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Transição Epidemiológica

Discutir o conceito de transição epidemiológica e seus determinantes


Para compreender o conceito de transição epidemiológica, é necessário levar em consideração
inúmeros fatores que propiciaram este fenômeno, isto é aspectos como o desenvolvimento
econômico das sociedades no que tange suas formas de produção o que desencadeou uma
alteração nas relações de trabalho dos indivíduos e nos seus modos e condições de vida e de
reprodução humana como a fertilidade, mortalidade e migração. Neste sentido, o processo saúde-
doença, e índices de *morbidade e *mortalidade aparecem intimamente ligados a estes aspectos
mencionados acima.
*Conceito de morbidade: É a taxa de portadores de determinada doença em relação à população
total estudada, em determinado local e em determinado momento.
*Conceito de mortalidade: Número de óbitos em relação ao número de habitantes (considerando
uma doença em particular)
Assim, podemos definir Transição Epidemiológica, como uma alteração nos perfil de morbi-
mortalidade da população, isto, a principal causa de mortes, não seria mais incidida sobre
*doenças transmissíveis (infecciosas) que por muitos séculos atingiu populações em massa. De
outra forma, os indivíduos passaram a adoecer a partir de patologias não transmissíveis que
passaram a serem mais frequentes a partir da década de 60, as chamadas *doenças crônico-
degenerativas. Essas últimas são identificadas como neoplasias, doenças cardiovasculares,
diabetes, hipertensão arterial, doenças osteoarticulares entre outras. (que estão relacionadas com
fatores biológicos e/ou estilo de vida).
*Exemplo de doenças transmissíveis: HIV, sarampo, caxumba, tuberculose, gripe etc.
*Exemplo de doenças crônica-degenerativas (ou não transmissíveis): câncer, hipertensão
arterial, diabetes, cardiopatias, doenças osteomioarticulares etc.
TIPOS DE TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
A transição epidemiológica esta ligada a evolução de uma sociedade tradicional para uma
Sociedade Moderna e se relaciona às transições demográficas e fatores econômicos e sociais. É
possível separar a transição epidemiológica em três modelos a saber:
(1) modelo clássico ou ocidental: representado pela progressiva diminuição da mortalidade e
fertilidade com predomínio das doenças crônica degenerativas;
(2) modelo acelerado: rápida e acentuada diminuição na mortalidade e fertilidade e rápida
inversão nas causas de óbito e
(3) modelo tardio ou contemporâneo (comum em países em desenvolvimento: onde a diminuição
da mortalidade é mais lenta e recente que nos países desenvolvidos, e não é seguida da
diminuição fertilidade na mesma proporção.
Um indicador epidemiológico fundamental nos estudos sobre a transição epidemiológica é o
índice de mortalidade (definido acima), que de acordo com diferentes países apresentou sua
diminuição considerando fatores diversos que valem ser ressaltados, uma vez que eles se
configuram como principais estratégias de evolução de transição no perfil epidemiológico da
população.
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA NO MUNDO
1- Exemplo da Inglaterra
Um exemplo importante neste cenário é propiciado pela Inglaterra, onde identifica-se uma queda
da mortalidade, mais especificamente a partir do século XVIII, tendo como responsável melhores
condições no que tange a nutrição da população, propiciada em consonância com melhorias no
meio ambiente a revolução agrícola. No século seguinte neste mesmo país, o controle de
epidemias de tuberculose também favoreceram a diminuição da mortalidade na população, com
melhorias nas condições de vida trazidas pela revolução industrial.
Medidas de prevenção em saúde pública também foram responsáveis por essa queda combatendo
a febre tifoide. De maneira geral, além da melhora nos fatores nutricionais (vigilância sanitária,
manipulação adequada dos alimentos) e medidas de imunização para controle das epidemias nos
países desenvolvidos, a diminuição na exposição aos fatores de risco de contaminação, também
favoreceram a diminuição nos índices de mortalidade em países desenvolvidos.
2- Países em desenvolvimento
Em países em desenvolvimento, como aqueles situados na América Latina, medidas de proteção
à saúde (de baixo custo) como a imunização, melhoria no nível educacional garantiram a
diminuição nos índices de mortalidade desses países. Além disso, este declínio esta associado
também ao desenvolvimento econômico. Vale ressaltar que ainda se observa de um lado, a
diminuição das doenças infecciosas existe uma coexistência de doenças crônicas- degenerativas
como um grupo importante de causas de óbitos. Alguns autores chamam essa situação de
“Situação intermediária de transição epidemiológica”, onde persistem em algumas regiões
daquele país mortes por doenças transmissíveis.
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA NO BRASIL
No Brasil de forma particular, o declínio da mortalidade, melhores condições de vida, o
desenvolvimento econômico e ações preventivas em saúde pública (imunização, saneamento
básico) alterou o perfil de morbi-mortalidade da população. Por exemplo, em 1930, 46% das
mortes identificadas neste país, por doenças infecciosas e parasitarias, somava-se 46% do total
de caso, enquanto que na década de 80, este total soma-se apenas 7%. Em contrapartida com a
industrialização do país identificada principalmente a partir da metade do século XX,
identificou-se a emergência de doenças crônico-degenerativas (doenças do aparelho circulatório),
onde a maior incidência de casos deste tipo de patologia estava vinculada ao “novo” estilo de
vida população (nas cidades industrializadas principalmente), considerando variáveis como tipo
de labor, tempo livre, lazer, alimentação, exposição à fatores de riscos ambientais das cidades e
vícios.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Questão 1 / 3
1) Considerando os registros da transição epidemiológica no Brasil, podemos considerar
que:
O saneamento básico foi preponderante para o controle das doenças infecciosas e parasitárias
a) As doenças infecciosas foram responsáveis pela grande incidência de mortes na década de
1980.
b) As doenças crônico-degenerativas foram descobertas no final do século XIX e controladas na
década de 1990.
O controle das doenças crônico-degenerativas está relacionado à descoberta do antibiótico.

