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ESCOLA INCLUSIVA
1. RESUMO
2. INTRODUÇÃO
Nos dias atuais, vive-se uma época em que todos os ambientes devem
trabalhar com a inclusão, principalmente no ambiente escolar, pois é no
mesmo, que o indivíduo é preparado para viver em sociedade. A inclusão é
muito mais que o inserir, é mais do que o simples fato de matricular na escola. A
inclusão para realmente fazer jus à palavra dita, precisa acompanhar uma
preparação tanto do próprio professor quanto da escola, que é de grande
importância para o desenvolvimento da criança, pois não é o indivíduo autista
como aqui é estudado que deve adaptar-se ao ambiente, mas sim o ambiente
que deve ser adaptado e receber a educação inclusiva, pois já, há leis que
determinam esta afirmação.
3. HISTORICIDADE DO AUTISMO
O termo “Autismo” foi nomeado pelo psiquiatra Leo Kanner tendo como
base a terminologia originalmente concebida por seu colega suíço Eugene
Bleuler em 1911. Bleuler utilizou o termo “autismo” para descrever o
afastamento do mundo exterior observado em adultos com esquizofrenia, que
tendem a mergulhar em suas próprias fantasias e pensamentos.
Ainda em 1949, o Dr. Hans Asperger, cientista austríaco, fez uso do termo
“psicose autista”, referindo-se assim, às crianças com comportamentos
similares ao autismo.
Segundo Sacks (1995), nos anos 60, o autismo era adquirido com
epidemia da rubéola, onde a mesma provocava o desenvolvimento da síndrome
durante a gestação e que o autismo bem como, outras síndromes poderiam ser
adquiridas com o amadurecimento na vida adulta, mesmo considerando mais
raro nesses casos, sendo sua especificidade ao decorrer de determinadas
formas de encefalite.
Foi a partir dos anos sessenta, setenta e oitenta que a Educação foi vista
como principal tratamento do autismo, incluindo dois fatores principais: a
criação de procedimentos modificadores de comportamento e a elaboração de
centros educacionais dedicados totalmente ao autismo, tendo como apoio
principal de pais e familiares de indivíduos autistas.
4. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
A educação como um direito de todos, não deve ser vista apenas como
um cumprimento obrigatório, pois, “fazer valer o direito à educação para todos
não se limita a cumprir o que está na lei e aplica-la sumariamente, às situações
discriminadoras. O assunto merece um entendimento mais profundo da
questão da justiça” (MANTOAN, 2006, p. 16).
Sabe-se então que, palavra “autismo” vem da palavra grega “autos”, que
significa “próprio”. Autismo significa literalmente, viver em função de si mesmo
(GÓMEZ; TERÁN, 2014, p. 447).
Devemos realçar que, ainda hoje, ninguém sabe dizer ao certo e de forma
indiscutível, o que é o Autismo. Assim, não podemos nos afastar da
recomendação de Leo Kanner em relação à adoção de uma postura de
humildade, cautela diante do tema, já que compreender o Autismo exige uma
constante aprendizagem, uma revisão contínua das nossas crenças, valores e
dos nossos conhecimentos sobre o mundo e, sobretudo sobre nós mesmos
(CAVACO, 2014, p. 45).
Portanto, para ter um conhecimento mais profundo e reflexivo do que é
o autismo são necessários estudos contínuos, considerando a intensidade
literária sobre o assunto e a importância da busca por novas formas de
aprendizagem, bem como, também a capacidade de compreender que se têm
sempre coisas novas a aprender.
Logo, diante das pesquisas mais atuais, não foi descartado que o autismo
é mais comum em meninos do que em meninas, porém ainda é de grande
importância a continuidade de tais pesquisas para que seja possível chegar a
dados estatísticos referentes ao autismo no Brasil, visto que, os estudos sobre a
prevalência que trata do assunto não são tão trabalhados no país.
Às vezes, embora a criança interaja bem com os outros, suas relações são
superficiais, pois não se envolve pessoalmente nas situações de jogo e não
chega a fazer amizades, evidenciando a falta de empatia. Por outro lado, há
uma melhoria relativa nas áreas motora e linguística, o que pode confundir e
dificultar o diagnóstico, motivo pelo qual é importante a avaliação no decorrer
do tempo (GÓMEZ; TERÁN, 2014, p. 487).
6. ESCOLA INCLUSIVA
6.1 A inclusão do educando autista na perspectiva da escola da rede
pública
A inclusão nas escolas de ensino regular pode ser útil tanto para os
alunos com necessidades educacionais especiais quanto, para os ditos
“normais”, desde os alunos até o corpo docente e administrativo da escola, pois
a mesma traz consigo o resgate dos valores e o respeito pela diferença. Como
Carvalho (1999) afirma que, a inclusão traz benefício a todos, pois podem
desenvolver solidariedade, respeito às diferenças e cooperação uns para com os
outros.
