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Audição em idosos

E aqui vamos nós. E de novo, nós estamos observando o som no cérebro.

O que acontece conforme envelhecemos e como nós podemos fortalecer o


processamento do som no cérebro?
Conforme envelhecemos, uma série de coisas mudam na nossa biologia, no nosso
sistema nervoso. Uma das coisas é o timing dos neurônios. Ou seja, a circulação
da neuroatividade, a moeda do cérebro é a eletricidade. Então isso é medido no
tempo neural, dos impulsos elétricos, e podemos ver que o timing dos neurônios
diminui a velocidade conforme envelhecemos.
Podemos ver que os processos inibitórios nos neurônios se tornam menos ativos, e
isso resulta em uma mais ampla ou mais descuidada sintonização. Podemos ver
que leva mais tempo para os neurônios dos indivíduos se recuperarem, uma vez
que eles estão ativos.
Tem um aumento nesse ruído neural que eu falei. E tem uma diminuição da
conectividade do cérebro. Os componentes individuais do cérebro são apenas
importantes na medida em que se conectam e se comunicam com o resto do
cérebro.

1’34’’
Uma reclamação constante de pessoas idosas é: “Eu consigo te escutar, mas não
consigo te entender”. E tem vários jeitos de fortalecer o processamento de sons no
cérebro. E eu quero rever isso, e de novo, a perspectiva aqui é a de operar através
da suposição de que o processamento de som no cérebro é muito importante para
nossa habilidade de nos conectar uns com os outros para dar sentido aos sons,
para nos comunicar.
Eu quero ver o que acontece biologicamente o que acontece se você conseguir
fortalecer o processamento de som no cérebro. O que acontece com a resposta do
cérebro aos sons?
Então, tem o treinamento auditivo, associado que pode ser feito com programas de
treinamento de computador, programas de computador. Bilinguismo…O que
acontece com uma pessoa mais velha que fala outra língua? E a música? E o uso
de aparelho auditivos? Porque conforme envelhecemos, frequentemente nossos
ouvidos se tornam menos capazes, nós experimentamos alguma perda auditiva.

2’45’’

Vamos começar com o treinamento auditivo baseado em computador. Nós fizemos


um estudo onde adultos mais velhos que foram ouvidos participaram de um
programa de aptidão no cérebro (Brain Fitness Program). Ele é disponível
comercialmente pela Posit Science.
É um programa de treinamento auditivo, e nós estávamos interessados nisso
porque é um programa adaptativo, no qual dependendo da sua performance você
acelera o treinamento e você aumenta as demandas de memória se baseando na
interação entre como a pessoa está respondendo e os tipos de treinamento que
esse programa vai entregar.

3’31’’

Então, o que nós fizemos foi: Nós tínhamos dois grupos. Nós tivemos um grupo que
foi para o programa de Aptidão do Cérebro e outro grupo que assistiu os vídeos
educacionais pelo mesmo período de tempo, e eles tiveram que responder questões
sobre os vídeos.
E nos dois grupos nós fizemos um monte de pré-testes, com medição de
processamento de som no cérebro, nós medimos a habilidade de memória, nós
medimos a habilidade de escuta no barulho, e nós fizemos a mesma coisa de novo
com os dois grupos depois de testar, depois do treinamento. E o treinamento foi de
aproximadamente 8 semanas. Então, o que descobrimos?

4’14’’

Nós descobrimos que para a memória auditiva, teve ganhos para o grupo de
treinamento, comparando com o de Controle Ativo. E esses ganhos foram
especialmente fortes nos indivíduos que tiveram perda auditiva, então eles já
tiveram um desafio e o treinamento de auditório realmente ajudou eles a
aprenderem no que prestar atenção e ajudar a fortalecer o cérebro auditivo e nós
vimos mudança na biologia. Então, de novo, no de Controle - no grupo que as
pessoas que assistiam aos vídeos educacionais, eles tiveram essas respostas
atrasadas aos sons. E os adultos mais velhos que foram para esse programa de
Aptidão do Cérebro, o treinamento de auditório, o tempo neural deles acelerou.
Então pudemos ver biologicamente que realmente tinham diferenças associadas
com esse treinamento auditivo.
Então observamos melhoras na memória de trabalho, melhoras no processamento
de velocidade. E… eu acho que eu mostrei antes… Melhoras em escutar no
barulho, nós vimos particularmente o fortalecimento em indivíduos que tiveram
perda auditiva, mas todo mundo melhorou em ouvir no barulho, depois do
treinamento auditivo.

5’55’’

Então, e o bilinguismo?

