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Elementos de Automação
 

Valter Luís Arlindo de Camargo

Elementos de Automação

1ª Edição

www.editoraerica.com.br 

1
 

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Camargo, Valter Luís Arlindo de


  Elementos de automação
automação / Valter
Valter Luís Arlindo de Camargo. --
-- 1. ed. -- São Paulo : Érica, 2014.
2014.

  Bibliografia
  ISBN 978-85-365-0732-3

1. Automação industrial 2. Controle


Controle programável
programável 3. Controladores
Controladores digitais
digitais I. Título.
Título.

14-01372 CDD-629.895

Índices para catálogo sistemático:


1. Automação industrial : Controle do movimento e processos contínuos : Tecnologia 629.895

Copyright © 2014 da Editora Érica Ltda.


Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem prévia autorização
da Editora Érica. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei n o 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.

Coordenação Editorial: Rosana Arruda da Silva


Capa: Maurício S. de França
Edição de Texto: Beatriz M. Carneiro, Bruna Gomes Cordeiro, Carla de Oliveira Morais Tureta,
  Juliana Ferreira Favoretto, Nathalia Ferrarezi, Silvia Campos
Preparação e
revisão de texto: Luciana Soares
Produção Editorial: Adriana Aguiar Santoro, Alline Bullara, Dalete Oliveira, Graziele Liborni,
  Laudemir Marinho dos Santos, Rosana Aparecida Alves dos Santos,
Rosemeire Cavalheiro
Editoração: Join Bureau

O Autor e a Editora acreditam que todas as informações aqui apresentadas estão corretas e podem ser utilizadas para qualquer fim legal.
Entretanto, não existe qualquer garantia, explícita ou implícita, de que o uso de tais informações conduzirá sempre ao resultado desejado.
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Conteúdo adaptado ao Novo Acordo Ortográ fico da Língua Portuguesa, em execução desde 1o de janeiro de 2009.
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2 Elementos de Automação
 

Agradecimentos

Tenho que agradecer a muitas pessoas, em especial à minha esposa, Fátima, exemplo de mu-
mu -
lher, companheira e amiga, que nos momentos mais diíceis da minha vida, esteve 󿬁rme ao meu lado,
amparando-me e motivando-me. Ela vai ter sempre meu amor, minha admiração e meu respeito.
Agradeço às minhas 󿬁lhas, Gabriela e Marcela, que souberam compreender a minha ausência
do convívio amiliar no período de elaboração deste livro.
À Rosana Arruda, da Editora Érica, pela paciência comigo e pelo
p elo exemplo de pro󿬁ssionalismo.
pro󿬁ssionalismo.
À Silvia Campos Ferreira, da Editora Érica, pela ajuda na composição e na revisão dos capítul
capítulos.
os.
Ao meu amigo, dr. Claiton Moro Franchi, que me convidou para entrar no mundo ascinante
da automação industrial.
Ao meu amigo proessor, Evandro Cherubini Rolin, que me deu a oportunidade de vivenciar a
experiência de ser proessor.
Ao meu amigo engenheiro, Renato Luiz Rissardi, por ter me ajudado com discussões
󿬁losó󿬁cas de alguns conceitos.
Aos meus ex-colegas proessores e ex-alunos, com os quais aprendi muito durante a convivên-
cia que tive com eles.
En󿬁m, agradeço a todos que colaboraram direta ou indiretamente para que esta obra osse
produzida.

3
 

Sobre o autor

Valter Luís Arlindo de Camargo é


Camargo é mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Esta-
dual de Londrina (UEL
(UEL)) e especialista em Automação Industrial pela Universidade Estadual de
Maringá (UEM
(UEM).). Foi proessor nos cursos de Engenharia de Controle e Automação, Engenharia
Elétrica e Tecnologia em Automação Industrial. Tem experiência no desenvolvimento de hardwa res
res
para sistemas
ladores ógicosmicrocontrolados
l ógicos programáv
 progr e de discretos
eis: sistemas
amáveis: sofwares, publicado
aplicados
publica à automação.
do pela É coautor do livro Con
Editora Érica.
Contro
tro--

4 Elementos de Automação
 

Sumário

Capítulo 1 - Introdução à Automação


Automação ............
.........................
.........................
........................
.........................
.........................
.............. 15
1.1 Conceito ..............
............................
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...........................
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............................
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..........................
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............................
.................15
...15
1.1.1 Onde a automação pode ser aplicada? ............ ..........................
...........................
...........................
............................
...........................
..........................16
.............16
1.2 Classi󿬁cação da automação industrial ...................................
.................................................
............................
............................
............................
..........................17
............17
1.2.1 Auto
Automação
mação 󿬁xa ............
..........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
........................17
..........17
1.2.2 Automação programável.............
programável...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
......................18
........18
1.2.3 Auto
Automação
mação 󿬂exível .............
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
.................18
....18
1.2.4 Auto
Automação
mação integrada .............
...........................
............................
............................
............................
............................
............................
..........................
.........................19
.............19
1.3 Arquitetura da automação industrial .................................
...............................................
...........................
...........................
............................
...........................
.................22
....22
1.4 Vantagens e desvantagen
desvantagenss da automa automação ção .....................
..................................
..........................
...........................
...........................
............................
.........................25
..........25
1.5 A automação gera desempreg
desemprego? o? ......................
...................................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
........................25
..........25
Agora é com você! ............
..........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
......................27
........27
Capítulo 2 - Sistemas de Controle ............
.........................
.........................
.........................
.........................
........................
.................
..... 29

2.1 Conceito ..............


............................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
..........................
...........................
............................
.................29
...29
2.1.1 Controle manual .............
..........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
......................30
........30
2.1.2 Controle automá
automático tico ............
..........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...............31
.31
2.2 Malha echada .............
...........................
............................
............................
............................
............................
............................
...........................
...........................
...........................
...................32
......32
2.2.1 Sistemas realimentados.....................................
..................................................
...........................
...........................
..........................
...........................
............................
...............32
.32
2.2.2 Processo .............
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......................33
........33
2.2.3 Setpoint  .............
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...........................
...........................
............................
...........................
...........................
........................33
..........33
2.2.4 Variável controlada ............
..........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
............................
.................34
...34
2.2.5 Variável manipulada..............
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
...............34
.34
2.2.6 Variável secundária .............
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
.................34
...34
2.2.7 Variável de carga .............
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
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......................34
........34
2.2.8 Distúrbio .............
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......................34
........34
2.2.9 Ações de controle...................
.................................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
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...........................
...............35
.35
2.3 Malha aberta ..............
............................
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......................35
........35
2.4 Tipos de processo industrial ....................
.................................
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...........................
...........................
............................
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..........................
...................36
......36
2.4.1 Processo contínuo .............
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
..........................
..........................
...................36
......36
2.4.2 Processo em batelada (batch) ............ ..........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...............37
.37
2.4.3 Processo discreto .............
..........................
...........................
...........................
..........................
...........................
...........................
...........................
............................
......................37
........37
2.4.4 Processo de manuatur
manuaturaa ............
..........................
...........................
..........................
...........................
...........................
...........................
............................
........................37
..........37
2.5 Elementos de automação .............
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
.................38
...38
2.5.1 Sensores .............
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
......................38
........38

5
 

2.5.2 Atuador
Atuadores
es ..............
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
............................
...........................
..................38
.....38
2.5.3 Controlador
Controladoreses .............
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...........................
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............................
............................
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.........................39
............39
Agora é com você!......................................
....................................................
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............................
...........................
...........................
............................
.......................40
.........40

Capítulo
Capítulo 3 - Sinais ..............
.........................
.......................
........................
.......................
.......................
.......................
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..................
...... 41
3.1 Conceitos .............
...........................
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...........................
............................
...........................
...........................
............................
..........................
..........................
............................
................41
..41
3.1.1 Sinais pneumáticos .............
...........................
...........................
...........................
...........................
..........................
...........................
............................
...........................
..................42
.....42
3.1.2 Sinais elétricos ..............
...........................
...........................
...........................
..........................
...........................
...........................
............................
.............................
.........................42
...........42
3.1.3 Sinais analógicos .............
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
.....................42
.......42
3.1.4 Sinais digitais .............
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................44
..............44
3.1.5 Sinais binários ............
..........................
...........................
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............................
...........................
...........................46
..............46
3.2 Processament
Processamentoo de sinais..........................
.......................................
...........................
...........................
..........................
...........................
...........................
...........................
.....................46
.......46
3.3 Aquisição e condicionament
condicionamentoo de sinais .........................
......................................
...........................
...........................
...........................
...........................
......................46
.........46
3.3.1 Sensores e transduto
transdutores
res...........................
.........................................
...........................
...........................
............................
...........................
............................
........................47
.........47
3.3.2 Sensor primário .............
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
..........................
...........................
.......................47
.........47
3.3.3 Transduto
ransdutorr de medição ..............
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
............................
.......................48
.........48
3.4 Transmissão de sinais ............
.........................
...........................
...........................
..........................
...........................
...........................
...........................
............................
.........................49
...........49
3.4.1 Transmissão pneumática ............
..........................
...........................
..........................
...........................
...........................
...........................
............................
.......................49
.........49
3.4 2 Transmissão elétrica .............
..........................
...........................
...........................
..........................
...........................
...........................
............................
.............................
................50
..50
3.5 Conversor
Conversores
es de sinal.....................................
...................................................
...........................
...........................
............................
............................
...........................
...........................51
..............51
3.6 Receptores de sinais ..............
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
............................
............................
.......................52
.........52
3.6.1 Indicadores .............
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
............................
................52
..52
3.6.2 Registradores ............
..........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
............................
............................
...........................52
..............52
3.6.3 Alarmes .............
..........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
.......................53
.........53
3.6.4 Computadore
Computadoress ..............
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
.........................53
...........53
3.6.5 Controlador
Controladores
es .............
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
............................
.........................53
...........53

3.6.6 Integrador
Integradores
es............
..........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
............................
............................
................54
..54
3.6.7 Atuador
Atuadores
es ..............
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
............................
...........................
..................54
.....54
Agora é com você!......................................
....................................................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
.......................54
.........54

Capítulo
Capítulo 4 - Eleme
Elementos
ntos de Contro
Controle
le ............
.......................
.......................
.......................
.......................
........................
....................
........ 55
4.1 Controlador
Controladoreses automá
automáticos
ticos industriais ............
..........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
.....................55
.......55
4.2 Tipos de controlado
controladorr .............
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
............................
.......................56
.........56
4.2.1 Sistema de controle pneumático ..........................................
...........................
...........................
...........................
..........................
...........................
.......................56
.........56
4.2.2 Sistemas eletropneu
eletropneumáticos
máticos ............
.........................
..........................
..........................
..........................
...........................
...........................
............................
....................58
.....58
4.3 Controlador
Controladoreses eletrônicos.......................................
.....................................................
...........................
...........................
............................
............................
............................
................60
..60

4.3.1 Computadore
Computadoress ..............
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
.........................60
...........60

6 Elementos de Automação
 

4.3.2 Microcontro
Microcontrolador
lador ..............
............................
............................
............................
...........................
...........................
............................
..........................
..........................
...................60
.....60
4.3.3 Controlador
Controladores es lógicos programáv
programáveis eis (CLP) ......................
....................................
...........................
...........................
............................
......................60
........60
4.4 Tipos de controlado
controladores res e sinais ..............................
............................................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
................63
...63
4.4.1 Tipos de controle binário ............
..........................
...........................
..........................
...........................
...........................
...........................
.............................
......................64
.......64
4.4.2 Controle digital ............
..........................
............................
............................
............................
............................
............................
...........................
..........................
.......................65
..........65
4.4.3 Controle analógico .............
...........................
............................
............................
............................
............................
............................
...........................
..........................
................65
...65
Agora é com você!......................................
....................................................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
.......................66
..........66

Capítulo 5 - Elementos Comuns aos Sensores ............


........................
........................
.........................
.........................
..............
.. 67
5.1 O que é um sensor?............
..........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................67
..............67
5.2 Simbologia .............
...........................
............................
............................
............................
............................
............................
............................
...........................
..........................
.........................68
............68
5.3 Sensores discretos ............
..........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
...........................
...........................
...........................
................68
...68
5.4 Sensores analógicos ..............
............................
............................
............................
............................
............................
............................
...........................
...........................
.......................68
.........68
5.5 Tecnologias com e sem contato............ ..........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
.....................69
.......69
5.5.1 Sensores com contato ..............
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
.........................69
............69
5.5.2 Sensores sem contato ..............
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
.........................69
............69
5.6 Características/especi󿬁cações do sensor .............. ...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
.................69
...69
5.6.1.Distância sensora .............
..........................
...........................
...........................
...........................
...........................
..........................
............................
.............................
.....................70
.......70
5.6.2 Histerese............
Histerese..........................
...........................
..........................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
............................
.......................70
..........70
5.6.3 Repetibilidade ............
..........................
............................
............................
............................
............................
............................
...........................
..........................
.........................71
............71
5.6.4 Frequência de comutação .................................
...............................................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................71
..............71
5.6.5 Tempo de resposta.....................................
..................................................
..........................
...........................
...........................
...........................
...........................
.......................72
..........72
5.7 Padrões ..............
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...................72
.....72
5.8 Tipos de saídas e ligação ..................................
................................................
...........................
...........................
............................
............................
...........................
.......................73
..........73
5.8.1 Fontes de alimentação...........................
........................................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
..........................73
............73
5.8.2 Alimentação disponível ............ .........................
...........................
...........................
...........................
...........................
..........................
...........................
..........................73
............73
5.8.3 Classi󿬁cação dos sensores ............ ..........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
............................
....................74
.....74
5.8.4 Proteção .............
...........................
............................
............................
............................
............................
............................
............................
..........................
..........................
.....................74
.......74
5.8.5 Fluxo de corrente...............................
.............................................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
................75
...75
5.8.6 Tipos de saída..............................
...........................................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
............................
.......................75
.........75
5.8.7 Saídas a relés eletromecânicos ..................................
................................................
............................
............................
............................
..........................
.................75
.....75
5.8.8 Saídas de estado sólido..............
sólido............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
..........................
........................78
............78
5.9 Saída analógica ..............
............................
............................
............................
............................
............................
............................
............................
............................
............................
................80
..80
5.10 Fiação e ligação .............
...........................
............................
...........................
...........................
............................
............................
...........................
...........................
............................
................80
..80
5.10.1 Dois e três 󿬁os ................................
..............................................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
..................80
.....80
5.10.2 Conexão
C onexão dos sensores de dois 󿬁os em série ou paralelo ..................... ..................................
...........................
............................80
..............80
5.10.3 Conexão em paralelo dos sensores de três 󿬁os .............. ............................
............................
...........................
...........................
.......................81
.........81
Agora é com você!.......................................
....................................................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
.......................82
.........82

7
 

Capítulo 6 - Chaves Fim de Curso............


Curso.......................
.......................
.......................
.......................
........................
......................
.......... 83
6.1 Conceito .............
..........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
..........................
...........................
...........................
..................83
.....83
6.2 Estrutura da chave 󿬁m de curso..............
curso...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
...................84
.....84
6.2.1 Componentes básicos.........
básicos......................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
..................85
.....85
6.3 Princípio de uncionamento .............
...........................
...........................
..........................
..........................
..........................
..........................
.............................
...........................85
...........85
6.4 Movimen
Movimento to e tipos de atuador
atuadores
es ..........................
........................................
............................
............................
............................
...........................
..........................
..................85
.....85

6.4.1 Atuador com rotação lateral..........................................


...........................
...........................
............................
............................
............................
............................86
..............86
6.4.2 Posições dos atuador
atuadores es...............................
............................................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
.....................86
.......86
6.4.3 Atuador
Atuadores
es com botão ............
..........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................87
..............87
6.4.4 Atuado
Atuadores
res com haste 󿬂exível ............. ...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................88
..............88
6.5 Normas NEMA e IEC............
IEC.........................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
..........................
...........................
.........................88
...........88
6.6 Vantagens e desvantagens da chave 󿬁m de curso .......................... .......................................
...........................
...........................
...........................
...................89
.....89
6.6.1 Vantagens.............
..........................
..........................
...........................
...........................
...........................
...........................
..........................
............................
.............................
.....................89
.......89
6.6.2 Desvantagens.............
...........................
...........................
...........................
...........................
..........................
...........................
...........................
............................
.............................89
..............89
6.7 Aplicações típicas ..............
............................
............................
............................
............................
............................
...........................
..........................
...........................
............................89
..............89
6.8 Sensores magnéticos .............
..........................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
.........................90
............90
6.8.1 Reed-switch ..............
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
................90
...90
Agora é com você!......................................
....................................................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
.......................92
.........92
Capítulo
Capítulo 7 - Sensore
Sensores
s Indut
Indutivos
ivos ............
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
..............
.. 93
7.1 Conceito .............
..........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
..........................
..........................
...........................
...................93
.....93
7.2 Estrutura do
d o sensor de proximidade indutivo ................................
.............................................
...........................
............................
..........................
.................94
.....94
7.3 Componentes básicos ......................................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
............................
.......................95
.........95
7.4 Estrutura blindada e não blindada ....................................
..................................................
............................
............................
...........................
..........................
..................95
.....95
7.4.1 Distância sensora
s ensora típica blindada e não blindada .............................
..........................................
...........................
............................
...................95
.....95
7.4.2 Estrutura blindada .............
...........................
............................
............................
............................
...........................
...........................
...........................
..........................
..................96
.....96

7.4.3 Estrutura não blindada ............


..........................
............................
............................
............................
............................
............................
..........................
.......................97
...........97
7.5 Considerações sobre os alvos ....................................
..................................................
............................
............................
............................
..........................
..........................98
..............98
7.5.1 Faixa de detecção versus material e tamanho do alvo.............. ...........................
...........................
...........................
...........................
...............98
.98
7.6 Eeitos do material do alvo ...................................
.................................................
............................
............................
............................
...........................
...........................
..................98
....98
7.6.1 Fatores de correção do alvo para sensores de proximidade indutivos ......................... .......................................
................98
..98
7.7 Eeitos do
d o ormato e tamanho do alvo .......................
.....................................
...........................
...........................
............................
............................
.........................99
...........99
7.8 Vantagens e desvantagens da proximidade indutiva .............. ...........................
..........................
..........................
..........................
.........................100
............100
7.8.1 Vantagens.............
...........................
...........................
..........................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
............................
..................100
.....100
7.8.2 Desvantagens............
.........................
...........................
...........................
..........................
...........................
...........................
..........................
............................
.............................100
..............100
Agora é com você!.......................................
....................................................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
....................100
.......100

8 Elementos de Automação
 

Capítulo 8 - Sensores Capacitivos ............................................................................. 101


8.1 Conceito ..............
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
..........................
...........................
............................
...............101
.101
8.2 Estrutura do sensor de proximidade capacitivo ......................................
....................................................
............................
...........................
...................102
......102
8.3 Princípio de uncionamento......................
...................................
..........................
..........................
...........................
...........................
............................
.............................
...............102
.102
8.4 Estrutura blindada e não blindada ...................................
.................................................
............................
............................
...........................
..........................
.................103
....103
8.4.1 Sonda blindada .............
..........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
......................103
........103

8.4.2 Sonda não blindada ...............................


.............................................
...........................
...........................
............................
...........................
..........................
........................103
...........103
8.5 Considerações sobre o alvo .............
...........................
............................
...........................
...........................
............................
............................
..........................
.......................104
...........104
8.5.1 Constantes dielétricas .............
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
........................105
...........105
8.6 Vantagens e desvantagens dos sensores capacitivos ............. ...........................
............................
...........................
...........................
.........................107
...........107
8.6.1 Vantagens............
.........................
...........................
...........................
..........................
...........................
...........................
...........................
............................
............................
....................107
......107
8.6.2 Desvantagens.............
..........................
..........................
...........................
...........................
...........................
...........................
..........................
............................
............................107
.............107
8.7 Aplicações típicas .............
...........................
............................
............................
............................
............................
............................
...........................
..........................
..........................107
.............107
Agora é com você! ............
..........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
....................108
......108

Capítulo 9 - Sensores Fotoelétricos ............


.........................
.........................
.........................
.........................
.........................
............... 109

9.1 Conceito ..............


............................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
..........................
...........................
............................
...............109
.109
9.2 Sensores ópticos de barreira ............................
..........................................
............................
............................
............................
..........................
..........................
......................110
........110
9.2.1 Aplicações ............
..........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
............................
...........................
.................111
....111
9.2.2 Vantagens............
.........................
...........................
...........................
..........................
...........................
...........................
...........................
............................
............................
....................111
......111
9.2.3 Desvantagens.............
..........................
..........................
...........................
...........................
...........................
...........................
..........................
............................
............................111
.............111
9.3 Sensores otoelétricos retrorre
retrorre󿬂etivos
󿬂etivos..................................
...............................................
...........................
............................
...........................
...........................111
..............111
9.3.1 Re󿬂exão..............
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
....................112
......112
9.3.2 Luz polarizada ..............
............................
............................
............................
............................
............................
............................
..........................
..........................
......................113
........113
9.3.3 Considerações sobre o alvo ..................................
................................................
............................
...........................
...........................
...........................
.....................116
........116
9.3.4 Considerações ambien
ambientais
tais .............
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
..........................
.................117
....117

9.3.5 Vantagens............
.........................
..........................
...........................
...........................
...........................
...........................
..........................
............................
.............................
....................117
......117
9.3.6 Desvantagens............
..........................
...........................
...........................
...........................
..........................
...........................
...........................
............................
............................118
.............118
9.3.7 Aplicações ............
..........................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
..................118
....118
9.4 Sensores otoelétricos diusos ..............
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
....................118
......118
9.4.1 Distância .............
..........................
..........................
...........................
...........................
...........................
...........................
..........................
............................
.............................
....................118
......118
9.4.2 In󿬂uência do material e da cor ...............................
.............................................
...........................
...........................
............................
............................
..................119
....119
9.4.3 Zona morta ..............
...........................
..........................
...........................
...........................
...........................
...........................
..........................
............................
............................
...............119
..119
9.5 Elementos comuns ..............
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
..........................
........................119
...........119
9.5.1 Símbolos esquemáticos ..............
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
.....................120
........120
Agora é com você! ............
..........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
....................122
......122

9
 

Capítulo 10 - Sensores Ultrassônicos ......................................................................... 123


10.1 Conceito .............
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
..........................
...........................
............................123
..............123
10.2 Estrutura do sensor ultrassônico ..............................
............................................
............................
............................
............................
...........................
......................124
.........124
10.2.1 Componente
Componentess básicos .............
...........................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
............................
.....................124
.......124
10.3 Parâmetro
Parâmetross .............
..........................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
............................
.......................125
.........125
10.3.1 Faixa de detecção e eixe e󿬁ciente..............
e󿬁ciente...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................125
..............125

10.3.2 Distância sensora mínima .............


..........................
...........................
...........................
..........................
...........................
...........................
............................125
...............125
10.3.3 Distância sensora máxima ...............................
.............................................
...........................
..........................
...........................
............................
.......................125
.........125
10.3.4 Feixe e󿬁ciente .............
..........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
.....................126
.......126
10.3.5 Supres
Supressão
são de undo e objetos que não são alvos ............. ..........................
..........................
...........................
...........................
...................127
......127
10.4 Considerações sobre espaçamento ................................
.............................................
...........................
............................
...........................
...........................
...................127
.....127
10.5 Considerações sobre o alvo ..............
............................
............................
............................
............................
...........................
..........................
...........................
.....................127
.......127
10.5.1 Temperatura ............
..........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
.........................129
............129
10.5.2 Tamanho do alvo .............
..........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
.................129
...129
10.6 Considerações ambienta
ambientais is ............
..........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
.........................129
............129
10.6.1 Ruído ambient
ambientee ..............
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
.................129
...129
10.6.2 Pressão do ar.............................
...........................................
...........................
...........................
............................
...........................
..........................
...........................
.....................129
.......129
10.6.3 Temperatura do ar ..............
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
..........................129
............129
10.6.4 Turbulência do ar...................................
.................................................
............................
...........................
...........................
............................
............................
...................130
.....130
10.6.5 Cuidados .............
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
............................
...........................
..............130
.130
10.7 Vantagens e desvantagens dos sensores ultrassônicos .................. ...............................
...........................
...........................
...........................
...............130
.130
10.7.1 Vantagens.............
..........................
...........................
...........................
...........................
...........................
..........................
...........................
............................
............................
.................130
...130
10.7.2 Desvantagens.
Desvantagens..............
...........................
...........................
..........................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
.......................130
..........130
10.8 Aplicações típicas ..............
............................
............................
............................
............................
............................
............................
...........................
..........................
.......................131
..........131
Agora é com você! .............
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...................132
.....132

Capítulo 11 - Atuadores e Elementos Finais de Controle ............................................... 133


11.1 Conceitos .............
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
..........................
.........................133
............133
11.2 Atuado
Atuadorr .............
..........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
............................
............................134
..............134
11.3 Elemento 󿬁nal de controle............. ...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
........................134
..........134
11.4 Válvula 󿬁nal de controle ........................................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
..........................134
.............134
11.4.1 Classi󿬁cação das válvulas de controle. controle...............
............................
............................
............................
............................
............................
....................135
......135
11.4.2 Componentes da válvula de controle.............. ............................
............................
............................
............................
............................
......................136
........136
11.4.3 Conjunto do atuador...........................
.........................................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
........................136
..........136
11.5 Fontes de energia ............
..........................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
............................
............................
..........................137
............137
11.5.1 Energia elétrica .............
...........................
............................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...................137
.....137
11.5.2 Energia 󿬂uídica .............
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
............................
....................137
.....137

10 Elementos de Automação
 

11.6 Tipos de movimento...................


................................
..........................
...........................
...........................
...........................
...........................
............................
.............................
...............138
.138
11.7 Moto
Motores
res ............
..........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...............138
.138
11.7.1 Atuado
Atuadores
res elétricos .............
...........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................138
.............138
11.7.2 Atuado
Atuadores
res hidráulicos .............
...........................
...........................
...........................
............................
............................
............................
...........................
.....................141
........141
11.7.3 Atuado
Atuadores
res pneumáticos .............
..........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...................142
......142
11.7.4 Atuado
Atuadores
res eletro-hidrá
eletro-hidráulicos
ulicos ..............
............................
............................
............................
............................
............................
...........................
.....................142
........142

11.8 Válvulas de controle.......................


.....................................
...........................
...........................
............................
...........................
............................
............................
........................142
...........142
11.8.1 Acionamen
Acionamento to manual............
..........................
...........................
...........................
...........................
..........................
...........................
............................
.........................143
...........143
11.8.2 Acionamen
Acionamento to mecânico .............
...........................
............................
...........................
...........................
...........................
...........................
...........................
...................143
......143
11.8.3 Acionamen
Acionamento to elétrico .............
..........................
..........................
...........................
...........................
...........................
...........................
...........................
.........................143
...........143
11.9 Atuado
Atuadores
res pneumáticos e hidráulicos .............................
...........................................
............................
...........................
...........................
.............................
................144
.144
11.9.1 Atuado
Atuadores
res lineares .............
..........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
...............144
.144
11.9.2 Funcionamen
Funcionamento to dos cilindros .....................................
...........................
...........................
..........................
...........................
...........................
........................144
...........144
11.9.3 Atuado
Atuadores
res rotativo
rotativoss ..............
............................
............................
............................
............................
............................
............................
..........................
.......................146
...........146
11.10 Aplicações ............
..........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
............................
......................149
........149
Agora é com você! ............
..........................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
............................
...........................
...........................
....................150
......150

Bibliografia ............................................................................................................. 151

11
 

12 Elementos de Automação
 

Apresentação

O livro Elementos de automação  tem a 󿬁nalidade de introduzir os conceitos básicos de au-


au -
tomação industrial, sua arquitetura e os principais elementos utilizados, além de apresentar uma
 visão da arquitetura de uma automação industrial típica, bem como seus principais componentes.
componentes. O
livro visa, especi󿬁camente, mostrar o princípio de uncionamento dos sensores, dos controladores e
dos atuadores - elementos comuns aos sistemas de controle industriais.
O Capítulo 1 apresenta a automação, bem como sua arquitetura básica com uma discussão
dis cussão a
respeito do seu eeito sobre o desemprego.
No Capítulo 2, é eita uma descrição de um sistema de controle contínuo típico, com a in-
in -
trodução dos mais importantes conceitos utilizados na área. Também é apresentada uma visão dos
principais elementos que constituem tais sistemas.
No Capítulo 3, são apresentados os conceitos necessários para que se possa compreender como
os componentes de um sistema de controle trocam inormações entre si.
Os tipos de controladores são o tema do Capítulo 4. Nele, apresenta-se uma visão geral dos
principais tipos e sua adequação para os dierentes controles.
controles.
Os termos comumente utilizados e os conceitos básicos dos sensores são apresentados no
Capítulo 5, no qual está a base para a compr
compreensão
eensão dos capítulos seguintes.
Os dois principais tipos de sensores de proximidade eletromecânicos (as chaves 󿬁m de
curso e os sensores magnéticos) são tratados no Capítulo 6, além dos aspectos construtivos dos
encapsulamentos desses sensores, bem como dos principais tipos de atuadores que utilizam.
Os aspectos construtivos e o princípio de uncionamento dos sensores baseados em campos
magnéticos são o objeto do Capítu
Capítulo
lo 7. Esse tipo de sensor é o mais utilizado para detecção de proxi-
midade de peças metálicas.
No Capítulo 8, são apresentados os sensores cujo princípio de uncionamento é baseado na
geração de um campo elétrico existente entre duas placas de capacitores.
O Capítulo 9 descreve os sensores que utilizam radiação luminosa para detectar a presença de
objetos. Esses sensores também são chamados de sensores ópticos. São apresentados os princípios
de uncionamento dos três principais tipos, bem como suas possíveis aplicações. Tais sensores são
muito utilizados para detecção de passagem de objetos.
Os sensores que utilizam ondas sonoras a 󿬁m de detectarem a presença ou a aproximação de
um objeto são discutidos no Capítulo 10, como o princípio da re󿬂exão das ondas sonoras (ecos) para
detectarem se um objeto está no seu campo de ação.
Por último, o Capítulo 11 apresenta uma visão geral dos conceitos de atuadores e de elemen-
tos 󿬁nais de controle, bem como os atuadores elétricos, os pneumáticos, os hidráulicos e as válvulas
󿬁nais de controle.

O autor

13
 

14 Elementos de Automação
 

Introdução à
Automação 1
Para começar

Este capítulo tem por objetivo de󿬁nir os conceitos básicos da automação industrial e ornecer uma
 visão geral dos seus principais elementos,
elementos, que serão
serão aproundados ao longo
longo do livro.

1.1 Conceito
A primeira pergunta a ser respondida é: o que é automação?
Quando programamos um micro-ondas para cinco minutos e pressionamos o botão início,
esperamos que, passado esse tempo, ele se desligue sozinho. Esse processo é automático, ou seja,
acontecee sem a intervenção humana. Quando entramos em um elevador e selecionamos o andar de-
acontec
sejado no painel, pressumimos que ele pare automaticamente naquele andar. A temperatura interna
de uma geladeira é mantida relativamente constante por um sistema de controle automático, que liga
ou desliga o compressor, conorme necessário.
Assim, um controle automático é aquele em que o próprio dispositivo é capaz de perceber mu-
danças que aetam o sistema, decidir sobre a necessidade de realizar alguma ação corretiva e atuar
sobre o sistema, sem intervenção humana.
Portanto, quando alamos de automação, estamos nos reerindo ao processo de instalar
controles automáticos em um equipamento, uma máquina ou um processo.

15
 

1.1.1 Onde a automação pode ser aplicada?


Em praticamente todas as áreas das atividades humanas. Não se pode mais pensar a vida sem
algumas acilidades e alguns conortos que ela proporciona. Terminais de autoatendimento bancário,
lojas comerciais, restaurantes, residências, controle de semáoros, shopping centers, indústria dos
mais variados segmentos
segmentos,, veículos, aparelhos domésticos etc.
Sem dúvida, a evolução da tecnologia tem contribuído muito para o desenvolvimento das
ciências. Na medicina, por exemplo, oram desenvolvidos aparelhos e equipamentos que produzem
imagens radiológicas bastante precisas e exatas, as quais auxiliam no processo de diagnóstico.
Muitos procedimentos cirúrgicos, como a cirurgia a laser para correção da miopia, só são pos- pos -
síveis atualmente em virtude da existência de equipamentos com extrema precisão. A tecnologia da
automação está ortemente presente no transporte, na logística e no ensino, entre outras áreas.
Assim, dependendo de onde é aplicada, surgem termos como: automação industrial, automa-
automa -
ção residencial, automação comercial, automação bancária e assim por diante.
Como exemplo,
exemplo, citamos a seguir algumas áreas de utilização:

1.1.1.1 Automação residencial

A maioria
dências das aplicações
e dos condomínios: tem por objetivo
acendimento a melhoria
automático no conorto
de luzes, porteiro eeletrônico,
na segurança das auto-
portão resi --
resi-
auto
mático, controle de acesso por meio de biometria, circuitos de monitoramento por vídeo, controle
da temperatura ambiente etc.

