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Elementos de Automação
1ª Edição
www.editoraerica.com.br
Bibliografia
ISBN 978-85-365-0732-3
14-01372 CDD-629.895
O Autor e a Editora acreditam que todas as informações aqui apresentadas estão corretas e podem ser utilizadas para qualquer fim legal.
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livro, não garantindo a sua existência nem divulgação. Eventuais erratas estarão disponíveis para download no site da Editora Érica.
Conteúdo adaptado ao Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em execução desde 1o de janeiro de 2009.
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de crédito e copyright não são intencionais e serão devidamente solucionadas nas próximas edições, bastando que seus proprietários conta-
tem os editores.
2 Elementos de Automação
Tenho que agradecer a muitas pessoas, em especial à minha esposa, Fátima, exemplo de mu-
lher, companheira e amiga, que nos momentos mais difíceis da minha vida, esteve firme ao meu lado,
amparando-me e motivando-me. Ela vai ter sempre meu amor, minha admiração e meu respeito.
Agradeço às minhas filhas, Gabriela e Marcela, que souberam compreender a minha ausência
do convívio familiar no período de elaboração deste livro.
À Rosana Arruda, da Editora Érica, pela paciência comigo e pelo exemplo de profissionalismo.
À Silvia Campos Ferreira, da Editora Érica, pela ajuda na composição e na revisão dos capítulos.
Ao meu amigo, dr. Claiton Moro Franchi, que me convidou para entrar no mundo fascinante
da automação industrial.
Ao meu amigo professor, Evandro Cherubini Rolin, que me deu a oportunidade de vivenciar a
experiência de ser professor.
Ao meu amigo engenheiro, Renato Luiz Rissardi, por ter me ajudado com discussões
filosóficas de alguns conceitos.
Aos meus ex-colegas professores e ex-alunos, com os quais aprendi muito durante a convivên-
cia que tive com eles.
Enfim, agradeço a todos que colaboraram direta ou indiretamente para que esta obra fosse
produzida.
Valter Luís Arlindo de Camargo é mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Esta-
dual de Londrina (UEL) e especialista em Automação Industrial pela Universidade Estadual de
Maringá (UEM). Foi professor nos cursos de Engenharia de Controle e Automação, Engenharia
Elétrica e Tecnologia em Automação Industrial. Tem experiência no desenvolvimento de hardwares
para sistemas microcontrolados e de softwares aplicados à automação. É coautor do livro Contro-
ladores lógicos programáveis: sistemas discretos, publicado pela Editora Érica.
4 Elementos de Automação
6 Elementos de Automação
8 Elementos de Automação
10 Elementos de Automação
11
O autor
13
Para começar
Este capítulo tem por objetivo definir os conceitos básicos da automação industrial e fornecer uma
visão geral dos seus principais elementos, que serão aprofundados ao longo do livro.
1.1 Conceito
A primeira pergunta a ser respondida é: o que é automação?
Quando programamos um micro-ondas para cinco minutos e pressionamos o botão início,
esperamos que, passado esse tempo, ele se desligue sozinho. Esse processo é automático, ou seja,
acontece sem a intervenção humana. Quando entramos em um elevador e selecionamos o andar de-
sejado no painel, pressumimos que ele pare automaticamente naquele andar. A temperatura interna
de uma geladeira é mantida relativamente constante por um sistema de controle automático, que liga
ou desliga o compressor, conforme necessário.
Assim, um controle automático é aquele em que o próprio dispositivo é capaz de perceber mu-
danças que afetam o sistema, decidir sobre a necessidade de realizar alguma ação corretiva e atuar
sobre o sistema, sem intervenção humana.
Portanto, quando falamos de automação, estamos nos referindo ao processo de instalar
controles automáticos em um equipamento, uma máquina ou um processo.
15
16 Elementos de Automação
Introdução à Automação 17
18 Elementos de Automação
Variedade
de produtos
Automação
flexível
Automação
programável
Automação
fixa
Quantidade
produzida
Figura 1.1 - Relação entre a quantidade produzida e a variedade de produtos conforme o tipo de automação.
Introdução à Automação 19
1.2.4.1 CIM
A automação integrada também é conhecida por manufatura integrada por computador ou
CIM (Computer Integrated Manufacturing). É a integração da área de produção com as demais
áreas da fábrica. Trata-se praticamente de uma necessidade das empresas hoje, já que o processo de
decisão é menos sujeito a erros quanto mais informações se tem sobre um assunto. Alguns termos
aparecem quando se fala de controle integrado da manufatura: CAD, CAM, CAE e CNC. A seguir,
uma breve descrição de cada uma dessas siglas.
1.2.4.2 CAD
Desenho auxiliado por computador ou CAD (Computer Aided Design) é a designação genérica
dos softwares utilizados por diferentes áreas, como engenharia e arquitetura, a fim de facilitar o
desenho técnico dos projetos. O termo design pode também ser traduzido como “projeto”. No en-
tanto, embora existam alguns softwares que realmente auxiliem a fazer o projeto, a maioria se limita
a auxiliar na confecção do desenho ou diagrama, ficando o projeto por conta do operador.
Podemos utilizar essa categoria de softwares, por exemplo, para fazer o desenho esquemático
de um circuito eletrônico, bem como o projeto do layout da sua placa de circuito impresso, veja as
Figuras 1.2 e 1.3.
FREEPCB, 2013
20 Elementos de Automação
Existem dezenas de softwares CAD específicos para cada tipo de aplicação. Entre eles, po-
demos citar: Autocad, SolidWorks, Google SketchUp, Blender 3D, 3D Studio Max etc.
1.2.4.3 CNC
O Controle numérico computadorizado ou CNC (Computer Numeric Control) utiliza um
código específico, chamado de código G, para posicionar no espaço, simultaneamente, os vários
eixos de uma máquina. Esse controle é bastante utilizado em centros de usinagem, para o con-
trole de tornos.
1.2.4.4 CAM
Manufatura auxiliada por computador ou CAM (Computer Aided Manufacturing). Trata-se de
equipamentos capazes de fabricar determinado produto a partir do recebimento de um arquivo
transferido por um sistema CAD. Por exemplo: para se fabricar Placas de Circuito Impresso
(PCI), são transferidos arquivos, chamados de Gerber, utilizados para posicionar a furadeira exa-
tamente sobre o local a ser furado. Também pode indicar qual o diâmetro dos furos, o que leva o
equipamento a realizar a troca automática das brocas quando necessário, veja a Figura 1.4.
Introdução à Automação 21
1.2.4.5 CAE
Engenharia auxiliada por computador ou CAE (Computer Aided Engineering) são softwares
que fazem cálculos especializados de engenharia. Eles são utilizados para análise e simulação de
materiais ou processos. Um exemplo bastante comum na engenharia mecânica (e mecatrônica)
é seu uso para análise estrutural de elementos de máquinas, com utilização do Método por Ele-
mentos Finitos (MEF). Outras aplicações incluem a análise de escoamento de fluidos, a simulação de
esforços em estruturas mecânicas etc.
22 Elementos de Automação
ERP
PIMS/MES
CLP/Supervisório
Rede de campo
A seguir serão descritos brevemente os termos utilizados e as funções de cada uma das ca-
madas. No intuito de associar essas camadas com os elementos do mundo real, será utilizada a
Figura 1.6.
Terceira camada
Supervisório (SCADA)
CLP
Segunda camada
Primeira camada
No nível mais baixo temos as redes de campo. Nesse nível encontramos os instrumentos e os
equipamentos que estão instalados diretamente na linha de produção. Temos, por exemplo, os mo-
tores; as bombas hidráulicas; as válvulas de controle e os transmissores de temperatura, pressão e nível.
Poderíamos generalizar essa camada como a de sensores, transmissores e atuadores. Normalmente
Introdução à Automação 23
24 Elementos de Automação
Introdução à Automação 25
Vamos recapitular?
Neste capítulo, vimos que os sistemas de controle automático fazem parte do nosso dia a dia, já
que a automação está presente em praticamente todas as atividades humanas. Aprendemos os tipos de
automação rígida, programável, flexível e integrada, sendo cada uma delas mais adequada para uma de-
terminada aplicação. Vimos também que a arquitetura dos sistemas de automação pode ser classificada
em várias camadas, sendo a mais baixa o chão de fábrica e a mais alta o sistema integrado de gestão da
empresa. Além disso, discutimos as vantagens e as desvantagens da automação, bem como sua relação
com o nível de emprego.
