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Escola Superior de Tecnologia e Gestão

Direito das Obrigações I

MODUS RESOLVENDI DE CASOS PRÁTICOS

DOCENTE: Cátia Marques Cebola

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TÓPICOS SUGESTIVOS DE RESOLUÇÃO DE CASOS
PRÁTICOS

1º Enquadramento da factualidade descrita no âmbito dos conteúdos


programáticos leccionados

2º Enquadramento legislativo e jurídico do caso prático

2.1 – Indicação da legislação aplicável à matéria (caso exista)

2.2 – Análise das questões mais relevantes relativas ao regime jurídico


dos conteúdos programáticos

3º Aplicação do regime exposto à factualidade descrita

4º Indicação de uma proposta de solução para o caso concreto e análise


crítica das consequências jurídicas da mesma.

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EFEITO EXTERNO DAS OBRIGAÇÕES

1º Enquadramento do caso na problemática do efeito externo e


colocação do problema.
- modo de ver da teoria da eficácia externa

2º Classificação da situação do caso prático face às hipóteses


apresentadas por aquela teoria.

3º Recusa daquela teoria – argumentos


- de iure condendo
- de iure conditio

4º Posição defendida ⇒ a recusa daquela teoria não significa que 3ºs


não possam ser responsabilizados, nomeadamente com recurso ao
abuso de direito (art.334º)
- dizer em que consiste (definição do art.334º)
- dizer qual o direito, faculdade, ou simples situação jurídica que
está a ser violada no caso
- apontar qual o critério aferidor da violação (boa fé, bons
costumes, fim social e económico)
- consequências jurídicas

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Cláusulas Contratuais Gerais

1º Identificação do problema
Em causa está o estabelecimento de uma relação contratual com base
em Cláusulas contratuais gerais.
Em 1º lugar é necessário saber se estão preenchidas as características
deste fenómeno contratual para determinar a legislação aplicável,
designadamente, o DLnº 446/85
o Falar da questão terminológica entre CCG e Contratos de Adesão
o Falar da questão do âmbito de aplicação da lei nacional e da
directiva
o Falar da evolução legislativa e das alterações subsequentes

2º Perigos deste tipo de contratação e meios de controlo


- Na inclusão
 Perigo: desconhecimento das cláusulas
 Controlo:
 A aceitação
 Dever de comunicação
 Dever de informação
 Sanções
 De interpretação:
 Interpretação Individual; Regra da interpretação
contra proferentem

No conteúdo
 Perigo: cláusulas abusivas
 Controlo: Boa fé e listas de cláusulas proibidas
 Âmbito subjectivo (entre empresários; empresários/consumidores)
 Âmbito objectivo ( relativamente proibidas; absolutamente proibidas)

- Processualmente:
 Perigos
 Controlo
o Controlo incidental
o Controlo abstracto (A acção inibitória)

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CASO 1
A Associação de Restauração do Norte celebrou com a Orangin S.A.
um contrato com as seguintes cláusulas constantes dos contratos de
fornecimento de sumos, que utiliza sempre contrata com algum cliente:
1ª – O contrato é válido por dois anos, findos os quais se renovará
sucessivamente por um ano, salvo quando a Orangin exerça o seu direito
exclusivo de denúncia imediata do contrato;
2ª – Em caso de ruptura temporária do stock, a Orangin reserva-se o
direito de fornecer sumo Torange;
3ª – Em caso de litigio as partes recorrerão a um tribunal Arbitral, que
será constituído por Advogados da Secção de Contencioso da Oragin, que
decidirão com total independência e imparcialidade.
Quid iuris?

TÓPICOS DE RESOLUÇÃO
- Identificação do problema
Em causa está o estabelecimento de uma relação contratual com base
em Cláusulas contratuais gerais.
Em 1º lugar é necessário saber se estão preenchidas as características
deste fenómeno contratual para determinar a legislação aplicável,
designadamente, o DLnº 446/85
o Falar da questão terminológica entre CCG e Contratos de Adesão
o Falar da questão do âmbito de aplicação da lei nacional e da
directiva
o Falar da evolução legislativa e das alterações subsequentes

Analisadas estas questões concluir-se-ia que estávamos perante um


contrato de fornecimento com recurso a CCG

- Controlo da validade do contrato à luz da legislação aplicável


o Falar dos perigos e níveis de controlo

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A) Em relação à formação do contrato nenhuma questão é levantada
presumindo-se que foram cumpridos os deveres de comunicação e informação

B) Em relação ao conteúdo do contrato é necessário averiguar da


validade das cláusulas inseridas no contrato:
 Está em causa uma relação entre empresários pelo que só se
aplica as listas dos arts. 18º e 19º
- 1ª cláusula ⇒ Está em causa o estabelecimento do direito de
denúncia unilateral e exclusivo a favor da Oragin

Em causa parece estar a alínea f) do art.19º. Se se considerar que a
cláusula não preenche os requisitos desta alínea por não se saber se estão
implicados investimentos consideráveis, ainda assim, a cláusula seria nula
por violação da boa fé prevista no art.15º e 16º.