1.1.1.2 Automação comercial


É o ramo da automação que visa controlar, gerenciar e otimizar os processos comerciais tí- tí-
picos, como: aturamento, controle de estoques, contas a pagar e receber, olha de pagamentos,
identi󿬁cação de mercadorias por código de barras ou por radiorequência (RFID) etc. Seu uso visa
aumentar a e󿬁ciência do trabalho dos uncionários, bem como atender à demanda dos clientes que
certamente preerem azer suas compras com conorto e rapidez. Dentre outros beneícios, podemos
citar a diminuição de erros no cálculo e na digitação de preços, inormações gerenciais
gerenciais mais precisas,
disponibilização
disponibilização de serviços por meio eletrônico, especialmente tecnologias relacionadas
relacionadas à internet.

1.1.1.3 Automação industrial


A automação industrial surgiu primeiro como elemento acilitador de produção em larga es-es-
cala, a 󿬁m de viabilizar que os produtos tivessem as mesmas características, independentemente
da quantidade e do tempo de produção. Por exemplo, ao comprarmos um pacote de batata indus- indus -
trializada de certa marca, esperamos que o sabor, o aroma, a quantidade etc. sejam relativamente
constantes, independentemente de onde e quando esse produto tenha sido adquirido. Isso só é
possível se existir algo no processo de abricação capaz de garantir uma grande uniormidade nos
produtos abricados. Ou seja, deve haver algum tipo de controle de qualidade que assegure isso. De
ato, esse controle pode ser eito por humanos ou máquinas, ou, ainda, por uma combinação dos dois.

16 Elementos de Automação
 

Algumas tareas são mais bem executadas por humanos, especialmente as que exijam criatividade,
senso crítico e tomada de decisões, sobretudo quando essas decisões devam ser tomadas com base
em inormações incompletas ou incertas. Já outras são mais bem desempenhadas por máquinas,
que é normalmente o caso das operações que possam comprometer a saúde do trabalhador, como as
executadas em locais insalubres ou perigosos, ou quando são necessários procedimentos repetitivos
com alta velocidade, precisão e exatidão. Nessas situações, a máquina costuma ser imbatível.
Com a evolução da tecnologia, cada vez mais as máquinas são utilizadas em tareas nas quais
não se exijam talentos típicos dos humanos. Tareas repetitivas e monótonas são muito mais bem
executadas por máquinas, que normalmente azem esse trabalho de orma mais rápida e precisa e,
ainda, sem se cansarem ou se entediarem com o passar do tempo, o que garante uma produtividade
relativamente constante.
Quando uma indústria se decide por um processo de abricação automatizado,
automatizado, pode ter vários
objetivos, como: aumentar a e󿬁ciência e maximizar o volume produzido com o menor consumo de
energia ou matéria-prima; ter menor emissão de resíduos poluentes no meio ambiente; apresentar
melhores condições de segurança para o processo ou as pessoas envolvidas; reduzir a dependência
da intervenção humana nesse processo ou na máquina.


1.2 Classi cação da automação industrial
Sistemas de automação podem ser classi󿬁cados com base na 󿬂exibilidade e no nível de
integração das operações do processo de abricação
abricação.. O limite entre essas operações não é claramen
claramente
te
delimitado, de orma que há alguma sobreposição. Mas a maioria dos sistemas de automação pode
ser classi󿬁cada em uma das seguintes ormas:

1.2.1 Automação fixa

Também conhecida como automação rígida e cabeada. Os primeiros sistemas de automação


eram construídos especi󿬁camente para um determinado propósito. A lógica de uncionamento do
sistema era implementada utilizando-se uma composição de componentes eletromecânicos, como
relés e contatores. O undamento então era eito por meio da conexão de 󿬁os e cabos, também
conhecida como hardwired . Fica evidente que, depois que o sistema estivesse construído, qualquer
alteração na lógica envolveria reazer conexões, um processo demorado, custoso e complexo - carac-
terísticas não desejáveis na indústria.
No entanto, esse tipo de automação ainda é adequado quando se deseja abricar continua-
mente uma grande quantidade de um único tipo de produto. A vantagem é que o investimento nesse
tipo de automação é menor que nos demais, por ser mais simples. No entanto, por produzir um
produto especí󿬁co, há a desvantagem de poder tornar-se obsoleto, caso o ciclo de vida do produto
chegue ao 󿬁m, o que exigiria mudanças de projeto ou modelo.
A automação 󿬁xa é bastante utilizada em processo de destilação, transportadoras, o󿬁cinas de
pintura, linhas de transerência etc.

Introdução à Automação 17
 

1.2.2 Automação programável


É utilizada para abricar produtos personalizados. Uma montadora automobilística, por
exemplo, pode utilizar esse tipo de automação para produzir um mesmo carro em diversas cores,
dierentes tipos de revestimento de bancos, acessórios e assim por diante. O produto é um só, mas
pode ser gerado com variações.
A linha de produção é projetada a 󿬁m de ser adaptável às dierentes características e con-
󿬁gurações dos produtos a serem abricados. Essa adaptabilidade é conseguida mediante a utilização
de um equipamento que seja capaz de armazenar toda a lógica de uncionamento necessária, in-
cluindo a sequência de acionamentos, e que possa ligar e desligar dispositivos automaticamente.
Os Controladores Lógicos Programáveis (CLPs
( CLPs)) são os principais equipamentos utilizados nesse tipo
de automação.
Assim é possível a abricação de uma variedade de produtos com características dierentes, se-
gundo um programa de instruções previamente introduzido.
No entanto, pode ser necessário um esorço de programação não trivial, no intuito de repro -
gramar
gramar a máquina ou a sequência de operações. O investimento nesse tipo de automação se justi󿬁ca
quando o processo de produção pode ser alterado com alguma requência. A automação programá-
 vel é normalmen
normalmente
te utilizada em processo descontínuo,
descontínuo, no qual a variedade de trabalho é baixa e o
 volume do produto
produto é de médio a alto.
alto.
Atualmente é o tipo de automação mais comum na maioria das indústrias.

1.2.3 Automação flexível

A automação 󿬂exível é uma solução de compromisso entre a automação 󿬁xa e a programável,


ou seja, possui algumas características de ambas. No caso da indústria automobilística,
automobilística, por exemplo,
exemplo,
mesma linha de produção pode ser utilizada para abricar dierentes
dierentes modelos de veículos.
Uma característica importante desse tipo de automação é que o tempo entre a troca de
produção de um tipo de produto para outro deve ser pequeno. Ou seja, não se deve perder muito
tempo nessa operação. Portanto, essa é a característica que a dierencia da automação programável.
É usada em sistemas 󿬂exíveis de manuatura, os quais são sempre controlados por um siste-
sis te-
 ma computadorizado. A sequência de operações e os demais procedimentos necessários devem ser
ma
programados, utilizando-se uma linguagem adequada. Cada máquina da produção recebe con󿬁 con 󿬁-
gurações
gurações e instruções do computador, que automaticamente carrega ou descarrega as erramentas
erramentas
necessárias e realiza as instruções de processamento. Após o processamento, os produtos
produtos são auto-
maticamente transeridos para a próxima máquina. A automação 󿬂exível normalmente
normal mente é utilizada
utilizada
em uma produção, na qual há uma grande variedade de produto e o volume de trabalho é de médio
a baixo. Em razão das características de programação e adaptabilidade, vários produtos dierentes
podem ser abricados, mesmo em pequenos lotes e, até mesmo, uma única peça ou produto.

18 Elementos de Automação
 

A Figura 1.1 ilustra a relação entre a capacidade de produção e a variedade de produtos, con-
con-
orme o tipo de automação.
Variedade
de produtos

 Automação
flexível

 Automação
programável

 Automação
fixa

Quantidade
produzida

Figura 1.1 - Relação


- Relação entre a quantidade produzida e a variedade de produtos conorme o tipo de automação.

1.2.4 Automação integrada


É a automação completa de uma ábrica, com todos os processos uncionando sob o con-
trole de um sistema de inormação, que integra as dierentes áreas. Pode incluir tecnologias, como
Computer Aided Design (CAD), Planejamento e Controle da Produção (PCP), Manuatura Integrada
por Computador (CIM), máquinas de controle numérico e sistemas de movimentação de materiais
automatizados, como robôs e guindastes transportadores. Em outras palavras, simboliza a integração
total de processos e gestão de operações com tecnologias de inormação e comunicação.
Como pode ser percebido, a complexidade dos sistemas de automação aumentam do escopo
de automação 󿬁xa para CIM. O grau de automação necessário para determinada instalação
industrial depende das especi󿬁cações de abricação e montagem, das condições de trabalho,
da pressão da concorrência, das exigências dos custos da mão de obra. É preciso lembrar que o
investimento em automação deve ser justi󿬁cado pelo consequente aumento na lucratividade.
Para exempli󿬁car, são apresentados a seguir os contextos mais apropriados para utilização da
automação 󿬁xa e 󿬂exível.
A automação 󿬁xa é apropriada nas seguintes circunstâncias:
»  Baixa variabilidade no tipo de produto, seja no tamanho, na orma ou no número de
peças e materiais que o compõe.
»  Demanda previsível e estável, de maneira que a exigência de capacidade de produção
também seja.
»  Alto volume de produção desejado por unidade de tempo.
»  Baixo custo de implantação.

Introdução à Automação 19
 

A automação 󿬂exível é indicada nas seguintes situações:


»  Variabilidade signi󿬁cativa no tipo de produto. Uma mesma linha de produção é utilizada
para abricar produtos que podem ser ormados pela combinação de dierentes partes
(produção personalizada).
»  O ciclo de vida do produto é curto, o que exige atualizações requentes do modelo, mu-
dando suas características.
»
Os volumes de produção são moderados e a demanda não é totalmente previsível.
1.2.4.1 CIM
A automação integrada também é conhecida por manuatura integrada por computador ou
CIM   (Computer Integrated Manufacturing ).
CIM ). É a integração da área de produção com as demais
áreas da ábrica. Trata-se praticamente de uma necessidade das empresas hoje, já que o processo de
decisão é menos sujeito a erros quanto mais inormações se tem sobre um assunto. Alguns termos
aparecem quando se ala de controle integrado da manuatura: CAD, CAM, CAE e CNC. A seguir,
uma breve descrição de cada uma dessas siglas.

1.2.4.2 CAD

Desenho auxiliado por computador ou


computador ou CAD  (Computer Aided Design) é a designação genérica
CAD (C
dos sofwares utilizados por dierentes áreas, como engenharia e arquitetura, a 󿬁m de acilitar o
desenho técnico dos projetos. O termo design pode também ser traduzido como “projeto”. No en-
tanto, embora existam alguns sofwares que realmente auxiliem a azer o projeto, a maioria se limita
a auxiliar na conecção do desenho ou diagrama, 󿬁cando o projeto por conta do operador.
Podemos utilizar essa categoria de sofwares, por exemplo, para azer o desenho esquemático
de um circuito eletrônico, bem como o projeto do layout  da
  da sua placa de circuito impresso, veja as
Figuras 1.2 e 1.3.
   3
   1
   0
   2
 ,
   B
   C
   P
   E
   E
   R
   F

Figura 1.2 - Exemplo


- Exemplo de projeto de circuito
impresso com utilização do CAD.
20 Elementos de Automação

   3
   1
   0
   2
 ,
   T
   F
   O
   S
   E
   E
   R
   F
   C
   I
   T
   A
   T
   S

Figura 1.3 - Exemplo


- Exemplo de CAD utilizado em eletrônica.

Existem dezenas de sofwares CAD especí󿬁cos para cada tipo de aplicação. Entre eles, po-
demos citar: Autocad, SolidWorks, Google SketchUp, Blender 3D, 3D Studio Max etc.

Amplie seus conhecimentos

1.2.4.3 CNC
O Controle numérico computadorizado  ou CNC
CNC   (Computer Numeric Control ) utiliza um
código especí󿬁co, chamado de código G, para posicionar no espaço, simultaneamente, os vários
eixos de uma máquina. Esse controle é bastante utilizado em centros de usinagem, para o con-
trole de tornos.

1.2.4.4 CAM
Manuatura auxiliada por computador 
computador  ou CAM
CAM   (Computer Aided Manufacturing ).). Trata-se de
equipamentos capazes de abricar determinado produto a partir do recebimento de um arquivo
transerido por um sistema CAD. Por exemplo: para se abricar Placas de Circuito Impresso
(PCI), são transeridos arquivos, chamados de Gerber, utilizados para posicionar a uradeira exa-
tamente sobre
to a orealizar
equipamento
equipamen local aa ser urado.
troca automáTambém
automática pode indicar
tica das brocas quandoqual o diâmetro
necessário, vejados uros,1.4.
a Figura o que leva o
Introdução à Automação 21

   4
   1
   0
   2
 ,
   D
   N
   A
   L
   O
   R
 .
   M
   A
   C

Figura 1.4 - Sofware


- Sofware de programação de um sistema.

1.2.4.5 CAE
Engenharia auxiliada por computador 
computador  ou CAE
CAE   (Computer Aided Engineering ) são sofwares
que azem cálculos especializados de engenharia. Eles são utilizados para análise e simulação de
materiais ou processos. Um exemplo bastante comum na engenharia mecânica (e mecatrônica)
é seu uso para análise estrutural de elementos de máquinas, com utilização do Método por Ele-
mentos Finitos (MEF). Outras aplicações incluem a análise de escoamento de 󿬂uidos, a simulação de
esorços em estruturas mecânicas etc.

1.3 Arquitetura da automação industrial


Dirigir uma organização, nos dias atuais, é um grande desa󿬁o. A quantidade de dados e inor-
mações gerados nas diversas áreas ao longo do processo produtivo é muito extensa. Tomar de-
cisões a partir dessa enorme quantidade de dados sem o auxílio de erramentas da Tecnologia da
Inormação e Comunicação (TIC (TIC)) é praticamente impossível. Assim, as empresas normalmente
estruturam seus sistemas de orma que possam obter inormações úteis de todas as áreas.
Embora cada empresa seja única em suas características, algumas boas práticas estabelecem
um conjunto comum mínimo essencial para todas elas. Um termo bastante diundido na literatura
é “pirâmide da automação”. Trata-se de uma abstração cujo objetivo é acilitar o entendimento do
papel desempenhado por cada nível de atividade interna. Para tanto, é comum utilizar o conceito
de camadas. Ou seja, dividem-se logicamente as operações típicas de um ambiente automatizado de
acordo com o papel principal de cada uma. Alguns autores dividem a pirâmide da automação em
quatro níveis, enquanto outros a segmentam em cinco. Essa arbitrariedade se justi󿬁ca porque os
limites de separação são muito tênues e dependem da estrutura organizacional de cada empresa.
22 Elementos de Automação

O entendimento das unções das camadas permite que se amplie o modelo e se aça generalizações
quando necessário. Uma possível representação é mostrada na Figura 1.5.

ERP

PIMS/MES

CLP/Supervisório

Rede de campo

Figura 1.5 - Pirâmide


- Pirâmide da automação em quatro camadas.

madas.A No
seguir serãodedescritos
intuito associar brevemente os termos
essas camadas com osutilizados
elementose do
as unções
mundo de cada
real, seráuma das ca-
caa-
utilizada
Figura 1.6.

Sistemas gerenciais (MES, ERP)

Terceira camada

Supervisório (SCADA)
CLP

Segunda camada

Primeira camada

Sensores, transmissores e atuadores

Figura
Figura 1.6 - Camadas
- Camadas típicas de automação em uma indústria.

No nível mais baixo temos as redes de campo. Nesse nível encontramos os instrumentos e os
equipamentos que estão instalados diretamente na linha de produção. Temos, por exemplo, os mo- mo-
tores; as bombas hidráulicas; as válvulas de contro
controle
le e os transmissores de temperatura, pressão e nível.
Poderíamos generalizar essa camada como a de sensores, transmissores e atuadores. Normal Nor malmente
mente
Introdução à Automação 23

esses equipamentos uncionam integrados e se comunicam por meio de uma rede de comunicação
a um dispositivo controlador, que tem a 󿬁nalidade de orquestrar os elementos constituintes do pro-
cesso e tomar as ações necessárias para seu bom uncionamento.
uncionamento.
O segundo nível é o de controle e supervisão. Modernamente os controladores trabalham
com um sistema de aquisição de dados e de supervisão. Nesse nível encontramos elementos como o
Controlador Lógico Programável (CLP
(CLP)) e os sistemas SCADA - sobre os quais será eita uma breve

descrição a seguir.
O Controlador Lógico Programável (CLP (CLP),
), ou Programmable Logic Controller   (PLC
PLC),
), é um
equipamento
equi pamento eletrônico, que utiliza internamente microprocessadores, a 󿬁m de executar uma progra-
progra -
mação especialmente desenvolvida para cada caso. O CLP comanda o acionamento de equipamentos
equipamen tos
e dispositivos, baseado na lógica implementada no seu programa e nos sinais externos recebidos
recebidos da
máquina ou do processo. Maiores detalhes sobre o assunto serão ornecidos posteriormente.
Os sistemas SCADA (Supervisory Control And Data Acquisition), ou Controle Supervisório
e Aquisição de Dados, é um aplicativo computacional dedicado, o qual permite que dispositivos,
equipamentos
equipamentos e máquinas sejam controlados e monitorados a distância. Tais sistemas possuem re-
cursos que possibilitam reproduzir, na tela grá󿬁ca do computador, a situação dos equipamentos e
dos instrumentos espalhados pela planta em determinado instante. Pode-se, por exemplo, identi-
󿬁car se um motor está ligado ou desligado, observando-se a mudança de cor do ícone grá󿬁co corres-
corres-
pondente a ele. Esse mesmo motor também pode ser ligado e desligado por meio de um botão vir-
tual existente na tela do supervisório. Da mesma orma, pode-se alterar acilmente o valor desejado
para determinada variável do processo (setpoints), por exemplo o valor da temperatura, por meio
da edição de um compon
componente
ente virtual na tela, o qual pode ser uma simulação de um potenciô
ciômetro
metro
analógico ou mesmo um campo para inserção do valor numérico pelo operador.
operador.
Na terceira camada, temos os sistemas PIMS e MES.
Os sistemas MES ( Manufactu
 Manufacturing System), ou Sistemas de Execução da Manuatura,
ring Execution System
têm como principal 󿬁nalidade gerenciar as diversas ontes de inormações de produção e centralizá-
-las em um único sistema. Seu principal papel é o de transormar dados de processo em inormações
mais valiosas, as quais serão utilizadas pelos gestores do sistema para decisões e direcionamentos.
direcionamentos.
PIMS é a abreviação de Process Information Management Systems, que pode ser traduzido
como Sistemas de Gerenciamento de Inormações do Processo. Sua 󿬁nalidade é registrar e classi󿬁car
os dados coletados de toda a planta industrial. É uma erramenta poderosa para os administradores
do processo, porque possibilita gerar uma visão global de toda a planta industrial. Normalmente
possui erramentas que permitem analisar os dados a partir de múltiplas visões. Por exemplo,
exemplo, podem
ser gerados diversos tipos de grá󿬁cos, tabelas, agrupamento de dados de orma 󿬂exível etc. Com a
evolução da tecnologia, atualmente alguns sistemas possibilitam, inclusive, visualizar os dados em
tempo real, além da série histórica. Resumindo, é uma erramenta que permite otimizar o processo
industrial. Maiores
Maiores detalhes podem
po dem ser obtidos em Seixas Filho, 2013.
No nível mais alto da organização, encontramos normalmente os sistemas ERP, abreviação de
Enterprise
Trata-se deResource
sistemasPlanning 
, que pode
desenvolvidos ser integrar
para traduzidoascomo Planejamento
inormações dos Recursos
dos diversos da Empresa.
departamentos da
24 Elementos de Automação

empresa. Normalmente são interligados nesse sistema os seguintes departamentos: contabilidade,


󿬁nanceiro, RH, produção e vendas, entre outros. É uma poderosa erramenta utilizada pelos
dirigentes da empresa na hora de tomar decisões, porque possibilita uma visão global dela. Dessa
orma, os sistemas de produção passaram a ser integrados aos ERPs, porque, para se planejarem
 vendas, compr
compras,
as, estoques de matérias-primas
matérias-primas,, logística etc., é desejável que as inormações da
produção provenham diretamente dos sistemas industriais.

1.4 Vantagens e desvantagens da automação


As principais vantagens da automação são:
»  Substituir o trabalhador humano em tareas tediosas.
Substituir
» Evitar que pessoas arrisquem a saúde ou a vida em ambientes perigosos, como usinas
nucleares,
nu cleares, trabalhos sobre a água em grande proundidade, ornos de undição e assim
por diante.
» Manipular cargas muito pesadas e/ou de grandes dimensões e excessivamente quentes ou
rias, as quais poderiam pôr
p ôr em risco a integridade ísica de trabalhadores.
» Realizar tareas com muito maior velocidade que um humano seria capaz.
»  Desenvolvimento econômico por meio de maior produtividade e e󿬁ciência.
As principais desvantagens são:
»  Alto custo inicial de implantação.
» Limite tecnológico - a tecnologia ainda não permite que todas as tareas sejam automatizadas.
automatizadas.

1.5 A automação gera desemprego?


O grande avanço da automação industrial levanta questões sociais, entre elas o impacto sobre
o emprego. À primeira vista, pode parecer que a automação desvaloriza o trabalhador, porque o
substitui por máquinas mais baratas. No entanto, o eeito global da automação no mercado de tra-
balho ainda não está totalmente compreendido.
Historicamente, essa preocupação remonta ao início da Revolução Industrial. No início de 1800,
surgiu um movimento social na Inglaterra, realizado por operadores de máquinas têxteis, os quais
protestavam contra as tecelagens que estavam automatizando suas máquinas de tear. Eles chegaram
a destruir várias máquinas têxteis porque sentiam que elas ameaçavam seus empregos. De ato,
quando a automação oi introduzida, houve um medo generalizado. Pensou-se que a substituição
substi tuição
dos operadores humanos por sistemas automatizados levaria a uma situação de grave desemprego.
Ainda hoje o tema é bastante polêmico. Basta surgir uma pequena crise econômica para que
ele volte à discussão. Durante a década de 1980, por exemplo, esse tema oi muito debatido. Nessa
época o mundo enrentou uma recessão, que levou a uma onda de desemprego. Os críticos da

automação a󿬁rmavam
semprego. Por que os
outro lado, o aumento
deensoresdadaautomação
automaçãoindustrial
a󿬁rmavam eraoa contrário,
causa do crescimento
ou seja, que do de-
o nível
Introdução à Automação 25

de emprego havia ampliado em virtude da automação e que isso tinha acontecido de orma invisível
nos últimos anos. O argumento deles era que os postos de trabalho em que ocorreram substituição
de trabalhadores humanos por máquinas, nos Estados Unidos, oi compensado por um aumento
maciço de empregos em áreas como a tecnologia da inormação nesse mesmo período.
Alguns autores deendem que a automação gera a transormação de empregos. Ou seja, o
datilógrao passa a ser digitador, o condutor de carroças passa a ser motorista de veículos motori-

zados e assim por diante.


Outros,, que os empreg
Outros empregos
os só estarão disponíveis para quem tiver alguma ormação especial que
o quali󿬁que para o trabalho. A premissa é que os trabalhadores menos quali󿬁cados são substituídos
por outros mais quali󿬁cados. Assim, os pro󿬁ssionais com maior nível de escolaridade teriam van-
tagem ao ocupar os postos de trabalho. De ato, o aumento da quali󿬁cação gera a oportunidade de
melhores cargos e salários. No entanto, isso não signi󿬁ca que só existam empregos aos pro󿬁ssionais
com maior nível de escolaridade. Na maioria das nações que possuem uma indústria desenvolvida
em automação, existem vagas tanto para os postos de trabalho mais quali󿬁cados quanto para os
menos quali󿬁cados. Aliás, chegou mesmo a altar mão de obra não quali󿬁cada. Esse enômeno oi
uma realidade no Japão em décadas passadas, quando houve importação de mão de obra não espe-
cializada vinda de vários países do mundo
mundo,, incluindo o Brasil.

meio Inegavelmente
do terminal deaautoatendimento
automação geroubancário,
mais conorto e comodidade
do pagamento para pela
de contas a maioria de nós,
internet, por-
de equi-
equi
pamentos domésticos, de carros etc. Tudo parece indicar que o nível de emprego está muito mais
relacionado às condições macroeconômicas do que ao nível de automação. Se as pessoas aumentam
sua renda, podem comprar mais e passam a consumir os mais dierentes produtos e serviços. A 󿬁m
de atender a essa demanda, as empresas precisam produzir mais e contratar mais, levando a um
círculo virtuoso. O ato concreto é que a automação cresce muito mais rapidamente que a população.
Se a automação osse a maior causa de desemprego, certamente pouca gente estaria trabalhando
nos dias atuais. Aliás, as indústrias continuam contratando operários, vendedores, analistas, se-se -
cretárias, motoristas, seguranças e, claro, pro󿬁ssionais da automação: técnicos, tecnólogos, enge-
enge -
nheiros e outros.

Vamos recapitular?

Neste capítulo, vimos que os sistemas de controle automático azem parte do nosso dia a dia, já
que a automação está presente em praticamente todas as atividades humanas. Aprendemos os tipos de
automação
au tomação rígida, programável, 󿬂exível e integrada, sendo cada uma delas mais adequada para uma de-
de-
terminada aplicação. Vimos também que a arquitetura dos sistemas de automação pode ser classi󿬁cada
em várias camadas, sendo a mais baixa o chão de ábrica e a mais alta o sistema integrado de gestão da
empresa. Além disso, discutimos as vantagens e as desvantagens da automação, bem como sua relação
com o nível de emprego.
26 Elementos de Automação

gora é com você!

1) Cite dois exemplos de controle automático e justi󿬁que por que eles são automáticos.
2) O que é automação?

3) A automação permite substituir o trabalho humano por:


a) animais;
b) escravos;
c) energia;
d) máquinas.
4) Uma das razões que levam as empresas a automatizarem seus processos é:
a) reduzir a produtividade;
b) aumentar os custos de produção;
c) reduzir a qualidade;
d) aumenta
aumentarr a e󿬁ciência.
5) Durante uma visita técnica a uma indústria, como você pode identi󿬁car o tipo de
automação que prevalece nela?
6) Para que tipo de ábrica você recomendaria a produção integrada por computador e
por quê?
7) Que tipo de autom
automação
ação você recomendaria para a abricação:
a) de lâmpadas;
b) de vestuário;
c) de malharia;
d) de cimento;
e) grá󿬁ca;
) de remédios;
g) de brinquedos.
8) A principal característica de um sistema de automação rígida é:
a) Alterar sua lógica de uncionamento é muito ácil e rápido.
b) É versátil, porque permite que as alterações sejam eitas via sofware.
c) É produzido para um propósito especí󿬁co e não pode ser alterado acilmente.
Introdução à Automação 27

9) Os CLPs são dispositivos eletrônicos que:


a) São os mais utilizados para a auto
automação
mação rígida.
b) São os mais utilizados para a automação programável.
c) Só podem ser utilizados em indústrias multinacionais de grande porte.
10) Pode-se alterar a sequência lógica de operações executadas pelos CLPs, modi󿬁cando-se:

a) 󿬁sicamente seus circuitos eletrônicos;


b) as conexões dos dispositivos ligados a ele;
c) seu sofware.
11) Qual a sua opinião sobre os eeitos da automação sobre o nível de emprego?
28 Elementos de Automação

Sistemas de
Controle 2
Para começar

Este capítulo tem a 󿬁nalidade de fornecer os conceitos básicos necessários para que o leitor
adquira a capacidade de interpretar e analisar malhas de sistemas de controle.
O objetivo principal é apresentar, de forma muito breve e resumida, os elementos básicos consti-
consti-
tuintes desse tipo de sistema, fornecendo uma visão geral de como os sensores, os controladores e os
atuadores estão inter-relacionados.
As informações apresentadas são a base necessária para entender os conceitos que serão apresen-
tados nos próximos capítulos.
capítulos.

2.1 Conceito
Para se trabalhar com automação, é necessário conhecer pelo menos alguns conceitos básicos
utilizados na área. O que é um sistema de controle, os principais tipos e o princípio de funciona-
mento são as principais questões a serem avaliadas.
Inicialmente gostaria de fazer uma ressalva e dizer que este é um texto introdutório e não
tem a pretensão de apresentar tudo o que há sobre o assunto, principalmente porque não é o foco
deste livro. A área de controle de processos é bastante extensa, e muito estudo é necessário para sua
completa compreensão. No decorrer do texto, serão vistos somente os elementos essenciais. Para se
conhecer mais sobre o assunto ou para um estudo mais aprofundado,
aprofundado, sugerimos algumas referênc
referências
ias
ao 󿬁nal do livro.
29

As seções a seguir tentam responder as perguntas: O que é controle? Quais os tipos? Quais os
componentes básicos? Quando utilizar? Como funciona?

2.1.1 Controle manual

O controle manual caracteriza-se pela dependência das


ações realizadas por um ser humano. Vamos ilustrar com um
processo bastante comum: tomar banho com chuveiro elétrico,
na Figura 2.1.
Cada um tem sua preferência sobre qual deve ser a tem-
tem -
peratura ideal da água. Uns preferem a água mais quente que
outros. E como regulamos a temperatura do nosso banho?
Abrindo ou fechando a válvula de 󿬂uxo de água que vai para
o chuveiro. Esse é um exemplo de uma estratégia de controle, Figura 2.1 - Exemplo
- Exemplo de controle manual.
chamado de “realimentado” ou em “malha fechada”, o qual
será estudado
estudado com maiores detalhes no decorrer deste capítulo. Por enquanto, devemos notar al-
gumas características desse tipo de controle. Primeiro, o ser humano de󿬁ne qual a temperatura
da água que deseja. Depois disso, atua sobre a válvula até que a temperatura 󿬁que próxima da

desejável.
temperaturaPara
de saber
saída qual açãoe tomar
da água (abrir
comparar comouafechar maisPortanto,
desejada. a válvula),
esseo tipo
operador deve “sentir”
de controle dependea
fundamentalmente da presença de três elementos: sensor, controlador e atuador. Nesse caso, o sen-
sor corresponde à temperatura sentida na pele; a função de controlador é executada pelas funções
cognitivas cerebrais, que decidem o que deve ser feito; os braços executam os comandos enviados
pelo cérebro para abrir ou fechar mais a válvula, agindo como atuadores.
De forma geral, a arquitetura desse tipo de controle é ilustrada na Figura 2.2.

Controlador 

Sensor   Atuador 

Processo

Figura 2.2 - Arquitetura


- Arquitetura típica de um sistema de controle em malha fechada.

Outro exemplo é o controle de velocidade de um veículo. Imaginemos que um motorista


deseja viajar na velocidade máxima legalmente permitida em uma rodovia e o carro dele não dispõe
30 Elementos de Automação

de um controle automático de velocidade. A 󿬁m de manter relativamente constante a velocidade do


 veículo, ele deve observar o valor dela no painel e usar o pedal de aceleração para controlá-la.
controlá-la.
Podemos então de󿬁nir o controle manual
manual   como aquele em que são utilizadas ações huma-
nas, para manter determinada grandeza física de um sistema o mais próximo possível de um prede -
terminado valor de referência.

2.1.2 Controle automático


Se o controle manual é caracterizado pelo uso das mãos, então quais serão as características
que de󿬁nem um sistema de controle automático?
automático?
O termo automático
automático deriva
 deriva da palavra grega automatos, que signi󿬁ca agir por sua própria von-
tade. Tal termo é utilizado no intuito de designar elementos capazes de realizar ações prede󿬁nidas,
sem a necessidade da intervenção humana.
Esse conceito é bastante fácil de compreender, porque, em nosso dia a dia, utilizamos uma
grande quantidade de dispositivos automáticos. Um exemplo simples de controle automático é a
boia das caixas-d’água, ilustrada na Figura 2.3.
Nível baixo Nível alto

 Água  Água
proveniente proveniente
do hidrômetro do hidrômetro

 Água para  Água para


residência residência

Figura 2.3 - A


- A boia representando um elemento de controle automático.