Se você fala uma outra língua, alguém que é realmente bilíngue, nós sabemos que
várias funções cognitivas tendem a declinar conforme envelhecemos. Algumas
funções cognitivas podem ser mensuradas. Por outro lado, em bilíngues nós vemos
que a declinação cognitiva é bem menor. Então, tem toda uma linha de trabalho
para olhar para isso. É importante quando falamos de funções cognitivas, nós
falamos sobre memória de trabalho, controles inibitórios - que é não responder por
algo que é irrelevante, inteligência geral, que é conhecida como reserva cognitiva.

6’58’’

Como você performa em tarefas variadas quando há várias pressões como por
exemplo, aumento do ruído de fundo.
Então, em indivíduos com a doença de Alzheimer acontece que a idade de
diagnóstico é mais tarde no bilíngue, comparando com o monolíngue.

7’29’’
Então parece existir essa influência protetora de falar uma outra língua, em relação
à doença de Alzheimer. Aparelhos auditivos são outra coisa importante, algo que
pode ser feito para fortalecer o cérebro ouvinte em uma pessoa mais velha que tem
uma perda auditiva. O que nós sabemos é que com a idade como mostrado antes,
tem um declínio da performance cognitiva com a idade. Mas, o declínio da
performance cognitiva - é o quão bem você pensa - é muito maior se você tem uma
perda auditiva do que se você tem uma audição normal. Então, a perda auditiva não
apenas interrompe o pensamento, como acelera o envelhecimento. Esse estudo
realmente ganhou muita atenção porque as pessoas não pensam realmente que
não ouvir bem impede a sua capacidade de pensar. Mas, se você pensar a respeito
por um minuto você percebe que se você não está ouvindo o que está sendo dito
você não está sendo estimulado, você não está sendo socialmente engajado. E
nesse estudo particular, a memória de trabalho e o processamento neural de fala
foram melhorados em indivíduos, indivíduos mais velhos, que usaram aparelhos
auditivos por seis meses. Então, usar um aparelho auditivo não apenas te ajuda a
notar que tem um som ao redor, te ajuda a pensar melhor porque o cérebro auditivo
é vasto e envolve nosso sistema funcional cognitivo, sensorial, motor e o circuito de
recompensa.

9’30’’

Então, finalmente a música.


De novo, nós podemos medir a resposta do cérebro a diferentes componentes
acústicos novamente ponderando a FFR (Frequency Following Response) com
eletrodos de couro cabeludo.

E podemos ver que as Harmônicas, a Estabilidade ou Consistência da Resposta,


FM Sweeps, eles são muito importantes para distinguir um conceito do outro, vários
elementos de timing, essas diminuições conforme envelhecemos. Você pode ver.
Aqui está a resposta do cérebro de uma pessoa mais nova. E aqui está uma pessoa
mais velha, você também o aumento do ruído.
10’10’’
Mas, um músico mais velho, a resposta dele parece muito similar a de uma pessoa
mais jovem. Então, claramente o que você faz, o que nós fazemos com o nosso
tempo influencia muito o que nos tornamos por uma perspectiva biológica.

O que é mais importante: os músicos são melhores em ouvir a fala no barulho. Isso
se torna, ao longo da vida, particularmente importante conforme envelhecemos. E
se pensamos de novo sobre o que acontece no cérebro aqui nós podemos ver no
“silencioso” o músico e o não-músico. O músico é alguém que toca regularmente um
instrumento musical. A resposta do músico mais velho é muito boa no silencioso
assim como o do não-músico. E no barulho você pode ver que a resposta do músico
é tão boa quanto no silencioso, mas o não-músico realmente leva um golpe quando
as condições de escuta se tornam desafiadoras.

11’25’’

O que acontece se você para de tocar música? O cérebro continua a ter


benefício?
Falando com vocês como audiência, eu posso perguntar quantos de vocês já
tocaram instrumento em algum momento da vida, e frequentemente muitas mãos se
levantam, e se eu pergunto quantos de vocês ainda tocam, não tantos.
Mas o fato é que este é um investimento muito bom porque tendo tocado um
instrumento musical por algum tempo, por alguns anos apenas, talvez uma banda
do Ensino Médio, tem um efeito de fortalecimento em termos de processamento do
som que podemos medir por décadas mais tarde.
Então, isso dura muitos anos depois. Então, em pessoas que tiveram nenhuma
experiência de atividade musical, aqui está a resposta do cérebro ao som como uma
pessoa mais velha. E isso é com 3 anos de experiência e isso é com 8 anos de
experiência musical. Nós vemos que o processamento do som do cérebro está
melhorado em um adulto mais velho, 40 anos depois de eles terem parado de tocar
música. Porque uma vez que o seu cérebro quer que você aprenda a fazer certos
sons para significar conexões, você pode reforçar isso com o tempo. Então,
claramente, tocar música na infância tem um impacto ao longo da vida, de toda a
sua vida.