Questão 2 / 3
2) Indique abaixo quais das alternativas aponta todas as doenças consideradas doenças
crônicas não transmissíveis (DCNT):
( ) Sarampo, malária, dengue, neoplasias, hipertensão arterial.
( ) Câncer de mama, Tifo, Arteriosclerose, Hipertensão arterial, obesidade.
( ) Câncer de próstata, hipertensão arterial, coronopatias, obesidade, neoplasias.
( ) Obesidade, artrose, fibromialgia, varíola, peste negra, gripe, lepra.
Questão 3 / 3
3) Qual alternativa descreve o conceito corretamente dos diferentes indicadores
epidemiológicos?
( ) Quando ocorre aumento no número de casos novos de uma determinada doença em um
determinado local e tempo, dizemos que ocorreu um aumento na INCIDÊNCIA daquela doença
( ) O índice de PREVALENCIA representa a quantidade de pessoas que vão a óbito por causa de
uma doença específica, considerando o número total de pessoas que vivem naquela região.
( ) MORTALIDADE indica que uma doença pode levar ao surgimento de "doenças secundárias".
( ) O número total de pessoas que apresentam queixa de uma determinada doença, numa região
específica e num determinado período de tempo é chamado de índice de MORBI-
MORTALIDADE.

Referências
SCLIAR, M. História do Conceito de Saúde. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro,
17(1): 29-41, 2007
CARVALHO, Y. M. Atividade Física e Saúde: Onde Está e Quem é o "Sujeito" da Relação?
Rev. Bras. Cienc. Esporte, v. 22, n. 2, p. 9-21, jan. 2001.
SEGRE, M.; FERRAZ, C. O Conceito de Saúde. Ver. Saúde Pública, 31 (5): 538-42, 1997