- 2ª cláusula ⇒ Está em causa a modificação de prestações


constratuais a favor da Orangin.

Tal cláusula é nula por estar prevista na alínea h) do art.19º , ou seja,
consagra a favor da Orangin a faculdade de modificar uma prestação sem
compensação.

- 3ª cláusula ⇒ Está em causa a constituição de um tribunal


arbitral para a resolução de litígios decorrentes do contrato.

Se estivesse em causa um consumidor tal cláusula seria nula por estar
prevista na alínea h) do art. 21º. Apesar de não podermos aplicar aquele art.
parece que a cláusula viola o artigo 19º alínea g) e o princípio da boa fé.

C) A nulidade das cláusulas poderia ser invocada através de uma acção


judicial pela Associação ou através de uma acção inibitória que impediria que
a Orangin de utilizar aquelas cláusulas em contratos futuros.

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CONTRATO PROMESSA

1º ENQUADRAMENTO
- Estamos perante um caso prático relativo ao contrato –promessa deL.
- Definição de contrato promessa – identificação do contrato promessa e
do contrato prometido
- Classificação do contrato promessa (bilateral ou unilateral)

2º REGIME
- Princípio da equiparação – verificar a sua validade tendo em conta as
suas excepções:

• Quanto à forma
– Explicar em que consiste a excepção

- Ver qual o regime aplicável


- Aplica-se o regime geral, previsto no artigo 410/2 porque não
estão em causa os bens imóveis do art.410/3.
ou
- Aplica-se o regime especial porque estão em causa os imóveis
do artigo 410/3, designadamenteL.

- Ver se falta algum dos requisitos exigidos pela lei e falar nas notas da
nulidade

- Caso o contrato seja bilateral, ver se se levanta o problema da falta de


assinatura de ambas as partes e analisar as teses em confronto
(conversão/redução)

• Quanto à substância
- Dizer em que consiste e critério de aferição
- Ver se no caso está em causa alguma das normas referidas nas aulas

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3º EFICÁCIA REAL (eventual)
- Ver se as partes quiseram atribuir eficácia real ao CP e quais as
consequências e requisitos

4º TRANSMISSÃO DA POSIÇÃO CONTRATUAL (eventual)


- Ver se o caso levanta alguma questão de transmissão da posição contratual
(art. 412º)

5º INCUMPRIMENTO
Havendo incumprimento, o promitente fiel (dizer o que é) tem 2 meios de
tutela ao seu dispor, meios estes que se lhe apresentam em alternativa:
- execução especifica
- garantias indemnizatórias

• Quanto à execução especifica


- art. 830º
- limitações (convenção em contrário e natureza da obrigação
assumida)

NOTA: O art.830/3 que proíbe o afastamento da execução específica só se


aplica aos CP do regime especial do art.410/3.

• Quanto às garantias indemnizatórias


Temos de distinguir duas hipóteses:

1-Não existindo sinal


Não existindo sinal e não se estipulando no contrato a indemnização
em caso de incumprimento, aplicam-se as regras gerais do incumprimento
dos contratos previstas no artº 798º relativas à responsabilidade contratual,
que tende a cobrir os danos efectivos.

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2 - Havendo sinal
Havendo sinal temos de distinguir várias hipóteses:

I) A primeira hipótese consiste:


- na perda do sinal para quem o entregou (promitente-comprador no
caso da compra e venda) – art. 442/2
- na sua restituição em dobro para quem o recebeu (promitente-
vendedor no caso da compra e venda) – art.442/2

NOTA: No contrato de compra e venda presume-se que tem carácter de sinal


toda a quantia entregue pelo promitente-comprador ao promitente-vendedor
ainda que a título de antecipação ou princípio de pagamento do preço
(art.441º). Trata-se de uma presunção ilidível.

II) A 2ª hipótese acontece se houve traditio da coisa e no caso de


o incumprimento ser imputável àquele que recebeu o sinal, pode o
outro peticionar o seu valor, ou o do direito a transmitir ou a constituir
sobre ela, determinado objectivamente, à data do não cumprimento
da promessa, com dedução do preço convencionado, devendo ainda
ser-lhe restituído o sinal e a parte do preço que tenha pago
Valor da coisa – preço estabelecido+sinal

Sempre o contraente não faltoso opte pelo valor da coisa ou do direito,
pode a outra parte opor-se ao exercício dessa faculdade oferecendo-se para
cumprir a promessa, salvo o disposto no art.808º CC, nos termos do art. 442/3
2ª parte ⇒ é a chamada Excepção do Cumprimento do contrato-promessa

Se houve traditio da coisa pode ainda haver direito de retenção para se


exigir o pagamento das garantias indemnizatórias.