Seu princípio de funcionamento é simples. Quando se detecta que o nível está abaixo de certo
 valor,, uma válvula é aberta para permitir a entrada da água de uma fonte externa. Quando o nível
 valor
atinge o limite máximo, a válvula é fechada, a 󿬁m de evitar que a água transborde. Assim, a boia
provê um sistema de controle automático, capaz de manter o reservatório sempre abastecido, sem
que precisemos que nos preocupar com isso. Dessa maneira, é graças a um controle automático que,
quando precisamos de água, basta abrir a torneira.
Então, uma possível de󿬁nição de automação é: executar as ações necessárias para que um
equipamento, uma máquina, um processo ou um sistema funcione de maneira autônoma ou com o
mínimo de intervenção humana.
Podemos então dizer que, quando instalamos uma boia, realizamos uma automação.
automação.
Embora um controle automático não precise ser necessariamente
necessariamente eletrônico, como visto no
exemplo anterior, ele o é na maioria das vezes. Isso porque os avanços da eletrôni
eletrônica
ca e da computação
tornaram essas tecnologias mais poderosas e com um preço bastante acessível, o que viabi
via bilizou
lizou seu
Sistemas de Controle 31

uso para a automação de sistemas dos mais diferentes


diferen tes tamanhos e complexidade. Tanto que, nos
dias atuais, estamos mais acostumados com os sistemas automatizados
automatizados do que com os manuais.
Praticamente todos os equipamentos que estão ao nosso redor, como ar condicionado, geladeira,
carro, eletro
eletrodo
domésticos
mésticos etc., possuem algum tipo de controle automático
auto mático baseado na eletrônica.
Voltando ao nosso exemplo, como poderíamos cons-
truir um sistema de controle automático que controlasse a
 Atuador Controlador  Sensor 

temperatura da água do chuveiro?


Bem, já aprendemos que para isso é necessário inse-
inse-
rir no sistema três elementos: sensor, controlador e atuador.
Mas como eles são interligados? A Figura 2.4 mostra uma
possível solução.
Vamos começar de󿬁nindo um termo que será muito
utilizado: “variável”. Uma variável representa
representa uma gran-
gran-
deza física (temperatura, pressão, velocidade, vazão etc.)
do sistema que se quer controlar
controlar e que pode ser alterada. A
temperatura do chuveiro do nosso exemplo é uma variável,
pois seu valor pode ser alterado. A vazão é outro exemplo,
pois pode ser controlada pela abertura ou pelo fechamento
fe chamento Figura
Fi
um gura 2.4 - Possível
sistema - Possível construção
de controle de
automático
da válvula. Não se pode (nem se deseja) controlar uma
para o chuveiro elétrico.
grandeza física cujo valor é constante.

2.2 Malha fechada

Foi dito que o exemplo do controle da temperatura da água do chuveiro é um exemplo de


sistema de controle em malha fechada ou realimentado. Mas o que vem a ser isso?

2.2.1 Sistemas realimentados

Diz-se que um sistema de controle é realimentado ou opera em malha fechada quando o valor
da variável utilizada para controlar o sistema depende diretamente da medida de uma variável de
saída desse mesmo sistema. Assim, o valor da entrada é uma função da quantidade da saída, e este
é uma função do valor da entrada. Vamos dizer isso de maneira menos formal, porém mais fácil de
entender: vou abrir a válvula (controle da entrada do sistema) de acordo com a temperatura da água
que estou percebendo (saída do sistema).
Podemos ainda de󿬁nir de outra forma: um sistema de controle é realimentado ou opera em
malha fechada quando a decisão de controle em determinado instante é in󿬂uenciada pelo conheci-
mento do valor (ou estado atual) da variável que está sendo controlada naquele mesmo instante.
Os sensores são os elementos que tornam isso possível, porque têm a função de enviar ao con -
trolador o valor medido da variável de interesse.

Na Figura 2.5, pode ser vista uma maneira tradicional de se representar gra󿬁camente um
sistema realimentado. Esse diagrama será detalhado a seguir.
32 Elementos de Automação

Distúrbio
Variável controlada

Setpoint  Diferença ou erro Variável manipulada

  (+)
(+)
 Ações de
  Atuador  Processo
controle (+)
(–)
Realimentação Somador 

Sensor 

Controlador 

Figura 2.5 - Diagrama


- Diagrama de um sistema de controle em malha fechada.

2.2.2 Processo
Esse termo é utilizado neste livro no intuito de designar o sistema que será objeto da ação do
sistema de controle, ou seja, aquilo que vai ser controlado.
controlado.
A palavra processo pode designar indistintamente um processo químico, de manufatura, uma
máquina ou um equipamento ou mesmo uma fábrica inteira. Se o objeto de estudo for um processo
químico, estaremos normalmente interessados em controlar as variáveis típicas desse tipo de pro-
cesso, como temperatura, vazão, pressão e níveis de tanques.

Alguns
palavra inglesaautores
 plant , utilizam, para essa
a qual também mesma
poderia ser󿬁nalidade,
traduzida ocomo
termofábrica,
“planta”, que tem
indústria ou origem na
instalação
industrial. Trata-se de uma palavra amplamente utilizada na teoria de controle, porque os primeiros
sistemas tiveram origem nesses ambient
ambientes.
es.

2.2.3 Setpoint 
O objetivo principal de um sistema de controle automático é manter determinada grandeza
física dentro de uma faixa predeterminada de valores. O termo, de origem inglesa, setpoint  corres-
  corres-
ponde ao valor que um sistema de controle automático tentará manter para determinada variá vel.
variá vel.
O setpoint  também
  também é chamado de variável de referência ou ponto de operação desejado do sistema.
Quando programamos um sistema de ar condicionado para que a temperatura ambiente 󿬁que

em torno de 23 ºC, por exemplo, estamos informando ao sistema de controle que ele deve tomar
Sistemas de Controle 33

as ações necessárias a 󿬁m de manter o ambiente nessa temperatura. Em outras palavras, estamos


de󿬁nindo o setpoint  de
 de operação do ar condicionado.

2.2.4 Variável controlada


A variável controlada é aquela que o sistema de controle tenta manter constante. No nosso
exemplo, desejamos que a temperatura da água tenha determinado valor. Nesse caso, a variável
controlada é a temperat
temperatura.
ura.

2.2.5 Variável manipulada


A variável manipulada, também conhecida como variável
como  variável de contro
controle
le,, é aquela sobre a qual o
controladorr automático atua
controlado atua a 󿬁m de manter a variável controlada no valor desejado.
No exemplo do chuveiro elétrico, tentamos controlar a temperatura da água por meio da
 variação de seu 󿬂uxo. Portanto
Portanto,, nesse caso, a vazão é a variável manipulada.
A variável manipulada está presente na entrada do processo e determina qual deve ser o tipo
do elemento 󿬁nal de
d e controle.

Imaginemos o seguinte cenário: um controlador eletrônico é utilizado para monitorar a vazão


de determinada tubulação. O controlador envia uma corrente elétrica que pode variar de 4 mA (vál-
 vula fechada) até 20 mA (válvula totalmente aberta), com possibilidade de enviar qualquer valor
entre esses limites. O objetivo é controlar a abertura da válvula que pode ser, em determinado ins-
tante, qualquer valor entre 0% e 100%. Porém, o elemento 󿬁nal de controle é uma válvula com atua-
dor pneumático. Então é instalado um conversor de corrente/pressão, o qual estabelece uma relação
tal que 4 mA de corrente equivale a 3 psi de pressão, e 20 mA, a 15 psi. Para controlar a abertura
da válvula, utilizamos corrente na saída do controlador e pressão na entrada da válvula. Qual é
a variável manipulada? Corrente ou pressão? Você acertou se disse que não é nenhuma das duas.
A variável manipulada é a vazão do 󿬂uido que passa através da válvula. Ela é de fato quem altera a
entrada do sistema que está sendo controlado.
controlado.

2.2.6 Variável secundária


Com exceção das variáveis controlada e manipulada, todas as demais são consideradas variá-
 veis secundárias.

2.2.7 Variável de carga


É aquela que, ao mudar de valor, pode afetar a medida da variável controlada. No nosso
exemplo,, a temperatura inicial da água é uma variável de carga.
exemplo

2.2.8 Distúrbio

Se uma variável de carga altera seu valor, ela gera um distúrbio. O controlador automático
deverá absorver a 󿬂utuação e manter a variável controlada
controlada no ponto
p onto de operação desejado.
34 Elementos de Automação

2.2.8.1 Distúrbio da alimentação


É uma mudança da quantidade de energia ou material na entrada entrada   do processo, que afeta a
 variável controlada.
controlada. No caso do chuveiro,
chuveiro, isso ocorre se a água de entrada
entrada 󿬁car mais fria.

2.2.8.2 Distúrbio de demanda


É uma mudança da quantidade de energia ou material na saída
saída   do processo, o que afeta a
 variável controlada.
controlada. É o que acontece,
acontece, por exemplo,
exemplo, ao colocarmos um alimento quente
quente na geladeira.

2.2.8.3 Distúrbio da variável de referência


Quando alteramos o valor de referência desejado, o sistema tem de tomar as ações necessárias
para atingir esse novo ponto
p onto de operação.

2.2.9 Ações de controle


O controlador toma decisões com base em duas informações: o valor desejado ( setpoint ) e o
da variável controlada naquele instante. Ele faz uma subtração desses dois valores e utiliza a eventual
diferença para tomar as ações necessárias, a 󿬁m de que a variável controlada volte para o valor dese-

 jado.
não é Se não houver
necessário diferença,
realizar é porque
qualquer ação. o valor da variável controlada
controlada é igual ao valor de referência e

2.3 Malha aberta


O controle em malha aberta tem por característica não utilizar medições da variável con- con-
trolada do sistema. Espera-se que as operações realizadas sejam sempre su󿬁cientes para produzir
o resultado esperado. Um exemplo desse tipo de
d e controle é a máquina automática de lavar roupas. O
produto desejado é a roupa limpa ao 󿬁nal do processo. Roupa limpa é um critério, até certo ponto,
subjetivo.. Implementar um sistema em malha fechada, a 󿬁m de testar se a roupa está limpa, não deve
subjetivo
ser nada fácil. Os fabricantes desse tipo de máquina realizam uma série de experiências, visando
determinar quais parâmetros são adequados para que a roupa saia limpa ao 󿬁nal do processo.
Quanto tempo de agitação e molho a roupa deve ter, quantas vezes a operação deve ser repetida,
qual a quantidade de sabão e de água e assim por diante.
Essas máquinas normalmente possuem botões ou um painel de controle que permitem
ao usuário ajustar alguns desses parâmetros, conforme sua preferência. Se os ajustes foram corre-
corre-
tamente programados,
programados, espera-se que a roupa saia limpa.
Isso mostra que é possível obter resultados desejados e conseguir bons resultados, utilizando-se
um sistema de controle em malha aberta.
Sistemas de Controle 35

2.4 Tipos de processo industrial


Um processo típico é mostrado na Figura 2.6.

Energia, operações

Matérias-primas
(insumos) Produtos
Processo

Entrada Saída

Figura 2.6 - Estrutura


- Estrutura típica de um processo industrial genérico.

Do ponto de vista dos sistemas industriais, o processo é aquele em que as matérias-primas se


 juntam e sofrem as transformações
transformações necessárias para gerar o produto
produto desejado. Para
Para que isso seja pos-
sível, o processo precisa receber energia e passar por várias etapas. Em cada uma delas, pode ocorrer
uma reação química, uma operação mecânica (unir diferentes peças com parafusos, rebites ou sol-
dagem, por exemplo) ou qualquer outra operação que transforme as matérias-primas recebidas na
entrada em produtos 󿬁nais que serão obtidos na saída.
Na maioria das vezes, existem processos dentro de processos. Por exemplo, uma fábrica de sabão
sa bão
pode ser considerada um processo, porque recebe insumos na sua entrada e entrega o sabão pronto.
Porém, dentro da fábrica, é muito provável que existam vários processos, um para dosagem e con-
trole de matérias-primas, outro para embalar o produto 󿬁nal e assim por diante. Normalmente dife-
rentes variáveis devem ser controladas, como temperatura e nível de tanque, ou seja, existem várias
malhas de controle, e cada uma destas pode ser
s er considerada um processo.
Sob o ponto de vista do tempo e do tipo de operação envolvido, o processo pode ser classi-
classi-

󿬁cado em contínuo
contínuo,, batelada, discreto
dis creto e de manufat
manufatura.
ura.
2.4.1 Processo contínuo
O processo é contínuo quando as mesmas matérias-primas entram continuamente nele e o pro-pro-
duto 󿬁nal que sai é sempre o mesmo. A maioria das indústrias químicas, siderúrgicas e de petróleo e
seus derivados normalmente possui vários processos contínuos.
Existem muitas formas de se fazer o controle desses processos, os quais normalmente são os
mais complexos de se projetar. A estratégia mais utilizada na indústria é baseada em sistema em
malha
ma lha fechada, cujas ações de controle são fundamentadas na diferença entre o valor do setpoint  
e da variá vel control
controlada,
ada, também conhecida como sinal de erro. O valor do sinal de contro
controle
le a ser
en viado para a variável manipulada é obtido por meio de operações matemát
matemáticas
icas de propor
proporção,
ção,
integração e derivação do sinal de erro. Esse tipo de controle é conhecido como proporcional,
integral
integral e derivativo (PID
(PID).
).
36 Elementos de Automação

2.4.2 Processo em batelada (batch)


Consiste na produção de um lote de determinado produto. Por exemplo, uma empresa pode
fabricar diversos produtos diferentes e utilizar a mesma linha de produção. Esse tipo de processo é
comum nas fábricas de doces. As balas produzidas devem ter vários sabores. Então, são produzidos
 vários lotes separados, um para cada sabor
sabor.. Cada ciclo do processo de batelada pode ser considerado
um processo contínuo. A diferença é que deve ser parado e recon󿬁gurado toda vez que se vai pro-
duzir um novo lote. Outra característica é que o tempo envolvido deve ser relativamente pequeno,
medido em minutos ou horas.
Preparar um bolo em casa pode ser considerado um processo em batelada. Utilizamos a mesma
fôrma e o mesmo forno para prepará-lo, porém os ingredientes e a receita nem sempre serão os
mesmos. Quem está preparando o bolo tem normalmente de realizar as operações de controle do pro-
cesso: ligar o forno, estabelecer a temperatura desejada ( setpoint ) e determinar o tempo máximo
máximo que o
bolo deve permanecer no forno. Em geral também precisa monitorar o processo, no intuito de veri󿬁car
se está correndo tudo bem: observar a cor do bolo, tocar, degustar, sentir o cheiro e tomar as ações
que eventualmente sejam necessárias para corrigir alguma desconformidade. Os conceitos de controle
de processo estão presentes em todas as fases, desde a entrada de matérias-primas, a combinação na
proporção correta de󿬁nida na receita, as operações de mistura, a aplicação de energia térmica para

rea
realizar
lizarproduzido,
sendo a transformação, o estabelecimento
até, 󿬁nalmente, do setpoint 
o produto esperado ser do
  do forno,naasaída
obtido inspeção de qualidade
do processo dopronto.
- o bolo que está
pronto .
Bem, se preparamos um bolo para nosso consumo é aceitável que esse controle seja manual.
No entanto, para uma indústria de bolos, seria desejável algum tipo de controle automático. Poderia
ser manual, muitas fábricas trabalham assim, mas a qualidade do produto 󿬁nal é diretamente
dependente da capacidade e da responsabilidade individual das pessoas encarregadas por controlar o
processo, o que pode não ser desejável
des ejável para uma produção em grande escala.

2.4.3 Processo discreto


O processo discreto é composto normalmente por uma sequência de operações liga-desliga.
É baseado na lógica binária, em que os estados de um equipamento ou instrumento só podem
assumir uma das duas situações: ligado ou desligado. Um sistema binário é caracterizado pela exis-
tência de apenas dois estados complementares. São exemplos: motor ligado/desligado, lâmpada
acesa/apagada, válvula totalmente aberta/fechada, pistão hidráulico atuado/em repouso. Esse tipo de
sistema é chamado de processo discreto, e o controle lógico é feito utilizando-se a teoria da lógica
binária combinacional e sequencial.

2.4.4 Processo de manufatura


A indústria automobilística é um exemplo de indústria desse tipo. Ela recebe sua matéria-
-prima sob a forma de componentes individuais de diversos fornecedores. Por exemplo: pneus, aro
da roda, 󿬁os e cabos, motor, bancos, sistema de freios etc. Seu processo consiste em uma série de
operações que visam integrar todos esses componentes, de forma que se obtenha um veículo como
produto 󿬁nal do processo. Trata-se de um ambiente bastante propício para a utilização de robôs
industriais, já que as operações são sempre
s empre da mesma maneira.
Sistemas de Controle 37

2.5 Elementos de automação


O exemplo do chuveiro serviu para ilustrar os conceitos básicos utilizados nos sistemas de
controle. A boa notícia é que esses conceitos podem ser aplicados à grande maioria dos sistemas
de controles contínuos
contínuos utilizados na indústria.
Já vimos que os elementos básicos de um sistema de controle são os sensores, os controladores
eapresenta
os atuadores.
r cadaCada
apresentar ummaneira
um, de desses será visto
breve, a 󿬁memde
ddetalhes nos visão
e se ter uma próximos
geral.capítulos. Por enquanto vamos

2.5.1 Sensores
Os sensores são elementos que enviam ao controlador as informações sobre o sistema. Basica-
Basica -
mente podem indicar os valores das grandezas físicas
f ísicas do processo, como temperatura, pressão, nível,
 velocidade de motor
motoreses e estados de chaves e botoeiras (acionados/pressionados) utilizados para
enviar comandos de liga/desliga.
Os sensores correspondem aos elementos ligados aos circuitos de entrada do controlador.
Dessa forma, podemos de󿬁nir que eles compõem o sistema que está sendo controlado e
têm a função de enviar algum tipo de sinal necessário para o controlador tomar as decisões.
Normalmente este vai atuar sobre algum elemento do processo, a 󿬁m de manter uma de suas va-
riáveis dentro de uma faixa de valores predeterminada. Alguns exemplos de elementos sensores
podem ser vistos na Figura 2.7.
 
  m
  o
  c
 .
   k
  c
  o
   t
  s
  r
  e
   t
   t
  u
   h
   S
   /
  o   m
   k   o
  n   c
  e  .
  s    k
  y   c
   L   o
   t
  r   s
  r
   d   e
  n    t
   t
  a   u
  s
   k    h
  e
   l    S
   /
   O   v
  o
   k
  n
  e
   h
  s
  r
  o
   K
  y
  n
  e
  g
  v
     E

Figura
Figura 2.7 - Exemplos
- Exemplos de sensores.

2.5.2 Atuadores
Quando o controlador detecta, por meio dos sensores, que alguma correção é necessária no pro -
cesso, ele atua sobre o sistema, enviando um comando para ligar ou desligar algum dispositivo cuja
󿬁nalidade é modi󿬁car alguma variável do processo. Esses dispositivos são chamados genericamente
de atuadores. Esse nome é dado para os elementos que atuam sobre o processo, ou seja, que são os
responsáveis
responsáveis por transferir alguma forma de energia. Os atuadores podem ser elétricos (motores,
resistências
resistências elétricas e solenoides), hidráulicos (válvulas, motor e pistão hidráulico), pneumáticos
(cilindros
(cilindros pneumáticos) ou, ainda, uma combinação de todos. Veja exemplos na Figura 2.8.
38 Elementos de Automação

   
  m   m
  o   o
  c
 .   c
 .
   k    k
  c   c
  o
   t   o
   t
  s
  r   s
  r
  e
   t   e
   t
   t    t
  u   u
   h    h
   S
   /    S
   /
  o   v
   k   e
   i
  n   r
   i
  e
  s   m
  y    h
   L   s
   I
  r
   d   v
  n   o
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  s   a
   k   v
   I
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   l   r
   O   a
   t
  e
   P
 
 
  m   m
  o   o
  c
 .   c
 .
   k    k
  c   c
  o
   t   o
   t
  s
  r   s
  r
  e
   t   e
   t
   t    t
  u   u
   h    h
   S
   /    S
   /
  x
   i    k
  r   c
   i
  e    N
  g _
  a    k
  y   c
  o    i
   V    N

Figura 2.8 - Exemplos


- Exemplos de atuadores.

2.5.3 Controladores
O controlador é o elemento responsável por tomar as ações necessárias, no intuito de manter
o sistema funcionando corretamente. A decisão de quando acionar algum atuador é baseada na in-
formação recebida dos sensores, no estado do processo e em suas regras especí󿬁cas. Essa lógica pode
ser implementada de várias formas, dependendo do controlador utilizado. Ela pode ser descrita, por
exemplo, por meio de instruções do programa inserido em sua memória, no caso de se estar uti-
lizando controladores eletrônicos baseados em microprocessadores. Um exemplo de controlador
pode ser visto na Figura 2.9.
  m
  o
  c
 .
   k
  c
  o
   t
  s
  r
  e
   t
   t
  u
   h
   S
   /
   2
   8
   l
  e
  m
  e

Figura 2.9 - Exemplo


- Exemplo de um controlador lógico programável (CLP
( CLP).
).
Sistemas de Controle 39

Vamos recapitular?

Neste capítulo, vimos que um sistema de controle pode ser automático ou manual e que seu
objetivo é manter uma variável de interesse próximo de certo valor. Aprendemos que um sistema de con-
trole típico em malha fechada é composto por controladores, atuadores e sensores. Notamos diversos
tipos de processo, como contínuos, discretos e em lote, e que um controle pode ser construído em malha
aberta ou fechada.

Agora é com você!

1) O que é um controle manual?


2) Qual o principal objetivo de um contro
controle
le automático?
automático?
3) Um controlador automático pode ser construído sem se utilizar a eletrônica ou com-
putadores?
4) O que caracteriza um sistema
si stema de controle em malha fechada? Cite um exemplo.
5) Como é chamada a variável que deve ser mantida o mais próximo possível de um
 valorr de referência?
 valo
6) Descreva o que são variáveis manipuladas e controladas de um processo. Elas podem
ser a mesma?
7) O que é e para que serve o setpoint ?
8) Um compressor de ar utiliza um pressostato para desligar o motor quando a
pressão do ar atinge um determinado valor? Qual é a variável manipulada? Qual é
a controlada?
9) O que signi󿬁ca o termo processo?
10) Qual a função de um controlador?
11) Qual a função de um atuador?
12) Qual a função de um sensor?
13) Desenhe um diagrama de um sistema
sis tema de controle em malha fechada.
14) O que é um distúrbio no contexto do controle
controle de processos?
15) O que caracteriza um distúrbio
d istúrbio da alimentação?

16) O que é um distúrbio da demanda?


40 Elementos de Automação

Sinais 3
Para começar

Este capítulo tem a 󿬁nalidade de apresentar os conceitos básicos de sinais, desde a captura até a
representação. Os sinais são elementos essenciais em qualquer sistema de controle. A compreensão deles
facilita o entendimento de como os diversos dispositivos podem trabalhar cooperativamente para rea-
lizar a tarefa de controle
controle..

3.1 Conceitos
Vamos começar com um exemplo simples de comunicação: uma carta. Embora seja cada vez
menos utilizada, ainda é um conceito conhecido pela maioria. Uma carta contém uma informação
que deve ser transmitida a outra pessoa. Para que a mensagem possa ser entendida pelo destinatário
(a pessoa para quem a carta deve ser enviada), a informação deve ser escrita em uma linguagem
que ele possa compreender. Não adianta uma mensagem escrita em chinês para quem só sabe ler
português, por exemplo. Para ser enviada, o correio exige que a carta esteja dentro de um envelope,
o qual deve conter o nome e o endereço do destinatário.
d estinatário. Depois ela deve ser entregue ao correio,
correio, que
 vai encarregar-se
encarregar-se de transportá-la. O carteiro entrega-a
entrega-a ao destinatário, que abre
abre o envelope
envelope e a lê.
Esse é um processo de comunicação que pode ser generalizado. Existem duas partes que
precisam trocar informações - quem produz a informação é chamado de fonte e quem recebe, de

destino; uma informação


ser entendida pelas partes;a ser
umtransmitida, a qual deve(no
canal de transmissão serexemplo
codi󿬁cada em uma
acima, linguagem
o correio) e umque possa
meio de
transporte (terrestre, aéreo etc.).
41

A Figura 3.1 mostra um sistema de controle industrial típico, no qual também deve haver co-
municação. Os sensores precisam enviar dados para o controlador, que, por sua vez, deve enviar ele-
mentos para os atuador
atuadores.
es.

Controlador 

Sensores  Atuadores

Processo

Figura 3.1 - Diagrama


- Diagrama em blocos de um sistema de controle.

Os sinais contêm
ser transmitido a representação
e codi󿬁cado, dooestado
de forma que ou dode
dispositivo valor de uma
destino variável.
consiga É um dado
entendê-lo que precisa
(decodi󿬁cá-lo).
Os sinais podem ser classi󿬁cados conforme o tipo de elemento utilizado para transmiti-lo.
Na automação industrial, os tipos mais utilizados são os pneumáticos, os hidráulicos e os elétricos.
A seguir será feita uma breve descrição desses
dess es tipos, bem como suas vantagens e desvantagens.

3.1.1 Sinais pneumáticos


Nesse tipo, o ar sob pressão (ar comprimido) é utilizado. A pressão do ar é variada para re-
re -
presentar o valor desejado.
Na automação industrial, a faixa de pressão mais empregada é a de 3 a 15 psi (libra-força por
polegada
po legada quadrada).
Os sinais pneumáticos são muito aplicados em áreas nas quais existe risco de explosão
(atmosferas explosivas), em que não é conveniente o uso da eletricidade.

3.1.2 Sinais elétricos


Utilizam a eletricidade como base para funcionamento. Os sinais elétricos podem ser analó-
analó-
gicos, digitais e binários.

3.1.3 Sinais analógicos

Osou
sionado
si onado controladores devemAavaliar
não pressionado). e processar
informação informações
é representada por (por exemplo, botão de pressão pres-
sinais. pres -
42 Elementos de Automação

Um sinal é uma representação de uma variável física, por exemplo:


»  a pressão em um ponto particular de um sistema pneumático;
»  a temperatura interna de um forno;
»  a tensão em determinado ponto de um circuito elétrico.
Também pode represen
representar
tar o estado
esta do de um elemento, como ligado ou desligado.
O nosso mundo é analógico. As grandezas físicas, como temperatura, pressão, velocidade etc.,
 variam sem descontinuidade entre dois valores. Se a temperat
temperatura
ura ambient
ambientee oscilar de 25º C para
30º C, por exemplo, essa variação não irá ocorrer aos saltos. Em algum momento, a temperatura vai
ser de 25,02; 26,033; 29.9987 e assim por diante. Ou seja, entre dois valores quaisquer, existe uma
in󿬁nidade de valores possíveis.
Para ilustrar os diferentes tipos de sinais, vamos utilizar a Figura 3.2, que mostra os valores da
pressão de determinado sistema no decorrer do tempo.
Pressão
(bar)

7
6
5
4
3
2
1
0 Tempo

Figura 3.2 - Grá󿬁co


- Grá󿬁co do valor da pressão em função do tempo.

Como pode ser observado, no instante inicial, o valor da pressão é zero e evolui até alcançar
entre 5 e 6, quando então para de subir. Em seguida diminui um pouco e, por 󿬁m, sobe até um novo
patamar situado entre 6 e 7.

Qual era, por exemplo, o valor da pressão no instante de tempo igual a 1? A resposta vai de- de-
pender do tipo de sinal que está representando essa pressão. Se estivermos utilizando um instru-
pender instru -
mento analógico,
analógico, o ponteir
p onteiroo estará posicionado entre os dígitos 3 e 4, conforme ilustra a Figura 3.3.

Pressão 2
3 4
5
1 6
(bar) 0 7
8
7
6
5
4
3
2
1

0 1 Tempo

Figura
Fi gura 3.3 - Representação
- Representação analógica de um sinal de pressão que varia no tempo.
Sinais 43

O instrumento analógico consiste em um painel


com uma escala e um ponteiro, que se movimenta de for- for-
ma a indicar o valor da variável medida. Em um multí
multíme
me--
tro analógico,
analógico, como o visto na Figura 3.4, o deslocamento
deslocamento
de um ponteiro
ponteiro sobre uma escala numérica desenhada
desenhada
fornece a leitura direta de grandezas elétricas, como ten-
ten -
são, intensidade de corrente, resistência, entre outras.
Então, se o instrumento é baseado em um ponteiro
que se move sobre uma escala graduada, estamos falando
de um instrumento analógico.

3.1.4 Sinais digitais


Um sinal digital contém quantidade 󿬁nita de valo-
valo -
res na sua faixa de representação, com uma diferença Figura
Figura 3.4 - Exemplo
- Exemplo de um
multímetro analógico.
constante entre um valor e outro. Por exemplo: um deter
deter--
minado equipamento fornece patamares na sua saída, que variam de 1 a 6, com passos intermediá-
rios de uma unidade. A representação do conjunto 󿬁nito de valores do equipamento poderia ser:
A={1, 2, 3, 4, 5, 6}.
A palavra digital também está associada
associad a a dígitos, ou seja, números inteiros.
Enquanto um sinal analógico pode assumir uma quantidade in󿬁nita de valores dentro de
um intervalo, um sinal digital só pode variar aos saltos. A Figura 3.5 mostra a mesma pressão,
quando representada em um sistema digital de um dígito. Observe que, para esse caso, os valores
representados pelo sistema digital só podem ser um número inteiro entre 0 e 9. Qual valor esse
instrumento indicaria no tempo igual a 1? O sinal original é entre 3 e 4. Qual valor ele mostra? No
caso, ele mostra o valor 3. Quem ler o instrumento deve saber interpretar que o valor verdadeiro da
pressão é maior ou igual a 3 e menor que 4.

Pressão
(bar) 3
7
6
5
4
3
2
1
0 Tempo
1

Figura
Figura 3.5 - Representação
- Representação da evolução de um sinal digital no decorrer do tempo.

Assim, um sinal digital é formado por uma série de números discretos, cada um deles corres -
pondendo a um valor do sinal analógico em certo instante de tempo. Um exemplo de equipamento
digital é o multímetro ilustrado na Figura 3.6.
44 Elementos de Automação

 
  m
  o
  c
 .
   k
  c
  o
   t
  s
  r
  e
   t
   t
  u
   h
   S
   /
  o
   k
   l
  o
  r
  o
   K
   i
   i
  g
  r
  e
   S

Figur
Figuraa 3.6 - Exemplo
- Exemplo de multímetro digital.

3.1.4.1 Resolução
A resolução é o valor mínimo (diferença entre dois valores consecutivos) que se pode re -
presentar em um sistema digital. O voltímetro digital da Figura 3.6, por exemplo, contém três
dígitos. Um para a unidade e outro para a dezena, podendo representar o valor máximo de 99.
Também existe um dígito a direita do ponto decimal, que pode variar de 0 a 9, para indicar
um décimo do valor inteiro. Assim, a resolução é de 0,1 V, ou seja, variações do sinal em valores
menores que esse não podem ser detectadas pelo aparelho, portanto, esse voltímetro é capaz de
medir tensões elétricas de 0,1 V até 99,9 V.
V.

Figura 3.7 - Indicador


- Indicador de um voltímetro digital composto por três dígitos.

Os sinais digitais também são chamados de discretos.


dis cretos.
As vantagens do sinal digital em relação ao analógico são:
»  facilidade de condicionamento de sinal;
»  os computadores são digitais, portanto, adequados para tratar esses sinais, seja para
cálculo de operações matemát
matemáticas
icas ou processamento e apresentação da informação;
»  os sinais digitais podem
p odem ser apresentados diretamente em displays numéricos;
»  utilizando-se um protocolo de correção de erros adequado, a transmissão de dados é mais
con󿬁ável que a analógica;
»  sinais digitais podem ser transmitidos em redes computacionais.
Sinais 45

3.1.5 Sinais binários


Um sinal binário é caracterizado por ter apenas dois valores complementares, que podem ser:
ligado ou desligado, aceso ou apagado, 0 ou 1, verdadeiro ou falso, alto ou baixo, ativo ou inativo e
assim por diante.
Uma lâmpada de alarme é um sistema binário. Pode-se, por exemplo, convencionar que se ela
estiver
sistemaacesa,
estaráalgum evento aconteceu
em funcionament
funcionamento e, portanto, providências devem ser tomadas. Se apagada, o
o normal.
Os sinais binários são muito adotados na indústria. Um interruptor elétrico, por exemplo,
é utilizado para ligar uma lâmpada. Assim ele só pode estar em um de dois estados: ligado ou
desligado, sem nenhum outro possível. Outro exemplo: podemos querer saber se uma peça está dis-
ponível ou não para ser embalada e assim por diante.
Imagine que desejamos utilizar uma lâmpada para indicar se o suprimento de ar está na
pressão adequada de trabalho. Se o valor mínimo de pressão for de 5 bar, ela acende. Caso contrário,
apaga, como na Figura 3.8.