Bases fundamentais da Epidemiologia


Descrever o surgimento e desenvolvimento da epidemiologia moderna
INTRODUÇÃO
Muitos autores que buscam descrever como a epidemiologia foi fundamentada fornecem
informações que direcionam seu nascimento na Grécia antiga através de Hipócrates. Escritos
hipocráticos, na sua maioria, versavam sobre as epidemias e também sobre a distribuição das
doenças nos ambientes. A forma com que esses “pensamentos hipocráticos”, eram organizados,
são precursores do raciocínio epidemiológico presente nos estudos da epidemiologia moderna.
O Século XIX foi o período onde se estabeleceram as bases históricas da moderna
epidemiologia. Mas também foi uma Fase caracterizada pela Era das doenças infecciosas.
PARADIGMAS DA DOENÇA
Para entendermos o desenvolvimento da epidemiologia, vale descrever suscintamente alguns
momentos marcantes desse tema identificado na história:
1 – Paradigma do *Miasma: Este paradigma é identificado no século XIX. Nesta época em
consequência da Revolução industrial na Europa, as cidades cresciam muito e as condições
ambientais onde as populações viviam eram insalubres e poluídos. Emergia então doenças que
eram adquiridas provenientes da água, do solo, do ar etc.
*Conceito de miasma: emanações da natureza.
2- Paradigma do Germe: No final do século XIX, ocorrem descobertas importantes quanto à
existência de microorganismos (vírus, bactérias, fungos), como principais causadores de doenças
infecciosas, e desenvolvimento de inúmeras epidemias que surgiram naquela época (peste negra,
varíola, malária, tifo etc.) Estas doenças estavam ligadas às condições de vida em que as pessoas
viviam, nos ambientes onde as mesmas estavam inseridas. Assim, neste período iniciaram-se
muitos estudos sobre infecções e formas de contágio no homem. Neste paradigma podemos
chamar a atenção para a descoberta de antibióticos e vacinas, que foram responsáveis por grande
parte do controle e erradicação de doenças transmissíveis identificadas na época. Podemos citar
Louis Pasteaur, um microbiologista, que foi fundamental para as descoberta desta época.
3- Paradigma da Caixa Preta
Até quase meados do século XX prevaleceu na sociedade o paradigma do germe representado
pela teoria unicausal do processo saúde-doença tendo como grande destaque a descoberta de
desenvolvimento de antibióticos e vacinas.
A partir daí, um novo paradigma é estabelecido, tendo como eixo o crescimento das doenças não
transmissíveis (ou doenças crônica-degenerativas), sendo denominado paradigma da “caixa
preta”. Esta denominação é dada tendo em vista a multicausalidade que envolveria o processo de
adoecimento do indivíduo, não podendo ser, portanto identificado a partir de uma única causa.
Neste caso, inúmeros fatores poderiam estar envolvidos neste processo a partir da identificação
do que a ciência epidemiológica chama de:
- fatores de risco individuais comportamentais (fatores alteráveis) como alimentação,
tabagismo, uso de drogas, consumo de álcool, pratica de atividades físicas, estresse, condições de
vida (condicionantes sociais).
-fatores de risco individuais determinantes como: sexo, idade e raça.
4- Paradigma da Caixa Chinesa:
Este paradigma surge a partir do surgimento de um novo campo de estudo da epidemiologia
chamado de *Eco-epidemiologia.
Dentro deste campo de estudo, consideram-se dois principais aspectos:
- Macro-determinantes: fatores ambientais, fatores de risco e determinantes sociais da saúde.
- Micro-determinantes: fatores genéticos (DNA). Atualmente representado pelos estudos do
“Projeto Genoma”.
Neste paradigma, fatores que são considerados determinantes das doenças estruturam-se em
níveis diversos de sistema ou hierarquias, a saber: individual, comunidades locais, cidades e
sociedades. Ressalta-se aqui a inter-relação entre os fatores constituintes dos macro-
determinantes e micro-determinantes.
EPIDEMIOLOGIA E CONCEITOS RELACIONADOS
Contudo, define-se na atualidade EPIDEMIOLOGIA como “a ciência que estuda a distribuição e
os determinantes dos problemas de saúde (fenômenos e processos associados) em populações
humanas”, sendo a principal ciência que descreve as condições da saúde na população humana, a
ciência básica para a saúde coletiva.
Seu principal objeto de estudo são as ocorrências (processo) de *saúde-doença em massa,
envolvendo um número expressivo de pessoas, agregados em sociedades, coletividades,
comunidades, grupos demográficos, classes sociais ou outros coletivos de seres humanos.
*Conceito de Processo Saúde-Doença: Modo específico pelo qual ocorre, nos grupos, o
processo biológico de desgaste e reprodução, destacando como momentos particulares a presença
de um funcionamento biológico diferente, com consequências para o desenvolvimento regular
das atividades cotidianas, isto é o surgimento da doença. Pode-se dizer que é a transposição de
um estado de completo bem estar físico, mental e social até o estado de doença e vice-versa.
De uma forma mais didática, podemos dizer que a epidemiologia:
(1) Analisa: Distribuição e os fatores determinantes das enfermidades; Danos à saúde; Eventos
associados à saúde coletiva.
(2) Estuda: Estados particulares da ausência de saúde sob:
a- Forma de doenças transmissíveis: HIV, gripe sarampo, malária, dengue etc.
b- Doenças crônica degenerativas: diabetes, cardiopatias, câncer, depressão etc.
c- Agravos à integridade física: acidentes, homicídios suicídios.
(3) Propõe: medidas de prevenção; controle ou erradicação de doenças.
(4) Fornece: indicadores que sirvam de suporte ao: planejamento, administração; avaliação das
ações de saúde.
Uma diferença neste campo de estudo deve ser mencionada no que tange os conceitos de
epidemiologia e a clínica:
(1) Epidemiologia: Estuda os problemas de saúde em grupo de pessoas, às vezes pequenos
grupos, mas na maioria das vezes grupos numerosos.
(2) Clínica: Dedica-se ao estudo da doença no indivíduo, analisando caso a caso.
IMPORTÂNCIA DA EPIDEMIOLOGIA MODERNA
Na atualidade a importância da epidemiologia moderna pode ser definida a partir de três aspectos
principais:
(1) Detecção dos agentes etiológicos da doença.
(2) Dados para planejamento de ações de saúde.
(3) Análise de atividade preventiva ou tratamento de doenças (avaliação).
Dessa forma, os estudos epidemiológicos são fundamentais para a identificação das condições de
saúde na população, informações estas que são precursoras das ações em políticas públicas
saudáveis voltadas para promoção de saúde e prevenção de doença na população.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Questão 1 / 3
O processo saúde-doença, este baseado na construção paradigmas da doença. Um destes
paradigmas apresentam as seguintes características: (1) Identificado na metade do século
XX; (2) Desenvolvimento econômico e industrialização do país; (3) Alterações nos modos de
vida, trabalho, alimentação, violência; (4) Transição epidemiológica. De qual paradigma da
doença estamos falando?
( ) Paradigma da Caixa Preta
( ) Paradigma do Germe (Errado – corresponde ao surgimento da vacina/antibióticos)
( ) Paradigma da Caixa Chinesa
( ) Paradigma do Miasma

