Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ANTIBIÓTICOS EM PEDIATRIA. 3
PALS. 7
INFECÇÕES OSTEOARTICULARES. 13
ITU. 15
BRONQUIOLITE. 19
ASMA. 21
CRISE ASMÁTICA. 25
CRIANÇA VOMITADORA. 40
-
- Desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) - adequada/inadequada.
-
- Ambiente físico e emocional - adequado/inadequado.
ANTIBIÓTICOS EM PEDIATRIA.
- Penicilinas e inibidores de beta-lactamase.
- Penicilinas naturais
- Espectro.
- Gram-positivos: estreptococos.
- Infecções de pele, de vias aéreas superiores e inferiores
- Streptococcus pyogenes: 100% sensível
- Pneumococo:
- Resistência intermediária: dobrar a dose
- Resistência plena: NÃO ADIANTA DAR INIBIDOR DE BETA LACTAMASE!!!
- Cocos Gram-negativos: meningococo, bacilo diftérico, bacilo tetânico, gonococo.
- Treponema, leptospira.
- Oxacilina.
- Espectro: estafilococos.
- Infecções de pele e partes moles comunitárias.
- Infecções relacionadas à assistência à saúde: altas taxas de resistência à NÃO USAR
OXACILINA NA SUSPEITA DE INFECÇÃO HOSPITALAR POR ESTAFILOCOCO!!!
- Ampicilina:
- Espectro:
- Gram-positivos: estreptococos, Listeria sp.
- Resistência = penicilina
- Listeria sp: infecção em neonatos entra no protocolo de FSSL em recém-nascidos.
- Cobertura para enterococos.
- Gram-negativos: resistência pela produção de beta-lactamase;
- Ampicilina-sulbactam.
- Inibidor de beta-lactamase: aumenta espectro para Gram-negativos
- H. influenzae, E. coli, Proteus sp., Serratia sp.
- ATB de escolha para Acinetobacter sp., quando sensível.
- Amoxicilina:
- Apresentação oral.
- Espectro = ampicilina
- Dobrar a dose na suspeita de pneumococo!!!
- Amoxicilina-clavulanato:
- Associado ao inibidor de beta-lactamase: aumenta espectro para Gram- negativos.
- Haemophilus influenzae, etc.
- Cuidado ao dobrar a dose: ácido clavulânico produz diarréia!
- Piperacilina-tazobactam:
- Espectro:
- Gram-positivos: estreptotoccus, estafilococos, enterococos.
- Gram-negativos: Pseudomonas sp, Acinetobacter sp, Klebsiella sp, Enterobacter sp.
- Anaeróbios.
- Cefalosporinas.
- Mecanismo de ação: bactericida; inibe a síntese da parede celular
- 1ª geração.
- Espectro:
- Gram-positivos: estreptococos e estafilococos MSSA
- Gram-negativos: meningococo, gonococo, leptospira, Klebsiella, E. Coli, Proteus,
Salmonella, etc.
- Não tem ação contra Pseudomonas!
- Cefalotina e cefazolina: EV; utilizados para profilaxia cirúrgica.
- Cefalexina e cefadroxil: VO.
- Uso: Infecções de pele, ITU em situações especiais (RN, gestantes).
- 2ª geração.
- Espectro:
- Gram-positivos: estreptococos e estafilococos MSSA
- Gram-negativos: meningococo, gonococo, clostrídios, enterobactérias, Haemophilus
sp.
- Cefuroxima.
- Cefaclor.
- Cefoxitina.
- 3ª geração.
- Espectro:
- Gram-positivos.
- Gram-negativos → Inativação de beta-lactamases.
- Cefotaxima.
- Não interage com metabolismo da bilirrubina à adequada para RN com icterícia!
- Ceftriaxona.
- Meningite; infecção por pneumococo resistente à penicilina; pielonefrite, infecções
comunitárias mais graves...
- Ceftazidima → ação anti-Pseudomonas.
- 4ª geração.
- Espectro.
- Gram-positivos: estreptococos, estafilococos.
- Gram-negativos: E. Coli, Proteus sp., Serratia sp., Klebsiella sp., Enterobacter sp.,
Citrobacter sp., Pseudomonas sp., Haemophilus sp., meningococo, gonococo.
- Cefepime.
- Monoterapia na neutropenia febril em alguns serviços.
- 5ª geração.
- Espectro: amplo; cobertura contra Gram-negativos e Gram-positivos, inclusive Staphylococcus
aureus resistentes à meticilina.
- Ceftarolina (Zinforo®).
- Ceftobiprol.
- No Brasil ainda não foi liberado pela Anvisa
- Novas cefalosporinas.
- Ceftolozane-tazobactam (Zerbaxa®).
- Cobertura para enterobactérias produtoras de ESBL e Pseudomonas aeruginosa multi
R.
- Indicado para: Infecções intra-abdominais complicadas; Infecções do trato urinário
complicadas; Não tem atividade contra produtores de carbapenemase, Acinetobacter
baumannii e Stenotrophomonas maltophilia.
- Não liberado em pediatria.
- Ceftazidima-avibactam (Torgena®)
- Cobertura para enterobactérias produtoras de ESBL, AmpC, algumas
carbapenemases (KPC, OXA-48) e para Pseudomonas aeruginosa multi R.
- Indicado para: infecções intra-abdominais complicadas; Infecções do trato urinário
complicadas; Pneumonias nosocomiais, incluindo PAVM; Não apresenta cobertura
para metalo-beta-lactamases!
- Cefiderocol.
- Ainda não foi liberado pela ANVISA.
- Utiliza canais de transporte de ferro para entrar na célula e inibe a síntese de
peptideoglicanos na parede celular.
- Atividade contra Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumannii e
enterobactérias produtoras de ESBL e carbapenemases (incluindo
metalo-beta-lactamases).
- Indicado para: Infecção do trato urinário complicada.
- OBS: Classificação de Ambler → betalactamase.
-
- Carbapenêmicos.
- Mecanismo de ação: bactericida; inibe a síntese da parede celular.
- Espectro:
- Gram-positivos: estreptococos, estafilococos MSSA, enterococos sensíveis a ampicilina.
- Meropenem: Listeria.
- Gram-negativos: Pseudomonas, Klebsiella, E. Coli, Proteus, Morganella, Salmonella, Shigella,
etc.
- Anaeróbios.
- Imipenem, meropenem, ertapenem → Infecções intra-hospitalares!
- Novos carbapenêmicos.
- Monobactâmicos.
- Mecanismo de ação: bactericida; inibe a síntese da parede celular.
- Espectro: somente Gram-negativos; Alta resistência às beta-lactamases.
- Aztreonam
- Infecções intra-hospitalares, germes sensíveis somente a este agente.
- Aminoglicosídeos.
- Mecanismo de ação: bactericida; inibe a síntese protéica
- Espectro: gram-negativos: enterobactérias, Pseudomonas aeruginosa.
- Não penetram bem a barreira hematoencefálica
- Sinergismo com penicilinas contra Streptococcus viridans e enterococos.
- Endocardite.
- Nunca em monoterapia!
- Ex: amicacina, gentamicina, estreptomicina
- Indicações: ITU, síndrome disentérica, etc.
- Efeitos adversos: nefrotoxicidade, ototoxicidade.
- 1 dose ao dia diminui a nefrotoxicidade.
- Lincosaminas.
- Mecanismo de ação: bacteriostática; bloqueia síntese protéica (efeito anti toxina → inibe a síntese).
- Espectro:
- Gram-positivos: estreptococos, estafilococos
- MRSA da comunidade costumam ser sensíveis à clindamicina!!!
- Anaeróbios.
- Ex: clindamicina.
- Indicação: estafilococos MRSA da comunidade, infecções anaeróbias.
- Obs: infecções invasivas por estafilococos sempre associar clindamicina + oxacilina!
- Glicopeptídeos.
- Mecanismo de ação: inibe a síntese da parede celular; altera a permeabilidade celular.
- Espectro:
- Gram-positivos: estreptococos, estafilococos, enterococos.
-
- Resistência à vancomicina: problema crescente em hospitais
- Indicação: MRSA, enterococo resistente a ampicilina; perfil intra-hospitalar; Presença de cateter
intravascular.
- Efeitos adversos: nefrotoxicidade, sd. do homem vermelho
- Ex: vancomicina (EV), teicoplanina (EV e IM).
- Vancomicina → sempre fazer controle sérico do medicamento antes da 5ª dose → após 24h de
tratamento.
- Lipopeptídeos.
- Mecanismo de ação: inibição da síntese de DNA, RNA e proteínas
- Espectro:
- Gram-positivos: S. aureus (MRSA), enterococos (VRE) e estreptococos.
- Indicação: Infecções de pele e partes moles complicadas (MRSA); Sepse por S. aureus (MRSA);
Endocardite por S. aureus (MRSA).
- Eventos adversos: miosite.
- Ex: daptomicina.
- Não liberado oficialmente em pediatria.
- Oxazolidinonas.
- Mecanismo de ação: inibe a síntese protéica
- Espectro:
- Gram-positivos: estreptococos (incluindo os resistentes à penicilina), estafilococos (inclusive os
MRSA e VRSA), enterococos (incluindo os resistentes à ampicilina e vancomicina)
- Ex: linezolida.
- Indicação: infecções causadas por Gram-positivos multirresistentes.
- Rifamicinas.
- Mecanismo de ação: inibição da síntese do ARN
- Espectro:
- Gram-positivos: estafilococos MRSA.
- Gram-negativos: diversos cocos e bacilos Gram-negativos.
- Micobactérias: tuberculose e lepra.
- Rifampicina.
- Indicação: tuberculose, estafilococos MRSA, profilaxia meningite.
- Quinolonas → contraindicado para uso rotineiro; usar somente em último caso!!!
- Mecanismo de ação: interfere na disposição do DNA.
- 1ª geração.
- Espectro: Bacilos Gram-negativos entéricos.
- Ex: ácido nalidíxico.
- Indicação: ITU.
- 2ª geração.
- Espectro:
- Gram-positivos: estafilococos MSSA.
- Não agem contra pneumococos
- Gram-negativos: cocos e bacilos.
- Ex: norfloxacino, ciprofloxacino.
- Indicação: ITU, infecções de pele e partes moles.
- 3ª geração.
- Espectro:
- Gram-positivos: estreptococos, estafilococos MSSA.
- Gram-negativos: cocos e bacilos.
- Outros: germes atípicos.
- Ex: levofloxacino
- Indicação: pneumonias comunitárias.
- Sulfas.
- Diaminopirimidinas:
- Mecanismo de ação: interferem na síntese de ácidos nucléicos
- Ex: pirimetamina, trimetoprim.
- Indicações:
- Pirimetamina: toxoplasmose congênita; já foi utilizada no tratamento da malária.
- Trimetoprim → Ação sinérgica com sulfas; Estafilococos MRSA da comunidade; coqueluche;
profilaxia da pneumocistose
- Sulfonamidas:
- Mecanismo de ação: interfere no crescimento bacteriano, inibindo a síntese de ácido fólico.
- Espectro:
- Bactérias: Gram-positivas e Gram-negativas.
- Fungos.
- Protozoários.
- Ex: sulfadiazina, sulfametoxazol.
- Indicações:
- Sulfadiazina: toxoplasmose congênita
- Sulfametoxazol: Ação sinérgica com trimetoprim; Estafilococos MRSA da comunidade;
coqueluche; profilaxia da pneumocistose.
- Macrolídeos.
- Mecanismo de ação: inibe a síntese protéica.
- Espectro:
- Gram-positivos: estreptococos, estafilococos, Listeria.
- Gram-negativos: meningococo, gonococo.
- Outros: espiroquetas, germes atípicos, Bordetella pertussis
- Ex: eritromicina, azitromicina, claritromicina.
- Indicação: coqueluche, pneumonias atípicas.
- Anfenacois.
- Mecanismo de ação: bacteriostático; inibe a síntese protéica
- Espectro:
- Gram-positivos: estreptococos, estafilococos, enterococos, Listeria.
- Gram-negativos: enterobactérias, meningococo.
- Anaeróbios.
- Outros: treponemas.
- Ex: cloranfenicol.
- Pouco usado, muitos efeitos colaterais.
- Tetraciclinas.
- Mecanismo de ação: bacteriostáticas; inibem síntese protéica
- Espectro:
- Gram-positivos.
- Gram-negativos.
- Outros: riquétsias, micoplasmas, clamídias, espiroquetas, micobactérias.
- Ex: doxiciclina.
- Indicação: riquetsioses - febre maculosa (droga de 1ª escolha), tracoma, psitacose, etc.
- Glicilciclinas
- Mecanismo de ação: inibe a síntese protéica.
- Espectro:
- Gram-positivos: inclusive estafilococos MRSA.
- Gram-negativos.