26 Elementos de Automação
1) Cite dois exemplos de controle automático e justifique por que eles são automáticos.
2) O que é automação?
3) A automação permite substituir o trabalho humano por:
a) animais;
b) escravos;
c) energia;
d) máquinas.
4) Uma das razões que levam as empresas a automatizarem seus processos é:
a) reduzir a produtividade;
b) aumentar os custos de produção;
c) reduzir a qualidade;
d) aumentar a eficiência.
5) Durante uma visita técnica a uma indústria, como você pode identificar o tipo de
automação que prevalece nela?
6) Para que tipo de fábrica você recomendaria a produção integrada por computador e
por quê?
7) Que tipo de automação você recomendaria para a fabricação:
a) de lâmpadas;
b) de vestuário;
c) de malharia;
d) de cimento;
e) gráfica;
f) de remédios;
g) de brinquedos.
8) A principal característica de um sistema de automação rígida é:
a) Alterar sua lógica de funcionamento é muito fácil e rápido.
b) É versátil, porque permite que as alterações sejam feitas via software.
c) É produzido para um propósito específico e não pode ser alterado facilmente.
Introdução à Automação 27
28 Elementos de Automação
Para começar
Este capítulo tem a finalidade de fornecer os conceitos básicos necessários para que o leitor
adquira a capacidade de interpretar e analisar malhas de sistemas de controle.
O objetivo principal é apresentar, de forma muito breve e resumida, os elementos básicos consti-
tuintes desse tipo de sistema, fornecendo uma visão geral de como os sensores, os controladores e os
atuadores estão inter-relacionados.
As informações apresentadas são a base necessária para entender os conceitos que serão apresen-
tados nos próximos capítulos.
2.1 Conceito
Para se trabalhar com automação, é necessário conhecer pelo menos alguns conceitos básicos
utilizados na área. O que é um sistema de controle, os principais tipos e o princípio de funciona-
mento são as principais questões a serem avaliadas.
Inicialmente gostaria de fazer uma ressalva e dizer que este é um texto introdutório e não
tem a pretensão de apresentar tudo o que há sobre o assunto, principalmente porque não é o foco
deste livro. A área de controle de processos é bastante extensa, e muito estudo é necessário para sua
completa compreensão. No decorrer do texto, serão vistos somente os elementos essenciais. Para se
conhecer mais sobre o assunto ou para um estudo mais aprofundado, sugerimos algumas referências
ao final do livro.
29
Controlador
Sensor Atuador
Processo
30 Elementos de Automação
Água Água
proveniente proveniente
do hidrômetro do hidrômetro
Seu princípio de funcionamento é simples. Quando se detecta que o nível está abaixo de certo
valor, uma válvula é aberta para permitir a entrada da água de uma fonte externa. Quando o nível
atinge o limite máximo, a válvula é fechada, a fim de evitar que a água transborde. Assim, a boia
provê um sistema de controle automático, capaz de manter o reservatório sempre abastecido, sem
que precisemos que nos preocupar com isso. Dessa maneira, é graças a um controle automático que,
quando precisamos de água, basta abrir a torneira.
Então, uma possível definição de automação é: executar as ações necessárias para que um
equipamento, uma máquina, um processo ou um sistema funcione de maneira autônoma ou com o
mínimo de intervenção humana.
Podemos então dizer que, quando instalamos uma boia, realizamos uma automação.
Embora um controle automático não precise ser necessariamente eletrônico, como visto no
exemplo anterior, ele o é na maioria das vezes. Isso porque os avanços da eletrônica e da computação
tornaram essas tecnologias mais poderosas e com um preço bastante acessível, o que viabilizou seu
Sistemas de Controle 31
32 Elementos de Automação
(+)
(+)
Ações de
Atuador Processo
controle (+)
(–)
Realimentação Somador
Sensor
Controlador
2.2.2 Processo
Esse termo é utilizado neste livro no intuito de designar o sistema que será objeto da ação do
sistema de controle, ou seja, aquilo que vai ser controlado.
A palavra processo pode designar indistintamente um processo químico, de manufatura, uma
máquina ou um equipamento ou mesmo uma fábrica inteira. Se o objeto de estudo for um processo
químico, estaremos normalmente interessados em controlar as variáveis típicas desse tipo de pro-
cesso, como temperatura, vazão, pressão e níveis de tanques.
Alguns autores utilizam, para essa mesma finalidade, o termo “planta”, que tem origem na
palavra inglesa plant, a qual também poderia ser traduzida como fábrica, indústria ou instalação
industrial. Trata-se de uma palavra amplamente utilizada na teoria de controle, porque os primeiros
sistemas tiveram origem nesses ambientes.
2.2.3 Setpoint
O objetivo principal de um sistema de controle automático é manter determinada grandeza
física dentro de uma faixa predeterminada de valores. O termo, de origem inglesa, setpoint corres-
ponde ao valor que um sistema de controle automático tentará manter para determinada variável.
O setpoint também é chamado de variável de referência ou ponto de operação desejado do sistema.
Quando programamos um sistema de ar condicionado para que a temperatura ambiente fique
em torno de 23 ºC, por exemplo, estamos informando ao sistema de controle que ele deve tomar
Sistemas de Controle 33
2.2.8 Distúrbio
Se uma variável de carga altera seu valor, ela gera um distúrbio. O controlador automático
deverá absorver a flutuação e manter a variável controlada no ponto de operação desejado.
34 Elementos de Automação
Sistemas de Controle 35
Energia, operações
Matérias-primas
(insumos) Produtos
Processo
Entrada Saída
36 Elementos de Automação
Sistemas de Controle 37
2.5.1 Sensores
Os sensores são elementos que enviam ao controlador as informações sobre o sistema. Basica-
mente podem indicar os valores das grandezas físicas do processo, como temperatura, pressão, nível,
velocidade de motores e estados de chaves e botoeiras (acionados/pressionados) utilizados para
enviar comandos de liga/desliga.
Os sensores correspondem aos elementos ligados aos circuitos de entrada do controlador.
Dessa forma, podemos definir que eles compõem o sistema que está sendo controlado e
têm a função de enviar algum tipo de sinal necessário para o controlador tomar as decisões.
Normalmente este vai atuar sobre algum elemento do processo, a fim de manter uma de suas va-
riáveis dentro de uma faixa de valores predeterminada. Alguns exemplos de elementos sensores
podem ser vistos na Figura 2.7.
Oleksandr Lysenko/Shutterstock.com
Evgeny Korshenkov/Shutterstock.com
2.5.2 Atuadores
Quando o controlador detecta, por meio dos sensores, que alguma correção é necessária no pro-
cesso, ele atua sobre o sistema, enviando um comando para ligar ou desligar algum dispositivo cuja
finalidade é modificar alguma variável do processo. Esses dispositivos são chamados genericamente
de atuadores. Esse nome é dado para os elementos que atuam sobre o processo, ou seja, que são os
responsáveis por transferir alguma forma de energia. Os atuadores podem ser elétricos (motores,
resistências elétricas e solenoides), hidráulicos (válvulas, motor e pistão hidráulico), pneumáticos
(cilindros pneumáticos) ou, ainda, uma combinação de todos. Veja exemplos na Figura 2.8.
38 Elementos de Automação
Nick_Nick/Shutterstock.com
Figura 2.8 - Exemplos de atuadores.
2.5.3 Controladores
O controlador é o elemento responsável por tomar as ações necessárias, no intuito de manter
o sistema funcionando corretamente. A decisão de quando acionar algum atuador é baseada na in-
formação recebida dos sensores, no estado do processo e em suas regras específicas. Essa lógica pode
ser implementada de várias formas, dependendo do controlador utilizado. Ela pode ser descrita, por
exemplo, por meio de instruções do programa inserido em sua memória, no caso de se estar uti-
lizando controladores eletrônicos baseados em microprocessadores. Um exemplo de controlador
pode ser visto na Figura 2.9.
emel82/Shutterstock.com
Sistemas de Controle 39
Neste capítulo, vimos que um sistema de controle pode ser automático ou manual e que seu
objetivo é manter uma variável de interesse próximo de certo valor. Aprendemos que um sistema de con-
trole típico em malha fechada é composto por controladores, atuadores e sensores. Notamos diversos
tipos de processo, como contínuos, discretos e em lote, e que um controle pode ser construído em malha
aberta ou fechada.
