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CURSO DE DIREITO

TRABALHO DE HISTÓRIA DAS ÍDEIAS POLíTICAS


TEMA: SÃO TOMAS DE AQUINO

NOME: ÍRIS JACIRA SEMEDO DE FIGUEIREDO


Nº20201082
TURMA: B
SALA: B
PERIODO: MANHÃ
SÃO TOMAS DE AQUINO

Nascido em Roccasecca, na Itália, em 1225, é considerado um dos maiores expoentes da


filosofia na Idade Média, tendo sido o responsável pela assimilação do aristotelismo por parte
do pensamento cristão, tal como Santo Agostinho já havia feito em relação ao platonismo e
ao neoplatonismo.
Defendendo que não há antinomia entre a razão e a revelação, uma vez que ambas derivam
de Deus e convergem em Deus, afirma que o elemento distintivo entre a Teologia e a
Filosofia é o método a que recorrem: enquanto a primeira tem como ponto de partida o Deus
que se revela nos textos sagrados, a segunda deve partir da própria Criação para, através de
um processo de abstração, servir como sustentáculo racional da fé.

No tocante à Ontologia, retoma e desenvolve o sistema de Aristóteles: considera que a


essência (i. é, aquilo que define o ente - a «quiditas») engloba quer a substância (o que o ente
é em si, concreta e individualmente) quer os acidentes (propriedades transitórias e casuais do
ente) e que, por sua vez, a substância é um composto de matéria e forma, a primeira,
potencial e determinada, funcionando como princípio de individuação, e a segunda como
elemento atualizador, determinante e estruturante.
No entanto, introduz uma inovação importante no sistema aristotélico ao argumentar que do
conhecimento da essência de qualquer ente não deriva necessariamente o conhecimento da
respetiva existência. Assim, é o ato de ser que atualiza as essências e lhes garante a
subsistência. Esta distinção radical entre ser e essência acaba por corresponder à diferença
entre Deus - ato puro (entidade na qual o ser coincide com a essência) - e as criaturas - que
para a sua conservação dependem de Deus (doador de ser).

Não admitindo qualquer via a priori para o conhecimento, uma vez que a mente é como uma
tábua rasa e tem de partir dos entes particulares para, por abstração, produzir os conceitos
universais, tornou-se famosa a sua definição da verdade enquanto «adequação da coisa e do
intelecto».
Na sequência dessa posição gnosiológica, defende cinco argumentos «naturalistas», baseados
na impossibilidade de regressão até ao infinito, para provar a existência de Deus:
1 - pressupondo que todo o movimento implica uma causa motora, Deus tem de ser o
primeiro motor imóvel;
2 - uma vez que todo o efeito exige uma causa, Deus será a causa incausada;
3 - todos os existentes ou são contingentes ou são necessários em virtude de outro ou outros;
Deus terá, então, de ser o necessário por si.
4 - a perfeição e a imperfeição, o mais e o menos, têm de se dizer de um padrão absoluto de
perfeição, ou seja, Deus;
5 - todas as coisas se orientam para determinados fins; essa intencionalidade não pode residir
nas coisas, pelo que Deus tem de ser causa final para tudo quanto exista.