- Anaeróbios.
- Ex: tigeciclina.
- Não utilizado de maneira empírica.
- Polimixinas.
- Mecanismo de ação: bactericidas; interferem na permeabilidade seletiva da membrana celular.
- Espectro: Gram negativos → Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa multirresistentes.
- Ex: Polimixina B.
- Indicação: tratamento de infecções hospitalares por germes multirresistentes.
PALS.
- Principal causa de PCR na pediatria → hipóxia.
- Raramente é súbita, geralmente ocorre por consequência da piora progressiva respiratória ou cardiocirculatória.
- Causas mais comuns no ambiente hospitalar → sepse; insuficiência respiratória; toxicidade por drogas; doenças
metabólicas; arritmias.
- Sequência de atendimento → C.A.B. (compressão torácica; abertura de via aérea; boa respiração.
- Ritmos de parada mais frequentes na pediatria.
- Bradicardia.
- Assistolia.
- Conceitos importantes.
- Lactentes ou bebês → < 1 ano.
- Crianças → > 1 ano até sinais da puberdade.
- Manejo.
-
- Colapso súbito.
- FV ou TV sem pulso → RCP imediatamente e choque precoce.
- TV com pulso necessita de cardioversão sincronizada.
- Adrenalina.
- Manutenção das funções respiratórias e circulatória durante a PCR e no pós-ressuscitação.
- Dose: 0,01 mg/kg → 0,1ml/kg da solução de 1:10.000.
- ! ml de adrenalina + 9 ml de SF.
- Droga da PCR → vasoconstrição alfa-adrenérgica; aumenta a pressão diastólica da aorta; melhora a
perfusão coronariana.
- Via endovenosa ou intraóssea.
- Pode ser repetida a cada 3 a 5 min.
- Outras drogas.
- Cálcio.
- Em quadros de: hipocalcemia; hiperpotassemia; hipermagnesemia e intoxicação por
bloqueadores de canais de cálcio.
- Dose: 5-7 mg/kg.
- Magnésio.
- Hipomagnesemia e TV Torsades de pointes (TV polimórfica com QT longo).
- Dose: 25-50mg/kg.
- NAHCO3.
- Se: PCR prolongada; choque associado à acidose metabólica grave; hiperpotassemia
sintomática; hipermagnesemia; intoxicação por antidepressivos tricíclicos ou bloqueadores de
canais de cálcio.
- Dose: 1 mEq/kg da solução a 8,4%.
- Amiodarona.
- Paradas com ritmos chocáveis.
- TV ou FV não responsiva a cardioversão.
- Dose: 5 mg/kg (até 3x).
-
- Impetigo não bolhoso: pápula de halo hiperemiado è vesículas → pústulas → crostas.
- S. aureus / S. pyogenes.
- 4 a 6 dias de evolução.
- Face e extremidades.
- Em geral, sem sintomas sistêmicos.
-
- Exames complementares: não há necessidade de rotina; se necessário, cultura de secreção e pústulas.
- Tratamento.
- Poucas lesões → ambulatorialmente.
- Tópico → mupirocina 5 dias.
- Múltiplas lesões ou comprometimento do estado geral → avaliar necessidade de internação.
- Antimicrobiano sistêmico 7 dias.
- Cefalosporina 1ª geração: cefalexina, cefazolina.
- Penicilina de ação antiestafilocócica: oxacilina.
- Penicilina +inibidor de beta-lactamase: amoxicilina-clavulanato.
- Na suspeita de CA-MRSA: clindamicina, SMX-TMP.
2. Ectima.
- Acometimento de parte mais profunda da pele (derme).
- Quadro clínico.
- Mais comum em extremidades.
- Úlcera coberta de crostas amarelo-esverdeadas, com margens elevadas e violáceas.
-
- Exames complementares: não há necessidade de rotina; se necessário, cultura de secreção e pústulas.
- Tratamento.
- Poucas lesões → ambulatorialmente.
- Tópico → mupirocina 2x/dia por 5 dias.
- Múltiplas lesões ou comprometimento do estado geral → avaliar necessidade de internação.
- Antimicrobiano sistêmico 7 dias.
- Cefalosporina 1ª geração: cefalexina, cefazolina.
- Penicilina de ação antiestafilocócica: oxacilina.
- Penicilina +inibidor de beta-lactamase: amoxicilina-clavulanato.
- Na suspeita de CA-MRSA: clindamicina, SMX-TMP.
-
- Exames complementares.
- Pesquisa do agente etiológico → líquido de vesículas/bolhas intactas (cultura; PCR) ou hemocultura.
- Hemograma.
- Provas de atividade inflamatória.
- Demais exames, conforme a necessidade → Gasometria; Eletrólitos; Função renal; Enzimas e função
hepática, etc.
- Tratamento.
- Internação.
- Antibioticoterapia parenteral por 7 a 14 dias.
- Penicilina de ação antiestafilocócica.
- Suspeita de CA-MRSA: Clindamicina, SMX-TMP, Vancomicina.
- Choque tóxico estafilocócico: associar clindamicina.
- Suporte clínico.
- Imunoglobulina intravenosa (IVIG): nos casos de choque tóxico estafilocócico.
4. Celulite e erisipela.
- Celulite:
- Da epiderme ao tecido subcutâneo.
- Fator de risco: trauma local.
- Etiologia: S. aureus e S. pyogenes.
- Celulite periorbitária pós-septal: S. pneumoniae, Moraxella catarrhalis, Haemophilus influenzae.
- Quadro clínico.
- Histórico de porta de entrada.
- Edema, hiperemia e dor local.
- Limites imprecisos.
- Pode haver: comprometimento de linfonodos regionais; sintomas sistêmicos: febre, mal-estar.
-
- Tratamento.
- Cefalosporinas de 1a geração: cefalexina, cefazolina.
- Penicilinas antiestafilocócicas: oxacilina.
- Suspeita de CA-MRSA: clindamicina, SMX-TMP
- Suspeita de HA-MRSA: vancomicina, linezolida
- Celulites periorbitárias pós-septais: Cefalosporina 3a geração: ceftriaxone.
OBS: celulite peri-orbitária na pediatria → sempre internar!!!!
- Erisipela.
- Área mais superficial da pele.
- Acometimento linfático é possível.
- Fatores de risco: obesidade, estase venosa, comprometimento linfático.
- Etiologia: S. pyogenes (mais comum) e S.aureus.
- Quadro clínico.
- Acometimento de extremidades.
- Lesão avermelhada, endurada, dolorosa e de contornos mais bem definidos.
- Pode haver sintomas sistêmicos.
-
- Tratamento.
- Penicilina.
- Alérgicos: macrolídeos.
- Exames complementares.
- Hemocultura → Imunocomprometidos; Toxemia ou bacteremia.
- Hemograma.
- Provas de atividade inflamatória.
- USG de partes moles: descartar coleções passíveis de drenagem.
- Celulite periorbitária → TC de crânio: avaliar comprometimento pós-septal.
5. Furúnculos, carbúnculos e abscessos.
- Abscessos.
- Coleções purulentas.
- Derme ou subcutâneo.
- Quadro clínico.
- Nódulo avermelhado e doloroso → flutuação → drenagem espontânea.
-
- Furúnculos.
- Infecção dos folículos pilosos.
- Quadro clínico.
- Áreas de fricção + folículos pilosos: regiões axilar, cervical e glútea.
- Evolução semelhante aos abscessos, associados a folículos pilosos.
- Comprometimento sistêmico é pouco comum.
- Carbúnculos.
- Furúnculos coalescentes.
- Exames complementares.
- Laboratoriais: sem necessidade quando não houver comprometimento sistêmico.
- USG de partes moles.
- Tratamento.
- Avaliar necessidade de internação.
- Controle do foco: drenagem da coleção purulenta (somente se flutuação).
- Antimicrobianos: quando houver sinais de comprometimento sistêmico.
- Esquemas:
- Cefalosporinas de 1ª geração.
- Penicilina de ação antiestafilocócica.
- Penicilina + inibidor de beta-lactamase.
- Suspeita de CA-MRSA: clindamicina, SMX-TMP.
- Suspeita de HA-MRSA: vancomicina, linezolida.
- Duração: 07 a 10 dias.
- Quadros de repetição:
- Investigação de imunodeficiências relacionadas à disfunção neutrofílica.
- Descolonização: mupirocina tópica nasal + banho com clorexidina 4% por 5 dias.
6. Fasceíte necrotizante.
- Infecção de tecido subcutâneo com comprometimento de fáscias musculares.
- Etiologia: polimicrobiana.
- S. aureus.
- S. pyogenes.
- Gram-negativos.
- Anaeróbios.
- Quadro clínico.
- Qualquer parte do corpo.
- Mais frequente em extremidades.
- Região genital/perineal: gangrena de Fournier.
- Presença de porta de entrada → Trauma/Cirurgia.
- Evolução.
- Edema + eritema + calor local + MUITA dor → coloração violácea e escurecida → redução da
sensibilidade → necrose.
- Comprometimento sistêmico importante.
- Febre, mal-estar, sepse, choque séptico.
- Desproporcional à lesão cutânea visível.
-
- Exames complementares.
- Hemograma.
- Provas de atividade inflamatória.
- Hemocultura.
- Cultura de secreção ou tecido desvitalizado.
- Demais exames conforme a necessidade → Garantir suporte clínico ao comprometimento sistêmico;
Sepse / choque séptico.
- Tratamento.
- Internação.
- Controle do foco: abordagem cirúrgica
- Limpeza
- Desbridamento de tecidos desvitalizados
- Suporte clínico → Estabilidade hemodinâmica; Suporte ventilatório; Correção de distúrbios metabólicos.
- Terapêutica antimicrobiana: amplo espectro.
- Geralmente inicia-se com clindamicina + meropenem.
- Clindamicina + (cefalosporina de 3ª geração ou penicilina + inibidor de beta-lactamase).
- Imunocomprometidos: pensar em Pseudomonas aeruginosa.
- Cefalosporinas com cobertura para este agente (ceftazidima, cefepime).
- Piperacilina-tazobactam.
- Carbapenêmicos (meropenem, imipenem).
- Infecções relacionadas à assistência à saúde:
- Acrescentar cobertura para HA-MRSA + Gram negativos multirresistentes.
- Vancomicina/linezolida + carbapenêmicos.
7. Piomiosite.
- Também conhecida como piomiosite tropical.
- Afecção purulenta de tecidos musculares profundos.
- Predomínio: sexo masculino; 2 a 5 anos de idade.
- Primária ou secundária (disseminação hematogênica)
- Etiologia:
- S. aureus (50-95% dos casos).
- S. pyogenes.
- Gram-negativos.
- Quadro clínico.
- Dor local → hiperemia + edema + calor local.
- Comprometimento sistêmico → Febre; Mal-estar; Pode evoluir para sepse/choque séptico.
- Musculatura mais acometida: região do tronco.
- Exames complementares.
- Hemograma.
- Provas de atividade inflamatória.
- Hemocultura.
- Cultura de secreção/tecido.
- Exames de imagem: RNM: padrão ouro; USG; TC.
- Tratamento.
- Internação.
- Antibioticoterapia endovenosa.
- Cefalosporinas de 1ª geração.
- Penicilinas de ação anti-estafilocócica.
- Suspeita de CA-MRSA: clindamicina, SMX-TMP.
- Imunocomprometidos: acrescentar cobertura para Gram-negativos.
- Cefalosporina com cobertura para Pseudomonas aeruginosa.
- Penicilina + inibidor de beta-lactamase.
- Ausência de melhora após 72 horas de ATB adequado: considerar limpeza cirúrgica.
INFECÇÕES OSTEOARTICULARES.
- Fatores de risco.
- Sexo masculino.
- Idade < 5 anos.
- 20% de associação a trauma local nas 2 semanas anteriores.
- Etiologia.
- Modos de infecção.
- Disseminação hematogênica.
- Contiguidade.
- Inoculação direta (trauma).
- Gram-positivos: Staphylococcus aureus; Kingella kingae.
- Outros: Streptococcus pyogenes; Streptococcus pneumoniae; Pseudomonas agalactiae; Neisseria
gonorrhoeae.
1. Artrite séptica (pioartrite).
- Quadro clínico.
- Início agudo (2-4 dias).
- Sintomas mais frequentes:
- Dor local.
- Edema.
- Redução da mobilidade da articulação.
- Febre.
- Articulações mais frequentes: Joelho; Quadril; Tornozelo; Cotovelo; Ombro.
-
- Diagnóstico.
- Suspeição clínica.
- Auxílio de exames de imagem:
- Radiografia simples: aumento do espaço intra-articular e edema de partes moles.
- USG → suficiente para diagnóstico, mais usado.
- TC/RNM → suspeita de complicações ou diagnóstico diferencial com outras patologias.
- Hemograma.