Pressão
(bar)
7
6
5
4
3
2
1
0 Tempo
1

Figura 3.8 - Representação


- Representação binária de um sinal analógico.

Um sinal binário é um tipo especial de sinal digital, porque possui um conjunto 󿬁nito de
 valores, o qual, no caso, é limitado
limitado a dois.
Muitas vezes, os termos binário e digital são utilizados como sinônimos. É preciso tomar
cuidado, porque nem todo sinal digital é binário, mas todo binário é digital.

3.2 Processamento de sinais


Os sinais passam pelos processos de aquisição, condicionamento, transmissão, processamento
e representação.

3.3 Aquisição e condicionamento de sinais


O processo de aquisição do sinal começa com a medida do valor de certa variável física, que
pode ser
s er temperatura, pressão,
pressão, umidade relativa, velocidade, intensidade de
d e luz etc.
46 Elementos de Automação

pri-
No intuito de detectar essas grandezas, são utilizados os elementos chamados de sensores pri-
mários. Porém, a amplitude do sinal na saída do sensor primário normalmente é pequena e precisa
de um circuito adicional para ampli󿬁cá-la, chamado de condicionador de sinal. O conjunto sensor
primário mais condicionador de sinais é chamado de transdutor,
transdutor, como pode ser visto na Figura 3.9.
Sinal de pequena  Amplificação e
Sensor primário intensidade tratamento do sinal

Variação da
Sinal com faixa de
grandeza física
valores padronizado

Condicionador
Sensor 
de sinal

Transdutor 

Figura 3.9 - Diagrama


- Diagrama em blocos de um transdutor, contendo
contendo um sensor primário
primár io seguido de um condicionador de sinais.

3.3.1 Sensores e transdutores


Os conceitos de sensor e transdutor aparecem na literatura com alguma ambiguidade. Alguns
autores usam os termos transdutor e sensor como sinônimos. Outros trocam seus conceitos. Na
 verdade, suas de󿬁nições dependem do ramo da d a ciência em que aparecem. Os conceitos que vamos
de󿬁nir a seguir são
s ão os aplicáveis à área de automação industrial e podem ser
s er diferentes dos utilizados
em outras áreas.

3.3.2 Sensor primário


O sensor também é chamado de elemento primário de medição e pode ser, por exemplo, o
mercúrio presente em um termômetro,
termômetro, que tem a característica de mudar de volume conforme
conforme varia
a temperatura. Então, pode-se utilizar esta propriedade da variação volumétrica do mercúrio para
medir temperat
temperatura.
ura.
O sensor primário, ou elemento sensível, capta a informação sobre a variável medida e altera
uma de suas propriedades físicas proporcionalmente ao valor captado. É um elemento passivo,
ou seja, precisa de uma fonte externa de energia para funcionar. Quando o sensor é utilizado com
circuitos eletrônicos, normalmente se deseja medir quanto variou sua resistência
re sistência interna, indutância
ou capacitância, como na visto na Figura 3.10.
Elemento passivo

Variação da Variação
Variação da resistência,
grandeza física  indutância ou capacitância

Sensor 

Figura 3.10 - Diagrama


- Diagrama em blocos de um sensor primário.
Sinais 47

São exemplos de sensores primários:


»   Termorresistor (Pt100):  varia sua resistência
 
propor
proporcionalmente
cionalmente à temperat
temperatura.
ura.  r 
 s
s  o c k
 o
 t
 c o m
. c
 t t t e
 e
 S h u
 o n / S
» Extensômetro elétrico de resistência (strain  H o
 
 n
 i
 d g k
 s
n
 h y H
 o t h
 gauges):
): varia
 varia sua resistência de acordo com a  
 m
 i
 T m

força que lhe é aplicada.


» Resistor dependente da luz ou LDR ( Light
Dependent Resistor ): varia
): varia sua resistência pro- Figura 3.11 - Resistor
- Resistor Dependente da Luz ou
LDR (Light Dependent Resistor).
porcionalmente
por cionalmente à luz recebida. Um exemplo
desse elemento é mostrado na Figura 3.11.
Esses sensores têm de passar por outra etapa para gerar um sinal elétrico. Essa segunda etapa
pode ser uma ponte de Wheatstone, por exemplo, que vai gerar uma tensão elétrica proporcional à
 variação da resistência observada.

3.3.3 Transdutor de medição


O transdutor de medição, assim como o sensor, também é capaz de captar informação sobre
a variável medida. No entanto, é um elemento ativo, ou seja, gera um sinal elétrico proporcional à
 variação da grandeza física medida. Os transduto
transdutores
res caracterizam-se por transformar uma forma de
energia presente na sua entrada em outra, na sua saída.
Os transdutores de medição elétricos são aqueles que convertem a grandeza física diretamente
para um sinal elétrico. São exemplos:
» Termopar: gera uma tensão elétrica quando submetido
s ubmetido a uma temperatura.
» Tacogerador: gera uma tensão elétrica proporcional à velocidade.
A Figura 3.12 ilustra a diferença entre um sensor e um transdutor de medição.
Elemento passivo

Variação da Variação
Variação da resistência,
grandeza física  indutância ou capacitância

Sensor 

Elemento ativo

Variação da Variação da tensão,


Variação
grandeza física ou corrente elétrica

Transdutor 
Figura 3.12  Diferença entre sensor e transdut
transdutor
or de medição.

48 Elementos de Automação

É possível construir um transdutor de sinal a partir de um sensor. Para tanto, combinam-


-se um elemento primário (sensor) e um secundário (circuito de condicionamento de sinal), que
transforma a pequena variação passiva em uma correspondente variação de tensão ou corrente
elétrica, como indicado na Figura 3.13.
Variação da
resistência,

Elemento passivo induntância ou


capacitância Elemento ativo

Variação da Variação da tensão


grandeza física ou corrente elétrica

Condicionador
Sensor 
de sinal

Transdutor 

Figura 3.13 - Construção


- Construção de um transdutor utilizando-se
utilizando-se como elemento primário um sensor.

3.4 Transmissão de sinais


Uma vez que o valor da variável já foi convertido para um sinal correspondente, o próximo
passo é transmiti-lo. A Figura 3.14 mostra um transmissor de pressão. Os sinais mais utilizados na
indústria são os elétricos e os pneumáticos.
 
  m
  o
  c
 .
   k
  c
  o
   t
  s
  r
  e
   t
   t
  u
   h
   S
   /
  n
  o
  s
  n
   i
   k
  g
   d
  o
   H
  y
   h
   t
  o
  m
   i
   T

Figura 3.14 - Transmissor


- Transmissor de pressão.

3.4.1 Transmissão pneumática


Quando a transmissão é pneumática, é comum utilizar-se uma pressão que varia entre 3 e 15 psi
para transmitir o sinal. Normalmente existe uma relação linear entre a variável medida e a pressão

Sinais 49

enviada. Se são enviados 3 psi, isso signi󿬁ca que a variável está no seu limite mínimo (0%). Da mes -
ma forma, quando a pressão é de 15 psi, isso signi󿬁ca que a variável atingiu seu limite máximo (100%).
Note que a pressão mínima é de 3 psi, e não zero. Isso permite calibrar corretamente o instru -
mento,, além de facilitar a identi󿬁cação de vazamentos de ar na tubulação.
mento

3.4.1.1 Vantagens do sinal pneumático


»   A maior e mais relevante é a de poder ser utilizado, de forma segura, em ambientes com
atmosferas explosivas.

3.4.1.2 Desvantagens do sinal pneumático


»   Para funcionar necessita de uma infraestrutura de produção, tratamento e distribuição do
ar comprimido (compressores,
(compressores, 󿬁ltros, válvulas, tubulação etc.).
»   Só é adequado para transmissão a pequenas distâncias. Para distâncias maiores, há atraso
na transmissão do sinal, e faz-se
faz- se necessário o uso de
d e reforçadores.
reforçadores.
» Vazamentos ao longo da linha de transmissão ou mesmo nos instrumentos são difíceis de
serem detectados.
»   Não permite conexão direta aos sistemas eletroeletrônicos, necessitando de conversores.

3.4 2 Transmissão elétrica


O circuito condicionador fornece um sinal de saída analógico ou digital. Nas indústrias é
comum utilizar-se a modulação em corrente (4-20 mA) quando o sistema é analógico. Isso porque
a modulação em corrente é mais insensível a ruídos e interferências do que se fosse utilizada a
modulação
mo dulação por tensão. A Figura 3.15 mostra um diagrama em blocos de um transmissor analó -
gico modulado
modulado em corrente.
corrente.

Fonte de Referência
 corrente (4-20mA)

Sinal do
transdutor  Sinal modulado

Transdutor  Transmissor 

Figura 3.15 - Diagrama


- Diagrama em blocos de um transmissor analógico modulado em corrente de 4-20 mA.

Observe que o valor mínimo é de 4 mA, e não zero. A razão é a mesma pela qual o valor mí -
nimo da pressão é de 3 psi para a transmissão pneumática. Nesse caso, facilita a calibração do ins-
trumento e permite detectar que há um rompimento
rompimento dos 󿬁os, caso
cas o seu valor vá para zero.
O sinal elétrico também pode ser modulado em tensão, cujos valores típicos estão na faixa com -
preendida entre 0 e 5 V ou entre 0 e 10 V. No entanto, nesse caso, o sinal elétrico é mais suscetível a
captar ruídos e interferências, não sendo adequado para se enviar o sinal a longas distâncias.

50 Elementos de Automação

Outra maneira é modular o sinal elétrico, utilizando conversores analógicos/digitais. Nesse


caso, normalmente os valores são codi󿬁cados e transmitidos em um dos protocolos de redes indus-
triais (Hart , Modbus, Pro󿬁bus PA, Fieldbus Foundation etc.).

3.4.2.1 Vantagens da transmissão elétrica


»  Permitee transmissão para longas distâncias.
Permit
󰂻  A alimentação pode ser feita pelos próprios 󿬁os que conduzem o sinal de transmissão.
󰂻  Necessita de poucos equipamen
equipamentos
tos auxiliares.
󰂻  Permite fácil conexão a computadores e controladores.
󰂻  Fácil instalação.
󰂻  Permite que cálculos e operações matemáticas e lógicas sejam feitos de forma mais fácil
que os outros tipos.

3.4.2.2 Desvantagens da transmissão elétrica


󰂻   É potencialmente perigoso em ambientes com atmosferas explosivas ou in󿬂amáveis.
Os transmissores são os instrumentos mais utilizados na indústria de processos contínuos, no
intuito de medir e transmitir valores das variáveis de
d e temperatura, pressão,
pressão, nível e vazão.
vazã o.

3.5 Conversores de sinal


Os conversores de sinal são dispositivos que transformam um tipo em outro. Em um sistema
eletropneumático,
eletropneu mático, é comum a presença de conver
conversores
sores de pressão para corrent
correntee e vice-versa,
vi ce-versa, como o
da Figura 3.16.
Sinal pneumático Sinal elétrico
(pressão) (corrente)

Conversor 
P/I

Sinal elétrico Sinal pneumático


(corrente) (pressão)

Conversor 
I/P

Figura 3.16 - Conversores


- Conversores de sinal pneumático para elétrico e vice-versa.

Quando o sinal é elétrico, também é possível fazer uma conversão da forma de representação,
ou seja, de analógico para digital e vice-versa,
v ice-versa, como o da Figura 3.17.
Sinais 51

Sinal elétrico Sinal elétrico


analógico digital

Conversor 
analógico
para digital

Sinal elétrico Sinal elétrico


digital analógico

Conversor 
digital para
analógico

Figura 3.17 - Diagrama


- Diagrama em bloco de um conversor de sinal elétrico analógico para digital e vice-versa.

3.6 Receptores de sinais


Os componentes de um sistema de contro
controle
le precisam comunicar-se entre si para realizar deter-
minada tarefa.
pelos seus A interligação
diversos elementos,desses elementos
que podem se chama malha. O sinal transmitido vai ser recebido
ser um:
»  indicador;
  m
»  registrador;   o
  c
 .
   k
  c
  o
   t
»  controlador;   s
  r
  e
   t
   t
  u
   h
»  alarme;    S
   /
  m
  a
  r
  g
»  computador;   a
   i
   d
  e
   M
»  atuador.

3.6.1 Indicadores
Figura 3.18 - Indicador
- Indicador analógico.
Como o próprio nome sugere, servem para indicar in dicar
(mostrar) o valor da variável em determinado
determinado instante. São  
  m
  o
  c
normalmente montados em um painel de monitoração, no  .
   k
  c
  o
   t
qual dados de todos os elementos
elemen tos do processo estão   s
  r
  e
   t
   t
  u
disponíveis. Os indiindica
cadores
dores podem ser analógicos ou    h
   S
   /
   k
   i
digitais. Os analó
analógicos,
gicos, como
como já vimos, são aqueles baseados   v
  o
   h
   l
   A
na de󿬂exão de um ponteiro
ponteiro sobre uma escala graduada,
graduada,
como o da Figu gura
ra 3.18. Já os digitais são representados
repre sentados por
dígitos, como o da Figura 3.19.

3.6.2 Registradores
Os registradores podem ser grá󿬁cos ou eletrônicos.  
Os grá󿬁cos registram as medidas das variáveis, por certo Figura 3.19 - Indicador
- Indicador digital.

52 Elementos de Automação

período de tempo, sobre uma folha de papel. A Figura 3.20 ilustra um exemplo típico. Atualmente
dispositivos eletrônicos ou mesmo computadores
computadores são utilizados para armazenar esses valores. A van-
v an-
tagem é poderem sers er visualizados na tela do computador,
computador, transmitidos etc.
 
  m
  o
  c
 .
   k
  c
  o
   t
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  r
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   t
   t
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   h
   S
   /
  s
   k
   i
   l
   E

Figura 3.20 - Registro


- Registro de uma variável sobre um papel graduado
graduado..

3.6.3 Alarmes
Um sistema de alarme pode monitorar continuamente os sinais enviados, detectando
condições de anormalidade. Em tais casos, pode soar uma sirene, piscar um sinalizador luminoso e
assim por diante, conforme a Figura 3.21.
  m
  o
    c
 .
  m    k
  o   c
  c
 .   o
   t
   k   s
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  c
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   t
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  e    h
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  u    /
   h   e
  g
   S
   /    d
  z   o
  o    D
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  x   e
  e
   l    h
   A   p
  o
   t
  s
   i
  r
   h
   C

Figura 3.21 - Sinalizadores


- Sinalizadores de alarme (luminoso e sonoro respectivamente).

3.6.4 Computadores
A tecnologia dos computadores está assumindo os papéis de vários instrumentos tradicio-
tradicio-
nalmente utilizados na indústria. São muito versáteis para armazenar, recuperar e transmitir os
sinais recebidos.

3.6.5 Controladores
Instrumento que compara o valor medido com o desejado e, com base na diferença entre eles,
emite sinal de correção para a variável manipulada, a 󿬁m de que essa diferença seja igual a zero.
Sinais 53

3.6.6 Integradores
Instrumentos que indicam o valor obtido pela integração de quantidades medidas sobre o tempo.

3.6.7 Atuadores
Recebem um sinal de comando do controlador para atuar sobre o processo, modi󿬁cando a
 variável manipulada.

Vamos recapitular?

Neste capítulo, vimos que os sinais são utilizados para a comunicação entre dispositivos em uma
malha de controle e que o valor de uma variável (grandeza física) é capturado por um elemento sensor
primário ou transdutor. No entanto, esse sinal é normalmente fraco e precisa passar por ampli󿬁cação,
󿬁ltragem e outras operações; quem realiza isso são os circuitos condicionadores de sinais. O sinal, de-
pois de condicionado, pode ser transmitido por um instrumento chamado de transmissor. Também
aprendemos que se utiliza a eletricidade, pneumática ou hidráulica, para transmitir um sinal, e que os
mais utilizados são os elétricos. Estes por sua vez, podem ser analógicos, digitais e binários. Por 󿬁m,
notamos que indicadores, registradores, alarmes, computadores e controladores recebem esse sinal e o
processam, armazenam e/ou apresentam
apresentam em uma forma de fácil visualização e interpretação.

Agora é com você!

1) Considerando os avanços da eletrônica e da computação, ainda se justi󿬁ca a utili-


utili -
zação de sinais
s inais pneumáticos? Por quê?
2) Todo sinal binário é digital, mas a recíproca não é verdadeira. Essa a󿬁rmação está correta?
3) Como você pode diferenciar um instrumento digital de um analógico?
4) Um multímetro analógico e um digital possuem a mesma função. De que maneira os
 valores medidos são indicados em cada um deles?
5) É possível converter um sinal analógico em digital? E vice-versa?
54 Elementos de Automação

Elementos de
Controle
4
Para começar

Este capítulo tem por objetivo ornecer uma visão geral dos tipos de sistemas controladores que
podem ser utilizados, como os controlado
controladores
res pneumáticos, eletropneumáticos
eletropneumáticos e eletrônicos.

4.1 Controladores automáticos industriais

Um sistema de controle automático tem a missão de manter a variável do processo sob con-
trole, ou seja, dentro de uma aixa de valores. Para tanto, deve ser capaz de produzir um sinal de
controle, que anule os eventuais desvios decorrentes de perturbações veri󿬁cadas no processo. Se
esses desvios não puderem ser totalmente
totalmente eliminados - o que é muito diícil -, basta que ele se reduza
a um valor muito pequeno, de orma que não comprometa a estabilidade do sistema. A Figura 4.1
mostra um esquema típico de um sistema
s istema de controle automático,
automático, uncionando em malha echada.
Os sensores enviam para o controlador inormações sobre o estado do processo. O controlador
compara se esse valor corresponde ao desejado (setpoint ).
). Caso não corresponda, ele determina o
erro ou desvio e envia um sinal de comando para o atuador azer a correção.
correção.
55

Controlador 

Sensores  Atuadores

Processo

 Figura 4.1 - Esquema


Figura - Esquema típico de um sistema de controle em malha echada.

4.2 Tipos de controlador


Os controladores podem ser classi󿬁cados de acordo com o tipo de energia que utilizam para
uncionar.. Assim, temos:
uncionar
» controladores
controladores pneumáticos;
» controladores
controladores hidráulicos;
» controladores
controladores eletrônicos.
Atualmente, a maioria dos controladores utilizados é eletrônica. Mas há casos em que os
outros tipos devem ser considerados, principalmente para a utilização em ambientes com atmoseras
explosivas, nos quais a presença de eletricidade não é desejada. Não existe um tipo melhor, existe
o mais adequado à determinada situação. Em cada caso, devem ser analisadas quais as vantagens
e as desvantagens no uso de um tipo ou de outro. Não existe uma regra geral, porque a escolha irá
depender da natureza do processo, do tipo de energia disponível, das condições de segurança a ser
obedecidas, do custo, da con󿬁abilidade desejada, entre outros
outros atores.
4.2.1 Sistema de controle pneumático
Os componentes de um sistema de controle totalmente pneumático podem ser agrupados nas
mesmas unções de um sistema de controle típico: sensor, controlador, atuador e elemento 󿬁nal de
controle,
controle, conorme a Figura 4.2.
Os sensores
sensores são
 são elementos que captam os sinais de entrada e os enviam para o controlador.
controlador. São
normalmente compostos por válvulas de controle direcionais, as quais podem ser acionadas manual
ou mecanicamente.
56 Elementos de Automação

O acionamento manual é eito por um ser humano, que pressiona um botão de uma válvula
direcional para iniciar, parar ou modi󿬁car o uncionamento do sistema (como em um botão de
emergência).
Um exemplo de acionamento mecânico pode ser a parte 󿬁nal da haste de um pistão ao tocar o
botão de uma válvula
v álvula no momento em que atinge determinada posição.

O controlador
controlador é
 é a parte em que está programada a lógica necessária para controlar o sistema.
No caso dos sistemas pneumáticos, costuma ser composto em arranjos de válvulas de duas pressões
(simultaneidade e alternadora), que realizam as unções lógicas e (AND) e ou
ou (OR)
 (OR) respectivamente,
e de válvulas de controle direcional.
Os atuadores  são os elementos que recebem um sinal de comando do controlador para atua-
atua -
rem sobre o processo. Normalmente eles são compostos por válvulas direcionais (5/2 vias, por
exemplo).
Os elementos 󿬁nais de controle são os que eetivamente entregam trabalho mecânico ao pro-
cesso, por meio do movimento de cilindros e motor
motores.
es.

• De acordo com o estado • Executa as funções


do sistema, um sinal pneumático lógicas AND e OR
ou manual é enviado a uma (válvula de simultaneidade
válvula de controle. e alternadora).

Sensor  Controlador 

Elemento
 Atuador 
final de
controle

• Permite a pasagem
• Executa movimentos do ar até o elemento
(cilíndricos e motores). final de controle
(válvulas direcionais).

Figura 4.2 - Componentes


- Componentes de um sistema de controle pneumático.
Elementos de Controle 57

A Figura 4.3 mostra um esquema simpli󿬁cado desses elementos:

Sensor Controlador  

Elemento
final de  Atuador 
controle

Figura 4.3 - Elementos


- Elementos típicos que compõem um sistema de controle totalmente pneumático.

4.2.2 Sistemas eletropneumáticos


Nos sistemas totalmente pneumáticos, os sinais são mecânicos e pneumáticos. Nos sistemas
eletropneumáticos, aparecem os sinais elétricos. Então, um sistema eletropneumático é composto
por sinais elétricos, mecânicos e pneumáticos. O que isso signi󿬁ca? Que o controlador pode ser ele-
trônico, como um CLP. Também quer dizer que as válvulas podem ser acionadas por eletricidade -
as eletroválvulas -, por meio de um solenoide.
Os sensores podem ser do mesmo tipo que os presentes nos pneumáticos: mecânicos e
manuais. Mas também há a probabilidade de serem utilizados elementos que ornecem sinais
elétricos, como interruptores elétricos, sensores de proximidade eletrônicos ou manuais e sinal
 vindo de uma rede de comunicação industrial ou de um CLP.
CLP.
Os controladores podem ser eletrônicos, baseados em lógica programável, como microcontrolado-
res e CLPs; ou elétricos, com base na lógica 󿬁xa implementada por meio de relés e os respectivos contatos.
Os atuadores são válvulas eletropneumáticas, acionadas por eletricidade proveniente de um
sinal das saídas do control
controlador
ador eletrônico (CLP
(CLP).
).
Os elementos 󿬁nais de controle são os mesmos dos pneumáticos: cilindros e motores. No en-
tanto, eles podem ter embutidos sensores eletrônicos para detecção da posição do êmbolo (e, por
consequência, da haste).

58 Elementos de Automação

A Figura 4.4 ilustra esses elementos:

Sensor Controlador  

Elemento
final de  Atuador 
controle

Figura 4.4 - Diagrama


- Diagrama dos diversos componentes de um sistema eletropneumá
eletropneumático.
tico.

Enquanto um circuito pneumático pode ser representado em um único diagrama, os eletro-


eletro-
pneumáticos são separados em dois: um para a parte elétrica e outro para a pneumática. É impor-
tante ter isso em mente quando se trabalha com esses tipos de sistema.
Um exemplo de controle eletropneumático: um interruptor elétrico é pressionado e envia um
sinal para a entrada do CLP.
CLP. O CLP
CL P envia um sinal elétrico para uma eletroválvula, que vai azer com
que a haste de um cilindro avance. No 󿬁nal do curso da haste há um sensor de proximidade, o qual
envia um sinal para o CLP sinalizando
s inalizando ter detectado o 󿬁nal de curso.
O CLP,
CLP, ao receber esse
ess e sinal, envia um novo sinal para a eletroválvula, a 󿬁m de azer com que o
cilindro recue a haste e retorne à sua posição de repouso.
Nesse caso, os sensores e os controladores são elétricos, os atuadores são eletropneumáticos e
os elementos 󿬁nais de contro
controle
le são pneumáticos.

4.2.2.1 Vantagens dos controladores eletropneumáticos


eletropneumáticos
»  Como, no controlador,
controlador, a lógica de uncionament
uncionamentoo é programá
programável
vel por sofware, é mais ácil
modi󿬁car o uncionamento do circuito quando necessário.
necess ário.
» A vida útil desse
des se controlador é maior,
maior, porque ele apresenta menos partes móveis sujeitas a
desgaste.
» Ele exige menor esorço de instalação e manutenção.
manutenção.

Elementos de Controle 59

Então, se a energia utilizada para produzir movimento é a pneumática, o padrão nas indús-
trias atuais são os sistemas eletropneumáticos.
eletropneumáticos. Os sistemas totalmente pneumáticos estão limitados a
casos especiais.

4.3 Controladore
Controladores
s eletrônicos
Para se implementar sistemas de controle, são utilizados dispositivos como microcontrola-
dores, CLPs e microprocessadores, entre outros. Todos eles possuem em comum a capacidade de
se comunicarem com o mundo externo por meio de portas, as quais podem ser de entrada, de saída
ou bidirecionais.
As portas de entrada costumam ser adotadas para receber sinais dos sensores, enquanto as de
saída, para enviar comandos aos atuadores. As portas bidirecionais podem ser destinadas a realizar a
comunicação com outros sistemas, como computadores e redes de comunicação industrial.

4.3.1 Computadores
Os computadores podem ser utilizados como controladores. Graças a seu poder compu-
tacional cada vez maior, à con󿬁abilidade e à 󿬂exibilidade que apresentam, eles estão ganhando
espaço em aplicações, que antes só eram possíveis por meio de sistemas dedicados.
d edicados.

4.3.2 Microcontrolador
Um microcontrolador é um sistema computacional quase completo, encapsulado em um
único componente. Normalmente contém uma Unidade Central de Processamento (UCP ( UCP),
), me-
mória, interaces de entradas e saídas binárias e/ou analógicas e uma ou mais portas de comunicação
padrão UART, SPI ou I2C.
Ele é ideal para automação de dispositivos portáteis, porque estes consomem pouca energia e
são compactos. A maioria dos equipamentos eletrônicos de consumo utilizados atualmente contém
pelo menos um microcontrolador em seu interior. Exemplos: aparelhos de televisão, celulares, má-
quinas otográ󿬁cas, aparelhos de som, DVD player etc. Quando um equipamento é controlado por
um microcontrolador, ele é chamado de sistema embarcado.
Os microcontroladores dierenciam-se dos microprocessadores também quanto à capacidade
de processamento. Enquanto um microprocessador pode trabalhar com requências de alguns giga-
-hertz, os microcontroladores
microcontroladores estão limitados a dezenas de mega-hertz.

4.3.3 Controladores lógicos programáveis (CLP)


Até o 󿬁nal da década de 1960, a automação das linhas de produção nas indústrias era eita
basicamente por meio de lógica undamentada em relés, ou seja, com base no sequenciamento e no
arranjo de bobinas e relés. Isso gerava uma di󿬁culdade: caso a linha de produção mudasse, a nova
lógica de uncionamento deveria ser eita com troca de 󿬁ação e mudança de todos os componentes
ísicos acessórios. Além do alto custo desse processo, ele também era demorado, o que inviabilizava
trocas requentes.

60 Elementos de Automação

Com o surgimento dos minicomputadores nessa época, pensou-se em utilizá-los a 󿬁m de


tornar as mudanças mais 󿬂exíveis. Daí surgiu o CLP, ou PLC ( Programmable Logic Controller ).
). O
termo “controlador lógico programável” deve-se ao ato de ele ter sido projetado para executar a
lógica binária até então implementada por meio de relés.
Atualmente o nome mais adequado seria Controlador Programável (CP (CP),
), já que ele não está
mais limitado a realizar operações lógicas. Os CLPs modernos possuem um grande poder de proces-
samento e são capazes de controlar sistemas analógicos e digitais, bem como outras unções. Mas o
termo está consagrado na indústria. Assim, continua-se a chamá-lo de CLP
CLP..
A de󿬁nição de CLP mudou com o passar do tempo, atualmente   a Associação Brasileira
de Normas Técnicas o de󿬁ne como “um equipamento eletrônico digital com hardware e sofware
compatíveis com aplicações industriais” (ABNT, 1986).
Segundo a National Electrical Manufacturers Association (NEMA, 2005), ele é:
[...] um aparelho eletrônico digital que utiliza uma memória programável para
armazenar internamente instruções para implementar unções especí󿬁cas, tais
como lógica, sequenciamento, temporização, contagem e aritmética, controlando,
por meio de módulos de entradas e saídas digital ou analógica, vários tipos de
equipamentos ou processos.
A Figura 4.5  mostra um esquema simpli󿬁cado de um sistema de controle, em malha echada
típico.. O CLP tem o objetivo de azer com que o processo permaneça uncionando como desejado.
típico d esejado.

CLP
Programa

Módulos de Módulos de
entrada CPU saída

Sensores  Atuadores

Processo

 Figura 4.5 - Fluxo


Figura - Fluxo dos sinais em um sistema de controle.
Tendo em vista que o objetivo é controlar um processo, as inormações sobre este são enviadas
pelos sensores, os quais estão ligados aos módulos de entrada do CLP, o qual lê os valores dessas

Elementos de Controle 61

entradas periodicamente e os utiliza para tomar as decisões de ligar ou não as saídas. A lógica para
decidir é armazenada na memória, sob a orma de um conjunto de instruções (programa). Nos
módulos de saída, estão ligados os atuadores, elementos responsáveis por modi󿬁car alguma variável
do processo, ou seja, o CLP controla o processo por meio dos sinais dos sensores
s ensores e dos atuadores.
Essa arquitetura é mostrada na Figura 4.6.

Supervisório

CLP

Sensores e atuadores

Figura 4.6 - Uso


- Uso típico de um CLP em ambiente industrial.

No diagrama da Figura 4.5, são mostrados os principais blocos uncionais de um CLP: entra-
entra -
das, saídas, CPU
C PU e programa. A seguir teremos uma breve descrição desses elementos.
» Arquitetura básica: a Figura 4.7 mostra um diagrama simpli󿬁cado de um CLP. Embora
existam muitos outros blocos, como controladores de comunicação e de barramento,
onte de alimentação etc., esse diagrama mostra somente os componentes
componentes essenciais:

Entradas Saídas
analógicas analógicas

CPU

Entradas Saídas
digitais digitais

Software

Figura 4.7 - Arquitetura


- Arquitetura básica de um CLP.

»  CPU (Central Processing Unit ) ou UCP (Unidade Central de Processamento): são sistemas
microprocessados equivalentes à placa-mãe dos computadores de mesa. São responsáveis
por executar um programa
programa armazenado na memória e tomar as ações necessárias.
necess árias.

62 Elementos de Automação

»  Interaces de entrada/saída (I/O): a


(I/O): a troca de inormações entre o equipamento e o PLC se
dá por meio de dispositivos
disp ositivos de entrada e saída; os principais dispositivos são:
Entradas analógicas: interaces
analógicas: interaces de comunicação que podem receber sinais de sensores de
pressão, temperatura, indicadores de posição etc. Normalmente utilizam um conversor
analógico-digital, a 󿬁m de converter o sinal analógico vindo do sensor em um sinal
digital, mais adequado para utilização dos sistemas computacionais.
Entradas digitais: interaces
digitais: interaces de comunicação que podem receber sinais de sensores cujos
elementos tenham somente dois estados: botões, pressostatos e termostatos, chaves de
nível e de 󿬁m de curso etc.
Saídas analógicas: a CPU processa os sinais no ormato digital; para que os atuadores
possam receber o sinal analógico desejado, deve haver uma conversão de digital para
analógico. Esses sinais serão usados para acionar válvulas 󿬁nais de controle, servomoto-
res, posicionadores etc.
Saídas digitais: 
digitais:  similares às entradas digitais, acionam elementos que uncionam a dois
estados, como contatores, válvulas solenoide, lâmpadas etc.
»  Sofware: local
Sofware:  local em que 󿬁cam armazenadas as instruções de uncionamento do controla-controla -

dor.. Ele deve


dor de ve agir de acordo com as diversas situações.
Amplie seus conhecimentos

4.4 Tipos de controladores e sinais


Os controladores podem ser classi󿬁cados de acordo com o tipo de sinal que manipulam, ou
seja, pode ser analógico, digital ou binário,
binário, conorme a Figura 4.8.

Controlador 

 Analógico Digital Binário


Sinal analógico Sinal digital Sinal binário

 Figura 4.8 - Tipos


Figura - Tipos de controladores conorme o sinal que manipulam.

Elementos de Controle 63

Embora didaticamente tenhamos separado os controladores em três tipos distintos, a maioria


dos equipamentos controladores atuais, como o controlador lógico programável (CLP
( CLP),
), possui re-
cursos para processar os três tipos de sinais.

