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Q1- Existe o capitalismo onde quer que se realize a satisfação de necessidades de um grupo

humano com caráter lucrativo e por meio de empresas, qualquer que seja a necessidade que
se trate. A premissa mais geral para a existência do capitalismo moderno é a contabilidade
racional do capital como norma das grandes empresas lucrativas que se ocupam da satisfação
das necessidades cotidianas. As premissas dos agentes econômicos são:

Apropriação de todos os bens materiais de produção (terra, máquinas etc.) como propriedade
de livre disposição por parte dessas empresas lucrativas autônomas

A liberdade mercantil ou de marcado que se volta contra as limitações irracionais do comércio


que são o monopólio que homogeniza o consumo e impede a existência de um mercado livre
(de trabalho e de produtos).

A técnica racional que reduz os custos de produção, comercialização e transporte de bens

O Direito racional, previsível, o qual vincula o Estado e a Justiça a seguirem as leis e possibilita
a segurança jurídica para a exploração econômica capitalista.

Trabalho livre - os trabalhadores oferecem sua força de trabalho ao mercado que, de


antemão, pode fazer o cálculo do custo de mão-de-obra nos produtos

Comercialização: ações no mercado financeiro, caráter especulativo dos bens patrimoniais que
se apresentam sob valores transferíveis, essa comercialização significa a criação de títulos de
participação nas empresas. Na economia moderna, a emissão de valores é o meio mais eficaz
para aumentar o capital

Q2- O direito racional foi elemento decisivo para profissionalizar a burocracia, sendo um
direito sistematizado, perfeitamente estabelecido e mais fácil de aprender. O direito romano
deixou seu legado formal ao direito racional, como fórmulas contratuais, normas estritas para
sentenciar o acusado sem apelo à emoção, lágrimas etc. Sendo tais normas adaptadas as
necessidades da época e permitindo a sistematização da teoria jurídica com a racionalização
do processo que ficou menos formal (mais prático). O direito romano possibilitou a criação de
um pensamento jurídico formal, afastando o direito material (arbitrário). O direito racional
possibilitou a afirmação do capitalismo dando segurança jurídica aos negócios, tal direito
calculável como uma máquina, permitiu ao Estado moderno impor suas exigências de domínio,
tendo a sua disposição um direito sem excessivo formalismo e uma burocracia de funcionários
técnicos preparados segundo este direito, favorecendo indiretamente o capital.

Q3-A polarização (separação) entre possuidores de (dinheiro, meios de produção, subsistência)


e os trabalhadores livres vendedores de sua força de trabalho. A acumulação primitiva é o
processo histórico de separação entre produtor (trabalhador) e seus meios de produção,
criando a condição fundamental para a produção capitalista ao tornar o produtor direto em
trabalhador assalariado e transformar meios de produção e subsistência em capital.

Q4- No último terço do século XV e início do séc.Xvi iniciou-se o processo de usurpação das
terras comunais dos camponeses, mediante a sua expulsão violenta, devido ao interesse da
nobreza em transformar as terras de lavoura em pastagens para a criação de ovelhas e
fornecimentos de lã para as manufaturas flamengas, pois a nobreza visava recuperar-se das
guerras do século XIV. Inicialmente, a partir de 1489, o direito se voltou contra a expropriação
dos pequenos camponeses, pois era interesse do rei manter camponeses relativamente
abastados para ter condições de formar uma boa infantaria, esse tipo de legislação durou 150
anos, mas foi infrutífera, já que o capitalismo requeria a proletarização do campesinato e a
transformação de seus meios de trabalho em capital. Com a reforma, a expropriação
intensificou-se pelo confisco dos bens da Igreja Católica e a expulsão dos camponeses das
terras da Igreja Católica. No século XVIII a propriedade comunal já desaparecera. A Revolução
Gloriosa permitiu que as terras do estado fossem anexadas a propriedades privadas (doação,
venda etc.) sem observância da lei. Esse processo teve o apoio da burguesia inglesa que se
beneficiou dele ao transformar a base fundiária em artigo de comércio e liberar mão de obra
para as fábricas. No século XVIII o direito passa a apoiar o roubo das terras do povo (leis de
cercamento) das terras comunais, que permitia aos grandes proprietários anexar as terras
comunais as suas propriedades privadas.Assim, o direito de propriedade do povo inglês foi
desavergonhadamente violado para estabelecer a base do modo de produção capitalista.