40 Elementos de Automação
Para começar
Este capítulo tem a finalidade de apresentar os conceitos básicos de sinais, desde a captura até a
representação. Os sinais são elementos essenciais em qualquer sistema de controle. A compreensão deles
facilita o entendimento de como os diversos dispositivos podem trabalhar cooperativamente para rea-
lizar a tarefa de controle.
3.1 Conceitos
Vamos começar com um exemplo simples de comunicação: uma carta. Embora seja cada vez
menos utilizada, ainda é um conceito conhecido pela maioria. Uma carta contém uma informação
que deve ser transmitida a outra pessoa. Para que a mensagem possa ser entendida pelo destinatário
(a pessoa para quem a carta deve ser enviada), a informação deve ser escrita em uma linguagem
que ele possa compreender. Não adianta uma mensagem escrita em chinês para quem só sabe ler
português, por exemplo. Para ser enviada, o correio exige que a carta esteja dentro de um envelope,
o qual deve conter o nome e o endereço do destinatário. Depois ela deve ser entregue ao correio, que
vai encarregar-se de transportá-la. O carteiro entrega-a ao destinatário, que abre o envelope e a lê.
Esse é um processo de comunicação que pode ser generalizado. Existem duas partes que
precisam trocar informações - quem produz a informação é chamado de fonte e quem recebe, de
destino; uma informação a ser transmitida, a qual deve ser codificada em uma linguagem que possa
ser entendida pelas partes; um canal de transmissão (no exemplo acima, o correio) e um meio de
transporte (terrestre, aéreo etc.).
41
Controlador
Sensores Atuadores
Processo
Os sinais contêm a representação do estado ou do valor de uma variável. É um dado que precisa
ser transmitido e codificado, de forma que o dispositivo de destino consiga entendê-lo (decodificá-lo).
Os sinais podem ser classificados conforme o tipo de elemento utilizado para transmiti-lo.
Na automação industrial, os tipos mais utilizados são os pneumáticos, os hidráulicos e os elétricos.
A seguir será feita uma breve descrição desses tipos, bem como suas vantagens e desvantagens.
42 Elementos de Automação
Pressão
(bar)
7
6
5
4
3
2
1
0 Tempo
Como pode ser observado, no instante inicial, o valor da pressão é zero e evolui até alcançar
entre 5 e 6, quando então para de subir. Em seguida diminui um pouco e, por fim, sobe até um novo
patamar situado entre 6 e 7.
Qual era, por exemplo, o valor da pressão no instante de tempo igual a 1? A resposta vai de-
pender do tipo de sinal que está representando essa pressão. Se estivermos utilizando um instru-
mento analógico, o ponteiro estará posicionado entre os dígitos 3 e 4, conforme ilustra a Figura 3.3.
Pressão 3 4
2 5
1 6
(bar) 0 7
8
7
6
5
4
3
2
1
0 Tempo
1
Sinais 43
Pressão
(bar)
3
7
6
5
4
3
2
1
0 Tempo
1
Assim, um sinal digital é formado por uma série de números discretos, cada um deles corres-
pondendo a um valor do sinal analógico em certo instante de tempo. Um exemplo de equipamento
digital é o multímetro ilustrado na Figura 3.6.
44 Elementos de Automação
3.1.4.1 Resolução
A resolução é o valor mínimo (diferença entre dois valores consecutivos) que se pode re-
presentar em um sistema digital. O voltímetro digital da Figura 3.6, por exemplo, contém três
dígitos. Um para a unidade e outro para a dezena, podendo representar o valor máximo de 99.
Também existe um dígito a direita do ponto decimal, que pode variar de 0 a 9, para indicar
um décimo do valor inteiro. Assim, a resolução é de 0,1 V, ou seja, variações do sinal em valores
menores que esse não podem ser detectadas pelo aparelho, portanto, esse voltímetro é capaz de
medir tensões elétricas de 0,1 V até 99,9 V.
Sinais 45
Pressão
(bar)
7
6
5
4
3
2
1
0 Tempo
1
Um sinal binário é um tipo especial de sinal digital, porque possui um conjunto finito de
valores, o qual, no caso, é limitado a dois.
Muitas vezes, os termos binário e digital são utilizados como sinônimos. É preciso tomar
cuidado, porque nem todo sinal digital é binário, mas todo binário é digital.
46 Elementos de Automação
Condicionador
Sensor
de sinal
Transdutor
Figura 3.9 - Diagrama em blocos de um transdutor, contendo um sensor primário seguido de um condicionador de sinais.
Elemento passivo
Sensor
Sinais 47
hutter
on/S
» Extensômetro elétrico de resistência (strain Hod
gkin
s
othy
gauges): varia sua resistência de acordo com a Tim
Elemento passivo
Sensor
Elemento ativo
Transdutor
48 Elementos de Automação
Variação da
resistência,
Elemento passivo induntância ou Elemento ativo
capacitância
Condicionador
Sensor
de sinal
Transdutor
Timothy Hodgkinson/Shutterstock.com
Sinais 49
Fonte de Referência
corrente (4-20mA)
Sinal do
transdutor Sinal modulado
Transdutor Transmissor
Figura 3.15 - Diagrama em blocos de um transmissor analógico modulado em corrente de 4-20 mA.
Observe que o valor mínimo é de 4 mA, e não zero. A razão é a mesma pela qual o valor mí-
nimo da pressão é de 3 psi para a transmissão pneumática. Nesse caso, facilita a calibração do ins-
trumento e permite detectar que há um rompimento dos fios, caso seu valor vá para zero.
O sinal elétrico também pode ser modulado em tensão, cujos valores típicos estão na faixa com-
preendida entre 0 e 5 V ou entre 0 e 10 V. No entanto, nesse caso, o sinal elétrico é mais suscetível a
captar ruídos e interferências, não sendo adequado para se enviar o sinal a longas distâncias.
50 Elementos de Automação
Conversor
P/I
Conversor
I/P
Quando o sinal é elétrico, também é possível fazer uma conversão da forma de representação,
ou seja, de analógico para digital e vice-versa, como o da Figura 3.17.
Sinais 51
Conversor
analógico
para digital
Conversor
digital para
analógico
Figura 3.17 - Diagrama em bloco de um conversor de sinal elétrico analógico para digital e vice-versa.
Mediagram/Shutterstock.com
» registrador;
» controlador;
» alarme;
» computador;
» atuador.
3.6.1 Indicadores
Figura 3.18 - Indicador analógico.
Como o próprio nome sugere, servem para indicar
(mostrar) o valor da variável em determinado instante. São Alhovik/Shutterstock.com
3.6.2 Registradores
Os registradores podem ser gráficos ou eletrônicos.
Os gráficos registram as medidas das variáveis, por certo Figura 3.19 - Indicador digital.
52 Elementos de Automação
Eliks/Shutterstock.com
Figura 3.20 - Registro de uma variável sobre um papel graduado.
3.6.3 Alarmes
Um sistema de alarme pode monitorar continuamente os sinais enviados, detectando
condições de anormalidade. Em tais casos, pode soar uma sirene, piscar um sinalizador luminoso e
assim por diante, conforme a Figura 3.21.
Christopher Dodge/Shutterstock.com
AlexRoz/Shutterstock.com
3.6.4 Computadores
A tecnologia dos computadores está assumindo os papéis de vários instrumentos tradicio-
nalmente utilizados na indústria. São muito versáteis para armazenar, recuperar e transmitir os
sinais recebidos.
3.6.5 Controladores
Instrumento que compara o valor medido com o desejado e, com base na diferença entre eles,
emite sinal de correção para a variável manipulada, a fim de que essa diferença seja igual a zero.
Sinais 53
3.6.7 Atuadores
Recebem um sinal de comando do controlador para atuar sobre o processo, modificando a
variável manipulada.
Vamos recapitular?
Neste capítulo, vimos que os sinais são utilizados para a comunicação entre dispositivos em uma
malha de controle e que o valor de uma variável (grandeza física) é capturado por um elemento sensor
primário ou transdutor. No entanto, esse sinal é normalmente fraco e precisa passar por amplificação,
filtragem e outras operações; quem realiza isso são os circuitos condicionadores de sinais. O sinal, de-
pois de condicionado, pode ser transmitido por um instrumento chamado de transmissor. Também
aprendemos que se utiliza a eletricidade, pneumática ou hidráulica, para transmitir um sinal, e que os
mais utilizados são os elétricos. Estes por sua vez, podem ser analógicos, digitais e binários. Por fim,
notamos que indicadores, registradores, alarmes, computadores e controladores recebem esse sinal e o
processam, armazenam e/ou apresentam em uma forma de fácil visualização e interpretação.