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Caso prático – Contrato Promessa de arrendamento

No dia 15 de Novembro de 2005, Carlos e David celebraram um contrato


nos termos do qual se comprometiam a arrendar e a tomar de arrendamento
um armazém, por uma renda de 500 euros mensais. Convencionaram ainda a
exclusão da execução específica.
Este contrato foi reduzido a escrito e assinado perante o notário por
Carlos (casado em regime de comunhão de adquiridos com Maria, que se
encontrava ausente e desconhecia o negócio) e David. Nessa ocasião David
adiantou 1000 euros, tendo Carlos, por seu turno, entregue a chave do
armazém.
No dia 2 de Janeiro de 2006, uma semana antes da data marcada para
a celebração do contrato definitivo, Carlos vende o armazém a Exequiel.
Diga, justificando, que direitos assistem a David.

RESOLUÇÃO
ENQUADRAMENTO
- Estamos perante um caso prático relativo ao contrato –promessa de
arrendamento de um armazém
- Definição de contrato promessa – identificação do contrato promessa e
do contrato prometido
- Classificação do contrato promessa ⇒ bilateral uma vez que ambas as
partes se comprometem.

REGIME
- Princípio da equiparação – verificar a sua validade tendo em conta as
suas excepções:
• Quanto à forma – explicar em que consiste a excepção
- Aplica-se o regime geral porque mesmo que estivesse em causa
um edifício ou fracção autónoma o nº3 do art. 410 só se aplica a
contratos de constituição de direitos reais e o contrato de
arrendamento constitui direitos pessoais de gozo.

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- Assim, o contrato seria válido se constasse de documento
escrito assinado por ambas as partes não havendo verdadeira
excepção porque o contrato prometido de arrendamento não tem
de ser realizado por escritura pública.
- Estando em causa o regime geral também não tinha de ser
realizado perante o notário como foi.
- Não se verifica no caso nenhum problema quanto à falta de
assinatura de um dos contraentes.
- Relativamente à eficácia real também não poderia aplicar-se o
art. 413º porque o contrato de arrendamento não constitui direitos
reais

• Quanto à substância – em que consiste e critério


No caso prático está em causa a aplicação do art.1682-A que
exige a intervenção de ambos os cônjuges para que o contrato
seja válido. Ora esta norma pela sua razão de ser não é aplicável
ao contrato promessa e portanto mesmo que a esposa de Maria
não tenha conhecimento do negócio tal não afecta a validade do
CP.

- INCUMPRIMENTO CONTRATUAL
Tendo Carlos vendido o bem a Exequiel o contrato prometido deixa de
ser possível havendo incumprimento do mesmo.

• Quanto à execução especifica


Relativamente a este meio temos de verificar se está em causa
alguma excepção que impeça a sua utilização.
Ora as partes excluíram a execução especifica sendo essa
exclusão legitima porque como não estava em causa um contrato
do regime especial do art.410/3 não se aplica o art.830/3 e a
convenção das partes no sentido de afastar aquela acção é
perfeitamente válida.

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O art.830/3 que proíbe o afastamento da execução específica só
se aplica aos CP do regime especial do art.410/3.

Por outro lado também não podia haver execução especifica uma
vez que estava em causa um CP que incidia sobre um bem comum do casal
não havendo autorização de um dos cônjuges (Maria) logo a execução
especifica a existir levaria à violação do art.1682-A que exige esse
consentimento.

• Quanto às garantias indemnizatórias


Quanto a este meio temos de verificar se há ou não sinal
analisando os arts. 440º e ss.
Ora a existência de sinal só se presume no CP de compra e
venda e não num CP de arrendamento nos termos do art. 441º
CC
Para que a quantia de 1000€ entregue por David seja considerada
sinal é necessário que as partes expressamente tenham atribuído
à quantia o carácter de sinal e não o fizeram, logo, não há sinal.

Não havendo sinal, não havia a possibilidade do David receber o


sinal em dobro.
Houve tradição da coisa mas também não há a possibilidade de
indemnização pelo valor actualizado da coisa porque não houve
sinal.

Em relação ao direito de retenção este também não podia ser


exercido porque nos termos do art.755 f) é necessário que esteja
em causa um contrato que crie ou transmita direitos reais o que
não é o caso do contrato de arrendamento.