- Provas de atividade inflamatória.
- Hemocultura.
- Cultura de líquido sinovial.
- Pesquisa de agente etiológico por métodos moleculares (ex: Kingella kingae).
- Tratamento.
- Controle do foco:
- Drenagem e limpeza cirúrgicas.
- Coleta de material para cultura.
- Terapia antimicrobiana:
- Pelo menos a 1ª semana atb via parenteral.
- Cefalosporinas de 1a geração.
- Penicilinas de ação anti-estafilocócica.
- Suspeita de CA-MRSA: clindamicina, SMX-TMP, vancomicina, linezolida.
- Duração: 14 a 21 dias.
2. Osteomielite.
- Classificação:
- Aguda: < 2 semanas.
- Subaguda: entre 2 semanas e 3 meses.
- Crônica: > 3 meses.
- Sintomas mais frequentes:
- Febre.
- Alterações locais: dor, edema, calor local.
- Ossos mais frequentemente acometidos: Fêmur; Tíbia; Úmero.
- Diagnóstico.
- Radiografia simples
- Elevação do periósteo: 10 a 21 dias para surgir.
-
- TC → Menos sensível, porém mais prática e mais disponível que a RNM.
- RNM → padrão ouro.
- Diagnóstico precoce: 3-5 dias de evolução.
- Exames complementares.
- Hemograma.
- Provas de atividade inflamatória.
- Hemocultura.
- Cultura de tecido ósseo.
- Pesquisa de agente etiológico por métodos moleculares (ex: Kingella kingae).
- Tratamento.
- Terapia antimicrobiana:
- Cefalosporinas de 1a geração.
- Penicilinas de ação anti-estafilocócica.
- Suspeita de CA-MRSA: clindamicina, SMX-TMP, vancomicina, linezolida.
- Osteomielite plantar pós trauma com material perfurante através de solado de borracha: pensar
em Pseudomonas aeruginosa.
- Cefalosporina de ação anti-Pseudomonas (ceftazidima, cefepime).
- Piperacilina-tazobactam.
- Carbapenêmicos.
- Duração: 4 a 6 semanas.
- Controle do foco.
- Limpeza cirúrgica → Necessária em casos de diagnóstico tardio, complicações ou ausência de
resposta ao tratamento conservador; Coleta de material para cultura.
3. Espondilodiscite.
- Quadro clínico.
- Insidioso: tempo médio de 27 dias entre o início dos sintomas e o diagnóstico.
- > 4 semanas em até 70% dos casos.
- Sintomas mais frequentes:
- Dor lombar.
- Recusa em movimentar as costas.
- Recusa em se sentar, ficar em pé ou andar.
- Associação a dor abdominal e a constipação.
- Região mais acometida: lombar (L4/L5).
- Diagnóstico.
- Radiografia simples → Diminuição do espaço intervertebral e erosão da vértebra adjacente (2 a 3
semanas para aparecer).
- TC → Menos sensível, porém mais prática e mais disponível que a RNM.
- RNM: Padrão ouro.
- Exames complementares.
- Hemograma.
- Provas de atividade inflamatória.
- Hemocultura.
- Tratamento.
- Terapia antimicrobiana:
- Cefalosporinas de 1a geração.
- Penicilinas de ação anti-estafilocócica.
- Suspeita de CA-MRSA: clindamicina, SMX-TMP, vancomicina, linezolida.
- 6 a 8 semanas.
ITU.
- Crescimento significativo de bactérias no trato urinário.
- Pode ser cistite ou pielonefrite.
- Epidemiologia.
- Uma das infecções mais comuns da infância.
- Mais comum em meninas - exceto nos primeiros 3 meses de vida.
- Pico entre 3 a 5 anos e na adolescência.
- Etiologia.
- Infecção ascendente.
- Enterobactérias (flora intestinal): E. coli uropatogênica; Klebsiella pneumoniae;
Streptococcus faecalis; Proteus mirabilis (coloniza o prepúcio - mais comum em
meninos não circuncidados).
- Pseudomonas.
- Staphylococcus saprophyticus.
- Via hematogênica → sepse; período neonatal.
- Etiopatogenia.
- A ocorrência de ITU depende:
- Virulência bacteriana → enterobactérias no geral possuem fatores de virulência que
possibilitam a adesão às células uroepiteliais.
- Presença de fatores predisponentes do hospedeiro.
- Idade < 1 ano.
- Sexo feminino.
- Raça branca.
- Ausência de circuncisão em meninos.
- Constipação intestinal.
- Atividade sexual.
- Anormalidades funcionais do trato urinário.
- Malformações do trato urinário → obstrução - obstrução junção
pieloureteral, obstrução junção ureterovesical; válvula de uretra posterior;
refluxo vesico-ureteral.
- Quadro clínico.
- Varia conforme a faixa etária.
- RN: quadro mais inespecifico; baixo ganho ponderal; irritabilidade; febre; anorexia.
- Sempre abordar ITU febril como pielonefrite.
- Lactentes: febre sem sinais localizatórios.
- Sempre abordar ITU febril como pielonefrite.
- Pré-escolares, escolares e adolescentes.
- Cistite → disúria; polaciúria; urgência miccional; incontinência urinária; dor
suprapúbica; febre baixa.
- Pielonefrite → queda do estado geral; inapetência; febre alta; dor lombar - sinal de
giordano +.
- Diagnóstico.
- Diagnóstico clínico insuficiente.
- Análise urinária: piúria + bacteriúria.
- Piúria - urina tipo I.
- ≥ 10 leucócitos/mm³ ou ≥ 10.000 leucócitos/mL.
- ≥ 5 leucócitos/campo de alto aumento.
- Esterase leucocitária na urina.
- Bacterioscopia positivo gram.
- Nitrito positivo - baixa sensibilidade em lactentes.
- Bacteriúria - urocultura.
- ≥ 50.000 UFC/mL de uma única bactéria uropatogênica.
- Punção supra-púbica → qualquer crescimento bacteriano ou ≥ 10.000
UFC/mL.
- Métodos de coleta: Jato médio; Sondagem vesical de alívio; Punção supra-púbica -
padrão ouro, invasivo.
- Outros exames.
- Pielonefrite: hemograma - leucocitose com desvio à esquerda; hemocultura positiva;
elevação PCR e VHS; elevação discreta ureia e creatinina.
- Exames de investigação: USG rins e vias urinárias - < 2 anos com itu febril, mal estado geral,
sem melhora 12-36h de atb; cintilografia renal DMSA - exame de escolha pielonefrite aguda,
fase aguda: má evolução clínica ou dúvida diagnóstica, detecção de cicatriz renal de 4-6 meses
após → todas as crianças < 2 anos com ITU febril e pacientes com refluxo vesico-ureteral;
uretrocistografia miccional - pesquisa de refluxo vesico-ureteral, indicação.
- Tratamento.
- Hospitalização.
- Comprometimento do estado geral ou sepse.
- Vômitos/desidratação.
- Baixa adesão ao tratamento.
- Maior risco de evolução grave → < 3 meses; imunodeprimidos; doenças urinárias
prévias.
- Antibiótico de 7 a 14 dias → cistite de 5-7 dias; pielonefrite 7-14 dias.
- Hospitalar: ceftriaxona; amicacina.
- Iniciar EV e conforme a melhora do quadro, substituir por VO.
- Domiciliar: amoxicilina-clavulanato (1ª escolha); cefuroxima; nitrofurantoína (se dúvida
diagnóstica, não usar - má penetração em parênquima renal).
- Outras orientações.
- Hidratação adequada.
- Micções frequentes.
- Controle da constipação intestinal.
- Controle da febre e dor.
- Urocultura de controle: apenas se má evolução.
Obs: Toxemia - não é FSSL; criança não encontra-se em bom estado geral; geralmente a criança apresenta-se
com irritabilidade, queda do nível de consciência, cianose, hiper/hipoventilação, sinais de má perfusão,
entre outros.
Conduta: internação + exames - hemograma, hemocultura, urina tipo I, liquor, RX de tórax.
Iniciar atb empírico → ceftriaxona EV.
Conduta principalmente se doenças de bases, imunossuprimidos ou contatos com doenças meningocócica.
-
- Baixo risco → todos os critérios forem preenchidos.
- Alta.
- Reavaliação clínica diária até resultado das culturas.
- Analisar situação, se presença de vulnerabilidade/impossibilidade
de retorno → internação para observação.
- Alto risco → ausência de algum critério.
- Internação.
- Coleta de líquor.
- Rx de tórax se sintomas respiratórios.
- Atb empírico: ceftriaxone.
- 3 - 24 meses.
- Baixo risco.
- Temperatura < 39°C.
- Alta com orientação de sinais de alerta.
- Alto risco.
- Temperatura ≥ 39° C.
- Avaliar risco de: bacteremia oculta (vacinação antipneumocócica) ou ITU
(fatores de risco).
A. FSSL 3 a 6 meses.
- Vacinação antipneumocócica SEMPRE incompleta.
- Risco de ITU elevado.
- Coleta de exames: hemograma completo, hemocultura, urina tipo 1,
urocultura, pesquisa de vírus respiratórios.
-
B. FSSL 6 a 24 meses.
- Avaliar: Vacinação antipneumocócica: ≥ 3 doses?; ITU - fatores de risco.
- > 24 meses.
- Bacteremia oculta → risco desprezível - vacinação completa.
- ITU → apresentam-se geralmente com sintomas urinários.
BRONQUIOLITE.
- Primeiro episódio de sibilância.
- Lactente (< 2 anos).
- Desencadeado por uma infecção viral do trato respiratório inferior.
- Primeiro episódio agudo de dificuldade respiratória com sibilos, precedido por um quadro catarral de vias aéreas
superiores (rinite, tosse, com ou sem febre) em menores de 2 anos de idade.
- Principal causa de internação em crianças menores de 1 ano de idade no mundo.
- Etiologia.
-
- PARAMIXOVÍRUS de RNA.
- Existe coinfecção viral!
- Epidemiologia.
- Transmissão: contato direto ou próximo a secreções → Gotículas ou fômites
- Período de Incubação: 2 a 8 dias ( Média: 4 - 6 dias)
- Disseminação: 3 - 8 dias → 2 - 4 semanas (lactentes mais novos)
- Vírus Sincicial Respiratório: não confere imunidade completa
- Outros vírus: Influenza, Rinovírus, Parainfluenza, Adenovírus, Metapneumovírus, Bocavirus humano.
- 2 anos de idade: TODAS as crianças já terão sido infectadas.
- Fatores de risco.
-
- Patogênese.
-
- Quadro clínico.
- Inicia com pródromos (2-4 dias) de sintomas leves de vias aéreas → rinorreia + espirros + coriza.
- Pode apresentar febre (38,5-39ºC) e tosse seca/produtiva.
- Tosse.
- Sibilância.
- Aumento do esforço respiratório (pico 3-5 dias).
- Taquipneia.
-
- Gemência.
- Batimento de asa nasal.
- Retrações intercostais → tiragens.
- Complicações.
- Atelectasia (mais comum).
- Otite média aguda (complicação sec mais comum).
- Pneumonia.
- Diagnóstico.
- Clínico.
- Se internação → RX de tórax e pesquisa viral em secreções de nasofaringe.
- Achados RX: hiperinsuflação pulmonar → abaulamento do parênquima pulmonar, rebaixamento de
cúpulas frênicas, presença de ar pré-cardíaco.
- Tratamento.
- Inalação e lavagem nasal com SF.
- Oxigenoterapia se SatO2 menor ou igual 90%.
- Não usar: inalação com B2-curta; inalação com adrenalina; antibiótico; corticóide sistêmico.
- Prevenção.
- Aleitamento materno exclusivo até 6 meses.
- Precauções de contato.
- Palivizumab - anticorpo monoclonal anti-VSR (5 doses IM; profilaxia passiva).
- Indicação: prematuros IG<29 semanas no 1º ano de vida; cardiopatia congênita com
comprometimento hemodinâmico nos 2 primeiros anos de vida; displasia broncopulmonar em
tratamento nos 2 primeiros anos de vida.
ASMA.
- Definição: doença inflamatória crônica, heterogênea, que se caracteriza por sintomas respiratórios (sibilância,
dispneia, opressão torácica e tosse), além de apresentar limitação variável ao fluxo expiratório com resolução
espontânea ou após uso de broncodilatador.
- Diagnóstico só é possível na idade escolar → espirometria (limitação do fluxo expiratório).
- Epidemiologia.
- Prevalência 10-30%.
- Asma escolar: 2,6-24%.
- Sibilância no 1º ano de vida → 27,1 a 63,6%.
- Sibilância recorrente → 11,8 a 36,3%.
- Fisiopatologia: hiperresponsividade da via aérea.
- Desencadeada por diversos fatores ambientais.
- Doença heterogênea.
