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MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL

SEGUNDA PROCURADORIA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DO

DISTRITO FEDERAL

Representação nº 86/2021 – G2P

URGENTE

O Ministério Público que atua junto a esse Tribunal, no

desempenho de sua missão institucional de defender a ordem jurídica, o regime
democrático, a guarda da Lei e fiscalizar sua execução, no âmbito das contas do
Distrito Federal, fundamentado no texto do artigo 85 da Lei Orgânica do Distrito
Federal - LODF; dos artigos 1º, inciso XIV e § 3º, e 76 da Lei Complementar
1/1994 - LOTCDF; e do art. 54, inciso I, da Resolução 296/2016 - RITCDF, vem
oferecer a seguinte

REPRESENTAÇÃO, COM PEDIDO DE CAUTELAR

A imprensa noticiou acerca de denúncia no processo de seleção

para enfermeiro-auditor do Instituto de Gestão Estratégica de saúde do Distrito
Federal – IGESDF1:

“Candidatos apresentaram denúncia contra o processo seletivo

para a contratação de enfermeiro-auditor no Hospital Regional de
Santa Maria (HRSM). Segundo os concorrentes, a primeira
classificada, Ana Cecília Moura Silva Costa, seria amiga da chefe
do Núcleo de Faturamento da unidade de saúde e responsável
pela seleção, Iane Bernardo Diniz.
Realizado em outubro de 2021, o processo seletivo teve duas etapas,
passando por análise de currículos e entrevistas. Na avaliação
curricular, Ana Cecília ficou apenas na 27ª posição, entre 51
aprovados. No entanto, após a entrevista, subiu para a 1ª posição.

1
https://www.metropoles.com/distrito-federal/do-27o-ao-1o-lugar-candidatos-denunciam-selecao-para-
auditor-no-iges, de 7/12/2021.

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Segundo o edital, a remuneração bruta é R$ 4,4 mil, sem contar

benefícios. O Metrópoles conversou com candidatos. Os nomes das
pessoas serão mantidos em sigilo. “Estranhei a entrevista. A conversa
teve apenas 5 minutos. Não tive tempo para demonstrar minha
capacidade”, relatou um concorrente.
‘Não me perguntaram nada sobre auditoria’
‘Eu tenho experiência com auditoria. E os entrevistadores não me
perguntaram nada sobre auditoria. Não me fizeram questionamentos
que justificassem a perda de pontos’, comentou outro participante da
seleção. E, novamente, a entrevista teria durado 5 minutos.
Concorrentes descobriram a suposta proximidade entre Ana Cecília e
Iane nas redes sociais. Nos perfis virtuais de ambas há fotos das duas
em diferentes eventos sociais. As imagens mostram momentos de
festa e descontração e sugerem uma amizade íntima.
Diante da situação, alguns dos aspirantes ao cargo apresentaram
denúncias na Ouvidoria do Governo do Distrito Federal (GDF) e
no Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF),
responsável pela gestão do HRSM. Até o começo da tarde de
segunda-feira (06/12), não haviam recebido qualquer indicativo de
resposta.
Outro lado
A reportagem não localizou Iane e Ana Cecília para comentarem o
caso. Já o Iges-DF respondeu as acusações dos candidatos por meio
de nota e negou qualquer irregularidade no processo de escolha do
novo enfermeiro-auditor do Hospital Regional de Santa Maria. Leia a
nota na íntegra:
‘O Iges-DF esclarece que todos os processos de seleção de pessoas
são realizados com total transparência, entre eles, a seleção realizada
para o cargo de enfermeiro-auditor, que teve todas as etapas
publicadas no site do Iges-DF para que qualquer cidadão possa
acompanhar.
Sobre a seleção específica, ela ocorreu dentro da legalidade e
conforme o Manual de Gestão de Pessoas do Iges. Ao todo, 51
candidatos foram aprovados na análise curricular. Na fase seguinte de
entrevista, 19 candidatos não compareceram, reduzindo para 32
concorrentes, o que elevou a posição principalmente de quem estava
nas últimas colocações.
Na fase de entrevista, a duração máxima é de 15 minutos, tempo que
varia de acordo com o tamanho das respostas de cada candidato.
Ainda nessa etapa, conforme ocorre de praxe, quando o gestor
participante da banca avaliadora conhece o candidato, é realizada
a substituição por outro gestor da área, conduta registrada em
documento interno e assinado com a ciência dos gestores. Foi
isso que aconteceu no caso da Iane Bernardo Diniz, que se retirou no
momento da entrevista com Ana Cecilia Moura Silva Costa e foi
substituída por outro avaliador’.

