12
37667 4 Laranja EC 4/8 11,9 21,2 3,2 5,7 16,5
37668 6 Verde EC 6/8 11,9 22,9 3,9 7,2 17
37669 10 Marrom EC 10/8 12 21,9 4,9 8,6 17
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
84

Designação
Seção (mm2)

norma NR C

Decapagem
Referência

segundo

D (mm)
A (mm)

B (mm)

C (mm)
63.023
Cor
37670 16 Branco EC 16/8 18 28,5 6,3 9,8 21
37671 25 Preto EC 0,5/8 18 31,3 7,9 12,2 21
Fonte: Autor

5.3.2 Pinça multifuncional

Esta ferramenta realiza sozinha todas as operações necessárias para aplicar


e “crimpar” os terminais de 0,5 a 2,5mm², da seguinte maneira: ela pinça, corta,
decapa, torce e “crimpa” o fio. Além disso, a pinça multifuncional tem vários
benefícios:
• praticidade: de fácil uso por pessoas destras ou canhotas;
• segurança: apresenta qualidade de quatro pontos de crimpagem;
• funcionalidade:possui capa de proteção nos carregadores, carregadores
coloridos de acordo com os terminais para uma visualização imediata da
seção dos terminais, posição do botão de ajuste da seção do fio facilmente
identificado, bastando um simples movimento;
• agilidade: permite grande economia de tempo.
A seguir, no Quadro 2, apresentamos a sequência para a decapagem dos fios.

1) Ajuste à seção do fio: 2) Corte o fio na medida requerida.


posição I: 0,5 a 1mm2;
posição II: 1,5 a 2,5mm2.

3) Decape o fio: ajuste automático 4) Torça o fio: segure firme o alicate


da seção de corte à capa. enquanto puxa o fio para remover o
isolamento.
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
85

5) Distribua os terminais: cheque se 6) Climpe: empurre o terminal Starfix


os terminais estão posicionados cor- contra o fio e aperte.
retamente enquanto insere o fio.

Crimpagem em quatro pontos.


Quadro 2 - Sequência para decapagem dos fios
Fonte: Autor

5.3.3 Sistema de identificação para fios, cabos e bornes de


conexão

O identificador de fiação é uma ferramenta de aplicação que assegura uma


instalação rápida. A seguir, mostramos os identificadores de fiação.
A Figura 75 abaixo, mostra os identificadores de fiação:

9 3
0 12 3
3
3
3
Figura 75 -  Identificadores de fiação
Fonte: Autor

Na Tabela 8, vemos a sequência de classificação dos códigos de identificação.


Tabela 8: Sequência de classificação dos códigos de identificação
Algarismos Código Internacional de Cores
0 Preto
1 Marrom
2 Vermelho 381 06
3 Laranja
4 Amarelo
5 Verde
6 Azul
7 Violeta 382 12
8 Cinza
9 Branco
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
86

Letras Pretas sobre fundo amarelo


A
B
C
D 381.28
E
F
G
H
U
H 383.17
J
K

Letras Pretas sobre fundo amarelo


N
B
I
O
Q
R
S
T
U
V
W
Y
Z

Sinais Convencionais Preto sobre fundo Amarelo

/
.
+ 381 43
-
~
Símbolo

Símbolo 382 72

Fonte: Autor
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
87

5.3.4 Porta-identificadores

Os porta-identificadores têm a finalidade básica de prender os identificados


aos cabos. A Figura 76 mostra um tipo de porta-identificador.

Figura 76 -  Porta-identificador
Fonte: Autor

Para que você utilize corretamente os porta-identificadores, deve conhecer o


seguinte esquema para cabos com seção de 10 a 35mm²:
• recebem quatro identificadores com seção de 0,5 a 1,5mm² ou de 1,5 a
2,5mm²;
• cor preta;
• seção 10 a 16mm²;
• seção de 25 a 35mm².
Na Figura 77, mostramos um sistema de identificação para fios, cabos e bornes
de conexão.
42
97

4
7
29

9 5
42 5
5
5
5
Figura 77 -  Sistema de identificação
Fonte: Autor

Em qualquer momento do processo, os seguintes procedimentos são


aplicáveis, mesmo após a cablagem concluida
• aplicação rápida e imediata com o aplicador;
• alinhamento preciso devido aos pinos de solidarização;
• excelente fixação sobre os condutores;
• possibilidade de pré-composição;
• código internacional de cores.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
88

O funcionamento do sistema de identificação está apresentado na Figura 78,


em detalhe.

1 2
3

Figura 78 -  Funcionamento do sistema de identificação


Fonte: Autor

Os porta-identificadores são compostos de poliamida 6/6. Na Tabela 9


apresentamos as características dos identificadores para porta-identificadores:
Tabela 9: Características dos identificadores para porta-identificadores
DImensões

A .3
26
D
B

B D
C C

Seção do cabo a identificar (mm2)


Dimensões 0,15 a 0,5 0,5 a 1,5 1,5 a 2,5 4 a 6 10 a 16 25 a 35
A (mm) 5 5 5,6 8
B (mm) 5,05 6,4 7,6 9,6 18 24,5
C (mm) 3,7 4,3 4,9 7,1 8,9 12,2
D (mm) 2,3 3 3 3 3 3
Ø min./max (mm) 0,8 a 2,2 2 2/3 2,8/3,8 4,3/5,3 6,3/7,4 8,5/10,2
Fonte: Autor

5.3.5 Esquema de ligação de transmissores

Os diagramas de ligação a seguir servem apenas de orientação, pois os


diagramas de malhas devem contemplar todas as ligações elétricas do projeto.
Entretanto, se os diagramas não estiverem disponíveis, siga as orientações
conforme o tipo de transmissor.
Esquema de ligação de transmissores de dois fios com alimentação 24Vcc:
na Figura 79, temos o esquema de ligação de transmissores de dois fios com
alimentação 24Vcc:
FONTE DE + 24 V
TRANSMISSOR
ALIMENTAÇÃO
MODELO 2 FIOS
24 Vcc GND (comum) Sinal de tensão
ou corrente

APARELHO INTERPRETADOR DO SINAL


DE SAÍDA DO TRANSMSISSOR

Figura 79 -  Esquema de ligação transmissores de dois fios com alimentação 24Vcc


Fonte: Autor
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
89

Esquema de ligação dos transmissores de três fios com alimentação 24Vcc:


na Figura 80, temos o esquema de ligação de transmissores de três fios com
alimentação 24Vcc:
FONTE DE + 24 V TRANSMISSOR
ALIMENTAÇÃO MODELO 3 FIOS
24 Vcc GND (comum) Sinal de tensão
ou corrente
APARELHO INTERPRETADOR DO SINAL
DE SAÍDA DO TRANSMSISSOR

Figura 80 -  Esquema de ligação transmissores de três fios com alimentação 24Vcc


Fonte: Autor

Esquema de ligação dos transmissores de quatro fios com alimentação 24Vcc


e 24Vac: na Figura 81, temos o esquema de ligação transmissores de quatro fios
com alimentação 24Vcc e 24Vac.
FONTE DE TRANSMISSOR
ALIMENTAÇÃO 24 Vac
MODELO 4 FIOS
24 Vcc
GND (comum) Sinal de tensão
ou corrente
APARELHO INTERPRETADOR DO SINAL
DE SAÍDA DO TRANSMSISSOR
Figura 81 -  Esquema de ligação transmissores de quatro fios com alimentação 24Vcc e 24Vac
Fonte: Autor

5.3.6 Esquema de ligação de posicionadores

Os posicionadores de válvulas devem ser conectados como transmissores a


dois fios.
Esquema de ligação dos posicionadores de dois fios com alimentação 24Vcc:
na Figura 82, temos o esquema de ligação de posicionadores de dois fios com
alimentação 24Vcc.
FONTE DE +24 V TRANSMISSOR
ALIMENTAÇÃO MODELO 2 FIOS
24 Vcc Sinal de tensão
GND (comum)
ou corrente
APARELHO INTERPRETADOR DO SINAL
DE SAÍDA DO TRANSMSISSOR

Figura 82 -  Esquema de ligação de posicionadores de dois fios com alimentação 24Vcc


Fonte: Autor

5.3.7 Sinais de transmissáo e tecnologias utilizadas

Vamos estudar a aplicabilidade de cada padrão de transmissão utilizado nas


indústrias. Não trataremos dos padrões hidráulicos e pneumáticos, pois, além de
serem muito antigos, são empregados apenas em casos especiais.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
90

Quando tratamos de sinais de transmissão, nos referimos a dispositivos que


medem uma variável de processo como, por exemplo, a vazão de uma bomba.
Esses dispositivos transmitem o sinal de forma padronizada a uma remota ou a uma
sala de controle, para que o operador possa monitorar ou modificar sua vazão.
A seguir, na Figura 83, temos um resumo cronológico da evolução das tecnologias
utilizadas na indústria. Não abordaremos o padrão pneumático 3 a 15psi, pois a
filosofia é a mesma do padrão 4 a 20mA, porém utilizando “AR” como fonte de energia.
Década - Instrumentação pneumática padrão 3 a15 psi
de 60
Década - Inicio da utilização de CLP
de 70 - Instrumentação analógica padrão 4 a 20 mA

Década - Padrão Hart (após 1983)


de 80 -Utilização de SDCD

Inicio - Padrão Fieldbus


de 2000

Após - Sistemas supervisórios


2000
Figura 83 -  Esquema de ligação de posicionadores de dois fios com alimentação 24Vcc
Fonte: Autor

Instalações com CLP

Com processos cada vez mais complexos e maior necessidade de controle


nas operações industriais, surgiu em 1968 o CLP, na Hydronic Division da General
Motors. O objetivo era conseguir alterar uma linha de montagem automotiva sem
precisar realizar grandes modificações mecânicas e elétricas.
CLP é a sigla para controlador lógico programável. Trata-se de um computador
de pequeno porte que atende a requisitos industriais e pode ser programado
para executar determinadas tarefas de acordo com a necessidade de cada
processo. Essas tarefas podem ser desde atuar sobre o acionamento de pistões
e válvulas até gerar alarmes. O CLP foi desenvolvido para substituir painéis de
reles e contatoras executando funções lógicas. Com isso, enormes painéis de reles
foram substituídos gradualmente por pequenos painéis contendo CLPs.
Algumas das principais características dos controladores lógico programáveis são:
• fácil manutenção e programação;
• equipamento bastante confiável;
• tamanho pequeno se comparados a painéis de reles;
• boa capacidade de expansão em módulos;
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
91

• abertura da possibilidade de envio de dados para um processamento


centralizado.
Assim como toda a nova tecnologia, o CLP passou por algumas transformações
até os dias atuais. Os primeiros equipamentos necessitavam ser programados
por uma equipe técnica de alta qualidade, pois, para programá-los, era preciso
conhecer a eletrônica do projeto do CLP. Logo a seguir começaram a ser utilizadas
linguagens de programação que permitiram um melhor monitoramento das
entradas e saídas do equipamento e posteriormente vieram as inclusões de
entrada para programação e comunicação serial, que trouxeram a oportunidade
da realização de testes e simulações, entre outros.

Atualmente os CLPs já possuem grandes vantagens


tecnológicas em relação a seus antecessores. A grande
VOCÊ questão agora é buscar uma padronização dos protocolos
SABIA? de comunicação desses equipamentos, já que cada
fabricante possui seu próprio protocolo.

Estrutura do CLP
Atualmente, o CLP possui alguns itens básicos:
• uma fonte de alimentação;
• uma CPU;
• memórias;
• software;
• módulos de entrada e saída.
Como veremos a seguir, existem basicamente dois tipos de CLP:
• CLPmodular – É o tipo mais utilizado na indústria, pois, em caso de
ampliação do sistema, basta adicionar mais cartões. Na Figura 84 temos um
CLP modular.
MÓDULOS DE
FONTE DO ENTRADA E SAÍDA
SISTEMA

P7C

CPU E MEMÓRIAS
Figura 84 -  CLP modular
Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
92

CLP caixa única – É o tipo que integra em um só módulo a fonte, a CPU, o I/O e
os módulos especiais. Normalmente, esse tipo de CLP é utilizado para pequenas
tarefas, pois não há condições de expansão. (Figura 85)

Figura 85 -  CLP de caixa unica com IHM incorporada


Fonte: Altus, 2012

Funcionamento do CLP

O funcionamento do controlador lógico programável é bastante simples. Ao ser


ligado, a CPU do controlador executa um programa que é o sistema operacional
do CLP. Esse sistema operacional faz ciclicamente os passos a seguir: (Figura 86)

INICIALIZAÇÃO

VERIFICAR ESTADO DAS ENTRADAS

TRANSFERIR PARA A MEMÓRIA CICLO DE


VARREDURA
COMPARAR COM O PROGRAMA DO USUÁRIO

ATUALIZAR AS SAÍDAS

Figura 86 -  Ciclo do CLP


Fonte: Autor

Módulos do CLP

Os principais módulos do CLP são os seguintes:


• Módulos de entradas e saídas discretas (digitais) – Essa é uma interface que
se limita a fazer o sensoriamento de sinais do tipo ON/OFF. Da mesma forma,
os controles de saída se limitam a dispositivos que requerem comunicação
em dois estados, ligado ou desligado. Pode ser utilizado, por exemplo, para
abrir e fechar válvulas ON/OFF.
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
93

• Módulos de entradas e saídas analógicas – Essa interface permite que


grandezas analógicas, como tensão e corrente, sejam lidas pelo controlador
e, ainda, sejam modificadas por ele.
• Módulos especiais – São também conhecidos como módulos inteligentes.
São necessários em aplicações como comunicação de rede e execução
de algoritmos PID, entre outros. São bastante utilizados para leituras de
sensores, como termopares e termorresistências, sem a necessidade de um
transmissor, podendo ligar os sensores diretamente ao CLP.

