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Bom dia, hoje vou falar sobre o movimento artístico do Surrealismo, um dos últimos

das vanguardas artísticas do século XX. Surgiu no período de recuperação do pós-guerra e


teve expressões na literatura, nas artes visuais, no cinema, no teatro e na filosofia. No
entanto, nesta apresentação vou focar-me apenas no Surrealismo expresso nas artes.

Em 1924, a publicação do Manifesto do Surrealismo, escrito por André Breton,


marca o nascimento oficial do Surrealismo. Propunha uma nova estética que rompesse com
a primazia da compreensão racional. André Breton sonhava em encontrar o ponto sublime
em que os opostos deixariam de ser contraditórios, onde as oposições seriam superadas,
sublimadas, sem serem negadas.

 A teoria psicanalítica de Sigmund Freud foi a principal fonte de inspiração para os


surrealistas, pois deu um novo entendimento simbólico ao domínio do onírico, ou seja,
relativo aos sonhos, atribuindo importância às imagens sonhadas e à mente inconsciente,
isto é, aos processos não racionais do cérebro humano. Portanto, o Surrealismo apela à
imaginação, sem o freio do espírito crítico, deixando o mundo real para penetrar no irreal .
Transcende a compreensão racional e relaciona-se com a mente inconsciente, com o
imaginário e o absurdo.

Tendo como princípio basilar o automatismo psíquico, a corrente entrou no Portugal


da censura e da PIDE, e aqui encontrou jovens artistas, inquietos e insubmissos que queriam
desafiar o regime e a cultura oficial. O coordenador do centro português do Surrealismo,
Perfecto E. Cuadrado, diz-nos que, “os Surrealistas criaram pequenas ilhas de resistência
dentro da cidade, que eram os cafés”, ou seja, era nos cafés que se criava, conspirava e se
aplicava implacavelmente a lei surrealista contra todos aqueles que, querendo entrar para o
grupo, não pareciam suficientemente independentes, impolutos e capazes de cumprir o
difícil caminho de uma liberdade radical.

Atualmente , podemos apreciar várias obras de arte com características surrealistas em


diferentes locais. Um dos exemplos é o Museu da Fundação Cupertino de Miranda,
integrado no Centro Português de Surrealismo. É uma Instituição Cultural ao serviço da
comunidade e tem por missão a construção do conhecimento sobre a Arte Surrealista
portuguesa. Neste momento, são sete as exposições que podem ser visitadas, contando
com ilustres nomes portugueses marcantes no Surrealismo:

 Cruzeiro Seixas, que considerava o movimento "único e revolucionário" e por isso


sempre se manteve leal ao mesmo;
 Mário Cesariny, considerado o principal representante do surrealismo português.

Internacionalmente destaco:

 Salvador Dali, um pintor espanhol que se destacou pelas suas composições insólitas
e desconexas;
 Joan Miró, que traz, muitas das vezes, nas suas obras, verdadeiras explosões cromáticas.
Esta é a minha obra, que intitulei de “O Nascimento”, com características surrealistas:

 Representação de algo supostamente sem relação entre si e em lugares aos


quais não pertencem;
 Inexistência da intervenção do pensamento racional, por isso não se prende com
querelas formais;
 Valorização do acaso e do inesperado;
 Funcionamento da mente na sua totalidade, sem a preocupação com a
moralidade, verossimilhança ou receção estética;
 Busca da perfeição do desenho e das cores, dentro da dimensão do imaginário;
 Criação de uma realidade “paralela”, irracional e irreal

Apesar de ao pensarmos no Surrealismo nos remetermos a artistas que viveram no


passado como Salvador Dali ou René Magritte, atualmente continua a haver pessoas
interessadas neste movimento artístico, desenvolvendo obras que podem ser visitadas por
todos nós. Muitas das vezes, estamos focados no passado e não prestamos atenção, nem
damos valor, a artistas do século XXI, como o caso de José Nunes. A partir da leitura desta
notícia, percebi que este integrou recentemente uma exposição coletiva no Porto, apelidada
de Mostra #4, promovida pela Galeria Geraldes da Silva.

Para finalizar, quero vos mostrar uma notícia do site Observador, que diz …ler ppt…
Com isto quero demonstrar a grandiosidade dos artistas surrealistas portugueses, que tem
os seus trabalhos expostos aos “olhos” de todo o mundo.

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