54 Elementos de Automação
Para começar
Este capítulo tem por objetivo fornecer uma visão geral dos tipos de sistemas controladores que
podem ser utilizados, como os controladores pneumáticos, eletropneumáticos e eletrônicos.
55
Sensores Atuadores
Processo
56 Elementos de Automação
Sensor Controlador
Elemento
final de Atuador
controle
• Permite a pasagem
• Executa movimentos do ar até o elemento
(cilíndricos e motores). final de controle
(válvulas direcionais).
Elementos de Controle 57
Sensor Controlador
Elemento
final de Atuador
controle
Figura 4.3 - Elementos típicos que compõem um sistema de controle totalmente pneumático.
58 Elementos de Automação
Sensor Controlador
Elemento
final de Atuador
controle
Elementos de Controle 59
4.3.1 Computadores
Os computadores podem ser utilizados como controladores. Graças a seu poder compu-
tacional cada vez maior, à confiabilidade e à flexibilidade que apresentam, eles estão ganhando
espaço em aplicações, que antes só eram possíveis por meio de sistemas dedicados.
4.3.2 Microcontrolador
Um microcontrolador é um sistema computacional quase completo, encapsulado em um
único componente. Normalmente contém uma Unidade Central de Processamento (UCP), me-
mória, interfaces de entradas e saídas binárias e/ou analógicas e uma ou mais portas de comunicação
padrão UART, SPI ou I2C.
Ele é ideal para automação de dispositivos portáteis, porque estes consomem pouca energia e
são compactos. A maioria dos equipamentos eletrônicos de consumo utilizados atualmente contém
pelo menos um microcontrolador em seu interior. Exemplos: aparelhos de televisão, celulares, má-
quinas fotográficas, aparelhos de som, DVD player etc. Quando um equipamento é controlado por
um microcontrolador, ele é chamado de sistema embarcado.
Os microcontroladores diferenciam-se dos microprocessadores também quanto à capacidade
de processamento. Enquanto um microprocessador pode trabalhar com frequências de alguns giga-
-hertz, os microcontroladores estão limitados a dezenas de mega-hertz.
60 Elementos de Automação
CLP
Programa
Módulos de Módulos de
CPU
entrada saída
Sensores Atuadores
Processo
Tendo em vista que o objetivo é controlar um processo, as informações sobre este são enviadas
pelos sensores, os quais estão ligados aos módulos de entrada do CLP, o qual lê os valores dessas
Elementos de Controle 61
Supervisório
CLP
Sensores e atuadores
No diagrama da Figura 4.5, são mostrados os principais blocos funcionais de um CLP: entra-
das, saídas, CPU e programa. A seguir teremos uma breve descrição desses elementos.
» Arquitetura básica: a Figura 4.7 mostra um diagrama simplificado de um CLP. Embora
existam muitos outros blocos, como controladores de comunicação e de barramento,
fonte de alimentação etc., esse diagrama mostra somente os componentes essenciais:
Entradas Saídas
analógicas analógicas
CPU
Entradas Saídas
digitais digitais
Software
» CPU (Central Processing Unit) ou UCP (Unidade Central de Processamento): são sistemas
microprocessados equivalentes à placa-mãe dos computadores de mesa. São responsáveis
por executar um programa armazenado na memória e tomar as ações necessárias.
62 Elementos de Automação
Controlador
Elementos de Controle 63
Luz solar
64 Elementos de Automação
Vamos recapitular?
Neste capítulo, vimos que os controladores são os elementos responsáveis por decidir se deter-
minada ação deve ou não ser realizada. Aprendemos que os controladores podem ser classificados, de
acordo com a energia que utilizam para funcionar, em eletrônicos, pneumáticos e elétricos. Vimos ainda
que os CLPs são os controladores eletrônicos mais utilizados atualmente e que os controladores podem
ser binários, digitais ou analógicos.
Elementos de Controle 65
66 Elementos de Automação
Para começar
Este capítulo tem por objetivo apresentar os elementos comuns à maioria dos sensores de pro-
ximidade. Os termos utilizados são aceitos pelo mercado e padronizados por organismos normativos
internacionais.
67
5.2 Simbologia
O símbolo internacional para os sensores de proximidade é
mostrado na Figura 5.2.
Normalmente, esse símbolo vem junto a outro, que indica o
Figura 5.2 - Símbolo internacional
tipo do sensor (indutivo, capacitivo etc.).
dos sensores de proximidade.
68 Elementos de Automação
3 mm
5.6.2 Histerese
Histerese, ou curso diferencial, é a diferença entre os pontos de operação (ligado) e liberação
(desligado), considerando a direção do alvo, conforme a Figura 5.4. Esses valores são diferentes
se o alvo se distancia ou se aproxima da face sensora. Isso é expresso como uma porcentagem da
distância sensora. A histerese é um efeito desejado, porque, sem ela, a saída de um sensor de pro-
ximidade ligaria e desligaria continuamente, gerando uma oscilação indesejada. Essa distância
normalmente pode ser ajustada por meio de um circuito adicional.
Da
Distância do curso
70 Elementos de Automação
D1
Diferença
Sensor de
proximidade
Sentido do
movimento
Sn
2×m 2
m
Chapas de material ferroso
(aço ou ferro)
Material não
condutivo
5.7 Padrões
Vários órgãos normativos emitiram padrões para os sensores de presença, entre eles:
» CENELEC (European Committee for Electrotechnical Standardization): Comitê Europeu
para Padronização Eletrotécnica.
» NEMA (National Electrical Manufacturers Association): Associação Nacional dos fabri-
cantes de materiais elétricos.
» IEC (International Eletrotechnical Commission): Comissão Eletrotécnica Internacional.
O IEC pretende ser mais neutro em termos de região geográfica, cobrindo os diferentes con-
tinentes e países. Mas por razões históricas, estratégicas ou econômicas, os fabricantes europeus
normalmente seguem as especificações do CENELEC, enquanto os norte-americanos seguem os
padrões da NEMA.
No entanto, se cada país ou bloco econômico tiver suas próprias normas, fica muito difícil
a integração global - necessidade absoluta dos tempos atuais. No Brasil, a Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) vem seguindo a tendência normativa mundial em aderir às normas
internacionais editadas pela IEC. Por exemplo, a norma ABNT NBR IEC 60079-25:2011 é idêntica,
em conteúdo técnico, estrutura e redação, e sem desvios técnicos em relação à Norma Internacional
da IEC; é uma tradução oficial e fiel à original.
A CENELEC (órgão responsável pela edição de normas relativas a eletrotécnica no bloco
comum europeu) também adotou integralmente a norma IEC. A identificação é a mesma da IEC,
acrescida do prefixo “EN 60”; por exemplo, a norma EN 60947-5-1 é igual à IEC 947-5-1.
tudo que está disponível é correto. É sempre prudente verificar a confiabilidade da informação. Em caso de dúvida sobre
algum conceito, termo ou especificação, as normas técnicas são a melhor fonte de consulta. A ABNT é uma ótima fonte,
bem como os outros órgãos normativos reconhecidos internacionalmente. No caso dos sensores utilizados em automação
industrial, para saber mais consulte NEMA (2010) na Bibliografia deste livro.
72 Elementos de Automação
Fonte de alimentação
Sensor + –
Carga
5.8.4 Proteção
Independentemente de CA ou CC, é uma boa prática utilizar alimentação proveniente de uma
fonte separada e filtrada.
Os fusíveis são adotados para proteger a fonte, e não o sensor. Isso porque mesmo os fusíveis
de ação rápida e a maioria dos circuitos eletrônicos de limitação de corrente são muito lentos para
proteger o sensor de danos, em caso de:
» Curto-circuito/sobrecarga: uma corrente de curto-circuito faz uma corrente excessiva
atingir o dispositivo.
» Polaridade reversa: os polos positivo e negativo são trocados de posição.
Na vida real, quando se faz manutenção ou instalação de sensores, esses eventos não são raros,
pelo contrário, ocorrem com muita frequência. Portanto, é bom utilizar sensores que possuam
proteção incorporada contra inversão de polaridade, curto-circuito e sobrecarga. A Figura 5.8 mos-
tra os elementos típicos que fazem a proteção desses sensores.
