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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIENCIAS EXATAS E DA TERRA

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

FISICA-QUÍMICA I

Prof. Dr. Ailton José Terezo

GASES

CUIABÁ-MT

SETEMBRO DE 2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIENCIAS EXATAS E DA TERRA

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

FISICA-QUÍMICA I

DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA CONSTANTE DOS GASES


(R)
DETERMINAÇÃO DA MASSA MOLAR DE UM METAL (Zn)

CUIABÁ-MT

SETEMBRO DE 2010
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DOS GASES (R)
3.1.1 MATERIAIS E REAGENTES
3.1.2 MÉTODO
3.2 DETERMINAÇÃO DA MASSA MOLAR DE UM METAL (Zn)
3.2.1 MATERIAIS E REAGENTES
3.2.2 MÉTODO
4. RESULTADOS E DISCUSÕES
4.1 DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DOS GASES (R)
4.2 DETERMINAÇÃO DA MASSA MOLAR DE UM METAL (Zn)
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
INTRODUÇÃO
Gás é um dos três estados da matéria, definido como uma substância que se
expande espontaneamente para preencher completamente seu recipiente de maneira
uniforme. Neste estado, as forças de atração intermoleculares são fracas, pois as
moléculas estão muito distantes umas das outras, e talvez nem se toquem durante a
maior parte do tempo. Essas forças fracas permitem uma movimentação rápida,
independente das moléculas, o que praticamente dá a um gás um comportamento físico
não dependente de sua composição química.
Os gases por terem a densidade suficiente baixa, se comportam da mesma forma,
isto é, volume V que ocupam é inversamente proporcional a pressão p e diretamente
proporcional a temperatura T e a quantidade de substância n. Analisando esse
comportamento pode-se verificar uma semelhança a um gás ideal, por este motivo
obedece a Lei de Boyle, de Charles e o Princípio de Avogadro, que constituem as
conhecidas leis dos gases [1].
Para combinar as três leis em uma expressão, é necessário relacionar que,
quando a temperatura e a quantidade de gás são constantes, a Lei de Boyle, tem a forma
de:
PV = constante1
Quando a pressão e quantidade são constantes, a Lei de Charles, diz que:
V = constante2 x T
E de acordo com o Princípio de Avogadro, sob pressão e temperatura constantes,
o volume é proporcional a n, logo, pode-se relacionar:
V = constante3 x n
Concluindo a expressão combinada das leis dos gases em uma, tem-se:
PV = constante x nT
Quando a constante de proporcionalidade das leis é escrita como R, a expressão
é conhecida como a lei dos gases ideais:
PV = nRT
A constante R é denominada de constante dos gases e independe da identidade
do gás, dizemos então que ela é uma “constante universal”. Para se determinar o valor
da constante dos gases medem-se os valores de p, V, n e T e a substituição dos dados na
equação dos gases ideais:
pV
R=
nT
Em unidades SI, a pressão é dada em Pascal, o volume em metros cúbicos, a
temperatura em kelvin e quantidades em mols, logo, R é obtido em joules por kelvin por
mol: R = 8, 31447 J K-1 mol-1.
A lei dos gases ideais é um exemplo de uma equação de estado que resumem as
relações que descrevem a resposta de um gás ideal a mudança de pressão, volume,
temperatura e quantidade de moléculas. Se um gás obedece a essa lei sob todas as
condições é chamado de gás ideal. Todos os gases reais obedecem à lei dos gases ideais
com precisão crescente à medida que a pressão é reduzida até chegar a zero (p→0). A
lei dos gases ideais é, portanto uma lei limite, que só é valida dentro de certos limites,
neste caso, quando p→0.
Se as condições de temperatura e pressão permitem tratar um gás real como gás
ideal, pode-se através das medidas de temperatura, pressão e volume determinar a
quantidade de gás numa reação, aplicando a equação do estado do gás ideal. Assim, se
numa reação um dos produtos é um gás, conhecendo a estequiometria da reação, pode-
se determinar a quantidade das outras substâncias que participam da reação [2].

2. OBJETIVOS
Esta pratica tem como objetivo aplicar os conceitos da lei dos gases pela
determinação experimental da constante dos gases (R), comparando-a o resultado
experimental com o teórico e a determinação da massa molar do metal zinco (Zn).

