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Fabio Scorsolini-Comin
Laura Vilela e Souza
Sabrina Martins Barroso
Organizadores
Práticas em
Psicologia:
Saúde, Família e
Comunidade
Editora da UFTM
Uberaba, MG
2014
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Capa
Paula Vilela e Souza
Foto da capa
Rodrigo Otávio Neri de Mattos
Diagramação
Andreza de Souza
Revisão
Organizadores
Apoio
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Editora da UFTM
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Rua Capitão Domingos, 50 – Abadia
38.025-010 – Uberaba, MG.
Conselho Editorial
Profa. Dra. Adriana Wagner
Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universi-
dade Federal do Rio Grande do Sul
Sumário
Prefácio 10
Perambulações por um mundo de fronteiras fluidas,
habitado por identidades plurais: Diálogos possíveis
entre teoria e prática psicológicas
Manoel Antônio dos Santos
Apresentação 13
Práticas em Psicologia: Compromisso com os
movimentos de abertura, criação e compartilhamento
de saberes e experiências
Fabio Scorsolini-Comin
PREFÁCIO
Perambulações por um mundo de fronteiras
fluidas, habitado por identidades plurais:
Diálogos possíveis entre teoria e prática
psicológicas
Manoel Antônio dos Santos1
Apresentação
Práticas em Psicologia:
Compromisso com os movimentos de
abertura, criação e compartilhamento de saberes
e experiências
Fabio Scorsolini-Comin
título desse texto, não apenas não preocupamos com a vida das
palavras, mas como as palavras nos causam a vida.
Trechos da música Uma palavra, de Chico Buarque
(1989), podem servir de disparador e de belo exemplo para essa
indagação: palavra viva / palavra com temperatura palavra /
que se produz muda / feita de luz mais que de vento, palavra /
palavra minha, matéria, minha criatura, palavra / que me con-
duz mudo / e que me escreve desatento, palavra.
Em suma, o que nos impele a essa discussão não é a
busca de uma resposta exata ao questionamento proposto, mas
sim problematizar os possíveis argumentos que o balizam para
que não sejamos (i.e. nossa subjetividade) escritos desaten-
tamente – a própria produção deste texto ilustra isso, pois
debruçar-se e construir uma discussão coletiva (dois autores já
formam um coletivo) sobre assunto é uma estratégia pertinente
para aumentar o diálogo, a crítica e a capacidade de reflexão,
evitando individualismo que na realidade inexiste.
Vamos ao texto.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus (...) E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós,
e vimos a sua glória”. Assim afirma o versículo 1 do capítulo 1 de
João (Bíblia, 2013), em uma explícita alusão à força criadora da
palavra de Deus diante do nada. Aforismo curioso: diante do
nada (de nenhum objeto prévio, de nenhuma ação prévia, de ne-
nhuma palavra prévia, de nenhuma precedência), a palavra cria.
Mas como criar um mundo novo, repleto de ações,
partindo de um princípio de inexistência? Esoterismo à parte e
em outros termos, como conceber que as palavras possuam
existência própria e determinar nomeações, valores, regras,
constâncias e capacidade instituinte sem antes, aparentemente,
haver um antecedente para tanto? Podem as palavras prescindir
de palavras (significados) anteriores? – ou seja, podem prescindir
de bases materiais que as limitam e possibilitam?
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citable speech remeteria aos discursos ou falas que são exteriores e anteriores
aos sujeitos, mas que são fortes o suficiente para influenciar seus destinos.
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Referências
Contribuições da teoria do
amadurecimento para o estudo das famílias
homoparentais
Conceição Aparecida Serralha
Família e homossexualidade
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A homoparentalidade
nar, com cada uma das atitudes sendo respaldada pelo instinto”
(p. 139).
Winnicott se sentiu muito enriquecido quando se permitiu
pensar esses conceitos de elementos femininos e masculinos
pertencentes a cada menino e a cada menina. Segundo ele,
Isto me fez ver que os termos ‘ativo’ e ‘passivo’ não têm valida-
de nesta área. Ativo e passivo são duas facetas da mesma coi-
sa em termos de algum outro tipo de consideração que vai mais
fundo e que é primitiva. Em uma tentativa de formular isto, en-
contrei-me na posição de comparar ser com fazer. No extremo
dessa comparação, descobri-me examinando um conflito es-
sencial dos seres humanos, um conflito que já deve ser operan-
te em data muito inicial, o conflito entre ser o objeto que tem
também a propriedade de ser e, por contraste, uma confronta-
ção com o objeto que envolve uma atividade e um relaciona-
mento objetal respaldados pelo instinto ou pulsão (1994a, p.
149).
Considerações Finais
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Referências
3 Tradução livre.
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6 Tradução livre.
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7 Tradução livre.
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8 Tradução livre.
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Referências
Considerações Finais
Referências
O caso de Roberta
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ta-se que seria muito difícil para ela processar uma abstração,
compreender o que é ser “escolhida pelos pais”. A mãe destaca
que depois disso a menina não voltou a lhe perguntar diretamente,
mas que tem feito constantes comentários sobre a personagem de
uma novela que é adotada. Briani (2008) salienta que é grande a
angústia gerada na criança por não ter um conhecimento real da
verdade que lhe possibilite elaborar esse sentimento de rejeição
pela família de origem e não pertencimento por laços de sangue à
família adotante.