Circuito do
sensor Proteção contra
inversão de
Proteção contra polaridade
sobretensão
Figura 5.8 - Circuito típico de um sensor com proteção contra inversão de polaridade e sobretensão.
74 Elementos de Automação
Armadura
Contatos
Bobina
C NF C NA
a) SPST b) SPST
NF1
C1
NA1
NF
C NF2
NA C2
NA2
c) SPDT d) DPDT
Utilize a Figura 5.10 para auxílio do significado físico dos termos detalhados a seguir.
O terminal comum (C) é onde se conecta a entrada do sinal sendo controlado. Os termos
significam:
» SPST (Single Pole Single Throw) - um polo e uma posição: o relé possui um único conjunto
de contatos, que pode ser NF (situação a) ou NA (situação b).
» SPDT (Single Pole Double Throw) - um polo e duas posições: o relé possui um único
conjunto de contatos, porém com duas saídas: uma NA e outra NF, conforme a situação c
da Figura.
» DPDT (Double Pole Double Throw) - dois polos e duas posições: o relé tem dois conjuntos
de contatos NA e NF que operam simultaneamente, ou seja, os dois conjuntos operam
sincronamente. Quando o contato C1 estiver conectado à saída NF1, o contato C2
obrigatoriamente estará conectado a NF2. Quando o relé comuta, C1 estará ligado a NA1
e C2 a NA2, respectivamente.
76 Elementos de Automação
Espaçamento simples.
Espaçamento duplo.
Espaçamento duplo.
Quando se fala de saída a “contato seco”, está-se dizendo, portanto, que ela é baseada em relés.
Uma das vantagens desse tipo de saída é a sua baixa corrente de fuga, o que permite ligar vá-
rias saídas em paralelo.
Uma desvantagem é que os contatos são mecânicos e, portanto, sujeitos ao desgaste com o uso.
Assim, eles possuem uma vida útil limitada. Quando a corrente que passa pelos contatos é baixa (o
que acontece na maioria das vezes), os contatos podem-se oxidar, comprometendo a qualidade do
sinal de saída. Os tempos de resposta dos relés são geralmente na faixa de dezenas de milissegundos,
muito mais lento que a maioria das saídas de estado sólido.
V+
A corrente elétrica
flui neste sentido
quando o transistor
conduz.
Circuito
eletrônico do NPN
sensor
O sensor “drena” a
corrente da carga.
(sinking)
V–
78 Elementos de Automação
PNP
A corrente elétrica
flui neste sentido
quando o transistor
conduz.
Circuito
eletrônico do
sensor
O sensor “fornece”
a corrente para a
carga.
(sourcing)
V–
As saídas a transistores são capazes de fornecer uma corrente, que pode chegar a 100 mA.
Antes de ligá-lo à carga, é recomendável que se verifique, no catálogo de especificações do sensor,
qual a corrente máxima permitida. Uma boa característica desse tipo de saída é que as correntes
de fuga são muito baixas (na faixa de μA). Os tempos de resposta vão da ordem de milissegundos
(ms) até microssegundos (μs). A Figura 5.13 mostra como os sensores com saída NPN e PNP devem
ser ligados.
V+
V+
NPN
Carga
Fonte de
Saída
alimentação CC
V–
V–
V+
V+
PNP
Fonte de
Saída
alimentação CC
Carga
V–
V–
Corrente
(mA)
20
1 2 3 4 5 Distância (m)
Figura 5.14 - Exemplo de uma saída analógica modulada em corrente de 4-20 mA.
80 Elementos de Automação
Sensor 2
Sensor 3
Carga
V+ V+ V+
V+
Fonte de
Saída Saída Saída V– alimentação
PNP PNP PNP CC
V– V– V–
Carga
Neste capítulo, vimos que alguns termos e conceitos são comumente aceitos por toda a comuni-
dade envolvida com automação. Entre eles, estão os tipos de saídas binárias (ou digitais) e analógicas.
Aprendemos o significado de histerese, distância sensora e outros termos comuns aos sensores, além de
notar como eles podem ser ligados em conjunto (série ou paralelo).
1) Um dos terminais de uma carga elétrica é ligado a um sensor com saída PNP.
O outro terminal da carga deve ser ligado a qual polaridade da fonte de alimentação?
2) A saída de um sensor é do tipo “contato seco”. O que isso significa?
3) O que significa saída de estado sólido?
4) É recomendável ligar várias categorias de dispositivos diferentes a uma mesma fonte
de alimentação? Por quê?
5) O que caracteriza uma ligação em série? E em paralelo?
82 Elementos de Automação
Para começar
Este capítulo tem por objetivo definir um tipo de elemento sensor bastante utilizado na au-
tomação, as chaves fim de curso. Elas podem ser consideradas sensores porque detectam a presença de
algum objeto, desde que este entre em contato adequadamente com seu atuador.
6.1 Conceito
Imaginemos um portão automático residencial acionado por controle remoto. Quando ele é
acionado para abrir, movimenta-se até que esteja totalmente aberto. Como o circuito que comanda o
motor sabe que o portão está totalmente aberto? Para essa finalidade é muito utilizado um sensor de
proximidade denominado chave fim de curso.
Sua principal função é detectar quando um dispositivo atinge seu deslocamento máximo,
como no nosso exemplo, no intuito de evitar que o motor continue funcionando mesmo depois de o
portão ter chegado ao seu ponto máximo. Isso evita uma possível sobrecarga no motor e no circuito.
As chaves fim de curso são elementos que podem determinar a presença, a passagem e o
término do curso de um objeto.
Trata-se de um dispositivo eletromecânico, composto por um encapsulamento, contendo um
elemento atuador conectado a um conjunto de contatos elétricos. Quando um objeto toca fisica-
mente o atuador faz os contatos estabelecerem ou desfazerem uma conexão elétrica.
83
Aberta Fechada
As chaves fim de curso são utilizadas em uma grande variedade de aplicações e ambientes.
São dispositivos robustos, de fácil instalação e manutenção, além de serem bastante confiáveis no
que diz respeito à operação. Resumidamente, poderíamos dizer que funcionam como um inter-
ruptor liga/desliga.
Podemos utilizar esses sensores para detectar a abertura ou o fechamento de uma porta, a pre-
sença de um objeto em determinado local ou, ainda, quando um elemento móvel de uma máquina
atinge o ponto máximo.
As chaves fim de curso são tipicamente utilizadas quando o objeto monitorado pode tocar um con-
tato físico. No entanto, deve-se observar que seu uso não é recomendado para aplicações que possuam
um grande número de acionamentos, pois suas partes móveis podem desgastar-se rapidamente.
Atuador
Cabeçote
Corpo
84 Elementos de Automação
a) b) c)
Quando o objeto a ser detectado atinge o atuador, este se movimenta, e, quando chega a um
determinado ponto, faz a comutação de seus contatos.
Comutar significa mudar de um estado para outro. Por exemplo, se inicialmente o contato
estava fechado, quando comuta, significa que esse contato abriu. Como um contato só pode estar
inicialmente fechado ou aberto, comutar significa que o contato (ou conjunto deles) abrirá (caso
estivesse anteriormente fechado) ou fechará (caso estivesse anteriormente aberto).
O item b mostra o instante em que os contatos comutam, permitindo que seja gerado um sinal
elétrico, o qual pode ser utilizado, por exemplo, para parar um motor, ativar um sinal de alarme etc.
Posição final
de curso
86 Elementos de Automação
Os contatos comutam quando pressionados. Normalmente, possuem uma mola que faz o atua-
dor volte para sua posição original quando a força externa é removida, conforme a Figura 6.8.
Figura 6.9 - Sequência de operações de acionamento uma chave fim de curso por botão.
88 Elementos de Automação
Antes de utilizar qualquer elemento de comutação elétrica, tais como as chaves fim de curso, é bom ter certeza que se
está atendendo também à norma ABNT NBR IEC 60079-0:2013, que trata de ambientes com atmosferas explosivas.
6.6.1 Vantagens
As chaves fim de curso possuem muitas vantagens, entre elas:
» possuem baixo custo de aquisição;
» são fáceis de instalar e manter;
» sua operação pode ser facilmente inspecionada de forma visual;
» o invólucro possui uma boa vida útil;
» possuem boa vedação, o que lhes confere alta resistência, mesmo em ambientes hostis,
como é o industrial;
» têm boa repetibilidade;
» seus contatos suportam a comutação de cargas com correntes mais elevadas do que outras
tecnologias sensoras;
» não estão sujeitas à interferência de funcionamento em virtude de ruídos elétricos e de
radiofrequência;
» não possuem corrente de fuga;
» há pequena resistência elétrica entre seus contatos, o que leva a uma queda de tensão
muito pequena.