- Fenótipos.
- Asma atópica.
- Início na infância → marcha atópica.
- Sensibilização alérgica.
- Citocinas Th2 → IL-4, IL-5, IL-13.
- Eosinofilia em sangue e escarro.
- Esquema.
- Agentes ambientais desencadeantes → hiperresponsividade brônquica - recrutamento de
células inflamatórias → hipersecreção de muco e contração do músculo liso + remodelamento
tecidual (por conta de lesões epiteliais).
-
- Quadro clínico.
- Fatores desencadeantes.
- Alérgenos → ácaro, pó, animais.
- Irritantes → fumaça do cigarro.
- Exercício físico.
- Mudança de tempo.
- Infecções respiratórias virais.
- Sintomas respiratórios - em crise.
- Tosse.
- Perda de fôlego.
- Opressão torácica (mais comum em adolescentes).
- Sinal clínico: sibilos.
- Ruído resultante da passagem de um fluxo de ar turbulento por uma via aérea
estreita.
- Início: expiratórios.
- Evolução: inspiratórios e expiratórios difusos.
- Estágios finais: redução global do MV - tórax silencioso.
- Entre as crises.
- Pode não apresentar sintomas.
- EF pode ser normal.
- Diagnóstico.
- Clínico → história de episódios de sibilância por múltiplos desencadeantes.
- Antecedentes pessoais e familiares → dermatite atópica, alergia alimentar, asma, rinite.
- Espirometria → demonstração da obstrução reversível do fluxo expiratório.
- Somente em > 6 anos.
- Distúrbio ventilatório obstrutivo com resposta ao broncodilatador.
-
- Exames laboratoriais.
- Eosinofilia periférica: > 500 células/mm3 ou 4%.
- Elevação de IgE.
- Sensibilização aos alérgenos → Prick test ou IgE sérica específica (aeroalérgenos → fungos,
epitélios de cão e gato, pó domiciliar e ácaros).
- Seguimento.
- Classificação.
-
- Controle dos sintomas nas últimas 04 semanas.
-
- Fatores de risco para eventos adversos no futuro.
- Exacerbação grave prévia.
- Má aderência/técnica inalatória incorreta.
- Espirometria: VEF1 < 60% predito.
- Eosinofilia elevada.
- Presença de comorbidades.
- Tratamento: de acordo com a gravidade dos sintomas.
- GINA 2019.
- 6 a 11 anos.
- > 12 anos.
-
CRISE ASMÁTICA.
- Aumento progressivo dos sintomas respiratórios ou queda da função pulmonar.
- Desencadeado por: infecções respiratórias virais (VSR e rinovírus), mudança do tempo, exercício físico, exposição a
alérgenos, má aderência/tratamento inadequado.
- Causa importante de morbidade da asma.
- Pode levar ao aumento da perda da função pulmonar.
- Fisiopatologia → broncoconstrição + hipersecreção de muco + inflamação da via aérea.
- Fatores de risco de óbito por asma.
- História pessoal de crise asmática grave com necessidade de IOT e VM.
- Hospitalização ou ida ao PS por crise no último ano.
- Em uso ou uso recente de corticoide oral.
- Tratamento sem CI.
- Uso frequente de beta2-curta (>1 unidade de salbutamol/mês).
- Baixa adesão ao tratamento.
- Alergia alimentar.
- Quadro clínico.
- Tosse (principalmente seca).
- Dispneia.
- Opressão torácica.
- EF: desconforto respiratório - tiragens, taquipneia, sibilos (expiratórios, localizados/difusos, tórax
silencioso).
- Saturação de oxigênio.
- Diagnóstico.
- Clínico → avaliação da gravidade da crise.
- Exames complementares → não são necessários de rotina.
- Gasometria arterial → casos graves sem resposta ao tratamento ou pacientes em ventilação
mecânica.
- RX → diagnóstico diferencial e complicações.
- Classificação da crise asmática.
-
- Tratamento.
- De acordo com a gravidade da crise, baseado em:
- Oxigenoterapia se Sat O2 < 93-95%.
- Broncodilatadores → beta2-agonistas.
- Relaxamento da musculatura lisa da via aérea - AMPc.
- Clareamento mucociliar.
- Diminuição da permeabilidade da vasculatura brônquica.
- Via inalatória (geralmente de maneira intermitente).
- Efeitos adversos: taquicardia com palpitações, tremores, hipocalemia, hiperglicemia.
- Anticolinérgicos.
- Bloqueio dos receptores muscarínicos.
- Broncodilatação por redução do tônus colinérgico das vias aéreas.
- Reduz a produção de muco pelas glândulas.
- Via inalatória.
- Efeitos adversos: xerostomia, taquicardia, midríase, glaucoma.
- Corticoides.
- Antiinflamatórios.
- Estabilização da membrana dos lisossomos.
- Diminuição da permeabilidade capilar.
- Inibição da liberação de histamina.
- Potencializa a ação dos broncodilatadores.
- Via oral = via endovenosa.
- Início da ação em 3-12 horas.
- Efeitos adversos: hipocalemia, hipertensão, hiperglicemia, psicose.
-
- Reavaliação.
- Boa resposta: internação em enfermaria.
- Má resposta: internação em UTI.
- Critérios de internação.
- Crise asmática grave.
- Crise asmática moderada com resposta insuficiente ao tratamento inicial.
- Uso intenso de musculatura acessória.
- Comprometimento do parênquima pulmonar associado (pneumonia).
- SatO2 < 93% após abordagem inicial.
- Baixa ingestão hídrica.
- Pais não confiáveis.
- Suporte ventilatório.
- Oxigenoterapia se SatO2 < 93%.
- Crise leve: cateter nasal 1-2L/min.
- Crise grave: máscara de Venturi 50% ou máscara não reinalante.
- IOT na crise.
- Exceção!!!
- Indicações: PCR; hipóxia grave; hipercapnia crescente e persistente; queda no nível de
consciência.
- Sequência rápida de intubação.
- Cetamina + rocurônio.
- Ventilador ciclado a volume ou a tempo → com pressão controlada.
- Parâmetros:
- FR baixa → 15-20 mpm.
- Volume corrente → 6-10 mL/kg.
- Relação insp/exp → 1:3 ou 1:4.
- Pressão insp de pico → 45cmH2O.
- PEEP: fisiológica ou inferior auto-PEEP.
- Na alta.
- Orientar seguimento e tratamento de manutenção adequado da asma.
- Prednisolona 2mg/kg/dia 1-2x/dia por 5 dias.
- Beta2-agonistas curta de 4/4h por 2 dias e de 6/6 por 5 dias.
- Orientar tratamento de resgate da asma.
- Geralmente ocorre o acometimento difuso das vias aéreas superiores (teoria da mucosa única).
- Localização anatômica predominante define a síndrome clínica → rinofaringite aguda, rinossinusite aguda, otite
média aguda, faringoamigdalite, laringite/laringotraqueobronquite e epiglotite.
- Etiologia: maioria dos casos de agentes virais.
- Frequência:
- Lactente → 5 a 8 episódios / criança / ano.
- Escolar ou contato com crianças escolares → 8 a 10 episódios / criança / ano.
1. Rinofaringite aguda/Rinossinusite viral aguda.
- Resfriado comum.
- IVAS mais comum da infância.
- Etiologia: quase exclusivamente viral (rinovírus, coronavírus, vírus sincicial respiratório (VSR), parainfluenza,
influenza,coxsackie, adenovírus e outros mais raros).
- Quadro clínico: leve.
- Locais: obstrução nasal, coriza, espirros, tosse seca, odinofagia leve.
- Sistêmicos: febre baixa, cefaléia leve, mialgia leve.
- Evolução.
- Lactentes: inquietação, choro fácil, recusa alimentar, vômitos, alterações do sono e dificuldade
respiratória por obstrução nasal.
- Crianças maiores: cefaléia, mialgia, calafrio.
- EF: congestão da mucosa nasal e faríngea e hiperemia das membranas timpânicas (não faz diagnóstico
de otite).
- Gripe.
- Quadro sistêmico mais exuberante: queda de estado geral, febre alta, mialgia importante, cefaléia,
prostração. hiporexia.
- Acometimento local mais intenso → maior inflamação da mucosa da naso/orofaringe (influenza (H1N1),
parainfluenza, VSR, coronavírus)
- Maior chance de complicações → pneumonia viral e infecções bacterianas secundárias.
- Processo inflamatório da mucosa nasal → obstrução dos óstios dos seios paranasais e tubária.
- Complicações mais frequentes: otite média aguda e sinusite aguda.
- Suspeitar se: persistência de febre além de 72h ou prostração mais acentuada.
- ALERTA: surgimento de dificuldade respiratória (taquipnéia, retrações ou gemências) → bronquiolite
aguda, pneumonia ou laringite.
- Obs: infecções virais são fatores desencadeantes de crises asmáticas.
- Tratamento.
- Sintomáticos → antitérmicos, analgésicos e lavagem nasal com soro.
- Preferência por dipirona e paracetamol.
- Evitar descongestionantes e xaropes.
2. Otite média aguda (OMA).
- Infecção do fluido do ouvido médio.
- OMA → é o rápido início de sinais e sintomas, como otalgia e febre, que acompanham a infecção aguda do território
do ouvido médio.
- Epidemiologia: incidência mais alta no outono e inverno; pré-escolares (pico de incidência 6 a 12 meses de vida) →
maior exposição viral, imaturidade imunológica, comprometimento da função da tuba de eustáquio.
- Patogênese.
- Anatomia: tuba auditiva mais curta e mais inclinada na criança até 3 anos de idade, dificultando a
ventilação da orelha média e facilitando a progressão de vírus e bactérias (contiguidade).
- Imunologia: imaturidade imunológica. A incidência diminui a medida em que aumenta a produção de IgA,
IgG e IgM próprias.
- Normalmente precedida de um quadro de resfriado comum, em que a infecção viral predispõe uma
infecção bacteriana secundária (lesão epitelial).
-
- Etiologia.
- Vírus: até 40% dos casos, a depender da faixa etária.
- Bactérias: pneumococos, H. influenzae e Moraxella catarrhalis.
- Quadro clínico.
- Resfriado comum → coriza, obstrução nasal.
- Evoluí nas primeiras 48h com febre, otalgia e irritabilidade.
- Diarréia.
- Vômitos.
- Otoscopia: efusão em orelha média + sinais flogísticos.
- MT levemente opaca + hiperemia difusa leve ou moderada + ausência de abaulamento: sugere
OMA viral.
- MT opaca + hiperemia intensa + presença de abaulamento + diminuição da mobilidade: sugere
OMA bacteriana.
-
- Diagnóstico → clínico.
- Apresenta pelo menos 01 dos critérios.
- Abaulamento moderado ou grave da membrana timpânica.
- Início recente de otorreia não atribuível à otite externa.
- Abaulamento leve de membrana timpânica com início súbito ( < 48h) de otalgia ou hiperemia de
MT.
- Tratamento.
- Avaliar: idade, gravidade dos sintomas (presença de otalgia moderada/grave; otalgia >48h; febre > ou =
39ºC).
- Tratar todos os pacientes com sintomáticos → analgésicos e antitérmicos.
- Observação.
- Analgesia por 48-72h → OMA não grave unilateral de 6m a 2 anos; > 2 anos com OMA não
grave.
- Antibioticoterapia.
- Elegibilidade → pacientes < 6m, OMA com sintomas graves, implantes cocleares ou
imunodeficiências, OMA não grave bilateral em crianças de 6m a 2 anos.
- 1ª escolha: Amoxicilina (dose usual: 45/50 mg/kg).
- Se falha terapêutica:amoxicilina-clavulanato ou cefalexina.
- Se má aceitação oral: ceftriaxone IM 1x ao dia, por 3 dias.
- Duração:
- < 2 anos ou sintomas graves: 10 dias.
- > 2 anos com OMA não grave: 7 dias.
- Observação clínica e controle de sintomas nas primeiras 72 horas em crianças maiores de 2
anos e sem sinais de alarme.
- Sinais de alarme/gravidade: otalgia intensa, febre alta, toxemia, outras infecções associadas,
deformidades craniofaciais, imunodeficiência.
- Profilaxia.
- Aleitamento materno exclusivo por 6 meses.
- Vacinação antipneumocócica e influenza.
- Não tomar mamadeira deitado (retifica o canal).
- Cessação do tabagismo passivo.
- Retirada da creche.
- Retirada da chupeta.
- Complicações.
-
3. Sinusite bacteriana.
- Processo inflamatório que acomete a mucosa que reveste as cavidades dos seios paranasais.
- Seios paranasais.
-
- Etiologia.
- Vírus → bactéria.
- Fatores de risco→ crianças de 4-7 anos; creche; outono e inverno; tabagismo passivo; rinite alérgica.