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Questão 2 / 3
Os estudos epidemiológicos são aqueles se remetem às investigações relacionadas à saúde
da população. Nesse sentido esses estudos, utilizam de algumas ferramentas para
identificação desses dados entre a população. Identifique as características metodológicas
desses estudos.
( ) São estudos quantitativos que utilizam ferramentas para coleta de dados índices e taxas
chamados de indicadores epidemiológicos representados através de dados de prevalência,
incidência, mortalidade, morbidade, letalidade e índice de risco relativo.
( ) São estudos qualitativos, que verificam as condições de saúde da população a partir de
indicadores epidemiológicos representados através de dados de prevalência, incidência,
mortalidade, morbidade, letalidade e índice de risco relativo.
( ) Se referem a estudos fenomenológicos utilizando como meio de coleta de dados
questionários que identificam as condições de saúde da população.
( ) São estudos quantitativos realizados com uma pequena parcela da população buscando
identificar suas condições de saúde.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Questão 3 / 3
Indique a questão que descreva os principais objetivos da epidemiologia moderna.
( ) Estudar principalmente os indicadores epidemiológicos como: prevalência, incidência,
fatores de risco e mortalidade.
( ) Detectar os agentes etiológicos da doença, identificar, dados para planejamento de ações de
saúde e por fim analisar as atividades preventiva ou tratamento de doenças pertinentes à
condições de saúde e doença da população.
( ) Busca identificar através dos estudos da ecoepidemiologia os marcro e microdeterminantes
das doenças nas coletividades.
( ) Identificar na população a taxa de fertilidade, natalidade e mortalidade da população

Referências
LAURELL, A.C. A saúde-doença como processo social. in: barata, rcb. a historicidade do
conceito de causa. Textos de Apoio. Rio de Janeiro, 1985, p.13-27.
PRATA, R. P.; A transição Epidemiológica no Brasil. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, 8 (2):
168-175 abr/jun, 1992.
ROUQUAYROL, M. Z.; GOLDBAUM, M. Epidemiologia, história natural e prevenção
de doenças. IN : ROUQUAYROL, M.Z.; ALMEIDA FILHO, n. epidemiologia e saúde. 5ª ed.
rio de janeiro, medsi, 1999. 660 p.
VILARTA, R. Saúde Coletiva e Atividade Física: conceitos e aplicações dirigidos à graduação
em educação física. Campinas: Ipes editorial, 2007.