6.6.2 Desvantagens
Também possuem algumas desvantagens, que são:
» sua vida útil é menor que das tecnologias que utilizam saídas de estado sólido;
» suas partes móveis podem apresentar desgaste ou oxidação;
» alguns equipamentos eletrônicos podem receber falsos sinais em virtude de efeito rebote,
típico de contatos eletromecânicos.
6.8.1 Reed-switch
Esse dispositivo é equivalente a um interruptor mecânico. A Figura 6.12 ilustra um reed-switch
disponível comercialmente, onde podem ser observados os seus contatos elétricos, que, no caso,
estão normalmente unidos.
90 Elementos de Automação
Campo magnético
6.8.1.1 Desvantagens
Assim como todos os demais sensores mecânicos, sua principal desvantagem é o fato de terem
peças móveis sujeitas à quebra e ao desgaste, além da inércia natural que limita sua velocidade
de ação. Outro problema é a geração de rebotes quando são acionados. Deve-se certificar que o
dispositivo que o monitora é capaz de filtrar o sinal gerado.
6.8.1.2 Aplicações
Os sensores magnéticos são frequentemente utilizados para sinalização ou controle. Podem ser
usados, por exemplo, para gerar um sinal elétrico sempre que um atuador mecânico atingir determi-
nada posição, por exemplo, detecção de posicionamento de pistão em cilindros pneumáticos.
Eles não são recomendados para aplicações com um número elevado de comutações.
Vamos recapitular?
Neste capítulo, vimos que as chaves fim de curso são um tipo de dispositivo eletromecânico, que
comuta seus contatos elétricos quando o atuador se conecta com algum outro elemento, além de serem
bastante utilizadas nos ambientes industriais, em virtude de sua simplicidade e seu baixo custo. Vimos
que existem encapsulamentos diferentes conforme o tipo de norma que seguem, sendo as normas mais
comuns a NEMA e a IEC. Por fim, vimos que há grande diversidade de atuadores: roletes, pinos, hastes
etc., sendo cada um mais adequado para determinada aplicação.
92 Elementos de Automação
Para começar
Este capítulo tem por objetivo apresentar os sensores indutivos. Esses dispositivos são muito
utilizados quando se precisa detectar a presença de elementos metálicos, tipicamente presentes
nas máquinas.
7.1 Conceito
Os sensores indutivos normalmente estão disponíveis com encapsulamento em formato cilín-
drico e rosqueável, conforme a Figura 7.1.
Wikimedia Commons/Lucasbosch
Esses sensores são dispositivos eletrônicos pro-
jetados para detectarem objetos metálicos. A natureza
sem contato da tecnologia, aliada à ausência de partes
móveis, significa que, com a instalação adequada, os
sensores de proximidade indutivos não estão sujeitos
a desgaste mecânico. Além disso, eles funcionam bem
em ambientes hostis e não são afetados pelo acúmulo
de contaminantes na face sensora, como pó, graxa,
óleo ou fuligem. Isso transforma a tecnologia indutiva Figura 7.1 - Sensor indutivo.
em um candidato ideal para utilização nas aplicações
93
4
3 5
2 6
1 7
Os sensores de proximidade indutivos detectam tanto os metais ferrosos (que contêm ferro)
quanto os não ferrosos. Normalmente, os sensores de proximidade indutivos são utilizados para a
detecção da posição dos alvos metálicos na usinagem automatizada, das partes metálicas nas mon-
tagens automatizadas e da presença de um recipiente metálico para o acondicionamento automa-
tizado de alimentos e bebidas.
94 Elementos de Automação
Oscilador O oscilador fornece energia elétrica para o conjunto do núcleo de bobina e ferrite.
Quando uma alteração significativa no campo magnético é detectada, a saída de estado sólido
Saída fornece um sinal elétrico para um receptor de sinais, como a interface de um CLP, o qual
indica a presença ou a ausência de alvo metálico no campo sensor.
16
14
12
10
8 Blindado
Não blindado
6
0
8 mm 12 mm 18 mm 30 mm
Sensores Indutivos 95
Blindagem
Encapsulamento
Núcleo de ferrite
A estrutura blindada permite que o sensor seja montado no mesmo nível da superfície metá-
lica, sem causar falsos acionamentos, como indicado na Figura 7.7.
Face sensora
Superfície metálica
96 Elementos de Automação
Encapsulamento
Núcleo de ferrite
Os sensores não blindados não podem ser montados no mesmo nível do metal. Para evitar
falsos acionamentos, eles devem ser montados com uma zona livre de metais em volta da face sen-
sora, conforme a Figura 7.9.
Face sensora
Superfície metálica
Figura 7.9 - Estrutura recomendada de montagem de sensores não blindados em superfícies metálicas.
Sensores Indutivos 97
98 Elementos de Automação
Bronze 0,50
Alumínio 0,45
Cobre 0,40
Fonte: Rockwell, 2013.
Exercício resolvido
Um sensor tem distância nominal de 10 mm e será utilizado para detectar peças de cobre.
A que distância a peça deverá se aproximar para ser detectada?
Resposta
Faixa de detecção = 10 mm × 0,4 = 4 mm
Sensores Indutivos 99
7.8.1 Vantagens
As vantagens dos sensores de proximidade indutivos incluem:
» não são afetados pela umidade;
» não são afetados pelos ambientes com poeira/sujeiras;
» sem partes móveis/sem desgaste mecânico;
» não dependem da cor do objeto;
» sem zona cega.
7.8.2 Desvantagens
As precauções para os sensores de proximidade indutivos incluem:
» detectam somente a presença de alvos metálicos;
» a amplitude operacional é menor do que em outras tecnologias sensoras;
» podem ser afetados por campos eletromagnéticos fortes.
Vamos recapitular?
Neste capítulo aprendemos que os sensores indutivos são baseados na formação de um campo
magnético na face sensora. Esse campo induz correntes nos metais que estiverem próximos, provocando
uma alteração em seu campo. Aprendemos que isso provoca uma mudança na oscilação do circuito a
que ele está ligado, detectando o objeto, além disso, os sensores indutivos só podem detectar metais.
Para começar
Este capítulo tem por objetivo apresentar um tipo de sensor de grande uso na indústria: o capaci-
tivo. São apresentados seu princípio básico de funcionamento, suas particularidades e aplicações típicas.
8.1 Conceito
Os sensores capacitivos normalmente estão disponíveis com encapsulamento em formato ci-
líndrico e rosqueável, conforme a Figura 8.1.
Wikimedia Commons/Lucasbosch
101
Uma vez que uma considerável alteração no campo elétrico é detectada, a saída de
Saída de estado sólido estado sólido comuta seu estado, enviando um sinal elétrico para ser interpretado por
um dispositivo receptor de sinais, como um controlador lógico programável (CLP).
As estruturas blindadas permitem que o sensor seja montado no mesmo nível do material
circundante, sem causar um acionamento falso.
Os sensores de proximidade capacitivos blindados são mais apropriados para detectar materiais
com constantes dielétricas baixas (difíceis de detectar), por causa dos campos elétricos altamente
concentrados. Isso faz que se detectem alvos que não são percebidos por sensores não blindados
Figura 8.5 - Campo elétrico gerado na face sensora de um sensor não blindado.
Anel de
compensação
Superfície
sensora Sem anel de Com anel de
compensação compensação
Os modelos não blindados equipados com uma sonda de compensação são capazes de ignorar
o vapor, a poeira, pequenas quantidades de sujeira e gotas finas de óleo ou água que estiverem
acumuladas no sensor. A sonda de compensação também aumenta a resistência do sensor em
relação às variações de umidade do ambiente.
Os materiais com constantes dielétricas altas devem ser detectados por meio das paredes de
recipientes, cujo material possui constante dielétrica baixa. Um exemplo é a detecção do álcool ou do
açúcar por uma parede de vidro. O álcool deveria ser detectado pelo vidro, enquanto o açúcar, não,
conforme a Figura 8.7.
Correto Incorreto
Figura 8.7 - Uso correto dos sensores capacitivos para detectar materiais dentro de recipientes.
