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Introdução aos

Controladores Lógicos
Programáveis

CLP

Evandro de Oliveira
INTRODUÇÃO
V ocê sabia que é impossível falar de
Automação Industrial se não iniciarmos a
conversa com essas três letras CLP?

Neste e-book faremos uma introdução à


uma ferramenta extremamente
importante quando nos referimos a
Automação Industrial o chamado
Controlador Lógico Programável - CLP.
Assim, para iniciar, vamos entender em
linhas gerais o que ele é e para o que ele
serve.

2 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Definições Básicas
Para iniciarmos o assunto, é necessário
primeiramente relacionar alguns termos e
assuntos de extrema importância para a
compreensão e o propósito deste material.

Instrução: é definido como uma operação


executada através de um processador ou
ainda uma representação de um elemento
executável com capacidade de realizar
determinada operação.

Programar: significa criar uma série de


instruções. Através de um conjunto de
instruções, o CLP pode realizar o controle de
algumas funções específicas controlando de
forma automática essas instruções, através de

3 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Definições Básicas
uma linguagem de programação.

Linguagem de programação de CLP: é um


método padronizado de instruções
reconhecido pelos controladores lógicos
programáveis.

O programador: é responsável por


desenvolver os programas, tem a função de
prever e planejar as situações possíveis da
máquina ou equipamento, além de criar a
estratégia de controle através de instruções na
linguagem de programação que em seguida
serão passadas ao Controlador Lógico.

4 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Definições Básicas
Unidades organizacionais de programas:

O programa de um CLP é dividido em


unidades individuais, chamada de Unidades
Organizacionais de Programas (POU –
Program Organization Units) que podem ser
dos seguintes tipos:

Programas
Blocos de funções (ou blocos funcionais)
Funções específicas
TEMPO DE RESPOSTA DO CLP
É o tempo decorrido entre a leitura das
entradas, execução do programa e
atualização das saídas; cada uma dessas
atividades leva um tempo para ser executada.

5 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Mas o que é um
CLP?

Definição de CLP segundo a NEMA - (National


Electrical Manufacturers Association )

Aparelho eletrônico digital que utiliza


uma memória programável para o
armazenamento interno de instruções para
implementações específicas, tais como
lógica, sequenciamento, temporização,
contagem e aritmética, para controlar,
através de módulos de entradas e saídas,
vários tipos de máquinas ou processos.

6 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
A História do CLP

O Controlador Lógico Programável (CLP),


surgiu na indústria automobilística, mais
propriamente dentro da General Motors, em
1968, devido a grande dificuldade de mudar a
lógica de controle dos painéis de comando a cada
mudança na linha de montagem. Tais mudanças
implicavam em altos gastos de tempo e dinheiro.
Nascia assim um equipamento muito versátil e
de fácil utilização, que vem se aprimorando
constantemente, diversificando cada vez mais os
setores industriais e suas aplicações.
Este equipamento foi batizado nos Estados
Unidos como PLC (Programable Logic Control),
em português CLP (Controlador Lógico
Programável) e este termo é registrado pela Allen
Bradley- fabricante de CLPs.

7 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Qual a Aplicação de um
CLP?
Um CLP controla máquinas e equipamentos
em processos industriais tais como, fábricas de
papel e celulose, fábrica de bebidas e
alimentos, refinarias de petróleo, sistemas de
distribuição de água, indústrias metalúrgicas e
metal-mecânicas, inclusive residências, entre
outros.
O CLP recebe instruções de um programa que
foi implementado por um projetista e armazena
em sua memória para controlar o processo.
Portanto o CLP possui uma CPU para
processamento, um bloco de memória para
armazenar o programa, código, dados, além de
módulos de entrada e saída para “conversar”
com a máquina ou equipamento.

8 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
CLP Programa é
carregado na
Executa o
Memória do CLP.
programa e
controla a
máquina.