Programação do CLP

Cada fabricante possui suas próprias características de software e de


programação que diferem bastante. De maneira geral, o programa do CLP
é um conjunto de expressões booleanas que são avaliadas em sequência. A
programação normalmente é realizada por meio de software específico, de acordo
com as necessidades de cada projeto. Depois de testado, a lógica de programação
é carregada ao CLP por uma de suas interfaces de comunicação.

Características de montagem do CLP

Algumas importantes características para a montagem de um CLP estão


relacionadas a seguir:
• Os cabos devem ser firmemente conectados para assegurar um bom contato.
• Tenha atenção especial na instalação em áreas extremamente áridas, pois o
corpo fica suscetível a gerar eletricidade estática. Nesse caso, evite tocar o
CLP com as mãos.
• A limpeza do equipamento é muito importante. Normalmente, é feita com
pano seco e limpo aplicado sobre as superfícies.
• Evite instalar o CLP em ambientes com vibração e impactos frequentes, com
pouca ventilação ou próximo a fontes de calor.
• Leia o manual de instalação e siga todas as instruções nele contidas.

Instalação em trilho DIN

Para fixar um CLP que possua conexão a trilho DIN, observe se existem fendas
na parte de trás do CLP. Se houver, pressione-as e encaixe o equipamento no trilho,
verificando se os grampos de elástico irão segurar o trilho na posição. Observe as
figuras a seguir para compreender melhor esse processo.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
94

Observe na Figura 87 o correto manuseio do módulo de instalação do trilho DIN.

1 Módulo de desinstalação
do trilho DIN

2
2
1
Módulo de instalação
do trilho DIN
Figura 87 -  Módulos instalados em trilho DIN
Fonte: Autor

Na Figura 88, temos um exemplo de CLP fixado ao trilho DIN. Recomendamos


a utilização de grampos conforme posicionamento apresentado na figura, para a
melhor fixação do equipamento.
+ - 1 2 5 6 A1 A2 hput X1 X2 X3 X4
+X AC Grampo
DC24V hput 8 x DC (A) A2 0~10V) L N AC 1DD 240V

RUN

Output 4 x Relay / 8A MEMÔRY


Y1 Y2 Trilho DIN
Q1 Q2 Q3 Q4 Y3 Y4

Figura 88 -  CLP sobre trilho DIN


Fonte: Autor

Cada CLP tem suas características de instalação de cabeamento que


estão indicadas em seu manual. A seguir, na Figura 89, temos um exemplo de
posicionamento dos cabos em um CLP. Lembramos que o posicionamento varia
de equipamento para equipamento.
1 2 3 1 - Terminais de alimentação
4
2 - Display LCD
+ - 1 2 5 6 A1 A2 5 3 - Terminais de entradas digitais
DC24V hput 8 x DC (A) A2 0~10V)
4 - Fixador retrátil
6
5 - Tecla delete (apagar)
6 - Tecla selection (selecionar)
7
7 - Teclas direcionais
8 8 - Tecla OK (confirma)
Output 4 x Relay / 8A MEMÔRY
9 - Tecla escape (cancelar)
Q1 Q2 Q3 Q4
9 10 - Conector para programação ou
cartão de eeprom
4
10 11 - Terminais de saídas digitais
11

Figura 89 -  Localização das ligações e comandos


Fonte: Autor
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
95

Padrão 4 a 20mA

O padrão 4 a 20mA é um padrão de comunicação antigo, mas ainda é muito


utilizado devido ao seu alto grau de confiabilidade. Trata-se de um padrão
analógico transmitindo por meio de corrente. A opção da indústria pelo padrão
4 a 20mA foi motivada, principalmente, pela liberdade que ele oferece quanto à
utilização do comprimento dos cabos e à boa imunidade ao ruído eletromagnético.

Os instrumentos que utilizam exclusivamente o padão 4


FIQUE a 20mA devem ser configurados/calibrados em bancada,
ALERTA pois normalmente só há acesso ao “zero do instrumento”
quando ele está em operação.

A grande maioria dos instrumentos de campo é a dois fios. Esses instrumentos


podem ser alimentados com tensões de 10 a 50Vcc. Normalmente, os consumidores
optam por fontes de 24Vcc para alimentar os transmissores no campo, que
continuam funcionando mesmo que haja uma pequena queda de tensão, devido
ao comprimento dos cabos. Na indústria petroquímica e em plataformas de
petróleo, a confiabilidade fornecida pelo padrão 4 a 20mA é fundamental para a
segurança da planta.

Funcionamento do padrão 4 a 20mA

Vários padrões de corrente foram utilizados ao longo dos tempos, como 0 a


20mA, 1 a 5 mA e 10 a 50mA. Atualmente, a melhor opção é o 4 a 20mA, mas,
devemos entender os motivos que fundamentaram essa escolha em vez do
padrão 0 a 20mA. Vamos utilizar um exemplo para esclarecer essa questão. A
seguir, veremos um caso fictício de medição de nível de um reservatório.

CASOS E RELATOS

Figura 90 -  Edição de nível


Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
96

Na sala de controle de uma indústria petroquímica, as informações de medição


de um reservatório de gasolina eram recebidas a partir dos seguintes parâmetros: o
range da medição de nível era de 0 a 100% do volume do reservatório; ou seja, no
nível 0% o reservatório marcava vazio, e no nível 100% marcava cheio. A indústria
adotou o padrão 0 a 20mA.
Em um determinado dia, o reservatório apresentou um volume de 50% de
gasolina. A corrente de transmissão era de 10mA, e a indicação para o operador da sala
de controle era de 50% de gasolina. Com o passar do tempo, o tanque foi esgotado
e o novo padrão de transmissão foi de 0mA; consequentemente, a indicação na sala
principal foi de 0% ou “vazio”.
Entretanto, devido ao um problema técnico, houve o rompimento de um dos fios
que vai da sala de controle até o instrumento no campo exatamente no momento
em que o tanque estava sendo recarregado. O que aconteceu? A indicação para o
operador continuou em 0%, uma vez que não havia circulação de corrente, mas,
como o nível do tanque já estava novamente se elevando, houve um sério risco para
a planta devido à possibilidade de ocorrer um transbordamento do tanque.
Para evitar que acontecesse esse risco no futuro, a indústria optou pelo padrão
4 a 20mA. Isso porque, com a utilização desse padrão, quando o tanque apresentar
0% de nível, o resultado informado será um valor diferente de zero (4 mA), também
conhecido como “zero vivo” ou “zero elevado”.

Na Figura 91, podemos conferir que o instrumento de campo mede a variável


de processo por algum princípio físico, químico ou mecânico e o transforma em
4 a 20mA, através da fonte de alimentação que está no controlador (instrumento
passivo). O controlador tem um sensor de corrente que controla seu fluxo e envia,
por meio dela, a um conversor A/D, que passa a tratar esse sinal como tensão.
Assim, esse sinal é digitalizado internamente pelo controlador e indicado ao
operador por meio de um display.

variável do
processo

Fonte
(24 V)
+
Malha de 4 - 20 mA
sensor de corrente
conversor corrente
A/D
Dispositivo de
Controlador campo

Figura 91 -  Diagrama de ligação


Fonte: Autor
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
97

Limitações do padrão 4 a 20mA

Apesar da grande confiabilidade operacional desse padrão e das tecnologias


empregadas, há algumas limitações importantes a serem consideradas que
impedem a utilização do padrão 4 a 20mA em novos projetos:
• O sinal de transmissão analógico 4 a 20mA só transmite uma informação ao
controlador/indicador.
• Caso haja necessidade de utilização de mais um instrumento, teremos que
lançar mais um par de cabos da sala de controle até o dispositivo.
• Canaisreserva devem estar disponíveis na sala de controle em casos de
ampliações da malha.
• Painéisde rearranjo se farão necessários para a acomodação de toda a
cablagem oriunda do campo (cabos entre caixas de junção e I/O na sala de
controle).
• Diagramas de malhas complexos e muitas identificações entre fiações se
farão necessárias.

Software e suas Características

Conforme veremos a seguir, alguns instrumentos só podem ser configurados


ou parametrizados por meio de programadores locais ou de softwares
específicos. É importante que o futuro técnico saiba que todo dispositivo deve
vir acompanhado de seu manual de programação disponível, normalmente, em
meio digital. Recomendamos a leitura desses manuais e a utilização dos softwares
para que possa tirar proveito dos recursos disponíveis.

Protocolos Hart e Fieldbus Foundation

Para estudar os Protocolos Hart e Filedbus Foundation, utilizaremos como


exemplo o comunicador da Emerson Modelo 475, que está ilustrado na Figura 92.

**
** **

** ** **
** ** **
** ** **
** ** **

Figura 92 -  Programador utilizado para Hart e Fieldbus


Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
98

Esse é o exemplo de um comunicador de campo que se comunica tanto com


equipamentos de protocolo Hart quanto de Fieldbus. Em comunicadores mais
antigos utilizamos um teclado alfanumérico do próprio equipamento para realizar
a entrada dos dados; já em comunicadores mais recentes vem sendo utilizada a
tecnologia de sensibilidade ao toque, a exemplo dos telefones celulares, entre
outros.
O comunicador Hart 475 é um exemplo da utilização dessa tecnologia de
sensibilidade ao toque, possui tela de LCD em cores além de bateria, processador
e componentes de memória entre outros.
Na Figura 93 temos os principais componentes do comunicador.

Terminais de comunicação
Interface IrDA
HART e FOUNDATION
(parte superior)
fieldbus (parte superior)

Tela sensível ao toque

Tecla liga/desligar e luz


Luz Bluetooth
Conexão da alça
(lateral)
Tecla de luz de fundo
Teclas de navegação Conexão da alça
(quatro teclas de seta) (lateral)
**
** ** Tecla Enter
Bateria de íon-lítio (no lado de trás)
e cartão de sistema (interno) Caneta stylus
(na alça)
Tecla Tab
** ** ** Tecla e luz de funções
Teclado alfanumérico (para funções de combinação
** ** **
As luzes se acendem de várias teclas)
** ** **
ao pressionar o Conector de fonte de
Botão indicador de ** ** ** alimentação/carregador
carga (lateral) verde na bateria
(lateral)
Botão indicador de carga
(lateral)

Conexão da alça (lateral) Conexão da alça (lateral)

Figura 93 -  Função do teclado e terminais


Fonte: Emerson, 2012b

Função Hart

Apresentaremos a forma de conexão a um equipamento pelo configurador


que estamos exemplificando, via protocolo Hart. Inicialmente, o equipamento
deve ser ligado por meio da tecla Liga/Desliga.
Depois procure pelo símbolo H no menu principal, que será aberto logo
que o configurador seja ligado.
Acesse a aplicação Hart pressionando o símbolo . H
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
99

Após acessar a aplicação Hart, você encontrará as funções offline, online,


utilidades e diagnósticos Hart, conforme mostra a Figura 94.

Figura 94 -  Acessando o protocolo Hart


Fonte: Autor

Trabalho online com os dispositivos Hart

A vantagem de um configurador portátil é a praticidade de utilizá-lo em


qualquer local, como bancadas de calibração e salas de controle, entre outros.
Primeiras informações antes de conectar-se a um instrumento
Para nos conectar com um instrumento devemos utilizar cabos fornecidos
pelo fabricante do configurador. Esses cabos, em nosso configurador de
exemplo, devem ser conectados a três terminais localizados na parte superior do
equipamento.
Os três terminais possuem a seguinte coloração:
• dois terminais vermelhos – que são a comunicação positiva para o protocolo
de comunicação (Hart ou Fieldbus);
• um terminal preto – que é compartilhado pelos dois protocolos.
Vamos analisar, na Figura 95 de nosso configurador de exemplo, a disposição
dos terminais de comunicação. A porta de acesso serve como proteção, permitindo
a conexão de apenas dois terminais simultaneamente.

Porta de acesso Terminais de comunicação

Marcas dos terminais de comunicação HART


Figura 95 -  Terminais de acesso Hart e Fieldus
Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
100

No circuito Hart é necessário que haja uma resistência de, no mínimo, 250ohms
no circuito de comunicação para que seja possível a comunicação (veremos
mais detalhes sobre essa questão nos diagramas de ligações elétricas). Outra
informação muito importante é que os conectores Hart não fazem distinção
alguma de polaridade. Na Figura 96 e Figura 97, temos os diagramas para a correta
comunicação entre o configurador e os dispositivos.

Dispositivo HART
+ RL>250Ω
+
+ +
+ mA Fonte de
alimentação

**
**
**
Amperímetro
** ** **
** ** **
** ** **
** ** **

Figura 96 -  Conectando a um circuito Hart


Fonte: Autor

Dispositivo HART
+ RL>250Ω
+
+ +
+ mA Fonte de
alimentação

**
**
**
Amperímetro
** ** **
** ** **
** ** **
** ** **

Figura 97 -  Conectando diretamente a um circuito Hart por meio das portas de comunicação de instrumento
Fonte: Autor

Observe a necessidade de uma resistência mínima do circuito Hart de 250ohms.