13’00’’
Então, tocar agora é o que podemos ver ser a mais forte resposta ao som nas
pessoas que estão continuamente tocando um instrumento, uma pessoa mais velha.
E, assim como eu acabei de mencionar, se você tocou quando era mais novo, isso
tem efeitos benéficos para uma pessoa mais velha. E você pode… nunca é tarde
demais.
E eu realmente posso te dizer que isso tem sido mostrado claramente em
experimentos de animais onde é possível controlar o ambiente realmente bem, nós
sabemos que o cérebro auditivo continua a aprender até morrermos. Então, nunca é
tarde demais.
E nós devemos saber que o envelhecimento biológico começa cedo, já aos 30, e
tem uma variabilidade tremenda, e isso é a resposta do cérebro ao som que
aumenta, essa variabilidade aumenta com a idade. E nós sabemos disso, porque
nós sabemos que algumas pessoas mais velhas são incrivelmente aptas em várias
formas e outras que têm muito mais dificuldade enquanto envelhecem.

14’18’’
Importante: Isso é realmente compensado pela música, do fazer musical, eu tenho
que dizer que tem uma diferença entre fazer música e ouvir música. Eu vou dizer
que você não não vai se tornar fisicamente apto assistindo esportes. Então, você
tem que na verdade estar tocando, fazendo música, e sim, cantar conta. Então, o
envelhecimento saudável começa na infância.

E, de novo, nós sabemos disso através de estudos animais bem controlados, os


quais animais são ensinados cedo que sons, eles são ensinados a fazer tarefas
auditivas para uma recompensa, e depois, eles são testados mais tarde. Então,
esse é um bebê animal. E depois, quando eles estão mais velhos, você vai ver que
o animal mais velho vai responder ao som bem melhor se ele tiver sido exposto a
produzir sons para significar conexões mais cedo na vida.

15’26’’
Finalmente, algumas palavras sobre música e memória. Antes de começarmos a
escrever, a nossa história foi carregada por bardos. A música tem um papel muito
privilegiado na nossa memória e isso é para prever razões evolutivas. Nós
precisamos de razões evolucionárias para sermos capazes de dizer se um som que
estamos ouvindo é algo que podemos comer, vai nos comer, o que podemos fazer
com isso?

Então nós precisamos realmente lembrar nossas experiências com o som. E nós
sabemos que no jantar, por exemplo, nós raramente conseguimos frases presas na
nossa cabeça, mas nós temos música presa na nossa cabeça. E porque a música é
muito, muito pegajosa.
E música e memória tem sido cada vez mais reconhecidas em pessoas mais velhas,
especialmente pessoas que têm perdido suas memórias, com demência ou apenas
perda de memória. Eu encorajo vocês a assistir o filme “Alive Inside”, é um
documentário maravilhoso sobre como… Pessoas tem história. História que
carregam, história da vida deles em som. E se você toca uma trilha sonora de uma
música que foi importante para o indivíduo em algum momento da vida dele, mesmo
quando ele não lembra de mais nada, ele vai responder e vai lembrar da música que
eles já amaram, e é um jeito de melhorar e engajar um indivíduo que está tendo
dificuldades de memória.
17’31’’

Então, eu acho que quero terminar aqui com Darwin, que disse: Se eu tivesse que
viver minha vida de novo, eu teria feito uma regra para ler poesia e ouvir alguma
música pelo menos uma vez toda semana, para talvez as partes do meu cérebro
agora atrofiadas teriam, assim, se mantido ativas. Então, a chamada para ação aqui
é que realmente importa como passamos nosso tempo.
Então, como e o que ouvimos é tremendamente importante para o que o nosso
cérebro se torna durante o tempo de nossas vidas e nós estamos em uma posição
para fazer certas decisões, para nós mesmos, para nossas crianças, para nossas
pessoas amadas na sociedade. Isso é importante e importa. E importa porque nos
muda biologicamente, para reagir aos sons das nossas vidas de uma forma boa ou
prejudicial. Então, eu realmente apelo a vocês para pensar como vocês estão
passando as suas Vidas em Som e o que você pode fazer para nos ajudar, para
tirar proveito desse maravilhoso modo que nosso cérebro trabalha, que é realmente
aprender e mudar, baseado em nossa experiência. E nosso cérebro auditivo é
enorme em sua habilidade para mudar para melhor ou pior, baseado na nossa vida
em som.

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