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Salvador/BA
2021
THALES GABRIEL LINS CORDEIRO
Salvador/BA
2021
THALES GABRIEL LINS CORDEIRO
BANCA EXAMINADORA:
Nome do Professor
__________________________________
Nome do Professor
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Nome do Professor
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AGRADECIMENTOS
A minha mãe Elcimara, por nunca ter medido esforços para me amar e ter
sido tão forte em todos esses tempos de luta.
As minhas tias Eliana e Elci e meu primo Thiago, pelo amor dedicado a mim e
financiamento do conhecimento mais importante que pude obter na minha vida.
Meus amigos mais próximos Daniel, Paula e Leonardo, pelo apoio e por
sempre me incentivarem a ser melhor a cada dia.
Meus amigos de faculdade Ezequiel, Ginaldo e Kailane por fazerem a
graduação ser mais leve e divertida.
A minha orientadora Camila, por ser uma professora em um milhão, além de
ter orientado de maneira maestral a mim e meus amigos mesmo com as dificuldades
do ensino remoto.
A meu padrasto Celio que sustentou nosso lar em meio a pandemia.
A UniJorge pelo espaço.
Dedico esse trabalho ao meu amado avô Adelcio Ramos Lins (in memorian) e
a meu querido amigo Diego Odifreddi Rocha (in memorian) por serem os melhores
exemplos de simplicidade e humildade que já tive o prazer de me espelhar.
“Qualquer droga faz mal. Eu acho que a maconha faz mal, a cocaína faz mal, álcool
faz mal, mas eu… Não posso causar mal nenhum a não ser a mim mesmo.”
— Cazuza, cantor e compositor brasileiro (1958 – 1990)
RESUMO:
Introduction: Cannabis is one of the best known plant genera in the world, its
popularity is associated with its consumption and its effects on the mind and body
due to its recreational and medicinal potential, which is why it has been a matter of
discussion in the scientific community. Objective: To understand the factors related
to self-medication with the use of cannabis in recurrent users. Materials and
Methods: This is a field research carried out in a questionnaire divided into four
stages on the internet using the Google Formas platform, using Rensis Likert scale
analysis methods and Laurence Bardin's thematic content analysis. Results:
Anxiety, pain in general, insomnia, depression, stress and menstrual cramps were
the results that most stood out before the research proposal. Conclusion: Cannabis
is greatly admired by those who use it to self-medicate due to its decisive role in the
treatment of various health problems, with prejudice and prohibitionism being the
biggest problem.
Tabela 1......................................................................................................................32
Tabela 2......................................................................................................................32
Tabela 3..................................................................................................................... 33
Tabela 4..................................................................................................................... 33
Tabela 5..................................................................................................................... 34
Tabela 6..................................................................................................................... 34
Tabela 7..................................................................................................................... 34
Tabela 8..................................................................................................................... 35
LISTA DE SIGLAS
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................11
2 REFERECIAL TEÓRICO........................................................................................13
2.1 Automedicação.....................................................................................................13
2.2 Medicina Botânica................................................................................................14
2.3 Cannabis no Brasil...............................................................................................15
2.4 Lei das drogas......................................................................................................17
2.5 Morfologia da Cannabis........................................................................................18
2.6 Historia do proibicionismo....................................................................................19
2.7 Aspectos sociais...................................................................................................20
3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... ....22
3.1 Campo de investigação........................................................................................22
3.2 Participantes.........................................................................................................22
3.3 Instrumento...........................................................................................................22
3.4 Analise de dados..................................................................................................24
4 RESULTADOS........................................................................................................26
4.1 Primeira parte.......................................................................................................26
4.2 Segunda parte......................................................................................................27
4.3 Terceira parte.......................................................................................................32
4.4 Ansiedade............................................................................................................35
4.5 Dores....................................................................................................................36
4.6 Insonia..................................................................................................................37
4.7 Depressão............................................................................................................38
4.8 Estresse...............................................................................................................38
4.9 Cólicas menstruais...............................................................................................39
4.10 Outros aspectos.................................................................................................39
5 DISCUSSÃO...........................................................................................................41
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................46
7 REFERENCIAS.......................................................................................................48
8 APÊNDICE..............................................................................................................53
11
1 INTRODUÇÃO
área da saúde (OMS, 1997). No ano de 2013, mais de 180 milhões de pessoas que
variavam de jovens até idosos usaram a Cannabis sem motivo medicinal, sendo
esse um consumo hedonista (UNODC, 2015).