COMUNICAÇÃO
ENTRE CLP E O
PROCESSO

9 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
CARACTERÍSTICAS
DE HARDWARE

 O hardware ocupa pouco espaço físico e


consome baixa potência elétrica;
 Permite a expansão de diversos tipos de
módulos;
 Capacidade de operação confiável em
ambiente industrial sem o apoio de
equipamentos específicos;
 Emitem baixos níveis de ruídos elétricos;
 Apresentam pouca incidência de defeitos,
portanto, são bastante confiáveis;
A manutenção requer mão-de-obra
qualificada.

10 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
CARACTERÍSTICAS
DE SOFTWARE

 Utilização de até cinco linguagens de


programação padronizadas e amplamente
conhecidas;
 Utilização de matemática de ponto
flutuante, tornando possível o
desenvolvimento de cálculos complexos.
 Por serem reprogramados e são
reutilizáveis;
 Permitem o envio e recebimento de
informações on-line, ou seja, é possível
alterar o programa ou fazer diagnóstico
de falhas com o equipamento
funcionando.

11 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
CLP – Estrutura

12 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Como o CLP “conversa” com o
equipamento/processo?
O CLP possui módulos para se
comunicarem com o meio externo.
Existem módulos de entradas e saídas
digitais, analógicos, módulos inteligentes e
protocolos de comunicação.
As entradas dos CLP’s recebem
informações sobre o processo, provenientes
de chaves, sensores indutivos e capacitivos,
termostatos, pressostatos, entre outros que
leem estados e variáveis de um sistema e
enviam ao CLP.
As entradas podem enviar informações
como por exemplo, temperatura, movimento,
nível, pressão, presença de peça, etc.

13 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
As saídas também possuem várias opções
de comunicação com equipamentos,
atuadores e sinalizações. Alguns exemplos
são o acionamento de inversores, soft-starters,
atuadores, posicionadores de válvulas,
sinaleiros, partida de motores, contatoras,
solenoides para sistemas eletropneumáticos,
entre outros.

14 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Módulos de um CLP

Os principais módulos existentes para a


utilização do CLP são:
 Módulo de entradas e saídas discretas
(digitais);
 Módulos de entradas/saídas analógicas;
 Módulos especiais.

15 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Entradas digitais ou
Discretas

Os componentes de entrada de sinais


elétricos são aqueles que emitem informações ao
circuito por meio de uma ação muscular,
mecânica, elétrica, eletrônica ou combinação
entre elas.
Os módulos de entrada do CLP recebem os
níveis de tensão recebidos e convertem em nível
lógico 0 ou nível lógico 1.
Entre os elementos de entrada de sinais
podemos citar as botoeiras, as chaves fim de
curso, os sensores de proximidade, pressostatos,
entre outros, todos destinados à emitir sinais ao
CLP.

Os módulos de entrada, possui a função de monitorar e


comandar sinais do tipo:
 Zero ou um ( 0 ou 1)
 ON ou OFF
 Aberto ou fechado
 24 Vcc ou 0 Vcc
 Ligado ou desligado
Saídas digitais ou
Discretas

Os componentes de saída de sinais


elétricos são aqueles que recebem as
ordens processadas e enviadas pelo
controlador e, a partir delas, realizam o
trabalho final esperado do circuito.
Entre os muitos elementos de saída de
sinais disponíveis no mercado, os que nos
interessam mais diretamente são os
indicadores luminosos e sonoros, contatoras,
bem como os solenoides aplicados no
acionamento de válvulas hidráulicas e
pneumáticas.

17 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Entrada digital tipo N e tipo P

A comutação executada em um sinal


digital de corrente contínua na entrada de
um CLP pode ser de dois tipos:

Tipo N ou Source : Quando o CLP


reconhece na entrada o potencial
negativo da fonte de alimentação;
Tipo P ou Sink : Quando o CLP
reconhece na entrada o potencial positivo
da fonte de alimentação.

18 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Esquema de Ligação elétrica em
um CLP

Entradas digitais SINK - PNP

PNP
O elemento de entrada envia sinal
Positivo ao CLP.

19 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Esquema de Ligação elétrica em
um CLP

Entradas digitais SOURCE- NPN

NPN
O elemento de entrada envia sinal
Negativo ao CLP.