Caso essa resistência seja inferior a 250ohms, um resistor deverá ser adicionado,
conforme mostrou a Figura 97. Outro ponto importante a ser ressaltado é que, no
caso de o dispositivo ser diretamente acessado, isso pode ser feito por terminais
específicos de comunicação que a grande maioria dos fabricantes deixa à
disposição do usuário.
No tipo de conexão apresentado na Figura 98, verifique a necessidade de
utilização do resistor realizando um teste de comunicação com o instrumento.
Caso o instrumento não seja encontrado pelo configurador, insira o resistor
conforme monstra a figura e tente novamente a comunicação.
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
101

Dispositivo HART
+
Fonte de
alimentação
+

Resistor de carga
**
**
**
de 250 Ohms
**
**
**
**
**
**
opcional
** ** **
** ** **

Figura 98 -  Conectando diretamente a um circuito Hart por meio de ligação série com malha.
Fonte: Autor

Para instalar temporariamente o resistor de carga operacional de 250ohms,


o circuito em que o instrumento se encontra deve ser aberto, a fim de permitir a
inserção dele. Após colocar o resistor no circuito, feche-o para que o instrumento
opere e possam ser realizadas as configurações. Para conectar a dispositivos sem
fio devem ser utilizados os terminais de comunicação do instrumento, conforme
mostra a Figura 99.

Dispositivo sem fio

Bateria

Terminais de comunicação

**
** **

** ** **
** ** **
** ** **
** ** **

Figura 99 -  Conexão de dispositivos sem fio


Fonte: Autor

Exibindo os dispositivos Hart conectados

Vimos as formas de conexão do configurador a um dispositivo Hart. Agora,


mostraremos de que forma você acessará as informações desse dispositivo no
configurador. Inicialmente, faça as conexões necessárias entre o configurador e
o dispositivo, como visto anteriormente. Feitas as conexões, ligue o configurador.
Logo que o configurador for ligado, ele realizará uma pesquisa automática
procurando por dispositivos conectados a ele.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
102

Assim que o dispositivo é encontrado, uma tela de menu é aberta e nela são
mostradas as principais informações do dispositivo em questão, como variável
primária (PV), saída analógica (AO) range e outras. Normalmente, cada dispositivo
possui sua tela de configuração com as informações inerentes a ele, mas em
muitos casos um menu de configuração padrão pode ser aberto. Esse menu atua
como uma forma genérica de configuração a qualquer equipamento. Veja na
Figura 100 um exemplo de menu de um dispositivo.

Figura 100 -  Menu do dispositivo


Fonte: Autor

Na figura da esquerda, observe que temos informações de configuração. Por meio do


menu configuração podem ser alteradas as informações do dispositivo; basta informar
qual será o novo valor assumido por ele naquela variável. A figura da direita demonstra
uma visão das três opções disponíveis: a primeira opção apresenta uma visão geral dos
valores das variáveis que o dispositivo está medindo; a segunda acessa as configurações;
e a terceira consiste de ferramentas de serviço avançado. Navegando por essas três
opções, podemos acessar praticamente todas as informações dos dispositivos.

O ícone Hart

No caso de nosso configurador de exemplo, o ícone Hart de um coração


batendo aparece na parte superior da janela, sinalizando que o comunicador está se
comunicando com um dispositivo. No Quadro 3 veja os significados de outros ícones.
Ícone Significado
O comunicador de campo 475 está se comunicando com um dispositivo HART online
energizado.
O comunicador de campo 475 está se comunicando com um circuito HART com um
dispositivo no modo intermitente.
O comunicador de campo 475 está funcionando no modo shout/deaf, o que ajuda o
comunicador de campo 475 a se comunicar com um dispositivo quando ele está em
em circuito com muio ruídos.
O comunicado de campo 475 está funcionando no modo shout/deaf e está se comu-
nicando com um circuito HART com um dispositivo no modo intermitente.
A comunicação não está ocorrendo. Isso é comum quando somente os parâmentros
H não dinâmicos estão listados.
Quadro 3 - Significados de ícones
Fonte: Autor
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
103

A forma de identificação da comunicação com um dispositivo


FIQUE varia de comunicador para comunicador. Por isso, fique
ALERTA atento em relação aos manuais dos equipamentos para
conhecer o significado de suas sinalizações.

Exibindo as opções de configuração dos dispositivos

Vamos detalhar algumas das variáveis a que podemos ter acesso por meio
do menu de configuração de um dispositivo conectado ao configurador.
Inicialmente, no configurador 475, toque duas vezes em “Configuração
de dispositivos”, que está no menu principal. Acessando a configuração
de dispositivos você encontrará, entre outras informações, as seguintes
possibilidades disponíveis para alteração:
• Variáveis de processo – O menu “Variáveis de processo” mostra todas as
variáveis de processo e seus valores. As variáveis de processo são atualizadas
constantemente quando essa janela é exibida.
• Diagnóstico e serviço – Esse menu oferece testes de dispositivos e circuitos,
bem como opções de calibração. As operações de diagnóstico e de serviço
que estão disponíveis variam bastante de dispositivo para dispositivo e não
estão definidas na descrição de dispositivos.
• Testar dispositivo – O menu “Testar dispositivo” realiza uma rotina de
diagnósticos no dispositivo, quando pode encontrar diversas falhas,
incluindo falhas eletrônicas.
• Calibração – A “Calibração” é usada para realizar operações, como fazer um
trim de sensor, trim D/A e trim D/A em escala.
• Configuração básica – O menu “Configuração básica” oferece acesso rápido
a um número de parâmetros configuráveis. As opções disponíveis no menu
de configuração básica são as tarefas mais fundamentais que podem ser
realizadas com um dispositivo, como, por exemplo:
- alteração de valores de TAG (identificação do dispositivo);
- alteração de valores de unidade; (observar que essa alteração afeta as
unidades de engenharia que são exibidas)
- alteração valores de range;
- alteração de tempo de resposta do dispositivo.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
104

Em nosso configurador exemplo, quando um parâmetro é modificado ele é


realçado em amarelo, como mostra a Figura 101, e um asterisco aparece para
indicar que a alteração não foi enviada ao dispositivo. Para atualizar os dados
no dispositivo, toque em Enviar para atualizá-lo. Assim, todas as informações
alteradas são enviadas ao equipamento.

Figura 101 -  Modificação de parâmetro


Fonte: Autor

• Configuração detalhada – O menu “Configuração detalhada” oferece


acesso a cada um dos parâmetros de dispositivo editáveis em todas as
funções do dispositivo. As funções nesse menu podem incluir tarefas como
caracterização, configuração de trims de sensor e de saída. Tenha atenção,
pois esse menu varia bastante de um dispositivo para outro.
• Revisão – Nesse menu, você encontra a listagem de todos os parâmetros
estáticos lidos do dispositivo conectado, incluindo as informações sobre a
configuração e as limitações de dispositivos e sensores. Ele também pode
incluir informações sobre o dispositivo conectado, tal como revisão de tag,
materiais de construção e do software do dispositivo.

Desconectando o equipamento de um dispositivo Hart

Antes de desconectar o comunicador de campo 475 de um dispositivo Hart, as


seguintes observações são importantes:
• Verifique se você deseja salvar a configuração. Se for o caso, salve-a.
• Verifique se você já enviou as novas informações ao dispositivo. Caso não
tenha enviado, atualize as informações do dispositivo (se essa for a intenção
do acesso ao equipamento).
• Verifique se os métodos, tais como os testes de calibração ou de circuito,
estão concluídos.
Após verificar esses itens, desligue o configurador e desfaça todas as conexões.
Pronto! O equipamento estará configurado.
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
105

Função Fieldbus Foundation

Antes de conectar um instrumento, algumas informações são necessárias.


Assim como ocorre nos dispositivos Hart, nos dispositivos Fieldbus devem ser
utilizados cabos fornecidos pelo fabricante do configurador. Em nosso exemplo,
são conectados a três terminais localizados na parte superior do configurador.
Esses terminais são os mesmos utilizados para acesso a dispositivos Hart, conforme
já vimos anteriormente. A diferença agora é nas portas de acesso. Veja a Figura 102.

Terminais de comunicação Porta de acesso

Marcas dos terminais de comunicação Fieldbus


Figura 102 -  Portas de acesso.
Fonte: Autor

Como você pode ver, o cabo deve ser conectado conforme indicado na
Figura 101. Outro aspecto que diferencia a conexão Fieldbus da Hart é que,
diferentemente da Hart, a conexão Fieldbus tem polaridade, e se os cabos forem
ligados de forma invertida aparecerá uma mensagem de erro.
A seguir, veremos alguns diagramas para a correta comunicação entre o
configurador e os dispositivos.

Conexão de bancada

Para conectar o configurador a um dispositivo em bancada, coloque os cabos


de comunicação em um bloco de conexão nela existente, sempre observando a
polaridade. A Figura 103 ilustra este processo.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
106

Terminador

Terminador
+ + + Condicio- + Fonte de
Bloco de nador de alimenta-
conexão energia ção de
Fieldbus 24 Vcc
+

**
** **

** ** **
** ** **
** ** **
** ** **

Figura 103 -  Conexão de bancada


Fonte: Autor

Conexão de campo

No campo, o comunicador pode ser conectado a qualquer lugar conveniente


no barramento (segmento). Normalmente a conexão é feita no dispositivo ou
na caixa de junção Fieldbus, pelo fato de ser mais fácil o acesso ao barramento,
conforme apresenta a Figura 104.

Sistema
+ Condicio- + + Caixa de +
Terminador

de nador de
Terminador

controle energia junção


de host Fieldbus Fieldbus
Fieldbus

Fonte de
alimenta-
ção de 24
Vcc
**
** **

** ** **
** ** **
** ** **
** ** **

Figura 104 -  Conexão de campo.


Fonte: Autor
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
107

Exibindo os dispositivos Fieldbus conectados

Já estudamos as formas de conexão do configurador a um dispositivo Fieldbus.


Agora veremos como acessar as informações desse dispositivo no configurador.
Inicialmente, faça as conexões necessárias entre o configurador e o dispositivo,
como visto anteriormente. Depois dessa ação, ligue o configurador. Aparecerá
um menu principal do aplicativo Fieldbus. Clique duas vezes no comando
“Online”. Assim, o configurador realizará uma pesquisa de quais dispositivos estão
trabalhando naquela malha.
Havendo equipamentos conectados, será exibida uma mensagem de
precaução e, posteriormente, aparecerá uma lista dos dispositivos que estão
online mostrando seu nome e tag, conforme ilustra a Figura 105.

Figura 105 -  Exemplo de janela do tipo “Lista de dispositivos online”.


Fonte: Autor

Agora, acesse o dispositivo desejado tocando duas vezes sobre ele, na “Lista
de dispositivos online”. Depois dessa função, a exemplo do que já vimos na
configuração Hart, aparecerão as opções disponíveis ilustradas na Figura 106.

Figura 106 -  Opções do comando “Lista de dipositivos online”.


Fonte: Autor

Já a Figura 107, mostra um bloco de configuração avançada que serve apenas


como informação para nosso estudo.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
108

Figura 107 -  Bloco de configuração avançada.


Fonte: Autor

As configurações dos dispositivos Fieldbus são feitas da mesma forma que na


tecnologia Hart, por meio do menu de configuração com as mesmas variáveis
listadas. Observe que, pelo fato de cada dispositivo ter sua própria janela de
configuração, poderemos ter variações de equipamento para equipamento.
Realize as alterações que forem necessárias (a exemplo do que vimos em Hart) e
envie-as ao dispositivo Fieldbus.

Desconectando um dispositivo Fieldbus

Antes de desconectar o comunicador de campo 475 de um dispositivo


Fieldbus, é importante que você observe o seguinte:
• Verifique se deseja salvar a configuração. Se for o caso, salve-a.
• Verifique se já enviou as novas informações ao dispositivo. Caso não tenha
enviado, atualize as informações do dispositivo (se essa for a intenção do
acesso ao equipamento).
• Verifique se os métodos, tais como os testes de calibração ou de circuito,
estão concluídos.
Após verificar esses itens, desligue o configurador e desfaça todas as conexões.
Pronto! O equipamento estará configurado.

SDCD - Sistema Digital de Controle Distribuído

Assim como o CLP surgiu para substituir reles e contatores, o SDCD foi
desenvolvido para substituir os controladores analógicos de processo. O
DCS (Distributed Control System) era um equipamento que agrupava vários
controladores em um único hardware, com a grande novidade da versatilidade
de configuração do tipo e modo de controle.
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
109

Com a evolução do CLP e do SDCD, esse histórico de aplicações já não é válido, pois
os fabricantes configuraram seus equipamentos para que desempenhassem todas as
funções de controle, intertravamentos, acionamentos e interface homem/máquina.