Incluir não é só integrar [...] Não é estar dentro de uma sala onde a
inexistência de consciencialização de valores e a aceitação não existem. É
aceitar integralmente e incondicionalmente as diferenças de todos, em uma
valorização do ser enquanto semelhante a nós com igualdade de direitos e
oportunidades. É mais do que desenvolver comportamentos, é uma questão de
consciencialização e de atitudes (CAVACO, 2014, p. 31).
Incluir envolve não somente o “corpo interno” escolar, mas sim toda a
sociedade em que a escola está inserida, pois é fato que a realidade local deve
ser considerada para tomada de decisões.
Para Monte e Santos (2004), para que haja inclusão de crianças com
necessidades educacionais especiais que apresentam autismo, é necessário
critério de modo que seja bem orientado, variando de acordo com as
individualidades de cada um.
O método ABA visa ensinar ao autista, habilidades que ele ainda não
possui, por meio de etapas cuidadosamente registradas. Cada habilidade é
apresentada associando-a a uma indicação ou instrução. Quando necessário,
dar-se-á apoio para obtenção das respostas, porém deverá ser retirado, tão logo
seja possível, para possibilitar a autonomia. Dentro dos padrões da intervenção
comportamental, a repetição é importante na abordagem ABA, bem como o
registro exaustivo de todas as tentativas e dos resultados alcançados. A resposta
adequada do aprendente tem como consequência a ocorrência de algo
agradável para ele e por meio de reforço e repetição, inibe-se o comportamento
incorreto, recompensando sempre de forma consistente as atitudes desejadas
(CUNHA, 2014, p. 74).
Logo, não há uma “receita pronta” para como o professor deva agir
frente aos problemas que podem ocorrer, são necessárias leituras sobre a
educação inclusiva e o público com que trabalha em sala de aula, levando em
conta as particularidades no contexto escolar em que está inserido.
Carvalho (1998 apud FONSECA, 2014, p. 99) afirma que, “Mais urgente
que a especialização, é capacitação de todos os educadores”. Visto que, a
necessidade desse preparo é urgente e necessária.
Cunha (2014) diz que o educador não deve temer o que ainda não
conhece e as dificuldades que ainda não fizeram parte de sua experiência e que
tais educadores necessitam ser sensíveis e superar os problemas apresentados.
A reflexão do docente quanto à importância do trabalho inclusivo é
importante, visto que, os benefícios são proporcionados não apenas aos alunos
ou aos demais envolvidos da escola, mas também ao seu próprio
desenvolvimento pessoal e profissional, onde o mesmo vai buscar
entendimento da teoria e a reflexão da prática aplicada.
Logo, toda essa ligação deve ser levada em conta nas atitudes, ou seja, na
maneira do mesmo expressar-se, pois seus comportamentos diante das
situações vividas não se dão como apenas uma característica do transtorno do
espectro autista, tais reações estão intimamente ligadas ao convívio social em
que o mesmo está inserido.
Assim, a família que tem uma criança autista estabelece limites para a
escola diversas vezes, fazendo com que assim, a escola tenha algumas
dificuldades para o desenvolvimento do trabalho inclusivo escolar. Portanto, é
necessário que, a escola busque o entendimento dos porquês e tais limites
devam ser mantidos, observando quando os mesmos contribuem para agravar e
até mesmo de alguma forma segregar o indivíduo, pois é necessário que tanto a
escola quanto a família compreendam que não são as dificuldades que devem
ter maior atenção e sim, suas potencialidades, proporcionando assim, melhor
rendimento ao indivíduo autista.
O campo de estudo foi uma escola da rede pública que trabalha com
alunos na inclusão para crianças do Ensino Fundamental: anos iniciais e anos
finais, localizada no município de São Luís - Maranhão, denominada UEB Dra.
Maria Alice Coutinho. A amostra foi constituída por três pessoas da escola,
sendo uma coordenadora e duas professoras que ofereceram suporte para as
questões levantadas.
A UEB Dra. Maria Alice Coutinho possui vários projetos: Ópera para
todos, Projeto Companhia de dança ao ritmo de inclusão, Coral melodia com as
mãos. Com relação a relação escola família comunidade dá-se por meio de
reunião com os pais, informativos encaminhados aos pais, campanhas
educativas, palestra para a comunidade, palestras aos pais, festividades e datas
comemorativas.
Carvalho (1999) diz que, para que não haja a exclusão dos alunos que a
escola propõe-se incluir é necessário tomar atitudes para que o trabalho de
todo esse processo inclusivo possa ocorrer de fato, pois não havendo o percurso
que é necessário para a inclusão acabará por contribuir preconceitos.
Alguns pais estabelecem muitos limites do seu filho para a escola, uma
vez que, alguns destes, acabam por restringir o trabalho escolar inclusivo.
De acordo com a Lei Berenice Piana – Lei 12.764 nos termos do inciso IV
do Artigo 2º fala sobre o direito ao cuidador, onde diz que, a pessoa com
Transtorno do Espectro Autista tem o direito a acompanhante especializado se
assim for comprovada a necessidade (BRASIL, 2012).