Q5- (i) Na acumulação primitiva o Estado editou leis para prolongar a jornada de trabalho e
manter a dependência do trabalhador. Em 1349 foi editado o Estatuto dos trabalhadores,
lançando uma tarifa legal de salários, proibia-se, sob pena de prisão, pagar salários mais altos
do que o estatutário, sendo também criminalizadas as coalizões de trabalhadores
criminalizadas até 1825. O Estado ditava um salário máximo e não um mínimo, sofrendo os
trabalhadores com a infração e as punições corporais quando estavam desempregados.

(ii) No período manufatureiro torna-se supérflua a regulação legal do salário, pois o capitalista
passou a regular a fábrica por meio de sua legislação privada, deixando o imposto dos pobres
completar o salário do trabalhador até o mínimo essencial, além disso, a produção de uma
superpopulação mantém a lei da oferta e da procura de trabalho e portanto, o salário em
níveis adequados às necessidades de valorização do capital e a coação econômica sela o
domínio capitalista sobre o trabalhador.

(iii)- O liberalismo político do deixe fazer, deixe passar pregava a não intervenção do Estado na
economia, cabendo ao Estado garantir o livre mercado. Mas, o que Marx nos mostra é que o
Estado liberal de livre mercado só surgiu graças à forte intervenção do Estado no controle
violento do preço da mão de obra, possibilitando a extração da mais valia e a disciplina da
mão-de-obra, o aumento da jornada de trabalho, enfim, mecanismos essenciais à formação do
capitalismo liberal e à acumulação primitiva.

Q6- O mercado interno surge com o processo de expropriação de parte do povo camponês, o
que libera os trabalhadores e seus meios de subsistência, e seus materiais de trabalho para o
capital industrial. Os pequenos camponeses se tornam trabalhadores assalariados e seus
meios de subsistência se tornam elementos materiais do capital. A família camponesa produzia
a maior parte do que ela mesma consumia, mas então seus meios de subsistência tornaram-se
mercadorias vendidas para as manufaturas (fio, lã, tecido). Assim, a expropriação dos
camponeses, antes autônomos e sua separação de seus meios de produção destroem a
indústria rural, separando manufatura e agricultura, sendo a destruição do ofício doméstico
rural essencial a consolidação do mercado interno. É a grande indústria a base da agricultura
capitalista, expropriando grande parte do povo camponês, completando a separação entre
agricultura e indústria rural doméstica (fiação, tecelagem).

Q7- A primeira negação da propriedade privada baseada no próprio trabalho é a propriedade


privada capitalista, que consiste na dissolução da propriedade privada baseada no próprio
trabalho e se baseia na exploração do trabalho alheio, formalmente livre com a expropriação
dos meios de produção do trabalhador.

Q8- A negação do modo de produção capitalista passa pela negação da propriedade privada
capitalista que se concentra nas mãos de poucos capitalistas que centralizam e expropriam
até mesmo outros capitalistas, sendo que o monopólio torna-se um entrave para o próprio
capitalismo, o que aumenta a exploração(usurpação) das vantagens do processo produtivo,
intensificando a revolta do proletariado que, consciente e educado, promove a expropriação
dos expropriadores com a socialização dos meios de produção.

Q9- convergências sobre o surgimento: Weber aponta a necessidade da existência de uma


classe detentora dos meios de satisfação das necessidades das pessoas(capitalistas), já Marx,
nesse mesmo sentido, aponta o surgimento do capitalismo através da separação do
trabalhador dos seus meios de produção apropriados por capitalistas.

Divergências sobre o surgimento: Weber aponta o direito racional como uma das premissas
para o surgimento do capitalismo, já Marx considera que o direito, como super-estrutura, é
condicionado pela economia.

Divergência sobre a consolidação: Para Weber o capitalismo se consolidou com o advento do


Estado racional, cuja base é o direito racional, o qual trouxe previsibilidade e segurança aos
negócios capitalistas, para Marx, o capitalismo se consolida com o advento de um mercado
interno, o qual propicia as condições para a manutenção do sistema por ele mesmo através do
consumo.

Convergência sobre a consolidação: A existência de um Estado racional possibilita a formação


de um mercado interno.

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