20 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Esquema de Ligação elétrica em
um CLP
Tipos de saídas digitais – fonte CC
SAÍDA SINK

Quando o CLP envia potencial


negativo aos elementos de saída. Os
terminais comuns dos elementos de
saída recebem sinal positivo da fonte.

21 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Esquema de Ligação elétrica em
um CLP
Tipos de saídas digitais – fonte CC
SAÍDA SOURCE

Quando o CLP envia potencial


positivo aos elementos de saída. Os
terminais comuns dos elementos de
saída recebem sinal negativo da
fonte.

22 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Tipos de Saídas Digitais

Transistor (CC) / Triac (CA):

Características: Chaveamento eletrônico para


cargas DC (Transistor) e AC (Triac).
Vantagem: longa vida útil (sem desgaste
mecânico), alta frequência de chaveamento
(250 Hz) (apenas para o transistor), ocupam
pouco espaço no módulo;
Desvantagens: Baixa proteção contra
sobrecorrente e curto-circuito (necessita ser
associado a fusíveis). Geralmente para cargas
de baixa potência (100mA a 2A).

23 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Tipos de Saídas Digitais

Saída Digital à Relé:


Características: Chaveamento eletromecânico
para cargas AC ou DC.
Vantagem: Boa proteção contra sobrecorrente e
Curto-circuito. Pode acionar cargas de maior
potência ( 2 a 10A em 220VCA).
Desvantagens: Vida útil limitada pelo desgaste
mecânico, (contatos), baixa frequência de
chaveamento (0,5 Hz) e ocupam mais espaço no
módulo.

24 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Entradas e Saídas Analógicas

Os módulos de entrada/saída analógicos


são projetados para tratar sinais que
assumem infinitos valores ao longo do
tempo; como todo sistema microprocessado,
o CLP trata internamente esses sinais como
palavras binárias.
A interface entre o CLP e as entradas
analógicas são conversores A/D
(Analógico/Digital), ao passo que a interface
entre o CLP e as saídas analógicas são
conversores D/A (Digital/ Analógico).

25 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Entradas e Saídas Analógicas

Muitos dispositivos na indústria


trabalham com sinais contínuos e por
isso requerem sinais analógicos que
sejam compatíveis com sua aplicação.

São dispositivos como:


 Transmissores;
 Válvulas proporcionais;
 Sensores;
 Inversores de frequência;
 Analisadores Industriais.

26 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Entradas e Saídas Analógicas

Definição de sinais analógico: são sinais


elétricos que permitem uma faixa de variação
entre o nível baixo e o alto (fundo de escala)
Por exemplo, um sinal de áudio, variação de
temperatura, pressão, vazão, entre outros.

A interface analógica permite que


grandezas analógicas possam ser lidas pelo
controlador ou que o controlador possa
modificar uma grandeza analógica, através
de conversores A/D e D/A.

Existem outros, porém os principais


padrões que os módulos de entrada
analógica utilizam são:
Corrente Tensão
0 à 20mA 0 à +10Vcc

4 à 20mA -10 à +10Vcc

27 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Entradas e Saídas Analógicas

Vamos usar o sinal de 0 à 10V para definir

resolução em bits. Resolução de 1 bit – Significa

que podemos dividir o sinal analógico em dois (2)

estados “0” e “1”.

28 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Entradas e Saídas Analógicas

Resolução de 2 bits – Significa que podemos


dividir o sinal analógico em quatro (4)
estados “00”, “01”, “10” e “11”.
Exemplo:
0V = 00
3,3V = 01
6,6V = 10
10V = 11

29 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Módulos especiais
Além dos tradicionais sinais discretos e dos
analógicos, existem ainda sinais que necessitam de
circuitos dedicados para aquela aplicação, como por
exemplo: termopares, Pt-100, comunicação serial,
contagem rápida, etc.
Neste caso, existe uma infinidade de módulos para
funções especiais presentes no mercado.

30 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Módulo de Termopar
Como as saídas dos termopares são em
mV, é necessário condicionar o sinal
proveniente desse transdutor, para isso existe
os módulos para termopares.