Origem do SDCD

Um estudo divulgado nos anos 1970, desenvolvido pela Honeywell, observou as


rotinas dos operadores nas salas de controle. Esse estudo ficou conhecido mundialmente,
porque fez importantes observações. A divisão de gerenciamento da Honeywell
apresentou as rotinas dos operadores das salas de controle (ou casas de controle) que
aconteciam em situações normais de processo e, também, em situações emergenciais.
O estudo mostrou que, antes do desenvolvimento do SDCD, havia muitos
controladores dispostos em um ou mais painéis enormes situados em salas
pressurizadas, conhecidas como salas ou casas de controle. (Figura 108)

Figura 108 -  Sala de controle com controladores individuais


Fonte: Autor

Os autores do estudo analisaram o comportamento dos operadores a fim de


quantificar as variáveis que observavam ou que intervinham durante o processo.
Analisaram, também, em quantas variáveis era necessário observar ou intervir
durante uma situação de emergência.
Foi constattado que a rapidez com que um operador detecta e corrige uma
variável ou quantas variáveis ele consegue observar ao mesmo tempo pode ser
crucial para o processo produtivo. Desse modo, os autores do estudo da Honeywell
fizeram as seguintes observações:
• Se o operador se aproximasse demais do painel, seu campo de visão não
permitiria que observasse várias malhas ou controladores ao mesmo tempo.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
110

• Seo operador se mantivesse muito afastado do painel, também não


conseguiria observar o início de um desvio na variável de processo.
• As distâncias entre os controladores limitavam as ações do operador, uma
vez que o tempo de deslocamento é importante durante uma emergência.
Verificou-se, também, que os registradores mantinham o histórico das
variáveis em cartas de papel, e sua interpretação era demorada. Os alarmes
estavam agrupados em painéis, porém distantes das malhas correspondentes. Os
autores concluíram, então, que as informações a serem vigiadas pelo operador
deveriam estar todas em um mesmo local e agrupadas de maneira lógica, para
que o usuário pudesse manipulá-las e interpretá-las de forma rápida e eficiente.
Esse estudo foi divulgado entre a comunidade industrial e serviu de base para
todos os fabricantes de SDCD. Ficou definido que o operador deveria trabalhar
sentado, de forma ergonômica (como a cabine de um avião), e ter a sua disposição
todos os comandos, alarmes e registros necessários para a operação da planta.
A partir das ponderações desse estudo que foi criado o SDCD pela Honeywell.
A solução adotada foi a criação de telas de operação em terminais de vídeo com
todas as informações disponíveis e a utilização de teclado e mouse para interação
com as malhas. (Figura 109)

Figura 109 -  Sala de controle com SDCD


Fonte: Autor

Arquitetura do SDCD

O SDCD é composto de uma estrutura com três elementos distintos:


• uma máquina que faz a interface com o processo (controle);
• uma máquina que faz a interface com o homem (IHM);
• uma via de dados que interliga as duas máquinas (data highway).
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
111

Na Figura 110 e Figura 111, temos um desenho esquemático de uma sala de


controle que opera com SDCD e os instrumentos de campo, e na Figura 112 há
um exemplo de tela de operação.

Figura 110 -  Instrumentos em conexão com SDCD da sala de controle


Fonte: Autor

Figura 111 -  Sala de controle com SDCD


Fonte: Autor

Figura 112 -  Exemplo de tela de operação


Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
112

Há diversos fabricantes de SDCD. Como todos apresentam


FIQUE arquiteturas distintas de hardware, a documentação é
ALERTA fundamental para que nenhuma conexão esteja incorreta
após a montagem.

A arquitetura mais tradicional é aquela em que a estação de controle está


localizada na área em console local, e a estação de interface com a operação fica
na sala de controle. A interligação entre as duas estações ocorre por meio da via
de dados. Essa arquitetura apresenta economia em cablagem, pois o par de fios
tradicional de sinal só estará conectado entre os instrumentos e seu controlador,
que estará normalmente localizado em uma estação remota, junto ao campo. A
interligação entre as estações ocorrerá por meio de cabo coaxial ou fibra ótica.
Há arquiteturas em que a estação de controle e a estação de interface com o
operador estão localizadas nas salas de controle. A arquitetura varia conforme os
fabricantes. A arquitetura utilizada pelo SDCD é bem robusta, pois temos todos os
componentes com redundância. Ou seja, se um elemento falhar o outro assume,
inclusive em relação aos cabos ou à fibra ótica da rede.
Na Figura 113 temos a arquitetura tradicional de SDCD.

Operating Console X-TERMINAL

Local Network

Dual F.O. Network

PCU PROCESS CONTROL UNITS

Level Network

DO

TT TP

Rede redundante UCP unidade de controle de processo


Normalmente localizada no campo

Interface localizada no campo


Figura 113 -  Arquitetura de SDCD
Fonte: Autor
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
113

Padrão Fieldbus

Com a consolidação do emprego da tecnologia digital em novos projetos,


surgiu o conceito de redes de comunicação, bem como uma grande variedade de
redes. Em vez de apresentarmos as características das redes industriais existentes,
daremos um enfoque especial para tecnologia Fieldbus, pois ela está presente em
novos projetos, em quase todos os segmentos da indústria.

Classificação das redes

Por haver três tipos de redes com distintas finalidades, é necessário


apresentar sua classificação. Normalmente, as redes trafegam informações em
“pacotes”. Pode-se dizer que o tamanho desses pacotes de informações define
a aplicação da rede:
• Primeiro grupo: é o nível mais baixo de redes, conhecido como redes de
sensores. Esse grupo tem a finalidade de conectar atuadores e sensores de
campo à rede. Normalmente, essas redes trabalham em nível de bits, e devem
ser rápidas para a leitura ou para o envio de comandos aos dispositivos de
campo.
• Segundo grupo: é o nível intermediário, conhecido como device bus. Esse
grupo tem a finalidade de conectar dispositivos mais complexos à rede, pois
trabalham em nível de bytes. As redes do segundo grupo também devem
ser rápidas, porém os pacotes de informações são maiores.
• Terceirogrupo: é o nível mais alto de redes, conhecido como fieldbus.
Esse grupo pode transmitir informações mais complexas, ou seja, pacotes
maiores de dados. Os chamados instrumentos inteligentes estão conectados
a essa rede. Funções de controle como PID e dados para supervisórios fazem
parte desse grupo. Outro diferencial é que essa rede pode cobrir distâncias
maiores, o que é limitado pelas redes anteriores.
A seguir, Figura 114 temos alguns exemplos de redes de acordo com a
classificação dos três grupos.

IE C/ISA SP50

FIELDBUS Fieldbus Foundation

Profibus PA

Device Net
DEVICEBUS
SDS

Profibus DP
Seriplex

SENSORBUS ASI

Interbus

Figura 114 -  Exemplos de rede


Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
114

Fieldbus é a termo utilizado para um barramento genérico,


VOCÊ mas também é o nome do padrão de comunicação da
SABIA? Fieldbus Foundation-ISA Sp 50.

Relevância do Fieldbus Foundation ou Sp-50

É importante que o futuro técnico saiba que estamos concentrando nossa


atenção no padrão Fieldbus Foundation porque ela é a tecnologia mais utilizada
nos novos projetos. Além disso, identificamos nessa tecnologia um diferencial em
relação às demais. A partir do estudo que fizemos em relação ao desenvolvimento
do SDCD, demonstraremos a importância do conceito de fieldbusses.
Os primeiros SDCD já utilizavam a tecnologia digital. Porém, como eram
empregados protocolos de comunicação proprietários, não havia possibilidade
de instalação de dispositivos que não fossem do mesmo fabricante, obrigando,
assim, o usuário a trabalhar apenas com um determinado fornecedor.
Outro ponto que devemos ressaltar é que se mantinha a ideia de que o
controle da malha (PID) deve ser atribuição de um processador localizado nas
salas de controle ou em remotas no campo. Entretanto, com a utilização de
microprocessadores (chips digitais) nos instrumentos de campo, logo se percebeu
o potencial de processamento que estava disponível no campo.
Na arquitetura tradicional de uma malha de controle temos um instrumento que
mede a variável e a transmite a um controlador, e o mesmo controlador envia o sinal
de saída a uma válvula localizada no campo. Com a tecnologia desenvolvida pela
Fieldbus Foundation, esse algoritmo de controle da malha pode estar no instrumento
de medição ou, talvez, no posicionador da válvula, deixando a sala de controle para
a interface com o operador. Desse modo, por meio dessa tecnologia, podemos
realmente dizer que temos um Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD).

Wireless

Não há como concluir um estudo sobre a utilização de tecnologias de


transmissão de sinais de medição e controle industrial sem mencionar o que
deverá ser o futuro em relação às tecnologias aplicadas nessa área.
O mercado de tecnologias que operam com padrões de transmissão sem fio
(wireless) está crescendo visivelmente. As padronizações para a utilização dessas
tecnologias estão dando credibilidade ao sistema wireless, como o padrão IEC
62591 (Wireless Hart) e o padrão ISA SP 100. As indústrias estão implementando
essas tecnologias em sistemas de aquisição de dados com o objetivo de
acompanhar seu desempenho. (Figura 115)
5 Montagem de Equipamentos e Dispositivos
115

Figura 115 -  Exemplo de ligação wireless


Fonte: Autor

Ainda há vários fatores que levarão algum tempo para serem aperfeiçoados,
como a velocidade e a quantidade de informações transmitidas e a utilização de
baterias ou de fontes de alimentação de energia. Além disso, a movimentação
de válvulas por baterias locais ainda não se mostra eficiente, necessitando de
fontes de energia alternativa via fiação. Contudo, quando essa tecnologia estiver
consolidada, será inegável constatar os benefícios decorrentes de seu uso, uma
vez que não haverá fiações e nem documentações complexas de ligações.

Recapitulando

Observamos neste capítulo a grande variedade de tecnologias disponíveis


utilizadas na área de instrumentação. Optamos por apresentar algumas tecnologias
um pouco ultrapassadas, mas isso é importante porque nem todas as empresas
utilizam tecnologia de ponta. Assim, procuramos abranger a maior parte das
tecnologias que são utilizadas atualmente no mercado. Desse modo, o futuro
técnico está capacitato para atuar em uma grande organização ou em empresas
mais modestas.
Além disso, enfatizamos os cuidados que o técnico deve ter na montagem dos
instrumentos e quais tecnologias são aplicáveis em cada caso. Estudamos aspectos
sobre os hardwares e softwares dos equipamentos e dispositivos, e aprendemos
que a montagem correta dos dispositivos na planta industrial é fundamental para
que eles funcionem conforme o esperado.
Calibração de instrumentos
e equipamentos

O futuro técnico deve aprender a sequência lógica da calibração de instrumentos. Para


tanto, deve conhecer os conceitos metrológicos utilizados na calibração dos instrumentos
e, posteriormente, aprender como se calibra cada um dos dispositivos de medição: pressão,
temperatura, vazão e nível.
Até agora, vimos que a vocação principal da instrumentação é controlar os processos
industriais. Para controlar um processo é preciso medi-lo, e a calibração está diretamente
associada a medições. Retomando ao exemplo sobre como fazer um pão bem feito em um
forno elétrico, veremos que a medição correta da temperatura do forno será um fator crucial
na qualidade do produto. Mas, o que é uma medição correta? O conhecimento da incerteza nas
medições de um processo industrial só é possível por meio das calibrações dos instrumentos.
A calibração dos instrumentos é de fundamental importância nos processos industriais. Por
exemplo: um forno elétrico que tenha uma incerteza de +/- 5ºC não produzirá um pãozinho tão
conforme quanto a outro forno que tenha uma incerteza de +/-1ºC.

VOCÊ Nenhum instrumento mede o valor verdadeiro de uma variável. Todo


instrumento tem uma incerteza de medição. Assim, quanto menor a
SABIA? incerteza, melhor a qualidade do instrumento.

As calibrações podem ser feitas em laboratórios de calibração ou no campo. Recomendarmos


que sejam feitas em laboratório, uma vez que condições de temperatura e umidade podem ser
controladas, melhorando, assim, o desempenho da calibração.
Quando estamos instalando instrumentos novos na planta, é recomendado que
todos os instrumentos sejam calibrados, para que seja conhecido seu desempenho
metrológico. A identificação de quais instrumentos serão periodicamente calibrados vai
depender da importância do instrumento na elaboração do produto final, pois podemos
ter instrumentos que serão descartáveis após um período de uso e outros que controlarão
um processo, ou manterão o processo dentro de condições aceitáveis do ponto de vista
operacional e ambiental.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
118

As normas ABNT ISO 9001 e ABNT ISO 14001 darão a base para assegurar
resultados válidos e estabelecer a periodicidade das calibrações. Com o avanço
tecnológico dos instrumentos, a tendência é de aumentarmos cada vez mais o
intervalo entre as calibrações; mas, do ponto de vista físico, inexiste instrumento
ou dispositivo que não varie seus parâmetros ao longo do tempo.
Nos instrumentos de tecnologia Fieldbus Foundation e Profibus existem
softwares dos fabricantes que testam periodicamente o desempenho de
medição do instrumento, fazendo um “autodiagnóstico”, avisando quando é
necessário recalibrar o instrumento. Portanto, o intervalo entre calibrações está
associado à tecnologia instalada. Mas, para que isso se confirme, é necessário que
tenhamos documentados os resultados das calibrações iniciais para as posteriores
comprovações de desempenho.