Professora A – Ainda não tive oportunidade de fazer uma formação com essa
temática.
Professora B - A inexistência das políticas públicas que são de direito dos
autistas, já estão previstas em lei, entretanto, ainda estão muito a desejar na
prática.
Desse modo, Cunha (2014) afirma que, não há como haver inclusão sem
a consideração do importante papel do professor. É necessário que, o mesmo
possua suportes que auxiliem em seu trabalho inclusivo, pois não havendo tais
condições não fará sentido os estudos sobre as dificuldades de aprendizagem e
como o mesmo deve intervir diante das situações se não tiver as devidas
possibilidades para a inclusão do aluno.
Logo, foi percebido através das respostas das docentes que a inclusão
oferece grande importância para o desenvolvimento social do aluno autista e
que através desse contato é possível aprender uns com os outros.
Professora A - Os alunos ainda não interagem de forma coerente com o aluno
autista, pois este veio pouquíssimas vezes à escola este ano, ainda não está com
frequência.
Professora B - O que observo nas turmas desta UEB, logo no início estranha um
pouco, mas sempre após o diálogo tentam ajudar.
Professora A - Não. Ainda não foi possível conversar mais de perto com a mãe,
pois não houve uma reunião específica, porém, a mesma já está recebendo
orientações necessárias da coordenadora da escola com seus devidos
encaminhamentos.
Conforme foi possível perceber nas respostas das docentes acima, não
houve um contato direto com os pais para troca de informações necessárias
para o trabalho escolar, de acordo com a professora A. Já de acordo com a
professora B, a mesma diz que muitos pais são leigos a respeito das condições
comportamentais dos filhos, porém quando é possível obter tais informações as
mesmas são obtidas através de entrevistas e até mesmo conversas,
considerando estas fundamentais para a troca de conhecimentos.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo sobre o autismo possibilitou um melhor entendimento desde
sua história até as características do comportamento do indivíduo autista, visto
que, é um transtorno que abrange complexidade em todos os âmbitos sociais,
principalmente no âmbito escolar.
Os pontos negativos não devem ser vistos apenas como um erro e muito
menos como uma questão a ser criticada, pois não é essa a intenção. O
levantamento dessas questões dá-se por conta de contribuir para que o
processo inclusivo na rede regular de ensino torne-se cada vez melhor no
atendimento aos educandos autistas e às demais necessidades educacionais
especiais.
10. REFERÊNCIAS
ALARCÃO, I. (org.). Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre:
Artmed Editora, 2001.
_______. Todos pela Educação. Disponível em: . Acesso em: 18 de set de 2015.
SALLE, E., SUKIENNIK, P.E, SALLE, A.G, ONÓFRIO, R.F, ZUCHI, A. Autismo
Infantil – Sinais e sintomas. In: CAMARGOS Jr, W. e colaboradores.
11. APÊNDICES
11.1 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PARA COORDENADOR/ DIRETOR
FACAM – FACULDADE DO MARANHÃO
SOMAR SOCIEDADE MARANHENSE DE ENSINO SUPERIOR LTDA
CNPJ 04.855.275/0001-68
GRADUAÇÃO – PÓS-GRADUAÇÃO – ENSINO A DISTÂNCIA
IDENTIFICAÇÃO
Nome: ______________________________________________
Data de Nascimento: ____/____/____
sexo: ( ) M ( ) F
Formado (a) em:
Tempo de atuação profissional:
Escola em que trabalha:
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sim ( ) não ( )
Por quê?
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sim ( ) não ( )
Por quê?
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Com a provação da Lei Federal 12.764/12 – Lei Berenice Piana que garante a
inclusão de autistas no ensino regular e tendo em vista a realidade da escola
pública, quais são as principais dificuldades encontradas pela escola para a
inclusão de crianças autistas?
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Sim ( ) não ( )
Qual? Como?
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sim ( ) não ( )
Como acontece?
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sim ( ) não ( )
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Há alguma resistência de pais sobre a inclusão da criança autista na mesma
escola ou sala onde seus filhos estudam?
sim ( ) não ( )
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CNPJ 04.855.275/0001-68
GRADUAÇÃO – PÓS-GRADUAÇÃO – ENSINO A DISTÂNCIA
IDENTIFICAÇÃO
Nome:
_______________________________________________________________
Data de Nascimento: ____/____/____ sexo: ( ) M ( ) F
Formado (a) em:
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Tempo de atuação profissional:
Escola em que trabalha:
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Como e quando ocorreu seu conhecimento a respeito do autismo?
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sim ( ) não ( )
Quais?
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sim ( ) não ( )
Por quê?
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sim ( ) não ( )
Por quê?
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sim ( ) não ( )
Por quê?
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sim ( ) não ( )
Como?
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Tendo em vista a educação inclusiva inicial até o tempo atual na classe, você
percebeu algum avanço de melhoria no comportamento e a relação social do
aluno autista?
sim ( ) não ( )