- Bactérias: Streptococcus pneumoniae (principal), Moraxella catarrhalis, Haemophilus influenzae não
tipável, outros: complicações (S. aureus e anaeróbios) e imunocomprometidos - fungos (Aspergillus).
- Patogênese.
- Obstrução do óstio do seio paranasal → disfunção ciliar → espessamento do muco → proliferação
bacteriana.
- Quadro clínico.
- Febre.
- Obstrução nasal.
- Coriza nasal.
- Tosse produtiva.
- Diferenciar com resfriado comum → Sintomas persistentes > 10 dias, com piora noturna; piora da
evolução dos sintomas; sintomas graves - febre ≥ 39ºC com coriza nasal purulenta por ≥ 3 dias
consecutivos.
- Diagnóstico.
- Clínico!!!
- Não fazer RX de seios da face de rotina!
- TC de seios da face → suspeita de complicações; infecção persistente ou recorrente sem melhora com
atb.
- Tratamento.
- Antibioticoterapia por 10 dias.
- Amoxicilina 50mg/kg/dia de 8 em 8 horas.
- Amoxicilina-clavulanato 50 mg/kg/dia de 12 em 12 horas.
- Axetil-cefuroxima 30 mg/kg/dia de 12 em 12 horas.
- Obs: AULA VANESSA.
- Quando o critério diagnóstico é persistência de sintomas por 10 dias, não é necessário iniciar o atb
imediatamente, espera-se mais três dias com medidas adjuvantes, caso não haja melhora, iniciar atb.
- Medidas adjuvantes.
- Lavagem nasal com soro fisiológico → ao menos 6x/dia; auxilia na drenagem da secreção.
- Corticóide nasal → reduz a inflamação ao redor do óstio, reduzindo a inflamação e favorecendo
a drenagem.
- Não usar: descongestionantes nasais (contraindicado em < 5 anos), mucolíticos e anti-histamínicos (não
há evidências).
- Complicações.
-
4. Faringotonsilite aguda/Amigdalite/Tonsilite.
- Inflamação da mucosa da faringe e tonsila palatina.
- Etiologia.
-
- Diagnóstico.
- Clínico é insuficiente.
- Na suspeita bacteriana → cultura de orofaringe (sensibilidade de 90-95%) ou strep test - teste de detecção
do antígeno estreptocócico (ASLO).
- Tratamento.
- Viral - suporte.
- Anti-inflamatórios.
- Locais → hexomedine (anestésico local), própolis.
- Bacteriana.
- Amoxicilina VO por 10 dias.
- Penicilina benzatina IM dose única.
- Alergia: clindamicina/macrolídeos.
- + medidas de suporte nos sintomas.
-
- Tratamento cirúrgico.
- Tonsilectomia/amigdalectomia.
- Principal indicação: obstrução de via aérea superior.
- Amigdalites recorrentes: mais de 7 episódios por ano.
- Complicações da faringotonsilite estreptocócica.
- Supurativas.
- Abscesso peritonsilar → infecção do tecido entre a cápsula da tonsila palatina e os músculos
faríngeos; unilateral; polimicrobiano; comum em adolescentes; sintomas prolongados e
progressivos - dor de garganta, febre, disfagia, sialorréia, trismo (dificuldade em abrir a boca);
necessidade de atb + drenagem de abscesso.
- Abscesso retrofaríngeo → infecção profunda de pescoço no espaço retrofaríngeo;
polimicrobiano; comum em meninos < 5 anos; apresentam-se com febre, dor no pescoço,
odinofagia, meningismo, massa cervical, disfonia, trismo e estridor; mal-estado geral; risco:
obstrução de via aérea e mediastinite; tratamento → atb e se falha, drenagem; solicitar TC de
cervical.
- Não supurativas.
- Febre reumática.
- Glomerulonefrite pós-estreptocócica.
- Escarlatina.
- Reação de hipersensibilidade às toxinas do EBHA.
5. Laringite/Laringotraqueobronquite.
- Síndrome do Crupe → obstrução inflamatória das vias aéreas superiores.
- Conjunto de sinais e sintomas: desconforto respiratório, tosse ladrante (tosse de cachorro), estridor
respiratório, rouquidão.
- Laringite (laringe) → tosse ladrante, rouquidão.
- Laringotraqueíte (laringe + traquéia) → estridor e desconforto respiratório.
- Etiologia.
- Laringotraqueíte viral.
- Crupe viral.
- Mais comum em meninos, de 1 a 6 anos, com pico 18 meses.
- Outono/inverno.
- Vírus respiratórios: parainfluenza, influenza, VSR, rinovírus.
- Quadro clínico.
- Pródromo IVAS: tosse, coriza, febre por 24-72h.
- Início súbito de tosse ladrante, rouquidão e estridor → resolve em 3 a 7 dias,
raramente com hipoxemia, piora dos sintomas com agitação/choro.
- Diagnóstico: clínico e RX cervical - sinal da torre de igreja.
-
- Tratamento: de acordo com a gravidade; reduz a agitação da criança.
- Sintomas leves.
-
- Sintomas moderados.
-
- Sintomas graves.
-
- Laringite estridulosa.
- Crupe espasmódica.
- Comum entre meninos de 1 a 3 anos; história de atopia.
- Não tem pródromos.
- Quadro clínico: início súbito de estridor, tosse metálica, desconforto respiratório.
- Durante a noite; duração de minutos; resolução espontânea; recorre por 2-3 noites.
- Tranquilizar pais e indicar inalação com soro fisiológico.
- Traqueíte bacteriana.
- Crupe membranoso.
- Mais comum em meninos até 6 anos.
- Infecção bacteriana: S. aureus, S. pneumoniae, H. influenzae, M. catarrhalis, anaeróbios.
- Principal causa de obstrução de vias aéreas superiores potencialmente fatal do PS.
- Pródromo viral, evoluindo com estridor, rouquidão, desconforto respiratório, tosse ladrante,
queda do estado geral, febre e toxemia.
- Laringoscopia: exsudato mucopurulento com membranas aderentes na traqueia → cultura.
- Diagnóstico: clínico.
- Raio X: afunilamento da coluna aérea e esfumaçamento da parede da traqueia.
- Conduta - Urgente.
- Admissão em UTI.
- Intubação precoce.
- ATB amplo espectro: oxacilina e ceftriaxona.
- Não usar corticóide ou inalação com adrenalina.
6. Epiglotite.
- Infecção bacteriana, supraglótica, com rápida evolução para sepse e insuficiência respiratória grave.
- Incidência vem diminuindo graças a ampla cobertura vacinal.
- Principal agente: Haemophilus influenza.
- Apresentação clínica: desconforto respiratório progressivo, com piora durante o choro ou agitação e sinais de
sepse/toxemia.
- Diagnóstico: anamnese + exame físico.
- Tratamento: suporte ventilatório e antibioticoterapia de amplo espectro.
PNEUMONIA COMUNITÁRIA.
- Epidemiologia: principal causa de morte de crianças no mundo; redução da incidência após vacinação universal
pneumo 10V.
- Etiologia.
- Coinfecção acontece em até 50% dos casos.
- Vírus: VSR (principal); influenza; parainfluenza 1 e 3; adenovírus; rinovírus.
- Bactérias.
- Recém-nascido: Streptococcus agalactiae, E. coli (sepse neonatal precoce - antes de 48h) , S.
aureus, S. epidermidis, Enterococcus.
- Atípicas: Chlamydia trachomatis; Ureaplasma urealyticum.
- Lactentes e pré-escolares: Streptococcus pneumoniae (pneumococo - principal em todas as
faixas etárias), H. influenzae b, S. aureus, Streptococcus grupo A.
- Escolares e adolescentes: pneumococo.
- Atípicas: Mycoplasma pneumoniae; Chlamydophila pneumoniae.
- Fatores de risco.
- Menores de 5 anos.
- Desnutrição.
- Comorbidades.
- Prematuridade.
- Baixo peso ao nascer.
- Permanência em creches.
- Sibilo ou pneumonia prévia.
- Ausência de aleitamento materno.
- Desmame precoce.
- Vacinação incompleta.
- Tabagismo domiciliar.
- Quadro clínico.
- Pneumonia típica.
- Pródromo: coriza nasal, tosse seca, febre.
- Persistência da febre > 72h (sinal de complicação bacteriana).
- Prostração.
- Tosse produtiva.
- Desconforto respiratório.
- Taquipneia.
-
- EF: presença de estertores (comprometimento brônquico); redução de murmúrio vesicular
(condensação, atelectasia ou derrame pleural).
- Diferenciação: frêmito toracovocal e sinal de Signorelli.
- FTV aumentado: consolidação.
- FTV reduzido: derrame pleural.
- Sinal de signorelli (percussão do 7° ao 11° espaço intercostal) positivo
(maciço): derrame pleural.
- Sinal de signorelli negativo: atelectasia.
- Pneumonia viral.
- Idade < 2 anos.
- Febre < 38,5°C.
- Tosse seca.
- Sibilância.
- Hipoxemia.
- Pneumonia atípica.
- Idade > 5 anos.
- Afebril.
- Tosse persistente (coqueluchóide; crises de tosse e período sem).
- Sibilância.
- Taquipneia e hipoxemia leve.
- Pneumonia afebril do lactente.
- Idade < 3 meses.
- Nascido de parto normal.
- Mãe com corrimento vaginal.
- Afebril.
- Tosse seca persistente.
- Conjuntivite neonatal/mantida.
- Sinais de perigo → internação imediata.
-
- Classificação.
-
- Diagnóstico.
- Essencialmente clínico.
- Radiografia de tórax → confirmar diagnóstico; avaliação da extensão da pneumonia; identificação de
complicações; não diferencia as etiologias.
-
- ANOTAR ACHADOS RX!!
- Ambulatorial → não colher outros exames.
- Internação → hemograma completo e proteína C reativa.
- Pesquisa etiológica → hemocultura; pesquisa viral em swab de nasofaringe; sorologia para atípicos.
- Tratamento.
- Antibioticoterapia empírica.
- Ambulatorial: amoxicilina VO por 10 dias (típicos) OU claritromicina VO por 10 dias (atípicos).
- Hospitalar: penicilina cristalina EV e/ou claritromicina.
- RN: ampicilina + gentamicina.
- Medidas de suporte na internação.
- Oxigenioterapia se SatO2 < 92 %.
- Fluidoterapia: se desconforto respiratório (preferir soro isotônico).
- Decúbito elevado.
- Fisioterapia respiratória.
PNEUMONIA COMUNITÁRIA COMPLICADA.
- Derrame pleural parapneumônico.
- Abscesso pulmonar.
- Pneumatocele.
- Pneumonia necrosante.
1. Derrame pleural.
- Coleção pleural associada a pneumonia aguda.
- Líquido sempre exsudato.
- Ocorre entre as pleuras.
- Etiologia acompanha a pneumonia.
- Quadro clínico.
- Persistência da febre.
- Queda do estado geral.
- Toxemia.
- Piora do desconforto respiratório.
- Dor torácica → dor à inspiração; irradia para o ombro ou abdome.
- EF: postura antálgica; atrito pleural; redução de MV; redução da broncofonia; macicez à percussão
torácica; sinal de Signorelli positivo.
- Diagnóstico.
- Sempre solicitar RX de tórax na suspeita de complicação → póstero-anterior, perfil e laurell - decúbito
lateral.
- Póstero-anterior: Opacidade; Velamento; Sinal do menisco: líquido que sobe em meia lua.
-
- Perfil: perda de limite entre as cúpulas.
-
- Laurell: líquido escorre permitindo a visualização da linha do derrame.
-
- USG de tórax → dúvidas diagnósticas; quantificação do derrame pleural; investigação de
loculações; guiar procedimentos invasivos.
- TC de tórax → raramente, apenas se dúvida diagnóstica.
- Conduta: de acordo com o tamanho do derrame.
-
- Empiema: pus na cavidade pleural.
- Aspecto purulento no líquido.
- pH < 7,2.
- Glicose < 40 mg/dL.
- DHL > 1000 U/L.
- Bacterioscopia positiva.
- Indicativo de drenagem pleural.
- Drenagem pleural.
- Indicações: derrame pleural grande, desconforto respiratório associado, empiema pleural.
- Drenagem fechada continua com dreno tubular e selo d'água.
- Loculado → necessidade de uso de fibrinolíticos ou videotoracoscopia.
- Tratamento.
- Atb empírico.
-
- Se boa resposta clínica, não repetir RX.
2. Abscesso pulmonar.
- Área de cavitação resultante da necrose e supuração do parênquima pulmonar.
- Raro porém elevada mortalidade.
- Secundário a: pneumonia, aspiração pulmonar, disseminação hematogênica/contiguidade.
- Diagnóstico: RX de tórax → imagem circunscrita de necrose com nível hidroaéreo.
