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Resumo HP5– PSIQUIATRIA

Delirium:
Definição: Drogas, medicações e Drogas (intoxicação e
Alteração de comportamento de origem orgânica, venenos abstinência): sedativos,
importante prestar atenção a esse critério, uma benzodiazepínicos,
alteração que tem origem orgânica essencialmente. abstinência alcoólica.
Geralmente tem início rápido/agudo, que pode ser Medicações:
chamado também de – estado confusional agudo ou especialmente com
encefalopatia metabólica ou psicose orgânica. efeito anticolinérgico
É mais comum em idosos, mas não exclusivamente, (Biperideno,
podendo acontecer em ambientes hospitalares ou ADT. Clopromazina),
comunitários. outros psicotrópicos,
Frequentemente subdiagnosticado – mas tem corticoides, antibióticos,
impacto na piora do prognóstico, aumento de tempo Venenos
de internação, aumenta mortalidade e recuperação Causas Mudanças de ambiente
funcional. comportamentais Privação de sono
Fatores de risco: Dor
São basicamente 2: Hospitalização
• Idade avançada; Viagens
• Doença cerebral preexistente (demência, Deprivação sensorial
tumor, AVC, entre outras).
Outros: Fisiopatologia:
• Episódio prévio de delirium; Ainda muito interrogada, sendo que se sabe que há
• Doenças psiquiátricas (depressão); uma falência transitória do funcionamento cerebral,
• Uso de drogas; mesmo que seja inespecífico.
• Dor e imobilidade; Há um déficit de acetilcolina, tendo envolvimento de
• Déficit visual; serotonina e dopamina e o sistema reticular
ascendente é o principal envolvido.
• Algumas medicações, especialmente
anticolinérgicos – Buscopan;
Epidemiologia:
• Fraturas, transfusão de sangue e invasões;
O Delirium está associado a uma maior mortalidade,
• Duração da cirurgia e tipo de anestesia
sendo que o paciente que possui esse delirium
usada.
possui chance de mortalidade 50% maior, sendo
Causas: mais frequente em pacientes idosos e tem muita
Causa intracranianas Epilepsia associação com mais morbidade sendo:
Trauma • Maior tempo de permanência – UTI /
cranioencefálico Hospitalização;
infecções de SNC: • Tempo de ventilação mecânica maior;
Meningite e encefalite • Comprometimento cognitivo a longo prazo;
transtornos vasculares • É um problema de saúde pública.
Causas extracanianas Infecções sistêmicas
como sepse Definições:
Pós operatório Importante diferenciar:
Problemas • Delirium: Alteração de comportamento de
cardiopulmonares: IGC origem orgânica;
descompensada, • Delirio: Alteração da percepção, muito
hipotensão, comum na psicose;
infecções, causas de • Delirium tremens: Delirium de forma
hipóxia. secundária a um quadro de abstinência por
Alterações endócrinas: álcool.
tireoide, hipófise,
pâncreas. Clinica:
Doenças carenciais; Caracterizado por 4 sintomas cardinais:
B12, folato, tiamina
• Alteração do nível de consciência;
Encefalopatia hepática
• Alguma alteração cognitiva e habitualmente
ou urêmica
alteração de atenção;
Constipação e
Retenção urinária; • Curso limitado de início agudo;
• Causa orgânica.
Podendo cursar com: • 4AT;
• Caráter flutuante – de manhã tá bem a tarde • MDAS;
muda o nível de consciência; • Single question;
• Desorientação temporal e espacial; • Delirium index.
• Alterações de memória; Outros testes podem ser úteis como:
• Inversão de ciclo sono-vigília; • MEEM;
• Alterações motoras: Tremor, asterixis, • Mini-Cog;
mioclonias; • Digit span;
• Discurso incoerente ou confuso. • MOTYB;
• RASS;
Alterações neuropsiquiátricas: Diagnósticos diferenciais:
• Alteração de atividade psicomotora;
• Alterações de sensopercepção: Alucinações Depressão Delirium hipoativo
visuais e táteis; Humor hipotímico ou Atenção e consciência
• Sintomas afetivos; anedonia
• Delírios: Frouxos, transitórios e mais Semanas a meses Dias a semanas
persecutórios. Alteração de atenção, Estado confusional
Sintomas prodômicos: memória normal agudo
• Ansiedade; Ideação suicida Alterações de
• Inquietação; pensamento e memória
• Irritação;
• Distúrbios do sono.
Psicose Delirium hiperativo
O delírio pode ter subdivisões, sendo: Início variável Início Rápido
• Delirium hipoativo: Paciente mais calado, Curso estável Curso flutuante
lento – sendo o mais comum; Nível de consciência Alteração de
• Delirium hiperativo: Paciente agitado com preservado consciência
sintomas de mudanças de comportamento; Alucinações auditivas e Alterações visuais e
• Delirium misto: Períodos intercalados. delírios estruturados delírios frouxos
Memória preservada Memória alterada
Existem várias escalas que se pode utilizar para Mais comum em jovens Mais comum em idosos
fazer o Screening desse mal, sendo:
• CAM e CAM – ICU – Mais utilizada; Delirium x Demência
Confusion assessment method: Baseia-se Tem uma relação muito próxima, sendo a demência
em 4 critérios – um fator de risco para Delirium.
1. Mudança de estado mental aguda e Sendo que:
flutuante; (obrigatório) • Demência é fator de risco para delirium;
2. Desatenção; (obrigatório) • Delirium é fator de risco para demência;
3. Pensamento desorganizado; • Delirium se manifesta mais em pacientes
4. Alteração de nível de consciência. demenciados;
• Delirium é fator de piora da demência;
• São as duas principais causas do que se
chama “idoso confuso”.