4.4.1 Tipos de controle binário

Em relação ao controle binário,


binário, podemos classi󿬁cá-lo em lógico e sequencial.
4.4.1.1 Controle lógico
Utiliza a lógica binária para operar. É também chamado de controle combinacional ou
discreto,, o que signi󿬁ca individual ou distinto. Em engenharia, uma variável discreta é aquela que só
discreto
pode receber determinados valores. Uma variável binária é um caso particular de variável discreta,
pois apenas são possíveis dois valores. Assim, qualquer um dos elementos de um sistema de controle
binário só vai ser encontrado em um de dois estados complementares. Pode ser ligado/desligado,
aberto/echado, aceso/apagado, ativo/inativo,
ativo/inativo, energizado/desenergizado
energizado/des energizado etc.
Se, por exemplo, uma válvula de 󿬂uxo tem sua abertura controlada por um sistema discreto
binário, ela só pode ser encontrada totalmente aberta ou totalmente echada, sem nenhum estado
intermediário. Da mesma orma, se um motor é controlado por um sistema de controle binário
discreto, ele só pode estar desligado (parado) ou ligado (girando na velocidade nominal), sem outra
possibilidade de controle de velocidade.
Outro exemplo: um sistema de controle de iluminação pública, conorme a Figura 4.9. Ao 󿬁nal
da tarde, à medida que o sol se põe e começa a 󿬁car escuro, o sistema possui um sensor de luz, que
envia um sinal para o controlador, indicando que o nível de luz caiu abaixo de um valor limite. O
controlador recebe o sinal e envia um comando ao atuador para ligar a iluminação elétrica pública.
Pela manhã, quando o sol nasce, o sensor começa a receber luz; quando a luz é superior a determi-
nado valor, o sensor envia um sinal ao
a o controlador,
controlador, inormando tal condição. O controlador,
controlador, por sua
 vez, envia um comando para o atuador
atuador desligar a iluminação.

Luz solar 

Sensor de luz Controlador Atuador  

Figura 4.9 - Exemplo


- Exemplo de um sistema de controle binário.
64 Elementos de Automação

4.4.1.2 Controle sequencial


As operações ocorrem em ordem sequencial, uma após a outra. Uma das características desse
tipo de controle é que a saída é uma unção dos sinais presentes nas entradas e do estado atual. A
próxima etapa só ocorre se certas condições orem obedecidas.
Uma uradeira automática é controlada por um controlador sequencial. O primeiro passo é
detectar se uma
ligar o motor dapeça
brocaestá na posição
e descer correta. Caso
até determinada esteja ea receba
posição, um comando
qual indica que a peçadojáoperador,
oi urada.deverá
Uma
 vez atingida essa
ess a posição, o conjun
conjuntoto da
d a broca é elevado até assumir a posição de repouso, quando
então o motor da broca é desligado.
Veja que as operações ocorrem em uma sequência predeterminada e que certas condições
devem existir previamente para que a próxima etapa ocorra.

4.4.2 Controle digital


Esse tipo de controle é o predominante nos modernos sistemas de controle baseados em
processamento distribuído. Basicamente são utilizadas as redes de comunicação industrial, que
permitem que sensores,
s ensores, controladores
controladores e atuador
atuadores
es se
s e comuniquem digitalmente.

4.4.3 Controle analógico


É o utilizado para controle de processos contínuos, especialmente aqueles que visam manter
determinada variável do sistema dentro de uma aixa de valores.

Vamos recapitular?

Neste capítulo, vimos que os controladores são os elementos responsáveis por decidir se deter-
minada ação deve ou não ser realizada. Aprendemos que os controladores podem ser classi󿬁cados, de
acordo com a energia que utilizam para uncionar, em eletrônicos, pneumáticos e elétricos. Vimos ainda
que os CLPs digitais
ser binários, são os controladores
ou analógicos.eletrônicos mais utilizados atualmente e que os controladores podem
Elementos de Controle 65

Agora é com você!

1) Qual a dierença entre um sistema pneumático e um eletropneumático?


2) Cite uma vantagem do sistema de controle pneumático.
3) O controlador de um sistema eletropneumático só pode ser o CLP. Isso é verdadeiro
ou also? Por quê?
4) Quais são os elementos básicos de um sistema de
d e controle genérico?
5) Os computadores podem ser utilizados para controlar um sistema? Em caso a󿬁rma
a󿬁rma--
tivo, dê um exemplo.
66 Elementos de Automação

Elementos Comuns
aos Sensores
5
Para começar

Este capítulo tem por objetivo apresentar os elementos comuns à maioria dos sensores de pro-
ximidade. Os termos utilizados são aceitos pelo mercado e padronizados por organismos normativos
internacionais.

5.1 O que é um sensor?


Os cinco sentidos humanos: paladar, tato, audição, olfato e visão, talvez sejam os melhores
exemplos
exem plos para se entender os sensores e suas funções,
funçõ es, Figura 5.1.
 
  m
  o
  c
 .
   k
  c
  o
   t
  s
  r
  e
   t
   t
  u
   h
   S
   /
   t
  a
   h
   d
  e
  r
   d
  e
  r
   f

Figura 5.1 - Os


- Os cinco sentidos
s entidos humanos.
67

Só podemos interagir com o mundo ao nosso redor se formos capazes de percebê-lo, de senti-lo.
Os nossos sentidos transmitem continuamente ao cérebro informações sobre o quê está acontecendo a
nossa volta. Dependendo do que é percebido, o cérebro comanda as ações a serem tomadas.
O nosso corpo é um controlador completo. Possuímos sensores (visão, tato etc.), controlador
(cérebro) e atuadores
atuadores (músculos, mãos, braços, pernas e pés).
Podemos fazer uma primeira de󿬁nição dizendo que os sensores são os responsáveis por
traduzir sinais, vindos dos fenômenos físicos, em informações compreensíveis para o controlador
do processo.
Nesse sentido, os sensores industriais têm a mesma função: enviar dados do processo para o
controlador, ou seja, sempre que se deseje detectar a presença ou a posição de objetos, temperatura,
 vazão e pressão de um líquido, bem como qualquer outra grandeza física que seja importante, os
sensores são utilizados.
Podemos fazer uma analogia, dizendo que os sensores são essenciais para o bom funciona-
mento de qualquer sistema de controle, na mesma proporção que os nossos cinco sentidos são im-
portantes para nós.

5.2 Simbologia
O símbolo internacional para os sensores de proximidade é
mostrado
mostrado na Figura 5.2.
Normalmente, esse símbolo vem junto a outro, que indica o
Figura
Figura 5.2 - Símbolo
- Símbolo internacional
tipo do sensor (indutivo, capacitivo etc.). dos sensores de proximidad
proximidade.
e.

5.3 Sensores discretos


Os sensores discretos possuem uma saída binária, ou seja, cuja saída estará em um de dois
estados distintos, como ligado (on) ou desligado (off ),
), ou na presença ou não de determinada
deter minada grandeza
elétrica. Basicamente, são utilizados para monitora
monitorarr se determinado
d eterminado evento ocorreu ou não.
Os sensores de proximidade 
proximidade  são uma categoria importante de sensores discretos. Eles res-
pondem à seguinte pergunta: “o objeto está lá?”. As duas respostas possíveis são: “sim” ou “não”. Este
e os próximos capítulos tratarão de como essa resposta é apresentada.

5.4 Sensores analógicos


Quando se utiliza um sensor de proximidade, há casos em que não é su󿬁ciente saber se o
objeto está lá, mas a que distância se encontra. Nesses casos, a saída é um sinal proporcional à sua
posição na faixa de detecção.
68 Elementos de Automação

É o tipo de sensor mais comum em processos contínuos, porque normalmente


normalmente queremos saber
qual é o valor da pressão de um 󿬂uido na tubulação, a que temperatura está, qual é o nível de um
tanque de matéria-prima e assim por
p or diante.
Mas isso não signi󿬁ca que também não possam ser usados sensores binários para monitorar
essas variáveis. Um termostato é um sensor binário (discreto), que sinaliza se a temperatura está
acima ou abaixo
está acima de determinado
ou abaixo valor.
de certo valor. EmAssim
geral,também é o (termostato,
os “statos” pressostato, pressostato
que informaetc.)
se asão
pressão
sen-
sores binários.

5.5 Tecnologias com e sem contato


Outra forma de classi󿬁car os sensores
s ensores é os dividir
dividi r em duas categorias: com e sem contato.
contato.

5.5.1 Sensores com contato


São dispositivos eletromecânicos que detectam mudança, por meio de contato físico direto
com o objeto alvo; geralmente não requerem alimentação própria, são simples de
d e instalar e manter
manter..
Os sensores mais comuns desses tipos são as chaves 󿬁m de curso, usadas quando o objeto alvo
pode ter contato físico, e as chaves de segurança, utilizadas proteções de máquinas, pessoas e paradas
de emergência.

5.5.2 Sensores sem contato


São dispositivos eletrônicos, que criam um campo ou feixe de energia ao seu redor e reagem
a distúrbios nesse campo. Portanto, para funcionar, não precisam de contato físico, somente a apro-
ximação é su󿬁ciente.
Sensores fotoelétricos, indutivos, capacitivos e ultrassônicos são tecnologias sem contato,
descritos nos próximos capítulos.
capítulos.
No dia a dia de uma indústria, é comum a existência de diversos tipos de sensores. Por
exemplo, uma máquina para estampar peças precisa saber se uma peça está na posição correta
para, só depois, baixar a prensa. Pode ser usado um sensor de contato para indicar se a peça está
na posição correta e um sem contato para indicar que a prensa chegou à sua posição 󿬁nal. Outro
sensor pode ser
s er utilizado para contagem das peças que foram produzidas e assim por diante.

5.6 Características/especificações do sensor


É importante entender os termos técnicos comumente associados à tecnologia, para que
seja possível especi󿬁car sensores. Ainda que os termos variam, dependendo do fabricante, alguns
conceitos são globalmente compreendidos e aceitos por todos.
Elementos Comuns aos Sensores 69

5.6.1.Distância sensora
Ao colocar um sensor em uma aplicação, a distância sensora nominal e a distância sensora
efetiva devem ser avaliadas.

5.6.1.1 Distância sensora nominal


A distância sensora nominal é a distância de operação nominal para a qual um sensor é proje-
proje -
tado. Essa especi󿬁cação é feita, usando-se um critério padronizado, que considera as médias estatísticas
estatísticas
das medidas. A Figura 5.3 mostra a distância sensora nominal de determinado sensor capacitivo.
3 mm

Figuura 5.3 - Distância


Fig - Distância sensora nominal para um sensor
se nsor capacitivo.
capacitivo.

5.6.1.2 Distância sensora efetiva


A distância sensora efetiva é a distância sensora real obtida em uma aplicação instalada. Ela é
qualquer ponto entre
entre a distância sensora nominal ideal e o pior caso de distância sensora.

5.6.2 Histerese
Histerese, ou curso diferencial, é a diferença entre os pontos de operação (ligado) e liberação
(desligado), considerando a direção do al vo,
 vo, conforme a Figura 5.4. Esses valores são diferentes
se o alvo se distancia ou se aproxima da face sensora. Isso é expresso como uma porcentagem da
distância sensora. A histerese é um efeito desejado, porque, sem ela, a saída de um sensor de pro-
ximidade ligaria e desligaria continuamente, gerando uma oscilação indesejada. Essa distância
normalmente pode ser ajustada por meio de um circuito adicional.
Da

Distância do curso

Da = Distância em que o objeto é


Dc = Dd – Da
detectado quando se aproxima.

Dd = Distância em que o objeto Dd


deixa de ser detectado quando
se distancia.
Figuura 5.4 - Histerese
Fig - Histerese de um sensor.

70 Elementos de Automação

5.6.3 Repetibilidade
Repetibilidade é a capacidade de o sensor detectar o mesmo objeto sempre à mesma distância.
dis tância.
Expresso como um percentual da distância sensora nominal, esse valor depende da temperatura
temperatura am-
biente e da tensão da font
fonte,
e, conforme a Figura 5.5.
D1

Diferença

D1 = Distância em que o objeto é


detectado quando se aproxima da D2 – D1
primeira vez.

D2 = Distância em que o objeto é


D2
detectado quando se aproxima da
segunda vez.

Figur
Figuraa 5.5 - Repetibilidade
- Repetibilidade de um sensor.

5.6.4 Frequência de comutação


Frequência de comutação é o número de operações de comutação por segundo, alcançável sob
condições padronizadas. Em termos gerais, é a velocidade relativa do sensor, conforme
conforme a Figura 5.6.

Sensor de
Sentido do proximidade
movimento

Sn
2×m
m 2
Chapas de material ferroso
(aço ou ferro)

m
Material não
condutivo

Figura 5.6 - Padrão


- Padrão para medição da velocidade de comutação
comutação..

Elementos Comuns aos Sensores 71

5.6.5 Tempo de resposta


O tempo de resposta de um sensor é o tempo decorrido entre a detecção de um alvo e a mu-
dança do estado do dispositivo de saída (ligado para desligado ou desligado para ligado). É também
o tempo que o dispositivo de saída leva para mudar de estado, uma vez que o alvo não é mais
detectado pelo sensor
sensor..
O tempo de resposta requerido para uma aplicação em particular é uma função do tamanho
do alvo e a velocidade pela
p ela qual ele passa pelo sensor
s ensor..

5.7 Padrões
Vários órgãos normativos emitiram padrões para os sensores de presença, entre eles:
»  CENELEC (European Committee for Electrotechnical Standardization):  Comitê Europeu
para Padronização Eletrotécnica.
» NEMA (National Electrical Manufacturers Association):  Associação Nacional dos fabri-
fabri-
cantes de materiais elétricos.
»
  IEC (International Eletrotechnical Commission): Comissão Eletrotécnica Internacional.
Internacional. 
O IEC pretende ser mais neutro em termos de região geográ󿬁ca, cobrindo os diferentes con-
con -
tinentes e países. Mas por razões históricas, estratégicas ou econômicas, os fabricantes europeus
normalmente seguem as especi󿬁cações do CENELEC, enquanto os norte-americanos seguem os
padrões da NEMA.
No entanto, se cada país ou bloco econômico tiver suas próprias normas, 󿬁ca muito difícil
a integração global - necessidade absoluta dos tempos atuais. No Brasil, a Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT
(ABNT)) vem seguindo a tendência normativa mundial em aderir às normas
internacionais editadas pela IEC. Por exemplo, a norma ABNT NBR IEC 60079-25:2011 é idêntica,
em conteúdo técnico, estrutura e redação, e sem desvios técnicos em relação à Norma Internacional
da IEC; é uma tradução o󿬁cial e 󿬁el à original.
A CENELEC (órgão responsável pela edição de normas relativas a eletrotécnica no bloco
comum
comum europeu) também adotou integralmente a norma IEC. A identi󿬁cação é a mesma da IEC,
acrescida
acrescida do pre󿬁xo “EN 60”; por exemplo,
exemplo, a norma EN 60947-5-1 é igual à IEC 947-5-1.

Amplie seus conhecimentos

tudo que está disponível é correto. É sempre prudente verificar a confiabilidade da informação. Em caso de dúvida sobre
algum conceito, termo ou especificação, as normas técnicas são a melhor fonte de consulta. A ABNT é uma ótima fonte,
bem como os outros órgãos normativos reconhecidos internacionalmente. No caso dos sensores utilizados em automação
industrial, para saber mais consulte NEMA (2010) na Bibliografia deste livro.
72 Elementos de Automação

5.8 Tipos de saídas e ligação


As conexões entre os sensores, a fonte de alimentação e os dispositivos de carga são geral-
geral -
mente denominados circuito elétrico de interface.
interface. Cada elemento é essencial à con󿬁abilidade de
uma aplicação.

cação Uma interface


e antecipa con󿬁ável
aqueles combina
referentes todos osno
ao ambiente requerimentos de A
qual é aplicada. quaisquer
fonte de dispositivos
alimentaçãona apli -
apli-
oferece
um nível de tensão e corrente para o circuito que é compartilhado por seus dispositivos, conforme a
Figura 5.7. Uma vez que a alimentação é compartilhada, você deve considerar que cada dispositivo
obterá a alimentação de que necessita
n ecessita para operar de forma con󿬁ável. Isso se torna muito importante
importante
quando sensores múltiplos e/ou cargas são conectados a uma fonte CC de baixa tensão e também
envolve assegurar que nenhum dispositivo receba corrente em excesso; a maioria das falhas dos sen-
sores ocorre em virtude de uma instalação incorreta, e um problema bastante recorrente é o de ligar
a fonte de alimentação diretamente na saída do sensor
sensor..

Fonte de alimentação

Sensor  + –

Carga

 –

Figura 5.7 - Arquitetura


- Arquitetura de alimentação de um sensor.

5.8.1 Fontes de alimentação


O correto funcionamento dos sensores depende diretamente da qualidade da fonte de alimen-
tação, portanto, ela deve prover uma alimentação estável e pouco ruidosa. O ruído, nesse contexto,
são as interferências eletromagnéticas, que podem ser induzidas por outros equipamentos. Para
tanto, uma mesma fonte não deve ser utilizada para alimentar diferentes categorias de dispositivos,
como sensores e atuadores. Também é uma boa prática utilizar sensores que possuam algum tipo de
proteção contra 󿬂utuações
󿬂utuações excessivas da alimentação.

5.8.2 Alimentação disponível


As tensões geralmente disponíveis para alimentar os sensores
s ensores industriais são 24, 120 e 240 Vca.

Elementos Comuns aos Sensores 73

5.8.3 Classificação dos sensores


Os sensores industriais são geralmente projetados para operar dentro de uma das quatro
classi󿬁cações de tensão:
»   Fonte de corrente contínua de 24 V: a faixa de tensão de trabalho dos sensores varia nor-
malmente entre 10 e 30 Vcc.
»   Fontee de corrent
Font correntee alternada: existem sensores disponíveis que trabalham com tensões que
podem variar entre 20 e 250 Vca.

5.8.4 Proteção
Independentemente de CA ou CC, é uma boa prática utilizar alimentação proveniente de uma
fonte separada e 󿬁ltrada.
Os fusíveis são adotados para proteger a fonte, e não o sensor. Isso porque mesmo os fusíveis
de ação rápida e a maioria dos circuitos eletrônicos de limitação de corrente são muito lentos para
proteger
proteger o sensor de danos, em caso de:
»

  Curto-circuito/sobrecarga:
Curto-circuito/sobrecarga: uma
atingir o dispositivo.
disp ositivo.  uma corrente de curto-circuito faz uma corrente excessiva
»   Polaridade reversa: os
reversa: os polos positivo e negativo são trocados de posição.
Na vida real, quando se faz manutenção ou instalação de sensores, esses eventos não são raros,
pelo contrário, ocorrem com muita frequência. Portanto, é bom utilizar sensores que possuam
proteção incorporada contra inversão de polaridade, curto-circuito e sobrecarga. A Figura 5.8 mos-
tra os elementos típicos que fazem a proteção desses sensores.

Circuito do
sensor  Proteção contra
inversão de
Proteção contra polaridade
sobretensão

 –

Figura
Figura 5.8 - Circuito típico de um sensor com proteção contra inversão de polaridade e sobretensão
sobretensão..
Figura
Figura 5.8  Circuito típico de um sensor com proteção contra inversão de polaridade e sobretensão
sobretensão..

74 Elementos de Automação

5.8.5 Fluxo de corrente


O consumo típico de corrente de alimentação varia conforme o tipo, o modelo e o fabricante.
A faixa de valores da maioria está compreendida entre 10 e 100 mA. O valor de cada um deve ser
 veri󿬁cado no folheto de especi󿬁cações do fabricante.
fabricante.

5.8.6 Tipos de saída


As con󿬁gurações de saída posicionam-se em duas categorias: relés eletromecânicos e estado
sólido. A escolha depende da interface da sua aplicação e dos tipos de saída disponíveis para os sen-
sores com os quais você está lidando.

5.8.7 Saídas a relés eletromecânicos


Um relé eletromecânico é um dispositivo composto por uma bobina que, quando percorrida
por uma corrente elétrica, gera um campo magnético que atrai um conjunto de peças metálicas,
denominadas contatos
contatos,, conforme a Figura 5.9.

 Armadura
Contatos

Bobina
Figur
Fig uraa 5.9 - Princípio
- Princípio de funcionamento de um relé eletromecânico
eletromecânico..

Elementos Comuns aos Sensores 75

Os contatos permitem ou não a passagem de corrente elétrica ao dispositivo conectado à sua


saída. As saídas a relés são conhecidas também como saída a “contato seco”. Esse termo é utilizado
para indicar que os contatos não possuem energia própria, ou seja, têm a função de permitir ou não
a passagem pelos seus contat
contatos
os da energia vinda de uma fonte externa.
Os contatos podem ser de dois tipos: normalmente aberto (NA
( NA)) ou normalmente fechado (NF
(NF).
).
Esses termos servem para indicar a situação dos contatos quando o relé está em repouso, ou seja,
sem energia aplicada à sua bobina.
As siglas equivalentes em inglês são:
» NO (Normally Opened ) = NA
= NA (normalmente aberto);
»  NC (Normally Closed ) = NF
= NF (normalmente
( normalmente fechado).
Quanto ao tipo de conjun
conjunto
to de contatos, eles podem ser basicamente de três tipos: SPST
SPST,, SPDT
e DPDT.

C NF C NA

a) SPST b) SPST

NF1
C1
NA1
NF
C NF2
NA C2
NA2

c) SPDT d) DPDT

Figura
Figura 5.10 - Tipos
- Tipos de contatos eletromecânicos.
eletromecânicos.

Utilizee a Figura 5.10 para auxílio do signi󿬁cado físico dos termos detalhados
Utiliz d etalhados a seguir.
O terminal comum (C
(C) é onde se conecta a entrada do sinal sendo controlado. Os termos
signi󿬁cam:
»   SPST (Single Pole Single Trow) - um polo e uma posição: o relé possui um único conjunto
de contatos, que pode ser NF (situação a) ou NA (situação b).
» SPDT (Single Pole Double Trow) - um polo e duas posições: o relé possui um único
conjunto de contatos, porém com duas saídas: uma NA e outra NF, conforme a situação c 
da Figura.
» DPDT (Double Pole Double Trow) - dois polos e duas posições: o relé tem dois con juntos
de contatos NA e NF que operam simultaneamente, ou seja, os dois conjuntos operam
sincronamente. Quando o contato C1 estiver conectado à saída NF1, o contato C2
obrigatoriamente estará conectado a NF2. Quando o relé comuta, C1 estará ligado a NA1
e C2 a NA2, respectivamente.
respectivamente.

76 Elementos de Automação

Tabela 5.1 -- Classi󿬁cação


 Classi󿬁cação dos contatos
contatos,, segundo a norma EN/IEC 60947-5-1
Símbolo Forma Tipo Descrição

A SPST-NO Contato com dois terminais com


espaçamento simples.

Contato com dois terminais.


B SPST-NC
Espaçamento simples.

Contato com dois terminais.


X SPST-DB-NO
Espaçamento duplo.

Contato com dois terminais.


Y SPST-DB-NC
Espaçamento duplo.

Contatos com três terminais.


O terminal comum comuta entre
C SPDT a NF e NA.
Espaçamento simples.
Contato com quatro terminais.
Os contatos devem ser ligados à
Za SPDT-DB carga com mesma polaridade.
Espaçamento duplo.
Contato com quatro terminais.
Os dois conjuntos de contatos são
Zb SPDT-DB eletricamente isolados um
do outro.
Espaçamento duplo.

Quando se fala de saída a “contato seco”, está-se dizendo, portanto, que ela é baseada em relés.
Uma das vantagens desse tipo de saída é a sua baixa corrente de fuga, o que permite ligar vá -
rias saídas em paralelo.
Uma desvantagem é que os contat
contatos
os são mecânicos e, portanto, sujeitos ao desgaste com o uso.
Assim, eles possuem uma vida útil limitada. Quando a corrente que passa pelos contatos é baixa (o
que acontece na maioria das vezes), os contatos podem-se oxidar, comprometendo a qualidade do
sinal de saída. Os tempos de resposta dos relés são geralmente na faixa de dezenas de milissegundos,
muito mais lento que a maioria das saídas de estado sólido.
s ólido.

Elementos Comuns aos Sensores 77

5.8.8 Saídas de estado sólido


Uma chave de estado sólido utiliza um componente eletrônico para fazer a função de chave.
Os componentes mais utilizados são o transistor bipolar de junção (TBJ
( TBJ)) e o transistor de efeito de
campo (FET
(FET),
), quando se utiliza corrente contínua
contínua e o TRIA
TRIAC,
C, quando alternada. Uma das vantagens
desse tipo de saída é a de não possuir partes mecânicas móveis sujeitas ao desgaste com o uso. Na
 verdade, mesmo sendo um circuito eletrônico
eletrônico,, também está sujeito a algum desgaste, mas é tão pe-
queno que pode ser desprezado. Esses tipos de saídas devem ser considerados para as aplicações que
precisam de chaveamento frequente
frequente ou utilizam baixa tensão e baixa corrent
corrente.
e.

5.8.8.1 Transistores NPN/PNP


Os transistores são geralmente os dispositivos de saída de estado sólido, utilizados nos sen-
sores alimentados por corrente contínua (CC
(CC).). O transistor, nesse caso, funciona como uma chave
eletrônica, permitindo ou não a passagem de corrente elétrica. Eles estão disponíveis em dois tipos:
NPN e PNP.
Para a saída do transistor NPN, a carga deve estar conectada entre a saída do sensor e a cone-
cone-
xão de alimentação positiva (V+). Ela é também conhecida como uma saída do tipo dreno ( sinking ).).
A Figura 5.11 mostra como a carga deve ser ligada a essa forma de saída.

V+

 A corrente elétrica
elétrica
flui neste sentido
quando o transistor 
conduz.
Circuito
eletrônico do NPN
sensor 
O sensor “drena” a
corrente da carga.
(sinking )

V–

Figura 5.11 - Esquema


- Esquema de uma saída a transistor NPN (sinking ).
).

O princípio de funcionamento da saída, quando se utiliza um transistor PNP, segue o mesmo


fundamento, porém sua ligação é diferente. A corrente 󿬂ui para fora do sensor, em direção à carga.
Tal saída é também conhecida como do tipo fonte ( sourcing ).
). A Figura 5.12 mostra um diagrama
simpli󿬁cado desse tipo de saída.

78 Elementos de Automação

V+

PNP

 A corrente
corrente elétrica
flui neste sentido

quando
conduz. o transistor 
Circuito
eletrônico do
sensor 

O sensor “fornece”
a corrente para a
carga.
(sourcing )

V–

Figur
Figuraa 5.12 - Esquema
- Esquema de uma saída a transistor PNP (sinking ).
).
As saídas a transistores são capazes de fornecer uma corrente, que pode chegar a 100 mA.
Antes de ligá-lo à carga, é recomendável que se veri󿬁que, no catálogo de especi󿬁cações do sensor,
qual a corrente máxima permitida. Uma boa característica desse tipo de saída é que as correntes
de fuga são muito baixas (na faixa de μA). Os tempos de resposta vão da ordem de milissegundos
(ms) até microssegundos (μs). A Figura 5.13 mostra como os sensores com saída NPN e PNP devem
ser ligados.

V+
V+
NPN
Carga
Fonte de
Saída
alimentação CC

V–
V–

V+
V+
PNP
Fonte de
Saída
alimentação CC
Carga
V–
V

Figuura 5.13 - Esquema


Fig - Esquema de ligação da carga às
à s saídas NPN e PNP,
PNP, respectivamente.

Elementos Comuns aos Sensores 79

5.9 Saída analógica


Os sensores analógicos produzem na saída um sinal proporcional (ou inversamente pro- pro -
porcional) à variável, a qual é detectada pelo sensor, conforme a Figura 5.14. No exemplo desse
grá󿬁co, quando o objeto não é detectado, a saída é de 4 mA, e esse valor vai aumentando de acordo
com a distância do objeto
objeto.. Esse é um exemplo de um sinal
s inal diretamente proporcional.
proporcional.
Corrente
(mA)

20

1 2 3 4 5 Distância (m)

Figura
Figura 5.14 - Exemplo
- Exemplo de uma saída analógica modulada em corrente de 4-20 mA.

5.10 Fiação e ligação

5.10.1 Dois e três fios

Os sensores podem ser classi󿬁cados de acordo com o número de terminais de conexão que
possuem, sendo os mais comuns de dois e três 󿬁os. Os dispositivos de dois 󿬁os são projetados para
ser usados com conexão em série com a carga, e seus dois 󿬁os carregam simultaneamente a alimen-
alimen -
tação e o sinal. Já em uma con󿬁guração de três 󿬁os, dois condutores são utilizados para a ali- ali -
mentação, e o terceiro, como saída do sinal. Esses tipos podem ser conectados em arranjos em série
ou em paralelo, para executar determinada função lógica.

5.10.2 Conexão dos sensores de dois fios em série ou paralelo


A ligação em série dos sensores de dois 󿬁os é bastante simples, conforme a Figura 5.15. No
entanto,, eles precisam estar alimentados pela mesma fonte
entanto fonte.. Isso, combinado com suas características
de alta queda de tensão, limita o número de sensores que podem ser ligados em série. Além disso,
como cada dispositivo fornece alimentação ao dispositivo subsequente, o tempo de resposta total
é a soma do tempo de resposta de cada um deles. Portanto, antes de fazer tal arranjo, é importante
 veri󿬁car se o tempo de resposta é adequado para a aplicação.
aplicação.
80 Elementos de Automação

V+
Fonte de
Sensor 1 alimentação
V–

Sensor 2

Sensor 3

Carga

Figur
Figuraa 5.15 - Sensores
- Sensores a dois 󿬁os ligados em série.

5.10.3 Conexão em paralelo dos sensores de três fios


Os sensores com saídas a transistor NPN ou PNP podem ser ligados em paralelo, desde que
todos os dispositivos tenham o mesmo tipo de saída (NPN ou PNP). A Figura 5.16 mostra uma co-
nexão de três sensores, com saídas PNP em paralelo. Nesse caso, está implementando-se uma lógica
OU; basta que apenas um dos sensores tenha sua saída ativada para que a carga também seja. No en-
tanto,, essa ligação só
tanto s ó é possível se a corrente de fuga das saídas for baixa.

V+ V+ V+
V+
Fonte de
Saída Saída Saída alimentação
V–
PNP PNP PNP CC

V– V– V–

Carga
Figura
Fi gura 5.16  Sensores a três 󿬁os ligados em paralelo.

Elementos Comuns aos Sensores 81

Vamos recapitular?

Neste capítulo, vimos que alguns termos e conceitos são comumente aceitos por toda a comuni-
dade envolvida com automação. Entre eles, estão os tipos de saídas binárias (ou digitais) e analógicas.
Aprendemos o signi󿬁cado de histerese, distância sensora e outros termos comuns aos sensores, além de
notar como eles podem ser ligados em conjunto (série ou paralelo).

Agora é com você!

1) Um dos terminais de uma carga elétrica é ligado a um sensor com saída PNP.
O outro terminal da carga deve ser ligado a qual polaridade
p olaridade da fonte de alimentação?
2) A saída de um sensor é do tipo “contato seco”. O que isso signi󿬁ca?
3) O que signi󿬁ca saída de estado sólido?
4) É recomendável ligar várias categorias de dispositivos diferentes a uma mesma fonte
de alimentação? Por quê?
5) O que caracteriza uma ligação em série?
séri e? E em paralelo?
82 Elementos de Automação

Chaves
Fim de Curso
6
Para começar

Este capítulo tem por objetivo de󿬁nir um tipo de elemento sensor bastante utilizado na au-au-
tomação, as chaves 󿬁m de curso. Elas podem ser consideradas sensores porque detectam a presença de
algum objeto, desde que este entre em contato adequadamente com seu atuador.

6.1 Conceito
Imaginemos um portão automático residencial acionado por controle remoto. Quando ele é
acionado para abrir, movimenta-se até que esteja totalmente aberto. Como o circuito que comanda o
motor sabe que o portão está totalmente aberto? Para essa 󿬁nalidade é muito utilizado um sensor de
proximidade denominado chave
denominado chave 󿬁m de curso.
curso.
Sua principal função é detectar quando um dispositivo atinge seu deslocamento máximo,
como no nosso exemplo
exemplo,, no intuito de evitar que o motor continue
continue funcionando mesmo depois
dep ois de o
portão ter chegado ao seu
s eu ponto máximo. Isso evita uma possível sobrecar
s obrecarga
ga no motor e no circuito
circuito..
As chaves 󿬁m de curso são elementos que podem determinar a presença, a passagem e o
término do curso de um objeto.
Trata-se de um dispositivo eletromecânico, composto por um encapsulamento, contendo um
elemento atuador conectado a um conjunto de contatos elétricos. Quando um objeto toca 󿬁sica-
󿬁sica -
mente o atuador faz os contat
contatos
os estabelecerem ou desfazerem uma conexão elétrica.