-
- Diagnóstico diferencial → TC de tórax.
- Pneumonia necrosante, piopneumotórax, pneumatocele infectada.
- Tratamento.
- Antibioticoterapia empírica.
- Parenteral - 2 a 3 semanas.
- VO complementando - 4 a 8 semanas.
- Abscesso periférico sem melhora → punção aspirativa.
3. Pneumatocele.
- Cavidade pulmonar cística de paredes finas.
- Sequela de uma pneumonia bacteriana mais grave.
- Mais frequente por S. pneumoniae.
- Mais característica do S. aureus.
- RX.
-
- Tratamento.
- Conservador.
- Resolução espontânea em até 6 meses.
OBS:
- Anamnese.
- Pesquisa de outros sintomas que possam levar a um diagnóstico etiológico:
- Lesões de pele: varicela, HSV, enterovírus, doença meningocócica.
- Sintomas gastrointestinais.
- Sintomas respiratórios.
- História de viagens recentes (nas últimas 2 ou 3 semanas).
- História de vacinação recente.
- Exame físico.
- Rebaixamento do nível de consciência.
- Confusão mental.
- Sinais de irritação meníngea.
-
- Déficits focais: hemiparesia, afasia, ataxia, disfunção autonômica, alteração de pares cranianos.
- Alterações de pele e mucosas: rash petequial, vesículas, úlceras orais, etc.
- Lactentes: irritabilidade, sonolência, fontanela anterior abaulada e tensa.
- Obs: Glasgow modificado para pediatria.
-
- LCR.
- Paciente deve estar hemodinamicamente estável.
- Pressão de abertura: 5 a 20 cm H2O.
- Análise citológica.
- Até 4 células/mm3 (até 25 células/mm3 para RN).
- Análise bioquímica:
- Proteinorraquia: Até 40 mg/dL (até 120 mg/dL para RN).
- Glicorraquia: acima de 2/3 da glicemia (SEMPRE coletar glicemia concomitante).
- Lactato (até 19 mg/dL)
- Bacterioscopia (coloração de Gram)
- Pesquisa de antígenos: látex, PCR.
- Encefalite: solicitar PCR para herpes vírus e enterovírus.
- Pesquisa de anticorpos.
- Cultura.
-
- Exames complementares.
- Neuroimagem → TC ou RNM.
- Exames gerais → hemograma, proteína C-reativa, hemocultura.
- Exames pertinentes ao quadro clínico → gasometria; eletrólitos; função renal; enzimas e função hepática;
lactato.
- Eletroencefalograma (alterado em 90% dos casos).
- Achados: lentificação generalizada.
- Tratamento.
- Suporte: Via aérea; Controle hemodinâmico; Correção de distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos;
Tratamento das crises convulsivas; Tratamento da hipertensão intracraniana;
- Monitorização intensiva: encefalite e doença meningocócica: deterioração rápida.
- Específico.
- Meningite bacteriana:
- ATB empírico:
- ≥ 2 meses: Ceftriaxone.
- Anafilaxia a beta-lactâmicos: Cloranfenicol
- < 2 meses: Ampicilina + Aminoglicosídeo (Amicacina ou Gentamicina) ou
Cefotaxima.
- Encefalite viral.
- Antiviral.
- Aciclovir → benefícios somente se infecções por HSV e VZV.
- Duração: 14 a 28 dias.
- Corticoides.
- Meningites: Benefício controverso; Redução de sequela auditiva nas infecções por Haemophilus
influenzae.
- Dexametasona: 0,15 mg/kg/dose de 6/6 horas por 48 horas.
- Iniciar antes do ATB.
- Encefalites:
- Hipertensão craniana: redução de edema cerebral
- Vigilância epidemiológica.
CRIANÇA VOMITADORA.
- Definições.
- Náusea: sensação desagradável, subjetiva, associada ao desejo de vomitar.
- Vômito: expulsão do conteúdo gástrico, acompanhado da contração dos músculos abdominais,
rebaixamento do diafragma e abertura da cárdia; pode ser precedido e/ou acompanhado por náuseas,
palidez, sudorese e sialorréia.
- Regurgitação: expulsão involuntária e sem esforço do conteúdo gástrico através da boca; não é
acompanhado de náuseas, esforço abdominal ou refluxo emético.
- Refluxo gastroesofágico (RGE): retorno do conteúdo gástrico para o esôfago, atingindo, algumas vezes,
faringe, boca e VA superiores.
- Principais causas de vômitos por faixa etária.
DRGE Sinusite
Esofagite eosinofílica Doença inflamatória intestinal
Medicação Apendicite
- Anamnese → idade; fatores de risco; duração; evolução aguda ou crônica; sintomas persistentes ou transitórios;
intervalo entre os sintomas; horário da ocorrência (relação com refeições); número de episódios e valor aproximado
de líquido perdido; caracterização do vômito - conteúdo, líquido, presença ou não de alimentos; presença de sangue
ou bile; capacidade de ingestão de líquido, eliminação de urina e estado de hidratação; condição neurológica;
sintomas associados; consumo de alimentos nas últimas 24h; mudanças no hábito alimentar; uso de medicamentos;
alergias; história de doença/cirurgias prévias.
- Sinais de alarme em crianças com regurgitação ou vômito.
- Vômitos biliosos.
- Sangramento GI → hematêmese, hematoquezia.
- Diarreia.
- Distensão abdominal.
- Febre.
- Letargia.
- Vômitos frequentes e em jato.
- Início dos vômitos após os 6 meses de vida.
- Persistência dos vômitos após 1 ano.
- Perda de peso ou parada de crescimento.
- Hepatoesplenomegalia.
- Abaulamento de fontanela.
- Macrocefalia.
- Microcefalia.
- Convulsões.
- Síndrome genético-metabólica.
- Mal estado geral.
- Disúria.
- Principais etiologias.
❖ Refluxo gastroesofágico.
- Refere-se a passagem retrógrada do conteúdo gástrico para o esofâgo; pode atingir a faringe e a boca, podendo ser
acompanhado ou não de regurgitação e/ou vômito.
- É um processo fisiológico.
- Não causa sintomas, repercussão nos hábitos de vida ou complicações.
- Pode ser considerado normal - RGE fisiológico do lactente - ou patológico, configurando a DRGE.
-
A. Refluxo gastroesofágico fisiológico do lactente.
- Condição transitória e autolimitada, como melhora progressiva a partir dos 6 meses de vida e resolução espontânea
entre 12 e 24 meses.
- Processo benigno, fazendo parte da maturação e da fisiologia do trato gastrointestinal.
- Acomete até 60% dos lactentes.
- Caracterizada por regurgitações e/ou vômitos, sem prejuízo de ganho ponderal → regurgitadores felizes.
- Em geral tem início < 8 semanas de vida; aumenta frequência dos episódios entre 2 e 4 meses; melhora progressiva
com resolução até o 2º ano de vida.
- Fisiopatologia.
-
- Com o tempo: amadurecimento dos mecanismos antirrefluxos; modificação postural - predominantemente
ereta; modificação alimentar - introdução de alimentos pastosos e sólidos.
- Diagnóstico.
- Critérios de Roma IV.
- Lactente saudável → idade - 3 a 12 semanas de vida.
- Dois ou mais episódios de regurgitação por pelo menos 3 semanas.
- Na ausência de náuseas, hematêmese, aspiração, apneia, déficit de ganho ponderal,
dificuldade para alimentação ou deglutição, postura anormal.
- Não há necessidade de investigação complementar de rotina → diagnóstico clínico!
- Apenas se: regurgitações acompanhadas de vômitos desde o período neonatal ou se
persistirem além de 1 ano → avaliar anormalidades anatômicas.
- Tratamento.
- Medicamentoso é completamente desnecessário!
- Tranquilizar os pais quanto ao caráter benigno e transitório da condição.
- Orientações gerais.
- Posturais.
- Manter lactente em posição vertical por 20-30min após mamadas.
- Dormir em decúbito dorsal com elevação da cabeceira a 30-40º.
- NÃO SE RECOMENDA MAIS DECÚBITO LATERAL PARA PREVENÇÃO -
ASSOCIADO COM MORTE SÚBITA.
- Dietéticas.
- Fracionamento das refeições em volumes menores.
- Uso de espessantes ou fórmulas anti regurgitação → caso não esteja em aleitamento.
(medida estética - diminui apenas episódios visíveis).
- Ambientais.
- Redução da exposição ao tabagismo passivo.
-
- Manifestações atípicas: extraesofageanas.
-
- Complicações: esofagite, úlceras esofágicas, estenose esofágica, hemorragia digestiva alta, esôfago de
Barrett.
- Síndrome de Sandifer: postura anormal (hiperextensão cervical e lateralização da cabeça); comum em
lactentes com DRGE grave com esofagite.
- Diagnóstico.
- Suspeita diagnóstica → clínica.
- Exames complementares dependem da gravidade dos sintomas → não existe padrão-ouro.
- Possibilidades: pH impedância esofágica, EREED, USG de abdome, pHmetria esofágica de
24h, endoscopia digestiva alta (suspeita de esofagite eosinofílica ou complicações), cintilografia
gastroesofágica.
- Tratamento.
- Não farmacológico.
- Elevação da cabeceira da cama.
- Fracionamento das refeições.
- Evitar consumo de líquidos durante as refeições.
- Evitar alimentos que relaxem o EEI → cafeína, bebidas gaseificadas, frutas e sucos cítricos,
chocolates, molhos picantes, condimentados (muito teor de molho)…
- Estético: uso de fórmulas AR e espessantes.
- Lactentes com DRGE com sintomas (recusa alimentar; irritabilidade extrema; desaceleração
ganho ponderal) → teste terapêutico: exclusão da proteína do leite de vaca por 2 a 4 semanas.
- Diagnóstico diferencial: alergia à proteína do leite de vaca.
- Reforço da hipótese: antecedentes familiares de outras atopias; presença de sangue
nas fezes.
- Farmacológico.
- Geralmente não indicado em lactentes.
- Indicação: sintomas graves com dificuldade alimentar, desaceleração ponderal e/ou esofagite no
EDA.
- Não usar de forma empírica em casos com sintomas atípicos.
- Prócinéticos: domperidona e bromoprida.
- Aumentam o tônus do EEI, melhoram o clareamento esofágico e aceleram o
esvaziamento gástrico.
- Não devem ser usados de rotina.
- Efeitos adversos: irritabilidade, sonolência; domperidona → aumento do intervalo de
QT.
- Antiácidos.
- Antagonistas do receptor de H2: Ranitidina (retirado do mercado).
- Inibidores da bomba de prótons: omeprazol.
- Dose alvo: omeprazol 1-3mg/kg/dia; preferir otimizar dose 1x/dia.
- Aliviam os sintomas do refluxo e permitem a cicatrização da mucosa esofágica.
- Teste terapêutico: por 4 a 6 semanas em crianças e adolescentes.
- Tratamento de crise → antieméticos.
-
- Tratamento cirúrgico → apenas se refratariedade ao tratamento medicamentoso ou
manifestações com risco de morte.
- Geralmente pacientes com fatores de risco para DRGE grave.
- Técnica mais utilizada: fundoplicatura de Nissen laparoscópica.
❖ Estenose do piloro.
- Musculatura do piloro hiperdesenvolvida, impedindo a passagem de alimentos.
- História de vômitos não biliosos e palpação de olivas (peristaltismo visível).
- Tratamento cirúrgico → piloromiotomia.
❖ Estenose duodenal.
- Vômitos biliosos.
- Redução do calibre da luz.
- Sub oclusão alta: distensão gástrica, ausência de ar nas demais alças intestinais.
- Após EED: redução da 1ª porção duodenal, caracterizando área de estenose.
❖ Atresia duodenal.
- Distensão gástrica, ausência de ar nas demais alças intestinais → não há luz intestinal.
- Sintomas variam de acordo com nível de atresia.
- Tratamento cirúrgico.
❖ Intussuscepção intestinal.
- Doença de lactente jovem.
- Fezes em aspecto de framboesa.
- Fator de risco - vacina de rotavírus.
- Tratamento cirúrgico.
❖ Causas de vômitos agudos.
- Infecciosas: gastroenterite, infecções respiratórias, meningite, hepatite.
- Doenças do TGI: úlcera péptica, apendicite, pancreatite.
- Síndromes obstrutivas: estenose esofágica adquirida, invaginação intestinal. hérnia encarcerada, aderências
pós-cirúrgicas.
- Neurológicas: hipertensão intracraniana.
-
- Sinais de alarme.
- Dor de localização periférica no abdome e constante no local.
- Dor que irradia para lombar, escápula ou MMII.
- Despertar noturno por diversas vezes.
- Manifestações sistêmicas como perda de peso, febre, anemia, diarreia crônica.
- História familiar de doença.
- Alterações no exame físico.