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Sobre a nota, na análise curricular a pontuação depende da

comprovação dos requisitos obrigatórios/desejáveis. Já na entrevista,
o foco fica nas competências conceituais, em que se avalia
conhecimento e domínio dos conceitos e metodologias na execução
da técnica.
Havendo, então, a possibilidade de um candidato com a posição 27º
na análise curricular destacar-se na etapa de entrevista, alcançando a
pontuação maior do que os demais candidatos, considerando também
que a classificação em cada etapa não considera notas de etapas
anteriores, dessa forma, todas as pontuações são consideradas
somente no Resultado Final do processo.
Ressaltamos ainda que a subida de posição não foi caso exclusivo da
candidata supramencionada na seleção, conforme documentação
encaminhada a este veículo de comunicação”. (Grifou-se)

Este MPC/DF realizou consulta ao sítio do IGESDF referente à

seleção (https://igesdf.org.br/processo/enfermeiro-auditor/). É possível observar
que a denúncia diz respeito ao processo de seleção “em andamento” publicado
em 11 de outubro de 2021 (Edital nº 139/2021).

Dentre os requisitos para a investidura do cargo estão:

REQUISITOS BÁSICOS (OBRIGATÓRIOS):

– Graduação em Enfermagem, comprovada por meio de

diploma emitido por instituição de ensino reconhecida pelo
Ministério da Educação (MEC);
– Pós-graduação em auditoria hospitalar ou áreas correlatas,
comprovada por meio de diploma emitido por instituição de
ensino reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC);
– Experiência como Enfermeiro Auditor em ambiente hospitalar
e/ou na área da saúde;
– Experiência com faturamento médico hospitalar.
– Registro no Conselho Regional de Enfermagem – COREN/DF,
como Enfermeiro;
– Conhecimento intermediário em Pacote Office.

REQUISITOS ADICIONAIS (DESEJÁVEIS):

– Conhecimento na nomenclatura dos procedimentos médicos e

manipulação da Tabela SIGTAP (Sistema de Gerenciamento da
Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPME do SUS).

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A respeito do resultado, observou-se que os fatos apresentados

na denúncia realmente ocorreram, conforme “Resultado da Análise Curricular2”
e “Resultado da Entrevista3”.

Destaca-se que foram 51 (cinquenta e uma) pessoas

classificadas na análise curricular, a qual foi reduzida para apenas 10 (dez), após
a entrevista.

Nesse contexto, observa-se a alteração da classificação dentre

os entraram no cadastro reserva do IGESDF:

Resultado Final Análise Curricular

1º 27º
2º 30º
3º 12º
4º 42º
5º 40º
6º 43º
7º 8º
8º 15º
9º 23º
10º 29º

Em consulta ao Edital da seleção4, é possível verificar que este

não define objetivamente como será o processo completo, informando, apenas,
que deverá conter pelo menos 2 (duas) etapas de avaliação dentre 4 (quatro)
disponíveis, a critério do IGESDF:

“V - DO PROCESSO SELETIVO

5.1. O Processo Seletivo deve conter, pelo menos, 02 (duas) etapas de

avaliação, a critério do IGESDF, e poderá ser composto das seguintes
etapas:

2
https://igesdf.org.br/wp-content/uploads/2021/10/2.-Resultado-Analise-Curricular-1.pdf, acesso em
8/12/2021.
3
https://igesdf.org.br/wp-content/uploads/2021/10/3.-Resultado-da-Entrevista-4.pdf, acesso em 8/12/2021.
4
https://igesdf.org.br/wp-content/uploads/2021/10/1.-Edital-de-Abertura-de-Processo-de-Selecao-
Publica-17.pdf, acesso em 8/12/2021.