Os pais já haviam conversado entre si a respeito do
assunto, mas não haviam decidido a melhor forma de revelar esse
fato. Briani (2008) argumenta que, ainda que se conte a verdade,
muitas vezes esta nunca é revelada completamente, gerando um
vazio que necessita ser preenchido nas relações. Os pais obser-
vavam que a menina já tinha indícios acerca de seu processo de
adoção, inclusive comentando com os familiares sobre algumas
diferenças que ela própria constatara, como a cor de sua pele,
ligeiramente mais escura que a dos pais, o cabelo mais crespo
que o da mãe, além do que o primo havia lhe dito certa vez ao
brincarem, que ela era adotada, o que a levou a perguntar para os
pais se de fato o era, ocasionando a resposta vaga e abstrata de
que não havia sido gerada biologicamente pela mãe, entre outras
situações. Em momento inesperado, o primo fez-lhe uma revela-
ção, a qual a mãe não soube aproveitar para lhe apresentar a
verdade.
A mãe destacou que tinha medo de que Roberta quisesse
conhecer sua família biológica e que intensificasse seu
comportamento autoritário e controlador ao confirmar a verdade.
Embora haja intensos temores dos pais em revelar a verdade
sobre a história da criança que foi adotada, há de se destacar que
a literatura aponta que é extremamente importante saber da sua
história, além do que há de se levar em conta que é um direito da
criança conhecer a sua origem (Nabinger & Chaves, 2005; Silva,
2002).
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nela, sofrendo como ela, pois não havia conseguido de fato encer-
rar, não estaria livre.
Considerações Finais
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Referências
Práticas de saúde:
Atendimento clínico cognitivo-comportamental
de um caso de síndrome de Tourette
Adriana da Silva Sena
Luciana Maria da Silva
Sabrina Martins Barroso
Síndrome de Tourette
Abordagem Cognitivo-Comportamental
Caracterização da cliente
A história de Maria
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Referências
O relato de Patrícia
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... Ele me cobrava muito... assim... Mas mais pelo meu jeito,
meu jeito... eu era muito afeminado, ele falava para eu mudar.
E sentia muita vergonha, assim... ele tinha muita vergonha de
mim. (...) Às vezes, quando ele trazia um amigo em casa, ele
apresentava meio assim, com vergonha. E antes que ele che-
gasse, ele chegava em mim e falava: “oh, muda esse jeito seu,
muito delicado”...
... Não, nunca mais (teve contato com o pai) (...) Eu não tenho
consideração nenhuma por ele. Ele me pôs no mundo e só.
Tentou me educar da maneira dele, mas pra mim foi uma tortu-
ra, foi terrível. (...) Eu acho que poderia ser tão diferente... po-
deria ter sido muito diferente, muito, muito. Sei lá, ele poderia
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filho morreu. Já sua mãe não aceitava sua mudança, mas não a
renegou por isso. A entrevistada relata que a mãe sofria muito e
pedia a Patrícia que cortasse o cabelo e que não se vestisse de
mulher. Relata com pesar o episódio em que a mãe a viu pela
primeira vez de vestido. Patrícia sentiu-se culpada por fazer a mãe
sofrer e nesse momento desejou ser normal:
Patrícia diz que tem o desejo de ser mãe, mas sabe que
isso não é possível, pois jamais poderia gerar uma criança. Não
pensa em adoção nem cogita a possibilidade de fazer sexo com
uma mulher para engravidá-la. Além disso, diz não ter estrutura
financeira nem psicológica para criar uma criança e relata que,
embora ache admirável, causa-lhe estranhamento pensar em um
travesti criando um filho.
O relato de Ketlen
... eu acho ele diferente comigo... ele não era pai, pai de..
.sabe? (...) Ele fazia a obrigação de pai, (...) escola, alimenta-
ção, remédio, mas... ele não conversava comigo, não saía, não
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chamava pra sair. Ele levava sempre o meu irmão, por isso que
eu via certa... a indiferença, entendeu?...
Considerações Finais
Referências
Estágio em NASF:
Interlocuções entre psicoterapia breve,
plantão psicológico e grupos operativos
Tamara Rodrigues Lima Zanuzzi
Tales Vilela Santeiro
Fabio Scorsolini-Comin
Considerações Finais
Referências
Aguirre, A. M. B., Herzberg, E., Pinto, E. B., Becker, E., Carmo, H. M. S.,
& Santiago, M. D. E. (2000). A formação da atitude clínica no es-
tagiário de Psicologia. Psicologia USP, 11(1), 49-62.
Ávila, L. A. (2010). As tensões entre a individualidade e a grupalidade.
Revista da SPAGESP, 11(2), 4-9.
Baroni, F., Souza, L. V., & Scorsolini-Comin, F. (2013). Significados da
gravidez e da maternidade: Discursos de primíparas e multípa-
ras. Psicologia: Teoria e Prática, 15(1), 19-34.
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O processo de construção de um
espaço grupal para equipes de profissionais
da Estratégia Saúde da Família
Marianna Ramos e Oliveira
Carolina Martins Pereira Alves
Joana Borges Ferreira
Neftali Beatriz Centurion
Roberta Rodrigues de Almeida
Laura Vilela e Souza
Considerações Finais
Referências
Percurso Metodológico
UBS A
UBS B
UBS C
Considerações Finais
Referências
Considerações Finais
Referências
Compreendendo a família
Considerações Finais
Referências
Sobre os Autores