- Recusa alimentar associada a dor.
- Atraso na puberdade.
- Sangramento gastrointestinal.
- Artrite.
- Doença perianal.
- Rash cutâneo.
- Hepatoesplenomegalia.
- História familiar de doença péptica, doença celíaca ou doença inflamatória intestinal.
- Massa abdominal palpável.
- Incontinência fecal.
- Fisiopatologia,
- Desequilíbrio entre o sistema nervoso entérico e o sistema nervoso autônomo → hiperalgesia visceral.
- Multifatorial e não é completamente esclarecida.
- Decorrente de hipersensibilidade visceral (diminuição do limiar da dor) e alodinia (percepção de dor por
estímulos que normalmente não geram dor).
- Gatilhos: estímulos neonatais dolorosos, disbiose, infecções TGI e transtornos psicológicos.
- Diagnóstico.
- Considerando o critério de Roma IV, deve preencher 3 requisitos.
- A criança não apresentar qualquer alteração no EF e testes complementares.
- Preencher os critérios de Roma IV para cada problema e após a avaliação médica apropriada.
- Os sinais e sintomas não são atribuídos a outra entidade nosológica.
- Etiologias.
- Síndrome do intestino irritável.
-
- Dor relacionada a evacuação, que geralmente melhora após a mesma.
- Dispepsia funcional.
-
- Dor abdominal funcional (não especificada).
-
- Migrânea abdominal.
-
- Tratamento.
- Realizar o acolhimento da família.
- Orientar que a dor é real, e não mera simulação.
- Definir e explicar a doença funcional: possível papel da alteração da motilidade e da sensibilidade visceral.
- Tranquilizar a família sobre a ausência de doença orgânica grave.
- Tentar identificar e reverter possíveis fatores de comportamento que desencadeiam ou pioram o quadro
doloroso.
- Abolir os ganhos secundários da dor recorrente.
- Orientar manter as atividades diárias e escolares.
- Orientar técnicas que reduzam a ansiedade da dor durante as crises.
-
2. Dor abdominal orgânica.
- Apenas 5-10% dos quadros de dor abdominal crônica na infância.
- Etiologias:
- Constipação intestinal.
- Histórico de fezes ressecadas.
- Com intervalos longos sem evacuar.
- Evacuação dolorosa.
- Incontinência fecal.
- Sinais de alarme.
-
- Tratamento educacional → Treinamento das evacuações; Horários relativamente frequentes
para evacuação; Entendimento da palavra familiar que designa fezes; Capacidade de sensação
de reto cheio e associá-la à evacuação;Capacidade de reter voluntariamente as fezes por curto
período; Uso do penico em local adequado, geralmente ao lado do vaso sanitário; Posição para
evacuar; Não ficar sentado por tempo excessivo, nem obrigado ou distraído por brinquedos.
- Tratamento dietético.
- Tratamento medicamentoso.
- Doenças ácido pépticas (esofagite, gastrite, úlcera péptica).
- Doenças inflamatórias intestinal.
- Doença celíaca.
- Intolerância a carboidratos.
- Parasitoses.
- Gastroenterite eosinofílica.
- Tumores.
- Doenças cirúrgicas (sinais de obstrução intestinal).
- intussuscepção intestinal, má rotação, volvo.
1. DENGUE.
● RNA vírus do gênero Flavivirus com 4 sorotipos
- DENV-1, DENV-2, DENV-3, DENV-4
● Transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti
● Problema de saúde pública
● Quadro clínico variável:
- Febre < 7 dias
- Mialgia
- Dor retro orbitária
- Rash maculopapular
- Artralgia
- Dor abdominal
- Petéquias
- Sangramentos
● Período de incubação de 3 a 14 dias
● Assintomáticos 🡺 quadros graves e óbito
- 25% dos casos são sintomáticos
- 5% desenvolvem quadro grave
● Quadros mais graves tendem a ocorrer após uma infecção prévia por outro sorotipo
● Piora tende a ocorrer após a defervescência da febre, entre 3 e 7 dias
- Aumento da permeabilidade vascular
- Hipovolemia
- Choque
Observação: Crianças: quadro febril agudo entre 2 e 7 dias sem foco definido.
Exames complementares:
● Hemograma
- Hemoconcentração
- Leucopenia
- Plaquetopenia
● NS1
- Pesquisa antigênico
- Altamente sensível e específica
- Coleta até o 3º dia da doença
● Sorologia
- Pesquisa da anticorpos
- Após o 6º dia de doença
Manejo:
● Anamnese
- Início dos sintomas
- Pesquisar sinais de alarme
↧
● Prova do Laço:
- Desenhar um quadrado de 2,5 x 2,5 cm no antebraço do paciente
- Insuflar o manguito até o valor da PA média PAs + PAd) / 2] por 3 minutos
- Contar o número de petéquias:
> 10 em crianças = +
> 20 em adultos = +
Classificação:
● A: sem sinais de alarme, sem comorbidade, prova do laço negativa
● B: sem sinais de alarme, com comorbidade ou com sangramento da pele (espontâneo ou induzido pela prova do
laço)
● C: com sinais de alarme
● D: dengue grave
- Sinais de choque
- Sangramento grave
- Comprometimento grave de órgãos
Tratamento:
● A:
- Exames complementares ACM
- Sintomáticos
- Hidratação oral
● B:
- Exames complementares
- HG
- Ht normal: alta com reavaliação diária
- Ht elevado: passa a ser classificado como C
- Observação até resultado de exames
- Hidratação oral
Hidratação oral:
Volume diário:
< 10 kg: 130 ml/kg
10 a 20 kg: 100 ml/kg
> 20 kg: 80 ml/kg
● C:
- Expansão SF 10 ml/kg em 1 hora
- Pode repetir até 3 vezes, se não houver melhora de Ht
- Exames complementares:
- HG, albumina, transaminases
- Rx Tórax
- USG abdome
- Exames confirmatórios: NS1 ou sorologia
- Se melhora do Ht após expansão:
- Hidratação de manutenção
- Manter em observação por pelo menos 48 horas
- Se não houver melhora do Ht: passa a ser classificado como D.
● D:
- Conduta para choque:
- Expansão SF 0,9% 20ml/kg em 20 minutos
- Repetir até 3 vezes
- Considerar necessidade de drogas vasoativas
- Internação em UTI por pelo menos 48 horas, até estabilização do quadro
- Exames complementares:
- HG, albumina, transaminases
- Rx tórax
- USG abdome
- Exames confirmatórios
● Vacina:
- Recombinante e atenuada
- Contém os 4 sorotipos
- Indicada para quem tem de 9 a 45 anos
- 3 doses com intervalo de 6 meses
- Contraindicada para imunodeprimidos, gestantes e quem nunca teve dengue
- Risco aumentado de quadro grave de dengue ao entrar em contato com o vírus após imunizado.
2. ZIKA:
● RNA vírus do gênero Flavivirus
● Transmissão:
- Pela picada do mosquito Aedes aegypti
- Via sexual
- Vertical
Quadro clínico:
● Período de incubação: 3 a 12 dias
● Doença aguda febril auto-limitada, com duração de 3 a 7 dias
● Sintomas associados:
- Rash cutâneo
- Hiperemia conjuntival
- Artralgia
- Mialgia
● Neurotropismo
- Associação a Sd. Guillain-Barré
- Associação a mal formação de SNC (microcefalia) em RN de mães que foram infectadas durante a
gestação
Diagnóstico:
● Detecção de RNA viral (PCR): até o 5º dia de história
- Instituto Adolfo Lutz (IAL)
- Somente doença neuroinvasiva, gestantes e síndrome congênita
● Imunohistoquímica/histopatológico
Tratamento:
● Sem tratamento específico
● Suporte
3. CHIKUNGUNYA:
● Vírus Chikungunya, gênero Alphavirus
● Transmissão:
- Picada do Aedes aegypti
- Vertical
- Infecção neonatal grave
Quadro clínico:
● Período de incubação: 1 a 12 dias
● Fases:
- Aguda: até 10 dias
- Febre
- Poliartralgia
- Mialgia
- Cefaléia
- Subaguda: até 3 meses
- Comprometimento articular
- Crônica: > 3 meses
- Comprometimento articular
- Caso suspeito: febre súbita + artralgia ou artrite intensa aguda + epidemiologia positiva.
Diagnóstico:
● Pesquisa de RNA viral (PCR)
- Até o 5º dia de história
● Sorologia (IgM)
- Após o 6º dia de história
Tratamento:
● Suporte
- Hidratação
- Analgesia
- Protocolo específico
- Avaliação da escala de dor
4. FEBRE AMARELA:
● Febre hemorrágica viral de alta letalidade (chegando a 50% dos casos mais graves)
● RNA vírus da família Flaviviridae
- Sorotipo único
● Transmissão pela picada do mosquito:
- Aedes aegypti (áreas urbanas)
- Haemagogus e Sabethes (áreas silvestres)
● Sazonalidade de dezembro a maio
Quadro clínico:
● Período de incubação: 3 a 6 dias
● Período de infecção: 4 a 5 dias
- Febre, mal estar, mialgia, artralgia, cefaléia
- Leucopenia precoce
- Alteração de TGO/TGP neste momento: preditor de evolução para quadro grave
● Período toxêmico:
- Retorno dos sintomas associados a sinais de gravidade: icterícia, manifestações hemorrágicas, oligúria,
rebaixamento do nível de consciência, instabilidade hemodinâmica, etc.
- Quadro febril agudo (< 7 dias) associado a icterícia e/ou manifestações hemorrágicas, proveniente de região
endêmica ou de surto e não vacinado previamente.
Exames Complementares:
● Diagnósticos:
- PCR: até o 5º dia da doença
- Sorologia: após o 6º dia da doença
● Outros:
- Hemograma
- Provas de atividade inflamatória
- Transaminases
- Função hepática
- Função renal
- Eletrólitos
Manejo:
● Critérios de internação:
- Alterações clínicas:
- Icterícia
- Manifestações hemorrágicas
- Rebaixamento do nível de consciência
- Instabilidade hemodinâmica
● Alterações laboratoriais:
- Plaquetopenia
- Elevação de transaminases
- Alteração de função hepática
- Alteração de função renal
Tratamento:
● Não há tratamento específico!
● Suporte conforme necessidade:
● Hemodinâmico:
- Volume
- Correção de distúrbios hidroeletrolíticos
- Drogas vasoativas
- Hemoderivados
● Ventilatório
Prevenção:
● Imunização
5. LEPTOSPIROSE:
● Leptospira interrogans
- Bactéria helicoidal (espiroqueta)
● Transmitido pela exposição direta ou indireta à urina de animais infectados
● Hospedeiro: roedores
● Homem é hospedeiro acidental e terminal
● Período de incubação de 1 a 30 dias (média de 5 a 14 dias)
Quadro clínico:
● Variável, desde casos assintomáticos até manifestações fulminantes.
● Fases:
- Fase precoce: sintomas inespecíficos (febre, mialgia, anorexia, etc.), autolimitada (3 a 7 dias)
- Sufusão conjuntival nessa fase é característica de leptospirose
- Fase tardia: cerca de 15% dos pacientes, após 7 dias
- Icterícia – não é obrigatória!
- Insuficiência renal: não oligúrica e hipocalêmica
- Manifestações hemorrágicas, em especial pulmonar
- Letalidade de 50% nestes casos
- Convalescença: 1 a 2 meses
- Sintomas inespecíficos
Exames complementareas:
● Hemograma
● Uréia, creatinina
● Bilirrubina total e frações
● TGO, TGP
● GGT, FA
● CPK
● Na
● K
● Considerar:
- ECG
- Rx tórax
- Gasometria arterial
Diagnóstico:
● Fase precoce:
- Visualização direta
- PCR
- Cultura
● Fase tardia
- Sorologia
Diagnóstico diferencial:
● Fase Precoce
- Dengue
- Influenza
- Malária
- Riquetsiose
- Toxoplasmose
● Fase Tardia
- Hepatites virais agudas
- Hantavirose
- Febre amarela
- Malária grave
- Dengue grave
- Riquetsioses
- Sepse
- Colelitíase, coledocolitíase,colangite, colecistite
- SHU
- Vasculites
Tratamento: Antibioticoterapia:
● Fase Precoce
- Doxiciclina: 100 mg VO 12/12 horas por 5-7 dias
- Amoxicilina: 500 mg VO 8/8 horas por 5-7 dias
- Pediatria: 50 mg/kg/dia VO 8/8 horas por 5-7 dias
● Fase tardia:
- Penicilina cristalina: 1.500.000 UI EV 6/6 horas por 7 dias
- Pediatría: 100.000 UI/kg/dia EV 6/6 horas por 7 dias
- Ceftriaxona: 1-2g EV 12/12 horas por 7 días
- Pediatria: 80-100 mg/kg/dia EV 12/12 horas por 7 dias
- Outras opções: Ampicilina, Cefotaxima
DIARREIA CRÔNICA.