83

A Figura 6.1 mostra o modo de operação de uma chave 󿬁m de curso. Quando está em repouso
(não pressionada), ela mantém os contatos elétricos separados (normalmente abertos), o que pro-
 voca uma interrupção no circuito elétrico. Quando é pressionada, os contato
contatoss elétricos se juntam e
permitem que a passagem de sinais elétricos esteja conectada aos seus terminais.

 Aberta Fechada

Figura 6.1 - Acionamento


- Acionamento de uma chave 󿬁m de curso.

As chaves 󿬁m de curso são utilizadas em uma grande variedade de aplicações e ambientes.


São dispositivos robustos, de fácil instalação e manutenção, além de serem bastante con󿬁áveis no
que diz respeito à operação. Resumidamente, poderíamos dizer que funcionam como um inter-
ruptor liga/desliga.
Podemos utilizar esses sensores para detectar a abertura ou o fechamento de uma porta, a pre-
sença de um objeto em determinado local ou, ainda, quando um elemento móvel de uma máquina
atinge o ponto máximo.
As chaves 󿬁m de curso são tipicamente utilizadas quando o objeto monitorado pode tocar um con-
con -
tato físico. No entanto, deve-se observar que seu uso não é recomendado para aplicações que possuam
um grande número de acionamentos, pois suas partes móveis podem p odem desgastar-se rapidamente.

6.2 Estrutura da chave fim de curso


Na Figura 6.2, pode-se observar uma chave 󿬁m de curso com acionamento por rolete.

 Atuador 

Cabeçote

Corpo
Figura
Figura 6.2 - Chave
- Chave 󿬁m de curso com atuador por rolete.

84 Elementos de Automação

6.2.1 Componentes básicos


O atuador é a parte da chave que entra em contato com o objeto a
Atuador
ser detectado.

O cabeçote aloja o mecanismo que transforma o movimento do


Cabeçote atuador em comutação dos contatos. Quando o atuador é deslocado,
o mecanismo faz os contatos comutarem.

Bloco de contatos O bloco de contatos alojam os contatos elétricos da chave.

O bloco de terminais contém contatos metálicos e parafuso de


Bloco de terminais
fixação, necessários para conectar fiação elétrica.

Corpo da chave O corpo da chave aloja o bloco de contatos e o de terminais.

6.3 Princípio de funcionamento


O funcionamento de uma chave 󿬁m de curso é ilustrado na Figura 6.3. No item a, está repre-
repre-
sentada a chave em sua condição de repouso inicial.
a) b) c)

Força aplicada Força removida

Repouso  Acionado Repouso

Figura 6.3 - Sequência


- Sequência de acionamento de uma chave 󿬁m de curso.

Quando o objeto a ser detectado atinge o atuador, este se movimenta, e, quando chega a um
determinado
de terminado ponto, faz a comutação de seus contatos.
Comutar signi󿬁ca mudar de um estado para outro. Por exemplo, se inicialmente o contato
estava
estava fechado, quando comuta, signi󿬁ca que esse contato abriu. Como um contato só pode estar
inicialmente
inicialmente fechado ou aberto, comutar signi󿬁ca que o contato (ou conjunto deles) abrirá (caso
estivesse anteriormente
anteriormente fechado) ou fechará (caso estivesse anteriormen
anteriormente
te aberto).
O item b mostra o instante em que os contatos comutam,
comutam, permitindo que seja
s eja gerado um sinal
s inal
elétrico, o qual pode ser utilizado, por exemplo, para parar um motor,
motor, ativar um sinal de alarme etc.
6.4 Movimento e tipos de atuadores
Existe um grande número de tipo de atuadores, cada um mais adequado para determinada
aplicação. Eles podem ser acionados de três formas principais:

Chaves Fim de Curso 85

»  com rotação lateral, como foi o caso ilustrado anteriormente;


»  com pressionamento
pressionamento de um botão;
»  com deslocamento de uma haste 󿬂exível.

6.4.1 Atuador com rotação lateral


É um atuador que executa um movimento de rotação sobre o
seu eixo quando submetido a uma força externa.
Quando a força que provocou o deslocamento do atuador é
remo vida, uma mola a faz retornar à posição inicial de repouso,
Figura 6.4 - Utilização
Figura - Utilização típica dos
conforme a Figura 6.4. atuadores com rotação lateral.

6.4.2 Posições dos atuadores


A posição em que ocorrem os eventos recebe determinados denominações:
» Posição livre (de repouso): condição em que o atuador está sem nenhuma força externa
aplicada a ele.
» Posição de pperação (set position): ponto da trajetória do atuador onde a comutação dos
contatos
contatos internos é disparada.
» Posição 󿬁nal de curso: posição onde o atuador atingiu o percurso máximo da trajetória.
» Posição de liberação (release position):
): ponto
 ponto da trajetória de retorno do atuador em que
as conexões comutam de volta para a condição normal de repouso.
Posição de liberação
(release)
Posição de Posição livre
operação (repouso)

Posição final
de curso
Figura 6.5 - Posição
- Posição dos atuadores.

86 Elementos de Automação

a lavancas de torção que podem ser utilizados.


A Figura 6.6 mostra alguns exemplos de tipos de alavancas

 Alavancas com roletes Alavancas de torção Alavancas tipo “V” ou forquilha

Figura 6.6 - Tipos


- Tipos de atuadores com alavancas de torção.

6.4.3 Atuadores com botão


Um botão de pressão é posicionado na lateral ou na parte superior do cabeçote, conforme a
Figura 6.7.

Pino superior Pino lateral

Figura 6.7 - Exemplos


- Exemplos de atuadores de pinos (botões).

Os contatos comutam
comutam quando pressionados. Normalm
Normalmente,
ente, possuem uma mola que faz o atua-
dor volte para sua posição original quando a força externa é removida, conforme a Figura 6.8.
Figura 6.8 - Atuador
- Atuador de botão.
A sequência de acionamento segue o mesmo padrão descrito para os atuadores de alavanca
rotativos.
rotativos. A Figura 6.9 ilustra um exemplo de funcionamento
funcionamento..

Chaves Fim de Curso 87

Posição Ponto de Posição Ponto de Posição


inicial operação final de liberação inicial
(repouso) curso (reset) (repouso)

Figura
Figura 6.9 - Sequência
- Sequência de operações de acionamento uma chave 󿬁m de curso por botão.

6.4.4 Atuadores com haste flexível

Um atuador com haste 󿬂exível é uma vareta longa e estreita,


instalada no cabeçote da chave 󿬁m de curso, que opera os con-
tatos de conforme
 vertical, chave quando é forçada
a Figura a inclinar
6.10. Podem a partirem
ser operadas daqualquer
posição
direção, com movimentos semelhantes aos de um  joystic  joystickk.  Da
mesma forma que os demais tipos, deve retornar à sua posição
original quando a força atuadora for removida.

6.5 Normas NEMA e IEC


Os painéis e os contatos para uma chave 󿬁m de curso
foram padronizados por comitês normativos,
normativos, como a International Fig
Figura
ura 6.10 - Desenho
- Desenho representand
representandoo
Electrotechnical Commission (IEC - Comissão Internacional Ele- Ele - um atuador de haste 󿬂exível.
trotécnica) e a National Electrical Manufacturers Association 
(NEMA - Associação Nacional de Fabricantes
Fabricantes de Material Elétrico). Os estilos de chaves NEMA
e IEC diferem em alguns aspectos, incluindo tamanho do corpo, vida mecânica, durabilidade,
material típico
típico do invólucro
invólucro e padrão de furos de montagem.
montagem. É necessário veri󿬁car o catálogo do
fabricantee para saber o padrão que a chave 󿬁m de curso segue.
fabricant
A CENELEC (órgão responsável pela edição de normas relativas à eletrotécnica no bloco
comum europeu) também adotou integralmente a norma IEC, com a mesma identi󿬁cação acrescida
do pre󿬁xo “EN 60”; por exemplo,
exemplo, a norma EN 60947-5-1 é a mesma que a IEC 947-5-1.
A IEC/EN 50047 normatiza as chaves 󿬁m de curso, ou chaves de limite, que utilizam atuadores
com retorno automático, usadas no ambiente industrial. Nessa norma, estão de󿬁nidas as dimensões
e as características necessárias com que devem ser
s er construídas.

A IEC/EN50041 também normatiza as chaves 󿬁m de curso, com a diferença que são para as
chaves de tamanho maior que 42,5 × 80.
As características elétricas devem estar de acordo com a publicação IEC 337 - chaves de controle.

88 Elementos de Automação

Fique de olho!

Antes de utilizar qualquer elemento de comutação elétrica, tais como as chaves fim de curso, é bom ter certeza que se
está atendendo também à norma ABNT NBR IEC 60079-0:2013, que trata de ambientes com atmosferas explosivas.

6.6 Vantagens e desvantagens da chave fim de curso

6.6.1 Vantagens
As chaves 󿬁m de curso possuem muitas vantagens, entre elas:
»  possuem baixo custo de aquisição;
»  são fáceis de instalar e manter;
»  sua operação pode sers er facilmente inspecionada de forma visual;
» o invólucro
invólucro possui uma boa vida útil;
»  possuem boa vedação, o que lhes confere alta resistência, mesmo em ambientes hostis,
como é o industrial;
» têm boa repetibilidade;
»  seus contatos suportam a comutação de cargas com correntes mais elevadas do que outras
tecnologias sensoras;
»  não estão sujeitas à interferência de funcionamento em virtude de ruídos elétricos e de
radiofrequência;
»  não possuem corrente de fuga;
» há pequena resistência elétrica entre seus contatos, o que leva a uma queda de tensão
muito pequena.

6.6.2 Desvantagens
Também possuem algumas desvantagens, que são:
»  sua vida útil é menor
menor que das tecnologias
tecnologias que utilizam saídas de estado sólido;
»  suas partes móveis podem apresen
apresentar
tar desgaste ou oxidação;
»  alguns equipamentos eletrônicos podem receber falsos sinais em virtude de efeito rebote,
típico de contat
contatos
os eletromecâ
eletromecânicos.
nicos.

6.7 Aplicações típicas


São quaisquer aplicações em que o contat
contatoo físico com esse sensor não seja um problema.
Simples, de baixo custo, fáceis de instalar e manter, devem ser uma das primeiras opções a se
considerar quando se precisa de um sensor de proximidade. Tipicamente,
Tipicamente, estão presentes em:

Chaves Fim de Curso 89

»  correias transportadoras;
»  portas de máquinas e equipamentos;
»  detecção de 󿬁nal de curso para tornos, máquinas de fresa e perfuração;
»  equipamentoo de produção de alta velocidade.
equipament

Chaves fim de curso


para verificação de
escotilha aberta/escotilha fechada

Figura 6.11 - Veri󿬁cação


- Veri󿬁cação da posição.

6.8 Sensores magnéticos


Outra categoria de elementos eletromecânicos de detecção de proximidade são os sensores
magnéticos. Tais elementos são capazes de detectar a presença de um campo magnético, que pode
ser gerado, por exemplo, por um imã.

6.8.1 Reed-switch

Esse dispositivo é equivalente a um interruptor mecânico. A Figura 6.12 ilustra um reed-switch 


disponível comercialmente, onde podem ser observados os seus contatos elétricos, que, no caso,
estão normalmente unidos.
Figura 6.12 - Sensor
- Sensor magnético do tipo reed-switch.

90 Elementos de Automação

( NA)) ou normalmente
Esses sensores estão disponíveis com contatos normalmente abertos (NA
fechados (NF
(NF)) - que é o caso
cas o ilustrado na Figura 6.12.
A Figura 6.13 mostra o princípio de atuação desse tipo de sensor caso os seus contatos fos-
sem do tipo NA. São constituídos basicamente por um bulbo de vidro transparente, que contém
internamente dois contatos separados por uma pequena distância. Esses contatos se fecham ao se
aproximar de um campo magnético. Dessa forma, podem ser utilizados para detectar a aproximação
de algum elemento, desde que este contenha um imã.

Contatos normalmente Os contatos se fecham quando


abertos (NA) um ímã se aproxima

Campo magnético

a) Repouso b) Campo magnético próximo

Figura 6.13 - Princípio


- Princípio de funcionamento de um reed-switch.

6.8.1.1 Desvantagens
Assim como todos os demais sensores mecânicos, sua principal desvantagem é o fato de terem
peças móveis sujeitas à quebra e ao desgaste, além da inércia natural que limita sua velocidade
de ação. Outro problema é a geração de rebotes quando são acionados. Deve-se certi󿬁car que o
dispositivo que o monitora é capaz de 󿬁ltrar o sinal gerado.

6.8.1.2 Aplicações
Os sensores magnéticos são frequenteme
frequentementente utilizados para sinalização ou controle. Podem ser
usados, por exemplo
exemplo,, para gerar um sinal elétrico sempre
s empre que um atuador mecânico atingir determi-
nada posição, por exemplo, detecção de posicionamento de pistão em cilindros pneumáticos.
Eles não são recomendados para aplicações com um número elevado de comutações.

Vamos recapitular?

Neste capítulo, vimos que as chaves 󿬁m de curso são um tipo de dispositivo eletromecânico, que
comuta seus contatos elétricos quando o atuador se conecta com algum outro elemento, além de serem
bastante utilizadas nos ambientes industriais, em virtude de sua simplicidade e seu baixo custo. Vimos

que
comunsexistem encapsulamentos
a NEMA e a IEC. Pordiferentes
󿬁m, vimosconforme o tipo diversidade
que há grande de norma que seguem, sendo
de atuadores: as normas
roletes, mais
pinos, hastes
etc., sendo cada um mais adequado para determinada aplicação.

Chaves Fim de Curso 91

Agora é com você!

1) Cite possíveis usos para uma chave 󿬁m de curso.

2) Qual a vantagem desse tipo de sensor?


s ensor?
3) O que signi󿬁cam os termos “posição de operação” e “posição de reset ”?
”?
4) O que signi󿬁ca
si gni󿬁ca comutar os contatos?
5) O que é um reed-switch?
6) Qual o princípio de funcionamento de um sensor
s ensor magnético?
92 Elementos de Automação

Sensores Indutivos
7
Para começar

Este capítulo tem por objetivo apresentar os sensores indutivos. Esses dispositivos são muito
utilizados quando se precisa detectar a presença de elementos metálicos, tipicamente presentes
nas máquinas.

7.1 Conceito
Os sensores indutivos normalmente estão disponíveis com encapsulamento em formato cilín-
drico e rosqueável, conforme a Figura 7.1.
   h
  c
Esses sensores são dispositivos eletrônicos pro-   s
  o
   b
  s
  a
 jetados para detectarem objetos metálicos. A natureza   c
  u
   L
   /
  s
sem contato da tecnologia, aliada à ausência de partes   n
  o
  m
móveis, signi󿬁ca que, com a instalação adequada, os   m
  o
   C
  a
sensores de proximidade indutivos não estão sujeitos    i
   d
  e
  m
   i
a desgaste mecânico. Além disso, eles funcionam bem    k
   i
   W
em ambientes hostis e não são afetados pelo acúmulo

de
óleocontaminantes natransforma
ou fuligem. Isso face sensora, como pó,indutiva
a tecnologia graxa, Figura 7.1 - Sensor
- Sensor indutivo.
em um candidato ideal para utilização nas aplicações

93

industriais pesadas. A Figura 7.2 mostra o símbolo esquemático


desse tipo de sensor.
Um sensor de proximidade indutivo funciona com base no
princípio
prin (Eddy Current Killed Oscillator ).
cípio ECKO (Eddy ). Esses sensores são
projetados para gerar um campo eletromagnético na face sensora.
sen sora.
Quando um objeto metálico penetra nesse campo, as correntes de
superfície, conhecidas como correntes de Foucault, são induzidas no
objeto metálico. Essas correntes drenam a energia do campo mag-
Figura
Fi gura 7.2 - Símbolo
- Símbolo esquemático
nético, provocando uma perda de energia no circuito do oscilador, o de um sensor indutivo.
que leva a uma redução na amplitude de oscilação. O circuito
acionador detecta essa alteração e gera um sinal para comutar a saída em ligar ou desligar. Quando o
objeto se afasta do campo eletromagnético, o oscilador se regenera e o sensor retorna ao estado
normal, conforme a Figura 7.3.

4
3 5
2 6

1 7

Figura
Figura 7.3 - Mudança
- Mudança da amplitude da oscilação em função da proximidade do alvo.

Os sensores de proximidade indutivos detectam tanto os metais ferrosos (que contêm ferro)
quanto os não ferrosos. Normalmente, os sensores de proximidade indutivos são utilizados para a
detecção da posição dos alvos metálicos na usinagem automatizada, das partes metálicas nas mon-
tagens automatizadas e da presença de um recipiente metálico para o acondicionamento automa-
automa-
tizado de alimentos e bebidas.

7.2 Estrutura do sensor de proximidade indutivo


Um sensor de proximidade indutivo consiste em quatro componentes básicos, conforme a
Figura 7.4:
»   conjunto de núcleo de bobina e ferrite;
»
  oscilador;
»   circuito acionador;
»   circuito de saída.

94 Elementos de Automação

Sa
Saíd
ída
a Detec
Detector
tor Os
Osci
cila
lado
dorr Bobin
Bobina
a

Figuraa 7.4 - Diagrama


Figur - Diagrama dos componen
componentes
tes de um sensor indutivo.

7.3 Componentes básicos

Conjunto do núcleo O conjunto do núcleo de bobina e ferrite gera um campo eletromagnético a partir da energia
de bobina e ferrite elétrica que o oscilador fornece.

Osc
sciilad
ado
or O osc
osciila
lado
dorr for
forn
nec
ecee ene
energ
rgia
ia el
elét
étri
ricca pa
para o con
conju
junt
nto
o do
do nú
núcl
cleo
eo de bob
obin
ina
a e fer
ferri
rite
te..

O circuito detector monitora as mudanças na amplitude de oscilação, que ocorre quando o


Detector
alvo metálico penetra ou se afasta do campo magnético que se irradia da face sensora.

Quando uma alteração significativa no campo magnético é detectada, a saída de estado sólido
Saída fornece um sinal elétrico para um receptor de sinais, como a interface de um CLP,
CLP, o qual
indica a presença ou a ausência de alvo metálico no campo sensor.

7.4 Estrutura blindada e não blindada


Cada sensor de proximidade indutivo pode ser classi󿬁cado conforme a apresentação de uma
estrutura blindada ou não blindada.

7.4.1 Distância sensora típica blindada e não blindada


A distância operacional do sensor de proximidade indutivo é a função do diâmetro da
bobina sensora e leva em consideração se a estrutura é blindada ou não. A Figura 7.5 mostra
essas relações. Por exemplo: se o diâmetro de um sensor blindado é de 18 mm, a distância sensora
nominal dele é 5 mm.

16

14

12

10

Blindado
8

Não blindado
6
4

0
8 mm 12 mm 18 m m 30 mm

Figura 7.5 - In󿬂uência


- In󿬂uência do diâmetro do sensor e da blindagem na distância nominal.

Sensores Indutivos 95

7.4.2 Estrutura blindada

Os sensores blindados são construídos com anel blindado, que circunda o conjunto e o núcleo
da bobina. Isso concentra o campo eletromagnético na direção da face sensora. Nos sensores que
possuem invólucros metálicos, o próprio invólucro
invólucro fornece a blindagem, conforme a Figura 7.6.

Blindagem

Encapsulamento

Núcleo de ferrite

Figura 7.6 - Estrutura


- Estrutura de um sensor indutivo blindado.

A estrutura blindada permite que o sensor seja montado no mesmo nível da superfície metá-
lica, sem causar falsos acionamentos, como indicado na Figura 7.7.

Face sensora

Superfície metálica
Figura
Fi gura 7.7 - Instalação
- Instalação de sensores blindados com face sensora
no mesmo nível que a peça metálica

96 Elementos de Automação

7.4.3 Estrutura não blindada

Os sensores não blindados não são construídos com uma cinta metálica ao redor do conjunto
núcleo/bobina, conforme a Figura 7.8. Portanto, o campo eletromagnético gerado pelo sensor não
blindado não é tão concentrado em direção à face sensora quanto em um sensor blindado. Isso torna
os sensores não blindados mais sensíveis aos metais que os circundam. A estrutura não blindada ofe-
rece até 50% mais de faixa de detecção do que um sensor blindado do mesmo tamanho. Por causa causa da
maior faixa de detecção, a detecção dos alvos difíceis pode-se tornar mais fácil com a utilização dos
sensores não blindados.

Encapsulamento

Núcleo de ferrite

Figura 7.8 - Estrutura


- Estrutura de um sensor indutivo não blindado.

Os sensores não blindados não podem ser montados no mesmo nível do metal. Para evitar
falsos acionamentos, eles devem ser montados com uma zona livre de metais em volta da face sen-
sora, conforme a Figura 7.9.

Face sensora

Superfície metálica
Figuraa 7.9 - Estrutura
Figur - Estrutura recomendada de montagem de sensores não blindados em superfícies metálicas.

Sensores Indutivos 97

7.5 Considerações sobre os alvos


A distância operacional do sensor
s ensor de proximidade indutivo varia a cada alvo e aplicação. A ha-
bilidade do sensor em detectar o alvo é determinada pelo material, pelo tamanho e pelo formato do
alvo metálico.

7.5.1 Faixa de detecção versus  material e tamanho do alvo


A distância operacional nominal (Sn) do sensor é a
quantidade convencional utilizada para designar a distância
em que o alvo padrão se aproxima da face sensora, causando 1 mm
a alteração do sinal de saída. Um alvo padrão é de󿬁nido como
uma peça quadrada de aço doce, com espessura de 1 mm, com
comprimentos laterais iguais ao diâmetro da face sensora ou
três vezes a distância operacional nominal, ou o que for maior,
conforme a Figura 7.10. d
 Aço doce
A distância operacional nominal para o alvo do aço doce
padrão é utilizada como ponto de referência, conforme a Figura
7.10. Nas aplicações típicas, a distância operacional é afetada d = diâmento do sensor ou
não só pela composição do alvo, mas também pelo tamanho   3 vezes a distância sensora,
  ou o que for maior.
e pelo formato. A distância operacional nominal do alvo de
aço doce padrão deve ser multiplicada pelo fator de correção, Figura 7.10
7.10 - Dimensões
- Dimensões de
a 󿬁m de determinar a distância operacional nominal para um alvo padrão.
outros tipos de metais. Por exemplo: se a distância operacional
nominal de um sensor é de 5 mm e ele vai ser utilizado para detectar peças de bronze, a distância sen-
sora corrigida é de 2,5 mm (5 mm × 0,5).

7.6 Efeitos do material do alvo

7.6.1 Fatores de correção do alvo para sensores de


proximidade indutivos
Diferentemente do aço doce padrão, utiliza-se um fator de correção para determinar a
distância sensora de outros materiais. A composição do alvo possui amplo efeito na distância sen-
sora dos sensores de proximidade indutivos. Se um alvo for construído utilizando-se um dos mate-
riais catalogados, multiplique a distância sensora nominal pelo fator de correção relacionado, a 󿬁m
de determinar a distância
d istância sensora nominal para aquele alvo.
a lvo.
Os fatores de correção relacionados na Tabela 7.1 são fornecidos apenas como referência. No
intuito de obter o valor exato, consulte a tabela de especi󿬁cação do sensor que vai utilizar. Os ma-
teriais comuns e seus fatores de correção especí󿬁cos são normalmente relacionados no catálogo de
especi󿬁cação do produto
produto..
A faixa de detecção pode ser determinada pela seguinte equação:

98 Elementos de Automação

Faixa de detecção = (faixa de detecção nominal) × (fator de correção)

Tabela 7.1 - Fatores


- Fatores de correção

Material do alvo Fator de correção aproximado

Aço doce 1,0

Aço inoxidável 0,85

Bronze   0,50

Alumínio 0,45

Cobre   0,40
Fonte: Rockwell,
Fonte: Rockwell, 2013.

Exercício resolvido
Um sensor tem distância nominal de 10 mm e será utilizado para detectar peças de cobre.

A que istâ
istância
ncia a peça everá se apr
aproxim
oximar
ar para ser etecta a?
Resposta
Faixa de detecção = 10 mm × 0,4 = 4 mm

7.7 Efeitos do formato e tamanho do alvo


O tamanho e o formato do alvo precisam ser considerados na escolha de um sensor de proxi-
midade indutivo. Os pontos a seguir devem servir de diretrizes gerais ao se corrigirem o tamanho e
o formato do alvo (ROCKWELL, 2013):
»  alvos planos são preferíveis;
»  alvos arredondados podem reduzir a distância operacional;
»  materiais não ferrosos normalmente reduzem a distância operacional para todos os
modelos de detecção de metal;
»  alvos menores que a face sensora costumam reduzir a distância operacional;
»  alvos maiores que a face operacional podem aumentar a distância sensora;
»  chapas podem aumentar a distância operacional.
A distância operacional nominal não leva em consideração as tolerâncias de fabricação ou
as variações em razão de condições, externas como tensão ou temperatura. Considerando esses
fatores,
fatores, a distância operacional real de determinado sensor pode variar até ± 20% da distância ope-
racional nominal.

Sensores Indutivos 99

7.8 Vantagens e desvantagens da proximidade indutiva

7.8.1 Vantagens
As vantagens dos sensores
s ensores de proximidade indutivos incluem:
»   não são afetados pela umidade;
»   não são afetados pelos ambientes com poeira/sujeiras;
»   sem partes móveis/sem desgaste mecânico;
»   não dependem da cor do objeto;
»   sem zona cega.

7.8.2 Desvantagens
As precauções para os sensores de proximidade indutivos incluem:
»   detectam somente a presença de alvos metálicos;
»   a amplitude operacional é menor do que em outras tecnologias sensoras;
»   podem ser afetados por campos eletromagnéticos fortes.

Vamos recapitular?

Neste capítulo aprendemos que os sensores indutivos são baseados na formação de um campo
magnético na face sensora. Esse campo induz correntes nos metais que estiverem próximos, provocando
uma alteração em seu campo. Aprendemos que isso provoca uma mudança na oscilação do circuito a
que ele está ligado, detectando
detectando o objeto, além disso, os sensores indutivos só podem detectar metais.

Agora é com você!

1) Pode-se utilizar um sensor indutivo na detecção de peças de alumínio?


2) O tamanho do sensor tem alguma in󿬂uência sobre as características dele?
3) Um sensor de distância nominal de 10 mm vai ser utilizado para se detectar uma
peça de bronze. A que distância ela deve estar para poder ser detectada?
d etectada?

100 Elementos de Automação

Sensores
Capacitivos
8
Para começar

Este capítulo tem por objetivo apresentar um tipo de sensor de grande uso na indústria: o capaci-
tivo. São apresentados seu princípio básico de funcionamento
funcionamento,, suas particularidades
partic ularidades e aplicações típicas.

8.1 Conceito
Os sensores capacitivos normalmente estão disponíveis
disponíveis com encapsulamento em formato ci-
ci-
líndrico
líndrico e rosqueável, conforme a Figura 8.1.
   h
  c
  s
  o
   b
  s
  a
  c
  u
   L
   /
  s
  n
  o
  m
  m
  o
   C
  a
   i
   d
  e
  m
   i
   k
   i
   W

Figura 8.1 - Sensor


- Sensor capacitivo
capacitivo..

101

Esses sensores podem detectar praticamente qualquer


qualquer tipo
de material: metais, não metais, sólidos e líquidos.
lí quidos. Embora possa
detectar metais, normalmente não são utilizado para essa 󿬁nalidade,
porque os sensores
sensores indutivos são mais adequados, principalmente
por custarem menos. A Figura 8.2 mostra o símbolo
símbolo esquemático de
um sensor de proximidade capacitivo.
Os sensores de proximidade capacitivos são semelhantes aos
sensores de proximidade indutivos, em tamanho, forma e conceito, Figura 8.2 - Símbolo
Figura - Símbolo esquemático
mas há uma diferença essencial: enquanto os sensores indutivos de um sensor de proximidade
utilizam um campo magnético para detectar objetos, os capacitivos capacitivo.
usam um campo elétrico.

8.2 Estrutura do sensor de proximidade capacitivo


O sensor capacitivo (Figura 8.3) é composto de quatro componentes básicos:
»  sonda ou placa capacitiva;
»  oscilador;
»  detector;
»  saída de estado sólido.

Saída
Saída Detect
Detector
or Osc
Oscila
ilador
dor Cap
Capaci
acitor 
tor 

Figur
Figuraa 8.3 - Diagrama
- Diagrama da estrutura interna dos sensores capacitivos.

A sonda capacitiva irradia um campo elétrico, gerando um acoplamento capacitivo


Sonda ou placa capacitiva entre a sonda e o material alvo que esteja entrando no campo.
Oscilador O oscilador fo
fornece alimentação el
elétrica à so
sonda/placa capacitiva.
O detector monitora as alterações na amplitude de oscilação e envia um sinal
Detector para a saída quando percebe que um alvo entrou ou saiu do campo elétrico
irradiado do sensor.
Uma vez que uma considerável alteração no campo elétrico é detectada, a saída de
Saída de estado sólido estado sólido comuta seu estado, enviando um sinal elétrico para ser interpretado por
um dispositivo receptor de sinais, como um controlador lógico programável (CLP).
8.3 Princípio de funcionam
funcionamento
ento
Na face sensora, há uma placa de capacitor. No momento em que a alimentação é aplicada
ao sensor, um campo elétrico é gerado e reage às alterações de capacitância, em virtude da pre-
sença de um alvo.

102 Elementos de Automação

Quando o alvo está fora do campo elétrico, o oscilador 󿬁ca desativado. À medida que o alvo
se aproxima, um acoplamento capacitivo é desenvolvido entre o alvo e a sonda capacitiva. Quando
a capacitância alcança um limite determinado, o oscilador é ativado, provocando a comutação da
saída do sensor - ligado ( on) para desligado (off ) ou vice-versa.

8.4 Estrutura blindada e não blindada


Cada sensor capacitivo pode ser classi󿬁cado por ter estrutura blindada ou não blindada.

8.4.1 Sonda blindada


Os sensores blindados têm uma 󿬁ta de metal envolvendo a sonda. Isso ajuda a direcionar o campo
elétrico para a frente do sensor, resultando em um campo mais concentrado, conforme a Figura 8.4.

Figura 8.4 - Campo


- Campo elétrico gerado na face sensora de um sensor
s ensor blindado.

As estruturas blindadas permitem que o sensor seja montado no mesmo nível do material
circundante, sem causar um acionamento falso.
Os sensores de proximidade capacitivos blindados são mais apropriados para detectar materiais
mate riais
com constantes dielétricas baixas (difíceis de detectar), por causa dos campos elétricos altamente
concentrados. Isso faz que se detectem alvos que não são percebidos por sensores não blindados

8.4.2 Sonda não blindada


Sensores não blindados não possuem 󿬁ta de metal envolvendo a sonda. Consequentemente,
possuem um campo elétrico menos concentrado,
concentrado, conforme a Figura 8.5.
Figu
Figura
ra 8.5 - Campo
- Campo elétrico gerado na face sensora de um sensor
se nsor não blindado.

Sensores Capacitivos 103

Isso torna os capacitivos não blindados mais apropriados à detecção de materiais com alta
constante
constan te dielétrica (fáceis de detectar) ou para diferenciar materiais com constantes
constantes altas ou baixas.
São apropriados, por exemplo, para aplicações que envolvem a detecção do nível de líquido.

8.4.2.1 Eletrodo de compensação


Muitos modelos não blindados são equipados com sondas de compensação, que propor- propor -
cionam uma estabilidade maior ao sensor. Qualquer material que entre em um campo elétrico de
um sensor capacitivo pode acionar um sinal de saída, incluindo vapor,
vapor, sujeira, poeira ou outras con-
taminantes
taminantes na face sensora.
O uso de eletrodos de compensação em uma sonda auxilia na estabilização de um sensor não
blindado. O campo de compensação não se estende para longe do sensor. Quando um alvo entra
em um campo de detecção, o campo de compensação não muda; quando contaminantes caem
diretamente na face sensora, ambos os campos (de sensor e compensação) são afetados. O sensor
não percebe essa mudança na capacitância e, portanto,
portanto, não produz uma saída, porque a capacitância
dele aumenta na mesma razão da capacitância de compensação.

 Anel de
compensação

Superfície
sensora Sem anel de Com anel de
compensação compensação

Figura
Fig ura 8.6 - Sensor
- Sensor capacitivo tubular e função do anel de compensação
compensação..

Os modelos não blindados equipados com uma sonda de compensação são capazes de ignorar
o vapor, a poeira, pequenas quantidades de sujeira e gotas 󿬁nas de óleo ou água que estiverem
acumuladas no sensor. A sonda de compensação também aumenta a resistência do sensor em
relação às variações de umidade do ambiente.