Cada aplicação deve ser testada. A lista de constantes dielétricas foi fornecida para auxiliar na
determinação da viabilidade de uma aplicação. Os valores mostrados variam de acordo com o ta-
manho e a densidade do material alvo.
8.6.1 Vantagens
As vantagens dos sensores de proximidade capacitivos incluem:
» detecção de metais e não metais, líquidos e sólidos;
» capacidade de detectar objetos dentro de recipientes; por exemplo, conteúdo em uma emba-
lagem de papelão;
» a saída de estado sólido tem uma vida útil maior que a baseada em contatos eletromecânicos;
» diversas configurações de montagem.
8.6.2 Desvantagens
As desvantagens dos sensores de proximidade capacitivos incluem:
» pequena distância sensora nominal (25 mm ou menos);
» a distância sensora depende do material a ser detectado;
» muito sensível aos fatores ambientais, por exemplo, a umidade do ambiente pode afetar
seu funcionamento;
» pouco seletivo em relação ao alvo; qualquer objeto que se aproximar do sensor será
detectado.
Figura 8.8 - Exemplo de uso de sensores capacitivos para detecção de nível de líquido.
Neste capítulo aprendemos que os sensores capacitivos podem detectar virtualmente a aproxi-
mação de qualquer tipo de elemento. Vimos que, na face sensora, eles são formados por um campo
elétrico que faz parte de um capacitor “aberto”. Esse capacitor é parte de um circuito oscilador, que
modifica a oscilação conforme a aproximação de um objeto na face sensora. Vimos também que alguns
cuidados devem ser tomados na instalação desses elementos, principalmente levando em consideração o
fato de eles serem blindados ou não.
Para começar
Este capítulo tem por objetivo apresentar os sensores fotoelétricos, também conhecidos como
ópticos. Eles utilizam radiação luminosa a fim de detectar a presença de objetos. Serão vistos os três
principais tipos utilizados na indústria: barreira, refletivo e difuso.
9.1 Conceito
Os sensores fotoelétricos (ópticos) utilizam um feixe de luz para detectar a presença de um
objeto. Eles são utilizados em diversas áreas, como esteiras de empacotamento, máquinas de embala-
gem, sistema de controle de qualidade, robótica, entre outras.
Estão disponíveis em uma grande variedade de formatos, cuja escolha vai depender de di-
versos fatores, como condições ambientais e o tipo de alvo a ser detectado.
Não é só o formato que muda; existem também diferentes modelos capazes de detectar obje-
tos a distâncias que vão de 3 cm a 50 m. Além disso, alguns fabricantes oferecem várias opções
para a alimentação elétrica, que pode ser feita em corrente contínua (de 10 a 36 V) ou em corrente
alternada (de 20 a 320 V).
109
Transmissor Receptor
Feixe de luz
a)
Luz bloqueada
b)
9.2.2 Vantagens
» Capaz de detectar objetos até 60 m de distância.
» Detecção precisa.
» Alta repetibilidade.
» A detecção não depende da cor do objeto.
» Boa resistência a ambientes hostis (poeira, fumaça etc.).
9.2.3 Desvantagens
» Duas partes devem receber fiação.
» O objeto a ser detectado deve ser opaco.
» Pode ser contaminado por umidade e poeira, obstruindo as lentes.
» Necessita de alinhamento preciso, o que pode ser difícil, já que utiliza radiação infraver-
melha, invisível ao olho humano.
Espelho prismático
Refletor
Receptor
a)
Objeto-alvo
Feixe bloqueado
b)
Figura 9.4 - Princípio de funcionamento do sensor óptico refletivo: a) em repouso; b) objeto detectado.
9.3.1 Reflexão
A luz se propaga em linha reta no espaço. Quando encontra um objeto no caminho, reflete
parte do próprio feixe, quanto e de que maneira dependem das características da superfície do
objeto. Existem três tipos de reflexão: total, retrorreflexão e difusa:
εI εE
εI εE
εE
εI
Quando esses planos encontram um filtro polarizador (basicamente uma grade composta de
linhas finas), são transferidos somente os raios que oscilam paralelamente ao plano da grade, sendo
retidos os que oscilam perpendicularmente a esse plano. De todos os demais planos de vibração,
apenas são transferidos aqueles que correspondem à componente paralela (Figura 9.9).
Após passar pelo filtro, o feixe de luz vibra somente no plano paralelo ao plano de polarização.
Se no percurso desse feixe for colocado outro filtro, cujo plano esteja deslocado em 90° em relação
ao primeiro, esse segundo filtro representará uma barreira para o feixe de luz.
Utilizando-se dois filtros polarizadores, montados no emissor e no receptor, cujos planos
estejam deslocados em 90º, evita-se que a luz refletida por um objeto brilhante seja recebida pelo
receptor, conforme a Figura 9.10.
Porém, se o refletor tiver uma construção especial que rotacione a luz em 90º, a luz refletida
será recebida normalmente pelo receptor, conforme a Figura 9.11.
Figura 9.11 - O refletor tem uma construção especial que rotaciona a luz refletida em 90º.
Isso vale se a lente do transmissor polarizar a luz verticalmente; já a lente do receptor só recebe a
luz que é polarizada horizontalmente. Essa característica proporciona ao sensor refletivo diferenciar se
uma reflexão está vindo do espelho prismático ou de outra superfície brilhante, conforme a Figura 9.12.
Refletor normal
A polarização da luz refletida
não é modificada e o receptor
pode detectá-la.
Figura 9.12 - Comparativo dos princípios de funcionamento dos refletores prismáticos e normais.
Objeto
Ângulo Espelho
Sensor
Figura 9.13 - Montagem angular a fim de evitar reflexões de objetos com superfície polida.
Fumaça e alguma poeira em suspensão, com alguma condensação. (*) De 0,4 a 0,6
Muita fumaça, muita poeira em suspensão e alta condensação. (*) De 0,1 a 0,2
Assim, caso o ar do ambiente em que o sensor deva funcionar seja poluído, um fator de cor-
reção deve ser considerado a fim de determinar a distância sensora operacional, a qual pode ser
obtida pela seguinte expressão:
Sa ≤ 0.81 × Sn × Famb
Em que:
Sa é a distância sensora operacional.
Sn é a distância sensora nominal.
Famb é o fator de correção para o ambiente.
9.3.5 Vantagens
» Alcance médio, chegando a 15 metros.
» Detecção precisa.
» Apenas uma unidade precisa de fiação.
» A detecção não é afetada pela cor do objeto.
» O feixe de luz normalmente é vermelho, visível ao olho humano.
9.3.7 Aplicações
Esse tipo de sensor é conveniente em aplicações nas quais os sensores só podem ser instalados
em um dos lados do processo, lembrando que eles podem não ser a melhor opção quando os objetos
a serem detectados forem muito pequenos ou transparentes.
Objeto-alvo
9.4.1 Distância
Existem sensores que podem detectar objetos em até 2 m de distância. No entanto, seu uso é
mais adequado quando as distâncias envolvidas forem bem menores que essa.
Sa ≤ 0,81 × Sn × Fc × Fm
Os valores de Fc e Fm devem ser obtidos no catálogo de especificação técnica do sensor utilizado.
9.4.3.1 Vantagens
» Só utiliza uma unidade, portanto, a fiação é mais simples.
» Não necessita de um refletor.
9.4.3.2 Desvantagens
» Pequena distância sensora em comparação com os outros tipos de sensores fotoelétricos.
» A máxima distância possível de trabalho está em torno de 2 m.
» Não é possível detectar um objeto se o plano de fundo é mais claro que o objeto.
» Depende da cor do objeto e da refletividade da superfície dele.
» É mais difícil de se fazer o alinhamento, uma vez que utiliza radiação infravermelha, invi-
sível para os olhos humanos.
+ +
Saída
– –
a) Emissor b) Receptor
Saída
Vamos recapitular?
Vimos que os sensores fotoelétricos (ou ópticos) utilizam um feixe de luz para seu funcionamento.
Notamos que existem três tipos principais: barreira, retrorrefletivo e difuso. No primeiro, o transmissor
e o receptor estão separados e é gerado um evento na saída do receptor quando o feixe é interrom-
pido. Nos retrorrefletivos, o conjunto transmissor/receptor aponta seu feixe de luz para uma superfície
espelhada. Os difusos utilizam a reflexão do próprio objeto-alvo para seu funcionamento.