6.1 Conceitos gerais de metrologia

VIM: Vocabulário Internacional de Metrologia. Trata-se de uma publicação


tradicional que uniformiza os termos usados em metrologia em diversos países.
Calibração: conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas,
a relação entre os valores indicados por um instrumento de medição, ou por um
sistema de medição, ou por valores representados em uma medida materializada,
ou por um material de referência e os valores correspondentes das grandezas
estabelecidas dos padrões.
Grandeza (mensurável): atributo de um fenômeno, corpo ou substância
que pode ser qualitativamente distinguido e quantitativamente determinado.
Exemplos: comprimento, massa, temperatura, resistência elétrica, etc.
Símbolo de uma unidade (de medida): sinal convencional que designa uma
unidade de medida. Exemplo: “m” é o símbolo de metro.
SI: Sistema Internacional de Unidades. É o sistema coerente de unidades
adotado e recomendado pela Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM).
Medição: conjunto de operações que tem por objetivo determinar o valor de
uma grandeza.
Método de medição: sequência lógica de operações, descritas genericamente,
usadas na execução das medições.
Procedimento de medição: conjunto de operações especificamente descritas
utilizadas na execução de medições particulares, de acordo com um dado método.
Indicação (de um instrumento de medição): valor de uma grandeza fornecido
por um instrumento de medição.
6 Calibração de Instrumentos e Equipamentos
119

Exatidão de medição: grau de concordância entre o resultado de uma medição


e o valor verdadeiro do mensurando.
Repetitividade (de resultados de medições): grau de concordância entre os
resultados de medições sucessivas de um mesmo mensurando efetuadas sob as
mesmas condições de medição.
Incerteza de medição: parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que
caracteriza a dispersão dos valores que podem ser fundamentalmente atribuídos
a um mensurando.
Erro (da medição): resultado de uma medição menos o valor verdadeiro do
mensurando.
Instrumento de medição: dispositivo utilizado para uma medição que pode
ser feita sozinha ou em conjunto com dispositivo(s) complementar(es).
Sensor: elemento de um instrumento de medição ou de uma cadeia de
medição que é diretamente afetado pelo mensurando.
Escala (de um instrumento de medição): conjunto ordenado de marcas,
associado a qualquer numeração, que faz parte de um dispositivo mostrador de
um instrumento de medição.
Ajuste (de um instrumento de medição): operação destinada a fazer com que
um instrumento de medição tenha desempenho compatível com seu uso.
Resolução (de um dispositivo mostrador): menor diferença entre indicações de
um dispositivo mostrador que pode ser significativamente percebida.
Padrão: medida materializada, instrumento de medição, material de referência
ou sistema de medição destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma
unidade ou um ou mais valores de uma grandeza para servir como referência.

6.2 Sistema Internacional de Unidades (SI)

O Sistema Internacional de Unidades (SI) é a forma moderna do sistema


métrico, que geralmente é um sistema de unidades de medida concebido em
torno de sete unidades básicas e da conveniência do número dez. O SI é o sistema
de medição mais utilizado diariamente no mundo, tanto no comércio como na
ciência. É um conjunto sistematizado e padronizado de definições para unidades
de medida, que visa uniformizar e facilitar medições e as relações internacionais
decorrentes dessas medições.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
120

6.2.1 Unidades básicas do SI

Definiram-se sete grandezas físicas entendidas como básicas ou fundamentais.


Por conseguinte, passam a existir sete unidades básicas correspondentes às
unidades básicas do SI, descritas na Tabela 10. A partir dessas unidades básicas,
todas as outras unidades existentes são derivadas.
Tabela 10: Unidades básicas do SI
Grandeza Unidade Símbolo
Comprimento metro m
Massa quilograma kg
Tempo segundo s
Corrente elétrica ampère A
Temperatura termodinâmica kelvin K
Quantidade de matéria mol mol
Intensidade luminosa candela cd
Fonte: Autor

6.2.2 Unidades derivadas do SI

Como vimos, todas as unidades existentes podem ser derivadas das unidades
básicas do SI. Entretanto, consideram-se unidades derivadas do SI apenas aquelas
que podem ser expressas por meio das unidades básicas do SI e por sinais de
multiplicação e divisão, ou seja, sem qualquer fator multiplicativo ou prefixo com
a mesma função. Desse modo, há apenas uma unidade do SI para cada grandeza.
Contudo, para cada unidade do SI pode haver várias grandezas.
Às vezes, temos nomes especiais para as unidades derivadas. A seguir, vemos
na Tabela 11, as unidades SI derivadas que recebem nome especial e símbolo
particular:
Tabela 11: Unidades derivadas do SI
Grandeza Unidade Símbolo Dimensional Dimensional
analítica sintética
Ângulo plano radiano rad 1 m/m
Ângulo sólido esferorradiano sr 1 m²/m²
Atividade cat- katal kat mol/s ---
alítica
Atividade radio- becquerel Bq 1/s ---
ativa
Capacitância farad F A²•s²•s²/(kg•m²) A•s/V
Carga elétrica coulomb C A•s ---
Condutância siemens S A²•s³/(kg•m²) A/V
6 Calibração de Instrumentos e Equipamentos
121

Grandeza Unidade Símbolo Dimensional Dimensional


analítica sintética
Densidade de tesla T kg/(s²•A) Wb/m²
fluxo magnético
Dose absorvida gray Gy m²/s² J/kg
Dose equivalente sievert Sv m²/s² J/kg
Energia joule J kg•m²/s² N•m
Fluxo luminoso lúmen lm cd cd•sr
Fluxo magnético weber Wb kg•m²/(s²•A) V•s
Força newton N kg•m/s² ---
Frequência hertz Hz 1/s ---
Indutância henry H kg•m²/(s²•A²) Wb/A
Luminosidade lux lx cd/m² lm/m²
Potência watt W kg•m²/s³ J/s
Pressão pascal Pa kg/(m•s²) N/m²
Resistência ohm Ω kg•m²/(s³•A²) V/A
elétrica
Temperatura em grau Celsius °C --- ---
Celsius
Tensão elétrica volt V kg•m²/(s³•A) W/A
Fonte: Autor

6.2.3 Escrita correta de unidades do SI

Nome de unidade: o nome das unidades deve ser sempre escrito em letra
minúscula, como, por exemplo: quilograma, newton, metro cúbico. A exceção é
quando o nome estiver no início da frase e em “grau Celsius”.
Plural da unidade: é importante saber que somente o nome da unidade de
medida aceita o plural. As regras para a formação do plural (no Brasil) para o
nome das unidades de medida seguem a Resolução Conmetro 12/88, conforme
apresentamos a seguir.
• Pronúncia – Para a pronúncia correta do nome das unidades, devemos
utilizar o acento tônico sobre a unidade, e não sobre o prefixo. Por exemplo:
micrometro, hectolitro, milissegundo, centigrama, nanometro. As exceções
são: quilômetro, hectômetro, decâmetro, decímetro, centímetro e milímetro.
• Escrita – Ao escrever uma unidade composta, não devemos misturar o nome
com o símbolo da unidade. Veja o Quadro 4:
Unidade composta Certo Errado
quilômetro por hora km/h quilômetro/h; km/hora
metro por segundo m/s metro/s; m/segundo
Quadro 4 - Escrita correta de unidade composta
Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
122

Símbolo de unidade: as unidades do SI podem ser escritas por seus nomes ou


representadas por meio de símbolos.
Símbolo não é abreviatura: símbolo é um sinal convencional e invariável
utilizado para facilitar e universalizar a escrita e a leitura de significados. As
unidades de SI jamais deverão ser seguidas de “ponto”, como vemos no Quadro 5.
Unidade Certo Errado
segundo s s. ; seg.
metro m m. ; mtr.
quilograma kg kg.; kgr.
litro L l.;lts.
hora h h. ; hr.
Quadro 5 - Símbolos de unidades do SI
Fonte: Autor

Símbolo não admite plural: como sinal convencional e invariável, o símbolo é


utilizado para facilitar e universalizar a escrita e a leitura de significados, de modo
que nunca deverá ser seguido de “s”, como está exposto no Quadro 6.
Escrita Certo Errado
cinco metros 5m 5 ms
dois quilogramas 2 kg 2 kgs
oito horas 8h 8 hs
Quadro 6 - Escrita correta de unidades do SI
Fonte: Autor

Representação: o resultado de uma medição deve ser representado com


o valor numérico da medida, seguido de um espaço de até um caractere e, em
seguida, o símbolo da unidade em questão. Veja o exemplo a seguir:

Valor numérico prefixo da unidade

240,2 cm
espaço de até um caractere símbolo da unidade

Para a unidade de temperatura grau Celsius haverá um espaço de até um caractere


entre o valor e a unidade, porém não devemos colocar espaço entre o símbolo do
grau e a letra “C “ para formar a unidade “grau Celsius”. Veja o exemplo a seguir:

Valor numérico símbolo da unidade grau Celsius

25 °C
espaço de até um caractere

Os símbolos das unidades de tempo, hora (h), minuto (min) e segundo (s)
são escritos com um espaço entre o valor medido e o símbolo. Também há um
espaço entre o símbolo da unidade de tempo e o valor numérico seguinte. Veja o
exemplo a seguir:
6 Calibração de Instrumentos e Equipamentos
123

8 h 35 min 20 s
espaços de até um caracter

Exceções: para os símbolos da unidade de ângulo plano, grau (°), minuto (‘) e
segundo (“) não deve haver espaço entre o valor medido e as unidades, porém
deve haver um espaço entre o símbolo da unidade e o próximo valor numérico.
Veja o exemplo a seguir:

109º 28’ 1’’


espaços de até um caracter

6.2.4 Regras de arredondamento para a numeração decimal


(NBR 5891)

Em relação às regras de arredondamento para a numeração decimal, temos as


seguintes definições, de acordo com a NBR 5891:
• Quandoo algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser
conservado for inferior a 5, o último algarismo a ser conservado permanecerá
sem modificação.
Exemplo: 1,333: 3 arredondado à primeira decimal tornar-se-á 1,3.
• Quandoo algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser
conservado for superior a 5, ou, sendo 5, for seguido de no mínimo um
algarismo diferente de zero, o último algarismo a ser conservado deverá ser
aumentado de uma unidade.
Exemplo: 1,666: 6 arredondado à primeira decimal tornar-se-á 1,7.
Exemplo: 4,850: 5 arredondados à primeira decimal tornar-se-á 4,9.
• Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser
conservado for 5 seguido de zeros, deveremos arredondar o algarismo a
ser conservado para o algarismo par mais próximo. Consequentemente, o
último a ser retirado, se for ímpar, aumentará uma unidade.
Exemplo: 4,550: 0 arredondado à primeira decimal tornar-se-á: 4,6.
• Quandoo algarismo imediatamente seguinte ao último algorismo a ser
conservado for 5 seguido de zeros, se for par o algarismo a ser conservado,
ele permanecerá sem modificação.
Exemplo: 4,850: 0 arredondado à primeira decimal tornar-se-á 4,8.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
124

6.3 Padrões

Padrões consistem em grandezas referenciais para que investigadores em todas as


partes do mundo possam comparar os resultados de seus experimentos com bases
consistentes. Segundo o VIM, o padrão consiste em uma medida materializada, em
um instrumento de medição, em um material de referência ou em um sistema de
medição destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade ou um ou
mais valores de uma grandeza para servir como referência. Exemplos:
• massa padrão de 1 kg;
• resistor padrão de 100 ω;
• amperímetro padrão;
• eletrodo padrão de hidrogênio.

6.3.1 Tipos de padrão

Existem diferentes tipos de padrão, como descrevemos a seguir:


Padrão internacional: padrão reconhecido por acordo internacional para servir,
internacionalmente, como base para estabelecer valores de outros padrões da
grandeza a que se refere.
Padrão nacional: padrão reconhecido por uma decisão nacional para servir,
em um país, como base para atribuir valores a outros padrões da grandeza a que
se refere.
Padrão primário: padrão que é designado ou amplamente reconhecido como
tendo as mais altas qualidades metrológicas e cujo valor é aceito sem referência a
outros padrões de mesma grandeza.
Padrão secundário: padrão cujo valor é estabelecido por comparação a um
padrão primário de mesma grandeza.
Padrão de referência: geralmente tendo a mais alta qualidade metrológica
disponível em um dado local ou em dada organização padrão, a partir do qual
são derivadas as medições lá executadas.
Padrão de trabalho: padrão utilizado rotineiramente para calibrar ou controlar
medidas materializadas, instrumentos de medição ou materiais de referência.
Padrão de transferência: padrão utilizado como intermediário para
comparar padrões.
Padrão Itinerante: padrão algumas vezes de construção especial, para ser
transportado entre locais diferentes. Exemplo: padrão de frequência de césio,
portátil, operado por bateria.
6 Calibração de Instrumentos e Equipamentos
125

6.3.2 Rastreabilidade do padrão

Rastreabilidade é a propriedade do resultado de uma medição ou do valor de


um padrão estar relacionado a referências estabelecidas, geralmente a padrões
nacionais ou internacionais, por meio de uma cadeia contínua de comparações,
todas tendo incertezas estabelecidas. Temos duas observações importantes: a) o
conceito é geralmente expresso pelo adjetivo rastreável; b) uma cadeia contínua
de comparações é denominada cadeia de rastreabilidade.
Na Figura 116, vemos a hierarquia do sistema metrológico.
Unidades do SI
DI