Estudos Epidemiológicos
Descrever os principais tipos de estudos epidemiológicos que podem ser aplicados nos estudos
epidemiológicos em Atividade Física
INTRODUÇÃO
O principal objetivo dos estudos epidemiológicos é identificar as condições de saúde da
população utilizando ferramentas metodológicas quantitativas, expressas através dos indicadores
epidemiológicos (incidência, prevalência, mortalidade etc) que já foram descritos durante nossos
estudos no tópico 3 deste material.
TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
Existem dois tipos de estudos epidemiológicos:
(1) OBSERVACIONAIS (não possui intervenção)
(2) EXPERIMENTAIS (possui intervenção)
A principal diferença entre estes dois tipos de estudo é a presença ou não de uma
*INTERVENÇÃO, seja ela de qual natureza for, por exemplo:
1- programa de atividades físicas;
2- intervenção farmacológica
3- protocolo de teste
*considerando dois momentos na investigação quando esta intervenção pode ocorrer.
(1) ESTUDOS OBSERVACIONAIS
Os estudos epidemiológicos observacionais podem ser classificados em:
(A) ESTUDOS DESCRITIVOS
(B) ESTUDOS ANALÍTICOS
(A) ESTUDOS DESCRITIVOS
Determinam a distribuição de certas condições ou fatores em determinada população (ex.:
sedentarismo, doenças).
ESTUDOS ANALÍTICOS
São usados para analisar a existência de associação entre uma exposição e uma doença ou
condição.
Os estudos analíticos são divididos em:
(1) Estudos Seccionais (transversal)
(2) Estudo de Coorte
(3) Caso-controle;
(4) Ecológicos.
Serão aqui detalhados os estudos ANALÍTICOS transversal, de coorte e caso controle.
(1) Estudo de Coorte

· Termo coorte - é usado para descrever um grupo de indivíduos que têm algo em comum
ao serem reunidos e que são observados por um determinado período para que se possa
avaliar o que ocorre com eles.

· O interesse do pesquisador é verificar se indivíduos expostos a um determinado fator


apresentam, em relação aos indivíduos não expostos, uma maior propensão a desenvolver
uma determinada doença (OBSERVA INDICES DE INCIDÊNCIA)

· Os indivíduos expostos e não expostos devem ser comparáveis, ou seja, semelhantes


quanto aos demais fatores, que não o de interesse, para que os resultados e conclusões
obtidas sejam confiáveis.

Vantagem do estudo de coorte


Desvantagem do estudo de coorte
Medem INCIDÊNCIA
As associações podem ser afetadas por
Medem exposição antes do início variáveis de confusão
da doença
As perdas de acompanhamento podem
Permitem estudar efeito de prejudicar o estudo
mudança na exposição
Não servem para doenças raras
Permitem estudar a história natural
Não permitem testar novas hipóteses
da doença

· (2) Estudo Transversal (Seccional)Nos estudos seccionais, a exposição e a condição de


saúde do participante são determinadas simultaneamente (ESTUDOS DE
PREVALÊNCIA)

· Medições são feitas num único "momento“.

· Não é necessário o acompanhamento dos indivíduos por médio/longo tempo.