Demência Delirium
Início gradual e lento Início rápido
Pelo menos 6 meses de Dias a semanas
déficit
Progressivo e Reversível (?)
irreversível
Sundowing – na Flutuação
transição da tarde pra
noite
Atenção e nível de Atenção e consciência
consciência normais são sintomas cardinais
até estágios avançados
Psicose: Mais em casos Psicose: Sintoma
avançados comum
Alteração comportamental nova ou antiga?
Abordagem: Controle dos fatores de risco:
Por se tratar de uma causa orgânica, o primeiro 1. Medidas não farmacológicas:
passo para a abordagem do delirium é: Prevenção:
• Identificar e tratar a causa base. • Evitar polifarmácia e cuidado com síndromes
Pesquisar possíveis fatores causais, sendo: de abstinência;
• Screening infeccioso – Principal causa, ver • Fornecer dicas de memória (relógios,
quais as possíveis infecções; calendários, fotos);
• Distúrbios eletrolíticos; • Presença de familiar durante internação;
• Disfunções orgânicas; • Uso de óculos, aparelhos auditivos e outras
• Drogas; órteses e próteses;
• Neuroimagem – somente quando tiver uma • Controle ambiental e especialmente
doença neurológica subjacente ou se for iluminação e barulho;
refratário; • Mobilização precoce:
o Manter nutrição e hidratação;
As investigações e exames vão depender da • Controle de dor, oxigenação;
suspeita clínica, sendo que os achados são sempre • Evitar constipação.
inespecíficos.
Tudo se inicia com uma boa anamnese e exame Controle dos sintomas:
físico, sendo necessário a revisão cuidadosa das Os sintomas são difíceis de se tratar, principalmente
medicações. os do tipo hipoativo.
O principal controle se dá no controle da agitação,
Os objetivos principais são: sendo realizado – medidas não farmacológicas e
Reduzir o desconforto e estresse do paciente e após isso as medidas farmacológicas


familiares;
• Melhorar sintomas e diminuir duração;
• Controlar comportamentos de risco; 2. Medidas farmacológicas:
• Garantir a manutenção do tratamento da Uso de antipsicóticos:
causa base O mais comumente usado é o Haloperidol – VO,IM
ou IV: 0,5 a 1 mg → 2 a 3 vezes ao dia.
Outra questão muito importante no que se refere a O Benzodiazepínico é contraindicado, sendo
abordagem do delirium é: utilizado em delirium tremens – por abstinência de
• Prevenção. álcool ou se ele estiver em estado pós-ictal por ter
Necessário que se tenha: tido uma convulsão.
Avaliação multiprofissional;
• Identificar fatores de risco; Após a alta, tendo se resolvido o delirium, pode se
• Manter: descontinuar a medicação e dar alta para o paciente
o Estado nutricional; sem doses de manutenção do medicamento.
o Hidratação;
o Balanço eletrolítico. Correção etiológica:
• Evitar polifarmácia; Consiste basicamente em tratar a causa, sendo que
• Garantir sono reparador; isso vai interromper a cadeia de eventos que leva ao
• Estímulo e contato social; delirium.
• Estímulo a orientação e comunicação;
• Mobilização precoce; ABCDEF – do Delirium:
• Uso de óculos e próteses auditivas;
• Uso de antipsicóticos (??). A. Avalie, acesse e previna a dor;

B. Teste de respiração espontânea com


Tratamento: teste de desmame da sedação;
Pautado em 3 pilares:

C. Escolha correta da sedação – evite


benzodiazepínico;

D. Monitore o delirium diariamente;

E. Mobilização precoce;

F. Aproximação da família.

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