BIPM Padrões Internacionais


SS
EM

Padrões dos Institutos Nacionais


Padrões Nacionais de Metrologia
IN
E
AD

Calibração Padrões de referência dos laboratórios


ÃO
ILID

de calibração acreditados
AB

Ensaios Padrões de referência dos laboratórios


de ensaio acreditados
RE
ST

Indústria e Padrões de trabalho dos laboratórios


RA

outros setores do chão de fábrica

COMPARABILIDADE

Figura 116 -  Hierarquia do sistema metrológico


Fonte: Autor

6.3.3 Seleção do padrão de calibração

O padrão de calibração deve ser selecionado de acordo com os seguintes


critérios:
• Grandeza a ser medida: verificar para que finalidade o instrumento em
calibração será destinado e qual grandeza irá medir. Exemplo: Temperatura
em °C. Você deve selecionar o padrão de acordo com essa unidade.
• Range a ser calibrado: verificar o range do instrumento em calibração.
Normalmente, o procedimento de calibração do instrumento indica o range
de padrão adequado para calibração. Caso não especificado, recomendamos
que os padrões digitais possam ser utilizados até 100% de sua faixa de
indicação, e os padrões analógicos devem ter uma faixa de indicação de
1,3 a 1,6 vezes a faixa de indicação do instrumento submetido à calibração.
Exemplo: Para calibração de um manômetro com faixa de indicação 0 a 10
kgf/cm², se o padrão for analógico, deve ter uma faixa de indicação de, no
mínimo, 0 a 13 kgf/cm² e, no máximo, de 0 a 16 kgf/cm².
• Certificado de calibração: verificar a existência do certificado de calibração
do padrão e sua data de validade. Estando o certificado dentro do prazo de
validade especificado, o padrão poderá ser utilizado para calibração.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
126

6.3.4 Avaliação do certificado de calibração

Veremos agora como avaliar um certificado de calibração de qualquer


instrumento.
Esta avaliação necessita de análise criteriosa e é bastante importante para
assegurar que o equipamento calibrado atende às necessidades de processo
quanto a suas características de medição.
Procure verificar todos os itens abaixo listados com o máximo de atenção, para
garantir uma avaliação correta.

Análise das Informações

Ao verificar o certificado de calibração, certifique-se de que ele atende aos


requisitos a seguir.
Numeração do certificado de calibração: cada certificado de calibração deverá
ter numeração conforme orientação do projeto ou local da calibração.
Conteúdo do certificado de calibração: o certificado de calibração deve conter
as seguintes informações:
a) um título “certificado de calibração”;

b) nome e endereço do laboratório/local da calibração;

c) identificação unívoca do certificado de calibração com a numeração do certifi-


cado impressa em um de suas páginas;

d) identificação, em cada página, do número da página e do número total de pá-


ginas;

e) nome e endereço do proprietário do instrumento;

f ) nome e endereço do contratante caso sejam diferentes do solicitante;

g) descrição, fabricante, número de série, modelo, faixa, resolução, TAG, etc. do


instrumento;

h) local onde a calibração foi realizada;

i) condições ambientais;

j) identificação do método utilizado (procedimento);

k) norma de referência, quando aplicável;

l) incerteza de medição;

m) data de calibração e emissão do certificado de calibração;

n) rastreabilidade dos padrões utilizados na calibração;


6 Calibração de Instrumentos e Equipamentos
127

o) resultado da calibração com as unidades de medida;

p) evidenciar claramente se o instrumento necessitou ser ajustado;

q) notas e observações;

r) signatário autorizado.

Valores da calibração: o certificado de calibração deve mostrar os valores


obtidos na calibração. Eles devem ser preenchidos durante a calibração, em
formulário específico.
Impressão e validação: com todos os dados relatados devidamente
evidenciados, o certificado de calibração deverá estar assinado por signatário
autorizado do projeto ou da empresa executante da calibração.

Análise dos Valores da Calibração (Resultado)

É recomendado que um Sistema de Critérios de Aceitação avalie o certificado


de calibração, seguindo as normas NBR ISO IEC 17025 e NBR ISO 9001:2008. A
primeira norma determina a verificação do conteúdo do certificado, e a segunda
especifica a demonstração de evidências de que os instrumentos estão adequados
ao uso. Na análise dos valores de calibração, você deve verificar:
I. se os pontos calibrados são compatíveis com o processo;
II. se a resolução e a incerteza de medição são compatíveis com o processo;
III. fazer uma análise ponto a ponto apresentado no certificado de calibração.
Na análise ponto a ponto, você poderá encontrar dois resultados:
• Resultado Conforme: |ERRO| + |IM| <= |To|
• Resultado Não Conforme: |ERRO| + |IM| > |To|
Em que:
• Erro = Valor apresentado no certificado de calibração;
• IM = Incerteza de medição apresentada no certificado de calibração;
• To = Tolerância operacional.
Para o “Erro” e “IM” utilizamos o maior valor apresentado no certificado de
calibração, e para “To” utilizamos o menor valor admissível para tal instrumento
em avaliação.
Caso algum instrumento obtenha resultados não conformes, você deverá
adotar as seguintes orientações:
1. Faça um ajuste ou reparo do instrumento e refaça a calibração.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
128

2. Aplique as correções nas medidas efetuadas.


3. Aplique a tolerância do processo, desde que ainda atenda aos requisitos.
4. Aplique os limites de erro admissíveis do instrumento.
Caso não seja possível adotar nenhuma das operações apresentadas para
tornar o instrumento “conforme”, você deverá identificá-lo como inadequado e
retirá-lo de uso, segregando-o em local apropriado ou realizando seu descarte.
Uma análise bem feita dos resultados de calibração proporciona confiabilidade
ao processo e melhoria na qualidade dos produtos, evitando retrabalhos,
sucateamentos e prejuízos. Na Figura 117 vemos um exemplo de certificado de
calibração de um padrão.
6 Calibração de Instrumentos e Equipamentos
129

Figura 117 -  Exemplo de certificado de calibração de um padrão


Fonte: Autor

6.4 Procedimento de calibração

Cada tipo de instrumento deve possuir procedimento específico de calibração


de acordo com suas características e variáveis de medição. Caso não haja um
procedimento específico à disposição, devemos utilizar as normas ABNT/NBR
como referência.
Após o término da calibração, deve ser fixada uma etiqueta de calibração ao
instrumento calibrado contendo, no mínimo, os seguintes dados:
• identificação do instrumento;
• data da calibração;
• executante e/ou empresa responsável pela execução.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
130

6.4.1 Padrões e dispositivos de calibração (exemplos)

Veremos a seguir alguns exemplos de padrões e dispositivos de calibração.


Utilizaremos como exemplos os equipamentos de diversos fabricantes. Cada
fabricante tem suas características construtivas, mas, em aspectos práticos, a
maioria mantém os mesmos princípios.

Padrões e Dispositivos para Calibração de Pressão

Balança de peso morto: este aparelho é um equipamento de precisão


indispensável em laboratórios de teste e certificação de instrumentos de pressão.
A balança de peso morto é simples de operar, leve e robusta. A Figura 118 mostra
uma balança de peso morto.

Conjunto de
massas Instrumento em
calibração

Pistão
Bomba
Espelho pneumática

Geração de pressão
/ Ajuste fino

Figura 118 -  Balança de peso morto


Fonte: Autor

• Princípio de funcionamento: na Figura 119, vemos o princípio de


funcionamento desse aparelho.

P= F
A

area A

P
Figura 119 -  Princípio de funcionamento da balança de peso morto
Fonte: Autor
6 Calibração de Instrumentos e Equipamentos
131

Bomba de comparação (timoneiro): na bomba de comparação (timoneiro), a


pressão é definida girando o volante. Esse instrumento permite a calibração de
manômetros, transmissores, sensores de pressão, etc., de forma rápida e prática.
A bomba de comparação utiliza manômetro padrão, que permite a comparação
com manômetro em calibração. Veja na Figura 120 a bomba de comparação.

Figura 120 -  Bomba de comparação (timoneiro)


Fonte: Naka, 2012

Esse aparelho utiliza como princípio de funcionamento a lei de Pascal, segundo


a qual “uma pressão exercida em qualquer ponto de um líquido confinado é
transmitida sem perda, em todas as direções”. Como a pressão é definida como
força por unidade de área, aplicamos uma força por meio de um peso em uma
área conhecida, cuja pressão resultante pode ser medida, nesse tipo de aparelho,
por um medidor de pressão. O instrumento a ser testado é montado por meio de
um adaptador adequado ou seja, as luvas devem ser suficientemente fortes para
suportar a máxima pressão aplicada.
Calibrador de pressão: trata-se de um instrumento de dimensões reduzidas,
compacto, que opera com bateria recarregável. O calibrador de pressão Incorpora
os mais modernos conceitos de união das calibrações com sistemas de informática.
Conectado ao computador, pode ser utilizado como ponto de aquisição de dados
on-line. Na Figura 121 até a Figura 129, vemos as características do calibrador de
pressão e sua forma de operação.

Pressure
Ca librator

0 0000
PC - 507
V
mA
IN =
Press +
u re ( P
1 2 S1) ON
3 4 OFF IN
5 IN
-
C/CE

GND
+
6 7 8 9 0 OUT
-
ENTER

Figura 121 -  Visão frontal do calibrador de pressão


Fonte: PERSYS, 2012
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
132

Display gráfico de
cristal líquido

Pressure Calibrator PC-507 V mA


+
ON IN
Cápsula 2 OFF IN Cápsula 1
1 2 3 4 5 C/CE
GND +
OUT
OUT
Cápsula 3 6 7 8 9 0
+/-
ENTER Cápsula 4
Teclado
Inverte o sinal Terminais de
gerado ( + / - ) entrada e saída

Figura 122 -  Identificação das partes (painel frontal)


Fonte: PERSYS, 2012

Entrada para
BATTERY interface RS-232 RTD
CHARGE ou RS - 485 PROBE
SERIAL Entrada
COM ML
de probe
2 3 4 1

Entrada para o
carregador / eliminador
de bateria

Figura 123 -  Identificação das partes (lateral esquerdo / lateral direito)


Fonte: PERSYS, 2012

Uso no campo,
Opções para o calibrador
transporte, é protrgido
presa ao pela bolsa,
cinto ou pode ser
tiracolo retirado
para uso
em bancada.

Figura 124 -  Formas de utilização


Fonte: PERSYS, 2012

Pressure Calibrator PC-507 V mA


+
ON IN
OFF IN
1 2 3 4 5 C/CE
GND +
OUT
OUT
6 7 8 9 0 ENTER
+/-

Medição de pressão
Figura 125 -  Como medir a pressão
Fonte: PERSYS, 2012
6 Calibração de Instrumentos e Equipamentos
133

Pressure Calibrator PC-507 V mA


+
ON IN
OFF IN 12.1
1 2 3 4 5 C/CE
PSI
GND +
OUT
OUT
6 7 8 9 0 ENTER
+/-

Figura 126 -  Exemplos de ligação para calibração


Fonte: PERSYS, 2012

1 a 5V Alimentação
+ 1
2
9
10
V mA 3 11
Pressure Calibrator PC-507 4 12
+ 5 13
6 14
ON IN 7
OFF 15
IN 8 16
1 2 3 4 5 C/CE GND
GND + TY - 1110
OUT
OUT Conversor P/ V
6 7 8 9 0 ENTER
+/-
quatro fios

Gerador
de pressão

Figura 127 -  Exemplo de ligação para calibração de conversor


Fonte: PERSYS, 2012

Pressure Calibrator PC-507 V mA


+
ON
OFF
IN Pressostato
IN
1 2 3 4 5 C/CE
GND +
OUT
OUT
6 7 8 9 0 ENTER
+/-

Gerador de
pressão

Figura 128 -  Exemplo de ligação para calibração de pressostato


Fonte: PERSYS, 2012
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
134

Conversor
I/P

Pressure Calibrator PC-507 V mA


+ m A (-) m A (+)
Entrada
ON IN
OFF IN
1 2 3 4 5 C/CE
GND +
OUT
OUT
6 7 8 9 0 ENTER
+/-

Saída
Suprimento
pressão
Figura 129 -  Exemplo de ligação para calibração de I/P
Fonte: PERSYS, 2012

Padrões e Dispositivos para Calibração de Temperatura

Calibrador de temperatura: o calibrador de temperatura possibilita a medição


e a geração dos sinais utilizados em instrumentação e controle de processo. Na
Figura 130 até a Figura 134, vemos as características do calibrador de temperatura
e sua forma de operação.

IN v v OUT
7 8 9 FREQ.
mA (+)
RTD1 FREQ. +24V

4 5 6 GND GND
IN OUT

1 2 3 RTD2
TC/mV
mV
TC mA(-)
XTR
RTD3 RTD2
+ ON
0 OFF
mA
RTD4 RTD1
ENTER C
CE ISOCAL MCS-10 +24V 0V TPS

Figura 130 -  Visão frontal do calibrador de temperatura.