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DOS GASES (R)
3.1.1 MATERIAIS E REAGENTES

 Bureta sem torneira;


 Barômetro;
 Bico de Bunsen;
 Balança analítica;
 Espátula;
 Garras;
 Mangueiras;
 Pinça de madeira;
 Suporte universal;
 Termômetro;
 Tubo de ensaio com rolha;
 Permanganato de Potássio (KMnO4);
 Água destilada.
3.1.2 MÉTODO
Após a verificação da montagem do sistema (Figura 1), completou-se a bureta com água
destilada, após isso, verificou-se que o sistema possuía algumas bolhas de ar, para
retirada das mesmas, foi necessário uma leve agitação na mangueira. Para verificação de
vazamento abaixou-se a bureta niveladora com a extremidade da mangueira da amostra
aberta, colocou-se o tubo de ensaio com a rolha, retornou-se a bureta para a posição
inicial, e então se verificou que o menisco não se movimentou comprovando assim a
falta do vazamento. Desconectou-se o tubo de ensaio, e ajustou-se o menisco para o
valor inicial (30,8 mL). Pesou-se o tubo de ensaio (16,1612g ). Transferiu-se a massa de
(0,0504g) permanganato de potássio para o tubo de ensaio, em seguida foram somadas
as duas massas(16,2116g). Em seguida conectou-se o tubo de ensaio ao sistema,
prendendo-o com a pinça de madeira, e então inciou-se lentamente o aquecimento
diretamente no bico de Bunsen. Ao final da reação quando o menisco estabilizou-se foi
ajustado o nível com a bureta niveladora, após o equilíbrio térmico foi feito a leitura do
volume deslocado (2,8mL), ou seja, volume final (33,6 mL). Após o resfriamento do
tubo o mesmo foi desconectado, em seguida pesou-se o tubo juntamente com o resíduo
da queima do permanganato de potássio. Anotou-se a temperatura ambiente (24ºC) e a
pressão atmosférica (757 mmHg).

Figura 1 – Sistema de Medida de Volume


3.2 DETERMINAÇÃO DA MASSA MOLAR DE UM METAL (Zn)
3.2.1 MATERIAIS E REAGENTES

 Balança analítica;
 Barômetro;
 Buretas sem torneiras;
 Espátula;
 Garras;
 Mangueiras;
 Pinça de madeira;
 Suporte universal;
 Tubos de ensaio com rolha;
 Termômetro;
 Ácido Clorídrico 1:1 (V/V);
 Zinco (Zn);
 Solução de Sulfato de Cobre (Cu) 1 M;
 Água destilada.
3.2.2 MÉTODO
Após a verificação da montagem do sistema (Figura 2), completou-se a bureta com
água, retiraram-se bolhas de ar, através de uma leve agitação na mangueira e para
verificar a presença de algum vazamento, abaixou-se a bureta niveladora com a
extremidade da mangueira da amostra aberta, colocou-se o tubo de ensaio com a rolha,
retornou-se a bureta para a posição inicial, e então se verificou que o menisco não
movimentou comprovando assim a falta do vazamento. Ajustou-se o menisco e anotou-
se o volume inicial (36.8mL). Pesou-se um pedaço de metal, zinco (0,0702g), enquanto
isso colocou-se certa quantidade de HCl no tubo de ensaio, em seguida acrescentou-se
duas gotas de solução de Sulfato de Cobre II. Prendeu-se uma fração de Zinco em uma
linha, pendurou-se a mesma na boca do tubo de forma que o metal não entrasse em
contato com o ácido. Conectou-se o tubo ao sistema abaixo, representado pela figura2
logo após inclinou-se o tubo para que o metal, o Zinco, entrasse em contato com a
solução de Sulfato de Cobre mais Ácido clorídrico, nisso iniciou-se a reação liberando
H2. Ao final da reação com o menisco estabilizado, foi anotado o volume final
(41,8mL).

Figura 2 - Sistema de Medida de Volume

4. RESULTADOS E DISCUSÕES
4.1 DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DOS GASES (R)
Na tabela abaixo estão os dados obtidos para a determinação do R.

1.massa do tubo de ensaio 16,1612g


2.massa do KmnO4 0,0504g
3.volume inicial 30,8mL
4.volume final 33,6mL
5.variação de volume 2,8mL
6.massa do tubo + resíduo 16,2116g
7.temperatura 24ºC
8.pressão atmosférica 757mmHg
9.pressão de vapor 22,38mmHg

Com base na tabela acima, podemos efetuar os seguintes cálculos:

A pressão de O2 é dada por p O2= pex − p v, portanto,


p O 2=757,57 mmHg−22,38 mmHg

p O2=735,19 mmHg

Tendo a massa do tudo de ensaio, e as massas do tubo de ensaio com os resíduos,


podemos calcular, a partir da seguinte reação

2 KMnO 4(s) ∆ O 2 (g) + Mn O 2(s )+ K 2 Mn O 4 (s)

mresí duo =mtubo+res í duo−mtubo

m resí duo =16,19 g−16,1612 g

mresí duo =0,0288 g

E com os dados das massas temos:


m o2=mtubo inicial −m tubofinal

m o2=16,2116 g−16,19 g

m o2=0,0216 g

Tendo então a massa de O2, e conhecendo sua massa molecular calcula-se o número de
mols,
mO 2
n=
MM O 2

0,0216 g
n=
32 g mol−1

n O2=6,75 x 10−4 mol

Com os dados calculados e apresentados, temos:


pV =nRT Onde,
pV
R=
nT

735,19mmHg x 2,8 mL 1L
R= x
6,75 x 10 mol x 297,15 K 1000 mL
−4 ( )
R=10,26459mmHg L mol−1 K−1
Com isso, a partir dos dados experimentais temos o valor de R, calculado. Pode se
calcular o erro percentual relacionando o valor teórico e o valor experimental.

valor experimental−valor teórico


erro %= ( valorteórico ) x 100

erro %= ( 10,26459−62,364
62,364 ) x 100
erro %=−¿83,54%

O erro encontrado foi de -83,54%, isso se deve as condições nas quais foram
submetidos os experimentos e até mesmo a imprecisão na leitura do menisco, falha na
observação de vazamento, falha na pesagem e outros fatores que podem ter afetado o
resultado final. Sendo assim o valor da constante experimental dos gases foi muito
menor do que o valor teórico.
4.2 DETERMINAÇÃO DA MASSA MOLAR DE UM METAL (Zn)
Na tabela abaixo estão os dados obtidos para determinação da massa molar do zinco.

1.massa do zinco 0,0702g


2.volume inicial 36,8mL
3.volume final 41,8 mL
4.variação do volume 5mL
5.temperatura 27ºC
6.pressão atmosférica 1008 hPa
7.pressão de vapor 26,6 mmHg

Com base na tabela acima, podemos efetuar os cálculos seguintes:


Faz-se necessário calcular a pressão exercida pelo gás, utilizando à seguinte fórmula de
pressões atuantes no sistema, ph = pex − pvapor ,
2

ph =1008 hPa−3546,37 Pa
2

ph =97253,63 Pa
2

Com base na formula do gás perfeito calcula-se o número de moles de Zn, pV =nRT ,
Tendo, como equação reacional:
Zn(s )+2 HCl → ZnCl 2(aq) + H 2 (g)

Podemos, concluir que a proporção entre o gás hidrogênio e o zinco é de 1:1, logo o
n H =¿n ¿
2 Zn

pH V H
n Zn= 2 2

RT
97253,63 Pa x 5 x 10−6
n Zn=
8,31447 Pa m3 mol−1 K −1 x 300,15 K

n Zn=1,94815 x 10−4 mol

Tendo o número de moles do zinco e sabendo a massa utilizada no experimento,


podemos calcular sua massa molecular experimental:
m Zn
M=
nZn

0,0702 g
M=
1,94815 x 10− 4 mol

M =360,34 g mol−1
Encontrada a massa molecular experimental podemos calcular o erro relativo:

valo r experimental−valor teórico


erro %=
( valorteórico ) x 100

erro %= ( 360,34−65,39
65,39 ) x 100
erro %=451,06 %

O erro encontrado foi de 451,06%, isso se deve as condições nas quais foram
submetidos os experimentos e até mesmo a imprecisão na leitura do menisco, falha na
observação de vazamento, falha na pesagem e outros fatores que podem ter afetado o
resultado final. Sendo assim o valor experimental da massa molar do zinco foi muito
maior do que o valor teórico.

CONCLUSÃO
Foi possível alcançar os objetivos das práticas de determinação da constante dos
gases (R) e massa molar do zinco, devido o embasamento à lei dos gases.
No entanto, os resultados experimentais obtidos não foram de acordo com os
resultados teóricos, devido à variação de temperatura, pressão e de manuseio dos
sistemas de determinação de R e massa molar do Zn, ou seja, nada estava corretamente
de acordo com o exigido pelo CNTP.

BIBLIOGRAFIA
[1]
ATINKS,P.W.;Jones,Loretta.Princípios de química: questionando a vida moderna e o
meio ambiente. 3º- edição,Porto Alegre:Bookman,2006.
[2]
CÉSAR,J e de ANDRADE,J.C. Determinação da massa molar de um
metal,2006.Disponível em: http:// www.chenkeys.com/artigo/28/310. Acesso em: 25 de
Agosto de 2010.

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