A Tabela 9.2 mostra um resumo dos tipos de sensores ópticos estudados.
Tabela 9.2 - Quadro comparativo dos principais sensores ópticos
Objeto a ser
detectado
2) O sensor óptico a seguir é do tipo difuso. A afirmação é verdadeira ou falsa? Por quê?
Espelho prismático
3) O sensor óptico a seguir é do tipo barreira. A afirmação é verdadeira ou falsa? Por quê?
Emissor Receptor
Para começar
Este capítulo tem por objetivo apresentar os sensores ultrassônicos, incluindo o princípio de fun-
cionamento e as recomendações práticas para seu uso.
10.1 Conceito
Os sensores ultrassônicos emitem um pulso de som refletido pelos objetos que entram no
campo das ondas, conforme a Figura 10.1. Quando isso ocorre, o sensor gera um sinal de saída que
pode ser analógico ou digital ligado a um atuador, um controlador ou um computador.
Objeto
Transmissor
Som transmitido
Eco
Receptor
123
Amplificador
Saída
Comparador Receptor
Quando o sensor recebe o eco refletido, o comparador calcula a distância do objeto, comparando o
Comparador e circuito detector
tempo decorrido entre a emissão do pulso até a recepção do eco.
A saída do sensor possui uma interface elétrica, que permite enviar informações sobre seu estado
para outros dispositivos, como um controlador lógico programável (CLP). O sinal dos sensores
Saída
digitais é binário e indica a presença ou a ausência de um objeto no campo de detecção. O sinal
dos sensores analógicos indica a distância para um objeto no campo de detecção.
10.3 Parâmetros
Esponja
Máx.
Papelão
Máx.
Metal
60º
Distância sensora
mínima fixa
Distâncias sensoras
máximas ajustáveis
1,5 m
6m
2m
3m
2m
2m
Quando os alvos detectados apresentarem superfícies com formas irregulares, as quais dis-
persam o som, esse ângulo se torna menos crítico, conforme a Figura 10.8.
Figura 10.8 - Alvos com superfícies irregulares requerem menor exatidão no alinhamento.
10.6.2 Pressão do ar
Mudanças normais da pressão atmosférica têm pouco efeito na precisão da medição; entre-
tanto, os sensores ultrassônicos não foram feitos para uso em ambientes com pressão do ar alta ou
baixa, pois extremos de pressão podem danificar fisicamente o transdutor ou a face sensora.
10.6.3 Temperatura do ar
A velocidade do som no ar depende da temperatura. Um aumento de temperatura causa uma
lentidão da velocidade do som e, portanto, um aumento da distância sensora.
10.6.5 Cuidados
Em aplicações em ambientes úmidos, o sensor deve ser montado de forma que a água ou
outros fluidos não entrem em contato com a face sensora. Como boa prática, devem ser tomadas
precauções, a fim de prevenir que se formem depósitos de sólidos ou líquidos na face sensora. A face
do sensor também é vulnerável a atmosferas agressivas, como aquelas que contêm substâncias ácidas
ou alcalinas em suspensão no ar.
10.7.1 Vantagens
» Não possuem partes móveis, então sua vida útil não é limitada pelo número de operações
realizadas.
» São menos afetados por umidade condensada do que os sensores fotoelétricos.
» Os sensores de proximidade ultrassônicos são capazes de detectar alvos que estejam dis-
tantes até 15 m.
» Não dependem da cor do objeto, não ajustando ou aplicando fator de correção. Por
exemplo: a detecção de uma chapa de vidro transparente, de uma chapa de cerâmica
marrom, de uma chapa de plástico verde e de uma chapa de aço inoxidável é a mesma.
» Os sensores ultrassônicos com saídas digitais (liga/desliga) têm uma boa repetibilidade.
É possível ignorar objetos de fundo, mesmo a distâncias sensoras relativamente grandes,
pois a histerese de comutação é baixa.
» A resposta dos sensores ultrassônicos analógicos é linear com a distância.
10.7.2 Desvantagens
» Materiais que absorvem o som, como tecido, borracha macia, farinha e espuma, são di-
fíceis de serem detectados.
» Na detecção de objetos com faces planas, os sensores ultrassônicos devem ter uma linha
de visão direta com a superfície, e o ângulo deve ser o mais próximo possível de 90º (per-
pendicular), a fim de receber um amplo eco de som. Além disso, para que haja uma
detecção confiável, a área da superfície do alvo deve ter um valor mínimo, que é específico
para cada tipo de sensor.
Líquido
Neste capítulo, vimos que os sensores ultrassônicos utilizam a reflexão das ondas sonoras (eco)
para detectarem a presença de um objeto. Aprendemos que esses sensores possuem duas partes: um
transmissor e um receptor e que eles são muito utilizados para detecção de nível de tanques.
Para começar
Nosso objetivo não é estudar detalhadamente qualquer tipo de atuador, porque o conteúdo ficaria
demasiadamente extenso. O que pretendemos é fornecer uma visão geral dos princípios básicos de fun-
cionamento dos principais tipos.
Primeiro vamos ver como os motores funcionam; depois, vamos descrever brevemente como fun-
cionam os motores de corrente contínua (CC), corrente alternada (CA), passo e servomotores. A seguir,
apresentaremos os atuadores baseados em fluidos sob pressão, utilizados nos sistemas hidráulicos
e pneumáticos.
11.1 Conceitos
No Capítulo 2, fizemos a descrição de um sistema típico de controle, utilizando o processo de
controlar a temperatura de saída da água de um chuveiro elétrico, controlando-se a abertura da vál-
vula que controla o fluxo de água. Dissemos que o corpo humano possui os elementos básicos de um
sistema de controle: um controlador, sensores e atuadores. Vamos utilizar essa analogia para definir
dois elementos muito importantes: atuadores e elementos finais de controle.
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Os elementos finais de controle são partes essenciais de praticamente todo sistema de controle.
Sem eles, não há como controlar o processo. Não é possível alterar o ponto de operação ou corrigir
distúrbios. Um sistema de controle é composto por vários elementos, mas quem executa de fato a
tarefa de alterar o processo é o elemento final de controle.
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A Figura 11.4 mostra um conjunto de válvulas finais de controle, cujos atuadores são pneumáticos.
11.7 Motores
Um motor é um dispositivo que converte energia elétrica, pneumática ou hidráulica em força
mecânica e em movimento.
Embora a maioria dos motores gere movimento de rotação, também existem os que produzem
movimento linear.
Vamos começar falando sobre o motor elétrico. Provavelmente é um elemento familiar para
a maioria das pessoas, porque convivemos com esse tipo de motor diariamente. Ventilador, seca-
dor de cabelo, liquidificador, máquina de lavar roupa, micro-ondas, geladeira, elevador entre outros
funcionam com algum motor elétrico.
A seguir detalharemos os atuadores elétricos, os hidráulicos, os pneumáticos e os eletro-hidráulicos.
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Figura 11.5 - Exemplo de um motor de corrente alternada.
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Os motores de passo são comumente utilizados, hoje, em sistemas que operam em malha
aberta, não exigindo a presença de sensores ou de controladores mais elaborados. São muito
utilizados em periféricos para informática.
11.7.1.4 Solenoides
São dispositivos eletromecânicos, que movimentam uma peça metálica quando sua bobina
recebe uma corrente elétrica. Essa peça metálica pode ser utilizada para liberar ou bloquear outro
dispositivo. Um exemplo são as fechaduras elétricas das portarias: um comando elétrico as faz
abrirem o fecho de portas. Na Figura 11.8, podemos ver um solenoide típico. Observe que o pino
metálico central se movimenta conforme circula corrente pela bobina do solenoide.
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Os atuadores hidráulicos são comandados por eletroválvulas que controlam os fluxos de óleo
do sistema, controlando os movimentos. São características desses tipos de atuadores:
» alto torque desenvolvido;
» alta relação torque/peso;
» alta performance;
» baixa manutenção.
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Figura 11.11 - Cilindro de movimento linear.
Figura 11.13 - Acionamento de um cilindro de simples ação com retorno por mola.
Na Figura 11.18, podem ser vistos os símbolos esquemáticos desses tipos de atuadores.
No cilindro de aleta rotativa, apresentado na Figura 11.20, ela pode girar de determinado
ângulo ao redor do centro da câmara do cilindro. A aleta, impulsionada pelo fluido sob pressão, faz
girar o eixo preso a ela.
Vamos recapitular?
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