Fonte: PERSYS, 2012

Teclado Display de cristal Terminais de entrada


líquido e saída

IN v v OUT
7 8 9 FREQ.
mA (+)
RTD1 FREQ. +24V

4 5 6 GND GND
IN OUT

Alça para 1 2 3 RTD2


TC/mV
mV
TC mA(-)
XTR Porta-fusível
inclinação, + ON
RTD3 RTD2 de proteção
0
quando usado OFF
mA
RTD1 da entrada
RTD4
fora da bolsa ENTER C
de corrente
CE ISOCAL MCS-10 +24V 0V TPS

Inverte o sinal
Fonte de +24v para
gerado ( + / - )
alimentação de transmissores a dois fios

Figura 131 -  Identificação das partes (painel frontal)


Fonte: PERSYS, 2012
6 Calibração de Instrumentos e Equipamentos
135

Entrada para
interface
RS-232
Porta-fusível

Entrada para o Entrada de parobe


carregador de
bateria

Figura 132 -  Identificação das partes (lateral esquerdo/lateral direito)


Fonte: PERSYS, 2012

Uso no campo,
Opções para o calibrador
transporte, é protrgido
presa ao pela bolsa,
cinto ou pode ser
tiracolo retirado
para uso
em bancada.

Figura 133 -  Formas de utilização


Fonte: PERSYS, 2012

Isocal Entrada Transmissor


IN v v OUT RTD
FREQ.

1
mA (+)
RTD1 FREQ. +24V

GND
JUMP

GND

2
IN OUT
RTD2 mV ºC
TC/mV TC mA(-)
XTR
RTD3

mA
RTD4
RTD2

RTD1
3 Saída 4-20ma
+ TPS

Figura 134 -  Exemplos de ligação para calibração


Fonte: PERSYS, 2012

Banhos térmicos tipo bloco seco: os calibradores conhecidos como banho


térmico tipo bloco seco realizam funções para as quais seriam necessários três
instrumentos distintos. Na Figura 135 temos o banho térmico tipo bloco seco,
com termômetro-padrão e calibrador-padrão.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
136

mA ******

6 50,00
+ +
1
1 2 3 4 5

+
8 9 +0 +
6 7

ON
OFF

Figura 135 -  Banho térmico tipo bloco seco


Fonte: PERSYS, 2012

Os calibradores produzem valores de temperatura no bloco de prova ou


insert, de forma a possibilitar a calibração de termopares, termorresistências,
termômetros de vidro, termostatos, etc. Além de produzir os valores de
temperatura, oferecem a possibilidade de medir os sinais gerados por termopares
(Figura 136), termorresistências (Figura 137) e termostatos que estão sendo
calibrados. Possuem amplos recursos de programação, incluindo a possibilidade
de realizar calibrações automáticas.

Figura 136 -  Sensores de temperatura-padrão: termopares


Fonte: ECIL, 2012
6 Calibração de Instrumentos e Equipamentos
137

Figura 137 -  Sensores de temperatura-padrão: termorresistências


Fonte: ECIL, 2012

Na Figura 138, vemos o equipamento de banho térmico, que é utilizado para


comparação de sensores (padrão e em calibração) em meio líquido agitado.
Opera normalmente em temperaturas que variam de -30°C a 100°C, dependendo
do líquido utilizado.

Figura 138 -  Banho térmico (imersão em líquido)


Fonte: SPLABOR, 2012

Padrões e Dispositivos para Calibração de Vazão


Veremos a seguir alguns dispositivos e padrões utilizados para medição e
calibração de vazão. Note que os equipamentos que iremos mostrar possuem
medição direta de vazão; ou seja, é necessário que o fluxo do produto passe por
dentro do instrumento medidor para que possamos obter os valores desejados.
Rotâmetro: trata-se de um medidor de vazão de área variável utilizado para
medir a vazão de um líquido ou de um gás em um tubo. A Figura 139 mostra
exemplos de rotâmetros, e a Figura 140 apresenta o princípio de funcionamento
desse tipo de medidor de vazão.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
138

1200

1200 1200

1000
1000 1000

800
800 800

600 600 600

400 400
400

200 200
200
100 100

100

Figura 139 -  Rotâmetros


Fonte: ELAN , 2012

boia força de
arrastamento

força
gravitacional

fluxo
Figura 140 -  Princípio de funcionamento do rotâmetro
Fonte: SILVA, 2008

Calibrador digital de vazão de gás: trata-se de um calibrador comandado via


painel de cristal líquido e teclado simplificado, possibilitando a configuração por
meio de menus e readaptação a aplicações diferenciadas. (Figura 141)

Figura 141 -  Calibrador digital de vazão de gás


Fonte: Sierra, 2012
6 Calibração de Instrumentos e Equipamentos
139

Os medidores de vazão que não utilizam o princípio da


pressão diferencial, como vortex, coriolis magnéticos e
ultrassom, são fornecidos com certificado de calibração
VOCÊ do fabricante. Esse certificado deverá ser analisado sob
SABIA? todos os aspectos para confrontar a compatibilidade com
as exigências da folha de dados. Os medidores de vazão
por Delta “P” utilizam os mesmos padrões de pressão dos
demais instrumentos.

Sequência de ligações de um medidor de vazão


A seguir, temos a sequência de ligações de um medidor de vazão do tipo
“multivariável”, que mede por pressão diferencial. (Figura 142 até Figura 146)
Passo 1

Figura 142 -  Preparando um medidor de vazão multivariável para calibração


Fonte: Autor

Passo 2

Figura 143 -  Identificando os terminais de ligações


Fonte: Autor
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
140

Passo 3

Figura 144 -  Conectando cabo de temperatura


Fonte: Autor

Passo 4

Figura 145 -  Conectando terminais Fieldbus


Fonte: Autor
6 Calibração de Instrumentos e Equipamentos
141

Passo 5

Figura 146 -  Configurando instrumento para calibração


Fonte: Autor

Alguns usuários preferem instalar o instrumento no campo


e, após concluida toda a montagem, retirar os instrumentos
FIQUE para calibração. Outros usuários já preferem calibrar os
ALERTA instrumentos antes da montagem. Logo, não existe um
padrão que defina a ordem cronológica de montagem e
calibração, pois depende da gerência de cada empresa.

Recapitulando

Para proceder a uma calibração da maneira correta, é necessário seguir os


procedimentos de calibração. Esse é o principal conhecimento que apresentamos
neste capítulo. Observamos que caso o instrumento não venha parametrizado
pelo fabricante, deveremos fazer essa parametrização com o auxílio da folha de
dados e do manual do fabricante. Os padrões de calibração devem ser selecionados
corretamente, levando em conta os erros máximos toleráveis.
Aprendemos, ainda, que, após a calibração, devemos registrar os resultados e
colocar uma evidência de “calibrado” no instrumento. Desse modo, a sequência
lógica da calibração de instrumentos deve ser compreendida pelo técnico, pois esse
conhecimento é de fundamental importância, tanto para grandes empresas como
para as pequenas organizações.
Start-up de equipamentos e dispositivos

Chegamos ao momento em que todos os equipamentos e dispositivos estão montados


e condicionados no campo. Agora, já podemos iniciar o estudo sobre a aplicação das boas
práticas de engenharia para o start-up dos equipamentos. O objetivo é fazer uma transição
tranquila entre os testes finais e o início da operação definitiva do novo equipamento.

7.1 Comissionamento

O termo comissionamento, traduzido do latim “committere”, significa “confiança”. O emprego


desse termo aplicava-se a “missões de confiança”. No campo da aviação, por exemplo, é aplicado
à função de comissário(a) de bordo, a pessoa que tem a missão de proporcionar o bem-estar de
todos a bordo. Já na área náutica, o termo também tem a conotação de confiança, significando
“entregar o navio para a operação”. Com o navio “comissionado” para o início de uma longa viagem,
ele está pronto para a operação, com sua parte de infraestrutura e de provisões solucionada, suas
peças de reserva, alimentos, remédios, comunicação, entre outras provisões e equipamentos.
Em nossa área de implementação de equipamentos e dispositivos, dizemos que um
ativo comissionado está preparado para cumprir sua missão. Assim, podemos definir
comissionamento como um conjunto de habilidades e práticas empregadas que tem início na
fase do projeto e continuam até o start-up de uma nova planta ou de um equipamento.
Normalmente, várias pessoas participam do processo de comissionamento, pois cada
responsável por suas diferentes fases deve ser um especialista em sua área. Isso ocorre porque
seria muito difícil para um engenheiro eletrônico, por exemplo, comissionar uma bomba
hidráulica em relação aos critérios de desempenho desse equipamento.
Como o comissionamento está presente em todas as etapas do processo, as fases do projeto
(recebimento, armazenamento, preservação, calibrações, parametrizações) são objetos do
comissionamento. Portanto, não se trata, simplesmente, de fazer um check-list final para se
certificar de que todo o processo está correto. Cada etapa deve ter seu próprio comissionamento,
pois seria muito desastroso perceber, no momento do start-up, que o material utilizado nas
tubulações ou conexões, por exemplo, não é compatível com o fluido do processo, ou que há
incompatibilidade entre alguns instrumentos instalados no campo e o software utilizado.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
144

Imaginemos o caso de um navio que partiu para uma longa viagem e, ao se


deparar com uma tempestade, verifica-se que uma de suas bombas de porão
não está operacional e as peças para reparar a bomba não estão embarcadas. Um
planejamento eficaz do comissionamento, assim como o acompanhamento das
etapas do comissionamento, é fundamental para que pequenos desvios possam
ser corrigidos a tempo.
Independentemente do tamanho do projeto, as práticas do comissionamento
devem ser exercitadas pelos gestores e responsáveis pela obra, para que não
tenhamos que “abandonar o projeto”, ou incluir custos tão altos para solucionar
os problemas que a operação tenha que ser inviabilizada.

7.1.1 Comissionamento eficaz

Sugerimos, a seguir, um conjunto de operações para garantir um


comissionamento eficaz:
• Elaborar um plano de comissionamento com todas as etapas, que se inicia na
fase do acompanhamento do projeto até à colocação em marcha do ativo.
• Documentar todas as fases do comissionamento, elaborando o registro de
eventuais modificações.
• Criar um cronograma de comissionamento.
• Elaborar
um organograma das pessoas envolvidas no comissionamento,
conforme suas especialidades.
• Definir que as pessoas envolvidas no comissionamento não sejam as mesmas
responsáveis pela montagem, a fim de evitar desvios.
• Estipular que as pessoas envolvidas em comissionamentos sejam qualificadas
e tenham o foco na operação, de modo a garantir a operabilidade do ativo.
• Envolver a operação nas fases de comissionamento.
• Obedecer a hierarquia do sistema durante o planejamento do
comissionamento, que se inicia no nível dos instrumentos e finaliza com os
testes de todos os sistemas.
• Envolver
fornecedores de equipamentos no comissionamento para a
comprovação da operabilidade do ativo.
• Empregar técnicas de garantia da qualidade.
O comissionamento certamente não é a solução para todos os problemas de
uma obra, mas, atualmente, sua importância é ressaltada por estudos e pesquisas
que comprovam o valor agregado trazido ao empreendimento.
7 Start-up de Equipamentos e Dispositivos
145

Normalmente, as pessoas e/ou empresas responsáveis pela montagem não


são as mesmas que, após o término da obra, operam a planta. Talvez, se fossem
as mesmas, haveria mais cuidado na fase de montagem e algumas soluções
adotadas seriam repensadas e refeitas, mas sabemos que isso aumentaria
os prazos e os custos de uma obra – as principais prioridades das empresas
montadoras. Por isso, para que haja um bom comissionamento, o processo
não deve ser executado por profissionais ligados à montadora. De fato, um
bom comissionamento geralmente garante uma transição suave entre o final
de uma obra e o início da operação.

7.2 Condicionamento

O objetivo do condicionamento é preparar a planta para operar e providenciar


as condições de sua operação. Representa um conjunto de atividades de
preparação que checa a conformidade física dos dispositivos, a fim de deixá-los
em condições de operar.
Deve ficar claro que na fase do condicionamento testamos todo o sistema do
modo que ele foi projetado. Entretanto, ainda não estamos com carga, ou seja,
estamos testando o sistema “a vazio”, por meio de simulações que representarão
o processo.
O condicionamento é uma das fases que antecede o start-up, pois todos os
equipamentos são testados individualmente. Na Figura 147 temos um técnico
testando uma rede do sistema Delta V.

Figura 147 -  Técnico testando uma rede do sistema Delta V


Fonte: Autor

A Figura 148 mostra os resultados do comissionamento da rede.


AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
146

Figura 148 -  Tela do programa de comissionamento(E); Gráfico representativo do processo(D).


Fonte: Autor

Quando uma obra termina, as pessoas não devem ter expectativas se o sistema
vai ou não operar; ou seja, não deve haver dúvidas quanto à operacionalidade
da planta. Os testes de certificação de todos os ativos e sistemas devem estar
devidamente evidenciados, o que garante a segurança para o start-up da planta.
Não podemos aceitar que, no momento da partida, um motor esteja girando
ao contrário do que foi planejado, que o sentido de fluxo de uma válvula esteja
invertido ou, ainda, que haja um vazamento em uma conexão. Situações como
essas são inadmissíveis, pois põem em dúvida todo o comissionamento e o
condicionamento do projeto.
Devemos ter em mente que, se problemas inesperados surgirem nessa fase,
houve alguma falha humana no comissionamento do projeto. Por esse motivo,
é tão importante que os inspetores da qualidade não estejam vinculados
às empresas montadoras, pois, provavelmente, no momento da partida os
executores já estarão em outra obra ou executando outro projeto.