Vantagem do estudo transversal Desvantagem do estudo transversal


Rapidez Não são adequados para doenças raras
Baixo custo Difícil saber se a exposição precedeu a doença
Maior facilidade operacional Não medem INCIDÊNCIA

· Ainda existem dois tipos de estudo de COORTE que são chamados de:
Retrospectivo
Este tipo de estudo examina registros (exposições) contidos em formulários ou banco de dados
coletados no passado.
Prospectivos
Partem da observação de grupos expostos a um determinado fator de risco e a incidência de
doenças causadas por tal fator.
(3) Caso Controle
Podem ser utilizados para investigar a associação de possíveis fatores etiológicos com a condição
ou estado de saúde.
Nos estudos caso-controle, primeiramente, identificam-se indivíduos com a doença (casos) e,
para efeito de comparação, indivíduos sem a doença.
ESTUDOS EXPERIMENTAIS
Tipo de estudo utilizado para testar efeitos de intervenções; habitualmente empregado para
investigar fenômenos pouco conhecidos
Em Estatística, um resultado é significante se for improvável que tenha ocorrido por acaso e para
isso é utilizado como referencia, o que chamamos de valor de P. O valor de P representa o valor
de significância do estudo.
Exemplo: Se P< 0,001 ou P< 0,05 quer dizer que os resultados encontrados na pesquisa, não
foram ao acaso. Isso quer dizer que a “intervenção” aplicada, foi de fato a variável que colaborou
para o resultado encontrado.
Nos estudos experimentais é comum a utilização de diferentes tipo de testes estatísticos a saber:
(1) Razão de Odds - OR, (2) Teste de Student: Pareado e Não Pareado; (3) ANOVA uma via; (4)
Correlação de person (valor de “r”).

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Questão 1 / 3
1) Num estudo epidemiológico que busca determinar a distribuição de certas condições ou
fatores em determinada população, como por exemplo: o sedentarismo e diferentes tipos de
doenças, podemos dizer que este estudo pode ser chamado de:
( ) Estudo experimental .
( ) Estudo qualitativo
( ) Estudo Observacional – descritivo
( ) Estudo fenomenológico
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Questão 2 / 3
2) Para identificar um estudo experimental, existem algumas características próprias desta
investigação. Aponte abaixo, qual item apresentam todas as caracteristicas corretas deste
tipo de estudo. ?
( ) Este estudo não possui intervenção e não possui variáveis dependentes e independentes para
serem analisadas
( ) Este estudo é realizado apenas com a utilização de questionário, onde os resultados são
identificados na "hora", sem necessidade de acompanhamento.
( ) As duas caracteristicas principais deste estudo, é a presença de dois momentos que definem
este estudo: o prospectivo e o retrospectivo
( ) Este estudo necessariamente possui intervenção (podendo estas serem utilização de
medicametos, testes ou mesmo a prática de exercicios físicos).

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Questão 3 / 3
3) Os principais objetivos dos estudos epidemiológicos podem ser identificados no ítem:
( ) Identificar as condições de saúde e doença na população.
( ) Contribuir com descobertas sobre a produção de medicamentos.
( ) Aumentar o conhecimento da população para a prevenção contra doenças infeciosas.
( ) Identificar o indice de mortalidade principalmente em populações indigenas.

Referências
Lima-Costa, M.F. Tipos de estudos epidemiológicos: conceitos básicos e aplicações na área do
envelhecimento. Epidemiologia e Serviços de Saúde. v.12 – n.4, 2003.
Pitanga, J.G. Epidemiologia da Atividade Física, Exercício Físico e Saúde. São Paulo, Phorte.
2004