Módulo PT100
Este módulo possui uma função específica
para aquisição de dados de um RTD
(Resistance Temperature Detector).

Módulo de Contagem Rápida


Utilizado para leitura de encoders, este
módulo evita a perda de dados na leitura.

31 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Como funciona um CLP?
O CLP é baseado em instruções que são
programadas para atender à aplicações que
possuem uma rotina. Os sinais dos sensores
e transdutores que estão acoplados a um
equipamento ou processo são ligados às
entradas do CLP e as saídas estão ligadas a
comandos elétricos e pneumáticos que
acionam máquinas, atuadores, válvulas etc.
Em cada ciclo de varredura que o programa
do CLP executa, há quatro etapas principais:
Verificação das entradas, transferência
para a memória, comparação com o
programa do usuário e atualização das
saídas.

32 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Como funciona um CLP?

Os elementos mais importantes de um


CLP são entradas, as saídas e as
memórias internas.
Somente através de suas entradas o CLP
recebe informações do mundo externo.
De forma similar, o CLP só pode controlar
algum dispositivo se estiver conectado em
uma de suas saídas.

33 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Como funciona um CLP?
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

INÍCIO

VERIFICAÇÃO DAS
ENTRADAS

TRANSFERÊNCIA
PARA A MEMÓRIA

COMPARAÇÃO COM
O PROGRAMA DO
USUÁRIO

ATUALIZAÇÃO DAS
SAÍDAS
Como é a programação
de um CLP?

35 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Como é a programação de um
CLP?

A programação do CLP é padronizada pela


norma IEC-61131-3. A IEC 61131-3 define cinco
linguagens de programação:
ST (Structured Text) Texto Estruturado
IL (Instruction List) Lista de Instruções
LD (Ladder) Linguagem Ladder
FBD (Function Block Diagram) Diagrama de Bloco
SFC ou GRAFCET (Sequential Function Chart)

36 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Linguagens de programação de
CLP

LINGUAGEM LINGUAGEM
TEXTUAL GRÁFICA

LISTA DE TEXTO
INSTRUÇÃO ESTRUTURADO

DIAGRAMA SFC DIAGRAMA


LADDER (GRAFCET) DE BLOCOS

37 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Linguagem de Programação
Diagrama Ladder (LD)
A linguagem Ladder é a linguagem de
programação de CLP mais comum e a mais
difundida, é também conhecida como lógica de
diagrama de contatos, pois se assemelha à
tradicional notação de diagramas elétricos e de
painéis de controle a relés e essa linguagem que
daremos ênfase neste e-book.
Essa foi a primeira linguagem desenvolvida
para CLP, é uma linguagem gráfica baseadas em
símbolos elétricos (contatos e bobinas) e também
faz a representação de redes de conexões de
relés, temporizadores, contadores, comutadores,
linhas de comunicação, operações de
comparação, cálculos de valores para variáveis,
operações de conversão, etc.

38 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Linguagem de Programação
Diagrama Ladder (LD)
REGRAS BÁSICAS
O Ladder é baseado em duas barras verticais de
energia virtual situadas à esquerda e à direita do
ambiente de programação;

A programação consiste em criar uma corrente


elétrica virtual, através de símbolos gráficos
inseridos entre estas duas barras, sempre no
sentido da esquerda para a direita.

Para controlar esta corrente, devemos utilizar


elementos de entrada, que tem a função de
bloquear ou liberar esta corrente.

39 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Linguagem de Programação
Diagrama Ladder (LD)
REGRAS BÁSICAS

Os elementos de entrada podem ser utilizados


somente entre a primeira e a penúltima coluna da
lógica.

Estes elementos podem ser associados em série


e/ou paralelo dentro de cada lógica.

40 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Linguagem de Programação
Diagrama Ladder (LD)
REGRAS BÁSICAS

Os elementos de saída alteram os seus estados


conforme a existência ou não de uma corrente
virtual.

Somente podem ser utilizados na última coluna


da lógica e podem ser associados em paralelo e
NUNCA em série.