8.5 Considerações sobre o alvo


A capacidade do sensor para localizar um alvo é determinada pelo tamanho do alvo, pela
constante dielétrica e pela distância do sensor. Quanto maior o alvo ou a constante dielétrica, mais
forte será o acoplamento capacitivo entre a sonda e o alvo; quanto menor a distância entre o alvo e a
sonda, mais forte será o acoplamento capacitivo entre eles.
O alvo padrão para os sensores capacitivos tem as mesmas características do utilizado para

os sensura,
sensores
sores com
espessura,
espes de proximidade
dimensões indutivos. Ele consisteao
laterais equivalentes dediâmetro
um pedaço
daquadrado
face ativadeouaço doce,
três de a1 distân
vezes mm de-
cia de comutação nominal, qual for maior. O alvo padrão é aterrado de acordo com os parâmetros

104 Elementos de Automação

de teste IEC. Contudo, em uma aplicação típica, o alvo não precisa ser aterrado, a 󿬁m de obter uma
detecção con󿬁ável.

8.5.1 Constantes dielétricas

A constante dielétrica é uma propriedade do material. Todos os materiais possuem uma cons-
tante dielétrica, e, quanto maior for o seu valor, mais facilmente ele será detectado. A água e o ar,
por exemplo, possuem valores extremos. Um sensor de proximidade capacitivo seria muito sensível
à água, cuja constante dielétrica é 80, sendo próprio para aplicações, como detecção de nível de
líquido. O mesmo sensor, contudo, não seria sensível ao ar, que tem uma constante dielétrica 1.
Outros alvos se enquadram na faixa de sensibilidade, como madeira úmida, cuja constante dielétrica
está entre 10 e 30, e madeira seca, entre 2 e 6.
A Tabelas 8.1 traz uma lista parcial das constantes dielétricas de alguns dos materiais mais
comumente encontrados nos ambientes industriais.
Tabela
Tabela 8.1 - Constantes
- Constantes dielétricas dos materiais

Material Constante Material   Constante

Acetona 19,5 Perspex   3,2-3,5

Resina acrílica 2,7-4.5 Petróleo   2,0-2,2

Ar 1,000264 Resina de fenol 4-12

Álcool 25,8 Poliacetal 3,6-3,7


Amônia 15-25 Poliamida 5,0
Anilina 6,9 Resina de poliéster 2,8-8,1

Soluções aquosas 50-80 Polietileno 2,3


Baquelite 3,6 Polipropileno 2,0-2,3
Benzina 2,3 Poliestireno   3,0

Dióxido de carbono 1,000985 Resina de cloreto de polivinil 2,8-3,1


Tetracloreto de carbono 2,2 Porcelana 4,4-7
Celuloide 3,0 Leite em pó 3,5-4
Pó de cimento 4,0   Compensado 2-5
Cereal 3-5 Vidro de quartzo 3,7
Cloro líquido 2,0 Borracha 2,5-35
Ebonite 2,7-2,9 Sal   6,0
Resina epoxy 2,5-6 Areia 3-5
Etanol 24 Esmalte   2,5-4,7

Glicol etileno 38,7 Cal de marisco 1,2

Cinza queimada 1,5-1,7 Verniz de silício 2,8-3,3


Farinha 1,5-1,7 Óleo de soja 2,9-3,5

Sensores Capacitivos 105

Material Constante Material   Constante

Freon R22 & 502 (líquido) 6,11   Aço

Gasolina   2,2 Resina de estireno 2,3-3,4

Vidro 3,7-10 Açúcar 3,0


Glicerina 47 Enxofre 3,4
Mármore 8,0-8,5 Teflon 2,0
Resina de melanina 4,7-10,2 Tolueno 2,3
Metal   Óleo para transformador 2,2
Mica 5,7-6,7 Óleo de terebentina 2,2
Nitrobenzeno 36 Resina de Ureia 5-8
Náilon   4-5 Vaselina 2,2-2,9
Papel embebido em óleo 4,0 Água 80
Parafina 1,9-2,5 Madeira seca 2-6
Papel 1,6-2,6 Madeira úmida 10-30

Fonte: Rockwell,
Fonte: Rockwell, 2013

Os materiais com constantes dielétricas altas devem ser detectados por meio das paredes de
recipientes,
recipientes, cujo material possui constante dielétrica baixa. Um exemplo é a detecção do álcool ou do
açúcar por uma parede de vidro. O álcool deveria ser detectado pelo vidro, enquanto o açúcar, não,
conforme a Figura 8.7.

Parede de vidro (εr  = 3,7)

Etanol (80)  Açúcar (3,0)

Correto Incorreto

Figura 8.7 - Uso


- Uso correto dos sensores capacitivos para detectar materiais dentro de recipientes.

Cada aplicação deve ser testada. A lista de constantes dielétricas foi fornecida para auxiliar na
determinação da viabilidade de uma aplicação. Os valores mostrados variam de acordo com o ta-
manho e a densidade do
d o material alvo.
106 Elementos de Automação

8.6 Vantagens e desvantagens dos sensores capacitivos

8.6.1 Vantagens
As vantagens dos sensores de proximidade capacitivos incluem:
 
» detecção de metais e não metais, líquidos e sólidos;
 
» capacidade de detectar objetos dentro de recipientes; por exemplo, conteúdo em uma emba-
emba-
lagem de papelão;
 
» a saída de estado sólido tem uma vida útil maior que a baseada em contatos eletromecânicos;
 
» diversas con󿬁gurações de montagem.

8.6.2 Desvantagens
As desvantagens dos sensores de proximidade capacitivos incluem:
»  pequena distância sensora nominal (25 mm ou menos);
» a distância sensora depende do material a ser detectado;
»  muito sensível aos fatores ambientais, por exemplo, a umidade do ambiente pode afetar
seu funcionamento;
»  pouco seletivo em relação ao alvo; qualquer objeto que se aproximar do sensor será
detectado.

8.7 Aplicações típicas


»  Detecção de nível de líquido, conforme
conforme a Figura 8.8.
»  Detecção de níveis de materiais dentro
dentro de uma caixa de embalagem.
»
  Detecção de partes plásticas.
»  Materiais plásticos dentro de um tanque.
»  Detecção da presença de palete.
»  Objetos em uma esteira transportadora.
Figur
Figuraa 8.8 - Exemplo
- Exemplo de uso de sensores capacitivos para detecção de nível de líquido.

Sensores Capacitivos 107

Vamos recapitular?

Neste capítulo aprendemos que os sensores capacitivos podem detectar virtualmente a aproxi-
aproxi-
mação de qualquer tipo de elemento. Vimos que, na face sensora, eles são formados por um campo
elétrico
modi󿬁caque faz parteconforme
a oscilação de um capacitor “aberto”.
a aproximação Esseobjeto
de um capacitor é parte
na face de Vimos
sensora. um circuito
tambémoscilador, que
que alguns
cuidados devem ser tomados na instalação desses elementos, principalmente levando em consideração o
fato de eles serem blindados ou não.

gora é com você!

1) Pode-se utilizar um sensor capacitivo na detecção de peças metálicas?


2) Qual a diferença entre um sensor blindado e um não blindado?
3) Quando é preferível utilizar um sensor indutivo em vez de um capacitivo? Por quê?
108 Elementos de Automação

Sensores
Fotoelétricos
9
Para começar

Este capítulo tem por objetivo apresentar os sensores fotoelétricos, também conhecidos como
ópticos. Eles utilizam radiação luminosa a 󿬁m de detectar a presença de objetos. Serão vistos os três
principais tipos utilizados na indústria: barreira, re󿬂etivo e difuso.

9.1 Conceito
Os sensores fotoelétricos (ópticos) utilizam um feixe de luz para detectar a presença de um
objeto.. Eles são
objeto s ão utilizados em diversas áreas, como esteiras de empacotamento,
empacotamento, máquinas de embala-
gem, sistema de controle de qualidade, robótica, entre outras.
Estão disponíveis em uma grande variedade de formatos, cuja escolha vai depender de di-
 versos fatores,
fatores, como condições ambientais
ambientais e o tipo de alvo a ser detectado.
Não é só o formato que muda; existem também diferentes modelos capazes de detectar obje-
obje-
tos a distâncias que vão de 3 cm a 50 m. Além disso, alguns fabricantes oferecem várias opções
para a alimentação elétrica, que pode ser feita em corrente contínua (de 10 a 36 V) ou em corrente

alternada (de 20 a 320 V).

109

Todos são baseados na transmissão e na recepção de ra-


ra-
Difuso
diação luminosa. Os tipos diferem quanto ao princípio de
funcionamento: uns utilizam a interrupção do feixe de luz
para detectar o objeto, enquanto outros usam a luz re󿬂etida
no próprio objeto.
Os sensores ópticos mais utilizados são de três tipos: bar-
bar - Barreira
reira, re󿬂etivo (retrorre󿬂exão) e difuso, conforme a Figura 9.1.

9.2 Sensores ópticos de barreira


Refletivo
Nesse tipo de sensor, as unidades transmissora e recep-
recep-
tora estão separadas e instaladas de maneira que o transmis
transmissor
sor
direcione o feixe de luz para a lente do receptor. Quando um
objeto é colocado entre eles, o feixe é interrompido e a uni-
uni -
dade receptora sinaliza essa condição. A Figura 9.2 ilustra o Figura 9.1 - Principais
- Principais tipos de sensores
princípio de funcionamento desse tipo de sensor. ópticos: difuso; barreira e re󿬂etivo.

Transmissor  Receptor 
Feixe de luz

a)

Transmissor    Objeto-alvo Receptor 

Luz bloqueada
b)

Figura 9.2 - Sensor


- Sensor óptico de barreira: em repouso e detectando objeto.

110 Elementos de Automação

9.2.1 Aplicações
󰂻  Detectar a passagem de veículos em estacionamentos.
󰂻  Contar pacotes em uma esteira de
d e linha de produção
produção..

9.2.2 Vantagens
󰂻  Capaz de detectar objetos até 60 m de distância.
󰂻 Detecção precisa.
󰂻  Alta repetibilidade.
󰂻  A detecção não depende da cor do objeto.
󰂻  Boa resistência a ambientes hostis (poeira, fumaça etc.).

9.2.3 Desvantagens
󰂻   Duas partes devem receber 󿬁ação.
󰂻
  O objeto a ser detectado deve ser
s er opaco.
󰂻  Pode ser contaminado por umidade e poeira, obstruindo as lentes.
󰂻  Necessita de alinhamento preciso, o que pode ser difícil, já que utiliza radiação infraver-
infraver -
melha, invisível ao olho humano
humano..

9.3 Sensores fotoelétricos retrorrefletivos


Também conhecidos como ópticos re󿬂etivos. Tanto o receptor quanto o transmissor são instalados
instalados
em um mesmo invólucro, de maneira que a lente de um esteja alinhada com a do outro no mesmo plano.
Uma superfície re󿬂etora deve ser instalada na frente desse sensor, a 󿬁m de que a luz seja re󿬂etida em
condição de repouso, ou seja, sem a presença de um objeto entre eles, conforme a Figura 9.3.
Espelho prismático
Sensor refletivo (retrorrefletivo
(retrorrefletivo))
Objeto

Figura
Figura 9.3 - Esquema
- Esquema básico de utilização de um sensor óptico re󿬂etivo (retrorre󿬂etivo).
(retrorre󿬂etivo).

A Figura 9.4 ilustra o princípio de funcionamento de um sensor óptico re󿬂etivo. Em repouso


(situação a), o receptor recebe o feixe de luz. Quando um objeto interrompe o feixe de luz (situação b),
o receptor detecta essa condição e altera a saída para sinalizar o evento
evento..

Sensores Fotoelétricos 111

Transmissor 
Feixe e luz

Receptor  Refletor 

a)

Objeto-alvo

Feixe bloqueado

b)

Figura
Figura 9.4 - Princípio
- Princípio de funcionamento do sensor óptico re󿬂etivo: a) em repouso; b) objeto detectado.

Existem dois tipos de sensor por retrorre󿬂exão: polarizado e normal.


No intuito de compreender melhor como esse tipo de sensor funciona, vamos fazer uma breve
revisão sobre a física da luz.

9.3.1 Reflexão
A luz se propaga em linha reta no espaço. Quando encontra um objeto no caminho, re󿬂ete
parte do próprio feixe, quanto e de que maneira dependem das características da superfície do
objeto.. Existem três tipos de re󿬂exão: total, retrorre󿬂exão e difusa:
objeto

9.3.1.1 Reflexão total


Ocorre em superfícies polidas (espelhadas). O ângulo de incidência do feixe é igual ao ângulo
de re󿬂exão, relativamente ao plano perpendicular à superfície do objeto (Figura 9.5). Em condições
ideais, as perdas por re󿬂exão podem ser consideradas desprezíveis. Portanto, considera-se que todo
feixe de luz é re󿬂etido de volta.
ε ε
I E

Figura
Figura 9.5 - Fenômeno
- Fenômeno da re󿬂exão total da luz.

112 Elementos de Automação

9.3.1.2 Retrorreflexão
Ocorre quando duas superfícies espelhadas estão dispostas em ângulo reto (90º). Isso gera um
efeito interessante e útil: um feixe de luz que incide em um dos espelhos é re󿬂etido para o outro, que
re󿬂ete de volta com o mesmo ângulo do feixe recebido. Isso faz que o ângulo de incidência possa

 variar dentro
na Figura 9.6. de uma faixa de valores e, mesmo assim, receba a luz re󿬂etida. O princípio é ilustrado

εI εE
εE

εI

Figura 9.6 - Princípio


- Princípio dos espelhos re󿬂etores prismáticos.

9.3.1.3 Reflexão difusa


Ocorre quando a  superfície do objeto é não uniforme (rugosa) e pouco brilhante. De fato,
essa superfície pode ser comparada a uma in󿬁nidade de espelhos em miniatura, espalhados em di-
 versos ângulos e com pouca capacidade de re󿬂exão. O feixe re󿬂etido sofre grande dispersão, indo
para direções diferentes,
diferentes, conforme a Figura 9.7. A cor in󿬂uencia
in󿬂uencia diretamente a quantidade de luz
re󿬂etida, pois quanto mais escura a superfície, menos luz será re󿬂etida de volta.

Figura 9.7 - Re󿬂exão


- Re󿬂exão difusa.

9.3.2 Luz polarizada


A luz natural é não polarizada. Trata-se de uma onda que vibra em in󿬁nitos planos. Na Figura
9.8, é mostrada uma onda em propagação em um único plano (XZ).

Sensores Fotoelétricos 113

Z
X

Figura 9.8 - Onda


- Onda propagando-se no plano XZ.

Quando esses planos encontram um 󿬁ltro polarizador (basicamente uma grade composta de
linhas 󿬁nas), são transferidos somente os raios que oscilam paralelamente ao plano da grade, sendo
retidos os que oscilam perpendicularmente a esse plano. De todos os demais planos de vibração,
apenas são transferidos aqueles que correspondem à componente
componente paralela (Figura 9.9).

Figura 9.9
9.9 - Polarização
- Polarização da luz em um plano horizontal.

Após passar pelo 󿬁ltro, o feixe de luz vibra somente no plano paralelo ao plano de polarização.
Se no percurso desse feixe for colocado outro 󿬁ltro, cujo plano esteja deslocado em 90° em relação
ao primeiro, esse segundo 󿬁ltro representará uma barreira para o feixe de luz.
Utilizando-se dois 󿬁ltros polarizadores, montados no emissor e no receptor, cujos planos
estejam deslocados em 90º, evita-se que a luz re󿬂etida por um objeto brilhante seja recebida pelo
receptor, conforme a Figura 9.10.
114 Elementos de Automação

9.10 - A
Figura 9.10 - A luz re󿬂etida por um objeto brilhante não chega ao receptor.

Porém, se o re󿬂etor tiver uma construção especial que rotacione a luz em 90º, a luz re󿬂etida
será recebida normalmente pelo receptor,
receptor, conforme a Figura 9.11.

Figura 9.11
9.11 - O
- O re󿬂etor tem uma construção especial que rotaciona a luz re󿬂etida em 90º.
Isso vale se a lente do transmissor polarizar a luz verticalmente; já a lente do receptor só rece
recebe
be a
luz que é polarizada horizontalmente. Essa característica proporciona ao sensor re󿬂etivo diferenciar
dife renciar se
uma re󿬂exão está vindo do espelho prismático ou de outra superfície brilhante, conforme a Figura 9.12.

Sensores Fotoelétricos 115

Refletor Prismático
 A luz vinda do transmissor
transmissor tem
sua polarização modificada e é
refletida para o receptor
receptor..

Refletor normal
 A polarização
polarização da luz refletida
refletida
não é modificada e o receptor
pode detectá-la.

Figura 9.12 - Comparativo


- Comparativo dos princípios de funcionamento dos re󿬂etores prismáticos e normais.

9.3.3 Considerações sobre o alvo

9.3.3.1 Distância de utilização


Existem sensores capazes de atingir distâncias nominais próximas de 20 m, embora eles só
sejam recomendados quando as distâncias
dist âncias envolvidas forem bem menores que essas.

9.3.3.2 Materiais transparentes


Um objeto deve interromper o feixe de luz para ser detectado. Dessa forma, não é
recomendado que esse tipo de sensor seja utilizado na detecção de objetos transparentes, como
garrafas de vidro. No entanto, pode ser útil na detecção de uma garrafa vazia, por exemplo. Para
utilizar esse sensor com esse tipo de material, é recomendado que se faça previamente um teste
prático,, a 󿬁m de veri󿬁car se
prático s e o tipo utilizado é adequado.

9.3.3.3 Materiais refletivos


Quando utilizados na detecção de objetos com superfície polida ou re󿬂etiva, os sensores
devem ser montados, formando certo ângulo em relação ao eixo do objeto, no intuito de evitar
interferências ocasionadas pela re󿬂exão da luz no objeto, conforme a Figura 9.13. O ângulo máximo
é fornecido pelo fabricante do sensor, mas em geral é limitado a 15º.

Objeto
 Ângulo Espelho

Sensor 

Figura 9.13 - Montagem


- Montagem angular
angular a 󿬁m de evitar re󿬂exões de objetos com superfície polida.

116 Elementos de Automação

9.3.4 Considerações ambientais


9.3.4.1 Luz ambiente
Mesmo considerando que esses sensores possuem certa imunidade à luz ambiente, é reco-
reco-
mendado que se evite instalá-los próximos a fontes intensas de luminosidade.

9.3.4.2 Poeira e umidade


Tanto nos sensores por barreira quanto nos re󿬂etivos, o meio de propagação é um dos fatores
que interferem no valor da distância operacional. No ar limpo, o fator ambiente de correção (Famb)
possui valor 1. No ar ambiente poluído, será necessário considerar uma redução na capacidade de
detecção. Uma estimativa de valores dos fator
fatores
es de correção é apresentada na Tabela 9.1.
Tabela 9.1 - Fatores
- Fatores de correção para sensores de barreira e re󿬂etivos.
Condições Famb

Ar limpo, podendo ter um pouco de umidade, mas sem condensação. 1

Fumaça e alguma poeira em suspensão, com alguma condensação. (*) De 0,4 a 0,6

Muita fumaça, muita poeira em suspensão e alta condensação. (*) De 0,1 a 0,2
Fonte: Siemens,
Fonte: Siemens, 2013.
(*) Note que, embora seja possível instalar esses sensores em ambientes contendo poeira e umidade, isso não é recomendado, pois tanto o pó quanto os
vapores tendem a se acumular nas lentes e nos espelhos com o passar do tempo, interferindo diretamente na qualidade do funcionamento do sistema.

Assim, caso o ar do ambiente em que o sensor deva funcionar seja poluído, um fator de cor -
reção deve ser considerado a 󿬁m de determinar a distância sensora operacional, a qual pode ser
obtida pela seguinte expressão:
Sa ≤ 0.81 × Sn × Famb
Em que:
Sa é
Sa  é a distância sensora operacional.

Sn é a distância sensora nominal.


Sn é
Famb é o fator de correção para o ambiente.

9.3.5 Vantagens
󰂻  Alcance médio, chegando a 15 metros.
󰂻  Detecção precisa.
󰂻  Apenas uma unidade precisa de 󿬁ação.
󰂻  A detecção não é afetada pela cor do objeto.
󰂻 O feixe de luz normalmente é vermelho,
vermelho, visível ao olho humano.

Sensores Fotoelétricos 117

9.3.6 Desvantagens
󰂻   Necessita de alinhamento
a linhamento preciso.
preciso.
󰂻 O objeto precisa ter um tamanho maior que o re󿬂etor.
󰂻   O objeto precisa ser opaco.

9.3.7 Aplicações
Esse tipo de sensor é conveniente em aplicações nas quais os sensores só podem ser instalados
em um dos lados do processo, lembrando que eles podem não ser a melhor opção quando os objetos
a serem detectados forem muito pequenos ou transparen
transparentes.
tes.

9.4 Sensores fotoelétricos difusos


Eles apresentam alguma similaridade com os sensores re󿬂etivos, no entanto, em vez de utilizar
um anteparo re󿬂etivo,
re󿬂etivo, utilizam o próprio objeto para re󿬂etir a luz.
O princípio de funcionamento do sensor óptico difuso é ilustrado na Figura 9.14. Tanto o
emissor quanto o receptor estão na mesma unidade. O emissor emite um feixe de luz que é difun-
dido na superfície do objeto-alvo, gerando re󿬂exões em vários ângulos diferentes. Se o receptor re-
ceber uma quantidade de luz su󿬁ciente, vai sinalizar que detectou um objeto.
Objeto-alvo

Figura 9.14 - Princípio


- Princípio de funcionamento do sensor óptico difuso.

9.4.1 Distância
Existem sensores que podem detectar objetos em até 2 m de distância. No entanto, seu uso é
mais adequado quando as distâncias envolvidas forem bem menores que essa.
118 Elementos de Automação

9.4.2 Influência do material e da cor


A distância sensora operacional (Sa
( Sa)) depende da natureza e da cor do material a ser detectado.
A 󿬁m de calcular essa distância, utilizam-se dois fatores de correção, um que considera a cor do
objeto (Fc) e outro que leva em conta a natureza do material (Fm
(Fm).
). Assim, ambos devem ser conside-
rados no cálculo, de acordo com a seguinte expressão:
Sa ≤ 0,81 × Sn × Fc × Fm
Os valores de Fc e Fm devem ser obtidos no catálogo de especi󿬁cação técnica do sensor utilizado.

9.4.3 Zona morta


Os sensores difusos possuem uma região próxima ao sensor em que não é possível a de tec
tec--
ção do objeto. Essa região é chamada de zona morta (ZM). O valor típico dessa região está com-
com-
preendido entre 10 a 20% da distância nominal.

9.4.3.1 Vantagens
󰂻   Só utiliza uma unidade, portanto
portanto,, a 󿬁ação é mais simples.
󰂻 Não necessita de um re󿬂etor.

9.4.3.2 Desvantagens
󰂻   Pequena distância sensora em comparação com os outros tipos de sensores fotoelétricos.
» A máxima distância possível de trabalho está em torno de 2 m.
󰂻 Não é possível detectar um objeto se o plano de fundo é mais claro que o objeto.
󰂻 Depende da cor do objeto e da re󿬂etividade
re󿬂etividade da superfície dele.
󰂻 É mais difícil de se fazer o alinhamento, uma vez que utiliza radiação infravermelha, invi-
sível para os olhos humanos.

9.5 Elementos comuns


Apresentaremos
Apresentaremos a seguir alguns elementos que são comuns a todos os sensores
sens ores fotoelétricos.
» Tipos de saída: a função dos sensores fotoelétricos é gerar um sinal binário na saída, in-
dicando que ocorreu ou não determinado evento. Então os mesmos conceitos das saídas
das chaves podem ser utilizados, com alguma adaptação. Para esses tipos de sensores, os
termos light-on e dark-on são utilizados.
Dark-on: a saída do sensor
s ensor é ativada quando há interrupção do feixe de luz.
Light-on: a saída do sensor
s ensor é desativada quando há interrupção do feixe de luz.

Sensores Fotoelétricos 119

»   Distância sensora nominal (Sn): é


(Sn): é a distância em que é possível a detecção de um objeto.
No caso do tipo difuso,
difus o, é a distância máxima entre o sensor
sens or e o objeto. No caso dos senso-
res retrorre󿬂etivos, é a distância entre o sensor e o espelho prismático; já para os sensores
do tipo barreira, é a distância entre as unidades transmissora e receptora.
»
Fonte de alimentação: 
alimentação:  determina a faixa de valores de tensão de que o sensor necessita
para operar corretamen
corretamente.
te.
» Atraso na energização: é
energização: é o tempo decorrido da energização do sensor até que ele esteja
em condições ded e operação. O conhecimento desse valor é importante, a 󿬁m de evitar si -
nais falsos quando a unidade é energizada.
»   Dreno de corrente: é
corrente: é a quantidade de corrente consumida
consumida pelo sensor
s ensor durante o funciona-
mento normal.
» Queda de tensão: é
tensão: é a queda de tensão sobre o sensor quando ativado o valor máximo de carga.
» Corrente de comutação (Max):  trata-se da quantidade máxima de corrente que pode
circular continuamente
continuamente pelo sensor sem causar danos.
» Proteção contra curto-circuito: a
curto-circuito: a proteção contra dano caso a saída do sensor seja curto-
-circuitada.
» Frequência de operação: indica
operação: indica o número máximo de chaveamentos que a saída do sen-
sor é capaz de fazer em um segundo. A norma europeia EN 50010 descreve quais são os
procedimentos para essa determinação.
»   Imunidade à iluminação: indica
iluminação: indica o limite máximo de iluminação que pode estar presente
no ambiente (lâmpadas ou luz solar). Além desse limite, o sensor pode não funcionar
corretamente,
corretamente, em razão da interferência que o recepto
receptorr pode receber
receber..

9.5.1 Símbolos esquemáticos


Na Figura 9.15, pode-se observar a simbologia utilizada para representar o sensor óptico de
barreira, enquanto a Figura 9.16 mostra os símbolos para os sensores re󿬂etivos e difusos.
+ +

Saída
 –  –
a) Emissor  b) Receptor 

Figura 9.15 - Símbolo


- Símbolo esquemático do sensor fotoelétrico de barreira.

120 Elementos de Automação

Saída

 –

Figura 9.16 - Símbolo


- Símbolo esquemático dos sensores fotoelétricos re󿬂etivos e difusos.

Vamos recapitular?

Vimos que os sensores fotoelétricos (ou ópticos) utilizam um feixe de luz para seu funcionamento.
Notamos que existem três tipos principais: barreira, retrorre󿬂etivo e difuso. No primeiro, o transmissor
e o receptor estão separados e é gerado um evento na saída do receptor quando o feixe é interrom-
pido. Nos retrorre󿬂etivos, o conjunto transmissor/receptor aponta seu feixe de luz para uma superfície
espelhada. Os difusos utilizam a re󿬂exão do próprio objeto-alvo
objeto-alvo para seu funcionamento
funcionamento..
A Tabela
Tabela 9.2 mostra um resumo dos tipos de sensores
s ensores ópticos estudados.
Tabela 9.2 - Quadro
- Quadro comparativo dos principais sensores ópticos
Tipo Princípio Posicionamento Características

O transmissor e o receptor estão


est ão posicio- Os objetos são detectados por meio da
Barreira
nados em lados opostos. interrupção do feixe de luz.

Retrorrefletivos O transmissor e o receptor f icam posicio- Um espelho instalado no lado oposto do


(refletivos) nados no mesmo lado. transmissor é utilizado para refletir a luz.

O transmissor e o receptor f icam posicio-


Difusos O próprio objeto reflete a luz.
nados no mesmo lado.
Sensores Fotoelétricos 121

Agora é com você!

1) O sensor óptico abaixo é do tipo retrorre󿬂etivo. A a󿬁rmação é verdadeira ou falsa?


Por quê?

Objeto a ser
detectado

2) O sensor óptico a seguir é do tipo difuso. A a󿬁rmação é verdadeira ou falsa? Por quê?

Espelho prismático

3) O sensor óptico a seguir é do tipo barreira. A a󿬁rmação é verdadeira ou falsa? Por quê?

Emissor Receptor  
122 Elementos de Automação

Sensores
Ultrassônicos
10
Para começar

Este capítulo tem por objetivo apresentar os sensores ultrassônicos, incluindo o princípio de fun-
cionamento e as recomendações práticas para seu uso.

 10.1 Conceito
10.1
Os sensores ultrassônicos emitem um pulso de som re󿬂etido pelos objetos que entram no
campo das ondas, conforme a Figura 10.1. Quando isso ocorre, o sensor gera um sinal de saída que
pode ser
s er analógico ou digital ligado a um atuador
atuador,, um control
controlador
ador ou um compu
computador
tador..

Objeto
Transmissor 

Som transmitido

Eco

Receptor 

Figura 10.1 - Princípio


- Princípio de funcionament
funcionamentoo dos sensores ultrassônicos.

123

A tecnologia de sensores ultrassônicos baseia-se no princípio de que o som tem uma velo-velo -
cidade relativamente constante. O tempo para que um feixe do sensor ultrassônico atinja o alvo e
retorne é diretamente proporcional à distância do objeto. Consequentemente, os sensores ultrassôni-
cos são utilizados em aplicações de medição de distância, como controle de nível.

Esses sensores são capazes de detectar a maioria dos objetos - metálicos ou não, transparentes
ou opacos, líquidos, sólidos
s ólidos ou granulares - desde que tenham re󿬂exão acústica su󿬁ciente.

10.2 Estrutura do sensor ultrassônico


Um sensor ultrassônico de proximidade é composto por quatro componentes básicos, conforme a
Figura 10.2:
»  transdutor/receptor;
»  comparador;
»  circuito detector;
»

  saída de estado sólido.


Gerador de pulsos Transmissor 

 Amplificador 

Saída

Comparador Receptor  

Figura
Figura 10.2 - Diagrama
- Diagrama em blocos de um sensor ultrassônico.

10.2.1 Componentes básicos


O transmissor utiliza um transdutor ultrassônico para emitir um trem de pulsos de ondas sonoras
Transmissor/receptor para fora da face sensora. O receptor recebe os ecos dessas ondas quando elas são refletidas
por um objeto.

Quando o sensor recebe o eco refletido, o comparador calcula a distância do objeto, comparando o
Comparador e circuito detector
tempo decorrido entre a emissão do pulso até a recepção do eco.

A saída do sensor possui uma interface elétrica, que permite enviar informações sobre seu estado
para outros dispositivos, como um controlador lógico programável (CLP
( CLP).
). O sinal dos sensores
Saída
digitais é binário e indica a presença ou a ausência de um objeto no campo de detecção. O sinal
dos sensores analógicos indica a distância para um objeto no campo de detecção.

124 Elementos de Automação

10.2.1.1 Influência da frequência na distância sensora


Em geral, os sensores industriais operam entre 25 e 500 kHz. Unidades médicas de ultrassom
operam a 5 MHz ou mais. A frequência sensora é inversamente proporcional à distância sensora.
Enquanto uma onda de som de 50 kHz é adequada para detecção de distância de até 10 m ou mais,
uma onda de som de 200 kHz é limitada a faixas de detecção de cerca de 1 m.

10.3 Parâmetros

10.3.1 Faixa de detecção e feixe eficiente


A faixa de detecção de um sensor ultrassônico é a região compreendida entre os limites míni-
 mo e máximo da distância sensora, conforme a Figura 10.3.
mo
Zona cega Faixa de detecção

Figura 10.3 - Faixa


- Faixa de detecção de um sensor ultrassônico
ultrassônico..

10.3.2 Distância sensora mínima


Os sensores de proximidade ultrassônicos têm uma pequena região perto da face sensora, que
não pode ser utilizada. Essa área é conhecida como zona cega.
A borda exterior da zona cega é a distância mínima que um objeto pode ter de um sensor, sem
retornar os ecos, os quais serão ignorados ou lidos de maneira errada pelo
p elo sensor.
sensor.
10.3 3 Distância sensora máxima
O tamanho e o material do alvo determinam a distância máxima na qual um sensor é capaz de
detectar o objeto. Quanto mais difícil de detectar um objeto, menor pode ser a distância sensora máxima.
Os materiais que absorvem som - espuma, algodão, borracha etc. - são mais difíceis de serem
detectados do que os materiais acusticamente re󿬂exivos, como aço, plástico ou vidro. Se os senso-
res forem utilizados para detectar materiais absorventes, a distância sensora máxima terá seu valor
diminuído, conforme
conforme a Figura 10.4.

Sensores Ultrassônicos 125

Máx.

Esponja

Máx.

Papelão

Máx.