S. Tomás considera o ser humano uma união substancial de corpo (matéria) e alma (forma),
e atribui-lhe um lugar central na Criação, uma vez que se liga simultaneamente quer ao
mundo espiritual, quer ao mundo material. No entanto, como o ser humano está determinado,
devido à forma, pela alma racional, deve buscar a felicidade no bem mais elevado que lhe
convém, isto é, a sabedoria, que coincide com moralidade, consistindo ambas na orientação
do ser humano para Deus.
Deus, enquanto criador, legislador universal e fonte de toda a ordem no mundo, serve para S.
Tomás como fundamento do poder político, defendendo que, tal como no ser humano o corpo
é dirigido pela alma, assim em todas as comunidades mundanas deve existir um elemento
diretor que defina as diretrizes da conduta humana: o pai, na sociedade familiar; o rei, na
sociedade política.
S. Tomás morreu em 1274. As suas posições, no início condenadas pelos defensores de uma
Teologia predominantemente agostiniana que nelas viam perigosa influência de Aristóteles,
um filósofo pagão, comentado sobretudo por pensadores árabes, acabaram por marcar
profundamente a Escolástica subsequente.
O conjunto da obrade Tomásé um majestoso e imponente monumento,erguidopor um
intelecto privilegiado que, em princípio, parecia fora do prumodo seu contexto histórico,
tendo em vista a predominância absoluta do pensamento de Santo Agostinho, que por oito
séculos apontou a direção e se fez a bússola e a luz intelectual na trilha do caminho
percorrido pelo Ocidente cristão. Porém, mais que contestar as proposições do bispo de
Hipona, a obra de Tomás é um seminal e transcendental tributo à síntese da fé à luz da razão,
sob a influência dos arcanos e das marcas doseu tempo.A cultura geral helênica,
particularmente sua filosofia, estava embebida de arquétipos que, em muitos dos seus
aspectos, podiam ser facilmente identificados como embriões precursores do cristianismo.
Por isso, o encontrodas duas sabedorias,naconfluência historial do cristianismo com o
platonismo, sob as bênçãos de Agostinho e dos padres da Igreja.Porém,a assimilação de
Aristóteles se deu em meio aintrigas dialéticas,que apontavam afinidades bizarras, em vários
níveis de perplexidade eem que as sutilezas adquiriam magnificência e se tornavam
combustível para confrontos impetuosos. Mínimas inferências eram capazes de estragos
profundos, com potencialparaimplodir o sistema coerentemente organizado da doutrina
cristã,fazendo surgiras primeiras tentativas de harmonização e de assimilação entre as duas
sofias, já que ambas eram uma única expressão antrópica da emanação da luz de Deus.
COMPARAÇÃO DO PENSAMENTO DE SÃO TOMAS DE AQUINO E SANTO
AGOSTINHO
Santo Agostinho (354-430) foi um teólogo e filósofo do direito canônico.
Para Agostinho, para se definir o que é direito, antes, é necessário definir o que é justiça.
Dessa maneira, sem a justiça não existe o direito e, tampouco, o Estado.
Segundo ele, ainda, o direito existe em função da religião. A justiça seria a lei de Deus, e a
verdadeira justiça só poderia ser encontrada na Cidade de Deus. O direito natural, por
conseguinte, vinha primeiramente da lei divina.
Agostinho foi fortemente influenciado pela teoria dualista de Platão, que fazia uma divisão
entre o mundo das ideias e o mundo dos sentidos. Ele transformou a teoria platônica, de
forma a adaptá-la à religião: o mundo ideal seria o mundo de Deus (Cidade de Deus),
enquanto o mundo das coisas seria o dos seres humanos. Embora não fosse possível, na sua
visão, encontrar a verdadeira justiça na vida terrena, as leis do Estado deveriam ser
obedecidas por serem o reflexo das leis divinas que os homens conseguiram formular. Era
adepto da união da fé e da razão, pois somente o conjunto das duas serias capaz de guiar o ser
humano à verdade absoluta.
A verdadeira justiça, em suma, só poderia ser encontrada na Cidade de Deus e na lei eterna.
São Tomás de Aquino (1225-1274) também foi um teólogo e filósofo do direito canônico.
Naquele período, houve a redescoberta da doutrina aristotélica e do Corpus iuris civilis,
compilação de lei e jurisprudência criada por ordem do imperador romano Justiniano I (482-
565).
São Tomás de Aquino procurou conciliar o pensamento greco-romano redescoberto com a
tradição cristã.
Também estudioso do pensamento de Santo Agostinho, Tomás de Aquino acreditava que o
direito pode ser descoberto e criado precipuamente pela razão (o que foi inovador na época,
na qual se acreditava que as leis vinham, antes, da revelação divina).
Ele foi influenciado pelas ideias de Aristóteles no que diz respeito ao direito natural.
Tomás de Aquino acreditava que havia uma ordem natural, que era divina, e dava origem a
lex aeterna, ou leis da natureza. Ele acreditava que as leis seguiam a seguinte ordem de
classificação:
1. Lei eterna ou divina;
2. Lei natural, aquela que ordena os acontecimentos;
3. Lei humana ou positivada, que deriva das leis precedentes.
4. Para Tomás de Aquino, se a lei humana que estiver em contradição com as leis
divinas e naturais, estará corrompida.
Além disso, o ser humano está sujeito à lex aeterna, mas pode escolher seus atos e construir
seu pensamento utilizando-se de seu livre arbítrio. Assim, ele reconheceu o poder de decisão
do ser humano que, dotado de razão, perseguirá seus interesses de acordo com suas próprias
convicções.
Neste pensamento, está a origem da ideia de liberdades individuais.

Platão (428/7 – 348/7 a.C.) foi discípulo de Sócrates e profundamente influenciado pelo seu
Mestre. Embora Platão também tenha sofrido influência de outros pensadores, como
Pitágoras, é sobretudo a Sócrates de quem ele mesmo se declara profundamente devedor, de
tal modo que toda sua vida pode ser entendida como um esforço racional para levar adiante as
ideias de seu mestre, inclusive em suas obras Sócrates aparece geralmente como o
protagonista e personagem principal através do qual Platão imortalizou a sua filosofia e a de
seu mestre. Além da Influência de Sócrates, Platão também teve uma grande originalidade no
desenvolvimento de suas próprias ideias, sobretudo o Platão já maduro, fundador de uma
Academia de estudos filosóficos e preocupado em colocar em prática o seu ideário político-
filosófico.

A filosofia de Platão é simultaneamente política e ética, ao mesmo tempo em que fala da


educação fala de uma metafísica da Alma e do Bem, sua filosofia é teologia, antropologia,
estética, é cosmologia e crítica social

Aristóteles, filósofo grego antigo, modificou o pensamento filosófico de sua época. O


elemento de seu legado que principalmente influenciou a produção filosófica foi a sua
classificação sistemática do conhecimento, que antes era composto por um emaranhado de
saberes de áreas diferentes. Aristóteles deixou notáveis estudos sobre Ciências Naturais,
Lógica, Política e Metafísica, os quais inspiraram diversos pensadores ao longo da história,
além de ter sido discípulo de Platão e professor de Alexandre Magno.

Proveniente da colônia grega de Estagira, parte do Império Macedônico, Aristóteles nasceu


no ano de 384 a.C. Juntamente com Platão e Sócrates, completou a tríade dos principais
filósofos da Grécia Antiga. O pensador macedônico foi discípulo de Platão, tendo estudado e
lecionado na Academia (escola criada por Platão) até o ano de 347 a.C. Em sua juventude,
Aristóteles dedicou-se aos estudos de Ciências Naturais, principalmente Física e Biologia,
fato que influenciou a sua vasta produção filosófica.
Em sua atuação na Academia, Aristóteles teria, de início, estudado a Filosofia Platônica,
inspirada em grande parte pela relação de Platão com Sócrates. Porém, na medida em que foi
avançando e aprofundando-se no conhecimento filosófico, Aristóteles acabou formulando
suas próprias teorias, que se distanciavam um pouco das ideias de Platão, principalmente no
que se refere ao conhecimento empírico, sobre o mundo material.

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