41 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Linguagem de Programação
Diagrama Ladder (LD)
Sequência de Leitura das entradas e saídas

O nome Ladder deve-se à representação da


linguagem se parecer com uma escada (ladder),
na qual duas barras verticais paralelas são
interligadas pela Lógica de Controle, formando os
degraus (rungs) da escada.

42 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Como saber se devemos usar
contatos abertos ou fechados na
programação em Ladder?
Na programação em Ladder os contatos
abertos (NA) e fechados (NF) funcionam como os
contatos no diagrama elétrico. A diferença é que
o símbolo no diagrama elétrico representa
exatamente o contato como ele é fisicamente. Já
na programação em Ladder, o contato que
usamos (NA ou NF) não representa
necessariamente o estado da entrada física, ou
seja, podemos ligar na entrada do CLP um botão
NA e representar no Ladder contatos “NA” e “NF”
dessa entrada, quantas vezes forem necessárias.
O uso de contato “NA” ou “NF” em Ladder,
depende do sinal de entrada e do que
queremos que faça quando a entrada for
acionada.

43 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Vamos analisar
no detalhe ?
1 – Se NÃO tem sinal na entrada do CLP (nível
lógico 0), todos os contatos que “desenhar”
funcionarão em seus estados normais, ou seja,
contato “NA” (No Ladder) não dará condição
pois ficará aberto, e contatos “NF” dará
condição por ficar fechado.
Contato “NA” não Contato “NF” atuado,
atuado, portanto sem sinal portanto sem sinal na
na entrada do CLP entrada do CLP
24 Vcc 24 Vcc

Nos dois casos, não temos sinal na entrada do CLP,


portanto o que for representado no Ladder deverá ser
entendido e analisado em seu estado normal.

44 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Vamos analisar
no detalhe ?
2 – Se TEM sinal na entrada, todos os contatos
que “desenhar” (No Ladder) funcionarão
invertidos (atuados). “NA” irá fechar e “NF”
abrirá, ou seja, não dará condição.

Contato “NA” atuado, Contato “NF” não


portanto com sinal na atuado, portanto com
entrada do CLP. sinal na entrada do CLP.
24 Vcc 24 Vcc

Nos dois casos, temos sinal na entrada do CLP,


portanto o que for representado no Ladder deverá ser
entendido e analisado em seu estado anormal
(invertido).

45 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Se montarmos um diagrama elétrico de
comando simples com um botão “NA”, como
funciona?
24 Vcc

Se pressionarmos o botão
pulsador “B1” ligamos a
contatora “K1” e se soltarmos
ele desliga, certo?

0V

Agora vamos ligar o botão “B1” na entrada do


CLP e contatora na saída.
24 Vcc

Se pressionarmos o botão “B1”,


vai depender do programa
desenvolvido no CLP para
acionar ou não a saída ligando
“K1”.

0V

46 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Para que o circuito
funcione exatamente
como no diagrama
elétrico anterior, o
programa Ladder deverá
ser da seguinte forma:
Se o botão “B1” não for acionado não teremos
sinal na entrada I0, portanto o contato aberto
acima ficará em sua situação normal, ou seja,
não dará condição para ligar a saída “K1”.

Ao pressionarmos o botão
“B1”, colocaremos nível alto na
entrada do CLP e todos os
contatos representados no
Ladder ficarão invertidos com
relação à sua situação normal,
ou seja, o contato “NA”
representado no Ladder
FECHARÁ, ativando a saída
Q0 que por sua vez ligará a
contatora“K1”.

47 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Exemplo
Para este exemplo analisamos o diagrama
elétrico a seguir, onde existem dois botões
pulsadores (B1 e B2) e uma contatora (K1),
onde o objetivo do diagrama é ligar “K1” com
um botão B1 e quando soltarmos esse botão
“K1” deverá permanecer ligada, e quando
pressionarmos o botão B2, desligamos “K1”.

