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A MORTE DE FERNANDO SYLVAN

A notícia ocorr quase despercebido, tanto mais que estávamos na quadra natalícia.

Público deve ter sido o único órgão ⁵ de informação a dar a notícia atempadamente e a tratá-la
com a profudade e revelou merecidos: a morte de Fernando Sylvan, presidente da sociedade de
língua ¹⁰ portuguesa.

Poderá ocorrer, entre os menos informados, que foi mais um presidente de colectividade a
desaparecer. Mas não. A sociedade ¹⁵ de língua portuguesa, no campo por vezes com repercussão
mundial, nem sempre com reconhecimento ²⁰ oficial entre nós.

Sylvan dedicou os seus últimos 20 anos quase exclusivamente á sociedade, a qual teve
recentemente um enorme prejuízo, pois o prédio ² ⁵ onde se situavam ameaçou ruir, pondo em
perigo a sua valiosa biblioteca.

Os esforços exaustivos e titânicos do seu presidente, ante a passividade dos responsáveis por este
país, fizeram ³⁰ debilitar ainda mais o estado de saúde do poeta e professor. Nem por isso
desistiu; e a obra continuou (continua) em salas cedidas com muita amizade.

³⁵ se a SLP e a cultura muito devem a Fernando Sylvan, recordemos também a faceta de


antifascista, de poeta e de grande lutador contra a Indonésia enquanto colonizadora ⁴⁰
imperialista da ilha de Timor. Por isso ( e não só), muitos timorenses lhe foram dizer adeus ao
cemitério de Cascais, onde também procuramos ver algumas reprentacão da ⁴⁵ Secretaria de
estado da cultura. Apenas o presidente da república se fez representar, enviado também uma
coroa de flores.

Por tudo o que fez em prol da ⁵⁰ língua pátria e da cultura portuguesa, não foi totalmente
esquecido, sempre há alguém atento a estás coisas.

Manuel Xarope, Lisboa, Público, 16,01.1994

Um REI. I. J. Esteves. Curso de Redacção II

(adaptado)

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