No Brasil, nas últimas décadas os debates sobre a legalização,
descriminalização e também sobres os prováveis efeitos da legalização da Cannabis
se tornaram mais frequentes, fazendo com que surgissem novos estudos na área da
saúde pública, segurança e economia do país (CARDOSO, 2016). Sendo assim o
objetivo desta pesquisa é entender os aspectos da automedicação com o uso de
Cannabis em usuários recorrentes, avaliando suas motivações e influências, sejam
por motivos de enfermidade física, problemas emocionais, doenças mentais, entre
outros. Este trabalho irá estudar o perfil, motivações e comportamento do usuário de
Cannabis perante automedicação, além de analisar seu pensamento diante da
situação da Cannabis na atual sociedade brasileira, evidenciando os fatores
relacionados a saúde publica, Cannabis e sociedade.
13
2 REFERECIAL TEÓRICO
2.1 Automedicação
sintetizar ureia de uma substancia inorgânica. Isso evidencia que antes desse feito
as terapias de cura tinham influência direta a plantas medicinais ou minerais (MARA,
2011).
No Brasil muito da medicina botânica está ligada a história recente do país
mais precisamente entre os africanos e os nativos chamados de índios. Quando o
povo africano foi tirado de sua terra em direção ao Brasil, trouxeram consigo muitas
plantas medicinais afim de dar continuidade a seu cotidiano e rituais religiosos, essa
pratica foi muito impactante culturalmente pois após mais de três séculos de
escravidão muitas plantas africanas já estavam muito bem adaptadas a sociedade
brasileira, até se fazendo esquecer a verdadeira origem dessas plantas.
Para a OMS o ideal é que se faça uma ponte de informações entre a medicina
tradicional empírica e a medicina cientifica, fazendo com que muitos dos
medicamentos à base de plantas não sejam recusados por motivações
preconceituosas. Segundo a estimativa da própria OMS, mais de 75% da população
mundial usa principalmente plantas medicinais tradicionais para suprir suas
necessidades de assistência medica primaria (OMS, 1978). Esse comportamento
está associado à o baixo nível de vida da população e o alto custo de medicamentos
(ARGENTA, 2011).
No ano de 1978 a World Health Assembly (WHA) através da resolução n.
30.43 que é muito recomendado países em desenvolvimento abordem com vigor as
medicinas tradicionais e os estudos com plantas medicinais. Segundo Haraguchi e
Carvalho (2010) critérios como identificação adequada, saúde da planta, localidade
em que a planta foi colhida e dosagem são os principais quando se trata de
medicação, sendo observado que cada fator importa, é contra indicado o uso para
gestantes ou lactantes.
“De poucos anos a essa parte, ativam-se providências no sentido de uma luta sem
tréguas contra os fumadores de maconha. No Rio de Janeiro, em Pernambuco,
Maranhão, Piauí, Alagoas e mais recentemente Bahia, a repressão se vem fazendo
cada vez mais energia e poderá permitir crer-se no extermínio completo do vício.
(…) No Rio, em 1933, registravam as primeiras prisões em consequência do
comércio clandestino da maconha. Em 1940, a Polícia baiana deita alguns
indivíduos.” (apud CARLINI, 2005:10).
O uso de Cannabis como medicação no Brasil ocorre desde o século XIX com
o médico brasileiro homeopata Alexandre José de Mello Moraes, que usava a planta
em tratamentos como os de gonorreia, impotência, catarata, dores nos rins, retenção
da urina e espasmos, amaurose e catarro (BRANDÃO, 2014).
ANVISA de n.º 344/1998, que estabelecerá quais são as substâncias que estarão
abrangidas pela Lei 11.343/06.
brasileiros, sendo que 5,8% declararam que já fizeram uso da planta, mais de 7,5
milhões de brasileiros (DALPIAZ, 2015).
Entre os usuários de Cannabis existem diversos tipos de motivação para se
fazer o uso, como descrito na pesquisa de Maria da Penha de L. Coutinho, onde ela
compara o uso da Cannabis e suas representações sociais, fazendo um comparativo
com estudantes de cursos distintos em uma universidade. Cada pessoa procura
uma motivação totalmente particular, que será construída dentro de si com as
vivencias e experiencias de vida, no caso dessa pesquisa em especifico os
universitários do curso de direto tem suas concepções baseadas no legal, moral e
social, enquanto que os de saúde se baseiam na concepção medico-orgânica e esse
padrão particular se repete (COUTINHO, 2004).
O Ministério da Cultura acredita que uma análise antropológica do tema
"drogas" no Brasil seja uma melhor forma de entender o comportamento dos
envolvidos, desde 2004 que o Ministério entende a função da cultura e seus
contextos tanto em âmbito social quanto individual (LABATE, 2008). O uso de
drogas, sempre foi alvo de rituais religiosos, movimentos sociais, produções
estéticas e muitas outras abordagens, contudo a sociedade atual tem posicionado as
drogas homologas a violência, se mostrando uma análise completamente filtrada da
realidade.