48 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Convertendo o diagrama
elétrico anterior em Ladder
Iremos seguir alguns passos para programarmos
o Ladder:

1 – Vamos utilizar nas entradas do CLP os


mesmos botões (B1-NA e B2-NF) e na primeira
saída do CLP ligaremos a contatora “K1”,
conforme a imagem.
24 Vcc

0V

49 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
2 – Se nenhum botão for pressionado, qual
deles já envia sinal na entrada do CLP?
O botão “B2”, pois ele é “NF” e já envia sinal
para a entrada I1 sem ser pressionado.
O botão “B1” só vai enviar sinal se
pressionarmos, correto?

3 – Muito bem, como queremos que o circuito


funcione?
Queremos que funcione exatamente como no
diagrama analisado anteriormente, ou seja, se
pressionarmos “B1” liga “K1” que fica ligado
mesmo soltando o botão “B1” e se
pressionarmos “B2” desliga “K1” e permanece
desligado se soltarmos “B2”.

50 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
4 – Precisamos definir as condições que ligam e
as que desligam o nosso “K1” e no item anterior
ficou claro, “B1” liga e “B2” desliga.
5 – A lógica em Ladder é feita de forma
horizontal da esquerda para a direita e para
facilitar o entendimento. Começamos então com
o contato de “B1”. O contato deverá ser
representado aberto ou fechado?
Precisamos de um contato que não dê condição
pra ligar “K1” se não for pressionado.
Como não tem sinal na entrada do CLP por esse
botão, o que nós representarmos no Ladder
estará em sua situação normal, portanto
devemos representar com um contato “NA”, ou
seja, assim que tivermos sinal na entrada esse
contato dará condição e ligará a saída “K1”.

51 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
6 – O contato “B2” tem que dar condição para
ligar “K1” sem ser pressionado e tira a condição
para desligar “K1” após seu acionamento.

7 – Da mesma forma, o contato deverá ser


aberto ou fechado?
Se ele precisa dar condição para ligar “K1” sem
pressionarmos, devemos verificar se temos ou
não sinal na entrada.
Como já foi verificado, já temos sinal na entrada,
pois o botão é “NF”.
8 – Como queremos um contato que já dê
condição para ligar “K1”, devemos representar
“B2” como “NA” em série com o “B1”

52 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
9 – Representemos agora no final da linha à
direita, a saída “K1”.

10 – Resumindo, ligamos o “K1” com dois


contatos abertos, “B1” e “B2”, com a diferença
que no botão “B2” já temos sinal na entrada,
dependendo somente do acionamento de “B1”.
11 – Bom, agora se pressionarmos o botão “B1”,
ligamos a saída “K1”, mas se soltarmos, tiramos
a condição e “K1” desliga novamente.
12 – Como o botão “B1” abre o contato quando
tiramos o dedo e não queremos que desligue
“K1”, precisamos que alguém substitua o contato
de “B1” e mantenha “K1” ligada.
Para isso devemos usar no Ladder um contato
de “selo” ou auto retenção em paralelo com o
contato de “B1”, fazendo com que “K1”
permaneça ativa.

54 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Recapitulando – Passo a Passo
Recapitulando – Passo a Passo
É HORA DE PRATICAR

VAMOS AOS EXERCÍCIOS


Exercícios
para
nivelamento

58 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Exercícios para nivelamento

Quem definiu o conceito de CLP e em que ano isso


ocorreu?

a) ( ) NEMA, 1968.
b) ( ) NEMA, 1975.
c) ( ) NEMA, 1978.
d) ( ) ABNT, 1975.
e) ( ) ABNT, 1978.

Qual dos módulos abaixo não diz respeito a um dos


principais módulos de um CLP:

a) ( ) Módulos de saídas analógicas.


b) ( ) Módulos de entradas discretas.
c) ( ) Módulos de entradas logarítmicas.
d) ( ) Módulos de saídas digitais.
e) ( ) Módulos de entradas analógicas.

59 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Exercícios para nivelamento
Relacione os tipos de entradas e saídas com seu
respectivo tipo de ligação física demonstrada nas
figuras:

a) Saída digital a relé.


b) Saída digital a transistor Sink.
c) Saída digital a transistor Source.
d) Entrada digital Sink.
e) Entrada digital Source.