- Diarreia aguda: alteração na forma das fezes e na frequência de evacuações ocorrendo em 24h e durando <
14 dias.
- Diarreia persistente: persistência das manifestações entre 14-30 dias.
- Diarreia crônica: diarreia com duração > 30 dias.
- Classificação.
- Topografia.
- Alta: intestino delgado → grande volume; frequência menor; presença de restos
alimentares.
- Baixa: cólon → volume menor; frequência maior; tenesmo (cólica do lado direito).
- Fisiopatologia.
- Osmótica → acúmulo de elementos osmoticamente ativos (gap osmolar fecal alto > 125
mOsm/L) ; geralmente cessa com o jejum;
- Secretória → distúrbio do transporte hidroeletrolítico na mucosa; gap osmolar fecal baixo
(< 50 mOsm/L); não cessa com jejum.
- Invasiva/inflamatória → inflamação com possível eliminação de muco, pus ou sangue;
aumento da calprotectina ou lactoferrina fecal.
- Esteatorreica → fezes amareladas, fétidas, oleosas (brilhantes), aderentes.
- Distúrbio funcional → ausência de doença orgânica justificável; possuem critérios
específicos.
OBS: incontinência fecal não é diarreia!!!
- Etiologia.
- Países desenvolvidos: doenças funcionais, medicações (metformina; losartana), doenças
inflamatórias intestinais, síndromes disabsortivas, infecções crônicas, neoplasia.
- Países subdesenvolvidos: infecções crônicas - bacterianas, parasitoses, micobacterioses, doenças
funcionais, doença inflamatória intestinal. síndromes disabsortivas.
- Abordagem.
- Doença orgânica ou doença não orgânica.
- Com sinais de alarme x sem sinais de alarme.
- Anamnese → interpretação da queixa - diarreia? incontinencia fecal?; caracteristicas físicas das
fezes, volume e frequência; Duração dos sintomas, natureza do início - repentino ou gradual; Todos
os medicamentos, incluindo sem receita e suplementos; Histórico de viagens.; Diário alimentar;
Associação com status psicológicos; Infecções frequentes?
- Dicas práticas na investigação de disabsorção → as fezes podem ser macroscopicamente normais
na esteatorréia; diarréia aquosa, flatulência e distensão abdominal que ocorrem dentro de 90
minutos da ingestão de carboidratos; dor abdominal é incomum - exceto em pancreatite crônica,
doença de Crohn ou pseudo- obstrução intestinal; sempre pensar em doença celíaca e parasitoses;
cirurgias abdominais ou úlceras pépticas recorrentes?; valorizar o consumo de álcool - quantificar!;
- EF → ectoscopia - linfadenopatia, desnutrição, exoftalmia; pele - flushing, rash, dermografismo;
tireóide; ausculta pulmonar e cardíaca; abdome - timpanismo, ascite, hepatomegalia, massa;
avaliação perianal e toque retal; extremidade - unhas, edemas, prurido.
- Exames complementares.
- Indicação: doença orgânica ou falha na terapia empírica.
- Laboratoriais → sangue - individualizado; respiratórios - dissaborção; análise fecal - pH, gap
osmolar fecal, calprotectina, elastase.
- Métodos endoscópicos → colonoscopia - inflamatória, secretória, biópsia seriada;
endo/enteroscopia - dissaborção.
- Exames de imagem → esteatorréia, diarréia secretória, diarreia inflamatória; anormalidades
anatômicas, extensão da inflamação, pancreatite crônica, neoplasia; USG de abdome - limitações
técnicas; TC - boa opção, radiação; RM - boa opção, sem radiação, custo e tempo elevados.
- Fluxograma.
-
DOENÇA CELÍACA.
- Enteropatia autoimune causada pela ação do glúten.
- Ocorre em indivíduos geneticamente predispostos.
- Doença poligênica → herança autossômica dominante com penetração incompleta; ligada ao HLA-DQ2 e
DQ8.
- Epidemiologia: predomínio no sexo feminino e em brancos; agregação familiar - 2-20% parentes de 1º grau;
mais comum no sul e sudeste.
- Fisiopatologia.
- Exposição ao glúten + alterações imunológicas.
- Glúten → maior composto proteico dos cereais, reservatório de prolamina (resp pela lesão tecidual
- apresenta-se de diversas formas a depender do alimento).
- Trigo: gliadina - 69%.
- Cevada: hordeína - 50%.
- Centeio: secalina - 50%.
- Aveia: aveína - 16%.
- Alterações imunológicas.
- Celular: aumento dos linfócitos intraepiteliais; alteração da ação dos macrófagos; aumento
de citocinas.
- Humoral: alteração da síntese de anticorpos; aumento dos plasmócitos na mucosa jejunal.
- Agressão do glúten a mucosa intestinal → redução do tempo de vida média das células absortivas;
amadurecimento insuficiente do enterócito jovem; redução das enzimas de borda em escova;
aumento da produção de células jovens; aumento das criptas; infiltração da lâmina própria por
linfócitos e plasmócitos.
- Má absorção intestinal → redução da área absortiva; alteração dos mecanismo de cisão molecular
de nutrientes - dissacarídeos e peptídeos; alteração nos processos de transporte intracelular de
gorduras; redução da digestão luminal de proteínas pela deficiÊncia de enteroquinase.
- + hiperplasia de criptas.
- Quadro clínico.
- Início dos sintomas - 2º semestre de vida (introdução alimentar complementar).
- Formas clínicas: clássica, oligossintomática, atípica e latente.
- Clássica: síndrome disabsortiva - anorexia, vômitos, irritabilidade; esteatorreia; desnutrição
- baixo ganho ponderal, declínio na velocidade de crescimento; distensão abdominal
(clássico); hipotonia muscular.
- Oligossintomática: ausência ou atenuação de alguns sintomas; SEMPRE - diarreia e
distensão abdominal; baixo ganho ponderal sem comprometimento da estatura.
- Atípicas - diarreia ausente ou discreta.
- Digestiva: anorexia, vômitos; distensão abdominal e constipação; frequente
retardo do crescimento.
- Extradigestiva: mais comum no pré-escolar; alterações isoladas - edema,
anemia, déficit estatural, púrpuras.
- Doenças autoimunes associadas: DM, tireoidite, dermatite herpetiforme, deficiência de IgA, psoríase, alopecia
areata, síndrome de Down.
- Diagnóstico.
-
- Obrigatório para diagnóstico: biópsia intestinal com mucosa celíaca.
- Exames complementares.
- Esteatorreia: esteatócrito ou Sudan II.
- Sorologia: antigliadina IgG e IgA - baixa especificidade; antiendomísio IgA e
antitransglutaminase tecidual IgA - alta sensibilidade e especificidade; sempre dosar IgG e
IgA total.
-
- Diagnóstico diferencial → alergia alimentar; fibrose cística; desnutrição primária; parasitoses.
- Tratamento.
- Medidas gerais: corrigir desidratação; corrigir hipoalbuminemia - plasma ou reposição de albumina;
anemia acentuada - transfusão de hemácias; púrpuras - vitamina K.
- Dieta: exclusão de glúten por toda a vida → trigo, centeio, malte, cevada, aveia.
- Nunca iniciar dieta antes da biópsia.
- Prejuízo na absorção de dissacarídeos.
- Exclusão de lactose por 30 dias.
- Exclusão de sacarose por 15-30 dias.
- Reintrodução progressiva.
- Melhora inicial do apetite, humor e aspecto das fezes.
- Manutenção inicial do peso, aumenta em 8-15 dias lentamente e depois rapidamente.
- Manutenção ou piora da distensão abdominal.
- Apetite voraz → grande volume de fezes.
- Recuperação peso em até um ano e estatura em três anos.
- Prognóstico.
- Favorável com remissão total com adesão da dieta.
- Se falha na dieta - remissão dos sintomas; prejuízo estatural se remissão na infância.
- Celíacos negligentes → maior frequência de linfomas, câncer de boca, esôfago e faringe.
INTOLERÂNCIA À LACTOSE.
- Reações adversas aos alimentos.
- Imuno mediada → alergia alimentar; doença celíaca.
- Tóxicas.
- Não imunomediadas - intolerâncias → deficiência enzimática; deficiência de transportador;
farmacológica; desconhecidos.
-
- Acomete 20% da população em países industrializados; IBS (SII) 80%.
- Lactose.
- Açúcar que vem do leite → dissacarídeo → glicose + galactose.
- Principal carboidrato no leite de todas as espécies.
- Leite materno contém 70g/L de lactose → produz 30-40% das calorias para o RN.
- A lactose é induzida pela prolactina; glicose é transformada em galactose-1-fosfato inidil
transferase; a lactose-sintetaza junta gal + gli = lactose.
- Digestão → quebra do dissacarídeo pela enzima lactase (localizada na borda em escova dos
enterócitos).
- Tolerância à lactose → quando existem mais lactase do que lactose.
- Intolerância a lactose → quando existem menos lactases do que lactose; dose dependente!!
- Excesso da lactose no intestino: efeito laxante osmótico + diarreia.
- Definições.
- Deficiência → deficiência do desenvolvimento; deficiência congênita; lactase não-persistencia;
deficiência secundária.
- Deficiência do desenvolvimento: prematuros geralmente têm deficiência; deve melhorar
por volta de 5 dias após o nascimento; geralmente aos 5 dias de vida o paciente torna-se
tolerante; não se sabe com quantas semanas se produz seguramente.
- Alactasia congênita/ deficiência congênita: muito rara; comum na finlândia; autossômica
recessiva ou dominante; mutação no gene LPH; quadro clínico → diarréia congênita com
desnutrição desde o nascimento; arquitetura do epitélio intestinal é normal.
- Lactase não-persistência (do tipo adulto): diminuição da tolerância ao longo da vida; Brasil:
60-70% pop possuem gene para tornar-se intolerantes; quadro clínico → dor abdominal,
diarreia, náusea, flatulência e eructação, mais comumente após os 8 anos de idade,
overlap com SII.
- Fatores que influenciam a digestão da lactose: dose ingerida; tempo de
esvaziamento gástrico; outros alimentos ingeridos conjuntamente; diluição da
lactose pelos fluidos intestinais; sensibilidade à distensão do intestino delgado;
tempo de trânsito oro-cecal; expressão da lactase; capacidade de fermentação e
distribuição da flora;
- Combinação de exames para investigação: avaliação pessoal dos sintomas;
teste de tolerância oral - mais específico e sensível; H2 expirado; teste genético;
atividade da lactase; substâncias redutoras e pH fecal; teste de restrição e
desencadeamento.
- Deficiência de lactase secundária: doença que lesiona a borda em escova - transitório;
GECA, infecções, doença celíaca, fibrose cística, APLV, giardíase, SIBO, DII de delgado;
- Malabsorção de lactose → sem sintomas.
- Tratamento.
- Paciente assintomático com teste de mal absorção + → não deve prescrever.
- Restrição alimentar.
- Atenção na falta de Ca → osteoporose, doenças cardiovasculares e AVC; impacto
negativo na qualidade de vida.
- Inclusão de queijos envelhecidos.
- Inclusão de produtos com baixa taxa de lactose → fermentados.
- Inclusão de outros produtos com cálcio → folhas escuras, feijão e legumes.
- Tentar encontrar uma oferta mínima diária que seja favorável ou associar com alimentação
gordurosa (lentifica o esvaziamento).
- Uso de gotas ou comprimidos de lactase.
- Adaptação → ⅓ das crianças em 3 anos conseguem comer dieta com leite normalmente;
reintrodução gradual da lactose.
- Probióticos/prebióticos → não há evidência forte.
-
- Diferenças endoscópicas e histológicas.
-
- Diagnóstico.
- Hemograma, VHS, PCR, provas de função hepática, eletroforese de proteínas.
- Cultura de fezes e toxina do Clostridium difficile.
- Anemia, trombocitose, hipoalbuminemia, ↑VHS e PCR/ albumina e transaminases são
marcadores de gravidade.
- Calprotectina fecal.
- Marcadores sorológicos: p-ANCA e ASCA.
- Colonoscopia.
- Enterotomografia.
- Tratamento.
- RU.
- Remissão: ácido 5-aminosalicato (5-ASA); corticoide; terapia anti-TNF -
infliximabe.
- Manutenção: 5-ASA - mesalazina; tiopurinas; infliximabe; poucos probióticos.
- Colectomia total - doença refratária.
- DC.
- Remissão: nutrição enteral exclusiva (NEE); corticoides orais - prednisolona;
metronidazol e ciprofloxacino.
- Manutenção: tiopurinas, metotrexato e, infliximabe.
- Cirurgia → doença refratária.