A ideia não é desconsiderar os riscos e as propriedades bioquímicas, mas sim
olhar o tema de modo mais reflexivo levando em consideração a perspectiva da
ciência humana para se discutir as drogas na atualidade (LABATE, 2008). As
ciências humanas e sociais questionam o pilar da medicina cientifica no que se
refere a dependência química como doença, há uma enorme dificuldade de se
resolver esse conflito entre as interpretações sociais e o poder psiquiátrico e médico.
As regras da sociedade são criadas por grupos isolados, na sociedade atual
os modelos adotados não são simples onde há uma concordância da maioria em
como deve ser aplicada em situações particulares ou gerais, e sim com alta
diferenciação para cada tipo de situação, se adequando para linhas de classe social,
vertente cultural e linha étnica (ROSA, 2009).
22
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.2 Participantes
O critério mínimo para responder o questionário é ter ou ter tido algum tipo de
contato com a Cannabis ao menos uma vez na vida de maneira consciente,
podendo ser de qualquer gênero ou idade e que de livre e espontânea vontade
queiram contribuir para o levantamento de dados.
Os participantes terão acesso ao questionário através da divulgação no
Instagram de páginas de divulgação de informação relacionada a Cannabis, as que
concordaram em fazer a divulgação do questionário são: @daboabrasil,
@cannabismonitor, @420substratos e @smokebuddies_oficial.
3.3 Instrumento
4 RESULTADOS
O questionário ficou ativo por 2 meses, do dia 17 de agosto de 2021 até o dia
17 de outubro de 2021 e totalizou 131 entrevistas completas para a análise.
Gráfico 1 - Idade
Gráfico 2 - Gênero
Gráfico 3 - Região
Gráfico 4 - Pergunta 1
Gráfico 5 - Pergunta 2
Gráfico 6 - Pergunta 3
Gráfico 7 - Pergunta 4
Gráfico 8 - Pergunta 5
Gráfico 10 - Pergunta 7
E por fim a afirmativa "Você não sofre nenhum tipo de repressão por usar
Cannabis." 15 pessoas responderam "Concordo Plenamente", 27 responderam
"Concordo Parcialmente", 43 pessoas responderam "Discordo Parcialmente" e 46
responderam "Discordo Plenamente".
Gráfico 11 - Pergunta 8
E por fim na pergunta "Você tem ouvido sobre os avanços na área da saúde
envolvendo a Cannabis?" 114 (98,3%) pessoas responderam que estão cientes dos
avanços dos estudos envolvendo a Cannabis, enquanto que 2 (1,7%) pessoas
responderam que não possuem qualquer conhecimento sobre o assunto.
4.4 Ansiedade
4.5 Dores
4.6 Insonia
4.7 Depressão
A depressão é um problema visto como algo serio nos dias de hoje e acabou
se mostrando frequente nas respostas dessa pesquisa. De todas as 85 pessoas que
responderam positivamente para a pergunta "Você já se automedicou fazendo o uso
de Cannabis? Se sim, explique o caso de maneira detalhada." 15 (17,6%) pessoas
responderam que já se automedicaram para conseguir controlar a depressão,
contudo essa resposta apareceu quase sempre com outros problemas como
ansiedade, estresse e insonia, em apenas 3 respostas a depressão apareceu como
unico motivo de automedicação, contudo na pergunta "Existe algum problema ou
situação em que só foi possível remediar com Cannabis?" não houve registro para
depressão evidenciando de maneira geral que a Cannabis não tem o efeito
necessario para combater a depressão de modo autonomo sem nenhuma
interferencia externa.
As respostas de idade foram pouco diversas mostrando uma disparidade
entre os resultados, entre as respostas sobre depressão 4 pessoas tem entre 1 e 25
anos e 11 com 26 e 50 anos, mostrando que a Cannabis é procurada para tratar dos
sintomas da depressão majoritariamente por pessoas acima de 26 anos. Para as
questões de genero se contabilizaou 8 (53,3%) homens, 6 (40%) mulheres e apenas
1 (6,7%) pessoas marcou "Prefiro não revelar". Desses 15 entrevistados que
relataram se automedicar com Cannabis para aliviar a depressão, 6 pessoas
responderam que consomem a Cannabis a mais de 10 anos, 2 pessoas relataram
ter de 6 a 10 anos e outras 7 pessoas relataram que usam Cannabis a menos de 5
anos.
4.8 Estresse
5 DISCUSSÃO
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7 REFERÊNCIAS
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8 APÊNDICES
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