( ) ( )

( ) ( )

( )
Exercícios para nivelamento
Associe adequadamente:
A – Saída à relé
B – Botão impulsão
C – Saída à transistor
D – CLP modular
E – Sensor óptico NPN
F – CLP compacto
G – PT100
H – Saída à triac

( ) possui um número variável de I/Os


( ) aciona cargas AC
( ) pode acionar cargas AC ou DC
( ) pode ser ligado a uma entrada NPN ou PNP
( ) entrada analógica
( ) altas velocidades de acionamento
( ) deve ser ligado a uma entrada NPN
( ) possui um número fixo de I/Os

61 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Exercícios para nivelamento
Relacione os sensores e atuadores com seus
respectivos módulos de entradas e saídas:

( 1 ) Módulo de entrada digital.


( 2 ) Módulo de saída digital.
( 3 ) Módulo de entrada analógica.
( 4 ) Módulo de saída analógica.
( 5 ) Módulos especiais.

( ) Régua potenciométrica.
( ) Botão de emergência.
( ) Encoder.
( ) Buzzer.
( ) Válvula proporcional de pressão.
( ) Sensor magnético.
( ) Potenciômetro.
( ) Termostato.
( ) Lâmpada.
( ) Válvula proporcional de vazão.
( ) PT-100.
( ) Sensor indutivo.
( ) Eletroválvula 3/2 vias.
( ) Sensor capacitivo.

62 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Exercícios para nivelamento

Faça a ligação dos elementos abaixo ao


CLP (próxima página):
Sensor capacitivo PNP (nível);
Sensor capacitivo PNP (nível);
Sensor capacitivo PNP (nível);
Botão de impulsão (start);
Botão com trava tipo cogumelo NF (stop);
Contatora K1 (bomba 1);
Contatora K2 (bomba 2);
Lâmpada incandescente (sistema em
operação).

63 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Fazer ligações aqui
Exercícios para nivelamento

Todos os exercícios a seguir, são


baseados no mesmo enunciado, porém
alterando as entradas físicas entres NA e
NF.
Vamos exercitar esse raciocínio alterando
os contatos de entrada mas que funcione da
seguinte maneira:

Pressionarmos “B1” ligamos “K1”,


soltando “B1”, “K1” permanece ligado e
se pressionarmos “B2”, desligamos “K1”
permanecendo desligado.

65 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Ligação Física Ladder

Ladder
Ligação Física Ladder

67 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Exercício
Para a seguinte situação temos:
Bt_Start – NA
Bt_Stop – NF
S1 – NA
S2 - NA
K1 – Liga Motor M1
K2 – Liga Motor M2

Leia o enunciado a seguir e Desenvolva a lógica


em Ladder.
Se S1, detectar a presença de peça e
pressionarmos o botão “B1” e soltar, ligamos o
avanço da esteira (“K1”) que se mantem ligada,
até a peça atingir o fim da esteira (“S2”), fazendo
com que “K1” desligue.

Se S2, detectar a presença de peça e


pressionarmos o botão “B1” e soltar, ligamos o
retorno da esteira (“K2”) que se mantem ligada,
até a peça atingir o fim da esteira (“S1”), fazendo
com que “K2” desligue.

Ligações
Físicas
Programação em Ladder

70 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
Você que se interessa
pela programação de
CLP, existem 3 versões
a seguir que irão te
ajudar a expandir e
muito seus
conhecimentos, te
tornando praticamente
um especialista em
linguagem Ladder.
Invista em você, invista
no seu conhecimento!
71 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

Evandro de Oliveira
SIM eu quero
este E-book

Esta versão é destinada a qualificar e atualizar


você que deseja ser um profissional capacitado e
pretende se aprofundar e entender mais sobre
programação de CLP’s. É indicado para pessoas
iniciantes, ou que estão em busca de
aperfeiçoamento voltados à linguagem de
programação Ladder, pois é uma das linguagens
mais utilizadas em controladores lógicos.
Este e-book te ensinará a desenvolver lógicas
na linguagem Ladder de uma maneira simples e
objetiva.
SIM eu quero
este E-book