Conclusão
Não havendo sinal aplicam-se as regras da responsabilidade contratual
devendo David ser ressarcido dos danos sofridos, designadamente da perda
dos €1000.
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PACTO DE PREFERÊNCIA

1) Noção
- definição do art. 414º do CC
- criticas à noção legal
- distinção de figuras próximas

2) Regime Jurídico
A) Quanto à forma
- O (art.415º) que remete para o art.410/2:
- Não há princípio da equiparação, só aplicação analógica
- Nunca se aplica o nº3 do art.410 porque não se verificam
as mesmas razões existentes no CP

- Eficácia real (art.421º) – requisitos

- Preferência convencional versus preferência legal (art.422º)

B) Exercício do direito de preferência (art.416º)


- Comunicação (requisitos)
- Aceitação (prazo)
ducidade do direito

3) Situações especiais
- art.417º - venda da coisa conjuntamente com outras
- art. 418º - prestações acessórias
- art.419º - pluralidade de preferentes

4) Incumprimento do Direito de Preferência


A) PF sem eficácia real – indemnização
- requisitos
B) PF com eficácia real – acção de preferência - legitimidade passiva
- expressão preço
- simulação

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Enriquecimento sem causa

1 – Noção, função e exemplos


2 – Invocação por via de acção ou por via de excepção
3 – Requisitos
3.1. Enriquecimento
- Noção
- Formas
- Concepção de enriquecimento
3.2. À custa de outrem
- A doutrina da afectação dos bens
3.3. Sem causa justificativa
- Fundamento do instituto
- Significado de causa
3.4. Ausência de outro meio
- significado
- outros meios
4- Objecto da obrigação de indemnizar
- Primado da restituição em espécie
- Remissão para 2 requisitos
• Enriquecimento
- patrimonial
- efectivo
- actual
• À custa de outrem

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Responsabilidade civil
A é proprietário de uma fracção autónoma, designada pela letra B,
destinada a habitação.
Em Julho de 2007 verificou-se uma rotura numa conduta de abastecimento
de água, situada na proximidade da residência de A, tendo-se a água infiltrado
na sua habitação, provocando humidade visível.
A rotura foi reparada no próprio dia mas as infiltrações na casa de A
continuaram a aparecer tendo-se provado que a conduta sofria de constantes
roturas por deficiência de conservação da responsabilidade da empresa de
Águas Livres, SA. Diga se A poderá responsabilizar a empresa de Águas
Livres pelas referidas infiltrações e em que termos?

1. Enquadramento do caso no âmbito da responsabilidade


No nosso caso estamos no âmbito da responsabilidade civil em virtude da
existência de danos na habitação de A.
- Problema central: reparação do dano
- Princípio “casum sensit dominus” – só mediante o preenchimento dos pressupostos,
o lesado pode fazer valer a sua pretensão.
2. Modalidades:
- Contratual (798º ss) – violação dos deveres contratuais (pode cumular com a
responsabilidade extracontratual apesar das diferenças)
Factos ilícitos
- Extracontratual: Objectiva ou pelo risco
Por factos lícitos
- Pré-contratual

No nosso casoL
Nresponsabilidade civil extracontratual uma vez que não estamos no âmbito de
um contrato nem das suas negociações e por factos ilícitos na medida em que
se invoca negligência da Empresa de Aguas Livres na conservação da conduta
de água.

3. Pressupostos:
FACTO:
- conduta humana – facto imputável aos responsáveis pela pessoa colectiva
Aguas Livres cuja conduta negligente foi causadora de danos.
- voluntário – sim, foi uma conduta dominada pela vontade;

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- por acção ou omissão - no nosso caso por omissão uma vez que nos termos do
art. 492º quem tem a seu cargo uma obra deve proceder à sua conservação e a
empresa não agiu convenientemente na conservação das suas condutas – não
artº 486º+ 492º CC
ILICITUDE:
Referir as modalidades e se há causa de exclusão da ilicitude
No nosso caso na modalidade de violação de direitos subjectivos de outrem,
designadamente direito propriedade de A.
Também aceitava que referissem o art. 486º
NEXO DE IMPUTAÇÃO:
- Imputabilidade (Presunção do art. 488º/2 CC)
As pessoas colectivas regularmente constituídas têm personalidade jurídica
podendo ser responsabilizadas – art. 165º CC
- Culpa (artº 487º CC): modalidades
No nosso caso, haveria dolo eventual uma vez que os representantes da
empresa de Águas Livres representam que a falta de conservação das condutas
pode levar a roturas e a danos, como até já tinha acontecido, mas ainda assim
aceitam o resultado.
DANO:
- Prejuízo num bem ou interesse juridicamente protegido
- Modalidades: dano patrimonial e não patrimonial.
No nosso caso dano patrimonial emergente, relativo aos prejuízos causados na
habitação de A -artºs 562º e 564º ss CC.
NEXO DE CAUSALIDADE:
- Teoria da causalidade adequada, na formulação negativa – explicar
No nosso caso seria fácil estabelecer a causalidade entre a ausência de
conservação e os danos sofridos uma vez que estes se devem exclusivamente
às roturas da conduta que a deficiente conservação originou (artº 563º CC).

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