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5.2. ANÁLISE CURRICULAR

5.2.1. Os candidatos deverão entregar todos os documentos solicitados para

comprovar os requisitos descritos neste edital (Anexo I). O prazo para envio
são de 2 (dois) dias corridos constantes na mensagem de convocação da
etapa.

5.2.2. Nesta etapa são analisadas as documentações enviadas dentro do prazo

estipulado na convocação, não sendo consideradas documentações enviadas
posteriormente. Documentos referentes a requisitos não indicados no edital,
não serão considerados para análise.

5.2.3. A inobservância, por parte do candidato, de qualquer prazo ou diretriz

estabelecida referente à entrega de documentos acarretará na eliminação do
candidato do processo de seleção.

5.2.4. O resultado da análise curricular será publicado no site do IGESDF,

www.igesdf.org.br, no prazo mínimo de 2 (dois) dias úteis, e até, no máximo,
10 (dez) dias úteis, contados a partir do último dia de envio dos documentos
para comprovação dos requisitos.

5.3. ENTREVISTA

5.3.1. As entrevistas serão realizadas pelo gestor detentor da vaga e/ou

responsável técnico designado por ele, do IGESDF e/ou Secretaria de Saúde
do Distrito Federal - SES/DF. Apresentará parecer favorável, ou não, à
seleção, com pontuação de 0,0 a 10,0.

5.3.2. As entrevistas serão realizadas com até 10 candidatos por vaga a ser
preenchida, seguindo a ordem de classificação da etapa anterior.

5.3.3. Os demais candidatos classificados na etapa 1 permanecerão no

cadastro de reserva deste processo seletivo, que seguirá os mesmos
procedimentos das demais etapas para cada vaga que vier a ser
disponibilizada no período de validade deste edital, que é de 6 (seis) meses,
podendo ser prorrogado por mais 6 (seis) meses a critério do IGESDF.

5.3.4. O candidato deve alcançar a nota mínima de 6,0 pontos na média

simples do resultado de todas as etapas do processo seletivo para que

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obtenha a sua aprovação, à exceção da pontuação da etapa de análise

curricular, pois esta poderá apresentar nota mínima maior, a depender dos
requisitos solicitados.

5.3.5. O candidato ausente em qualquer etapa receberá nota 0,0 no resultado

publicado.

5.4. AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS

5.4.1. A avaliação de conhecimentos pode compreender prova escrita, prova

prática e/ou prova oral.

5.4.2. A condução será realizada pela equipe de seleção e banca avaliadora

(gestor da vaga e/ou responsável técnico designado por ele, do IGESDF e/ou
Secretaria de Saúde do Distrito Federal - SES/DF, ou ainda qualquer outro
colaborador com qualificação técnica). A etapa é eliminatória e
classificatória, com pontuação de 0,00 a 10,00. A nota mínima para
aprovação nesta etapa é de 6,00 pontos.

5.4.3. As avaliações serão realizadas com até 10 candidatos por vaga a ser
preenchida, seguindo a ordem de classificação da etapa anterior.

5.4.4. Os demais candidatos classificados na etapa 1 permanecerão no

cadastro de reserva deste processo seletivo, que seguirá s mesmos
procedimentos das demais etapas para cada vaga que vier a ser
disponibilizada no período de validade deste edital, que é de 6 (seis) meses,
podendo ser prorrogado por mais 6 (seis) meses a critério do IGESDF.

5.4.5. O candidato ausente receberá nota 0,00 no resultado publicado.

5.5. OUTRAS METODOLOGIAS

5.5.1. Poderão ser utilizadas outras metodologias de seleção, a critério do

gestor técnico detentor da vaga, que poderão ser aplicadas após a fase de
Avaliação de Conhecimentos.

5.5.2. O candidato será informado da ocorrência ou não de outras

metodologias exclusivamente por mensagem eletrônica e, desse modo, é de
inteira responsabilidade do candidato o acompanhamento de seu e-mail”

(...)