Metal

Figura
Figura 10.4 - Faixa
- Faixa de detecção conforme o tipo de material.

10.3.4 Feixe eficiente


O transmissor emite pulsos ultrassônicos que se propagam em um feixe em forma de cone.
Esse cone pode ser ajustado, geralmente por um potenciômetro,
potenciômetro, a 󿬁m de ampliar ou diminuir a faixa
de detecção, conforme a Figura 10.5.

60º
Distância sensora
mínima fixa
Distâncias sensoras
máximas ajustáveis

Figura
Figura 10.5 - Cone
- Cone de detecção dos sensores ultrassônicos e possibilidade de ajuste.

126 Elementos de Automação

Os fabricantes fornecem orientações sobre as características de sensibilidade de seus senso-


res. Alguns experimentos são requeridos na determinação da distância sensora máxima em deter-
minada aplicação.

10.3.5 Supressão de fundo e objetos que não são alvos


Alguns modelos analógicos oferecem um recurso chamado de supressão de fundo. Esse re- re -
curso tem a 󿬁nalidade de fazer que o sensor ignore todos os objetos além de uma distância especí󿬁ca.
A distância é de󿬁nida pelo usuário durante a instalação, por meio do ajuste de um potenciômetro.
pot enciômetro.
No intuito de evitar a detecção de objetos que não são alvos, pode-se cobri-los com materiais
que absorvem o som ou posicioná-los de maneira que seus ecos não sejam re󿬂etidos para o sensor.

10.4 Considerações sobre espaçamento


O espaçamento entre os sensores é determinado pelos ângulos de seus feixes. Os sensores
devem ser espaçados a 󿬁m de que um não inter󿬁ra no outro, conforme
conforme a Figura 10.6.
1,5 m
6m

2m

3m
2m

2m
Figura
Figura 10.6 - Distâncias
- Distâncias mínimas de separação entre dois sensores ultrassônicos.

10.5 Considerações sobre o alvo


Geralmente os sensores de proximidade ultrassônicos são menos afetados pelas características
da superfície do alvo do que os fotoelétricos de modo difuso.
dif uso. Entretanto,
Entretanto, eles requerem
requerem que a face do
sensor apresente uma inclinação máxima de 3 o da linha perpendicular ao feixe, quando os objetos-
-alvos forem macios e planos, conforme a Figura 10.7.

Sensores Ultrassônicos 127

Figuraa 10.7 - Alvos


Figur - Alvos macios e planos requerem alinhamento preciso do sensor.

Quando os alvos detectados apresentarem superfícies com formas irregulares, as quais dis-
dis -
persam o som, esse ângulo se torna menos crítico, conforme
conforme a Figura 10.8.
Figura 10.8 - Alvos
- Alvos com superfícies irregulares requerem menor exatidão no alinhamento.

128 Elementos de Automação

10.5.1 Temperatura
A temperatura da superfície de um alvo também pode in󿬂uenciar a faixa de detecção. O calor
irradiado de alvos com alta temperatura distorce o feixe de som, levando a uma faixa de detecção
mais curta e a leituras imprecisas, conforme a Figura 10.9.

Frio Quente Muito quente

Excelente Correto Incoorreto

Figura 10.9 - Efeito


- Efeito da temperatura do alvo
a lvo para sensores ultrassônicos.

10.5.2 Tamanho do alvo


Quanto menor for o alvo, mais difícil se torna a detecção.

10.6 Considerações ambientais


10.6.1 Ruído ambiente
Os sensores ultrassônicos possuem um conjunto de circuitos de supressão de ruído, que
permite o funcionamento con󿬁ável em ambientes com ruído.
10.6.2 Pressão do ar
Mudanças normais da pressão atmosférica têm pouco efeito na precisão da medição; entre-
entre -
tanto, os sensores ultrassônicos não foram feitos para uso em ambientes com pressão do ar alta ou
baixa, pois extremos de pressão podem dani󿬁car 󿬁sicamente o transdutor ou a face sensora.

10.6.3 Temperatura do ar
A velocidade do som no ar depende da temperatura. Um aumento de temperatura causa uma
lentidão da velocidade do som e, portanto, um aumento da distância sensora.

Sensores Ultrassônicos 129

10.6.4 Turbulência do ar
Correntes de ar, turbulência e camadas de diferentes densidades causam refração da onda
sonora. Um eco pode ser enfraquecido ou desviado até que não seja mais recebido. A faixa de
detecção, a precisão e a estabilidade podem ser deterioradas sob
s ob essas condições.

10.6.5 Cuidados
Em aplicações em ambientes úmidos, o sensor deve ser montado de forma que a água ou
outros 󿬂uidos não entrem em contato com a face sensora. Como boa prática, devem ser tomadas
precauções, a 󿬁m de prevenir que se formem depósitos de sólidos ou líquidos na face sensora. A face
do sensor também é vulnerável a atmosferas agressivas, como aquelas que contêm substâncias ácidas
ou alcalinas em suspensão no ar.

10.7 Vantagens e desvantagens dos sensores


ultrassônicos

10.7.1 Vantagens
»   Não possuem partes móveis, então sua vida útil não é limitada pelo número de operações
realizadas.
»   São menos afetados por umidade condensada do que os sensores fotoelétricos.
»   Os sensores de proximidade ultrassônicos são capazes de detectar alvos que estejam dis-
tantes até 15 m.
» Não dependem da cor do objeto, não ajustando ou aplicando fator de correção. Por
exemplo: a detecção de uma chapa de vidro transparente, de uma chapa de cerâmica
marrom, de uma chapa de plástico verde e de uma chapa de aço inoxidável é a mesma.
»   Os sensores ultrassônicos com saídas digitais (liga/desliga) têm uma boa repetibilidade.
É possível ignorar objetos de fundo, mesmo a distâncias sensoras relativamente grandes,
pois a histerese de comutação é baixa.
»   A resposta dos sensores ultrassônicos analógicos é linear com a distância.
10.7.2 Desvantagens
 
» Materiais que absorvem o som, como tecido, borracha macia, farinha e espuma, são di -
fíceis de serem detectados.
 
» Na detecção de objetos com faces planas, os sensores ultrassônicos devem ter uma linha
de visão direta com a superfície, e o ângulo deve ser o mais próximo possível de 90º (per-
(per -
pendicular), a 󿬁m de receber um amplo eco de som. Além disso, para que haja uma
detecção con󿬁ável, a área da superfície do alvo deve ter um valor mínimo, que é especí󿬁co
para cada tipo de sensor.

130 Elementos de Automação

 
» Embora possuam boa imunidade aos ruídos de fundo, estão sujeitos a sofrerem in- in-
terferência quando há alguns ruídos altos no ambiente, como o som sibilante produzido
por válvulas de escape dos sistemas pneumáticos.
 
» Os sensores de proximidade ultrassônicos necessitam de um tempo de recuperação entre
uma detecção e outra. Assim, o tempo de resposta dos sensores é tipicamente mais lento
do que em outras tecnologias. Isso geralmente não é uma desvantagem na maioria das
aplicações de detecção de nível e medição de distância. O tempo de resposta estendido é
até vantajoso em algumas aplicações.
» Os sensores de proximidade ultrassônicos têm uma distância sensora mínima.
 
» As mudanças no ambiente, como temperatura, pressão, umidade, turbulência do ar e
partículas transportadas pelo arar,, afetam a resposta ultrassônica.
 
» Os alvos de baixa densidade, como espuma e tecido, tendem a absorver a energia do som.
Pode ser difícil detectar esses materiais em uma faixa longa.
 
» As superfícies macias re󿬂etem a energia do som mais e󿬁cientemente do que as superfícies
ásperas; entretanto, o ângulo de detecção de uma superfície macia é geralmente mais
crítico do que o de uma superfície áspera.
»   Não necessitam de contato físico com o objeto, portanto, podem ser utilizados para
detectar objetos frágeis ou que não podem ser tocados, como objetos com tinta fresca.

10.8 Aplicações típicas


Líquido

Figura 10.10 - Controle


- Controle de nível em tanques contendo grãos ou líquidos.

Sensores Ultrassônicos 131

Vamos recapitular?

Neste capítulo, vimos que os sensores ultrassônicos utilizam a re󿬂exão das ondas sonoras (eco)
para detectarem a presença de um objeto. Aprendemos que esses sensores possuem duas partes: um
transmissor e um receptor e que eles são muito utilizados para detecção de nível de tanques.

gora é com você!

1) A cor do objeto in󿬂uencia a distância nominal de detecção?


2) Uma das aplicações do sensor ultrassônico é o monitoramento do nível de um
tanque. O líquido desse tanque era água e agora passou a ser óleo vegetal. Há neces-
sidade de recalibrar o sensor?
132 Elementos de Automação

Atuadores e
Elementos Finais
11
de Controle

Para começar

Nosso objetivo não é estudar detalhadamente qualquer tipo de atuador


atuador,, porque o conteúdo 󿬁caria
demasiadamente extenso. O que pretendemos é fornecer uma visão geral dos princípios básicos de fun-
cionamento dos principais tipos.
Primeiro vamos ver como os motores funcionam; depois, vamos descrever brevemente como fun-
fun-
cionam os motores de corrente contínua (CC
(CC),
), corrente alternada (CA
(CA),
), passo e servomotores. A seguir,
apresentaremos os atuadores baseados em 󿬂uidos sob pressão, utilizados nos sistemas hidráulicos
e pneumáticos.
 11.1 Conceitos
11.1
No Capítulo 2, 󿬁zemos a descrição de um sistema típico de controle, utilizando o processo de
controlar a temperatura de saída da água de um chuveiro elétrico, controlando-se a abertura da vál-
 vula que controla
controla o 󿬂uxo de água. Dissemos que o corpo humano possui os elementos básicos de um
sistema de controle: um controlador, sensores e atuadores. Vamos utilizar essa analogia para de󿬁nir
dois elementos muito importantes: atuadores e elementos 󿬁nais de controle.

133

11.2 Atuador
Recorrendo à analogia com o ser humano, o atuador é o conjunto de braços, mãos, músculos
etc. que “atua” sobre a variável manipulada do sistema a ser controlado.
Algumas de󿬁nições de atuador:
»  O elemento que produz movimento, atendendo a comandos, com o objetivo de corrigir
ou alterar uma variável de processo.
» Algo que atua sobre outra coisa, especialmente a 󿬁m de ligar ou desligar um mecanismo.
»  Um servomecanismo, que fornece e transmite determinada quantidade de energia para a
operação de outro mecanismo ou sistema.

11.3 Elemento final de controle


Dispositivo que controla diretamente
diretamente o 󿬂uxo de material ou energia a ser
s er entregue ao processo
sob controle, provocando
provocando uma oscilação na variável manipulada.
manipulada.
O que é então a válvula do chuveir
chuveiro?
o? Adivinhou!
Adivinhou! É um elemento 󿬁nal de contro
controle.
le.
A Figura 11.1 ilustra os conceitos já apresentados.

Figura 11.1 - Exemplo


- Exemplo de um atuador e de um elemento 󿬁nal de controle.

Os elementos 󿬁nais de controle são partes essen


ess enciais
ciais de praticamen
praticamente
te todo sistema
s istema de contro
controle.
le.
Sem eles, não há como controlar o processo. Não é possível alterar o ponto de operação ou corrigir
distúrbios. Um sistema de controle é composto por vários elementos, mas quem executa de fato a
tarefa de alterar o processo é o elemento 󿬁nal de controle.

11.4 Válvula final de controle


A vazão de uma tubulação pode ser controlada utilizando-se bombas hidráulicas, mas, de longe,
o elemento 󿬁nal de controle mais utilizado na indústria de processos contínuos é a válvula 󿬁nal de con-
trole, vista na Figura 11.2.

134 Elementos de Automação

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   2
   6
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  n
   A

- Válvula 󿬁nal de controle.


Figura 11.2 - Válvula

Trata-se de um dispositivo capaz de regular o 󿬂uxo (vazão) de um 󿬂uido (água, composto


químico,
quí mico, gás ou vapor), que passa por uma tubu
tubulação
lação fechada, por meio do posicionamento relativo
de uma peça móvel que controla a área livre de passagem do 󿬂uido; o deslocamento da peça móvel
é promovido por um atuador, em resposta a um sinal externo de comando, permitindo abrir ou
fechar totalmente a válvula ou mantê-la em qualquer posição de seu curso, proporcionalmente ao
sinal de comando.
Uma válvula 󿬁nal de controle é um dispositivo composto por um atuador e um elemento 󿬁nal
de controle.
O atuador é responsável por gerar movimento em algum elemento que controla a abertura da
 válvula. O controlador envia um sinal de controle para o atuador abrir ou fechar a válvula ou, ainda,
abri-la parcialmente.

11.4.1 Classificação das válvulas de controle


Classi󿬁cam-se em duas categorias básicas, conforme o tipo de deslocamento
deslo camento da peça móvel:
 válvulas de deslocamento linear e válvulas de deslocamento
deslocamento rotativo.
Válvula de deslocamento linear: construção em que a peça móvel descreve um movimento
retilíneo, acionada por uma haste deslizante. As construções típicas são: válvula globo, diafragma,
entre outras.

Válvulaacionada
de rotação, de deslocamento rotativo:
por um eixo construção
girante. em que atípicas
As construções peça móvel descreveesfera,
são: válvula um movimento
borboleta,
excêntrica etc.

Atuadores e Elementos Finais de Controle 135

11.4.2 Componentes da válvula de controle


A válvula de controle é composta por dois conjuntos básicos: conjunto do corpo, que mantém
a peça móvel, e conjunto do atuador,
atuador, o qual promove o deslocamento da peça
p eça móvel.

Acessórios diversos podem ser incorporados, no intuito de executar funções auxiliares especí-
󿬁cas: posicionador, limitador de curso, bloqueio de segurança etc.

11.4.3 Conjunto do atuador


Conjunto formado pelo atuador propriamente dito e pelo conjunto mecânico que o liga
ao corpo da válvula. A Figura 11.3 ilustra o funcionamento de uma válvula com acionamento
pneumático. Na parte superior da válvula existe uma membrana 󿬂exível chamada de diafragma. Na
posição a, o sistema está em repouso e a válvula está totalmente aberta. Nesse momento é injetada
uma pressão à válvula, fazendo o diafragma se expandir e movimentar o eixo central até atingir a
posição b, quando estará totalment
totalmentee fechada.

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   P
Figura
Figura 11.3 - Sinal
- Sinal pneumático utilizado para atuar sobre a válvula.
a) Início da injeção de ar. b) Posição 󿬁nal.

A Figura 11.4 mostra um conjunto de válvulas 󿬁nais de controle, cujos atuadores são pneumáticos.
pneumáticos.

136 Elementos de Automação

Figura
Figura 11.4 - Conjunto
- Conjunto de válvulas 󿬁nais de controle com atuadores pneumáticos.
pneumáticos.

11.5 Fontes de energia


A função primordial de um atuador é produzir movimento. Para tanto, precisa de uma fonte
de energia externa para funcionar. Então, podemos classi󿬁car os atuadores conforme o tipo de ener- ener -
gia que utilizam para funcionar. Na indústria as mais utilizadas são a elétrica e a de 󿬂uidos sob pressão.

11.5.1 Energia elétrica


Utilizam a energia elétrica para funcionar. É o tipo de atuador mais comum em aplicações in-
dustriais de uma forma geral, por serem fáceis de instalar e apresentarem custos de aquisição relati-
 vamente baixos.
11.5.2 Energia fluídica

Esses atuadores utilizam 󿬂uido sob pressão para produzir movimento. Isso transfere energia
energia
mecânica para o sistema, possibilitando a realização de determinado trabalho. Os atuadores podem
ser classi󿬁cados em hidráulicos e pneumáticos, de acordo com o tipo de 󿬂uido que utilizam. Os atua -
dores hidráulicos utilizam óleo sob pressão, enquanto os atuadores pneumáticos utilizam ar sob
pressão (ar comprimido).

Atuadores e Elementos Finais de Controle 137

11.6 Tipos de movimento


Podemos classi󿬁car os atuadores também quanto ao movimento que realizam: lineares ou rotativos.
»   são lineares quando o movimento realizado é de translação (em linha reta);
»   são rotativos quando o movimento é circular, normalmente produzido por um cilindro
metálico que gira sobre
s obre seu eixo central.

11.7 Motores
Um motor é um dispositivo que converte energia elétrica, pneumática ou hidráulica em força
mecânica e em movimento
movimento..
Embora a maioria dos motor
motores
es gere movimento de rotação, também existem os que produzem
movimento linear.
Vamos começar falando sobre o motor elétrico. Provavelmente é um elemento familiar para
a maioria das pessoas, porque convivemos com esse tipo de motor diariamente. Ventilador, seca-
dor de cabelo, liquidi󿬁cador, máquina de lavar roupa, micro-ondas, geladeira, elevador entre outros
funcionam com algum motor elétrico.
A seguir detalharemos os atuadores elétricos, os hidráulicos, os pneumáticos e os eletro-hidráulicos.

11.7.1 Atuadores elétricos


Um atuador
atuador elétrico utiliza um motor alimentado por energia elétrica para produzir movimento.
movimento.
Os baixos custos de aquisição e de instalação e o desenvolvimento de circuitos eletrônicos para
o acionamento 󿬁zeram desse tipo de atuador o mais popular, tanto no ambiente industrial quanto
para uso geral.
Aplicações:
»   bombas;
»    válvulas de controle (atuador
(atuador elétrico);
»  eixos de máquinas e ferramentas;
»  articulações de robôs.
São os atuadores mais comuns e utilizados em robótica. Apresentam ótimas características de
controle,
controle, precisão e con󿬁abilidade.
Os motores elétricos mais utilizados na indústria podem ser agrupados nas seguintes categorias:
cate gorias:
»
  motores de corrente alternada (CA);
»  motores de corrente contínua (CC);
»  motoress de passo;
motore pass o;
»  solenoides.

138 Elementos de Automação

11.7.1.1 Motores de corrente alternada (CA)


São utilizados em uma grande gama de aplicações na indústria e em residências. Liquidi󿬁
Liquidi󿬁-
cador, secadores, serras e lixadeiras são aparelhos que utilizam motor CA, geralmente usado como
motor de baixa potência.
A grande vantagem desse tipo de motor é o de poder ser ligado diretamente à rede elétrica,
pois utiliza a corrent
correntee alternada para funcionar
funcionar..
É bastante utilizado em situações nas quais não é necessário um control
controlee preciso da velocidade
e de posicionamento, em razão de seu
s eu baixo custo e robustez, conforme a Figura 11.5.
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Figuraa 11.5 - Exemplo


Figur - Exemplo de um motor de corrente alternada.

11.7.1.2 Motores de corrente contínua (CC)


São motores que utilizam uma fonte de tensão contínua. Com desempenho muito superior ao
motor de passo, o motor CC o substituiu em algumas aplicações, pois seu acionamento e controle
também
tam bém são bastante simples, conforme a Figura 11.6.

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Figura 11.6 - Exemplo


- Exemplo de um motor de corrente contínua.

Atuadores e Elementos Finais de Controle 139

11.7.1.3 Motores de passo


O controle desses motores é feito por meio de um trem de pulsos, que atuam rotativamente
sobre uma série de eletroímãs dispostos sobre o estator.
estator.

Um motor de passo é um tipo de motor elétrico, usado quando algo tem de ser posicionado
muito precisamente ou girado em um ângulo exato.
Em um motor de passo, um ímã permanente é controlado por uma série de campos eletro -
magnéticos ativados e desativados eletronicamente.
eletronicamente.
Muitos dispositivos computadorizados (drives, CD-Rom etc.) usam motores especiais que
controlam
controlam os ângulos de giro de seus rotor
rotores.
es. São características desses
d esses motores:
» baixo torque;
»   acionamento simples;
»   baixa relação peso/potência.
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   J

Figura 11.7 - Exemplo


- Exemplo de um motor de passo.

Os motores de passo são comumente utilizados, hoje, em sistemas que operam em malha
aberta, não exigindo a presença de sensores ou de controladores mais elaborados. São muito
utilizados em periféricos para informática.
11.7.1.4 Solenoides
São dispositivos eletromecânicos, que movimentam uma peça metálica quando sua bobina
recebe uma corrente elétrica. Essa peça metálica pode ser utilizada para liberar ou bloquear outro
dispositivo. Um exemplo são as fechaduras elétricas das portarias: um comando elétrico as faz
abrirem o fecho de portas. Na Figura 11.8, podemos ver um solenoide típico. Observe que o pino
metálico central se movimenta conforme circula corrente pela bobina do solenoide.

140 Elementos de Automação

 
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   A

11.8 - Exemplo
Figura 11.8 - Exemplo de um solenoide.

11.7.2 Atuadores hidráulicos


Utilizados principalmente em sistemas nos quais são requeridos elevados torques, sobretudo
no acionamento de máquinas de grande porte
p orte e em robôs de alta velocidade de posicionament
p osicionamento.
o.
Um atuador hidráulico é constituído por cilindros e motores, que utilizam óleo sob pressão
para produzir movimento, o qual pode ser linear, rotativo ou oscilatório. Uma vez que o óleo é
praticamente incompressível, um atuador hidráulico pode exercer uma força considerável, mas
é limitado na aceleração e na velocidade. A Figura 11.9 mostra um cilindro hidráulico instalado em
uma máquina retroescavadeira.
 
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Figura 11.9
11.9  Cilindro hidráulico instalado em uma máquina retroescavadeira.

Os atuadores hidráulicos são comandados por eletroválvulas que controlam os 󿬂uxos de óleo
do sistema, controlando os movimentos. São características desses tipos de atuadores:
 
» alto torque desenvolvido;
 
» alta relação torque/peso;
»

  alta performance;
 
» baixa manutenção.

Atuadores e Elementos Finais de Controle 141

11.7.3 Atuadores pneumáticos


Atuador acionado pela pressão de ar (ou outro gás), aplicado sobre um diafragma 󿬂exível ou
rolante, ou sobre um sistema de cilindro e pistão, podendo ou não ser dotado de mola, conforme
construção particular
particular..
Normalmente
Normalm ente é empregado em sistemas nos quais se
s e requer altas velocidades nos movimentos,
com pouca exatidão do posicionamento 󿬁nal e em aplicações em que o torque exigido é relativa-
mente baixo. Seus principais componentes são:
»   Lineares: pistões de simples
Lineares: pistões s imples e dupla ação.
»   Rotativos: motores pneumáticos.
»   Válvulas de controle pneumáticas: capazes de regular a vazão de um 󿬂uido (líquido, gás
ou vapor), que escoa através de uma tubulação, por meio do posicionamento relativo de
um elemento que controla
controla a área livre de passagem do 󿬂uido.

11.7.4 Atuadores eletro-hidráulicos


Atuador
Atuador acionado por motor elétrico que comanda o sistema de pressão hidráulica.
Quando se utiliza um desses sistemas, é necessária a instalação de outros elementos, como
compressores
compr essores para comprimir o ar ou o óleo, tubulações para transportar o 󿬂uido sob pressão, 󿬁ltros
para tratamento da qualidade do 󿬂uido, válvulas de segurança, válvulas de comando e de control
controle.
e.

11.8 Válvulas de controle


As válvulas são
s ão elementos que permitem controlar
controlar o acionamento dos atuadores. Basicamente,
deseja-se controlar três variáveis básicas: sentido do movimento, velocidade e pressão. Válvulas
direcionais controlam o sentido do movimento; válvulas de 󿬂uxo controlam a velocidade do 󿬂uido e
 válvulas reguladoras de pressão controlam
controlam a pressão,
pressão, como indicado na Figura 11.10.
As válvulas hidráulicas e as pneumáticas podem ser acionadas de forma manual, mecânica,
elétrica ou por meio do
d o próprio 󿬂uido sob pressão.
142 Elementos de Automação

11.10 - Categorias
Figura 11.10 - Categorias de válvulas pneumáticas e hidráulicas.

11.8.1 Acionamento manual


Um operador humano comanda o acionamento, que pode ser feito por meio de botões, ala-
ala -
 vancas ou pedais.

11.8.2 Acionamento mecânico


Utilizam-se elementos mecânicos no acionamento
acionamento,, como batent
batentes,
es, roletes e molas.

11.8.3 Acionamento elétrico


Com válvulas acionadas eletricamente, os circuitos hidráulicos e os pneumáticos tendem a
󿬁car mais simples.
As válvulas acionadas eletricamente costumam ser chamadas solenoides. Essas válvulas con-
têm uma bobina, que gera um campo magnético ao ser percorrida por eletricidade, provocando o
movimento de uma peça metálica.
Atuadores e Elementos Finais de Controle 143

11.9 Atuadores pneumáticos e hidráulicos

11.9.1 Atuadores lineares


Os atuadores lineares são conhecidos como cilindros. Realizam movimento
movimento,, deslocando-se ora
em um sentido, ora em outro
outro,, conforme a Figura 11.11.
 
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Figura 11.11 - Cilindro


- Cilindro de movimento linear.
linear.

Os cilindros pneumáticos e os hidráulicos são amplamente utilizados em máquinas industriais,


automáticas ou não, e em outros tipos de equipamento, como guindastes, escavadeiras, caminhões
basculantes
bas culantes etc.
Os tipos de cilindro mais comuns são:
» cilindro de simples ação com retorno por mola;
»   cilindro de dupla ação.

11.9.2 Funcionamento dos cilindros

car-seOe a󿬂uido forçado


transmitir para dentro do cilindro exerce pressão contra o êmbolo, obrigando-o a deslo-
força.

11.9.2.1 Cilindro de simples ação


O símbolo esquemático de um cilindro de simples ação com retorno por mola é mostrado na
Figura 11.12.

Figura 11.12
11.12 - Símbolo
- Símbolo esquemático de um cilindro
de simples ação com retorno por mola.

144 Elementos de Automação

No cilindro de simples ação, a operação é unidirecional, e o regresso acontece por ação de


alguma força exterior - uma mola comprimida, por exemplo. Na Figura 11.13, o conjunto está ini- ini -
cialmente
cialmente na condição a. Nesse momento o ar comprimido está com sua passagem bloqueada pela
 válvula direcional. Pressionando-se o botão de acionamento da válvula, o conjunconjunto
to passa para a
posição b. Então, o ar empurra o êmbolo para a direita da 󿬁gura, comp
comprimindo
rimindo uma mola interna. O
cilindro permanecerá avançado enquanto a válvula de control
controlee estiver acionada. Quando o botão for
solto, a mola comprimida fará o êmbolo voltar à posição inicial.

Figura 11.13 - Acionamento


- Acionamento de um cilindro de simples ação com retorno por mola.

11.9.2.2 Cilindro de dupla ação


Nesse caso, o 󿬂uido é utilizado tanto para fazer avançar quanto para fazer recuar o êmbolo ou
por injeção de 󿬂uido pressurizado no outro sentido. O símbolo desse tipo de cilindro é mostrado na
Figura 11.14.
Figura 11.14 - Símbolo
- Símbolo esquemático de um cilindro de dupla ação.

A Figura 11.15 ilustra o funcionamento de um cilindro de dupla ação. Inicialmente o sistema


está em repouso, como mostrado na posição a  da 󿬁gura. Observe que o cilindro está recuado
porque há uma
é acionada, forçadedepressão
a fonte pressãoé exercida
invertida,dapassando
direita para
paraaoesquerda. Quando
lado esquerdo do acilindro
válvula edefazendo
controleo
êmbolo avançar,
avançar, alcançando a situação b.

Atuadores e Elementos Finais de Controle 145

Figura 11.15 - Funcionamento


- Funcionamento de um cilindro de dupla ação.

11.9.3 Atuadores rotativos


Realizam movimento de rotação (giram em torno de um eixo). Os atuadores rotativos podem
ser de dois tipos: angulares ou contínuos.

11.9.3.1 Rotativos contínuos


São os motores pneumáticos ou os hidráulicos, conforme a Figura 11.16. Recebem essa clas-
clas-
si󿬁cação
si 󿬁cação quando têm possibilidade de realizar um número indeterminado de rotações, ou seja, de
girar seu eixo continuamente
continuamente enquanto não forem desligados.

 
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Figura 11.16 - Motor


- Motor hidráulico.

146 Elementos de Automação

pneumáticos ou os hidráulicos, conforme o


Os atuadores rotativos contínuos são os motores pneumáticos
󿬂uido que os acione seja
s eja ar comprimido
comprimido ou óleo.
Na carcaça do motor existem dois orifícios, um para a entrada e o outro para a saída do
󿬂uido sob pressão.
um conjunto O 󿬂uido
de palhetas sob pressão,
ligadas ao entrar
a esse rotor, na câmara
fa zendo-o
fazendo-o girar em que se encontrate,
e, consequentemente,
consequentemen o rotor,
também
tambémempurra
o eixo
preso a ele.
Os motores pneumáticos e os hidráulicos são utilizados principalmente
principalmente em ferramentas
manuais, como furadeiras, parafusadeiras,
parafusadeiras, politrizes etc. As vantagens básicas em relação à
ferramenta elétrica são: peso reduzido, proteção contra sobrecarga
sobre carga (que permite 󿬁car acionada
mesmo travada sem risco de danos), não aquece, pois o próprio ar de trabalho faz a refrigeração
contínua, entre outras.

11.9.3.2 Rotativos angulares


Nos atuadores angulares o movimento do pistão é de translação (em linha reta). No entanto, com
a utilização de elementos auxiliares, como engrenagens e cremalheiras, é possível que se produzam mo-
 vimentos circular
 vimentos circulares
es limitados
limitados a determinado
determinado ângulo
ângulo.. Então,
Então, uma das característi
características
cas desses elemen
elementos
tos é
que o ângulo de rotação é menor que uma volta completa, ou seja, menor que 360º.

 
Figura 11.17 - Atuadores
- Atuadores rotativos angulares hidráulicos.

Na Figura 11.18, podem ser vistos os símbolos esquemáticos desses tipos de atuadores.
Figura 11.18 - Símbolos
- Símbolos para os atuadores rotativos
angulares hidráulico e pneumático
pneumático..

Atuadores e Elementos Finais de Controle 147

atuadores podem ser


Basicamente, esses atuadores s er de dois tipos: de cremalheira e aleta rotativa.
O primeiro tipo constitui-se da união de um cilindro pneumático com um sistema mecânico.
Na haste do pistão de um atuador linear é usinada uma cremalheira. A cremalheira aciona uma
engrenagem, fazendo girar o eixo acoplado a ela, Figura 11.19.

Figura 11.19 - Princípio


- Princípio de funcionamento dos
atuadores
atuador es rotativos angulares por
p or cremalheira.

No cilindro de aleta rotativa, apresentado na Figura 11.20, ela pode girar de determinado
ângulo ao redor do centro da câmara do cilindro. A aleta, impulsionada pelo 󿬂uido sob pressão, faz
girar o eixo preso a ela.

Figura 11.20 - Princípio


- Princípio de funcionamento de um
atuador rotativo angular com aleta rotativa.

148 Elementos de Automação

11.10 Aplicações
A Figura 11.21 ilustra um elemento rotativo
rotativo utilizado no transporte e na montagem de peças.

Figura
Figura 11.21 - Elemento
- Elemento rotativo utilizado para transporte de peças.

Vamos recapitular?

Neste capítulo aprendemos que um sistema de controle qualquer precisa de um elemento


responsável
respon sável por modi󿬁car a variável manipulada. Normalmente os atuadores trabalham com os
elementos 󿬁nais de controle. O primeiro gera movimento, enquanto o segundo controla o 󿬂uxo de
matéria ou energia para o processo. Aprendeu também que os atuadores podem ser classi󿬁cados em
relação ao tipo de energia que utilizam para funcionar - elétricos, pneumáticos e hidráulicos -, e que
outra classi󿬁cação pode ser relacionada ao tipo de movimento que realizam: lineares (em linha reta)
ou rotativos (giratórios).
Atuadores e Elementos Finais de Controle 149

Agora é com você!

1) Qual a função de um atuador?


2) Qual a função de um elemento 󿬁nal de controle?
3) Uma válvula de controle é um atuador. Verdadeiro ou falso? Por quê?
4) Qual a diferença entre um movimento linear e um rotativo?
5) O que significa movimen
movimento
to linear? O que são elementos de trabalho
trabalho,,
em pneumática?
6) Os atuadores são divididos em dois grandes grupos. Quais são eles? Os
cilindros podem ser de simples ou dupla ação. Qual a diferença entre esses dois
tipos de atuadores?
7) Explique resumidamente como funciona um cilindro de simples ação com re-
re -
torno por mola.
8) Cite uma vantagem dos motores pneumáticos com relação aos motores
elétricos.
elétricos. Dê um exemplo de aplicação dos motores pneumáticos.
pneumáticos.
9) O desenho abaixo representa um atuador.
atuador. Que atuador é ele?
150 Elementos de Automação

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