7.3 O que é start-up?

A tradução literal do termo inglês start-up é “por em marcha”. Em nosso caso,


significa iniciar o processo operacional da nova planta ou do novo dispositivo
operacional. Para que ocorra uma transição tranquila entre os testes de aceitação
da qualidade operacional e a colocação em marcha dos equipamentos, alguns
passos são imprescindíveis para que tudo saia dentro do esperado.

O processo de start-up é de fundamental importância, pois


FIQUE alguma coisa que não foi devidamente testada pode vir a
ALERTA acarretar uma parada indevida do processo produtivo, causando
perdas econômicas, por atrasos ou danos na produção.
7 Start-up de Equipamentos e Dispositivos
147

Um termo muito conhecido nos meios de montagens industriais é que “uma


obra não se entrega e, sim, se abandona”. Ora, esta expressão dá bem a ideia de
que projetos mal-gerenciados e mal-planejados podem estourar orçamentos, de
tal forma que inviabilizem possíveis correções, repassando, assim, a solução dos
problemas para a área operacional.
Para evitar esses imprevistos, o start-up deve ser feito de forma correta. Para
que isso ocorra, é importante que o comissionamento e o condicionamento sejam
bem-planejados e bem-executados por pessoas qualificadas para desempenhar
os procedimentos. Esses dois termos são facilmente confundidos, mas um está
ligado ao outro e o objetivo das duas atividades é garantir que os ativos instalados
funcionem conforme o planejado.

7.4 Documentação

A finalização de um projeto ou a entrega de uma obra bem-sucedida são


resultados de uma boa transição entre a montagem e a colocação em marcha
da planta ou do ativo. Como dissemos, as pessoas envolvidas na manutenção
e operação do novo equipamento provavelmente não serão as mesmas que
realizaram a montagem do projeto. Por esse motivo, é de fundamental importância
que a documentação gerada pelo projeto esteja organizada e atualizada, para que
os setores de engenharia de operação e de manutenção possam compreender
como foi montado o projeto.
Muitas vezes, após a conclusão de uma boa obra, surgem comentários dos
responsáveis pela operação e manutenção da planta afirmando que o projeto foi
mal-executado ou que ficaram muitas pendências. Normalmente, quando isso
ocorre, é por falha na documentação deixada pelos executantes da obra.
Para evitar esses problemas, ao final da obra deve ser entregue um Book ao
pessoal de manutenção/operação. Nesse material devem constar, no mínimo, os
seguintes documentos atualizados:
• memorial descritivo;
• fluxograma de processo (conforme ISA 5.1);
• folha de dados (processo/equipamentos/instrumentos);
• diagrama lógico de intertravamento;
• diagrama de malhas;
• típicos de montagem;
• certificados de calibração (instrumentos/malhas/padrões);
• certificados de testes (hidrostáticos e pneumáticos);
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
148

• documentos de atendimento a NRS;


• arquitetura de sistemas (CLP, SDCD, I/O, IHM);
• lista de cabos e instrumentos;
• manuais emitidos por fabricantes;
• relatórios de ensaios realizados;
• hazop (análise de risco);
• outros documentos gerados pela obra.

Recapitulando

Concluíndo este capítulo, observamos que a participação do técnico nem sempre


está presente em todas as fases de um projeto de montagem de equipamentos
e dispositivos. Vimos que, em grandes projetos de plataformas de petróleo ou em
novas unidades petroquímicas, por exemplo, as tecnologias que serão empregadas
já estão definidas pelos gerentes de investimentos dos projetos e seus fornecedores.
Aprendemos, também, que, mesmo quando há um projeto de grande investimento,
esse empreendimento não está isento de modificações ou adaptações. Nesse
momento, a expertise do técnico instrumentista é muito importante. Para tanto,
procuramos apresentar uma metodologia de acompanhamento e organização
de um projeto. Ressaltamos, ainda, neste capítulo, a relevância do processo de
comissionamento, pois um comissionamento bem-executado soluciona as
possíveis dúvidas quanto à funcionalidade dos ativos.
7 Start-up de Equipamentos e Dispositivos
149

Anotações:
Referências

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tatico-de-precis-o-com-bomba-de-circulac-o.html>. Acesso em out, 2012.
Minicurrículo dos autores

Nivaldo Petry
Eletrotécnico com 34 anos de experiência na indústria, atuando nas áreas de qualidade,
desenvolvimento de produtos, projeto e montagem de plantas petroquímicas, manutenção
de plantas, automação de processos, implantação das normas do Sistema ISSO (9001,14001 e
18000). Instrutor do Centro Tecnológico de Mecânica de Precisão - SENAI CETEMP, na área da
instrumentação industrial.
Índice

A
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas 46
ajuste 84, 119, 127
alimentação 24Vcc 6, 88, 89, 90
ambiente operacional 63
área classificada 5, 20, 22, 25
armazenamento do produto 57
aterramento 76
atmosfera explosiva 22, 23, 24, 25
B
balança de peso morto 7, 129, 130
banhos térmicos tipo bloco seco 135
bomba de comparação (timoneiro) 7, 130
C
caixas de junção 35, 38, 64, 65, 67, 97
calibração 5, 6, 7, 8, 11, 12, 39, 40, 41, 43, 45, 73, 99, 103, 104, 108, 117, 118, 125, 126, 127, 128, 129,
130, 132, 133, 134, 135, 136, 137, 138, 140, 141, 147
calibração de instrumentos 12, 117, 141
calibrador 7, 42, 131, 134, 135, 137, 138
calibrador de pressão 7, 131
calibrador de temperatura 7, 134
calibrador digital de vazão 7, 137, 138
campo 5, 7, 32, 38, 61, 66, 67, 75, 82, 95, 96, 97, 98, 102, 104, 106, 108, 109, 110, 111, 113, 114, 117,
140, 143
campo magnético 75
células capacitivas 68
certificado de calibração 5, 7, 11, 12, 39, 40, 41, 125, 126, 127, 128, 138
check-list 51, 53, 143
classe de temperatura 26
comissionamento 8, 12, 143, 144, 145, 146, 147, 148
comunicador de campo 98, 102, 104, 108
comunicador Fieldbus 43
comunicador Hart 42, 98
condensações de água 66
condicionamento 12, 145, 146, 147
conexões internas 65
configurador portátil 99
conformidade com a qualidade 55. 57
controlador 19, 27, 31, 33, 90, 92, 93, 96, 97, 111, 114
controlador lógico programável 90, 92
controle de processos 18, 47
conversor a/d 96
cristais de quartzo 68
D
data book 11, 45
dcs (distributed control system) 108
device bus 113
diafragma e tubo capilar 69
diagrama de intertravamento 11, 37, 45
diagrama de malha 11, 35, 36
diagramas de ligação 88
dilatação volumétrica 68
display 96
documentação do recebimento do material 51
E
eletrodutos 12, 26, 57, 64, 66
equipamentos e dispositivos 11, 12, 15, 17, 20, 23, 29, 47, 49, 53, 57, 61, 64, 82, 115, 143, 148
equipamentos elétricos 25, 26, 46
erro 19, 105, 119, 127, 128
esquema de ligação de transmissores 12, 88, 89
estação de interface 111, 112
exatidão de medição 119
expansão de vapor 68
F
ferramentas mecânicas 5, 43
Fieldbus 5, 6, 43, 47, 65, 70, 97, 98, 99, 104, 105, 106, 107, 108, 112, 113, 114, 118
folha de dados 11, 38, 45, 53, 138, 141, 147
fonte de alimentação 91, 96
G
gerador de corrente 42
grandeza 42, 118, 119, 120, 124, 125
I
identificador de fiação 85
iec-international eletrotechnical commission 46
incerteza de medição 117, 119, 126, 127
incerteza nas medições 117
inspeção 100% 55
inspeção por amostragem 55, 151
inspeção por atributos 55, 56, 151
inspeção por variáveis 55, 56
instrumentação industrial 17, 20, 154
instrumentista 30, 64, 73, 148
instrumentos de medição 19, 30, 124
intertravamento 5, 11, 18, 27, 37, 45, 147
intervalo de tempo 61
ip (index of protection) 44
iso-international organization for standardization 46
L
lg 6, 80, 81
linhas de impulso 64, 66
lista de cabos 11, 38, 45, 148
lista de instrumentos 11, 37, 45, 63
lista de materiais 11, 37, 45
M
malhas de controle 17
manual do fabricante 12, 35, 45, 52, 53, 57, 61, 73, 82, 141
manutenção de equipamentos 20
mapa da planta 23
marcação “Ex” 5, 24, 25
medição 6, 15, 17, 18, 19, 30, 42, 47, 56, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 78, 80, 95, 96, 114, 117, 118,
119, 122, 124, 125, 126, 127, 129, 134, 137
medição de pressão 68, 80
medidor de pressão diferencial 71
medidor de vazão vortex 77
medidores de temperatura 12, 78
medidores de vazão 62, 64, 70, 75, 76, 138
medidores eletromagnéticos 75
medidores tipo turbina 78
módulos de entradas e saídas analógicas 93
módulos de entradas e saídas discretas 92
módulos especiais 92, 93
montagem de tubing 12, 66
multímetro ou multiteste 41
N
nível 6, 12, 17, 18, 19, 24, 32, 36, 44, 51, 57, 79, 80, 81, 82, 95, 96, 113, 117, 144
O
offset 19
ordem de compra 11, 53
P
padrão 7, 12, 42, 56, 89, 90, 95, 96, 97, 102, 112, 113, 114, 119, 124, 125, 128, 130, 135, 136, 140
padrão iec 62591 (wireless hart) 114
padrão isa sp 100 114
padrões dimensionais de instalação 62
padrões do projeto 62
padronização de identificação dos instrumentos 63
painel 7, 18, 109, 131, 134, 137
parametrização de range 42, 43
periodicidade das calibrações 118
ph 17
p&i diagrams (Piping and Instrumentation or Process and Instrumentation Diagrams) 30
pinça multifuncional 12, 84
placas de orifício 52, 71
plano de instalação de equipamentos e dispositivos 11, 29, 47, 53
poço flangeado 6, 80
poço roscado 6, 80
posição do instrumento 63
posicionadores de válvulas 89
preservação 11, 49, 57, 143
pressão 5, 6, 7, 12, 17, 18, 19, 32, 34, 36, 38, 54, 57, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 78, 80, 81, 117, 121, 129,
130, 131, 132, 138, 152
procedimento de medição 118
procedimentos 46, 51, 62, 87, 141, 147, 151
processo de controle no intertravamento 18
processos de instalação 20
processos industriais 11, 17, 19, 27, 117
projeto de instalação 29
protocolo de comunicação Fieldbus 43
protocolos Hart e Fieldbus Foundation 97
R
range 42, 43, 96, 102, 103, 125
range a ser calibrado 125
rastreabilidade do padrão 12, 125
reação em cadeia 5, 21
redes 112, 113
redes de sensores 113
registro de inspeção 11, 52
repetitividade 119
resistência mecânica 66
resolução 119, 121, 126, 127
rotâmetro 137
S
sala de controle 7, 19, 80, 82, 90, 96, 97, 110, 111, 114
sensor de corrente 96
sensores 30, 57, 68, 78, 93, 104, 113, 130, 136
sequência de classificação dos códigos de identificação 8, 85
set point 42, 43
sinais elétricos do tipo 4 a 20mA e 4 a 20 Hart 82
sistema internacional de unidades 12, 118, 119
sistemas supervisórios 19
situações de risco 63
softwares de calibração e parametrização Hart / Fieldbus Foundation 43
softwares específicos 97
start-up 12, 143, 145, 146, 147
T
tagname 5, 30, 31
temperatura 5, 6, 7, 8, 12, 17, 19, 26, 27, 32, 54, 56, 57, 68, 69, 78, 79, 117, 118, 120, 121, 122, 125,
134, 135, 136, 139, 151
terminais 6, 7, 8, 12, 20, 82, 83, 84, 85, 98, 99, 100, 101, 104, 110, 139, 151
termômetros 78, 79, 135
típico de montagem 5, 6, 35, 61, 69, 71, 72, 79, 80, 81
transmissão sem fio (wireless) 114
transmissor de nível do tipo pressão diferencial 6, 81
transmissor de nível ultrassônico 6, 81, 82
transmissores 5, 6, 12, 30, 36, 38, 39, 62, 68, 69, 79, 80, 88, 89, 95, 130
transmissores de nível 80
transmissores de pressão 5, 38, 69
tubing 12, 52, 58, 66
U
unidades seladoras 66
V
variável de processo 90, 96, 109
vazão 5, 6, 7, 12, 17, 19, 31, 47, 62, 63, 64, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 90, 117, 137, 138
vim: vocabulário internacional de termos fundamentais e gerais de metrologia 118
Z
zona 23, 24
zona 0 23
zona 1 24
zona 2 24
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DO RIO GRANDE DO SUL

Claiton Oliveira da Costa


Coordenação do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional

Nivaldo Petry
Elaboração

Marcelo Luiz de Quadros


Revisão Técnica

Enrique S. Blanco
Fernando R. G. Schirmbeck
Maria de Fátima R.de Lemos
Design Educacional

Regina M. Recktenwald
Revisão Ortográfica e Gramatical

Camila J. S. Machado
Rafael Andrade
Ilustrações

Bárbara V. Polidori Backes


Tratamento de imagens e Diagramação

Enilda Hack
Normatização

i-Comunicação
Projeto Gráfico
ISBN 978-85-7519-623-6

9 788575 196236

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