6.3. DA ENTREVISTA COM O CANDIDATO:

6.3.1. Será realizada pelo gestor detentor da vaga e/ou responsável técnico
designado por ele, do IGESDF e/ou Secretaria de Saúde do Distrito Federal
- SES/DF. Apresentará parecer favorável, ou não, à seleção e será pontuada
da seguinte maneira:

AUSENTE (0 pontos) Quando o candidato não compareceu à etapa do

processo seletivo.

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SEM DOMÍNIO (0 pontos) As habilidades ou as exigências da competência

não são atendidas.

DOMÍNIO BAIXO (1 a 4 pontos) As habilidades ou as exigências da

competência são atendidas de forma precária.

DOMÍNIO MÉDIO (5 a 6 pontos) Atinge parcialmente, porém as habilidades

ou as exigências da competência requerem melhoria.

DOMÍNIO BOM (7 a 8 pontos) As habilidades ou as exigências da

competência são adequadas.

DOMÍNIO PLENO (9 a 10 pontos) Atende plenamente e supera às exigências

da competência.

6.3.2. A etapa tem pontuação máxima de 10,0 pontos, e a nota mínima

necessária para aprovação é 6,0 pontos”. (Grifou-se)

Do exposto, os responsáveis pela seleção poderão, ao seu

critério, adicionar outras etapas durante o processo seletivo, ou seja, após
conhecer os participantes, o que fragiliza a impessoalidade do procedimento.

No caso concreto, ainda mais agravante, pois, segundo a

denúncia, a primeira colocada tinha relação íntima de amizade com pessoa
participante da equipe de seleção.

Ocorre que, como se sabe, são inúmeras as seleções cotidianas

que são realizadas pelo IGESDF com similares vícios, e que, também, em face
do princípio da isonomia, impessoalidade, moralidade e legalidade, não podem
deixar de ser enfrentadas por essa Corte.

Este MPC/DF já chamou a atenção para os procedimentos de

seleção do IGESDF por meio das Representações nº 32 e 49/2021-G2P
(Processos nºs 3823/21 e 7090/2021, respectivamente).

Cita-se, como exemplo de procedimento do IGES, a seleção

para médico Ortopedista I, que deu ensejo a uma Recomendação do MPDFT:
https://pt.scribd.com/document/511192786/Termo-de-Recomendac-a-o-Iges-
DF. Veja-se o teor da recomendação que tem relação com o caso desta
Representação:

“RECOMENDA

Ao Senhor Presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do

distrito federal – IGESDF, GILBERTO MAGALHAES OCCHI e ao
Senhor Presidente do Conselho de Administração do IGESDF OSNEI
OKUMOTO:

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a) Sejam tomadas providências no sentido de alterar a Resolução

CA/IGESDF n. 6/2019, incluindo um capítulo com as hipóteses
de impedimento e suspeição, abaixo indicadas nos itens “b”
e “c”, dos Membros das Bancas Examinadoras, bem como seja
elaborada e colhida uma declaração dos Membros das Bancas
Examinadoras antes do processo seletivo, ao início de cada fase
e ao final do processo seletivo, para que sempre haja total
isenção dos Membros da Banca Examinadora dos processos
seletivos do IGESDF em relação aos candidatos
b) Enquanto se aguarda a alteração da Resolução CA/IGESDF n.
06/2019, com acima recomendado, sejam tomadas todas as
providências, no sentido de declarar o impedimento dos Membros
das Bancas Examinadora em processos seletivos em curso ou que
ainda serão iniciados:

I – em que interveio como mandatário, ou oficiou como perito,

professor ou qualquer outra atividade na orientação de
candidato do processo seletivo;
II – de que conheceu e se manifestou sobre o processo seletivo,
em grau de recurso, tendo proferido decisão;
III – quando for sócio, membro de direção ou de administração
de pessoa jurídica, escola ou cursinho, ou em que figure como
parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego
ou decorrente de contrato de prestação de serviços, que ministre
aulas, provas ou cursos sobre os conhecimentos exigidos dos
candidatos do processo seletivo;
IV – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador
ou empregado de qualquer dos candidatos do processo seletivo;

c) Enquanto se aguarda a alteração da Resolução CA/IGESDF n.