Fatores condicionantes e determinantes da


relação saúde-doença
Apresentar os aspectos relacionados com os determinantes da relação saúde doença em relação à
prática de atividades físicas
INTRODUÇÃO
Elementos sócio-históricos dentre eles a família, a escola, a comunidade, o emprego bem como o
direito ao lazer, a educação a saúde e à segurança são fatores que podem determinar o
comportamento das pessoas.
Atividade Física e Estilo de Vida
O estilo de vida da sociedade atual pode determinar e condicionar a prática de atividades física
na população, considerando seus aspectos relacionados à tanto à adesão a esta prática quanto a
aderência a esta.
Abaixo estão descritas algumas situações que podem ser fundamentais para determinar a escolha,
opção ou a oportunidade para a prática de atividades.
1- Efeito da urbanização sobre o estilo de vida.
2-Mudanças na dinâmica social na relação trabalho-tempo livre contribuíram para mudanças no
estilo de vida.
3-Crises econômicas - aumento de emprego para indivíduos mais especializados e desemprego
para outros indivíduos que não atendem as expectativas de mercado de trabalho.
4-“Preocupação com o trabalho, emprego e salário norteia a conduta social, atendendo a
necessidade individual de modo hierárquico”.
5-Mudanças dinâmicas no contexto sócio-urbano resultaram em crescente sedentarização nas
diferentes faixas etárias e em ambos os gêneros, independente do nível socioeconômico e
escolarização.
CONSEQUêNCIA DO ESTILO DE VIDA DA SOCIEDADE MODERNA
Obs. Consequência aumento das doenças crônicos degenerativas
A eficácia de programas de atividades físicas para a população de uma maneira geral, vai ao
encontro de identificar os fatores determinantes para a participação da população nesta prática,
buscando com isso estabelecer estratégias que contribuam para aderência à esta prática.
Contudo, a literatura ainda não é conclusiva quanto uma descrição estabelecida dos diferentes
fatores de podem determinarem a grande variação no tocante aos hábitos da atividade física na
população de uma maneira geral.
Buscando identificar estes determinantes, autores trazem discussões embasadas em teorias e
modelos buscando refletir sobre os determinantes que podem ser responsáveis por influenciar
aspectos do comportamento associado com a prática da atividade física.
Fatores de DETERMINANTES para a prática de atividades físicas
1- Variáveis demográficas: idade, sexo, nível sócio-econômico, grau de instrução.
2- Variáveis cognitivas: percepção de barreiras, intenção para o exercício, intenção para o
exercício, distúrbio de humor, percepção sobre saúde, auto-eficácia, percepção de esforço.
3- Variáveis ambientais: clima, facilidade de acesso a locais apropriados. Urbanização
adequada das cidades para a prática de AF.
4- Suporte social: família, amigos etc.
Na tabela abaixo estão descritos de forma mais detalhada determinantes para a prática de
atividades físicas segundo adaptação feita por Seabra (2008) a partir do estudo de Sallis & Owen
(1999). (inserir objeto)
Vale ressaltar que não foi estabelecido na literatura que existe uma hierarquia considerando os
diferentes tipos de determinantes, isto é, que um fator pode influenciar com uma magnitude mais
significativa que o outro. De uma maneira geral, todos os determinantes são considerados
importantes influenciadores para a prática de de atividads física entre diferentes populações.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Questão 1 / 3
1) Quanto os fatores determinantes para a prática de atividades físicas, indique a
alternativa INCORRETA:
( ) Variáveis demográficas: idade, sexo, nível sócio-econômico, grau de instrução.
( ) Variáveis cognitivas: percepção de barreiras, intenção para o exercício, intenção para o
exercício, distúrbio de humor, percepção sobre saúde, auto-eficácia, percepção de esforço.
( ) Variáveis ambientais: clima, facilidade de acesso a locais apropriados. Urbanização
adequada das cidades para a prática de AF.
( ) Suporte social: idade, sexo, nível sócio-econômico, grau de instrução.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Questão 2 / 3
2) Em relação ao estilo de vida moderno, onde foram apresentados diferentes fatores, qual
a principal consequência indicada no texto?
( ) Aparecimento e aumento de doença infecto contagiosas.
( ) Aparecimento e aumento de doença crônico-degenerativas.
( ) Aumento dos gastos com medicamento.
( ) Aumento da internação.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Questão 3 / 3
3) Qual o objetivo da eficácia de programas de atividades físicas para a população de uma
maneira geral segundo o texto acima?
( ) Identificação de condições de saúde da população no que tange a presença de doenças
infecciosas e crônica-degenerativas.
( ) Aumento dos gastos com medicamento.
( ) Realização de pesquisa epidemiológica em atividade física e saúde.
( ) Vai ao encontro de identificar os fatores determinantes para a participação da população nesta
prática, buscando com isso estabelecer estratégias que contribuam para aderência à esta prática.

Referências
êú
Bauman, A.E. et al. Toward a better understanding of the influences on physical activity: the role
of determinats, correlates, causal variables, mediators, moderators, and confounders. American
Journal Preventive Medicine, v.23: 5-14, 2002.
Sallis, J.F. & Owen, N. Physical activity & bahavioral medicine. London: Sage publications,
1999.
Seabra, A.F. Determinantes biológicos e sócio-culturais associados á prática de atividade física
de adolescentes. Caderno de Saúde Pública, 24(4):721-736, 2008.

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