Além da utilização de contatos e bobinas,


muitas aplicações com CLP’s contam com outros
recursos que podem ser utilizados na elaboração
da lógica de programação, como por exemplo,
bobinas SET e RESET, Bordas de Subida e
Descida, Temporizadores e Contadores.
Neste e-book, você encontrará a explicação de
cada uma dessas instruções, inclusive com
exemplos e exercícios!
SIM eu quero
este E-book

Após anos como professor do curso de


Mecatrônica, percebo que a grande dificuldade dos
alunos e programadores de CLP, está na criação
mental da lógica, outro fator é que a programação
é realizada sempre de forma intuitiva, não havendo
um método estruturado.
Pensando nisso elaborei este e-book, onde eu te
ensino a resolver problemas sequenciais de forma
simples, rápida e objetiva através de métodos de
programação, exemplos e exercícios para
melhorar ainda mais seu aprendizado!
SIM eu quero
este E-book

Este E-book é um curso completo contendo 289


páginas e tem como propósito qualificar e atualizar o
profissional, para que ele esteja capacitado à atuar com
programação de CLP’s.
Te ensinará a desenvolver e analisar lógicas na
linguagem Ladder, desde os conceitos básicos dos
Controladores Lógicos Programáveis até Métodos
Estruturados para resolução de problemas sequenciais.
O QUE EU APRENDEREI COM O CURSO ?
 Entenda como um Controlador Lógico Programável funciona;
 Compreenda diagramas escritos na Linguagem Ladder;
 Desenvolva lógicas mais avançadas;
 Aprenda dois métodos estruturados de programação;
 Pratique muito através de ótimos exercícios.
 Introdução à linguagem de Programação Ladder;
 Usar contatos NA ou NF;
 Lógica de programação;
 Conceitos da IEC 61131-3;
 Declaração de variáveis;
 Desenvolver lógicas na linguagem Ladder;
 Utilizar e aplicar circuitos com auto-retenção ou selo;
 Interpretar programas feitos na linguagem Ladder;
 Usar de flag’s de memória;
 Instruções SET e RESET;
 Instruções de Borda de Subida e Descida;
 Temporizadores ON Delay e OFF Delay;
 Contadores Crescentes (CTU) e Decrescentes (CTD);
 Aprenderá resolver Problemas sequenciais utilizando método
estruturado de programação avançada;
Muitos exemplos práticos e exercícios que irão te auxiliar no
desenvolvimento do seu aprendizado.
A Indústria 4.0 já é uma realidade, e as primeiras
perguntas que ficam são: O que você conhece deste
assunto? Como você está se preparando para esta
realidade? Você realmente quer ser um profissional de
destaque da Indústria 4.0? Você quer sair na frente, ter
informações em primeira mão, ou deixar de ser pioneiro no
assunto e quem sabe perder a oportunidade se preparar e
ter um futuro brilhante? Se algumas dessas pergunta
“mexeram” com você, é porque realmente você precisa
deste e-book. Foram 7 meses de pesquisa, reunidos em
um só material, possui 53 páginas, contendo os temas
mais relevantes referente a Quarta Revolução Industrial,
conhecida como Indústria 4.0.
Façamos uma parceria
de sucesso, entre em
contato pelas mídias
sociais.

78 Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis

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BIOGRAFIA
Quem sou?
Evandro de Oliveira, 35 anos, Formado na área de
Automação Industrial, pós graduado em Eª da
Produção e pós graduado em Educação
Profissional e Tecnológica, atuante a mais de 13
anos na área. Instrutor no Curso de Mecatrônica,
nas áreas de Controlador Lógico Programável –
CLP, Eletricidade Industrial, Sistemas Lógicos
Programáveis, Eletropneumática, Hidráulica,
Implementação de Máquinas e Equipamentos e
orientador de mais de 25 projetos escolares.

Meu Objetivo
Compartilhar a experiência
técnica adquirida ao longo
dos anos, utilizando as
ferramentas digitais hoje
existentes e poder auxiliar e
impactar positivamente
diversas pessoas através
do meu conhecimento.
Para que o conhecimento tenha
valor, é necessário que ele seja
compartilhado!
Evandro de Oliveira

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