06/2019, com acima recomendado, sejam tomadas todas as
providências, no sentido de declarar a suspeição dos Membros
das Bancas Examinadora em processos seletivos em curso
ou que ainda serão iniciados:

I – for cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral

ou por afinidade, até o terceiro grau inclusive, de qualquer dos
candidatos do processo seletivo;
II – for amigo íntimo ou inimigo de qualquer dos candidatos
do processo seletivo;
III – quando receber presentes de pessoas que tiverem interesse
antes ou depois de inicado o processo seletivo;
IV – quando aconselhar algum candidato acerca do processo
seletivo ou que subministrar meios para auxiliar de alguma forma
candidatos do processo seletivo/

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V – for credor ou devedor de qualquer candidato do processo

seletivo ou de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes
destes, em linha reta até o terceiro grau inclusive;
VI – quando for interessado no processo seletivo em favor
de qualquer candidato;
VII – quando for sócio, acionista ou administrador de sociedade
em que candidato de processo seletivo seja sócio, acionista,
trabalhe ou tenha qualquer outro vínculo profissional,
educacional ou de interesse”. (Grifou-se)

Em consulta ao sítio do IGESDF, não foi possível observar

alteração na citada Resolução nº 06/2019 (https://igesdf.org.br/resolucoes-do-
conselho-de-administracao/):

Segundo a reportagem, o IGESDF declarou em nota

procedimento que não atende a recomendação em questão:

Ainda nessa etapa, conforme ocorre de praxe, quando o gestor

participante da banca avaliadora conhece o candidato, é realizada
a substituição por outro gestor da área, conduta registrada em
documento interno e assinado com a ciência dos gestores. Foi
isso que aconteceu no caso da Iane Bernardo Diniz, que se retirou no
momento da entrevista com Ana Cecilia Moura Silva Costa e foi
substituída por outro avaliador’.

Ou seja, apesar de ser amiga íntima de candidata participante

do processo seletivo, não houve sua suspeição como Membro da Banca
Examinadora, pois se retirou apenas no momento da entrevista, e não de todo
procedimento.

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Considerando que é flagrante a presença da fumaça do bom

Direito e do perigo da demora, visto que não é possível reconhecer a legitimidade
na seleção que se pretende realizar, com base no EDITAL N.º 139/2021, não
havendo qualquer prejuízo reverso, no momento, a não ser o inequívoco prejuízo
imediato para candidatos e para o interesse coletivo, que deve nortear as
seleções pelo IGESDF, o MPCDF requer à Corte determine, em cautelar:

1 – a suspenção a seleção pretendida pelo EDITAL N.º

139/2021, até decisão final;

2 - que o IGESDF cumpra a Recomendação do MPDFT antes

citada para todos os processos seletivos que vier realizar, bem como, até que
ocorra o julgamento definitivo desta Representação, abstenha-se de realizar
seleções com ausência de provas objetivas e aplicadas, meramente, por meio
da internet; sem critérios objetivos de avaliação; mediante a utilização de critério
de desempate subjetivo, como a entrevista, em razão do risco elevado de
discriminação entre candidatos de forma arbitrária e desproporcional; devendo
inadmitir a irrecorribilidade da eliminação do candidato (aprovado no processo
seletivo), na etapa posterior, pré/admissional.

Ao final, seja julgada procedente a presente Representação, a

fim de determinar a anulação de todos os processos seletivos realizados pelo
IGESDF que tenham descumprido as normas de regência (Constituição Federal,
art. 37; Lei no 5900/17, art. 2º, IX e Estatuto do IGESDF), devendo ser apuradas
as devidas responsabilidades.

Brasília, 10 de dezembro de 2021.

CLÁUDIA FERNANDA DE OLIVEIRA PEREIRA

PROCURADORA

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